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CAIPIRA HORTALIÇAS ME PEÇA 1

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(ÍZA) DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU/SÃO PAULO
CAIPIRA HORTALIÇAS ME, Microempresa, inscrita no CNPJ sob o n., com sede/estabelecimento em Bauru/SP, rua, n., bairro, CEP, com endereço eletrônico, neste ato representada por BARNABÉ, brasileiro, estado civil desconhecido, Empresário, portador do RG SP, inscrito no CPF sob o n., domiciliado em Bauru/SP, o qual pode ser encontrado no mesmo endereço comercial supracitado, vem, respeitosamente, perante V.Exa., por intermédio de seus procuradores infra-assinados, com fundamento no art. 186 c/c 927 do Código Civil, ajuizar a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C PERDAS E DANOS, em desfavor de VIAÇÃO METEORO LTDA, empresa privada, inscrita no CNPJ sob o n., com sede/estabelecimento no endereço, n., bairro, CEP, São Paulo/SP, em razão dos fatos e fundamentos expostos adiante.
1. PRELIMINARMENTE
1.1. DA JUSTIÇA GRATUITA
O Requerente, com fundamento no artigo 98 do Novo Código de Processo Civil, requer que seja concedido o benefício da Gratuidade da Justiça, visto que se encontram em estado de insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios
1.2. DA COMPETÊNCIA
Prevê a norma do artigo art. 53, V, do Código de Processo Civil, que:
“Art. 53. É competente o foro:
(...)
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.” (Destacou-se).
Ante o exposto, não há falar em incompetência em razão do lugar, no presente caso.
1.3. DA LEGITIMIDADE PASSIVA
Referente à legitimidade passiva, sendo a transportadora proprietária do veículo e que o seu empregado era o condutor do veículo, motivo pela qual será de responsabilidade da mesma responder pelos danos sofridos pelo Autor, o art. 927, do CC, demostra que:
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.” (Sic).
Caso não seja esse o entendimento de V.Exa., d.m.v, o art. 932, do CC, em seu inciso III, deixa claro, senão veja: 
“Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
(...)
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.” (Sic).
Conforme supracitado, fica claro a responsabilidade da Ré pela reparação dos danos sofridos pelo Autor, uma vez que, esses foram provocados por funcionário em quanto conduzia o veículo no horário de trabalho.
2. DOS FATOS 
O sr. Barnabé é agricultor e vive da colheita e do transporte das hortaliças aos mercados das cidades vizinhas a Bauru/SP. Ele possui uma microempresa chamada Caipira Hortaliças Ltda. ME, cuja sede é na mesma cidade, que utiliza para emitir notas fiscais aos comerciantes que adquirem os seus produtos. 
Com o esforço do seu trabalho, através da Caipira Hortaliças Ltda. ME, Barnabé adquiriu uma pick-up Ford Ranger, placa GGG-1223, que utilizava para o transporte dos seus produtos. O seu veículo realizava entre 5 a 10 entregas por dia nas cidades próximas. No dia 11.02.2017, o sr. Barnabé retornava a Bauru/SP conduzindo a sua Pick-up após mais um dia cansativo de trabalho. Naquela noite, chovia muito e a estrada estava escorregadia, e havia também muita neblina. Ocorre que, quando trafegava na curva do km 447 da rodovia BR-345, no município de Jaú/SP, o sr. Barnabé perdeu o controle do seu veículo. Os pneus traseiros derraparam, e o veículo rodopiou por sua pista, ficando atravessado na pista, sem, contudo, invadir a pista contrária. No entanto, um ônibus da Viação Meteoro Ltda., que trafegava na pista contrária, assustou-se com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé, e pisou no freio. Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick-up Ranger. Com o impacto, a pick-up foi arremessada por cerca de10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista. 
Com o impacto, o sr. Barnabé feriu-se gravemente, apresentando um corte na testa, fratura nas pernas e nos braços. O veículo pick-up Ranger, com o impacto, ficou todo amassado, com danos no chassi e por toda a lataria. Pelo lado do ônibus, com o impacto, cinco passageiros, os senhores Lino, Cláudio, Ribamar, Jorge e Bráulio, que não estavam utilizando cinto de segurança, sofreram lesões. Lino quebrou o seu braço e teve uma pancada na cabeça. Cláudio teve um traumatismo craniano e está em observação no hospital local. Ribamar teve uma lesão na coluna e corre o risco de ficar com sequelas ou paralisia. Jorge e Bráulio tiveram escoriações leves. Em razão do acidente, a Polícia Rodoviária Federal interditou as pistas e chamou a perícia. A polícia tomou ainda o depoimento do motorista do ônibus, que afirmou que invadiu a pista contrária em razão de tentar desviar do veículo que estava derrapando e indo a sua direção. Posteriormente, no hospital, a polícia tomou o depoimento do sr. Barnabé, que afirmou que perdeu o controle do seu veículo em vista do ônibus ter invadido a contramão, o que o forçou a realizar uma manobra brusca que causou a derrapagem e o impacto com o ônibus. A perícia que esteve no local foi inconclusiva, pois, como estava chovendo, não conseguiu colher as medidas das derrapagens, embora tenha reconhecido a invasão à outra pista, mas não conseguiu definir se esta ocorreu antes ou após o choque. Estiveram também presentes a seguradora da pick-up, Shangai Marine, bem como a 4 seguradora da empresa de ônibus da Viação Meteoro, a Seguradora Trafegar S/A. 
O relatório final de cada uma tinha conclusões distintas: a seguradora da empresa de ônibus considerou a pick-up como a responsável pelo acidente, enquanto que a seguradora da pick-up considerou a empresa de ônibus como a responsável. Após se submeter a cirurgias nos seus braços e pernas e tomar pontos na sua testa, embora agradecido por ter sobrevivido, o sr. Barnabé estava preocupado agora com a situação envolvendo o seu veículo e o seu sustento. Como ele trabalhava sozinho, não sabia como fazer para sobreviver no período de recuperação do acidente, e também como faria para transportar as hortaliças. Ele também tinha dúvidas de quem seria o responsável pelo ressarcimento do seu veículo: o motorista do ônibus, a empresa ou os dois. Foi apurado que a empresa Viação Meteoro Ltda. tinha sede em São Paulo/SP. A empresa de ônibus fez três orçamentos para o conserto do seu veículo, ficando apurado que o da concessionária Translíder ficaria em R$50.000,00 (cinquenta mil reais), o da Oficina Battera ficaria em R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais), enquanto que o orçamento da Oficina Restaurar Ltda. ficaria em R$40.000,00 (quarenta mil reais). Por outro lado, foi apurada a perda total do veículo do sr. Barnabé. Analisando o balanço mensal da empresa Caipira Hortaliças constatou-se que esta possuía um faturamento mensal de R$20.000,00 (vinte mil reais), sendo que o lucro líquido mensal chegava ao montante de R$10.000,00 (dez mil reais). No período de três meses, necessário ao restabelecimento da saúde do sr. Barnabé, a empresa zerou o seu faturamento, e ficou em dificuldades com o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo de R$10.000,00.
Mesmo após incessantes tentativas de contato, a empresa demandada não se responsabilizou em arcar com os prejuízos do acidente cometido pelo seu preposto, deixando de prestar qualquer assistência ao autor, que ficou desamparado e sem condições de arcar com o seu sustento e de sua família, motivo pelo qual recorre ao Poder Judiciário na pretensão de fazer valer o seu direito, que deverá ser reconhecido como ato de mais lídima justiça!
3. DO DIREITO
A responsabilidade do Requerido constitui-se de forma subjetiva por ato ilícito, não obstante,as provas carreadas oportunamente deixaram claro de forma cabal a necessidade das medidas pleiteadas, bem como a tutela antecipada aqui requerida.
3.1. DA INFRAÇÃO DE TRÂNSITO E O DEVER DE INDENIZAR
No presente caso, conforme narrado no item 2 dessa peça, a Requerida não agiu em conformidade com os artigos 28, 29 e 34 do Código de Trânsito Brasileiro, senão veja-se:
“Art. 28 O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.” (Sic);
“Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas;
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas;
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela;
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade;
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem, respeitadas as demais normas de circulação;
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, observadas as seguintes disposições:
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário;
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local;
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas deste Código;
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN;
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certificar-se de que:
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo;
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário;
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço;
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma distância lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou;
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de passagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulação.
XIII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13. 281, de 2016) (Vigência)
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela faixa da esquerda como pela da direita.
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.” (Sic) e;
“Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.” (Sic).
Nesse diapasão não resta dúvidas quanto dos atos ilícitos da Requerida que são tutelados pelos artigos. 186 e 927 do CC, uma vez que a Requerida tenha invadido a contramão causando a colisão com o veículo do Autor.
4. DAS PERDAS E DANOS
4.1. DO PREJUÍZO MATERIAL EMERGENTE
Estes decorrem do nexo de causalidade entre os fatos e os resultados, exigido pela demanda sobre a responsabilidade civil subjetiva.
Quanto à questão dos valores decorrentes de orçamentos, a jurisprudência considera que deve ser cobrado o valor contido no orçamento menor dentre os três auferidos, para efeito de realização do pedido de reparação com base nos veículos.
Em perícia realizada, testemunhos, vídeo, declaração policial e 3 (três) orçamentos realizados em oficinas diversas, fica evidente e incontroverso o dever de indenização pelos danos materiais causados ao veículo do autor, que sofreu perda total.
Os valores do orçamento sobre o veículo são, em ordem crescente, R$35.000,00, R$40.000,00 e R$50.000,00.
Neste sentido é a jurisprudência desse egrégio Tribunal:
“APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. DEMANDA AFORADA CONTRA O MOTORISTA E O PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA NA ORIGEM, CONDENANDO OS RÉUS AO PAGAMENTO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. RECURSOS INTERPOSTOS POR AMBAS AS PARTES. DISCUSSÃO CONCERNENTE À CULPA PELO EVENTO DANOSO. PROVA TESTEMUNHAL E DOCUMENTAL QUE EVIDENCIAM QUE O MOTORISTA RÉU DESRESPEITOU O SINAL VERMELHO DO SEMÁFORO, PROVOCANDO A COLISÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL CONFIGURADA. INSURGÊNCIA ACERCA DA EXISTÊNCIA DOS DANOS MORAIS E DO QUANTUM ARBITRADO. SITUAÇÃO DE OFENSA À INTEGRIDADE FÍSICA EM QUE HÁ PRESUNÇÃO DE ABALO ANÍMICO (DANO MORAL IN RE IPSA). PRECEDENTES. MONTANTE FIXADO QUE SE MOSTRA RAZOÁVEL E PROPORCIONAL. JUROS MORATÓRIOS. ALEGAÇÃO DE QUE O TERMO INICIAL DEVERIA SER A DATA DO EVENTO DANOSO. CABIMENTO. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL CONSOLIDADO” (STJ - AgInt no AREsp n. 846.923/RJ, Quarta Turma, Min. Luis Felipe Salomão. Data do julgamento: 9.8.2016). RECURSOS CONHECIDOS. APELO DO AUTOR PARCIALMENTE PROVIDO E DOS RÉUS DESPROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0006587-87.2013.8.24.0018, de Chapecó, rel. Des. Bettina Maria Maresch de Moura, j. 20-02-2017).
Em razão disto, deverá a Requerida arcar com o prejuízo referente ao valor do veículo abalroado, cujo mínimo por orçamento perfaz a quantia de R$35.000,00.
Além disto, deverá a Requerida ressarcir o prejuízo referente aos valores de locação do seu estabelecimento, bem como comos seus fornecedores, que de acordo com a prova carreada aos autos chega-se a cifra de R$10.000,00 (dez mil reais), que deverão ser devidamente corrigidos até a data do efetivo pagamento.
4.2. DOS LUCROS CESSANTES
Diante do exposto no item inerente aos Fatos, o Autor devido ao acidente, ficou sem seus provimentos durante três meses, devido a isso, o pleito dos lucros cessantes.
O Código Civil em seu artigo 949, deixa claro quanto ao assunto, senão veja-se:
“Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.” (Sic).
E a jurisprudência corrobora:
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - PROPRIEDADE DO BEM DANIFICADO - COMPROVAÇÃO. VEÍCULO ESTACIONADO IRREGULARMENTE SOBRE ÁREA DE SEGURANÇA DE LINHA FÉRREA - IMPRUDÊNCIA CARACTERIZADA - INDENIZAÇÃO - PROCEDÊNCIA - RESPONSABILIDADE PELOS DANOS MATERIAIS E LUCROS CESSANTES. 
- Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade (art. 3º do CPC) e ninguém pode pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei (art. 6º do CPC). Tratando-se de bem móvel, a aquisição da propriedade se dá com tradição da coisa, sendo prescindível o registro de propriedade quando por outros meios se comprova quem é dono do bem. 
- Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, ut art. 186, Código Civil. 
- Age com culpa aquele que estaciona seu veículo de forma irregular sobre área de segurança de linha férrea e colocando em risco os demais motoristas. 
- Os lucros cessantes devem abranger todo o período em que o veículo ficou parado, desde o acidente até o seu conserto, devendo ser calculados de acordo com o que a empresa deixou de auferir, deduzido valor razoável a título das despesas operacionais que teria com o transporte não efetuado.” (TJMG - Apelação Cível 1.0338.09.094888-0/001, Relator(a): Des.(a) Mota e Silva , 18ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 30/06/2015, publicação da súmula em 03/07/2015, destacou-se.)
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - VEÍCULO DE LOCAÇÃO - DANOS MATERIAIS - COMPROVAÇÃO POR MEIOS DE NOTAS FISCAIS - DEVER DE INDENIZAR - LUCROS CESSANTES DEVIDOS - PROCEDÊNCIA - DEVER DE REEMBOLSAR LIMITADO AO VALOR EXPEDIDO PELA LOCADORA NO CONSERTO DO AUTOMÓVEL - SENTENÇA REFORMADA. Nos casos em que a parte der causa ao acidente, será responsável pelos prejuízos materiais causados aos envolvidos. A inatividade de veículo de locação, em razão de acidente de trânsito, gera o direito ao recebimento de lucros cessantes pelo período em que o automóvel não pôde ser utilizado, podendo o valor ser calculado, de forma razoável, com base no valor da diária de locação, em razão dos lucros não auferidos, pelo período de conserto, sob pena de levar ao enriquecimento ilícito do locatário em detrimento do locador. Assim, considera-se, para fins de indenização por lucros cessantes, o período comprovado pelo autor, através dos documentos que instruíram os autos, mormente pelo fato de a ré não ter apresentado qualquer prova em contrário (art. 333, II, do CPC).” (TJMG, Apelação Cível 1.0024.13.271183-9/001, Relator(a) Des.(a) Newton Teixeira Carvalho, Julgamento 14/04/2016, Publicação da Súmula em 29/04/2016, destacou-se).
Nessa linha, o termo final para a incidência da condenação por Lucros Cessantes haveria de ser a data em que o Autor encerrou suas atividades, qual seja, no dia do acidente causado pela Ré. 
Ad argumentandum, mesmo que o entendimento supra não seja o de V.Exas., no mínimo haveria de ser considerado a quantia referente aos lucros líquidos mensais que chegavam ao montante de R$10.000,00, por mês, sendo o Autor ficou três meses sem trabalhar, já perfaz o valor total de R$30.000,00 (trinta mil reais).
5. DOS PEDIDOS
Em razão do exposto, o Autor pede/requer:
a) a citação do réu por meio eletrônico, para que conteste o feito no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de se reputarem verdadeiros os fatos alegados na inicial, advindo em consequência os efeitos da revelia;
b) designação de audiência de conciliação, para que no ato possam as partes solucionar a lide antecipadamente e, caso não ocorra a conciliação, seja designada audiência de instrução e julgamento;
c) deferimento do pedido a fim de que seja concedida a JUSTIÇA GRATUITA, ante a comprovação pela Requerente de que faz jus ao benefício, consoante o art. 99 e seguintes do CPC;
e) a procedência dos pedidos iniciais com condenação do Réu na restituição dos prejuízos sofridos pelo Autor, referentes à perda total do veículo do autor no montante de R$XX (XX), danos emergentes no valor de R$10.000,00 (dez mil reais), e lucros cessantes no valor de R$30.000,00 (trinta mil reais), corrigidos monetariamente e acrescidos dos juros legais desde a data do acidente até a data do efetivo pagamento;
d) protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, depoimentos de testemunhas, bem como novas provas, documentais e outras, que eventualmente venham a surgir;
i) finalmente, a condenação do réu ao pagamento das custas, despesas processuais nos termos da Lei e honorários sucumbenciais;
Dá-se à causa o valor de R$75.000,00 (setenta e cinco mil reais).
Nestes termos pede deferimento.
Bauru/SP, dia, mês, ano.
Assinatura do advogado
Número de inscrição na OAB/UF

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