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CURSO TÉCNICO EM FARMÁCIA Módulo 1 BIOSSEGURANÇA 1ª aula INTRODUÇÃO Este material foi elaborado com o objetivo de nortear as aulas de Biossegurança, disciplina integrante do curso Técnico de Farmácia, propiciando ao aluno um conhecimento generalizado ao perfil do profissional de Técnico em Farmácia, tornando-o competitivo no mercado de trabalho. Introdução à Biossegurança • A biossegurança diz respeito ao conjunto de ações voltadas para a prevenção, proteção do trabalhador, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados, como preconizam Teixeira & Valle (1996). O técnico em Farmácia é um profissional da saúde e por isso será necessário que tenha conhecimento sobre biossegurança, principalmente porque ele será responsável pela coleta e processamento de vários tipos de amostras biológicas, desde sangue, secreções, urina e fezes. Assim, o conhecimento de biossegurança auxiliará no trabalho do técnico e na prevenção de acidentes. Medidas de Higienização Denomina-se higiene limpeza, asseio, a inter-relação entre o homem e o meio ambiente, no sentido da preservação da saúde, como preconiza Coringa (2012). Há várias formas de higienização, desde a individual (banho, cabelos, unhas e mãos, boca, dentes e vestuário), a coletiva (saneamento básico, água, esgoto, lixo, vetores), até a mental (equilíbrio, costumes morais e sociais), e a do trabalho (riscos físicos, químicos e biológicos), e ambiental (limpeza de moveis, utensílios e estrutura). Antissepsia Diz-se do conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de micro- organismos ou removê-los da pele ou mucosa, utilizando, para tanto, antissépticos (microbicidas ou microbiostáticos). Uma das medidas mais comuns é a higienização das mãos, conforme se observa a seguir. Higienização antisséptica das mãos: Esta medida objetiva promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxílio de um antisséptico, com uma duração total do procedimento de aproximadamente de 40 a 60 segundos. Conforme orienta o Ministério da Saúde (1997), a técnica de higienização antisséptica (Figura 1 (1)) é a mesma utilizada para higienização simples das mãos, substituindo-se o sabão por um antisséptico. Exemplo: antisséptico degermante. : • Método de higienização antisséptica das mãos Diz respeito ao conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de micro-organismos no ambiente. Descontaminação Diz-se do processo que visa destruir microrganismos patogênicos, utilizado em artigos contaminados ou em superfície ambiental, tornando-os, consequentemente, seguros ao manuseio. Pode ser realizada pelas formas descritas a seguir (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997): Processo químico: no qual os artigos são imersos em solução desinfetante antes de se proceder a limpeza; Por processo mecânico, utilizando-se máquina termo desinfectadora ou similar; ou, Por processo físico, indicando-se a imersão do artigo em água fervente durante 30 minutos (método nem sempre indicado pois, há impregnação de matéria orgânica quando aplicado a artigos sujos. Assepsia Processos físicos de desinfecção Pasteurização: é uma desinfecção realizada em lavadoras automáticas, com exposição do artigo em água a temperaturas de aproximadamente 60 a 90 graus centígrados por 10 a 30 minutos, conforme a instrução do fabricante. É indicada para a desinfecção de circuitos de respiradores. Água em ebulição ou fervura: utilizada para desinfecção de alto nível em artigos termorresistentes. Consiste em imergir totalmente o material em água fervente, com tempo de exposição de 30 minutos, após o que o material é retirado com o auxílio de pinça desinfetada e luvas de amianto de cano longo. Em seguida, deve ser seco e guardado em recipiente limpo ou desinfetado – ressalve-se que esse procedimento é indicado apenas nas situações em que não se disponha de outros métodos físicos ou químicos. Desinfecção por processo químico A desinfecção por processo químico é feita por meio de imersão em soluções germicidas. Para garantir a eficácia da ação, faz-se necessário que: a) o artigo esteja bem limpo, pois a presença de matéria orgânica reduz ou inativa a ação do desinfetante; b) esteja seco, para não alterar a concentração do desinfetante; que esteja totalmente imerso na solução, sem a presença de bolhas de ar; c) o tempo de exposição recomendado seja respeitado; e, d) durante o processo o recipiente seja mantido tampado e o produto esteja dentro do prazo de validade (CIEP, 2015). ESTERILIZAÇÃO Esterilização é a destruição de todos os organismos vivos, mesmo os esporos bacterianos, de um objeto. Para tanto, utilizam-se de agentes físicos e químicos. Os meios de esterilização podem ser físicos e químicos, e também por meio de óxido de etileno e por radiação, conforme descrito a seguir. Físicos: A esterilização por físico compreende: calor seco (estufa, flambagem, fulguração); calor úmido (fervura, autoclave); e radiações (raios alfa, gama e raios-X). Químicos: A esterilização por meio químico compreende o uso desinfetantes. Observa-se também a esterilização por meio do óxido de etileno, autorizado pelo Ministério da Saúde, como agente químico para esterilização, por meio da portaria 930/1992. Este tipo de esterilização precisa de três unidades: aparelho de autoclave combinado, gás e vapor; aparelho de comando que vai misturar o gás, e o freon na concentração pré-estabelecida e o aparelho aerador. BARREIRAS DE CONTENÇÃO Na área de saúde, constituem-se barreiras de contenção o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), acerca dos quais explanaremos a seguir. • Equipamento de Proteção Individual (EPI) No que diz respeito à área de saúde, utiliza-se o EPI proteger os profissionais do contato com agentes infecciosos, tóxicos ou corrosivos, calor excessivo, fogo e outros perigos. A roupa e o equipamento servem também para evitar a contaminação do material em experimento ou em produção (MASTROENI, 2006). Os EPIs mais utilizados pelos profissionais de saúde e a sua utilidade serão descritos nas subseções seguintes. Equipamento de proteção individual (EPI) Equipamento de proteção individual (EPI) JALECO Os jalecos, em seus variados tipos, são usados para fornecer uma barreira de proteção e reduzir a oportunidade de transmissão de microrganismos. Previnem a contaminação das roupas do pessoal, protegendo a pele da exposição a sangue e fluidos corpóreos, salpicos e derramamentos de material infectado (MASTROENI, 2006). São de uso constante nos laboratórios e constituem uma proteção para o profissional. Acerca dos jalecos observam-se as seguintes recomendações: a) Devem sempre ser de mangas longas, confeccionados em algodão ou fibra sintética (não inflamável); b) Os descartáveis devem ser resistentes e impermeáveis; c) Uso de jaleco é permitido somente nas áreas de trabalho. Nunca em refeitórios, escritórios, bibliotecas, ônibus, etc.; d) Jalecos nunca devem ser colocados no armário, onde são guardados objetos pessoais; e) Devem ser descontaminados e bem lavados. Equipamento de proteção individual (EPI) Equipamento de proteção individual (EPI) LUVAS Uso das luvas: Recomendações Sobre o uso das luvas, devem ser observadas as seguintes recomendações: • Usar luvas de látex sempre que houver chance de contato com sangue, fluídos do corpo, dejetos, trabalho com microrganismos e animais de laboratório; • Usar luvas de PVC para manuseiode citostáticos (mais resistentes, porém menos sensibilidade); • Lavar instrumentos, roupas, superfícies de trabalho sempre usando luvas; • Não usar luvas fora da área de trabalho, não abrir portas, não atender telefone; • Luvas (de borracha) usadas para limpeza devem permanecer 12 horas em solução de Hipoclorito de Sódio a 0,1% (1g/l de cloro livre = 1000 ppm). Verificar a integridade das luvas após a desinfecção; • Nunca reutilizar as luvas nem descartá-las de forma segura. Observam-se, ainda, outros equipamentos utilizados como barreira de contenção, os quais são listados: Óculos de proteção e protetor facial (protege contra salpicos, borrifos, gotas, impacto). Máscara (tecido, fibra sintética descartável, com filtro HEPA, filtros para gases, pó, etc.). Avental impermeável. Uniforme de algodão, composto de calça e blusa. Luvas de borracha, amianto, couro, algodão e descartáveis. Dispositivos de pipetagem (borracha peras, pipetadores automáticos, etc.). OUTROS EQUIPAMENTOS
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