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CUIDADOS-PALIATIVOS-EM-ONCOLOGIA

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SUMÁRIO 
1 HISTÓRIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS ................................................. 3 
1.1 Cenário atual no brasil.......................................................................... 6 
2 FILOSOFIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS ............................................... 8 
2.1 Legislação sobre cuidados paliativos ................................................. 10 
2.2 Aspectos Jurídicos ............................................................................. 11 
3 PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO 
MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) ................................................................................... 12 
4 CONCEITOS RELACIONADOS AO PACIENTE COM DOENÇA 
ONCOLÓGICA INCURÁVEL EM PROGRESSÃO .................................................... 15 
5 QUESTÕES ÉTICAS RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA EM CUIDADOS 
PALIATIVOS ............................................................................................................. 18 
5.1 Veracidade e direito à informação ...................................................... 20 
5.2 Comunicação e respeito no recebimento de más notícias ................. 22 
5.3 Participação na deliberação e tomada de decisão: paciente, equipe e 
família ........................................................................................................... 26 
6 MODALIDADES DE ATENDIMENTO E RECURSOS TERAPÊUTICOS EM 
CUIDADOS PALIATIVOS.......................................................................................... 28 
6.1 Paciente e família como unidade de cuidado ..................................... 28 
7 AS ABORDAGENS DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS DE SAÚDE 
NOS CUIDADOS PALIATIVOS ................................................................................. 32 
7.1 Serviço Social ..................................................................................... 33 
7.2 Psicologia ........................................................................................... 34 
7.3 Enfermagem ....................................................................................... 35 
7.4 Medicina ............................................................................................. 37 
7.5 Estratégias de enfrentamento profissional frente à comunicação de 
notícias difíceis ...................................................................................................... 40 
7.6 Considerações Finais ......................................................................... 42 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 44 
 
 
 
 
1 HISTÓRIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS 
 
Fonte: www.rebeccaisnard.com 
Alguns historiadores apontam que a filosofia paliativista começou na 
antiguidade, com as primeiras definições sobre o cuidar. Na Idade Média, durante as 
Cruzadas, era comum achar hospedarias em monastérios, que abrigavam não 
somente os doentes e moribundos, mas também os famintos, mulheres em trabalho 
de parto, pobres, órfãos e leprosos. Esta forma de hospitalidade tinha como 
característica o acolhimento, a proteção, o alívio do sofrimento, mais do que a busca 
pela cura. 
No século XVII, um jovem padre francês chamado São Vicente de Paula fundou 
a Ordem das Irmãs da Caridade em Paris e abriu várias casas para órfãos, pobres, 
doentes e moribundos. Em 1900, cindo das Irmãs da Caridade, irlandesas, fundaram 
o St. Josephs´s Convent, em Londres, e começaram a visitar os doentes em suas 
casas. Em 1902, elas abriram o St. Joseph´s Hospice com 30 camas para moribundos 
pobres. 
O movimento paliativista tem crescido enormemente, neste início de século, no 
mundo todo. Na Inglaterra, em 2005, havia 1.700 hospices, com 220 unidades de 
internação para adultos, 33 unidades pediátricas e 358 serviços de atendimento 
 
domiciliar. Estes serviços todos ajudaram cerca de 250 mil pacientes entre 2003 e 
2004. Na Inglaterra, pacientes têm acesso gratuito a Cuidados Paliativos, cujos 
serviços são custeados pelo governo ou por doações. 
Nos Estados Unidos, o movimento cresceu de um grupo de voluntários que se 
dedicava a pacientes que morriam isolados para uma parte importante do sistema de 
saúde. Em 2005, mais de 1,2 milhão de pessoas e suas famílias receberam tratamento 
paliativo. Nesse país, a medicina paliativa é uma especialidade médica reconhecida 
também. 
 
Fonte: mundodapsi.com 
No Brasil, iniciativas isoladas e discussões a respeito dos Cuidados Paliativos 
são encontradas desde os anos 70. Contudo, foi nos anos 90 que começaram a 
aparecer os primeiros serviços organizados, ainda de forma experimental. Vale 
ressaltar o pioneirismo do Prof. Marco Túlio de Assis Figueiredo, que abriu os 
primeiros cursos e atendimentos com filosofia paliativista na Escola Paulista de 
Medicina – UNIFESP/EPM. Outro serviço importante e pioneiro no Brasil é o do 
Instituto Nacional do Câncer – INCA, do Ministério da Saúde, que inaugurou em 1998 
o hospital Unidade IV, exclusivamente dedicado aos Cuidados Paliativos. Contudo, 
atendimentos a pacientes fora da possibilidade de cura acontecem desde 1986. Em 
dezembro de 2002, o Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo – HSPE/SP 
 
inaugurou sua enfermaria de Cuidados Paliativos, comandada pela Dra. Maria Goretti 
Sales Maciel. O programa, no entanto, existe desde 2000. Em São Paulo, outro 
serviço pioneiro é do Hospital do Servidor Público Municipal, comandado pela Dra. 
Dalva Yukie Matsumoto, que foi inaugurado em junho de 2004, com início do projeto 
em 2001. 
 
Fonte: nossacausa.com 
A primeira tentativa de congregação dos paliativistas aconteceu com a 
fundação da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos – ABCP pela psicóloga Ana 
Geórgia de Melo, em 1997. Contudo, com a fundação da Academia Nacional de 
Cuidados Paliativos, em 2005, os Cuidados Paliativos no Brasil deram um salto 
institucional enorme. Com a ANCP, avançou a regularização profissional do 
paliativista brasileiro, estabeleceu-se critérios de qualidade para os serviços de 
Cuidados Paliativos, realizou-se definições precisas do que é e o que não é Cuidados 
Paliativos e levou-se a discussão para o Ministério da Saúde, Ministério da Educação, 
Conselho Federal de Medicina - CFM e Associação Médica Brasileira – AMB. 
Participando ativamente da Câmera Técnica sobre Terminalidade da Vida e Cuidados 
Paliativos do CFM, a ANCP ajudou a elaborar duas resoluções importantes que 
regulam a atividade médica relacionada a esta prática. 
Em 2009, pela primeira vez na história da medicina no Brasil, o Conselho 
Federal de Medicina incluiu, em seu novo Código de ética Médica, os Cuidados 
Paliativos como princípio fundamental. A ANCP luta pela regularização da Medicina 
 
Paliativa como área de atuação médica junto à Associação Médica Brasileira e a 
universalização dos serviços de Cuidados Paliativos no Ministério da Saúde. 
1.1 Cenário atual no brasil 
 
Fonte: www.sobrepeso.com.br 
No Brasil, as atividades relacionadas a Cuidados Paliativos ainda precisam ser 
regularizadas na forma de lei. Ainda imperam no Brasil um enorme desconhecimento 
e muito preconceito relacionado aos Cuidados Paliativos, principalmente entre os 
médicos, profissionais de saúde, gestores hospitalares e poder judiciário. Ainda se 
confunde atendimento paliativo com eutanásia e há um enorme preconceito com 
relação ao uso de opióides, como a morfina, para o alívio da dor. 
Ainda são poucos os serviços de Cuidados Paliativos no Brasil. Menor ainda é 
o número daqueles que oferecem atenção baseada em critérios científicos e de 
qualidade. A grande maioria dos serviços ainda requer a implantação de modelos 
padronizados de atendimento que garantam a eficácia e a qualidade. Há uma lacuna 
na formação de médicos e profissionais de saúde em Cuidados Paliativos, essencial 
para o atendimento adequado, devido à ausência de residência médica e a poucaoferta de cursos de especialização e de pós-graduação de qualidade. Ainda hoje, no 
Brasil, a graduação em medicina não ensina ao médico como lidar com o paciente em 
 
fase terminal, como reconhecer os sintomas e como administrar esta situação de 
maneira humanizada e ativa. 
 
 
Fonte: papodehomem.com.br 
A ANCP prevê que, nos próximos anos, essa situação deverá mudar 
rapidamente. Com a regularização profissional, promulgação de leis, quebra de 
resistências e maior exposição na mídia (como na atual novela da TV Globo, Viver a 
Vida), haverá uma demanda por serviços de Cuidados Paliativos e por profissionais 
especializados. A ANCP e seus parceiros lutam para que isso de fato se torne 
realidade. A regularização legal e das profissões, por exemplo, permitirá que os planos 
de saúde incluam Cuidados Paliativos em suas coberturas. Está provado que 
Cuidados Paliativos diminuem os custos dos serviços de saúde e trazem enormes 
benefícios aos pacientes e seus familiares. 
A conscientização da população brasileira sobre os Cuidados Paliativos é 
essencial para que o sistema de saúde brasileiro mude sua abordagem aos pacientes 
portadores de doenças que ameaçam a continuidade de suas vidas. Cuidados 
Paliativos são uma necessidade de saúde pública. São uma necessidade humanitária. 
 
2 FILOSOFIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS 
 
Fonte: www.masternursing.com.br 
Os cuidados paliativos buscam proporcionar alívio para a dor em todas as 
dimensões, seja ela física, psicossocial ou espiritual, e controle dos sintomas, visando 
a qualidade de vida do paciente e respeitando a autonomia e o processo de morrer do 
ser humano. Podemos entender por cuidados paliativos: 
[...] abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e familiares 
diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de 
prevenção e alívio do sofrimento. O que requer a identificação precoce, 
avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza 
física, psicossocial e espiritual. 
A abordagem paliativa engloba os cuidados ativos e integrais de pacientes e 
de suas famílias e deve ser realizada por equipe multidisciplinar, em um período em 
que a doença já não responda aos tratamentos curativos. Um de seus principais 
objetivos é acrescentar qualidade de vida aos dias e não dias à vida, priorizando os 
cuidados emocionais, psicológicos e espirituais mais do que os cuidados técnicos e 
invasivos, que podem gerar maior sofrimento ao paciente e à sua família. Os cuidados 
paliativos envolvem também medidas de conforto com o objetivo de amenizar 
sintomas físicos provocados pela progressão de uma doença e/ou por seu tratamento, 
como dor, dispneia, depressão, constipação e úlceras por pressão. 
 
 
Fonte: www.hsvp.com.br 
Do latim, a palavra paliativo deriva de pallium, nome dado a uma espécie de 
cobertura que servia, na Antiguidade, para a proteção de reis e autoridades, sendo 
ainda hoje utilizada em procissões católicas como cobertura para o Santíssimo 
Sacramento. Por essa analogia, pode-se dizer que o cuidado paliativo tem como 
finalidade proteger a vida humana mesmo nos contextos em que a cura já não é mais 
possível, mantendo a dignidade do paciente em situações em que o comprometimento 
físico e o sofrimento podem limitá-la. 
A área de cuidados paliativos – em seu campo de conceito, instrumentos e 
metodologia – ainda está em construção, mantendo sua definição e estratégias com 
base na prática como um desafio para as equipes. Nesse campo, as ações são 
determinadas por fatores que envolvem questões políticas, éticas, culturais, sociais e 
subjetivas, não somente por ações de competência técnico-científicas baseadas e 
processos diagnósticos e terapêuticos. Desse modo, o desafio das equipes de saúde 
está em encontrar, em sua rotina de trabalho, um equilíbrio harmonioso entre razão e 
emoção junto às pessoas que recebem os cuidados paliativos. 
 
 
Fonte: www.mulherconsciente.com.br 
2.1 Legislação sobre cuidados paliativos 
A legislação referente a Cuidados Paliativos no Brasil pode ser discutida sob o 
aspecto operacional, através das diversas portarias e documentos emitidos pela 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Saúde versando 
sobre a criação da Política Nacional de Cuidados Paliativos e normas de 
funcionamento. Outro enfoque do tema leva em conta aspectos jurídicos propriamente 
ditos, no que diz respeito ao atendimento e cuidados dados pelo médico e equipe 
multidisciplinar a pacientes com doenças avançadas e sem possibilidades 
terapêuticas curativas. Essa modalidade de atendimento gera habitualmente uma 
série de dúvidas a respeito do posicionamento legal do profissional diante dos conflitos 
gerados entre os próprios profissionais médicos, com o paciente e/ou seus familiares. 
 
2.2 Aspectos Jurídicos 
 
Fonte: www.conass.org.br 
O constante progresso científico tem oferecido inúmeras oportunidades de 
melhoria no atendimento à saúde, aumentando a quantidade e a qualidade de vida da 
população. Entretanto, isto leva à possibilidade de riscos de abuso e impropriedades 
em sua aplicação, impondo a necessidade de discussão sobre limites éticos e 
jurídicos. 
Na escassa bibliografia jurídica nacional sobre o tema geralmente encontram-
se imprecisões conceituais que geram pontos polêmicos. Essas confusões 
terminológicas acabam induzindo a interpretações errôneas e distorcidas da realidade 
encontrada no cotidiano da prática médica. 
Comumente, a gênese de problemas e ações judiciais contra médicos acontece 
por falhas na comunicação entre esses profissionais e o paciente/família. No contexto 
de Cuidados Paliativos, isso pode gerar equívocos de interpretação das atitudes 
médicas que objetivam promover alívio de sintomas e conforto, como se essas fossem 
negligentes ou simplesmente atos destinados a abreviar deliberadamente a vida. Por 
isso, a estratégia mais adequada para se lidar com essas questões é estabelecer um 
canal de comunicação aberto, franco e calcado no respeito à autonomia, ao 
humanismo e em perspectivas reais, baseadas no quadro clínico de cada paciente em 
particular. 
 
Uma situação específica que tem sido discutida tanto na Bioética quanto no 
Direito é a limitação de intervenções médicas em pacientes sem perspectivas 
terapêuticas curativas ou que estejam em processo de morte irreversível. Essa atitude 
envolve temas polêmicos como a suspensão de terapêutica nutricional e hidratação, 
retirada de meios artificiais de sustentação da vida, além das chamadas “ordens de 
não ressuscitar”. Invariavelmente essas questões trazem à tona discussão sobre 
eutanásia, que não se aplica ao contexto de Cuidados Paliativos. 
Assim, é fundamental que cada conduta seja baseada em sua aplicabilidade 
ou indicação clínica no caso em particular e na consulta aos desejos e intenções do 
paciente e/ou familiares, buscando um equilíbrio consensual que contemple o respeito 
à autonomia do paciente e do profissional médico. 
3 PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO 
MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) 
 
Fonte: www.infoescola.com 
Com o propósito de realizar um mapeamento da presença e do estado de 
desenvolvimento dos serviços de cuidados paliativos no contexto mundial, em estudo 
realizado pelo International Observatory on End of Life Care, da Universidade de 
Lancaster, no Reino Unido, evidenciou que, das 234 nações que compõem a 
 
Organização Das Nações Unidas (ONU) somente 115 (49%) contam com serviços 
estruturados de assistência paliativa. 
Com base no nível de desenvolvimento da estrutura paliativa apresentada, 
essas nações foram divididas em quatro grupos: 
1- Países sem nenhuma atividade paliativa conhecida. 
2- Países sem serviços estruturados, mas com pessoas buscando capacitação 
para tal. 
3- Países que apresentam serviços isolados. 
4- Países com serviços estruturados e com políticas que garantem à populaçãosua aplicação, contando com centros de educação e pesquisa. 
O último grupo é constituído, em sua maior parte, por países europeus 
desenvolvidos e representa apenas 15% das nações. O Brasil conta com serviços 
estruturados e legislação, mas carece de centros de educação e pesquisa, por isso 
pertence ao terceiro grupo. 
A área paliativa ainda é recente no Brasil. O primeiro serviço de cuidados 
paliativos foi instituído no Rio Grande do Sul, em meados de 1983. Em 1997, foi criada 
a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP), primeira associação nacional 
de profissionais de saúde que passou a atuar disseminando essa filosofia. Em 2005, 
foi fundada a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), que, conjuntamente 
com a ABCP, vem buscando o reconhecimento legal deste enfoque de cuidar, 
possibilitando que a filosofia dos cuidados paliativos possa ser aplicada em todo o 
território nacional. 
O Ministério da Saúde publicou, em 3 de janeiro de 2002, a Portaria GM/MS 
nº19, instituindo o Programa Nacional de Assistência à Dor e Cuidados Paliativos, que 
proporcionou debates sobre a temática, incluindo capacitação profissional e revisão 
de posturas pertinentes ao cuidado do paciente portador de doença crônico-
degenerativa ou em fase final de vida e seus familiares. Atividades conjuntas entre a 
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), o Ministério da Saúde e a ANCP 
resultaram na Portaria nº3150, de 12 de dezembro de 2006, que estabelece a criação 
da Câmara Técnica em Controle da Dor e Cuidados Paliativos, com composição e 
funções específicas, revogando-se assim, a Portaria nº19. 
Atualmente, conforme dados das entidades de profissionais paliativistas, 
aproximadamente 40 serviços oferecem esse tipo de assistência no Brasil, o que é 
pouco se forem levadas em conta a extensão geográfica e as necessidades 
 
brasileiras. A grande maioria dos serviços presta atendimento a pacientes 
oncológicos, mas já se encontram serviços de cuidados paliativos específicos para o 
atendimento das populações pediátrica e neonatal e de pacientes com HIV, além do 
início de discussões para a viabilização de sua implantação no contexto de terapia 
intensiva (UTI). 
 
 
Fonte: medicosnamidia.com.br 
Até recentemente, os cuidados intensivos e paliativos eram considerados 
excludentes; hoje, cresce a tendência de incorporação da filosofia de cuidados 
paliativos nas UTI’s, contemplando as necessidades dos pacientes em situações de 
final de vida e suas famílias. Em algumas situações, seria benéfico que, diante de 
condição irreversível, houvesse oportunidade de o paciente ser transferido para um 
local mais apropriado, como a sua casa ou um serviço especializado em cuidados 
paliativos, porém esses serviços ainda são escassos no Brasil. 
Importante ressaltar que a portaria nº963 de 27 de maio de 2013 define como: 
Atenção domiciliar: nova modalidade de atenção à saúde, substitutiva ou 
complementar às já existentes, caracterizada por um conjunto de ações de 
promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação 
prestados em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e 
integrada às redes de atenção à saúde; 
Serviço de Atenção Domiciliar: serviço substitutivo ou complementar à 
internação hospitalar ou ao atendimento ambulatorial, responsável pelo 
gerenciamento e operacionalização das Equipes Multiprofissionais de 
Atenção Domiciliar e Equipes Multiprofissionais de Apoio. 
 
O objetivo é propiciar atendimento humanizado, permitindo maior autonomia 
aos pacientes e às famílias durante o tratamento. Com isso, a expectativa é permitir a 
otimização na utilização dos leitos hospitalares e reduzir o risco de intercorrências e 
infecções de pacientes em longas internações com cuidados de média complexidade. 
4 CONCEITOS RELACIONADOS AO PACIENTE COM DOENÇA ONCOLÓGICA 
INCURÁVEL EM PROGRESSÃO 
 
Fonte: www.massageimpact.org 
Nas fases iniciais do câncer, o tratamento geralmente é agressivo, com objetivo 
de cura ou remissão da doença, e isso é compartilhado com o doente e sua família de 
maneira otimista. Quando o câncer já se apresenta em estágio avançado ou evolui 
para essa condição mesmo durante o tratamento com intenção curativa, a abordagem 
paliativa deve entrar em cena no manejo dos sintomas de difícil controle e de alguns 
aspectos psicossociais associados à doença. Na fase terminal, em que o paciente tem 
pouco tempo de vida, o tratamento paliativo do câncer se impõe para garantir 
qualidade de vida através de seus procedimentos. 
O término de uma terapia curativa para o câncer não significa o final de um 
tratamento ativo, mas de mudanças com relação aos focos de tratamento. A OMS 
enfatiza que o tratamento ativo e o tratamento paliativo do câncer não são 
mutuamente excludentes e propõe que “muitos aspectos dos cuidados paliativos 
devem ser aplicados mais cedo, no curso da doença, em conjunto com o tratamento 
oncológico ativo”. Os tratamentos são aumentados gradualmente como um 
 
componente dos cuidados do paciente do diagnóstico até a morte. A transição do 
cuidado ativo para o cuidado com intenção paliativa é um processo contínuo e sua 
dinâmica difere para cada paciente. 
 
 
Fonte: laboratoriocelula.com.br 
Os cuidados paliativos devem incluir as investigações necessárias para um 
melhor entendimento e manejo de complicações e sintomas estressantes tanto 
relacionados ao tratamento do câncer quanto à evolução da doença. Apesar da 
conotação negativa ou passiva do termo paliativo, a abordagem e o tratamento 
paliativo devem ser eminentemente ativos, principalmente em pacientes portadores 
de câncer em fase avançada, onde algumas modalidades de tratamento cirúrgico e 
radioterápico são essenciais para o controle de sintomas. Considerando a carga 
devastadora de sintomas físicos, emocionais e psicológicos que atingem o paciente 
com doença terminal, faz-se necessário um diagnóstico precoce e condutas 
terapêuticas antecipadas, dinâmicas e ativas, sempre respeitando os limites do 
próprio paciente. 
Os princípios dos cuidados paliativos são: 
 Fornecer alívio para a dor e outros sintomas estressantes como astenia, 
anorexia, dispneia e outras emergências oncológicas. 
 
 Reafirmar a vida e a morte como processos naturais. 
 Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico 
no cuidado ao paciente. 
 Não apressar ou adiar a morte. 
 Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença 
do paciente, em seu próprio ambiente. 
 Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o 
mais ativamente possível até a sua morte. 
 Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades 
clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo 
aconselhamento e suporte ao luto. 
 Os pontos considerados fundamentais no tratamento do câncer são: 
 A unidade de tratamento compreende o paciente e a sua família. 
 Os sintomas do paciente devem ser avaliados rotineiramente e 
gerenciados de forma eficaz através de consultas frequentes e intervenções 
ativas. 
 As decisões relacionadas à assistência e tratamentos médicos devem 
ser feitos com base em princípios éticos. 
 Os cuidados paliativos devem ser fornecidos por uma equipe 
interdisciplinar, fundamental na avaliação dos sintomas em todas as suas 
dimensões, na definição e condução dos tratamentos farmacológicos e não 
farmacológicos, imprescindíveis para o controle de todo e qualquer sintoma 
do câncer. 
 A comunicação adequada entre equipe de saúde, familiares e pacientes 
é a base para o esclarecimento e favorecimento da adesão ao tratamento do 
câncer e aceitação da proximidade da morte. 
Os cuidados paliativos modernos estão organizados em graus de complexidade 
que se somam a um cuidado integral e ativo aos pacientes. Os cuidados paliativos 
gerais referem-se à abordagem ao paciente a partir do diagnósticoda doença em 
progressão, atuando em todas as dimensões dos sintomas do câncer. Cuidados 
paliativos específicos são requeridos ao paciente nas últimas semanas ou nos últimos 
seis meses de vida, no momento em que se torna claro que o paciente se encontra 
em estado progressivo de declínio. Todo o esforço é feito para que o paciente com 
 
câncer permaneça autônomo, com a preservação do seu autocuidado e próximo aos 
seus entes queridos. 
Os cuidados ao fim de vida referem-se, em geral, aos últimos dias ou últimas 
72 horas de vida. O reconhecimento dessa fase pode ser difícil, mas é extremamente 
necessário para o planejamento do cuidado e preparo do paciente e sua família para 
um possível óbito. Mesmo após o óbito do paciente, a equipe de cuidados paliativos 
deve dar a devida atenção ao processo de morte: como ocorreu, qual o grau de 
conforto e que impactos trouxe aos familiares e à própria equipe interdisciplinar. A 
assistência familiar pós-morte pode e deve ser iniciada com intervenções preventivas. 
5 QUESTÕES ÉTICAS RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA EM CUIDADOS 
PALIATIVOS 
O respeito à autonomia do paciente é um princípio ético reconhecido em 
diversas áreas da assistência à saúde, incluindo os cuidados paliativos, porém nem 
sempre as preferências do paciente são respeitadas. Uma melhor compreensão das 
questões éticas relacionadas ao exercício da autonomia do paciente em cuidados 
paliativos é importante passo para embasar juízos éticos ponderados no cotidiano da 
assistência. 
 
Fonte: localodonto.com.br 
Jonsen, Siegler e Winslade entendem preferências do paciente no contexto da 
ética clínica como sendo as escolhas que a pessoa faz quando se depara com 
 
decisões sobre sua saúde e tratamentos, a partir de suas experiências, crenças e 
valores. Constituem assim o núcleo ético e legal da relação clínica, a partir do qual o 
paciente deve ser respeitado em suas decisões após analisar a recomendação 
médica. 
O princípio moral subjacente é o da autonomia. Na relação terapêutica devem 
ser respeitadas a autonomia do profissional e do paciente. O profissional deve ter 
respeitado o seu melhor julgamento e a objeção de consciência. O paciente, por sua 
vez, deve ser estimulado a manifestar suas preferências ou propor alternativas às 
propostas feitas pelo profissional. 
O respeito à autonomia do paciente tem significância clínica, legal e 
psicológica. Do ponto de vista clínico, favorece confiança na relação terapêutica, 
maior cooperação do paciente e satisfação com relação ao tratamento. Em termos 
legais, respalda os direitos individuais sobre o próprio corpo. Do ponto de vista 
psicológico, oferece ao paciente senso de controle sobre a própria vida e de valor 
pessoal. 
 
Fonte: www.belasmensagens.com.br 
Sendo princípio ético reconhecido em diversas áreas da assistência à saúde, o 
respeito à autonomia do paciente inclui os cuidados paliativos. Interessante observar, 
inclusive, que as mudanças na relação médico-paciente, que passou de forte 
paternalismo ao respeito pela autonomia do paciente, foi um dos fatores que levaram 
 
a mudanças no enfrentamento da proximidade da morte na atualidade, reforçando a 
necessidade de se reconhecer a finitude da vida humana, evitar sua conservação de 
forma incondicional, aplicar todas as medidas necessárias e disponíveis para melhorar 
sua qualidade, e não sua quantidade, manter o paciente (e seu representante) 
devidamente informado e respeitar seu critério para que possa participar da 
deliberação e decidir, dentro da legalidade vigente, sobre o tratamento e alguns 
aspectos relacionados às circunstâncias de sua morte. Em paralelo, Tapiero ressalta 
que apesar da crescente tendência de se respeitar a autonomia do paciente, na prática 
não é habitual que decida sobre as circunstâncias de sua morte, mesmo porque é 
frequente se lhe ocultar a condição de moribundo e, por isso, não é comum que a 
forma de morrer dependa de seus critérios, valores e crenças. Bélanger, Rodríguez e 
Groleau também concluem que a maioria dos pacientes em cuidados paliativos deseja 
exercer autonomia, preferindo participar na tomada de decisão sobre o tratamento em 
algum grau, enquanto só a minoria prefere delegar esse papel. 
Estes autores constatam, entretanto, que na prática os pacientes são pouco 
encorajados a participar da deliberação, as opções são pouco discutidas e o 
consentimento fica apenas implícito, devido a barreiras relativas à forma como as 
opções são apresentadas, à tentativa de manter expectativas irrealistas por parte do 
paciente e família e, ainda, à tendência de adiamento da deliberação. Conclui-se, 
então, que há diversos obstáculos para que o exercício da autonomia e as 
preferências do paciente sejam de fato respeitados. 
Em geral, as dificuldades podem estar na formação do profissional, na 
capacidade de comunicação, compreensão e discussão entre os sujeitos envolvidos 
na relação terapêutica para a tomada de decisão e nos mecanismos que possibilitem 
sua concretização. Nos cuidados paliativos, o fato de lidar com pessoas com 
diagnósticos de doenças ameaçadoras à vida, de curso progressivo e incapacitante, 
torna frequentes os problemas acima listados. 
5.1 Veracidade e direito à informação 
A ideia de que a veracidade entre paciente e profissional de saúde (incluindo, 
muitas vezes, também os familiares do paciente) é fundamental para o exercício da 
autonomia e para a construção ou manutenção de uma relação permeada de 
confiança foi explicitada: 
 
“Só a verdade. Entre o médico, equipe, família e paciente. Tenho uns 
chavões: ‘a gente só pode brigar com inimigos que conhece’. Não posso 
esperar que a família ajude numa decisão – não pode compreender – se eu 
disser meias verdades. Então dividir 100% com a família, porque se a família 
não se sentir segura e acolhida não vai funcionar”. 
 
Fonte: elheraldoslp.com.mx 
As informações acerca do estado clínico são necessárias, ainda, para o 
paciente poder planejar sobre sua vida e tomar providências frente à proximidade do 
seu fim. A comunicação foi reconhecida, inclusive, como instrumento fundamental 
para resolver problemas éticos entre profissionais e paciente/família. Mediante 
comunicação, respeito à diversidade de opiniões e unidade os consensos devem ser 
alcançados, iniciando-se entre os próprios membros da equipe. 
 
5.2 Comunicação e respeito no recebimento de más notícias 
 
Fonte: www.vitorjaci.com.br 
A compreensão de uma informação depende do sucesso do processo de 
comunicação. No caso da comunicação entre profissional de saúde e paciente e/ou 
família, muitas dificuldades de comunicação podem impor-se. 
Os pacientes podem ter sua capacidade de compreensão ameaçada ou 
diminuída em decorrência de estados de humor como ansiedade e depressão, 
rebaixamento de nível de consciência, comprometimento cognitivo, sensorial ou pela 
própria dor e outros sintomas intensos. A participação da família ou representante 
legal do paciente em relação às decisões sobre a condução do caso passa a ser 
maior. 
Além disso, profissionais de saúde podem ter dificuldades para empreender 
uma eficaz interação com o paciente/família por falta de habilidade em comunicar-se 
de forma simples, acessível e de acordo com as características dos interlocutores, ou 
pelo receio de sobrecarregar emocionalmente o paciente com uma má notícia ou 
mitigar sua esperança. 
Vale considerar que assim como o acesso à informação é identificado como 
elemento ético importante na relação terapêutica, a qualidade da comunicação 
também traz implicações éticas, vez que deve beneficiar o paciente e evitar os danos 
emocionais que uma má notícia pode trazer. 
Muitos profissionais, e por vezes familiares, se questionam sobre se o paciente 
deseja realmente saber a verdade, se isso pode lhe prejudicar, se seria melhor omitir 
a verdade ou não ser veraz para preservar a esperança. Isto nosremete a uma 
 
exceção à regra de consentimento informado reconhecida no âmbito da assistência à 
saúde, trata-se do chamado privilégio terapêutico, caracterizado pela omissão de 
informações sobre o estado de saúde do paciente baseado num julgamento 
fundamentado do médico de que divulgar a informação seria potencialmente 
prejudicial a um paciente que está deprimido, emocionalmente esgotado ou instável. 
As informações devem ser oferecidas ao paciente com cuidado, respeitando 
também o direito de “não saber”. Foi reconhecida uma diferença cultural entre o Brasil 
e países de cultura anglo-saxônica, que permite que, no Brasil, a informação seja dada 
de forma mais cautelosa. Nesse sentido, Pessini concorda que a atitude anglo-saxã 
em relação à comunicação de diagnóstico/prognóstico vai mais na direção da verdade 
objetiva dos fatos, o que contrasta com a nossa cultura latina, que faz uma leitura 
emocional da verdade médica com a preocupação de proteger o paciente da verdade. 
Reconhece-se também que ter acesso à informação não priva o paciente do 
sofrimento, mas a comunicação respeitosa lhe traz benefícios. 
Enquanto a mentira e a omissão isolam o paciente, a oportunidade de partilhar 
os medos, angústias e preocupações pode trazer benefício terapêutico, sempre que 
se tenha cuidado com relação ao que, como, quando, quanto e a quem se deve 
informar. 
Fallowfield e colaboradores ressaltam ser frequente profissionais de saúde 
alegarem que a maioria dos pacientes não deseja saber a verdade, pois perderiam a 
esperança, ficariam oprimidos e deprimidos, se tornando assim incapazes de 
aproveitar o tempo que lhes resta. Entretanto, há pouca evidência desse processo. Ao 
contrário, a omissão de informações importantes sobre a realidade do estado de 
saúde do paciente não o protege do sofrimento psicológico. O resultado mais 
frequente dessa atitude evasiva do profissional é, para o paciente, maior angústia, 
dificuldade e lentidão no processo de ajustamento necessário. 
 
 
Fonte: www.saudecuf.pt 
Oliveira e colaboradores observaram que 90% dos médicos entrevistados 
afirmaram prover suporte emocional ao paciente, porém 20% informaram não 
conversar sobre a doença nem comunicar o diagnóstico verdadeiro ao paciente em 
fase terminal. Além disso, apesar de 70% dos médicos concordarem que a discussão 
aberta sobre questões de vida e morte não causa danos ao paciente, 80% deles 
preferem não esclarecer a estimativa de tempo de vida para os pacientes. 
Em revisão de literatura sobre comunicação entre profissional de saúde e 
paciente de cuidados paliativos, Slort et al. constataram que as barreiras mais 
frequentemente citadas para a comunicação foram: a falta de tempo do profissional; 
a ambivalência ou falta de desejo do paciente em saber sobre o prognóstico; e o fato 
de o profissional não falar honestamente sobre diagnóstico ou prognóstico. 
Em contrapartida, os facilitadores à comunicação mais citados foram: a 
disponibilidade do profissional; relacionamentos duradouros entre paciente e 
profissional; o profissional manifestar compromisso, abertura e permissão para discutir 
qualquer assunto, sendo honesto e amigável, ouvindo de forma ativa e levando o 
paciente a sério; tomar iniciativa em tocar temas relacionados à finitude, sem omitir 
informações; negociar opções terapêuticas, desejando falar sobre diagnóstico e 
prognóstico, preparação para a morte, questões psicológicas, sociais e espirituais do 
paciente e suas preferências. 
 
Foi identificada ambivalência por parte de paciente e profissional acerca da 
discussão de prognóstico. Muitos pacientes manifestam querer informação completa, 
mas às vezes são relutantes em saber de um mau prognóstico. Por sua vez, 
profissionais referem ser conscientes do impacto das informações sobre a esperança 
do paciente e acham difícil julgar o momento adequado para começar a discussão 
sobre essas questões. 
Comparando sua pesquisa com a literatura sobre comunicação entre 
profissional e paciente em contextos gerais, Slort et al. concluíram que a comunicação 
em cuidados paliativos não é tão diferente. O que poderia ser entendido como 
questões específicas são: a maior dificuldade de predizer o curso clínico da doença, 
que leva a maior incerteza acerca do prognóstico; a ambivalência sobre como lidar 
com informações referentes a um mau prognóstico; a relevância de reavaliar 
continuamente as necessidades de pacientes e família no tocante à oferta de 
informação, vez que as ideias e preferências do paciente podem mudar ao longo do 
tempo. 
Além disso, profissionais devem distinguir entre problemas do paciente e suas 
necessidades percebidas, pois o paciente pode não querer abordar determinados 
problemas. Com relação aos temas da comunicação, questões mais específicas dos 
cuidados paliativos são a explanação sobre a fase final da doença, preferências e 
emoções relativas ao fim da vida, questões espirituais, futilidade terapêutica, opções 
de tratamento que prolonguem a vida, decisões relativas ao fim da vida e crenças 
sobre o que há para além da vida. 
Os autores sugerem que os profissionais de cuidados paliativos estejam 
disponíveis para o paciente, tenham uma abordagem aberta e comprometida, ouçam 
ativamente, tomem iniciativa para falar sobre questões referentes à finitude, 
reconheçam suas ambivalências e as do paciente sobre determinados assuntos, 
reavaliem continuamente as necessidades e preferências do paciente e tenham alto 
nível de habilidades de comunicação para discutir, adicionalmente, questões 
emocionais e espirituais com o paciente. 
 
5.3 Participação na deliberação e tomada de decisão: paciente, equipe e família 
 
Fonte: ipressglobal.com 
Jonsen, Siegler e Winslade aconselham a nunca alegar futilidade para justificar 
decisões unilaterais, evitando assim conversas difíceis com paciente ou família, e que 
se evite o uso do termo futilidade com a família, haja vista sua conotação negativa. 
Sugerem, ao invés disso, direcionar os esforços para oferecer conforto e paliação ao 
paciente, pois os prejuízos de uma intervenção mais agressiva podem exceder os 
benefícios possíveis. 
A autonomia do paciente (exercida por ele ou por seu representante) foi 
reconhecida como importante elemento para a definição da conduta, cabendo à 
equipe legitimar sua participação no processo deliberativo. 
A questão da participação da família na tomada de decisão é trazida também com 
outro foco, com a preocupação pela atribuição, a pessoas leigas, da função de 
decidir sobre questões técnicas sobre as quais não têm competência. Passar para o 
paciente e para a família dilemas que são de a equipe decidir. Por exemplo, se o 
paciente tem a indicação de algum procedimento e aquele procedimento ele é muito 
específico, você precisa de formação para discernir sobre aquele procedimento. 
 
 
Fonte: www.paliativo.org.br 
Conclui-se que caberia à equipe discernir sobre quais questões relacionadas 
ao tratamento do paciente a família pode opinar, e em quais circunstâncias deve ser 
esclarecida a fim de compreender a conduta decidida pela equipe. Delegar à família 
do paciente a responsabilidade por decisões de conduta médica foi identificado como 
problema, especialmente quando há discordâncias entre membros da família ou entre 
família e equipe. 
Os conflitos emergem desde o encaminhamento aos cuidados paliativos, 
incluindo a indicação de procedimentos menos invasivos e a contraindicação de 
medidas desproporcionais, ao dilema, de modo especial, entre reanimar ou não o 
paciente. Nesse sentido, foi referido como problema o fato de muitas vezes a equipe 
médica que encaminha o paciente ou pede interconsulta não zelar pelo 
esclarecimento prévio da família. 
 
6 MODALIDADES DE ATENDIMENTO E RECURSOS TERAPÊUTICOS EM 
CUIDADOS PALIATIVOS 
 
Fonte: atusaludenlinea.com 
6.1 Paciente e família como unidade de cuidado 
A famíliaquando se torna cuidadora, contribui com a permanência da 
assistência necessária ao paciente formando um elo com a equipe. Ao exercer esta 
função em relação aos cuidados e conforto, pode vir a apresentar alterações no âmbito 
emocional, físico e social. É evidente a possibilidade de situações advindas do 
processo de adoecimento e tratamento repercutirem no cuidador, sendo frequente 
índices de estresse e sobrecarga. Em relação a este aspecto, Inocenti et al. (2009) 
referem que “o cuidador também sofre com o adoecer e com a proximidade da morte 
de seu familiar, vêm à tona questões a respeito da vivência do cuidador familiar 
durante o cuidado com o paciente fora de possibilidades de cura” (p. 859). 
 
 
Fonte: s2.glbimg.com 
Assim, a família tem necessidades que podem ser diferentes das do paciente 
e que devem ser consideradas. No entanto, Araújo et al. (2009) coloca que, apesar 
dos cuidadores serem percebidos como benéficos ao tratamento, o foco da atenção 
profissional ainda é o indivíduo doente, como se os cuidadores soubessem cuidar do 
paciente naturalmente, sem necessitar de auxílio e apoio. 
A respeito da atuação da equipe com a família, Oliveira et al. (2011), num 
estudo de revisão de literatura, inclusive apontam o sentimento de insatisfação dos 
familiares com a atuação da equipe no que diz respeito ao suporte emocional à família. 
Em pesquisa qualitativa, Cazali et al. (2011) descrevem que por vezes a equipe pode 
expor os familiares a situações conflitantes devido à falta de informações e 
orientações. 
Ferreira, Souza e Stuchi (2008) apontam para a importância de além do 
paciente, também a família ser considerada pelos profissionais de saúde como parte 
do cuidado, merecendo atenção e assistência. Essa assistência pode ocorrer quando, 
por exemplo, a família não tem preparo técnico ou até mesmo emocional para assumir 
 
o manejo terapêutico do paciente, sendo essenciais orientações e esclarecimentos 
por parte da equipe multiprofissional, preferencialmente de forma contínua e repetitiva 
facilitando a compreensão acerca dos cuidados. É importante que a equipe 
proporcione espaço de comunicação acessível e adequado com a família e paciente, 
para que estes se sintam acolhidos e amparados para possíveis eventualidades. 
Desta maneira, a comunicação possibilita o conhecimento da demanda para um 
planejamento assistencial eficaz, tornando-se um potencial colaborador aos cuidados 
prestados (Araújo et al., 2009). 
Melo et al. (2009) mencionam um estudo que aponta que a atuação da equipe 
determina a segurança do cuidador nos cuidados domiciliares. Tais autoras enfatizam 
a importância da atuação da equipe não só no sentido de educar o cuidador, mas na 
compreensão das mudanças que ocorrem em sua vida e do impacto do cuidado, para 
planejar estratégias facilitadoras da rotina e que permitam minimizar a sobrecarga. 
Para oferecer suporte adequado, algumas intervenções no intuito de conceber 
a família como unidade de cuidado foram encontradas na literatura. Alguns exemplos: 
oferta de módulos educativos a respeito de cuidados domiciliares e o 
acompanhamento dessas famílias para averiguar a incorporação das informações 
recebidas; implementação de políticas públicas que deem suporte financeiro às 
famílias e ofereçam programas que enfoquem questões relacionadas ao papel, 
responsabilidade e estresse da família; intervenções psicossociais e medicamentosas 
(Levine & Zuckerman,1999 citado por Floriani & Schramm, 2006). 
 
Fonte: www.vilavelha.es.gov.br 
 
Intervenções psicoeducacionais são citadas por Sanchez et al. (2010) por 
auxiliarem nas habilidades de enfrentamento e diminuírem a sobrecarga dos 
familiares, tais como: programas de redução de estresse, programas de arte criativa 
para pacientes e cuidadores, programas centrados na família, entre outros. As autoras 
também sugerem o uso da internet ou telefone na criação de uma central de 
informações acerca da assistência domiciliar que ofereça suporte 24 horas. No 
entanto, conforme apontam Queiroz et al. (2013), na percepção dos cuidadores, o 
suporte especializado e o manejo adequado do familiar cuidador quase nunca é 
suprido pelos serviços e profissionais. Muitas vezes os familiares utilizam-se da 
espiritualidade e religiosidade como formas de enfrentamento, que se mostram como 
fatores relevantes para o bem-estar do paciente e da família (Pires et al., 2013). 
Volpato e Santos (2007) trazem a importância do acompanhamento psicológico 
para os familiares cuidadores, no sentido de auxiliá-los na tarefa do cuidar e também 
no autocuidado. Indicam a modalidade do aconselhamento psicológico, uma vez que 
o processo se direciona para a tomada de decisões, mas acrescentam que o cuidador 
pode se beneficiar de outras formas de atendimento, como a psicoterapia breve ou 
mesmo a psicoterapia. A experiência grupal, na organização de grupos terapêuticos 
para familiares cuidadores, também é citada cujo objetivo é possibilitar aos familiares 
trocar informações e conhecer outras pessoas que vivenciam as mesmas questões. 
Independente da terapêutica utilizada é importante que o cuidador aprenda a lidar 
satisfatoriamente com a situação e também a cuidar de si mesmo, física e 
emocionalmente (Cazali et al. 2011). 
Ressalta-se que as intervenções sejam pautadas na equipe multiprofissional, 
com visão interdisciplinar, para que as estratégias sejam adequadas e executáveis 
para os cuidadores, conforme suas demandas específicas (Guimarães & Lipp, 2011). 
Para tal, torna-se necessário a formação cada vez maior de equipes multiprofissionais 
especializadas em Cuidados Paliativos Domiciliares. 
 
7 AS ABORDAGENS DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NOS 
CUIDADOS PALIATIVOS 
 
Fonte: mapadador.com.br 
Os cuidados paliativos pressupõem a ação de uma equipe multiprofissional, já 
que a proposta consiste em cuidar do indivíduo em todos os aspectos: físico, mental, 
espiritual e social. O paciente em estado terminal deve ser assistido integralmente, e 
isto requer complementação de saberes, partilha de responsabilidades, onde 
demandas diferenciadas se resolvem em conjunto. 
A compreensão multideterminada do adoecimento proporciona à equipe uma 
atuação ampla e diversificada que se dá através da observação, análise, orientação, 
visando identificar os aspectos positivos e negativos, relevantes para a evolução de 
cada caso. Além disso, os saberes são inacabados, limitados, sempre precisando ser 
complementados. O paciente não é só biológico ou social, ele é também espiritual, 
psicológico, devendo ser cuidado em todas as esferas, e quando uma funciona mal, 
todas as outras são afetadas. 
É de fundamental importância para o paciente fora de possibilidades 
terapêuticas de cura que a equipe esteja bastante familiarizada com o seu problema, 
podendo assim ajudá-lo e contribuir para uma melhora. 
Serão descritas, a seguir, as abordagens que as categorias profissionais de 
serviço social, psicologia, enfermagem e medicina trazem sobre o cuidado paliativo, 
apontando para três situações: principais aspectos abordados; despreparo 
profissional e ações desenvolvidas. 
 
7.1 Serviço Social 
 
Fonte: www.brasilnoticia.com.br 
O assistente social desempenha dois papéis importantes em cuidados 
paliativos: o primeiro é o de informar a equipe, quem é o paciente do ponto de vista 
biográfico: onde ele vive, em que condições o paciente se encontra para receber o 
atendimento da equipe, que, com as informações dos demais profissionais poderá ser 
planejado como vai ser o tratamento do paciente. O segundo papel consiste no elo 
que este profissional faz entre o paciente-família e a equipe. 
O acolhimento e a escuta são características do trabalho deste profissional, que 
quando se depara com paciente em processo de morte, deve saber colher as 
informações no tempo certo, dar voz ao indivíduo e seus familiares, deixando-os 
extravasarsuas tristezas e insatisfações com o problema. Conhecer a situação 
socioeconômica do paciente, os serviços disponíveis, as redes de suporte e canais 
para atender a demanda dos usuários, são outras atribuições do assistente social. 
Os assistentes sociais em cuidados paliativos contribuem para o fortalecimento 
das relações entre os pacientes e seus entes queridos, providenciam os recursos 
necessários aos cuidados básicos dos indivíduos para que o mesmo tenha uma morte 
digna. 
 
7.2 Psicologia 
 
Fonte: igner.info 
O psicólogo diante da terminalidade humana, busca a qualidade de vida do 
paciente, amenizando o sofrimento, ansiedade e depressão do mesmo diante da 
morte. A atuação do psicólogo é importante tanto no nível de prevenção, quanto nas 
diversas etapas do tratamento. 
Pode ajudar os familiares e os pacientes a quebrarem o silêncio e falarem sobre 
a doença, fornecendo aos mesmos as informações necessárias ao tratamento, que 
muitas vezes é negado pela própria família, pois consideram melhor manter o paciente 
sem a informação. Esse posicionamento da família é denominado em cuidados 
paliativos como a conspiração do silêncio. Assim o psicólogo contribui para que os 
doentes e familiares falem sobre o problema, favorecendo a elaboração de um 
processo de trabalho que ajudará o paciente a enfrentar a doença, construindo 
experiências de adoecimento, processo de morte e luto. 
O trabalho do psicólogo em cuidados paliativos consiste em atuar nas 
desordens psíquicas que geram estresse, depressão, sofrimento, fornecendo um 
suporte emocional à família, que permita a ela conhecer e compreender o processo 
da doença nas suas diferentes fases, além de buscar a todo tempo, maneiras de o 
paciente ter sua autonomia respeitada. 
 
Ferreira et al.1 aponta que o psicólogo deve ter a percepção do fundamento 
religioso que envolve o paciente, como alternativa para reforçar o suporte emocional, 
proporcionando ao mesmo, entender o sentido da sua vida, do seu sofrimento e do 
seu adoecimento, o que é considerado por alguns autores como a psicologia da 
religião. 
A escuta e o acolhimento são instrumentos indispensáveis ao trabalho do 
psicólogo para conhecer a real demanda do paciente, além de ter que possuir uma 
boa comunicação interpessoal seja em linguagem verbal ou não, firmando assim uma 
relação de confiança com o paciente. 
É necessária uma proposta de mudança curricular, que atenda a carência dos 
alunos em relação à tanatologia (estudo da morte) oportunizando aos mesmos uma 
atuação profissional mais completa, tornando-os mais eficientes na atuação para 
cumprir um dos principais objetivos do atendimento psicológico aos pacientes 
terminais, que é passar aos mesmos que o momento crítico da doença pode ser 
compartilhado, estimulando e buscando recursos internos para assim atenuar 
sentimentos de derrota e solidão, favorecendo a ressignificação desta experiência de 
adoecer. 
7.3 Enfermagem 
 
Fonte: blogs.ne10.uol.com.br 
 
1 Ferreira APQ, Lopes LQF, Melo MCB. O papel do psicólogo na equipe de cuidados paliativos 
junto ao paciente com câncer. Rev. SBPH 2011;14(2):85-98. 
 
A enfermagem é uma das categorias desta pesquisa que mais publicam sobre 
o cuidado paliativo. Segundo Matos e Moraes2 a enfermagem pode ser definida como 
a arte e a ciência de se assistir o doente nas suas necessidades básicas e, em se 
tratando de cuidados paliativos, pode-se acrescentar que busca contribuir para uma 
sobrevida mais digna e uma morte tranquila. 
Há convergências das outras categorias profissionais com a enfermagem no 
trato ao cuidado paliativo. Segundo Matos e Moraes 3 os requisitos básicos para 
atuação da enfermagem paliativa consistem no conhecimento da fisiopatologia das 
doenças malignas degenerativas, anatomia e fisiologia humana, farmacologia dos 
medicamentos utilizados no controle dos sintomas, técnicas de conforto bem como a 
capacidade de estabelecer boa comunicação. 
O enfermeiro que atua em cuidados paliativos do paciente com câncer, precisa 
saber orientar tanto o paciente quanto a família nos cuidados a serem realizados, 
esclarecendo a medicação, e os procedimentos a serem realizados. Portanto, o 
enfermeiro deve saber educar em saúde de maneira clara e objetiva, sendo prático 
em suas ações, visando sempre o bem estar dos seus pacientes. 
A enfermagem é uma das categorias que mais se desgastam emocionalmente 
devido à constante interação com os pacientes enfermos, as constantes internações, 
muitas vezes acompanhando o sofrimento, como a dor, a doença e a morte do ser 
cuidado. 
Em busca do bem-estar do paciente terminal, o enfermeiro busca realizar ações 
de confortar o mesmo, além dos cuidados básicos e fisiopatológicos que o paciente 
necessitar, realizando quando possível seus anseios, desejos e vontades. 
Assim, o profissional de enfermagem é fundamental para equipe de cuidados 
paliativos, pela essência de sua formação que se baseia na arte do cuidar. A 
importância da categoria a esses cuidados ficou evidente desde os primórdios da 
ideologia, partindo do princípio que essa maneira de cuidar do paciente oferecendo 
qualidade de vida nos seus últimos dias partiu do conhecimento de uma enfermeira, 
Cicely Saunders, que depois cursou medicina e serviço social. 
 
2 Matos FA, Moraes TM. A Enfermagem nos cuidados paliativos. In: Figueiredo MTA, 
organizadores. Coletânea de textos sobre cuidados paliativos e Tanatologia. São Paulo: Unifesp; 2006. 
p. 49-62. 
3 Idem 2. 
 
7.4 Medicina 
 
Fonte: blog.totvs.com 
O médico tem a sua formação voltada para o tratamento e o diagnóstico das 
doenças. No entanto, em cuidado paliativo, o foco não é a doença e sim o doente, 
tendo o médico que rever os seus conceitos, conhecer o limite do seu fazer e saber 
trabalhar em equipe, pois as demandas do paciente estão para além do aparato físico 
devendo, também, ser trabalhado o lado psicológico, social e espiritual. 
Segundo o Manual dos Cuidados Paliativos4, as equipes de saúde trabalham 
de maneira hierarquizada, onde cada profissional tem seu papel reconhecido 
socialmente de forma diferente, dentro da equipe. O médico tem o papel determinante 
dentro do grupo, e se ele não aceitar determinada situação todo o trabalho da equipe 
pode se perder. O Manual também aponta a principal atuação do médico em cuidados 
paliativos, que seria o de coordenar a comunicação entre os profissionais envolvidos, 
o paciente e a família, que esperam ouvir do médico informações do diagnóstico e 
prognóstico da doença. É de extrema relevância que o médico tenha uma boa 
comunicação com a equipe, para que todos tenham a mesma postura. 
 
4 Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Manual de cuidados paliativos. Rio de Janeiro: 
Diagraphic; 2009. 
 
Apesar do Manual dos Cuidados Paliativos tratar a categoria de medicina como 
determinante e de liderança dentro da equipe de cuidados paliativos, considero que 
este argumento deve ser debatido, tendo em vista que a filosofia preconiza a ação de 
uma equipe multidisciplinar, onde cada um tem a sua importância. Haverá momentos 
do trabalho em que uma categoria pode sobressair, mas isso não significa que esta 
categoria tenha um papel determinante dentro do grupo. 
 
 
Fonte: www.gruposantacelina.com.br 
O médico deve atuar em conjunto com o paciente, orientando sem coagir, 
mostrando-lhe os benefícios e as desvantagens de cada tratamento, de forma 
inteligível a seu entendimento. Agindo assim o médico se torna um facilitador para 
toda a equipe trabalhando de maneira a ajudar os familiares e o paciente terminal a 
exercer sua autonomia. 
Como as demais categorias em debate, o médico também passa por 
dificuldades ao tratar o paciente terminal, pois são aqueles que desafiam a capacidade 
e os limites destes profissionais,carecendo de apoio físico e emocional. 
Quando a morte é inevitável a sensação que aparece é o de fragilidade deste 
"poder de curar", causando em muitos profissionais a sensação de fracasso 
profissional. 
Diante desta dificuldade em lidar com a finitude humana, muitos médicos se 
distanciam do moribundo e até mesmo o tratam não como uma pessoa, mas como 
um objeto que necessita da sua intervenção. 
 
A partir desta afirmação podemos perceber que cada médico formará a sua 
própria percepção de morte baseado em suas vivências e experiências anteriores. No 
entanto, a morte desencadeia sentimentos que não somente marcam a pessoa que 
está morrendo, mas também médicos e profissionais de saúde e, como aponta 
Salgado et al.16, o posicionamento ideal do médico deve ser compreender o que o 
paciente sente, identificar-se parcialmente com ele, mas não sofrer como se fosse ele, 
atitude difícil de se manter, como menciona o autor. 
A medicina paliativa tornou-se uma área de atuação médica no país em agosto 
de 2011. Os médicos que ingressarem em programas de residências de clínica 
médica, cancerologia, geriatria e gerontologia, medicina de família e comunidade, 
pediatria e anestesiologia, podem receber treinamento adicional especifico na área de 
medicina paliativa. Segundo resolução 1973/2011 do Conselho Federal de Medicina 
(CFM), os médicos interessados devem cursar mais um ano para receber o título de 
paliativista que será oferecido pela Associação Médica Brasileira (AMB)5. 
Os médicos valorizam a qualidade de vida, o princípio da beneficência, não 
maleficência e da justiça aos pacientes terminais. O currículo do médico, como os dos 
demais profissionais de saúde, também carece de disciplinas que tratem mais de 
tanatologia. Conforme sinalizam Souza e Lemônica 6 a universidade é pouco 
preocupada com a formação humana de seus alunos, primando pela informação 
técnica, ou seja, o futuro profissional sairá da academia prejudicado, pois se sentirá 
despreparado para assumir e resolver situações que estão para além da técnica, e o 
trato aos pacientes terminais é um desses casos. 
Segundo a ANCP7, ainda hoje, no Brasil, a graduação em medicina não ensina 
ao médico como lidar com o paciente em fase terminal, como reconhecer os sintomas 
e como administrar esta situação de maneira humanizada e ativa. No entanto, o 
médico nos cuidados paliativos é um profissional importante. Ele contribuirá para 
fornecer esclarecimentos sobre diagnósticos e prognósticos para o paciente cuja 
morte é inevitável, orientando a equipe, mantendo sempre uma boa comunicação com 
os demais profissionais, para que o paciente tenha dignidade nos últimos de sua vida. 
 
5 Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Manual de cuidados paliativos. Rio de Janeiro: 
Diagraphic; 2009. 
6 Souza MTM, Lemonica L. Paciente terminal e médico capacitado: Parceria pela qualidade de 
vida. Rev. Bioética 2003;11(1):83-100. 
7 Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Manual de cuidados paliativos. Rio de Janeiro: 
Diagraphic; 2009. 
 
Portando quando não se pode mais curar, ainda se pode cuidar e se ter uma boa 
relação entre médicos e pacientes. 
7.5 Estratégias de enfrentamento profissional frente à comunicação de 
notícias difíceis 
Má notícia pode ser definida como “qualquer informação que afeta seriamente 
e de forma adversa a visão de um indivíduo sobre seu futuro”8. Entretanto, a má notícia 
está sempre “na perspectiva de quem olha”, de modo que não se pode estimar o 
impacto da má notícia até que se tenha determinado as expectativas e compreensão 
de quem a recebe. Por exemplo, uma paciente a quem se diz que sua dor nas costas 
se deve à recidiva de um câncer no seio quando ela esperava ouvir que era uma dor 
muscular, provavelmente sentir-se-á chocada. 
No curso de um câncer, um médico ocupado pode transmitir informação médica 
desfavorável muitos milhares de vezes9. Transmitir más notícias a pacientes com 
câncer traz aversão inerente, descrita como “dar uma porrada da cabeça” ou “jogar 
uma bomba”10. Transmitir más notícias pode ser particularmente estressante quando 
o médico é inexperiente, o paciente é jovem, ou há perspectivas limitadas de um 
tratamento bem-sucedido11. 
 
No final dos anos 70 a maioria dos médicos estava aberta a contar para seus 
pacientes o seu diagnóstico 12 . Entretanto, estudos começaram a indicar que os 
pacientes também queriam informações adicionais. Por exemplo, um inquérito 
publicado em 1982 sobre 1251 americanos13 indicou que 96% queriam saber se 
tivessem um diagnóstico de câncer, mas também que 85% queriam, nos casos de um 
 
8 Buckman R. Breaking Bad News: A guide for Health Care Professionals. Baltimore: Johns 
Hopkins University Press, 1992:15. 
9 Fallowfield L, Lipkin M, Hall A. Teaching senior oncologists communication skills: results from 
phase I of a comprehensive longitudinal program in the United Kingdom. J Clin Oncol 1998;16: 1961-
1968. 
10 Miyaji N. The power of compassion: truth-telling among American doctors int he care of dying 
patients. Soc Sci Med 1993; 36:249-264. 
11 Ptacek JT, Eberhardt TL. Breaking bad News. A review of the literature. JAMA 1996; 276: 
496-502. 
12 Novack DH, Plumer R, Smith RL et al. Changes in physicians’ attitudes toward telling the 
cancer patient. JAMA 1979; 241: 897-900. 
13 Morris B, Abram C. Making Healthcare Decisions. The Ethical and Legal Implications of 
Informed Consent in the Practtioner-Patient Relationship. Washington: United States Superintendent of 
Documents, 1982:119. 
 
prognóstico muito grave, saber uma estimativa realística de quanto tempo teriam de 
vida. Durante muitos anos, alguns estudos nos Estados Unidos embasaram estes 
achados, embora as expectativas dos pacientes não tenham sido atendidas. 
Observou-se que os desejos dos pacientes europeus eram semelhantes aos destes 
pacientes americanos. Por exemplo, um estudo de 250 pacientes em um centro de 
oncologia na Escócia mostrou que 91% e 94% dos pacientes, respectivamente, 
queriam saber suas chances de cura de seu câncer de dos efeitos colaterais da 
terapia14. 
Imperativos Éticos e Legais Na América do Norte, os princípios do 
consentimento informado, autonomia do paciente e casos legais criaram obrigações 
legais e éticas claras de proporcionar tanta informação quanto os pacientes desejarem 
sobre sua doença e tratamento. Médicos não devem restringir informação médica 
mesmo que suspeitem que esta tenha um efeito negativo sobre o paciente. Ao mesmo 
tempo, uma obrigação de revelar a verdade, sem cuidado ou preocupação com a 
sensibilidade com que isto é feito ou o compromisso de dar suporte e assistência ao 
paciente na tomada de decisão, pode resultar no paciente ficar tão aborrecido quanto 
se lhe tivessem mentido 15 . Como já foi adequadamente sugerido, a prática da 
frustração não pode ser remediada instantaneamente por uma nova rotina de falar a 
verdade de forma insensível16. 
 
14 Meredith C, Symonds P, Webster L et al. Information Needs of cancer patients in West 
Scotland: cross sectional survey of patients’ views. BMJ 1996; 313: 724-726. 
15Lind SE, DelVecchio-Good MJ, Seidel S et al. Telling the diagnosis of cancer. J Clin Oncol 
1989; 7:583-589. 
16 Holland JC. Now we tell-but how well. J Clin Oncol 1989; 7:557-559. 
 
7.6 Considerações Finais 
 
Fonte: www.megacurioso.com.br 
O tratamento paliativo é fundamental para controlar os sintomas de uma 
doença crônica em estágio avançado e também proporcionar mais qualidade de vida 
ao paciente e seus familiares. No Brasil, o envelhecimento da população e o aumento 
da incidência de câncer tornam os doentes que carecem de cuidados paliativos uma 
questão de enorme impacto social e de importância crescente em termos de saúde 
pública. No país ainda não há uma estrutura de cuidadospaliativos adequada às 
demandas existentes, tanto do ponto de vista quantitativo, quanto qualitativo. 
A Fundação do Câncer há muito está empenhada em contribuir para melhoria 
deste cenário. Em 1998 deu suporte à criação do Centro de Suporte Terapêutico 
Oncológico, atualmente Hospital do Câncer IV (HC IV), unidade do Instituto Nacional 
de Câncer (Inca) exclusivamente dedicada a pacientes fora das possibilidades de 
cura. E, entre os projetos em andamento, estão a busca de instalações para 
implantação de uma unidade de cuidados paliativos na região central do Rio de 
Janeiro e também a construção de uma unidade modelo em terreno já adquirido para 
este fim, em Vargem Pequena, na zona oeste da cidade. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no mínimo, 80% das 
mortes por câncer e outras enfermidades ameaçadoras da vida correspondem a 
pacientes em fase terminal que se beneficiariam de cuidados paliativos. A cada grupo 
 
de 1 milhão de habitantes, cerca de 1 mil pacientes/ano necessitam de cuidados 
paliativos. Embora esse cálculo possa estar subestimado, por refletir apenas a 
necessidade de cuidado da fase terminal, ainda assim é uma boa referência sobre a 
necessidade dos cuidados paliativos. 
No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, levando-se em conta estimativas do 
Inca para 2015 – excluindo os casos de câncer de pele não melanoma – o número de 
pacientes necessitados de cuidados paliativos por ano, desde o diagnóstico, está em 
torno de 12.576 na capital e 27.816 em todo o estado. Como familiares cuidadores 
devem ser incluídos entre os que seriam beneficiados com esse tipo de atendimento, 
a demanda dobra. Ou seja, 25.152 na capital e 55.632 em todo o estado. 
 
 
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