fisiologia animal e humana2

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EXCREÇÃO
 
A excreção possui suas funções específicas, tais como a manutenção da regulação osmótica, fato que auxilia a homeotermia mantendo a temperatura corpórea e, consequentemente, o equilíbrio térmico. A sua principal função é a remoção e eliminação do resíduo celular resultante do metabolismo de substâncias como carboidratos, proteínas e lipídios, que produzem substâncias tóxicas ao organismo, principalmente compostos nitrogenados.
 
OS EXCRETAS NITROGENADOS
 
Substâncias altamente tóxicas ao organismo, dentre as quais se destaca a amônia, resultado da queima de proteína. Para a produção de energia dessa reação metabólica também são produzidas ureia e ácido úrico. Essas substâncias utilizam os átomos de nitrogênio que compõem quimicamente os aminoácidos presentes nas proteínas. Como a amônia é uma substância altamente solúvel em água, à medida que vai sendo produzida é eliminada; se a produção desse excreta for muito elevada, o organismo correrá o risco de ficar desidratado em função da perda de água para a eliminação da substância. 
 
Animais que normalmente vivem em ambientes com muita disponibilidade hídrica possuem geralmente, como principal excreta nitrogenado, a amônia. É o caso dos peixes ósseos e vários invertebrados, mamíferos, anfíbios e peixes cartilaginosos que possuem como a principal excreta a ureia,  a qual exige durante a excreção uma menor quantidade de água por ser menos tóxica. Insetos, aves e répteis excretam o ácido úrico como principal excreta nitrogenado. Por apresentar baixa toxidade o ácido úrico requer o mínimo de água para a sua eliminação e por isso se tornou um ótimo aliado desses organismos para adaptação à vida terrestre.
 
COMO OS ANIMAIS EXCRETAM OS SEUS RESÍDUOS
 
Organismos unicelulares, poríferos e celenterados
 
Nos organismos mais simples, como unicelulares, poríferos e celenterados, os excretas são eliminados através da superfície corpórea por difusão simples. Estruturas excretoras mais complexas e específicas surgiram a partir dos platelmintos, nos quais a excreção é realizada por células especializadas denominadas células-flama ou protonefrídeos. Essas células que possuem cílios, os quais batem de forma coordenada, retirando os excretas do líquido intercelular, direcionando-os para dentro de dutos ligados a poros que se encontram por toda a superfície do corpo por onde são expelidos para o meio externo.
 
Anelídios
O sistema excretor torna-se um pouco mais complexo nos anelídeos. Esses animais apresentam um conjunto de células especializadas conhecidas por  protonefrídeos, formando uma estrutura ciliada em forma de funil denominada nefróstoma. O batimento coordenado dos cílios retira os excretas nitrogenados do líquido circundante entre os órgãos, expelindo-os através de um duto fino que desemboca no nefridióporo, poro excretor por onde os excretas são liberados para o meio externo.
 
Insetos
A excreção dos insetos acontece através dos túbulos de Malpigh. Estes recolhem os excretas do sangue, conduzindo-os até o intestino, no qual são misturados às fezes e aos excretados.
 
SISTEMA EXCRETOR HUMANO
 
O sistema urinário é constituído por um par de rins, unidade filtradora do sangue e onde a urina é produzida. Os ureteres ligam os rins à bexiga urinária local de armazenamento da urina até ser expelida através da uretra.
Os rins são constituídos por milhões de células especializadas denominadas de néfrons. Nessas células existe uma estrutura denominada cápsula de Bowman, em forma de cálice, na qual a arteríola aferente se conecta à cápsula adentrando-a e se ramificando em vários vasos, formando um aglomerado denominado glomérulo renal do qual sai a arteríola eferente. Ligado à cápsula de Bowman está o túbulo proximal, estrutura longa e contorcida que se une a alça de Henle, tubo em forma de “U”, unido em seguida ao túbulo distal, que desembocará em seguida a um túbulo coletor. Observe a figura.
Na cápsula de Bowman, cerca de 1/5 do plasma sanguíneo que foi extravasado dos capilares do glomérulo, em função da alta pressão determinada pelo plasma sanguíneo, formará um líquido denominado filtrado, no qual estão presentes água, sais minerais, aminoácidos, vitaminas, gliceróis, ácidos graxos, ureia, ácido úrico e outras substâncias. No filtrado produzido a partir da filtração glomerular, existem várias substâncias que são úteis ao organismo, devendo retornar ao sangue, e outras tóxicas que devem ser excretadas a partir da urina. As substâncias que devem ser recuperadas pelo organismos são reabsorvidas  em sua maior parte no túbulo proximal. Para a reabsorção de algumas dessas substâncias é necessário gasto de energia, ou seja, são reabsorvidas por transporte ativo. Na alça de Henle, ocorre uma grande absorção de NaCl (cloreto de sódio) o que deixa o filtrado com uma concentração hipotônica em relação ao sangue, dessa forma o sangue que se encontra no túbulo distal é mais concentrado, fato que determina uma maior reabsorção de água para o interior dos capilares sanguíneos. Quem controla a permeabilidade da parede dos capilares é o ADH (hormônio anti-diurético), produzido e liberado pela neurohipófise. A presença desse hormônio no túbulo distal aumenta, de forma significativa, a permeabilidade desses capilares, aumentando, consequentemente, a reabsorção de água.