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Processo de Independência do Brasil

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RUMO À INDEPENDÊNCIA DO BRASIL – 1822 
O ano de 1820 foi particularmente significativo não apenas pelo início da 
revolução em Portugal, mas também pelo avanço dos movimentos de 
independência na América e pelas revoluções liberais na Europa. Nesse 
contexto, as tentativas das Cortes de Lisboa de recolonizar o Brasil só 
aceleraram e ampliaram a propagação das ideias de independência na antiga 
colônia. Temendo perder autonomia e a liberdade de comercio conquistada 
com a transferência da corte portuguesa para o Rio de janeiro, a aristocracia 
rural brasileira deixou de lado suas hesitações e abraçou finalmente a causa da 
independência. 
1. DOM PEDRO E AS CORTES:
Imposta pelas Cortes de Lisboa, a volta de dom João VI para Portugal 
não foi tranquila. Em fevereiro de 1821, a população do Rio de Janeiro e vários 
militares exigiram que o rei jurasse obediência à Constituição que seria 
elaborada pelas Cortes portuguesas. Com o aumento das pressões e temeroso 
de perder o trono, dom João decidiu retornar a Portugal. Para governar o 
Brasil, nomeou seu filho, dom Pedro, príncipe regente e anunciou eleições para 
a escolha dos representantes brasileiros nas Cortes de Lisboa. 
Em 21 de abril de 1821, o governo convocou a população do Rio de 
Janeiro para uma assembleia que seria realizada na praça do comércio, com a 
finalidade de prestigiar o príncipe regente. Muitas pessoas compareceram, mas 
o objetivo da assembleia mudou durante o ato publico. Aos gritos de “aqui
governa o povo”, a multidão exigiu que dom João VI dessa vez jurasse 
obediência à Constituição Liberal espanhola, enquanto a de Portugal não fosse 
votada pelas Cortes. Como os populares cobrassem também a permanência 
do rei em território brasileiro, dom Pedro ordenou às tropas que reprimisse a 
manifestação. A praça se transformou em campo de guerra, com confrontos de 
rua e disparo dos soldados contra a multidão. Saldo da batalha: três 
manifestantes mortos diversos feridos e muitos preços. No dia 26 de abril, dom 
João VI, e sua corte embarcaram para Portugal, enquanto manifestantes 
exigiam no cais do porto que o rei deixasse as joias e outros bens do Tesouro. 
2 
Ao retornar a Lisboa, dom João tinha certeza de que mais dias, menos dias, o 
Brasil se tornaria independente. Por isso deixou seu filho dom Pedro à frente 
do governo do Brasil. Era uma forma de manter a monarquia na antiga colônia 
e, ao mesmo tempo, viabilizar a continuidade da dinastia de Bragança à frente 
do governo em uma eventual declaração de independência. 
Em Lisboa, contudo, as Cortes anularam a nomeação de dom Pedro 
para o cargo de príncipe regente, cobrando seu pronto retorno a Portugal. 
Enquanto isso consolidavam-se no Brasil três correntes políticas. Embora duas 
delas sejam chamadas de partidos – Partido Português e Partido Brasileiro, a 
rigor não existiam nessa época partidos políticos no Brasil. Na verdade, as 
pessoas com ideias afins se reuniam em torno de órgãos de imprensa e de 
lideres políticos, constituindo grupos informais que apareciam e desapareciam 
ao sabor dos acontecimentos. Apesar disso, esses grupos foram decisivos no 
processo de formação de uma opinião pública favorável à independência. 
No Partido Português se reuniam todos os que tinham interesses em 
restabelecer a antiga subordinação colonial a Portugal. Desse grupo faziam 
parte, principalmente, comerciantes portugueses, descontentes com a perda de 
privilégios e monopólio, altos funcionários e militares estabelecidos no Rio de 
Janeiro e em algumas cidades portuárias do Norte e Nordeste. Já o Partido 
Brasileiro representava os interesses dos grandes proprietários rurais, em 
particular os de São Paulo, de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Contava com a 
simpatia de altos funcionários, militares e comerciantes brasileiros e 
estrangeiros beneficiados pela abertura dos portos. O projeto desse grupo 
consistia basicamente em manter o Brasil como reino unido a Portugal, 
resguardando as vantagens já adquiridas. Um de seus principais articuladores 
era José Bonifácio de Andrade e Silva, irmão mais velho de Antônio Carlos de 
Andrade, que participara da Revolução Pernambucana de 1817. 
Essa corrente defendia o estabelecimento de uma monarquia dual, ou 
seja, um sistema de poder em que Brasil e Portugal fossem considerados 
nações irmãs dotadas de administração autônomas, mas sob o governo do 
mesmo monarca. A opção pela independência só foi assumida mais tarde, 
quando as Cortes insistiram em obrigar dom Pedro a deixar o Brasil. Havia 
ainda outra corrente, integrada por liberais radicais. Esta última reunia pessoas 
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de vários setores da população urbana: comerciantes, funcionários menos 
graduados, artesãos, padres, professores, intelectuais, jornalistas, entre outros. 
Suas principais lideranças eram o jornalista Joaquim Gonçalves Ledo e 
o comerciante português José Clemente Pereira. Gonçalves Ledo e seu amigo
Januário da Cunha Barbosa tinham fundado o jornal Revérbero Continental 
Fluminense, que pregava a imediata independência do Brasil e a instalação no 
país de uma República semelhante à dos Estados Unidos. Em fins de 1821, 
quando ficou claro o projeto das Cortes de impor ao Brasil o status de colônia, 
os liberais radicais se uniram ao chamado Partido Brasileiros no esforço de 
manter dom Pedro no Rio de janeiro. A partir desse momento, até mesmo 
Gonçalves Ledo abandonou a proposta de republica e passou a defender a 
independência regida por uma monarquia constitucional. 
O dia do Fico. 
Em dezembro de 1821, o Rio de Janeiro agitou-se com a chegada de 
novos decretos das Cortes de Lisboa. Entre outras resoluções, as Cortes 
exigiam o retorno imediato de dom Pedro a Portugal. A resposta dos liberais 
radicais foi organizar uma campanha para coletar assinaturas a favor da 
permanência do príncipe no Brasil. Era o modo de rejeitar a pressão e de fazer 
com que o príncipe decidisse ficar. No dia 9 de janeiro de 1822, Clemente 
Pereira, presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, entregou a dom 
Pedro o abaixo-assinado com 8 mil assinaturas. Nesse mesmo dia, o príncipe 
anunciou sua decisão a uma comissão liderada por Clemente Pereira: “Como é 
para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto: diga ao povo 
que fico”. A partir desse momento, dom Pedro entrava em rota de colisão com 
o governo de Lisboa. A independência era agora uma questão de tempo.
Logo após o Fico (nome pelo qual ficou conhecido o episodio), dom 
Pedro demitiu os ministros nomeados por seu pai e criou o primeiro ministério 
integrado só por brasileiros. Entre eles, estavam dois Andrades: José 
Bonifácio, no Ministério do Reino e Estrangeiros e seu irmão Martim Francisco, 
no Ministério da Fazenda. A reação do Partido Português veio em fevereiro, 
quando o general Avilez, comandante das tropas portuguesa estacionadas no 
Rio de Janeiro, exigiu que dom Pedro obedecesse às ordens das Cortes. Na 
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disputa que se seguiu, Avilez foi vencido e expulso do Brasil com suas tropas. 
Ainda no mesmo mês, José Bonifácio convocou o Conselho dos Procuradores 
das Províncias do Brasil para assessorar o príncipe regente. Naquele momento 
era importante consolidar a ligação política entre o Rio de Janeiro e as 
províncias, procurando, assim, garantir a unidade territorial. 
Em maio, dom Pedro decretou que nenhuma ordem das Cortes seria 
aceita no Brasil sem o “cumpra-se” do príncipe regente. No mês seguinte, o 
cenário político foi tumultuado pelas divergências entre os partidários de José 
Bonifácio e de Gonçalves Ledo quanto à convocação de uma Assembleia 
Constituinte, cuja função seria elaborar uma Constituição para o Brasil. 
Bonifácio, que havia proposto a criação do Conselho dos Procuradores, era 
contra a ideia. Gonçalves Ledo, contudo, mobilizou a opinião pública e a 
imprensa em defesa da convocação. A pressão, mais uma vez, levou dom 
Pedro a aprovar a iniciativa, e a Assembleiafoi convocada. Em julho, a 
população da Bahia pegou em armas contra o governo provincial, chefiado pelo 
general português Madeira de Melo, defensor dos projetos das Cortes. Era o 
início efetivo das guerras de independência. 
2. “INDEPENDÊNCIA OU MORTE”:
No final de agosto, o príncipe regente viajou para a província de São 
Paulo, onde havia eclodido uma rebelião contra José Bonifácio. Dom Pedro 
esperava acalmar os ânimos na província. Ao retomar de Santos, já nas 
proximidades da capital paulista, às margens do riacho do Ipiranga, chegaram 
às suas mãos os últimos decretos das Cortes de Lisboa. 
Eram ordens severas para ele se submetesse ao rei e às Cortes e 
anulasse a convocação do Conselho dos Procuradores. Em um delas, José 
Bonifácio aconselhava dom Pedro a romper definitivamente com Portugal. Na 
outra, a esposa do príncipe, dona Leopoldina, apoiava a sugestão do ministro. 
Diante do impasse, dom Pedro teria gritado “Independência ou morte”, 
proclamando o rompimento definitivo com Portugal. Era o dia 7 de setembro de 
1822. Ao chegar ao Rio de Janeiro, o príncipe foi aclamado imperador 
Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, com o título de dom Pedro I. 
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As guerras da independência. 
Desenlace de um longo processo de tensões e conflitos entre Brasil e 
Portugal, a independência se consolidou com relativa rapidez. Para que isso 
acontecesse, foi decisivo o apoio econômico e diplomático da Inglaterra e a 
intervenção de mercenários britânicos a favor do governo de dom Pedro nas 
lutas que se seguira ao grito do Ipiranga. Mas, se, por um lado, a 
independência encontrou forte resistência das Cortes, por outro, a presença do 
príncipe à frente do Estado brasileiro surgia aos olhos dos comerciantes e 
funcionários portugueses como uma garantia de que seus negócios e 
interesses não seriam prejudicados. Afinal, ele era membro da dinastia de 
Bragança e herdeiro da Coroa portuguesa. 
Na América espanhola, as guerras de libertação se prolongaram por 
vários anos e conduziram à formação de diversas repúblicas. Na América 
portuguesa, ao contrario, as lutas pela consolidação da independência 
envolveram apenas algumas províncias e foram de curta duração, terminando 
em novembros de 1823. No Maranhão, por exemplo, a rebelião das 
autoridades de São Luís contra o Setembro foi facilmente sufocada em 1823 
por lorde Cochrane, um mercenário inglês a serviço de dom Pedro. 
No Pará, onde a Junta Governativa era favorável a Portugal, o conflito 
armado eclodiu no inicio de 1823 e terminou em agosto do mesmo ano, quando 
dom Pedro enviou a Belém uma frota comandada por lorde Cochrane e pelo 
capitão John Pascoe Grenfell. Já na Bahia, as lutas se estenderam de junho de 
1822 a julho de 1823, quando as forças favoráveis a Portugal acabaram 
vencidas pelas armas. Por fim, na província Cisplatina, a resistência contra a 
emancipação foi definitivamente sufocada em novembro de 1823.

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