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UNIUBE – UNIVERSIDADE DE UBERABA
Avaliação da disciplina “Produção do Conhecimento III”
 Psicologia – Matutino/Noturno
5 pontos
NOMES:
1 Kelly Lacerda
2 Talita Santana
Leia os textos abaixo:
O mito da neutralidade científica
Um dos itens principais da bagagem intelectual que a maioria dos cientistas leva da sua formação – formação, aliás, que não dá muito lugar à filosofia – é a chamada “neutralidade da ciência”. Em poucas palavras, a idéia é a seguinte: “As atividades científicas são, moral e socialmente, livres de valoração. Ciência é investigação das leis naturais, leis que são válidas independentemente da nação, raça, política, religião ou classe social do seu descobridor. Embora a ciência avance, por uma série de aproximações, para uma verdade objetiva jamais alcançada, nem por isso as leis e os fatos científicos deixam de ter um caráter imutável. A velocidade da luz é a mesma para quem que a meça. Sendo assim, embora a sociedade possa usar a ciência para o bem ou para o mal, não cabe ao cientista nenhuma responsabilidade especial por isso, além da que cabe a qualquer cidadão. A faca de dois gumes da ciência está aí para quem quiser empunhá-la e manejá-la.” É assim que, escrevendo recentemente sobre a responsabilidade social do cientista, E. B. Chain, laureado com o Prêmio Nobel, afirmava: “A ciência, enquanto se limite ao estudo descritivo das leis da natureza, é destituída de qualidade moral ou ética, e isso vale tanto para as ciências físicas quanto para as biológicas.” Esse conjunto de crenças e idéias concernentes à neutralidade da ciência, que começou a tomar aspecto de mito e se apresenta por toda parte, tanto nas sociedades socialistas como capitalistas, industrializadas e não-industrializadas, é, no entanto, de origem relativamente recente. Nossa finalidade aqui é atacar esse mito, desmascará-lo, pois nos parece que a sua aceitação irrefletida e sem contestação, como se fosse um dogma de fé, é em grande parte responsável pelas aplicações anti-sociais como uso não-humano e desumano da ciência, que tem gradativamente contribuído para muitos dos principais problemas do mundo. 
(ROSE, Steven; ROSE, Hilary. O mito da neutralidade científica. 
In: HÜHNE, Leda Miranda. Metodologia Científica. RJ: Agir, 2002, p. 76-77)
Natureza e qualidade do espírito científico
(...) A consciência objetiva, por sua vez, implica o rompimento corajoso com as posições subjetivas, pessoais e mal fundamentadas do conhecimento vulgar. Para conquistar a objetividade científica, é necessário libertar-se da visão subjetiva do mundo, arraigada na própria organização biológica e psicológica do sujeito e ainda influenciada pelo meio social. A objetividade é a condição básica da ciência. O que vale não é o que algum cientista imagina ou pensa, mas aquilo que realmente é. Isso porque a ciência não é literatura. A objetividade torna o trabalho científico impessoal a ponto de desaparecer, por exemplo, a pessoa do pesquisador. Só interessam o problema e a solução. Qualquer um pode repetir a mesma experiência, em qualquer tempo, e o resultado será sempre o mesmo, porque independe das disposições subjetivas. A objetividade do espírito científico não aceita meias-soluções ou soluções apenas pessoais. O “eu acho”, o “creio ser assim” não satisfazem a objetividade do saber. Finalmente, o espírito científico age racionalmente. As únicas razões explicativas de uma questão só podem ser intelectuais ou racionais. As razões que a razão desconhece, as razões da arbitrariedade, do sentimento e do coração nada explicam nem justificam no campo da ciência.
(...) Além das propriedades fundamentais, já referidas, poderíamos acrescentar outras tantas qualidades de ordem intelectual e moral que o espírito científico implica. Como virtude intelectual, ele se traduz no senso de observação, no gosto pela precisão e pelas idéias claras, na imaginação ousada, mas regida pela necessidade da prova, na curiosidade que leva a aprofundar os problemas, na sagacidade e no poder de discernimento. Moralmente, o espírito científico assume a atitude de humildade e de reconhecimento de suas limitações, da possibilidade de certos erros e enganos. O espírito científico é imparcial, não torce os fatos, respeita escrupulosamente a verdade. O possuidor do verdadeiro espírito científico cultiva a honestidade, evita o plágio, não colhe como seu o que outros plantaram, tem horror às acomodações e é corajoso para enfrentar os obstáculos e os perigos que uma pesquisa possa oferecer.
(CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro A. Metodologia Científica. SP: Prentice Hall, 2002, p. 17.)
Considerando as reflexões de Minayo sobre a questão da objetividade nas Ciências Humanas, escreva um texto analisando criticamente os excertos acima citados e posicione-se no debate sobre a objetividade/objetivação do conhecimento científico.
A pesquisa social é essencialmente qualitativa mas ela não exclui o quantitativo, a abordagem quantitativa, a estatística a coleta de dados, o quantitativo é importante para entender a realidade social, o indivíduo inserido na sociedade, nós não analisamos o indivíduo isoladamente mas sempre estabelecendo relações com os demais, com as instituições, ela se fundamenta não apenas em dados quantitativos mas uma abordagem qualitativa que nos permite analisar elementos que não estão visíveis, que são mais subjetivos, que estão mais escondidos no ser e a pesquisa social nos ajuda a compreender isso. Uma coisa complementa a outra, segundo Minayo, usamos dados quantitativos e qualitativos, temos que tomar cuidado com essa distinção para não achar que é uma coisa ou outra, devemos ter claro em nossa mente, que um complementa o outro. Ela também ressalta que o qualitativo tem de alguma maneira uma importância, e uma participação maior no nosso trabalho, qualquer pesquisa social que pretenda um aprofundamento maior da realidade não pode ficar restrita ao referencial apenas quantitativo. Quando Minayo está tocando nessas técnicas mais qualitativas, ela está se referindo especialmente a de determinadas técnicas que nos permite compreender aquela realidade de uma maneira mais aprofundada, não é para generalizar os dados mas é para aprofundar, essa é a principal diferença. O nosso trabalho enquanto psicólogo, que representa bem isso, é que nós trabalhamos com o subjetivo, com a análise de questões que estão soterradas, escondidas, nós não vamos quantificar o indivíduo, a análise é diferente, é nesse sentido, por isso é qualitativo, tem uma profundidade que não se manifesta na superficialidade. 
Quanto a identidade entre o sujeito pesquisador e o objeto, existe uma identidade porque aquilo que nós estudamos, aquilo que destacamos do mundo para estudar para analisar cientificamente também faz parte da nossa vida porque nós estamos no mundo e aquilo se comunica com a nossa existência de alguma forma então existe uma aproximação ou uma identidade entre o sujeito e o objeto, numa ciência onde o observador é da mesma natureza que o objeto o observador é ele mesmo uma parte de sua observação. Afirmar que esse posicionamento tem que ser completamente neutro, isso é uma impossibilidade porque de alguma maneira a própria escolha do objeto já demonstra um certo posicionamento diante do mundo, porque se aquilo nos atingiu a modo de desejarmos explicar ou pesquisar é porque algum incômodo existe, diante daquele tema, daquela situação. Essa escolha não é aleatória, envolve um posicionamento, porém existe uma série de procedimentos, de forma de controle, de cuidados metodológicos que nos ajudam a garantir essa cientificidade.
O nosso conhecimento não está concentrado apenas no objeto, o conhecimento que desenvolvemos, o trabalho que fazemos tem muito a ver com o sujeito, especialmente com o pesquisador, com a marca que ele vai deixando no trabalho que realiza. Não tem como sermos imparciais no sentido de nos anularmos completamente diante do objeto que estamos analisando, porque nós sentimos aquilo que estamos fazendo, nós sentimos o trabalho que estamos realizando, não tem comonos isolarmos disso porque diz respeito também a nossa vida, diz respeito a questões que nos atingem que de alguma forma faz parte do nosso universo, nós tratamos de questões muito complexas, principalmente porque nós não conseguimos isolar isso num ambiente, num local que a gente possa controlar totalmente, claro que existem técnicas e nós nos aproximamos disso, mas totalmente, nós não conseguimos, por isso, Minayo coloca que a objetividade, essa neutralidade, essa imparcialidade completa ela é irrealizável nas ciências sociais, porque não tem como isolar completamente o sujeito do objeto, um de alguma forma interfere no outro, e achamos que é importante considerar isso, que de forma alguma não diminui, não reduz a importância das ciências sociais. Isso apenas coloca um aspecto dela, que precisa ser levado em consideração. Concordamos que essa neutralidade é inatingível, quando por exemplo, formos investigar os pressupostos teóricos que orientam o olhar e a interpretação de uma pessoa, a maneira como ela construiu o seu projeto de pesquisa, já vamos perceber quais são os fundamentos, qual é a perspectiva que influencia de alguma maneira aquela compreensão da realidade, por mais que as técnicas estejam muito bem organizadas, que todos os protocolos tenham sido obedecidos, e este é o aspecto técnico, ainda assim existe uma interpretação, uma maneira de analisar aquela realidade e isso tem a ver com o que fundamenta o seu olhar, a sua perspectiva, tem a ver com tudo aquilo que teoricamente sustenta a sua interpretação, tem a ver com que a pessoa leu e que de alguma forma influencia o nosso entendimento das coisas. 
O cientista, ele exibe, ele expõe, ele apresenta as teorias, as técnicas. Tudo aquilo que foi utilizado, e mostra como o dado foi coletado, como ele foi analisado, então nesse ponto nós conseguimos ver o controle científico, sem dúvida nenhuma. A cientificidade do trabalho do cientista social está no rigor, na maneira cuidadosa que ele usa o diferencial teórico e técnico, nos cuidados com que ele coleta os dados, na maneira com que ele analisa sempre submetendo tudo isso a comunidade científica, ao orientador, é o que Minayo chama de objetivação. O cientista social tem um domínio técnico, mas isso não o impede de deixar sua marca na maneira como ele organiza os dados, como ele analisa a realidade, tem a ver com ele, tem algo dele ali. A objetividade ela é irrealizável mas a objetivação é realizável, nós conseguimos esse rigor, nós alcançamos esse controle, principalmente para demonstrar que essa aproximação da realidade ocorreu, esse é o objeto da pesquisa, nos aproximar da realidade e a objetivação nos ajuda nisso. O nosso objeto está de uma certa forma no instante em que o analisamos, no instante seguinte ele já se transformou, já mudou, ele tem a sua vida, a sua dinâmica, ele não para, não é um objeto congelado, que está lá pra gente trabalhar por dias nele e ele se manter da mesma forma, ele continua também a sua modificação, isso tem que ser levado em consideração, daí a complexidade do nosso objeto de estudo, mas temos que ser rigorosos, na maneira como trabalhamos com a pesquisa. A pesquisa carrega a marca de seu autor e para finalizar, gostaríamos de destacar que a honestidade do cientista está relacionada, unicamente, com a verdade dos fatos que investiga. 
 O trabalho poderá ser realizado individualmente ou em dupla, valerá 5,0 (cinco) pontos e deverá ser entregue até o dia 10 de setembro de 2020.

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