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CACD História do Brasil - O processo de Independência - pontos 2.4 e 2.5 do edital

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História do Brasil
OBS.: Esse material é um resumo dos pontos 2.4 e 2.5 do Edital do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática e pode sofrer alterações com o passar do tempo. A principal fonte é o livro História do Brasil de Boris Fausto.
Cópias não são autorizadas
2.4 - O CONSTITUCIONALISMO PORTUGUÊS E A INDEPÊNDENCIA DO BRASIL;
 
 A guerra terminara na Europa, em 1814, com a derrota de Napoleão. As razões da permanência da Corte no Brasil aparentemente já não existiam. Dom João decidiu entretanto permanecer na Colônia e em dezembro de 1815 elevou o Brasil à condição de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Meses depois, após a morte da rainha, seria sagrado rei de Portugal, do Brasil e Algarves, com o título de Dom João VI. 
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Movimento Vintista:
 
Objetivos do movimento:
· Introduzir um sistema de governo liberal em Portugal, transformando as Cortes consultivas do Antigo Regime em Cortes deliberativas, em elaborassem uma constituição, subordinando a Coroa ao Poder Legislativo e garantindo os direitos dos cidadãos; (liberalista)
· Promover o desenvolvimento econômico do Reino, a fim de superar a crise econômica em que se encontrava. Para isso havia duas condições necessárias:
· Retorno da Corte à Portugal;
· Restabelecimento dos antigos vínculos coloniais com o Brasil; (colonialista)
 
 Em agosto de 1820, irrompeu em Portugal uma revolução liberal inspirada nas ideias ilustradas, o Movimento Vintista ou a Revolução do Porto. Os revolucionários procuravam enfrentar um momento de profunda crise na vida portuguesa. Crise política, causada pela ausência do rei e dos órgãos de governo; crise econômica, resultante em parte da liberdade de comércio de que se beneficiava o Brasil; crise militar, consequência da presença de oficiais ingleses nos altos postos do exército e da preterição de oficiais portugueses nas promoções. Enquanto a corte estava no Brasil, Portugal ficou governado por um Conselho de Regência, que prestava contas ao Rio de Janeiro presidido pelo marechal inglês Bertesford, o qual depois do fim da guerra com a França, continuou comandante-em-chefe do exército português, ao passo que a Corte não dava sinais de que pretendia retornar. 
 
 A revolução portuguesa de 1820 tinha aspectos contraditórios para os brasileiros. Podia ser definida como liberal, por considerar a monarquia absoluta um regime ultrapassado e opressivo e por tratar de dar vida a órgãos de representação da sociedade, como é o caso das Cortes. Ao mesmo tempo, ao promover os interesses da burguesia lusa e tentar limitar a influência inglesa, pretendia fazer com que o Brasil voltasse a se subordinar inteiramente a Portugal. 
 
 No fim de 1820, os revolucionários estabeleceram em Portugal uma junta provisória para governar em nome do rei e exigiram sua volta à Metrópole. Decidiram convocar as Cortes, a serem eleitas em todo o mundo português, com o propósito de redigir e aprovar uma Constituição. Estabeleceu-se um critério de representação de acordo com o número de habitantes, cabendo ao Brasil entre 70 a 75 deputados, em um total de mais de 200. Previu-se a criação no Brasil de juntas governativas leais à revolução nas várias capitanias, que passavam a se chamar províncias. 
 
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 Foram os militares descontentes que iniciaram o movimento de 1820 em Portugal. Foi também entre os militares que ocorreram as primeiras repercussões do movimento no Brasil. As tropas se rebelaram em Belém e em Salvador, instituindo aí as juntas governativas. No Rio de Janeiro, manifestações populares e das tropas portuguesas forçaram o rei a reformular o ministério, a criar juntas onde elas não existiam e a preparar as eleições indiretas para as Cortes. 
 
As articulações políticas se fizeram, nesse período, sobretudo através das lojas maçônicas, uma instituição cujo nascimento se deu na Europa. 
 
 A questão do regresso ou não de Dom João VI logo se esvaziou. Temendo perder o trono caso não regressasse a Portugal, o rei decidiu-se afinal pelo retorno, em abril de 1821. Em seu lugar, ficava como príncipe regente seu filho Pedro, futuro Dom Pedro I. Nos meses seguintes, ocorreram no Brasil as eleições para as Cortes. Quase todos os eleitos eram nascidos no Brasil.
 
----------------------- As Lembranças e Apontamentos do Governo Provisório para os Senhores Deputados da Província de São Paulo -----------------------
· Autoria de José Bonifácio;
· Único plano de instruções apresentado por uma província brasileira destinado a orientar a ação dos representantes brasileiros nas Cortes;
· Propunha:
· Fixação da sede do Reino Unido em um ponto geográfico central do Brasil, ou sua alternância na sequência dos reinados ou por um período sucessivo de tempo no mesmo reinado, em Portugal e no Brasil (nesse caso, instalando-se uma regência, presidida pelo príncipe hereditário da Coroa, no reino onde a Corte não estiver situada no momento); (descentralização do poder e uma proposta de base para Brasília)
· A criação de um Conselho de Estado, cujos membros seriam nomeados pelas Juntas Eleitorais de Províncias, em igual número pelo Reino de Portugal e Estados Ultramarinos;
· A observância da mesma relação paritária para as deputações nas Cortes;
· A elaboração de códigos civis e criminais de acordo com as particularidades de cada região, a catequização geral dos índios selvagens;
· Um melhor tratamento dispensado aos escravos e o favorecimento de sua emancipação gradual; (abolição gradual da escravidão)
· O desenvolvimento do ensino, com a criação de escolas de primeiras letras em cada cidade, vila ou freguesia, com a implantação de um ginásio em cada província e com a criação de pelo menos uma universidade; (incentivo a educação)
· Uma nova política agrária, preconizando o confisco das sesmarias improdutivas e das posses ilegais, a venda e a demarcação de pequenos lotes de terras, revertendo o dinheiro ganho para favorecer a colonização de europeus pobres, índios, mulatos e negros forros, a quem seriam dados pequenos lotes de terra para cultivá-las; (reforma agrária)
 
Nenhuma dessas medidas veio a ser implementada pelo Congresso de Lisboa.
 
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 As Cortes começaram a se reunir em janeiro de 1821, meses antes da chegada dos deputados eleitos no Brasil. Tomaram-se uma série de medidas que produziram profundo descontentamento na Colônia. Os governos provinciais passariam a ser independentes do Rio de Janeiro, subordinando-se diretamente a Lisboa. Houve uma tentativa nas Cortes de revogar os acordos comerciais com a Inglaterra.
 
 Entre fins de setembro e outubro de 1821, novas medidas tomadas pelas Cortes fortaleceram no Brasil a opção pela independência, até aí apenas esboçada. Decidiu-se transferir para Lisboa as principais repartições instaladas no Brasil por Dom João VI, destacaram-se novos contingentes de tropas para o Rio de Janeiro e Pernambuco e, ponto decisivo, determinou-se a volta para Portugal do príncipe regente. Após uma procissão de homens bons e do povo em geral que se dirigiu ao Paço para entregar o manifesto a dom Pedro, juntamente com uma representação, no mesmo tom dramático e alarmista, de negociantes e oficiais de ourives. Ocorreu a decisão do príncipe de ficar no país, solenizada no "dia do fico" (9 de janeiro de 1822), representou a escolha de um caminho sem retorno. 
 
 As tropas portuguesas que se recusaram a jurar fidelidade a Dom Pedro viram-se obrigadas a deixar o Rio de Janeiro. Esboçava-se a partir daí a criação de um exército brasileiro. Dom Pedro formou um novo ministério, composto de portugueses, mas cuja chefia coube a um brasileiro, José Bonifácio de Andrada e Silva.
 A partir de então, o governo do Rio de Janeiro passa a desenvolver uma política que visa consolidar sua posição como regente do Reino do Brasil, em relação tanto à Portugal, como às demais províncias brasileiras. É neste sentido que se dá a criação, em 16 de fevereiro, do Conselho deProcuradores das Províncias, embrião do futuro Conselho de Estado. Órgão de caráter consultivo, formado por procuradores eleitos das províncias que passavam a ter uma representatividade na capital do Reino. Caberia ao Príncipe Regente convocar e presidir o Conselho. Porém nem todas as províncias estavam de acordo, pois achavam que poderia ser uma violação à soberania das Cortes.
 
------------------------ enquanto isso em Portugal ---------------------
 A chegada das notícias do fico e da formação do ministério de janeiro provocaram indignação e protestos nas Cortes, que encararam tais acontecimentos como insubordinação e ato anticonstitucional. Assim, formaram-se duas correntes, identificadas por Valentim Alexandre:
· Integracionista: defende medidas rígidas para o Brasil, condena não só o parecer (realizado pela Coroa sobre a situação do Brasil e que indicava, entre outras coisas, a necessidade da permanência de d. Pedro no Brasil), como também a junta paulista que promovera a representação criticando a tirania das Cortes, durante a campanha do fico;
· Conciliadora: preocupada com a preservação do Império Luso-Brasileiro, aprova o parecer, contando com o apoio da deputação brasileira.
O impasse levou ao adiamento da votação, que não foi mais realizada.
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 No quadro dos anos imediatamente anteriores à Independência, a corrente conservadora defendia, em princípio, a maior autonomia do Brasil com relação a Portugal, assumindo só em um segundo momento a ideia de independência. A forma de governo desejável, segundo os conservadores, era a monarquia constitucional, com representação limitada, como garantia da ordem e da estabilidade social. É mais difícil definir a corrente radical, pois nela se incluíam desde monarquistas preocupados em assegurar maior representação popular e as liberdades, especialmente a de imprensa, até os chamados "extremados", para os quais a independência se associava à ideia de República, de voto popular e, em alguns casos, de reforma da sociedade. 
 
 Após a decisão de se convocar uma Constituinte, aceleraram-se as decisões de rompimento, mesmo quando se invocava ainda o propósito de "união com Portugal". Passou-se a exigir como requisito para aproveitamento no serviço público a adesão à causa da união e independência do Brasil; recomendou-se aos governos provinciais não dar posse a empregados vindos de Portugal. Em agosto, o príncipe regente decretou que as tropas vindas da Metrópole seriam consideradas inimigas.
 
 Mesmo não sendo declarado a independência ainda, d. Pedro, no mês de agosto, já produziu uma declaração quase formal de independência, redigido por Gonçalves Ledo, o Manifesto aos Povos deste Reino. Nele, o príncipe regente acusa as Cortes de Lisboa de pretenderem reduzir o Brasil à ruina e escravidão, entre outras coisas.
 No Manifesto aos Governos e Nações Amigas, redigido por José Bonifácio, em 6 de agosto, são retiradas as críticas severas à impolítica das Cortes, mas mantêm-se o mesmo sentido dúbio quanto aos destinos do país. O príncipe regente, em nome da vontade geral, proclama à face do Universo a sua Independência política. Mais à frente, contudo, afirma que não deseja cortar os laços de união e fraternidade que devem fazer de toda a Nação Portuguesa um só Todo Político, debaixo de um só Rei. Cumpre observar, em todo caso, que dom Pedro já se colocava como chefe de uma nação independente, pois tratava-se de um manifesto de caráter diplomático, dirigido aos governos dos demais países, procurando estabelecer com os mesmos relações diplomáticas, comerciais e de amizade diretas, inclusive propondo a troca de agentes diplomáticos.
 
 A chegada de despachos de Lisboa que revogavam os decretos do príncipe regente, determinavam mais uma vez seu regresso a Lisboa e acusavam os ministros de traição deu alento à ideia de rompimento definitivo. A Princesa Dona Leopoldina e José Bonifácio enviaram às pressas as notícias ao príncipe, em viagem a caminho de São Paulo. Alcançado a 7 de setembro de 1822, às margens do Riacho Ipiranga, Dom Pedro proferiu o chamado Grito do Ipiranga, formalizando a independência do Brasil. A 19 de dezembro, com apenas 24 anos, o príncipe regente era coroado Imperador, recebendo o título de Dom Pedro I. O Brasil se tornava independente, com a manutenção da forma monárquica de governo. Mais ainda, o novo país teria no trono um rei português. Este último fato criava uma situação estranha, porque uma figura originária da Metrópole assumia o comando do novo país. Em torno de Dom Pedro I e da questão de sua permanência no trono muitas disputas iriam ocorrer, nos anos seguintes.
 
 
2.5 - A INFLUÊNCIA DAS IDEIAS LIBERAIS E SUA REPERCUSSÃO NO BRASIL;
 
 Conforme dito anteriormente, muitos mineiros tiveram sua formação, principalmente em Coimbra, devido a estadia na Europa e o contato com diversas ideias liberalistas, esse ideal influenciou diretamente na Inconfidência Mineira. Bem como os folhetins distribuídos na Bahia durante o movimento intitulado de Conjuração dos Alfaiates. O fato é que quando as ideias liberalistas chegaram ao Brasil, elas foram rapidamente aceitas, tendo em vista que o "exclusivo" colonial já podia ser observado como uma forma de atraso do desenvolvimento da colônia. No livro de Adam Smith, de 1776, "Riqueza das Nações", considerado a bíblia do liberalismo econômico, há uma crítica ao sistema colonial, acusado de distorcer os fatores de produção e o desenvolvimento do comércio como promotor da riqueza. A escravidão parece a Adam Smith uma instituição anacrônica, incapaz de competir com a mão-de-obra livre.
 
 Para encerrar a influência das ideias liberais na independência do Brasil. Foram elas que fizeram com que Portugal exigisse a volta da Coroa a Lisboa, com o intuito que o Brasil voltasse a ser uma colônia de exploração, porém todo esse movimento foi decisivo para que os brasileiros lutassem por sua independência, mesmo se utilizando de um regente português posteriormente, como foi o caso da proclamação de Dom Pedro I como imperador do Brasil.

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