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Tema: A persistência da LGBTfobia no Brasil No dia 28 de junho de 1969, Stonewall, um bar gay em Nova York, alvo de frequentes ataques, rebelou-se contra uma ação preconceituosa de policiais. Esse episódio ficou conhecido como "Rebelião de Stonewall" e lançou as bases para o início do movimento LGBT. Hoje, o preconceito contra a comunidade LGBT ainda persiste, representando um desafio em questão. Nessa perspectiva, convém analisar os fatores que influenciam a inércia problemática. Compreender a persistência da LGBTfobia requer resgatar a formação histórica da sociedade. De acordo com a teoria ‘’Habitus’’ do sociólogo Pierre Bourdieu, as estruturas sociais são incorporadas no processo de socialização o que faz com que comportamentos e crenças sejam naturalizados e reproduzidos ao longo de gerações. Nesse sentido, a reprodução de pensamentos discriminatórios está relacionada com a permanência de posturas conservadoras, que estabelece um padrão nos relacionamentos sexuais e na formação familiar, naturalmente, repudiando comportamentos divergentes. Logo, a contemporaneidade tem em suas estruturas raízes arcaicas cujos impactos se refletem no preconceito estruturado socialmente. Outrossim, é indubitável que a inocuidade jurídica brasileira é impulsionadora da problemática. A recente criminalização da LGBTfobia marcou o encerramento de um longo processo de debate e abriu o país para experiências ausentes em Cartas anteriores. Todavia, segundo o filósofo Nicolau Maquiavel, de nada adianta um Estado de Leis, caso elas não sejam praticadas. Tal realidade fica exposta, satisfatoriamente, quando se analisa criticamente as altas taxas de morte de transexuais no Brasil. Assim, percebe-se certa ineficiência dos atores públicos de fiscalização e regulamentação no que tange ao cumprimento legislativo. A persistência do preconceito contra a comunidade LGBT representa um desafio hodiernamente, por conseguinte, medidas devem ser adotadas. Convém ao Ministério da Educação, por meio dos eixos transversais de ensino, realizar palestras e rodas de debate nas escolas, incentivando a discussão do conceito de família contemporânea e a importância do diálogo acerca da sexualidade, com o fito de formar indivíduos racionais e abertos à aceitação das diferenças individuais. Ademais, o Ministério da Cidadania deve, por meio de mídia, criar campanhas que divulguem a necessidade de combate ao preconceito sexual, ressaltando a importância da criminalização da LGBTfobia. Essas campanhas devem ser amplamente divulgadas e compartilhadas nos meios de comunicação, a fim de estimular a participação proativa dos diferentes segmentos sociais no combate ao preconceito. Com essas medidas, será possível, gradativamente, minorar os impactos do preconceito na sociedade e impedir que cenas como do Stonewall se repitam.
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