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IDENTIDADE DE GÊNERO

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO 
DIRETORIA DE GRADUAÇÃO FORA DE SEDE E PARCELADAS 
 BACHARELADO DE DIREITO 
 
 ADONIAS BARBOSA; ANDRÉIA BARBOSA; CÉLIO 
IGNÁCIO DE OLIVEIRA;HAYUME CAMILLY OLIVEIRA DE SOUZA; RONI 
MÁRCIO BRAGA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTROPOLOGIA JURÍDICA 
IDENTIDADE DE GÊNERO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMODORO 
2020 
 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO 
DIRETORIA DE GRADUAÇÃO FORA DE SEDE E PARCELADAS 
 BACHARELADO DE DIREITO 
 
IDENTIDADE DE GÊNERO: 
Conceito- 
. Gênero: Utilizado para designar os modos de classificar as pessoas como pertencentes a 
mundos sociais, a princípio, organizados pelas diferenças de sexo. 
 
. Identidade de Gênero: Forma como o indivíduo se percebe e é percebido pelos outros. 
Possuir o sexo biológico, no entanto, não implica automaticamente uma identificação com as 
convenções sociais. 
 
HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO MÉDICA 
 
Termo proposto em 1960 pelo médico e psicanalista Robert Stoller (1985) em busca de 
diferenciar o sexo e o gênero de seus pacientes transexuais e hermafroditas, baseando-se na 
diferença de cultura e natureza. 
Stoller incide do ponto de vista médico, sobre aspectos físicos e psíquicos individuais, 
para ele haveria uma essência masculina ou feminina que, em ultima instancia, constitui o 
sujeito e o acompanha por toda vida. 
A antropologia, considera a identidade de gênero por meio de um ponto de vista 
relacional e social. O que diz respeito não somente aos casos de transexuais, embora esse termo 
venha ganhando densidade, no exame da transexualidade. 
Para Stoller, identidade de gênero é uma categoria complexa que articula três elementos: 
rotulação, identidade e papel. Apesar de os genitais externos serem lidos pela sociedade e pelo 
indivíduo por ela socializado (homem ou mulher), não são determinantes para produzir o 
sentimento de pertencer a um gênero. 
 Identificação Transexual: Possuem um sexo biológico, mas afirmam a certeza de que são 
do sexo oposto, havendo o descompasso entre a corporalidade biológica e o psiquismo 
vivenciado. 
 Identificação Travesti: Se reconhecem com o corpo pertencente ao masculino, mas preferem 
construir sua identidade como sendo do gênero feminino, escolhendo não suprimir a 
ambiguidade entre o corpo masculino e uma performance feminina (Benedetti, 2005). 
 Identificação Intersexuais ou Hermafroditas: Possuem a anatomia indefinida, bem como 
componentes do sexo em discordância. Se forem criados como indivíduos de um 
determinado sexo, terão o sentimento de pertencer a este, não a outro sexo. 
O papel do gênero é um componente mais diretamente relacionado á vida social, 
indicando o conjunto de expectativas sobre os comportamentos sociais das pessoas. Os 
Operadores do Direito em geral, consideram sexo, gênero e sexualidade como atributos fixos, 
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PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO 
DIRETORIA DE GRADUAÇÃO FORA DE SEDE E PARCELADAS 
 BACHARELADO DE DIREITO 
 
estáveis e universais, cuja base provém da biologia. Por isso, agem de acordo com a proposta 
de Stoller (1985), pautando-se nessa versão essencialista do sexo/gênero. 
 
DISCUSSÃO ANTROPOLÓGICA 
A leitura antropológica salienta que a dimensão biológica é submetida a um processo de 
transformação cultural que impede a definição dos limites do que é natural. Os indivíduos só se 
tornam humanos por meio de capacitação cultural, razão pela qual as possibilidades de 
construção de gênero e do que concerne a sexualidade, variam em função dos contextos sociais. 
 
IMPLICAÇÕES LEGAIS 
Nas ultimas décadas, os movimentos de homossexuais têm lutado pelo direito ao 
casamento, herança dos bens de seus parceiros e adoção. Do ponto de vista jurídico, há questões 
específicas dos transexuais, pois vivem situações um pouco mais complexas do que as dos 
homossexuais e travestis. 
Reivindicam o direito de livre expressão sexual e todos os outros direitos 
constitucionais, enfrentando uma situação que envolve práticas cirúrgicas que podem ser 
consideradas multilatórias e passíveis de penalização do médico, caso o transexualismo não for 
concebido como “erro” a ser corrigido. Atualmente, os transexuais devem, quase 
obrigatoriamente, submeter-se á cirurgia para obter o direito à troca de documentação. 
Os impedimentos legais ao acesso indiscriminado aos direitos constitucionais se dão em 
função de, em sua maioria, os operadores do direito, tal qual os médicos, consideram “normais” 
apenas situações em que sexo, gênero e sexualidade se combinam de maneira heteronormativa, 
tomando a identidade como algo fixo, imutável e apoiado apenas no sexo biológico. 
O olhar que a antropologia oferece, permite abarcar as inúmeras identidades de gênero 
se um viés hierarquizante ou estigmatizante, possibilitando assim uma nova compreensão das 
demandas que as questões da identidade de gênero aportam atualmente ao poder judiciário. 
 
IDENTIDADE SEXUAL 
Pelo olhar da psicanálise e na psicologia social, sugere um atributo da personalidade 
ligado ao foco supostamente duradouro de orientação dos desejos e sentimentos eróticos e/ou 
afetivos, desenvolvido em meio as convenções sociais. 
Identidades Sexuais são construções. A abordagem “construcionalista” se contrapõe, 
com importantes modulações a visão “essencialista”. Na visão construcionalista a sexualidade 
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 BACHARELADO DE DIREITO 
 
se torna suporte de identidade e comunidades apenas em determinados contextos históricos e 
culturais. 
Estudos interdisciplinares de ênfase histórica (Foucault, 1976,1984, Laquer, 1992) que 
sustentam a correspondência entre a ideia de pré-moldada pela natureza e baseado na 
morfologia do corpo biológico, e a forma pela qual a sexualidade se construiu no Ocidente 
moderno, por meio das teorias biomédicas do século XIX. 
Estudos antropológicos e históricos, sobre outros contextos culturais, passados e 
presentes, tendem a dissolver a articulação supostamente universal entre um tipo de atração 
erótica e um tipo de identidade pessoal singular. 
Praticas sexuais entre pessoas de um mesmo sexo, podem ser nomeadas, reconhecidas 
e institucionalizadas. Em certos contextos culturais, parece possível reconhecer um padrão de 
gestão da sexualidade em que, especialmente entre os homens, há um período de atividades 
homossexuais normativamente prescritas e prolongadas antecedendo o exercício das relações 
heterossexuais. 
A orientação sexual entendida como desejo sexual por pessoas do mesmo sexo é, em 
vez de causa e origem, decorrência dos determinantes socioculturais da construção da pessoa, 
nas quais estão em jogo formas de percepção e representação da anatomia e da fisiologia 
sexuais, a participação na divisão de trabalhos e convenções de corporalidade e aparência que 
modelam gênero e sexo. 
A produção de categorias e identidades distintivas e singulares associadas á atração 
erótica seja uma particularidade relativamente recente das sociedades ocidentais 
contemporâneas, frisam que as classificações que se baseiam nesse suposto grande divisor da 
orientação sexual tampouco esgotam as representações sobre sexualidade existentes nessas 
próprias sociedades. 
No final dos anos 1940, pesquisas de Alfred Kinsly nos EUA, questionaram a 
possibilidade de as categorias “heterossexual” e “homossexual” darem conta da diversidade dos 
componentes encontrados. 
No Brasil ainda contamos com um sistema que distingue “homens”, socialmente 
masculinos e “ativos” no ato sexual, e “bichas”, socialmente femininas e “passivas”. Homens 
quemantêm relações sexuais com outros homens, na qual desempenham papel de “ativos”, 
fazendo ou não por troca de dinheiro, não se consideram homossexuais ou “gays”. 
Gays e lesbicas possuem mais significado específico que meramente praticas sexuais, 
assumem na experiencia pessoal e social a se referenciar a si mesmos. Na sociedade brasileira, 
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PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO 
DIRETORIA DE GRADUAÇÃO FORA DE SEDE E PARCELADAS 
 BACHARELADO DE DIREITO 
 
em certos ambientes da atual era juvenil metropolitana, namorar pessoas do mesmo sexo pode 
não implicar o compromisso de uma identidade sexual permanente. 
Estilo, preferencia estética, apresentação corporal, idade, classe, religião, cor/raça e o 
que contemporaneamente se define como performatividade de gênero. Tal proliferação de 
identidades flexíveis e fluídas continua a ser o grande desafio de todo esforço em busca de 
caracterização normativa da organização social em relação á sexualidade.

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