Buscar

23817-86805-1-PB

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 166-188, set-dez 2017 
 
¹Raphael Junger da Silva – UFRJ 
Av. Oswaldo Cruz 67, apto. 1506. Flamengo, Rio de Janeiro. CEP. 22.250-060. 
Recebido em: 17/07/2017; Avaliado em: 20/10/2017; Aceito em: 22/11/2017; 
 
 
 
 
 
 
 
GREEN IT (TI VERDE): UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA SOB O ENFOQUE 
INTERDISCIPLINAR DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E CIÊNCIAS 
CONTÁBEIS 
 GREEN IT: A BIBLIOGRAPHIC ANALYSIS UNDER THE INTERDISCIPLINARY 
APPROACH OF INFORMATION SYSTEMS AND ACCOUNTING SCIENCES 
 
¹Raphael Junger da Silva 
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ 
raphaeljunger@gmail.com 
 
José Eduardo Vaz de Macedo Soares 
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ 
jes.msc.ufrj@gmail.com 
 
Monica Zaidan Gomes 
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ 
mrossi@facc.ufrj.br 
RESUMO 
Este estudo apresenta as contribuições nacionais em periódicos, dissertações, teses e anais de 
congressos sobre Green IT vinculado às Ciências Contábeis/Contabilidade. Fez-se revisão 
bibliométrica pela consulta ao Google Acadêmico no Portal de Periódicos Capes/MEC. A 
pesquisa limita-se à análise de publicações revisadas por pares, entre os anos de 2007 e 2016, 
que apresentam citações em Green IT (TI Verde) e Ciências Contábeis/Contabilidade, trazendo 
três contribuições importantes: 1) a TI verde apresenta oportunidades de melhoria da 
competitividade das empresas, por meio da adoção de critérios sustentáveis na seleção das 
arquiteturas e estratégias de TI; 2) o tema TI Verde ainda não alcançou status de outros temas 
mais tradicionais nas ciências contábeis e há vasto campo a ser explorado na área de 
Contabilidade Gerencial Ambiental; e 3) surgiram evidências de que pesquisas em temas 
interdisciplinares tendem a ser mais produtivas quando realizadas em parceria com 
pesquisadores de diversas áreas e instituições. 
Palavras-chave: Green IT. Contabilidade Gerencial Ambiental. Sistemas de Informação. 
Tecnologia de Informação. Organizações Sustentáveis. 
ABSTRACT 
This study presents national contributions in periodicals, dissertations, theses and conference 
proceedings on Green IT linked to Accounting Sciences and Accounting. A bibliometric review 
was conducted by consulting the Google Scholar in the Capes/MEC Website. The research is 
limited to the analysis of peer-reviewed publications, between the years of 2007 and 2016, 
which cite Green IT and Accounting, bringing three important contributions: 1) Green IT 
presents opportunities to improve the companies competitiveness, through the adoption of 
sustainable criteria in the selection of IT architectures and strategies; 2) Green IT has not yet 
reached the status of other traditional topics in the accounting sciences and there is a vast field 
to be explored in the area of Environmental Management Accounting; and 3) there are 
evidences that researches on interdisciplinary issues tends to be more productive when done in 
partnership with researchers from different areas and institutions. 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
Keywords: Green IT. Environmental Management Accounting. Information systems. 
Information technology. Sustainable Organizations. 
 
1 INTRODUÇÃO 
Desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, 
ocorrida no Rio de Janeiro no ano de 1992, também conhecida como Eco-92, o movimento de 
globalização ganhou novas cores e a competição global entre as organizações, que antes era 
focada principalmente na expansão do lucro, passou a concorrer com a exigência, por parte dos 
mercados consumidores, da adoção de novas posturas empresariais, entre elas a 
responsabilidade ambiental. 
A partir deste movimento, impulsionado pela necessidade de reduzir o impacto gerado 
pelas empresas ao meio ambiente, passou a existir um grande espaço tanto no campo científico 
quanto no dos negócios, para estudo e implementação de técnicas sustentáveis. 
Simultaneamente, no início da década de 1990 a World Wide Web foi disponibilizada 
para o mundo e, em 1994, foi criado o World Wide Web Consortium (BERNERS-LEE, 2013). 
Naquele momento, deu-se início a um período de crescimento exponencial dos negócios 
eletrônicos e os investimentos em Tecnologia da Informação (TI) e Sistemas de Informação 
(SI) tornaram-se um ‘imperativo’ para manutenção da competitividade de muitas empresas. 
Dessa maneira, como consequência da necessidade de harmonizar os investimentos em 
TI, necessários para fazer face às crescentes necessidades de processamento de informações nas 
empresas, com as demandas sociais de responsabilidade ambiental por parte das organizações, 
surgiu nos anos seguintes o conceito de Green IT ou TI Verde, que pode ser entendido como: 
O estudo e a prática de projetar, produzir, utilizar e descartar computadores, servidores 
e subsistemas associados – tais como monitores, impressoras, dispositivos de 
armazenamento e sistemas de rede e comunicação – de forma eficiente e eficaz, com 
o mínimo ou nenhum impacto ao meio ambiente (MURUGESAN, 2008, p. 25, 
tradução nossa). 
Esta visão se coaduna com as demandas de sustentabilidade ambiental, pois permite 
enxergar os custos além dos desembolsos com a aquisição dos equipamentos de TI e abrange 
preocupações com o crescimento da demanda dos recursos materiais computacionais, o 
crescente consumo de energia, a depreciação e os descartes de equipamentos eletrônicos usados 
no processamento de informações que podem envolver custos financeiros e sociais não 
desprezíveis. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/World_Wide_Web_Consortium
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
Logo, “iniciativas em Green IT são atividades organizacionais que tem como objetivo 
gerar resultados ambientalmente sustentáveis na condução das tarefas de processamento de 
informações de uma empresa” (SAYEED; GILL, 2008, p. N/D, tradução nossa). Ainda, “uma 
estratégia verde para uma organização – pública ou privada, governamental ou comercial – é 
aquela que complementa as estratégias dos negócios, operações e ativos, as quais já são bem 
entendidas e geralmente bem articuladas dentro da empresa” (OLSON, 2008, p. 22, tradução 
nossa). 
Em termos de ações concretas de Green IT no campo empresarial, constatou-se que: 
A literatura corrente sobre a pesquisa e a prática de Green IT sugere, adicionalmente, 
que as empresas podem se envolver no desenvolvimento de políticas de Green IT e 
reduzir seu rastro de carbono em três áreas críticas: (1) gestão de ativos de TI, (2) 
eficiência no consumo de energia, (3) e permitindo “práticas verdes” através da 
utilização da TI (BOSE; LUO, 2011, p. 42, tradução nossa). 
Dessa forma, pode-se concluir que o Green IT é um conceito que permite estudos 
multidisciplinares e está aberto a contribuições de vários campos do saber, não se limitando a 
questões meramente tecnológicas. Importante destacar, também, que TI Verde ainda é 
considerada uma área em desenvolvimento. 
Neste ponto, a Contabilidade pode ser uma aliada da Green IT, uma vez que, além de 
possuir uma produção acadêmica amadurecida no campo do registro, controle e avaliação de 
ativos, com robustos estudos na área dos métodos de apuração de custos, constitui-se também 
em um sistema de informação confiável para tomada de decisão dos gerentes. Nesse ponto, 
ressalta-se a existência de estudos na área de Contabilidade Gerencial Ambiental, que pode 
ajudar a aprimorar as decisões dos gerentes de TIque estejam comprometidos com aspectos 
“verdes” em seus negócios. 
Entende-se, portanto, que este é um campo de estudo profícuo para a produção 
acadêmica interdisciplinar nas áreas de contabilidade e sistemas de informação, e que por ser 
um tema pujante nos últimos anos, deve ter ocupado um espaço considerável nos periódicos e 
outras fontes bibliográficas nacionais, merecendo, por tanto, um estudo que revele e inventarie 
essa produção, o que nos leva ao problema de pesquisa: qual espaço a produção científica sobre 
o tema de Green IT vinculado à Ciências Contábeis/Contabilidade tem ocupado em periódicos, 
dissertações, teses e anais de congressos no Brasil nos últimos 10 anos? 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
O objetivo deste artigo é prover um panorama de contribuições nacionais em periódicos, 
dissertações, teses e anais de congressos sobre o tema de Green IT vinculado à Ciências 
Contábeis/Contabilidade nos últimos 10 anos. 
Este estudo tem valor para as empresas por conta da crescente demanda de 
investimentos em sistemas e infraestrutura de TI, com custos financeiros, não financeiros e 
impactos ambientais relevantes que exigem que os gestores se apoiem em sistemas de suporte 
a decisão como a contabilidade gerencial ambiental. Ainda tem valor para a academia, por 
permitir conhecer os autores, as instituições de ensino superior (IES) e as metodologias de 
pesquisa que tem apresentado maior produtividade nos trabalhos relacionados à Green IT e as 
Ciências Contábeis nos últimos anos. Por fim, embora os profissionais estejam começando a se 
concentrar em Green IT, há pouca pesquisa nesta área (MATTOS; LAURINDO, 2015), o que 
reforça a importância dessa pesquisa. 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 Responsabilidade Social Corporativa - RSC 
O conceito de RSC desenvolveu-se, basicamente, assentado em duas correntes 
econômicas, a saber: 
[...] a econômica clássica e a socioeconômica. A visão econômica clássica, defendida 
pelo Prêmio Nobel de Economia Milton Friedman (1970), define a empresa 
socialmente responsável como aquela que atende primordialmente aos interesses de 
seus acionistas, maximizando sua geração de lucros e cumprindo com suas obrigações 
legais. Segundo esse autor, o governo seria o único veículo legítimo para tratar de 
questões sociais. A visão socioeconômica amplia o conceito de RSC para incluir a 
promoção do bem-estar social como um objetivo relevante para as organizações 
(FERRELL; FRAEDRICH; FERRELL, 2001 apud FERREIRA, ÁVILA e FARIA, 
2010, p. 286). 
Numa visão sistêmica, CARROL (1991), apresentou sua pirâmide de RSC e destacou 
quatro categorias de preocupações que devem ser endereçadas pelas empresas, nessa ordem: 
responsabilidade econômica (base) > responsabilidade legal > responsabilidade ética > 
filantropia (topo). Importante lembrar, o topo é mais estreito que a base, por isso, menos 
prioritário. 
Vê-se claramente, nessa estrutura piramidal, que a inclusão da vertente da promoção do 
bem-estar social não exclui o objetivo de lucro, contemplado pela visão clássica, mas soma-se 
a ele, inclusive, colaborando para sua ampliação e sustentação, já que a variável RSC é vista 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
pelo consumidor como um diferencial do produto ou serviço e, por isso, se torna um diferencial 
competitivo para os negócios, como concluíram Ferreira, Ávila e Faria (2010, p. 294): 
Os resultados da pesquisa corroboram os de pesquisas anteriores ao indicarem que a 
RSC é um fator relevante na decisão de compra dos consumidores, influenciando-os 
de forma positiva. 
[...] 
Sugere-se aqui, portanto, que, na busca por satisfazer o mercado, as empresas têm a 
oportunidade de atender ao desejo de seu consumidor de fazer o bem aos outros 
(incentivando a RSC), enquanto atingem seus objetivos de negócios e, 
simultaneamente, dão elas próprias sua contribuição à sociedade. 
2.2 Sustentabilidade e TI 
Como consequência da RSC, nos últimos anos, o tema sustentabilidade passou a ser 
abordado com maior frequência, motivado pelo crescente interesse das organizações em 
obterem equilíbrio econômico e ambiental, considerados estratégicos ao desenvolvimento nesta 
área, a partir da pressão crescente de concorrentes, consumidores e grupos da comunidade, pela 
implementação de práticas empresariais sustentáveis (MOLLA et al, 2008). 
Como consequência, diferentes teorias surgiram com o objetivo de afirmar quais seriam 
os pilares fundamentais às práticas que contribuem para o desenvolvimento sustentável das 
empresas. Sachs (1993, p. 37) desmembrou tal desenvolvimento em cinco dimensões de 
sustentabilidade, sendo elas: i) a social, que se constitui numa sociedade com menos 
desigualdade entre ricos e pobres; ii) a econômica, que se refere a inclusão de aspectos sociais 
na avaliação dos indicadores econômicos; iii) a ecológica, que diz respeito a proteção do meio 
ambiente e gestão consciente dos recursos não renováveis; iv) a espacial, que representa a 
melhor distribuição do espaço geográfico e o maior equilíbrio entre áreas urbanas e rurais; e v) 
a cultural, que se dá pelo respeito às tradições no desenvolvimento dos processos de mudança, 
buscando sempre soluções que integrem a comunidade local. 
Referência bastante similar, com destaque para a inclusão da variável tecnológica, pode 
ser encontrada no trabalho de Diegues (1992, p. 29) apud Pelicioni (1998, p. 27): 
A conceituação de sociedades sustentáveis, está se formando e exige a elaboração de 
novos paradigmas, se baseia na necessidade de se manter a diversidade ecológica, 
social e cultural dos povos, das culturas e modos de vida com opções econômicas e 
tecnológicas diferenciadas voltadas principalmente para o desenvolvimento 
harmonioso das pessoas e de suas relações com o conjunto do mundo natural. 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
Como se pode verificar na afirmação acima, a variável tecnológica pode contribuir para 
o desenvolvimento de modos de vida harmoniosos em sociedade. Por outro lado, conforme 
asseverado por Sayeed e Gill (2008, p. 2, tradução nossa), nas organizações: 
O crescimento contínuo no uso de Tecnologia da Informação (TI) para o 
processamento de dados tem consequências ambientais. Como mais e mais tarefas, 
antes baseadas em papel, migraram para processamento eletrônico de dados, a 
demanda por energia e recursos materiais aumentou. Além de tarefas de 
processamento de informação relacionados com o processamento de dados, o uso 
generalizado de TI em todos as operações da organização (tais como redes de 
comunicação) requer mais recursos. Além disso, a eliminação de equipamentos 
eletrônicos usados em tarefas de processamento de informação exige manuseio 
ambientalmente responsável. 
No que tange aos sistemas de informação e sua infraestrutura, um dos custos mais 
relevantes, é aquele relacionado ao consumo de energia, assim, parece haver um paradoxo, pois 
a mesma tecnologia que promete contribuir para o desenvolvimento sustentável, acabada sendo 
também a ‘vilã’ da sustentabilidade. Felizmente, parece que a solução para este dilema vem de 
dentro da própria tecnologia, um conceito recente e ainda em desenvolvimento: Green IT. 
2.3 Tecnologia da Informação Verde ou GREEN IT 
Conforme visto na Seção 1, Murugesan(2008, p. 25), define Green IT como “o estudo 
e a prática de projetar, produzir, utilizar e descartar computadores, servidores e subsistemas 
associados [...], com o mínimo ou nenhum impacto ao meio ambiente”. 
A Tecnologia da Informação Verde busca atingir a viabilidade econômica e melhorar o 
uso e o desempenho dos sistemas, respeitando o meio ambiente. As principais vertentes da 
Green IT, como já expomos na contextualização, são: gestão de ativos de TI; eficiência no 
consumo de energia; e ‘práticas verdes’ ou, como passaremos a tratar aqui, estratégias verdes. 
2.3.1 Gestão de Ativos de TI 
A Gestão de Ativos de TI, sob o enfoque da Green IT, está centrada, principalmente, na 
arquitetura de TI. 
“A arquitetura de TI é semelhante à arquitetura de uma casa. A arquitetura de uma casa, 
mostrada por plantas, descreve como a casa deve ser construída, incluindo integração dos 
componentes da casa, como sistema hidráulico, o sistema elétrico e assim por diante” 
(TURBAN; RAINER; POTTER, 2005, p. 39). Portanto, a definição adequada da arquitetura de 
TI tem impacto direto sobre a gestão de ativos de TI, influenciando inclusive no tamanho da 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
área destinada a instalação dos equipamentos, no tamanho da equipe de TI e no consumo de 
energia dos equipamentos. 
Existem algumas soluções de arquitetura possíveis que oferecem diferentes resultados 
para a questão ambiental. Uma das abordagens possíveis utiliza a computação em nuvem que 
se vale de sinergias e compartilhamentos para gerar economia de recursos financeiros e naturais. 
Quando uma empresa opta por uma arquitetura em nuvem (cloud computing) os custos 
com aquisição, manutenção e descarte de equipamentos, além de aluguel de espaço para 
instalação de Data Centers podem ser bastante reduzidos. Nesse sentido, Richter (2012, p. 6) 
afirma que: 
A infraestrutura compartilhada e a provisão da demanda que permite atender a várias 
organizações proporciona economias em escala dos Data Centers. A forma como as 
organizações medem e gerenciam o consumo de energia e a consciência sobre as 
atuais questões ambientais são essenciais para que os benefícios da eficiência com a 
tecnologia em nuvem sejam alcançados. As corporações podem criar uma 
infraestrutura computacional mais eficiente e sustentável com o uso da Computação 
em Nuvem. 
Em outra abordagem, empresas que utilizam arquiteturas de TI tradicionais, centradas 
em Data Centers corporativos, podem reduzir impactos ambientais e buscar economia de 
recursos por meio da compra de equipamentos (servidores, computadores e periféricos) que 
causem impacto reduzido ao meio ambiente, ou seja, aquele que desde a sua fabricação até o 
descarte deixará a menor “pegada” de carbono possível no planeta. 
Nessa abordagem, conhecida como compras sustentáveis de TI, os gestores de TI 
priorizam a aquisição de equipamentos cujos fabricantes estejam em conformidade com normas 
e regulamentos internacionais, privilegiando materiais recicláveis e evitando o uso de 
componentes considerados nocivos (chumbo, cobre, mercúrio, cadmio etc.) ao meio ambiente. 
“Esses elementos estão presentes na composição de diversos equipamentos eletroeletrônicos, 
que na maioria das vezes acabam jogados em lixões pelo mundo” (MAITINO NETO; FAXINA, 
2014, p. 168) e convencionou-se chamar de lixo eletrônico (E-lixo ou E-waste). Dessa forma, 
além de colaborar para a redução do e-waste, que exigiria tratamento especial no descarte, as 
empresas envolvidas em compras sustentáveis evitam multas ambientais e reduzem seus custos 
de descarte. 
Ainda, no que tange à gestão ativos de TI há que se considerar também os ativos 
intangíveis, que são os softwares. A escolha dos softwares adequados para a organização deve 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
levar em consideração não apenas os custos de aquisição e manutenção das licenças, mas 
também questões de compatibilidade com os hardwares já instalados para evitar custos 
financeiros e ambientais desnecessários com aquisição de novas máquinas e descarte das 
antigas, por motivos de incompatibilidade, nos momentos de migração dos sistemas. As 
questões relacionadas a Gestão de Ativos de TI são de tal relevância que ensejaram o 
surgimento de metodologias próprias de apoio a decisão como, por exemplo, o Custo Total de 
Propriedade ou Total Cost of Ownership – TCO, que considera o custo total de lidar com 
fornecedores, “incluindo o custo de seleção de fornecedores internos e externos, avaliação, 
gerenciamento e fatores relacionados, custos internos de aplicação do item adquirido, custos 
internos e externos relacionados a descarte ou falha no produto ou serviço” (ELLRAM; 
SIFERD, 1998, p. 59, tradução nossa). 
2.3.2 Eficiência no Consumo Energético 
No que tange aos sistemas de informação e sua infraestrutura, um dos custos mais 
relevantes, e por isso estratégicos na definição da Arquitetura de TI, é aquele relacionado ao 
consumo de energia. Por esse motivo, encontra-se na literatura grande quantidade de estudos 
desenvolvidos na área de eficiência energética, tornando essa uma vertente de particular 
importância para as pesquisas em Green IT. Wang (2007 apud Mór et al, 2010, p. 348), por 
exemplo, sugere que “a ligação entre Green Computing e o baixo consumo energético é 
imediata e que, aos poucos, a indústria de Tecnologia da Informação (TI) se foca no 
desenvolvimento de soluções com menor consumo energético como prioridade”. 
No mesmo sentido, mas incluindo outro viés de grande importância, o do impacto 
ambiental, Westphall e Villarreal (2013, p. 02) asseveram: 
O crescimento contínuo, em tamanho e complexidade, da infraestrutura de TI que 
suporta os sistemas de informação, tem chamado a atenção, primeiramente, para a 
necessidade de simplificar a administração e reduzir os custos associados à sua 
manutenção, e mais recentemente, para a necessidade de reduzir o impacto ambiental 
causado, principalmente, pelo excessivo consumo de energia. 
A urgência hoje vivenciada com relação à redução do consumo de energia na área de TI 
se deve ao fato de que, primordialmente, os sistemas foram desenvolvidos com foco no 
desempenho e apenas em um segundo momento surgiu a preocupação com o consumo de 
energia e o impacto ambiental (WESTPHALL; VILLARREAL, 2013, p. 02). Nesse sentido, 
atualmente busca-se recuperar o tempo perdido, uma vez que os tempos mudaram e uma 
legislação mais restritiva, a necessidade de manter uma imagem politicamente sustentável 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
perante a sociedade e, principalmente, o aumento dos custos de fornecimento de energia, 
colaboram para impulsionar as empresas nessa direção. 
Assim, as questões que se discutem na atualidade em relação a redução do consumo de 
energia em Green IT estão centradas, basicamente, na concepção de Data Center Verde, 
conforme Reis (2009, p. 5): 
Os Data Centers constituem áreas essenciais para muitas empresas. Essas instalações 
armazenam informações cruciais para o funcionamento do empreendimento e exigem 
quantidade significativa de energia para operar os equipamentos e manter rígidos 
controles de temperatura, segurança e backup – um Data Center Verde utiliza menos 
energia e gera menos emissão de CO2. 
Umadas estratégias que se apresenta na literatura para a melhoria da eficiência 
energética em Data Centers próprios é a introdução do conceito de computação paralela, 
conforme Mór et al (2010, p. 349): 
a organização e arquitetura do processador paralelo podem ajudar ainda mais na 
redução do consumo energético, com dispositivos mais eficientes e novas técnicas de 
aumento de desempenho. Além disso, existe a atuação sobre o consumo de potência, 
onde a arquitetura, seja através de componentes mais sofisticados, seja pelo 
desligamento de unidades que não estão sendo utilizadas em uma certa porção de 
tempo, poderá colaborar com a redução do consumo de potência. (sic) 
Outra possibilidade que tem se apresentado às empresas como alternativa à manutenção 
de data centers próprios, mas que também tem sido muito utilizada para abordar a questão da 
redução do consumo de energia, é a computação em nuvem: 
Além dos benefícios já citados, a computação em nuvem se apresenta como uma 
alternativa para melhorar a eficiência energética dos processos de negócios em geral 
e principalmente dos datacenters, contribuindo com os objetivos da green IT. Alguns 
autores propuseram modelos de gerenciamento dos recursos da nuvem alocados nos 
datacenters com foco na eficiência energética, dando origem a uma nova abordagem 
conhecida como nuvem verde ou green cloud computing. (WESTPHALL; 
VILLARREAL, 2013, p. 03) 
Até aqui, pode se perceber que a questão do consumo de energia, por sua relevância em 
termos econômicos, também é um item a ser considerado na definição da sua arquitetura de TI 
devendo ser estudado por uma empresa como parte de sua estratégia verde. Mas, as estratégias 
verdes não se limitam a isso. 
2.3.3 Estratégias Verdes 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
Uma estratégia verde é composta de atividades, operações e ativos que estão inseridas 
em um planejamento eficiente, dentro das escalas econômicas, ambientais e sociais (OLSON, 
2008; AZZONE; NOCI, 1998). Ainda, uma estratégia verde pode ser entendida como 
planejamento complementar às estratégias dos negócios, operações e ativos, uma vez que essas 
já estejam bem entendidas e articuladas dentro das empresas (OLSON, 2008). 
Resultados observados em estudo de Neder (1992, p. 11) junto a empresas brasileiras 
do setor industrial, se alinham com o entendimento de Olson (2008), e vão além, sugerindo, já 
naquela época, modificações de comportamento da alta administração em relação às suas 
práticas de gestão socioambiental. 
O amadurecimento e melhor entendimento da questão socioambiental ao longo das 
últimas décadas contribuiu para que os gestores percebessem a importância de se desenvolver 
a chamada estratégia verde em seus negócios. Esse desenvolvimento tende a ser cada vez menos 
motivado por razões tais como cumprimento de exigências legais, e cada vez mais estimulado 
por razões que se pode classificar entre uma ou mais dimensões de sustentabilidade 
desmembradas por Sachs (1993, p. 37), relembrando: i) a social; ii) a econômica; iii) a 
ecológica; iv) a espacial; e v) a cultural. 
Dessa forma, razões de dimensões econômicas como aumentar a rentabilidade dos 
negócios por meio da redução custos dos processos e razões de dimensões sociais, como 
melhorar a imagem perante a sociedade e atender a possíveis reivindicações da comunidade 
local, passam a dividir espaço com as razões de dimensões ecológicas, espaciais e culturais, 
que deixam de ter status de coadjuvantes, para tornarem-se protagonistas no planejamento de 
estratégias verdes das empresas. 
Logo, se bem articuladas e coerentes, práticas de TI verde tem potencial para tornarem-
se fontes de vantagens competitivas, pois conforme Diamantopoulos et al. (2003 apud Castro 
et al., 2016, p. 49): 
Há uma ampla evidência empírica de que a questão ambiental é um fator principal na 
decisão de compra dos consumidores e isso tem causado uma grande expansão de 
produtos verdes (ambientalmente corretos) em diversos países, acompanhado de 
várias oportunidades de negócios geradas com o uso do marketing voltado ao 
consumidor desses produtos 
Assim, empresas que fazem uso intensivo da TI nos seus negócios devem considerar de 
forma bastante séria a questão do marketing verde, que consiste em divulgar uma preocupação 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
ambiental com as fontes de entrada e saída utilizadas na entrega de um produto ou prestação de 
um serviço, ressaltando o fato que a sociedade tem exigido das empresas muito mais coerência 
entre a propaganda e a prática na gestão socioambiental, pois “o consumidor dos tempos atuais 
está muito mais cético e consciente em relação às várias tentativas das empresas de passar uma 
imagem verde sem a real preocupação com o meio ambiente” (CASTRO et al., 2016, p. 49). 
2.4 A Contabilidade e a TI verde 
Conforme analisado nos itens anteriores, as práticas de TI verde nas três esferas 
destacadas por Bose e Luo (2011) – gestão de ativos, eficiência energética e estratégias verdes 
– apresentam oportunidades para os gerentes de TI contribuírem de forma consistente com os 
objetivos organizacionais das empresas, especialmente em sociedades que consideram questões 
de sustentabilidade como estratégia de negócio. 
No entanto, algumas questões podem surgir nas organizações engajadas em práticas de 
TI verde, por exemplo: como avaliar a melhor opção a longo prazo entre dois modelos de 
periféricos antes de especificar uma compra sustentável? Que custos ambientais, financeiros e 
não-financeiros, devem ser considerados antes de se optar por iniciar um projeto de 
virtualização de um CPD? Ou ainda, como coletar, quantificar e reportar com confiabilidade os 
resultados das ações de TI verde dentro das organizações, afim de acompanhar a implementação 
da estratégia e obter vantagem competitiva? 
Para responder a estas questões, a literatura contábil tem trabalhado em um ramo 
conhecido como contabilidade gerencial ambiental (CGA), o qual poderia ser definido como: 
“a prática de identificar, coletar, estimar, analisar, reportar internamente e fazer uso 
de informações de fluxo físico (ou seja, materiais, água e energia), informações sobre 
custos ambientais e outras informações monetárias para tomada de decisões 
convencionais e ambientais dentro de uma organização." (UNITED NATIONS, 2001, 
tradução nossa) 
 A contabilidade gerencial ambiental (CGA), além de enfatizar a contabilização dos 
custos ambientais, também acompanha os fluxos físicos (p. ex.: materiais, água e energia) até 
a sua destinação final e serve como fonte de informação gerencial para tomada de decisão nas 
organizações, sendo especialmente útil para decisões que envolvam componentes e/ou 
consequências ambientais relevantes (UNITED NATIONS, 2001). “Em suma, os impactos 
corporativos sobre questões ambientais podem ser medidos e analisados com dados 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
qualitativos, quantitativos e monetários dentro de sistemas de contabilidade dedicados” 
(GUENTHER; ENDRIKAT; GUENTHER, 2016, p. 151, tradução nossa). 
Dessa forma, enquanto os sistemas e ferramentas tradicionais de contabilidade 
financeira e de contabilidade de custos oferecem respostas apenas às questões econômicas, 
devido a seu foco monetário,a CGA por considerar a avaliação do ciclo de vida e os custos 
relacionados aos fluxos físicos (p. ex.: materiais, água e energia), oferece respostas para as 
questões ambientais de forma ampla (GUENTHER; ENDRIKAT; GUENTHER, 2016). 
Por tanto, com a crescente importância das questões ambientais, espera-se que mais 
empresas adotem sistemas de contabilidade ambiental (CHANG et al., 2011), uma vez que os 
sistemas tradicionais de contabilidade não foram pensados para lidar com informações de 
natureza não financeira, requerida para decisões gerenciais dessa natureza. Além disso, os 
estudos em CGA não são recentes e já existem evidências suficientes de sua contribuição como 
sistema de informação para avaliação prévia (custos) e posterior (benefícios esperados) da 
implementação de práticas “verdes” nas organizações: 
“Existe um vasto conjunto de pesquisas sobre contabilidade gerencial ambiental 
(CGA) que, pelo menos no que se refere ao seu chamado caminho gerencial, 
argumenta que, ao gerar e analisar informações financeiras e não financeiras, a CGA 
pode ajudar as empresas a enfrentar suas responsabilidades ambientais e identificar, 
em conjunto, os benefícios econômicos, ambientais e financeiros de suas atividades” 
(BURRITT et al., 2002, FERREIRA et al., 2010, HENRI; JOURNEAULT, 2010, 
SCHALTEGGER; BURRITT, 2000 apud GUENTHER; ENDRIKAT; GUENTHER, 
2016, p. 148, tradução nossa). 
Ainda, por uma via indireta, a CGA, enquanto subsistema do sistema de controle 
gerencial, pode melhorar a performance das empresas, pois “oferece uma oportunidade para 
uma integração holística das questões ambientais nas estratégias e práticas das empresas e para 
alinhar os processos e atividades corporativos com a estratégia ambiental” (GUENTHER; 
ENDRIKAT; GUENTHER, 2016, p. 148). 
Diante do exposto, verifica-se que as contribuições da Contabilidade Gerencial 
Ambiental como sistema de apoio à decisão para organizações que se envolvem em práticas de 
TI verde, ocorrem de forma direta na área de gestão de ativos e eficiência energética, ou ainda, 
de forma indireta, pela ótica mais ampla dos sistemas de controle gerenciais, auxiliando no 
acompanhamento e alinhamento das estratégias verdes. 
3 METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
A abordagem metodológica escolhida para responder ao problema de pesquisa será a 
bibliometria, que segundo Guedes e Borschiver (2005, p. 2) pode ser entendido como o 
“esclarecimento dos processos científicos e tecnológicos, por meio da contagem de 
documentos.” Ainda, segundo as mesmas autoras, Pao (1989) ao analisar o estudo de Pritchard 
(1969), constatou que para este autor: 
uma unidade de literatura, que existe em forma publicada, isto é, artigos de periódicos 
e livros, pode ser estudado em termos estatísticos. Ela acrescenta que publicações, 
autores, palavras-chave, usuários, citações e periódicos são alguns dos parâmetros 
observáveis em estudos bibliométricos da literatura. Esses estudos tentam quantificar, 
descrever e prognosticar o processo de comunicação escrita” (GUEDES; 
BORSCHIVER, 2005, p. 2) 
Assim, pelo fato do estudo bibliométrico possibilitar a análise quantitativa de 
parâmetros observáveis na produção acadêmica publicada, entende-se que será adequado aos 
fins perseguidos por este estudo. 
Para tanto, primeiro, definiu-se como itens de pesquisa as seguintes palavras-chave: 
‘Ciências Contábeis’, ‘Contabilidade’, ‘Custo’, ‘Gestão Ativo’, ‘Green IT’, ‘TI Verde’. 
Posteriormente, realizou-se a busca das palavras-chave definidas utilizando o buscador 
Google Acadêmico disponível no Portal de Periódicos Capes/MEC, configurado para pesquisar 
páginas da Web escritas em qualquer idioma e levando em consideração os seguintes termos de 
busca: 
Quadro 1: Pesquisa de opções avançadas do termo de busca 
Opções 
avançadas: 
Termo 
da 1ª 
busca 
Termo 
da 2ª 
busca 
Termo 
da 3ª 
busca 
Termo 
da 4ª 
busca 
Termo 
da 5ª 
busca 
Termo 
da 6ª 
busca 
Termo 
da 7ª 
busca 
Termo 
da 8ª 
busca 
Com todas 
as palavras 
Ciências 
Contábei
s 
Ciências 
Contábei
s 
Contabili
dade 
Contabili
dade 
Custo Custo Gestão 
Ativo 
Gestão 
Ativo 
Com a frase 
exata 
Green IT TI Verde Green IT TI Verde Green IT TI Verde Green IT TI Verde 
Exibir 
artigos com 
data entre 
2007 - 
2016 
2007 - 
2016 
2007 - 
2016 
2007 - 
2016 
2007 - 
2016 
2007 - 
2016 
2007 - 
2016 
2007 - 
2016 
Nº de 
resultados: 
21 63 34 77 307 360 110 186 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
Cabe detalhar as seguintes ações tomadas durante os processos de busca, em ordem 
cronológica: i) no dia 04/07/2016 foram realizadas as buscas do 1º ao 4º termo identificado no 
Quadro 1, quando foram encontrados respectivamente 21, 54, 45 e 71 registros, totalizando 191 
registros; ii) no dia 10/11/2016 foram realizadas as buscas do 5º ao 8º termo identificado na 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
Quadro 1, quando foram encontrados respectivamente 260, 308, 95 e 160 registros, totalizando 
823 registros; Por tanto, em novembro de 2016, os oito termos buscados totalizavam 1.014 
registros; iii) considerando o fato de que as duas primeiras buscas foram realizadas antes do 
término do ano de 2016, no dia 17/03/2017 foram realizadas novas buscas de todos os oito 
termos identificados no Quadro 1, dessa vez exibindo somente publicações com data de 2016; 
A terceira data de busca teve como objetivo atualizar a lista de registros com publicações de 
2016 disponibilizadas pelo Portal de Periódicos Capes/MEC após as datas das duas primeiras 
buscas. Ao final da terceira busca, o total apurado foi de 1.197 registros, desmembrados 
conforme o Quadro 1. 
Uma vez listados todos os 1.197 registros pensados como inerentes aos propósitos do 
estudo, iniciou-se a etapa de triagem, que se fez a partir dos seguintes atos contínuos: i) foram 
identificadas e descartadas as duplicidades, reduzindo o número total em 499 registros; ii) foram 
identificados e descartados registros que não fossem artigos, dissertações ou teses, reduzindo o 
número total em mais 333 registros; iii) foram identificadas e descartadas as dissertações e teses 
publicadas por IES estrangeiras, reduzindo o número total em mais 29 registros; iv) foram 
identificados e descartados artigos classificados como não relacionados ao propósito do 
presente estudo, o que foi feito a partir da leitura do título e do resumo, reduzindo o número 
total em mais 214 registros; nesta fase, no que se refere ao evento ou local de publicação do 
registro, foram validadas somente publicações em periódicos brasileiros (papel e online) e anais 
de congressos realizados no Brasil; v) por último, foram descartados 8 registros classificados 
como indisponíveis, uma vez que seus links não permitiam acesso a nenhum documento para 
análise. Assim, ao final da etapa de triagem restaram 114 registros para análise e categorização 
segundo suas tipologias de pesquisa e classes de Green IT identificadas e previamente 
explanadas no referencial teórico. 
Em seguida, organizou-se os 114 registros restantes em quadro demonstrando o título, 
ano de publicação, tipo de trabalho (artigo, dissertação ou tese), local da publicação (periódico, 
congresso ou IES), autoria (quantidade, nomes e filiação acadêmica), tipologia de pesquisa 
(objetivos, procedimentos/técnicas e abordagem do problema), e subtema (gestão de ativos de 
TI, eficiência energética e estratégias verdes). 
Por último, elaborou-seas análises estatísticas dos resultados. 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
Assim, em representação didática, o método aplicado em nosso estudo bibliométrico 
(EB) através do levantamento dos artigos pesquisados no Portal de Periódicos Capes/MEC, é 
composto por três etapas (Figura 1), conforme proposto por Gohr et al (2013). 
Figura 1: Etapas do método de revisão sistemática da literatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Gohr et al. (2013, p. 8) 
 
 Quanto à classificação dos subtemas, importa ressaltar que embora tenhamos utilizado 
os termos de referência apresentados no Quadro 2 como ferramentas de auxílio para 
operacionalizar as classificações, optou-se por apresentar as estatísticas seguindo a delimitação 
pré-estabelecida por Bose e Luo (2011) de forma manter a pesquisa alinhada com o referencial 
teórico já existente. 
Quadro 2: Resumo das categorias para análise e termos de referência conforme itens 2.3.1 a 2.3.3 
GREEN IT (TI VERDE) 
 
GESTÃO DE ATIVOS DE TI 
 
EFICIÊNCIA 
ENERGÉTICA 
 
ESTRATÉGIAS VERDES 
(INICIATIVAS SUSTENTÁVEIS) 
 
- Total Cost Of Ownership –TCO; 
- Compras Sustentáveis; 
- Lixo eletrônico (e-waste), reciclagem 
de equipamentos de TI e descarte 
consciente; 
- Data Center Verde ou CPD Verde; 
- Computação em nuvem (cloud 
computing). 
 
- Eficiência energética e 
Redução da emissão de 
carbono; 
- Data Center Verde ou CPD 
Verde; 
- Computação paralela; 
- Computação em nuvem 
(cloud computing). 
 
- Gestão ou responsabilidade 
Socioambiental; 
- Fontes de vantagens competitivas; 
- Marketing Verde. 
 
 
Fonte: Elaborado pelos autores 
 
4 Resultados 
Num recorte temporal (Tabela 1), os resultados sugerem que a partir de 2008 os 
primeiros trabalhos começaram a surgir no Brasil tendo alcançado seu auge em termos de 
produção no ano de 2015 e que, apesar de crescente, as publicações sobre o tema TI Verde 
 
 
 
 Delimitação do tema-área a 
ser pesquisada; 
 Definição das palavras-chave 
e combinações; 
 Definição das palavras-chave 
de exclusão; 
 Delimitação do período de 
publicação dos artigos; 
 Seleção da base de dados; 
 Busca de artigos de acordo 
com os critérios estabelecidos 
na fase anterior; 
 Inclusão e exclusão de 
materiais encontrados para a 
composição do referencial 
bibliográfico; 
 Ordena-se os artigos de acordo 
com os critérios considerados 
de maior relevância pelo 
pesquisador; 
 
 
 
 
PERGUNTAS 
DE 
PESQUISA 
 
 
 
 
 
 
PESQUISA/ 
SELEÇÃO 
 
 
 
 
 
 
DESCRIÇÃO/ 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
parecem ainda não ter alcançado o status de outros temas mais tradicionais dentro das áreas de 
administração e ciências contábeis. 
Num outro recorte, por tipo de publicação (Tabela 2), verifica-se que a produção de 
artigos predomina sobre as dissertações e teses. Talvez isso ocorra porque, sendo um tema 
interdisciplinar, os artigos sejam mais profícuos por permitirem o trabalho conjunto entre 
pesquisadores de diversas áreas (Administração, Engenharia e TI), o que não é possível em 
teses e dissertações, que são produções eminentemente individuais. 
Analisando sob a ótica da produção individual (Tabela 3) observa-se que LUNARDI, 
ALVES, SALLES e DOLCI, lideram com folga a produção na área, assinando muitos trabalhos 
em coautoria. O resultado do trabalho em conjunto desses autores, é, provavelmente, a 
explicação para o fato de a UFRGS figurar em 1º lugar no ranking por IES (Tabela 4), já que 
os referidos autores são filiados aquela universidade. Ainda, percebe-se que há um 
relacionamento estreito, no campo da TI verde, entre pesquisadores da UFRGS e a PUC-RS, já 
que existem muitas publicações em coautoria entre elas. 
Partindo para uma análise por região geográfica (Tabela 5), observa-se que, há bastante 
equilíbrio na produtividade das IES das regiões Sudeste (52) e Sul (51), em que pese, 
isoladamente, as IES mais profícuas sejam da Região Sul (UFRGS, PUC-RS, UFSM, UFSC). 
Isso ocorre porque a Região Sudeste possui maior número de faculdades e universidades, o que 
acaba compensando no conjunto da região, a produção das IES líderes. 
Tabela 1: Publicações p/ Ano Tabela 2: Publicações p/ Tipo 
Ano Quantidade % Tipo Quantidade % 
2007 0 0,00% Artigo 75 65,79% 
2008 2 1,75% Dissertação 34 29,82% 
2009 4 3,51% Tese 5 4,39% 
2010 5 4,39% 114 100,00% 
2011 5 4,39% Fonte: Dados da Pesquisa. 
2012 15 13,16% 
2013 21 18,42% 
2014 16 14,04% 
2015 24 21,05% 
2016 21 18,42% 
N/D 1 0,88% 
 114 100,00% 
Fonte: Dados da Pesquisa. 
 
Tabela 3: Ranking de AUTORES Tabela 4: Ranking das IES de 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
Posição Nome Publicações filiação dos autores 
1º LUNARDI, Guilherme Lerch 12 Posição IES Publicações 
2º ALVES, Ana Paula Ferreira 8 1º UFRGS 17 
2º SALLES, Ana Carolina 8 2º PUC-RS 7 
3º DOLCI, Décio Bittencourt 5 2º UFSM 7 
4º Outros 2 autores 4 3º UFSC 6 
4º Outros 2 autores 3 3º USP 6 
6º Outros 8 autores 2 4º FGV-SP 4 
7º Demais 193 autores 1 4º UFRN 4 
Fonte: Dados da Pesquisa. 
Tabela 5: Ranking das REGIÕES das IES de filiação dos autores 4º UNIP 4 
Posição Região Publicações 5º UFPE 3 
1º SUDESTE 52 5º UFRJ 3 
2º SUL 51 6º IFCE 2 
3º NORDESTE 16 6º UCB 2 
4º CENTRO-OESTE 4 6º UENF 2 
5º NORTE 2 6º UNESP 2 
Fonte: Dados da Pesquisa. 
Tabela 6: Ranking de ARTIGOS por quantidade de autores 6º UNISINOS 2 
Posição Número de autores Publicações 6º UFAM 2 
1º 2 autores 29 6º URCAMP 2 
2º 3 autores 21 6º CEETPS 2 
3º 4 autores 13 6º UFV 2 
4º 5 autores 8 7º Demais 47 IES 1 
5º 1 autor 4 
Fonte: Dados da Pesquisa. Fonte: Dados da Pesquisa. 
 
Os números observados na Tabela 6 comungam com percepções tidas a partir da análise 
do ranking de autores (Tabela 3), destacando o fato de que quase todos os artigos são de 
coautoria, com percentual significativo sendo elaborado em dupla ou trio. 
Quanto a área de pesquisa e ao local de publicação (Tabela 7) percebe-se que as 
pesquisas de final de curso (tese e dissertação) lideram na área de engenharia e computação, 
mas que em Administração e Ciências Contábeis também é relevante a produção de artigos em 
periódicos. 
Ainda sobre a área de pesquisa (Tabela 7), percebe-se que há bastante equilíbrio entre a 
produção acadêmica dos pesquisadores de Administração e Ciências Contábeis (31), 
Engenharia (36) e Ciências da Computação (30), o que comprova a interdisciplinaridade do 
tema TI Verde. No entanto, na contramão do que se pressupôs ao início dessa pesquisa, em que 
pese a área de Administração e Ciências Contábeis esteja representada nas estatísticas, cumpre 
ressaltar que não identificamos entre os trabalhos levantados qualquer referência específica ao 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
arcabouço teórico das Ciências Contábeis, em especial, aquele apresentado pela Contabilidade 
Gerencial Ambiental (item2.4) como sistema de apoio à decisão ambiental para a TI verde. 
Tabela 7: Relação Área de Pesquisa x Local da Publicação 
 
 
C
o
n
fe
rê
n
ci
a 
C
o
n
g
re
ss
o
 
E
n
co
n
tr
o
 
F
ó
ru
m
 
IE
S
 
R
ev
is
ta
 
S
em
in
ár
io
 
S
im
p
ó
si
o
 
O
u
tr
o
s 
N
/D
 
T
o
ta
l 
Administração e Ciências Contábeis 3 1 10 15 1 1 31 
Engenharia 1 4 1 14 8 2 3 3 36 
Ciências da Computação 2 3 1 10 9 1 4 30 
Outros 1 8 4 1 14 
N/D 3 3 
Total 3 3 8 3 42 36 3 5 8 3 114 
Fonte: Dados da Pesquisa. 
 
Quanto aos objetivos e abordagem (Tabelas 8 e 9) fica clara a preferência por trabalhos 
Exploratórios-Descritivos (50), usando abordagem qualitativa (61). Já quanto aos 
procedimentos e técnicas (Tabela 10), percebe-se que é utilizada uma extensa combinação de 
técnicas, onde destacam-se, isoladamente ou em conjunto com outras técnicas, a pesquisa 
bibliográfica (43) e o estudo de caso (38). 
No que tange às categorias (Tabela 11), o primeiro resultado a sobressair é o fato de 
mais de 50% estar alinhado à categoria de iniciativas sustentáveis (estratégias verdes). 
Possivelmente, isto ocorre por ser, dentre as três categorias definidas, a mais versátil no que se 
refere a multidisciplinaridade, o que naturalmente aumenta a possibilidade de publicações de 
estudos sobre o tema, uma vez que esse pode ser realizado por estudantes e pesquisadores 
inseridos em um leque maior de cursos e programas de pós-graduação. 
Além disso, esperava-se que devido a utilização dos termos Ciências Contábeis, 
Contabilidade, Custo e Gestão Ativo durante as buscas, as categorias de gestão de ativos e 
eficiência energética fossem observadas em maior número, já que identificou-se na revisão de 
literatura (item 2.4), contribuições diretas da contabilidade para estas categorias, enquanto que 
a categoria iniciativas sustentáveis (estratégias verdes) foram identificadas como recebendo 
apenas contribuições indiretas da contabilidade, sob a ótica dos sistemas de controle gerencial, 
mas tal expectativa não se confirmou. 
Por tanto, verifica-se que há espaço não explorado para produção acadêmica em 
contabilidade na área de TI verde, em especial, nas áreas de gestão de ativos de TI e eficiência 
energética, sugerindo que há aqui um campo profícuo de trabalho para pesquisadores. 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
Tabela 8: Tipologia por OBJETIVOS Tabela 9: Tipologia por ABORDAGEM 
 
P
es
q
u
is
a 
E
x
p
lo
ra
tó
ri
a 
P
es
q
u
is
a 
D
es
cr
it
iv
a 
P
es
q
u
is
a 
E
x
p
li
ca
ti
v
a 
T
o
ta
l 
 
Q
u
al
it
at
iv
a 
Q
u
an
ti
ta
ti
v
a 
T
o
ta
l 
Pesq. Exploratória 30 50 80 Qualitativa 61 42 103 
Pesq. Descritiva 50 15 16 81 Quantitativa 42 11 53 
Pesq. Explicativa 16 3 19 Total 103 53 
Total 80 81 19 
 Fonte: Dados de Pesquisa Fonte: Dados da Pesquisa. 
Tabela 10: Tipologia quanto aos PROCEDIMENTOS/TÉCNICAS 
 
 
E
n
tr
ev
is
ta
s 
E
st
u
d
o
 d
e 
C
as
o
 
E
x
p
er
im
en
ta
l 
L
ev
an
ta
m
en
to
/ 
S
u
rv
ey
 
P
es
q
u
is
a 
B
ib
li
o
g
rá
fi
ca
 
P
es
q
u
is
a 
D
o
cu
m
en
ta
l 
P
es
q
u
is
a 
P
ar
ti
ci
p
an
te
 
T
o
ta
l 
Entrevistas 1 4 4 9 
Estudo de Caso 4 28 1 5 38 
Experimental 2 9 11 
Levantamento/Survey 1 22 3 7 33 
Pesquisa Bibliográfica 4 5 9 3 22 43 
Pesquisa Documental 4 4 
Pesquisa Participante 7 7 
Total 9 38 11 33 43 4 7 
Fonte: Dados da Pesquisa. 
 TABELA 11: Ranking por CATEGORIAS 
Posição Categorias Publicações 
1º 
Estratégias Verdes (iniciativas 
sustentáveis) 
58 
2º Eficiência Energética 45 
3º Gestão de Ativos 35 
Fonte: Dados da Pesquisa. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com o objetivo de aprofundar-se no tema TI verde sob o enfoque interdisciplinar com 
a contabilidade, este estudo bibliométrico apresentou um inventário nacional dos artigos, teses, 
dissertações e anais de congressos dos últimos 10 anos (2007 - 2016), que permitiram colher 
evidências sobre o desenvolvimento do tema no país e a sua relação com as Ciências Contábeis, 
desmembrando-o nas três áreas de pesquisa definidas por Bose e Luo (2011): gestão de ativos, 
eficiência energética e estratégias verdes (iniciativas sustentáveis). 
5.1 Contribuições 
Essa pesquisa traz três importantes contribuições, a saber: 
1) para as organizações que fazem uso intensivo da tecnologia da informação em uma 
sociedade preocupada com questões ambientais, evidenciou-se que a TI verde apresenta 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
oportunidades de melhoria da competitividade das empresas, por meio da adoção de critérios 
sustentáveis na seleção das arquiteturas e estratégias de TI, reduzindo, desta forma, o carbon 
footprint e os custos operacionais das áreas de TI, e contribuindo, indiretamente, para a 
diferenciação competitiva por meio da obtenção de reconhecimento social; 
2) para a academia, no que tange à relação da TI verde com as Ciências Contábeis, 
verificou-se que, embora a contabilidade possua um arcabouço teórico capaz de oferecer 
suporte às três áreas de pesquisa da TI verde, não há evidências de que pesquisadores brasileiros 
estejam engajados em pesquisas nessa vertente, o que representa uma janela de oportunidades 
de pesquisa a ser explorada; e 
3) no que tange a temas interdisciplinares como TI verde, evidenciou-se que parcerias 
entre pesquisadores de diferentes áreas e instituições tende a gerar benefícios em termos de 
produtividade, como constatado nas pesquisas das IES da Região Sul que apresentaram grande 
número de trabalhos em co-autoria e figuraram nas primeiras posições do ranking das IES de 
filiação dos autores (tabela 4). 
5.2 Limitações 
Este artigo não contemplou os trabalhos de conclusão de cursos de graduações (TCC), 
artigos internacionais, anais internacionais e bases de pesquisa que não fossem do Portal de 
Periódicos Capes/MEC, também restringimos o período de pesquisa aos últimos 10 anos (2007 
a 2016), assim pode ser que alterando os critérios de pesquisa o número de trabalhos 
encontrados varie significativamente. Além disso, faz-se pertinente ressaltar o fato de que 
somente 114 (cento e quatorze) de um total de 1.197 (mil, cento e noventa e sete) publicações 
encontradas inicialmente, foram utilizadas, evidenciando a complexidade inerente aos estudos 
bibliométricos, assim como a fundamental importância de se definir e praticar filtros, 
categorizações e demais processos de ajustes da amostragem trabalhada de forma eficiente e 
eficaz, a fim de que seus resultados possam de fato comprovar tendências de pesquisas no 
âmbito acadêmico. 
Referências 
AZZONE, G.; NOCI, G. Seeing ecology and “green” innovations as a source of change. 
Journal of Organizational Change Management, v. 11, n. 2, p. 94-111, 1998. 
BERNERS-LEE, T. Biography Tim Berners-Lee, 2016. Disponível em: 
http://www.w3.org/People/Berners-Lee/. Acesso em: 24 mar 2017. 
http://www.w3.org/People/Berners-Lee/
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
BOSE, R.; LUO, C. Integrative framework for assessing firms potential to undertake GreenIT 
initiatives via virtualization – A theoretical perspective. Journal of Strategic Information 
Systems, v. 20, p. 38-54. 2011. 
CARROLL, A. B. The pyramid of corporate social responsibility: Toward the moral 
management of organizational stakeholders. Business horizons, v. 34, n. 4, p. 39-48, 1991. 
CASTRO, B. R. V. et al. O Marketing Verde na Tecnologia da Informação: Percepções das 
Atitudes e Comportamentos dos Profissionais de TI e Ações para Incrementar o Marketing 
Verde nesse Setor. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v. 5, n. 1, p. 45 - 60, 
2016. 
CHANG, S. et al. Analysis of the effects of an environmental accounting system on accountants 
based on the organizational reform theory. Pacific Asia Conference on Information Systems. 
Anais... Brisbane: PACIS, 2011. 
ELLRAM, L. M.; SIFERD, S. P. Total cost of ownership: a key concept in strategic cost 
management decisions. Journal of Business Logistics, v. 19, n. 1, p. 55-84, 1998. 
FERREIRA, D. A.; ÁVILA, M.; DE FARIA, M. D. Efeitos da responsabilidade social 
corporativa na intenção de compra e no benefício percebido pelo consumidor: um estudo 
experimental. Revista de Administração, v. 45, n. 3, p. 285-296, 2010. 
GOHR, C. F., et al. Um método para a revisão sistemática da literatura em pesquisas de 
engenharia de produção, XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Anais... 
Salvador: ENEGEP, 2013. 
GUEDES, V.; BORSCHIVER, S. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da 
informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação 
científica e tecnológica. Encontro Nacional de Ciência da Informação VI. Anais... Salvador: 
CINFORM, 2005. 
GUENTHER, Edeltraud; ENDRIKAT, Jan; GUENTHER, Thomas W. Environmental 
management control systems: A conceptualization and a review of the empirical evidence. 
Journal of Cleaner Production, v. 136, p. 147-171, 2016. 
MAITINO NETO, R.; FAXINA, J. M. TI verde e sustentabilidade. Revista de Ciências Exatas 
e Tecnologia, v. 7, n. 7, p. 159-174, 2014. 
MATTOS, C. A.; LAURINDO, F. J. B. Bibliometric research on integration of ERP systems 
and sustainability: Trends for future research. 12th. International Conference in Information 
Systems & Technology Management. Anais... São Paulo: CONTECSI, 2015. 
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
MOLLA, A. et al. E-readiness to G-readiness: Developing a green information technology 
readiness framework. 19th. Australasian Conference on Information Systems. Anais… 
Christchurch: ACIS, 2008. 
MÓR, S. D. K. et al. Eficiência energética em computação de alto desempenho: Uma 
abordagem em arquitetura e programação para green computing. XXX Congresso da Sociedade 
Brasileira de Computação. Anais… Belo Horizonte: CSBC, 2010. 
MURUGESAN, S. Harnessing green IT: Principles and practices. IT professional, v. 10, n. 1, 
p. 24-33, jan./fev. 2008. 
NEDER, R. T. Há política Ambiental para a Indústria Brasileira? Revista de Administração 
de Empresas, v. 32, n. 2, Abril-Junho, p. 4-13, 1992. 
OLSON, E. G. Creating an enterprise-level ‘‘green’’ strategy. Journal of Business Strategy, 
v. 29, n. 2, p. 22-30, 2008. 
PAO, M. L. Concepts of information retrieval. Englewood, Colorado: Libraries Unlimited, 
Inc., 1989. 285 p. 
PELICIONI, M. C. F. Environmental education, quality of life and sustentability. Saúde e 
sociedade, v. 7, n. 2, p. 19-31, 1998. 
PRITCHARD, A. Statistical bibliography or bibliometrics? Journal of Documentation, [s. l.], 
v. 25, n.4, p. 348-349, Dec. 1969. 
REIS, I. W. Investigação de aspectos verdes na implantação de um data Center na área 
industrial de Suape-PE. 2009. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em 
Ciência da Computação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009. 
RICHTER, R. M. TI Verde: Sustentabilidade por meio da Computação em Nuvem, 2012. 
Disponível em: http://www.cps.sp.gov.br/pos-graduacao/workshop-de-pos-graduacao-e-
pesquisa/007-workshop-2012/workshop/trabalhos/desenvgestti/ti-verde-sustentabilidade.pdf. 
Consultado em: 27/09/2016. 
SACHS, I. Estratégias de transição para o século XXI: Para pensar o desenvolvimento 
sustentável. São Paulo: Brasiliense, p. 29-56, 1993. 
SAYEED, L.; GILL, S. Exploratory Study on Environmental Sustainability and IT Use. 14th. 
Americas Conference on Information Systems. Anais.... Toronto: AMCIS, 2008. 
TURBAN, E.; RAINER, R. K.; POTTER, R. E. Administração de Tecnologia da 
Informação: teoria e prática. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 
UNITED NATIONS, Environmental Management Accounting: Policies and Linkages, 
New York, 2001. 
http://www.cps.sp.gov.br/pos-graduacao/workshop-de-pos-graduacao-e-pesquisa/007-workshop-2012/workshop/trabalhos/desenvgestti/ti-verde-sustentabilidade.pdf
http://www.cps.sp.gov.br/pos-graduacao/workshop-de-pos-graduacao-e-pesquisa/007-workshop-2012/workshop/trabalhos/desenvgestti/ti-verde-sustentabilidade.pdf
 
 
Green IT (Ti Verde): Uma Análise Bibliográfica Sob O Enfoque Interdisciplinar De Sistemas De Informação E Ciências 
Contábeis 
 
Edição Especial - Revista de Contabilidade da UFBA, Salvador-Bahia. V. 11, N. 3, Pág. 164-187, set-dez 2017 
 
 
WESTPHALL, C. B.; VILLARREAL, S. R. Princípios e tendências em Green Cloud 
Computing. Revista Eletrônica de Sistemas de Informação, v. 12, n. 1, p. 1-19, 2013.

Outros materiais