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Sistemas_Canais_Distribuicao_Temas de 6 a 10 Atividades

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O gerenciamento da cadeia de 
suprimentos integrada ao marketing
Charlene Bitencourt Soster Luz
Introdução
A cadeia de suprimentos se integra aos canais de marketing, uma vez que a distribuição 
depende dessa integração para que o cliente seja atendido no momento esperado e no canal de 
sua preferência. 
Nesta aula, você compreenderá como o gerenciamento da cadeia de suprimentos atua inte-
grado ao marketing, possibilitando a eficiente distribuição física. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 • entender como planejar o gerenciamento da cadeia de suprimentos de acordo com 
os principais elementos de atuação usados para proporcionar uma melhor gestão dos 
processos internos que compreendem: os transportes, estoques, custos etc. 
1 Supply Chain Management 
e seus principais fundamentos 
O gerenciamento da cadeia de suprimentos ou Supply Chain Management (SCM) é a forma 
de gestão logística mais atual que existe. Novaes (2001, p. 41) cita a definição de SCM como: “a 
integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor final e indo até os for-
necedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente”. 
Essa definição destaca a importância do cliente para desencadear a integração na cadeia de supri-
mentos, pois suas preferências determinam o produto ou serviço a ser trabalhado pelas empresas. 
Assim, a inovação é essencial para agregar valor ao cliente, ou seja, trazer benefícios de real 
utilidade ao cliente. O marketing deve estar alinhado com a logística para promover as vendas, sen-
sibilizando o cliente para a compra no momento em que a logística já tiver disponibilizado o produto.
FIQUE ATENTO!
A gestão da cadeia de suprimentos significa a atuação conjunta dos seus mem-
bros. O cliente puxa a demanda e, consequentemente, a busca por inovação acon-
tece com a logística e o marketing atuando juntos. Assim, no SCM, a logística é uma 
estratégia para gerar competitividade.
Como as preferências do cliente mudam com o passar do tempo, a cadeia de suprimentos está 
em constante desenvolvimento. De acordo com Novaes (2001, p. 48-50), estes são seus fundamentos: 
 • postergação: visa reduzir prazos e incertezas. Como exemplo, podemos citar a fi naliza-
ção da montagem de carros feita dentro dos vagões durante o transporte; para aprovei-
tar o tempo, várias indústrias no Japão adotam essa medida; 
 • empresas virtuais: o cliente compra pela internet e a empresa providencia a entrega;
 • logística reversa: preocupação com o retorno do produto e a preservação ambiental; 
 • tecnologia da informação: possibilita atuar em mercados globais;
 • core competence (competência central): terceirizar atividades para a empresa focar no 
negócio principal, além de reduzir custos.
FIQUE ATENTO!
Os fundamentos da cadeia de suprimentos mostram que a logística é estratégia 
para reduzir custos, preservar o meio ambiente, usar a tecnologia da informação e 
focar no core competence.
Esses fundamentos ampliam a atuação das empresas, tornando-as mais ágeis. Postergar e 
focar no core competence reduz custos. Utilizar a tecnologia da informação em processos e para 
o cliente com empresas virtuais agiliza o serviço. Aplicar a logística reversa contribui para a repu-
tação da empresa, gerando marketing positivo. Novaes (2001, p. 50-51) afi rma que o SCM é um 
momento único de evolução da logística por apresentar as seguintes características:
 • foco na satisfação do cliente;
 • desenvolvimento de parcerias na cadeia de suprimentos;
 • abertura ao acesso de informação; 
 • esforço de toda a cadeia de suprimentos para eliminar desperdícios e ampliar a efi ciência. 
Figura 1 – SCM
A B
C
D E
Integração plena, estratégica
e flexível ao longo de toda a
cadeia de suprimento (SCM)
Fornecedor
matéria prima
Fornecedor
componente
Manufatura
Distribuidor
Varejista
Consumidor
Fonte: NOVAES, 2001, p.50.
Assim, no SCM, a cadeia de suprimentos atua de forma integrada e estratégica para consolidar 
parcerias, por meio da troca de informações e esforço para reduzir custos e satisfazer ao cliente.
2 Os principais elementos da cadeia de suprimentos
Os elementos da cadeia de suprimentos são todos aqueles que participam dessa cadeia e contri-
buem para o fluxo do produto e das informações. Novaes (2001, p. 179) destaca os seguintes elementos:
 • suprimento da manufatura: são os fornecedores de matéria-prima;
 • manufatura: é a fábrica, ou seja, local onde a matéria-prima é transformada em produto final;
 • distribuição física: depois do produto pronto, a distribuição pode ocorrer de diversas 
formas: por meio de centros de distribuição, atacados, direto ao varejo e outras;
 • varejo: são pontos de venda, onde o cliente faz a compra;
 • consumo: é o objetivo de toda a cadeia de suprimentos;
 • transporte: interliga todos os membros da cadeia de suprimentos. 
Figura 2 – Elementos da cadeia de suprimentos
Componentes
pré-montados
Matéria-
prima
Componentes
soltos
Transporte
Transporte
Transporte
Manufatura
CD do
varejista
Loja n Loja 3 Loja 2 Loja 1
Consumidor
Final
Distribuição
Física
Suprimento da
manufatura
Fonte: NOVAES, 2001, p. 181.
SAIBA MAIS!
Aprofunde seus conhecimentos sobre os benefícios do supply chain. Acesse: 
<https://endeavor.org.br/supply-chain/>.
3 Os tipos de distribuição física no Brasil e no mundo
Existem cinco modais de transporte utilizados no Brasil e no mundo: rodoviário, ferroviário, 
fluvial, aéreo e dutoviário. O terrestre engloba o rodoviário e o ferroviário. Alguns modais são mais 
utilizados em determinados países. No Brasil, segundo a CNT (Confederação Nacional dos Trans-
portes), a utilização do transporte rodoviário é aproximadamente de 60% e existem mais de dois 
milhões de caminhões circulando.
Figura 3 – Modais de transporte
Fonte: 3DDock/Shutterstock.com 
No transporte rodoviário, são utilizados vários tipos de veículos: carretas aberta, truck, sider, 
carreta baú, caminhonetes e motos, sendo seus valores de frete diferentes devido ao peso, volume 
da carga e as características. Por exemplo, a carreta aberta tem menor custo do que o sider, pois 
não oferece tanta proteção ao produto. 
Segundo a Confederação Nacional do Transporte - CNT (2013), uma das vantagens do trans-
porte ferroviário é que um vagão de trem substitui quatro caminhões. Aproximadamente 80% do 
volume de carga das ferrovias brasileiras é de carvão mineral, no entanto outras mercadorias tam-
bém podem ser movimentadas pelas ferrovias.
O transporte fluvial, aquaviário ou hidroviário pode acontecer em território nacional ou inter-
nacional. Quando o navio tem origem e destino nos portos do mesmo país, a operação chama-se 
cabotagem. O transporte entre portos de países diferentes denomina-se longo curso. No Brasil e 
no mundo, o transporte hidroviário é muito utilizado para exportações e importações por compor-
tar grandes volumes e percorrer longas distância. Existem diferentes tipos de navios com caracte-
rísticas especificas. Alguns exemplos são o navio de carga geral, que transporta mercadorias com 
embalagens diversas; o navio porta contêiner; e o navio graneleiro, para cargas soltas como a soja.
Novaes (2007) explica que o transporte aéreo passou a ser mais utilizado devido à globaliza-
ção. Os membros da cadeia de suprimentos agilizam as entregas com o transporte aéreo, princi-
palmente para cargas urgentes. 
 A importância do transporte aéreo na logística aumentou muito com a globalização, pois 
agora as cadeias produtivas estenderam suas ramificações pelo mundo todo, e muitas 
vezes o fornecimento de componentes e a distribuição de produtos não podem ficar depen-
dendo do transporte marítimo, principalmente quando os embarcadores não conseguem 
níveis de confiabilidade satisfatórios nos prazos de entrega. (NOVAIS, 2007, p. 251)
EXEMPLO
Uma empresa brasileira detectou falta de peças para a produção. São peças espe-
cíficas importadas geralmente de navio pelo baixo valor de frete.No entanto, como 
é um caso urgente, para esse pedido, as peças vieram de avião, abastecendo a 
produção a tempo. 
O transporte dutoviário é o único que atua sem interrupções e transporta principalmente óleo, 
gasolina, álcool, gás e minérios. Segundo a ANTT, o transporte dutoviário é dividido em oleodutos, 
gasodutos e minerodutos. Bowersox (2014, p. 209) explica que aproximadamente 67% do petróleo 
nos Estados Unidos é transportado por dutos. 
SAIBA MAIS!
O boletim estatístico da Confederação Nacional de Transportes mostra as 
estatísticas dos modais de transporte no Brasil. Acesse: <http://www.cnt.org.br/
Boletim/boletim-estatistico-cnt>.
4 Vantagens e desvantagens dos principais 
tipos de distribuição: terrestre, aéreo e fluvial
As maiores vantagens do transporte rodoviário são a flexibilidade, já que é possível se deslocar 
para diversos lugares por terra, e a versatilidade, pela utilização de veículos de diversos tamanhos 
para transportar vários tipos de mercadorias. Também se integra facilmente com outros meios de 
transporte. As principais desvantagens são os custos alto do frete, a poluição e o engarrafamento.
FIQUE ATENTO!
A escolha do meio de transporte deve considerar suas vantagens e desvantagens, 
principalmente referentes ao tempo de deslocamento e ao custo. Também é re-
levante pensar nas características da carga e sua embalagem, para preservá-las 
durante o translado.
O transporte ferroviário tem como principais vantagens a capacidade de carregar grandes 
volumes, além de ter custos menores do que o rodoviário, bem como não ter problema de ficar 
preso em engarrafamentos. Os países da Europa usam largamente as ferrovias para transporte de 
carga e de passageiros. A desvantagem é que, no Brasil, existem poucas ferrovias. 
Figura 4 – Transporte Ferroviário
Fonte: A. and I. Kruk/Shutterstock.com 
Já o transporte aéreo alcança longas distâncias rapidamente, por isso é bastante utilizado 
para cargas urgentes. Como desvantagens, temos o alto custo e a limitação de peso e volume das 
mercadorias devido ao tamanho das aeronaves.
Com o transporte hidroviário, há a possibilidade de transportar grandes volumes com custo baixo 
para longas distâncias. No entanto, o tempo de transporte é maior, porque o navio passa por vários 
portos ao longo da viagem. No Brasil, apesar do grande potencial, a cabotagem é pouco utilizada.
EXEMPLO
O caminhão leva a mercadoria para embarque no aeroporto. Quando a mercadoria 
chega no destino, outro veículo busca para levar até seu destino. Isso mostra a 
integração do transporte rodoviário com outro modal.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • conhecer a definição de supply chain management;
 • entender os principais fundamentos da cadeia de suprimentos; 
 • identificar os principais elementos da cadeia de suprimentos;
 • conhecer os tipos de distribuição física no Brasil e no mundo;
 • compreender as vantagens e desvantagens dos principais tipos de distribuição.
Referências 
BOWERSOX, Donald J. Gestão Logística da Cadeia de Suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE - CNT. Transporte e Economia: O Sistema Ferrovi-
ário Brasileiro. 2013. Disponível em: <http://www.cnt.org.br/estudo/transporte-e-economia-o-sis-
tema-ferroviario-brasileiro-cnt>. Acesso em: 04 ago. 2017.
______. Boletim Estatístico. 2017. Disponível em: <http://www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatisti-
co-cnt>. Acesso em: 04 ago. 2017.
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, opera-
ção e avaliação. 3.ed. rev. atual. e ampli. Rio de Janeiro: Elsevier-Campus, 2007.
______. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio 
de Janeiro: Elsevier-Campus, 2001.
Sistema produtivo integrado 
ao sistema de distribuição
Charlene Bitencourt Soster Luz
Introdução 
A produção atua de forma integrada com a distribuição física, sendo uma relação dependente 
que afeta toda a cadeia de suprimentos. Nesta aula, você compreenderá como o sistema produtivo 
exerce atividades que afetam a distribuição física. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 • entender os processos de planejamento dentro de uma visão mais integrada e baseada em 
fatos e análises para a tomada de decisão do gestor sobre a atuação do processo produtivo; 
 • compreender o sistema de produção e seus sistemas de gestão.
1 O planejamento da produção em função da demanda
A produção precisa fazer os produtos desejados dentro da quantidade correta para suprir a 
demanda, momento em que entra em ação a previsão, que exerce papel importante para a pro-
dução poder trabalhar sem, no entanto, gerar estoques. Quanto mais correta for a previsão das 
vendas, menor será a quantidade de sobras e, consequentemente, de custos. 
A previsão é realizada com auxílio de pesquisa e do contato constante com o cliente. Geral-
mente, a pesquisa é realizada de duas formas, ou diretamente com o cliente, ou com o setor de 
vendas. Elas podem ser realizadas pessoalmente no ponto de venda ou por meios eletrônicos. 
No entanto, deve ser um procedimento de rotina, pois, além de ser importante para a produção, 
demostra que a marca se importa com o cliente. 
Novaes (2001, p. 22) defende a ideia da demanda puxada pelo cliente, ou seja, o varejo pre-
cisa ter atenção às preferências de consumo para comunicar às fábricas. O planejamento da pro-
dução deve considerar as características únicas de cada negócio, juntamente com a previsão de 
demanda de cada região. 
EXEMPLO
Num local com inverno rigoroso, o consumo de sorvete provavelmente será menor 
durante esse período. Nesse caso, a demanda e a produção são afetadas pelas 
características da região.
De acordo com Novaes (2001, p. 344), o planejamento da produção ocorre nos níveis: estra-
tégico, tático e operacional. No nível estratégico, temos a direção da empresa tomando decisões 
a longo prazo. Nesse momento, se estabelece a visão da empresa. Um exemplo de visão: ser 
referência em vendas de eletrônicos no Rio de Janeiro, em cinco anos. Já o planejamento tático, 
que são os gestores de loja, irão traçar metas para o operacional aumentar a demanda e alcan-
çar a visão da empresa com prazo intermediário, menos de um ano, geralmente. O planejamento 
operacional de curto prazo corresponde às atividades de rotina a serem executadas pelos demais 
colaboradores para cumprir os planos táticos. Por exemplo, primar pela produção sem defeito e 
dispender maior atenção ao cliente no momento da venda.
FIQUE ATENTO!
A previsão de demanda pode ser obtida por meio de pesquisa para conhecer sobre 
as preferências do cliente. De posse desse resultado, a produção pode atuar com 
maior assertividade na confecção dos produtos sem gerar estoques e custos des-
necessários. Para isso, utiliza-se o planejamento estratégico, tático e operacional.
2 Sistemas de Gestão MRP e o ERP
Os sistemas de gestão são essenciais para registrar e compartilhar informações. O MRP 
(Material Requirements ou Planejamento das Necessidades de Materiais) é antecessor do ERP 
(Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Recursos da Empresa). Segundo Corrêa (2010, 
p. 378), o MRP foi desenvolvido na década de 1970, para definir a quantidade e os momentos apro-
priados para abastecer a produção com materiais.
Figura 1 – MRP = Planejamento de material
Fonte: Ndoeljindoel/Shutterstock.com 
Como o MRP focava apenas nos suprimentos dos materiais para a produção, houve a 
necessidade de se desenvolver um sistema que calculasse a quantidade de máquinas, pessoas e 
espaços necessários, além do material para a fabricação. Assim, surgiu o MRPII (Manufacturing 
Resource Planning ou Planejamento de Recursos para Manufatura). 
Figura 2 – Integração de informações
Fonte: Chanpipat/Shutterstock.com 
Na década de 1990, surgiu o ERP para abranger todos os setores da empresa. Como afirma 
Corrêa (2010, p. 378), “O ERP visa um eficaz planejamento e controle detodos recursos necessá-
rios para suprir, produzir, embarcar e atender aos pedidos dos clientes num ambiente de manu-
fatura, distribuição ou serviço”. Assim, o sistema permite a integração das informações entre os 
setores da empresa. Corrêa (2010, p. 378) cita, ainda, outros benefícios do ERP:
 • visibilidade dos acontecimentos de toda a empresa em somente um sistema;
 • o ERP facilita a gestão por processos de toda empresa;
 • utilizado para melhoria contínua;
 • comunicação eficaz dentro da empresa, com clientes e fornecedores;
 • maior integração na cadeia de suprimentos com informações fluindo em tempo real;
 • conectado à internet, possibilitando acesso ao e-mail e outros;
 • possui interface com planilhas e documentos.
FIQUE ATENTO!
Enquanto o MRP atua apenas no planejamento de materiais, o MRPII calcula todas as 
necessidades de produção. Já o sistema ERP integra todos os setores da empresa.
3 Sistema de CRM de marketing integrado 
ao planejamento da Produção
Corrêa (2010, p. 390) define CRM (Customer Relationship Management ou Gestão de Relacio-
namento com o Cliente) como: “Conjunto de aplicativos relacionados que apoiam os processos 
que ocorrem entre a empresa e seus clientes”. Esse sistema mantém o bom relacionamento da 
empresa com cliente. Vejamos a seguir alguns recursos dessa solução, citados por Corrêa (2010), 
que abrangem as áreas de marketing, vendas e serviços.
Figura 3 – Conexão com o cliente
Fonte: Wichy/Shutterstock.com 
Na área de marketing, os recursos mais utilizados pelo CRM são:
 • gestão de recursos de marketing: engloba pesquisa de mercado e planejamento de 
produtos, de cenários e do calendário de marketing;
 • gestão de campanhas: planeja, simula, executa e analisa os resultados das campa-
nhas, além de evidenciar os benefícios do produto ao cliente;
 • gestão de propostas: simulação e análise de desempenho de propostas;
 • gestão de leads (clientes em potencial): canal de interação, pesquisa, acompanha-
mento e análise de leads e também dos parceiros nos leads;
 • fidelização: gestão das atividades dos clientes, do call center, programas de fidelidade 
e recompensa.
Os recursos do CRM mais relevantes para a área de vendas são:
 • planejamento e previsão de vendas: planejamento colaborativo na cadeia de suprimentos;
 • gestão do desempenho de vendas: acompanhamento periódico dos itens vendidos;
 • gestão de territórios: mapeamento e análise das vendas nas regiões de atuação da 
empresa que podem ter demandas diferentes;
 • gestão de oportunidades: hierarquia de oportunidades, gestão de informações compe-
titivas, de projetos para clientes específicos;
 • gestão de cotações e pedidos: alocação automática de parceiros para ajudar nos pedi-
dos, gestão de crédito, verificação de disponibilidade do produto, descontos, cobrança.
Por fim, o CRM possui como principais recursos de serviços:
 • marketing e venda de serviços: catálogo de serviços e de promoções;
 • instalações e manutenções: especificações de fábrica para diferentes instalações;
 • devoluções e reparo: gestão das devoluções e de empréstimos durante manutenções.
Esses recursos são apenas uma amostra do poder do CRM na empresa e sua conexão com 
o cliente, pois há outros, no entanto é a empresa quem opta por utilizar os que forem mais interes-
santes para o negócio. É imprescindível que o CRM atue com o planejamento da produção, para 
fabricação ser gerada a partir das informações do CRM. 
FIQUE ATENTO!
O CRM presta grande apoio à gestão do relacionamento entre empresa e cliente, 
principalmente no que diz respeito ao marketing, às vendas e aos serviços. 
4 O sistema JIT e Kanban no controle da produção
O Just in Time ou JIT (no tempo justo) é uma filosofia criada pelo fundador da Toyota, nos 
anos 1950, que se desenvolveu no Brasil a partir da década de 1980. A ideia do JIT é reduzir des-
perdícios, como estoque, e, ao mesmo tempo, disponibilizar o produto certo na hora certa e na 
quantidade correta. Os processos precisam ser coordenados para que o JIT tenha sucesso, pois 
uma falha pode prejudicar toda a cadeia de suprimentos. 
Já o kanban, também criado pela Toyota, significa cartão em japonês, ou seja, é o cartão que 
autoriza a produção e norteia as suas atividades. Segundo Corrêa (2010, p. 279), ele também pode 
ser utilizado no transporte. No início, era utilizado um cartão de papel com informações sobre a 
produção, como quantidade e tipo de produto. Hoje, é comum ver a ideia do kanban em painéis 
eletrônicos nas fábricas. 
Figura 4 – Kanban: produção e transporte
Kanban de produção
Número da peça: 4341
Descrição: Rotor tipo A
Lote: 12 peças
Centro de produção: Célula J-32
Kanban de transporte
Número da peça: 4341
Descrição: Rotor tipo A
Lote: 12 peças
Centro de produção origem: Célula J-32
Centro de produção destino: Posto L-45
Fonte: adaptado de CORRÊA. 2010.
O JIT e o Kanban atuam na produção, cuja demanda é puxada pelo cliente. A utilização de ambos 
contribui para o controle da produção. O primeiro elimina desperdícios, como estoques e retrabalhos, 
que significam custos para a empresa, além disso também pode ser utilizado no transporte. Já o 
segundo guia os processos com informações fluindo, principalmente na fábrica e no transporte.
SAIBA MAIS!
Aprofunde seus conhecimentos sobre as aplicações do JIT. Acesse: <https://
endeavor.org.br/just-time/>
5 Programas de qualidade
Os programas de qualidade contribuem para a fabricação de produtos sem defeito. Como 
são ações, todos os colaboradores devem ser envolvidos e ser dedicados a busca pela qualidade. 
Eles também visam a melhoria contínua de processos, produtos e serviços, bem como correções 
de possíveis falhas. A certificação ISO9001 padroniza processos em busca da qualidade e é um 
exemplo de programa de qualidade.
SAIBA MAIS!
No artigo Implementação de programas da qualidade, é discutida a prática dos 
programas de qualidade nas empresas brasileiras. Acesse: <http://www.scielo.br/
pdf/gp/v13n2/31167>.
Há outro termo japonês utilizado nessa área, o kaizen, que significa melhoria contínua no 
sentido de sempre fazer melhor, ou seja, com menor custo e maior satisfação ao consumidor. Os 
programas de qualidade são procedimentos internos que refletem no relacionamento externo da 
empresa, principalmente naqueles com o cliente. 
EXEMPLO
Um restaurante implementa uma nova forma atendimento, agora o garçom digita 
os pedidos no celular e envia para o computador da cozinha. Dessa forma, ele vai na 
cozinha somente buscar os pedidos, ganhando tempo para atender outros clientes. 
Além disso, não existe o risco do pessoal da cozinha não entender a letra ou perder 
o pedido. Essa alteração no procedimento de envio dos pedidos para a cozinha 
reflete no atendimento ao cliente, o qual se torna mais rápido e assertivo. 
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • entender o planejamento da produção em função da demanda;
 • conhecer os sistemas de gestão MPR e ERP;
 • entender como funciona o CRM;
 • compreender o sistema JIT e o kanban;
 • entender a importância dos programas de qualidade.
Referências 
CORRÊA, Henrique Luiz. Gestão de Redes de Suprimentos. São Paulo: Atlas, 2010. 
JUST-IN-TIME: OTIMIZE SUA PRODUÇÃO E CORTE CUSTOS. Endeavor Brasi, s.d. Disponível em: 
<https://endeavor.org.br/just-time/>. Acesso em: 30 ago. 2017.
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, opera-
ção e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier-Campus, 2001.
PINTO, Silvia Helena Boarin (Org.) Implementação de programas da qualidade: um suvey em 
empresas de grande porte no Brasil. GESTÃO & PRODUÇÃO, v. 13, n. 2, p.191-203, mai.-ago. 2006. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v13n2/31167>. Acesso em: 09 ago. 2017.
Impactos da globalização nos sistemas 
de distribuição
Charlene Bitencourt Soster Luz
Introdução 
A globalização afetou o funcionamento do sistema de distribuição com desafios, novas pos-
sibilidades e algumas desvantagens. Nesta aula, vocêcompreenderá como a globalização trans-
formou as operações logísticas. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 • compreender o fenômeno da globalização, que invade fronteiras, modifica costumes, 
altera as formas de negociação e produção de mercadorias com sua dinâmica global; 
 • identificar as vantagens e desvantagens do fenômeno global na produção de bens.
1 O papel da globalização no sistema 
de distribuição mundial
Ao final da Guerra Fria, na década de 1990, o capitalismo imperou sobre o socialismo. Para 
atender as demandas capitalistas, o comércio exterior se expandiu, o que aconteceu também no 
Brasil. Assim, a logística adquiriu maior atuação para auxiliar nas transações globais. Nesse sen-
tido, Corrêa (2010, p. 23) afirma: “tratar de gestão de redes de suprimento, hoje, é tratar de redes 
globais de suprimentos”. A cadeia de suprimentos assume caráter global, por causa das negocia-
ções entre membros da cadeia de suprimentos em diferentes países. 
EXEMPLO
Como vivemos em um mundo globalizado, a rede de suprimentos, como está in-
serida nesse cenário, também age dessa forma, pois a matéria-prima pode vir da 
Inglaterra e do Japão, por exemplo, para a montagem e a distribuição do produto no 
Brasil, na Argentina e no Canadá.
A globalização atuou de forma direta no sistema de distribuição ao internacionalizar os mer-
cados. A logística, por exemplo, exerce influência na competitividade das empresas, na importação 
de matérias-primas e nas entregas por todo o mundo. Já a tecnologia da informação conecta esses 
mercados globais, permitindo o fluxo de informações, em tempo real, na cadeia de suprimentos.
Figura 01 – Interação global
Fonte: D100/Shutterstock.com 
2 Novas especialidades produtivas
Wanke (2011) apresenta três sistemas de produção: em massa, em massa com variedade 
e customatização. A escolha por um deles depende das características do produto e das pre-
ferências do público-alvo, pois alguns produtos permitem a existência de mais modelos. Além 
disso, os clientes podem optar por produtos padronizados, variados ou customatizados, con-
forme a necessidade.
A produção em massa, criada pela Ford com a fabricação de carros padronizados de baixo 
custo para a venda em grande quantidade, tem processos sequenciais e previsíveis, havendo 
pouca ou nenhuma variedade de produtos.
Figura 2 – Produção em massa
Fonte: Giuseppe Parisi/Shutterstock.com 
 Já a produção em massa com variedade aplica-se aos produtos com diversas linhas e modelos, 
embora haja padronização. A ideia é produzir com rapidez grande quantidade e variedade de produtos. 
Na produção customatizada, existem projetos específicos para cada cliente. Dessa forma, os 
processos são adaptados para gerar um produto único. A produção não tem um tempo padroni-
zado, pois se altera conforme o pedido. Assim, os custos de produção são variáveis e há tendência 
de o preço ao cliente ser alto.
EXEMPLO
O pão francês é um bom exemplo de produção em massa, por ser um produto 
padronizado. Os celulares, com muitas variedades para o cliente escolher, entra na 
produção em massa com variedade. Como produção customatizada, temos arte-
sanatos e produtos exclusivos.
3 Desafios produtivos, vantagens e 
desvantagens da globalização
Como estão inseridas em mercados globais, as empresas enfrentam vários desafios, espe-
cialmente no setor produtivo. Nesse sentido, Ballou (1993, p. 376) destaca os interesses das 
nações industrializadas e das em desenvolvimento: 
À medida que as nações industrializadas procuram controlar a inflação pela compra de 
bens mais baratos de fontes externas e as nações em desenvolvimento tentam melhorar 
o seu padrão de vida através de exportações, espera-se que o crescimento do comércio 
internacional continue, enquanto interesses nacionais não forcem a prática de políticas 
restritivas. Pode-se esperar, certamente, que parcela crescente do esforço logístico será 
dedicada à movimentação internacional de bens. 
Como podemos ver, as negociações internacionais têm o objetivo de beneficiar todos os 
envolvidos. As nações em desenvolvimento alavancam a economia exportando para as nações 
industrializadas, as quais desejam importar produtos a baixo custo. Nesse cenário, a logística 
exerce a importante função de escoar os produtos nesse mercado global. No entanto, há desafios 
no processo produtivo global, como: 
 • obter matéria-prima com menor custo e com qualidade: comprar com bom senso;
 • eliminar desperdícios: produzir de acordo com a previsão da demanda;
 • investir em tecnologia: para obter maior produtividade, agilidade e assertividade;
 • desenvolver pessoas: incentivar os colaboradores a estudar idioma estrangeiro e atuar 
de acordo com a dinamicidade do mercado para fomentar a inovação;
 • legislação internacional: conhecer a legislação referente ao produto e às negociações 
dos países que a empresa tem contato para não transgredir a lei;
 • lidar com diferentes culturas: pesquisar sobre a cultura de outros povos para poder respeitar 
as diferenças e, com isso, ter maior sucesso nas negociações e campanhas internacionais. 
SAIBA MAIS!
No artigo Globalização e complexidade em supply chains, o autor explica como a 
globalização mudou as operações logísticas. Acesse: <http://www.tecnologistica.
com.br/portal/artigos/60676/globalizacao-e-complexidade-em-supply-chains/>. 
A globalização oferece diversas vantagens para as empresas, uma delas é a presença em 
variados países, o que possibilita ter menor dependência do mercado nacional e fortalecer a 
marca. Outra é a inovação, a qual acontece por meio do contato com outras culturas, tecnologias e 
oportunidades. A tecnologia também proporciona inovação, além da troca instantânea de informa-
ção entre clientes, fornecedores e parceiros, independente da distância física. Assim, a empresa se 
torna mais competitiva atuando em mercados globais. 
Por outro lado, a globalização possui desvantagens. Existe concorrência agressiva na dis-
puta de mercados globais, o que pode forçar a redução de preços e da margem de lucro. Além 
disso, a oscilação da taxa câmbio interfere nas transações internacionais. Se o dólar estiver alto, 
significa que a moeda nacional está desvalorizada, ficando mais caro vender, consequentemente, 
as exportações diminuem. Corrêa (2010) salienta outra desvantagem, os custos de importação e 
exportação com desembaraço da documentação e de transporte.
FIQUE ATENTO!
Apesar da globalização ser desafiante e ter algumas desvantagens, a empresa se 
torna mais competitiva e inovadora para atuar no mercado exterior.
4 A gestão econômica e financeira em 
um ambiente globalizado
O ambiente globalizado torna a gestão econômica e financeira mais complexa devido a pre-
sença de outras moedas, leis e culturas. David e Stewart (2010) afirmam que a situação econô-
mica do país atrai ou inibe os investimentos, o que reflete nas finanças da empresa. Por exemplo, 
em momento de crise ética e econômica, as empresas estrangeiras têm receio de investir em 
negócios no Brasil. 
Figura 3 – Gestão financeiro-econômica global
Fonte: Ktsdesign/Shutterstock.com 
A gestão econômica volta-se ao ambiente externo às empresas. O PIB (Produto Interno Bruto), 
a inflação e a lei da oferta e da procura são assuntos a serem tratados na empresa, pois podem 
modificar sua atuação no mercado global. Se o PIB está crescendo e a inflação está controlada, há 
estabilidade econômica, ou seja, a empresa pode investir em nova filial no exterior, por exemplo, ao 
invés se preocupar exclusivamente com a redução de custos. Na lei da oferta e da procura, quanto 
mais os clientes buscam o produto mais o preço sobe. Nesse caso, a procura é maior do que a 
oferta de produtos e as empresas podem aumentar o preço e obter mais lucro. 
SAIBA MAIS!
No artigo “Gestão financeira; 9 segredos”, o autor expõe elementos básicas para 
cuidar nas finanças. Leia em: <https://endeavor.org.br/gestao-financeira/>.
Na gestão financeira,são abordados assuntos internos, como ponto de equilíbrio, margem de 
lucro e tempo de retorno sobre o investimento. O ponto de equilíbrio é o mínimo que a empresa pre-
cisa vender para não ter prejuízo. O lucro é a receita menos os custos, ou seja, o que sobra depois de 
pagar todos os custos. O retorno sobre o investimento é o tempo que o negócio leva para recuperar 
o capital investido. A atuação no mercado global permite que a empresa aumente a margem de 
lucro vendendo para diversos locais. Assim, o retorno sobre o investimento pode ser mais rápido, 
permitindo que a empresa tome mais decisões de investimento, como em novos produtos. 
FIQUE ATENTO!
Gestão econômica e financeira são fundamentais para a empresa se manter com-
petitiva. A gestão econômica se relaciona com o cenário externo à empresa e a 
gestão financeira com questões internas.
5 O futuro do sistema de distribuição mundial
Existem tendências na distribuição em nível global, as quais estão relacionadas com o aten-
dimento ao cliente, a agilidade na distribuição e ao cuidado com a sustentabilidade.
O atendimento ao cliente precisa ser global e respeitar as características locais de cada 
cultura. Assim, surge a logística glocal, defendida por Dornier (2000, p. 701), o qual afirma “a 
eficiência da logística geograficamente integrada depende com frequência cada vez maior 
de um balanço sutil entre uma abordagem global e uma local. Isso levou ao termo logística 
glocal”. A existência de representantes em todos os territórios de atuação é relevante para 
a logística global, ou seja, para a adaptação de padrões globais do produto para as prefe-
rências do consumidor regional. 
Figura 4 – Logística Global
Unidades
de negócios
Fluxo
Controle gerencial
Vendas
Desenvolvimento
Manufatura
Infra-estrutura
Logística local
Gerente 
logístico da 
zona geográfica
Organização
logística
global
Gerente 
logístico
local
Gestão do
país ou
geográfica
Fonte: DORNIER, 2000, p. 703.
Já Corrêa (2010) defende o cross-docking como uma das atividades que irá se expandir no futuro 
dos centros de distribuição. Nesse processo, a mercadoria chega ao armazém e já é direcionada para 
a expedição. Como não há armazenagem, não há custos com estoque. No entanto, a comunicação 
entre os integrantes da cadeia de suprimentos precisa ser efetiva para existir o cross-docking.
Outra tendência no sistema de distribuição é a atenção com a sustentabilidade nas opera-
ções, como exemplo, podemos citar o uso de biocombustível. 
FIQUE ATENTO!
A logística glocal adapta o produto global para as necessidades do consumidor 
local; o cross-doking agiliza as operações, evitando estoque; e, por fim, a sustenta-
bilidade preserva o meio ambiente.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • entender o papel da globalização no sistema de distribuição;
 • conhecer novas especialidades produtivas; 
 • identificar desafios, vantagens e desvantagens da globalização;
 • compreender a gestão econômica e financeira no ambiente global;
 • conhecer o futuro do sistema de distribuição mundial.
Referências 
BALLOU, Ronald. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993.
CORRÊA, Henrique Luiz. Gestão de Redes de Suprimentos. São Paulo: Atlas, 2010. 
DAVID, Pierre; STEWART, Richard. Logística Internacional. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
ENDEAVOR BRASIL. Gestão Financeira: 9 segredos. Disponível em: <https://endeavor.org.br/ges-
tao-financeira/>. Acesso em: 12 ago. 2017. 
WANKE, Peter. Gerência de Operações. São Paulo: Atlas, 2011.
ZINN, Walter. Globalização e complexidade em supply chains. Disponível em: <http://www.tecno-
logistica.com.br/portal/artigos/60676/globalizacao-e-complexidade-em-supply-chains/>. Acesso 
em: 12 ago. 2017.
A responsabilidade social nos canais de 
distribuição
Charlene Bitencourt Soster Luz
Introdução
As atitudes voltadas para a responsabilidade social devem estar presentes em todas as 
empresas, com ênfase para os canais de distribuição. Nesta aula, você entenderá qual a função e 
os objetivos, além de ver algumas práticas nas atividades logísticas, bem como os desafios para 
desenvolver um programa de responsabilidade social. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 • conhecer os aspectos e os objetivos fundamentais para aplicar a responsabilidade 
social nos sistemas de distribuição organizacional;
 • analisar as dificuldades enfrentadas para desenvolver um programa de responsabili-
dade social.
1 Definição e função da responsabilidade social
A responsabilidade social se refere ao comprometimento de pessoas e instituições em ter 
atitudes éticas, para auxiliar a sociedade. A Confederação Nacional da Indústria (2006, p. 9) tem a 
seguinte definição: 
A Responsabilidade Social Empresarial consiste num conjunto de iniciativas por meio das 
quais as empresas buscam – voluntariamente – integrar considerações de natureza ética, 
social e ambiental às suas interações com clientes, colaboradores, fornecedores, concor-
rentes, acionistas, governos e comunidades – as chamadas “partes interessadas” – visan-
do ao desenvolvimento de negócios sustentáveis. 
Com base nesse conceito, podemos entender a responsabilidade social como todas as ati-
vidades voluntárias, de todos envolvidos com a empresa, respeitando a ética, a sociedade e a 
natureza e, ao mesmo tempo, mantendo o negócio lucrativo. Muitas empresas têm código de 
ética para nortear as ações dos colaboradores e parceiros. Assim, a postura fica bem clara sobre 
o respeito às pessoas e ao meio ambiente. 
Figura 1 – Responsabilidade social
Fonte: OZ photo/Shutterstock.com
Para as empresas, a função da responsabilidade social está na postura, ou seja, na ação 
ética, comprometida, com as pessoas e o meio ambiente. Como parte interessada, os stakehol-
ders, ou todos os que têm contato com a empresa, devem perceber a preocupação da organização 
com a responsabilidade social para poder contribuir nas ações. 
SAIBA MAIS!
Para saber mais sobre o tema Responsabilidade Social e a sua abrangência, acesse: 
<http://www.responsabilidadesocial.com/o-que-e-responsabilidade-social/>.
2 Principais objetivos da lei de responsabilidade social
No Brasil, temos o projeto de Lei n. 1305/2003 sobre responsabilidade social nas empresas, 
o qual está disponível no site da Câmara dos Deputados. No artigo 2º, são expostos os objetivos 
dessa Lei:
I. estabelecer regras de transparência e controle da Responsabilidade Social;
II. tornar socialmente ética e transparente a atuação das Sociedades Empresárias e dos 
Empresários junto aos seus Públicos de Relacionamento;
III. preservar e consolidar a imagem e reputação nacional da Sociedade Empresária e do 
Empresário no País e no exterior como agente ético de circulação e criação de riqueza na-
cional, por meio de mecanismos sólidos de transparência social;
 IV. estabelecer a obrigatoriedade de publicação do Balanço Social da Sociedade Empresá-
ria como mecanismo de controle e transparência da Responsabilidade Social.
Os objetivos do projeto-lei primam pela relação ética nas empresas com seus contatos nacio-
nais e internacionais, além disso tornar a publicação do balanço social obrigatória mostra a preo-
cupação com a transparência de informações para a sociedade. 
SAIBA MAIS!
No site da Câmara dos Deputados, você pode acessar o projeto da lei de respon-
sabilidade social na íntegra e conhecer as definições, os objetivos, as justificativas 
e os detalhes seu funcionamento. Acesse: <www.camara.gov.br/proposicoesWeb/
prop_mostrarintegra;jsessionid=28B81D945BAABD4FDFCC29F4A109766C.no-
de2?codteor=258194&filename=Avulso+-PL+1305/2003>.
3 Exemplos de responsabilidade social nas atividades 
dos operadores logísticos
 A responsabilidade social deve ser exercida em toda a cadeia de suprimentos. Para isso, a 
empresa não precisa investir muito, pois atitudes simples também são importantes. Empresas de 
qualquer porte podem ter essas práticas, uma vez que todos devem ter compromissos sociais,não somente os governantes. 
O CNI (2006, p. 19) cita motivos para adoção da responsabilidade social: proporcionar bom 
ambiente de trabalho e colaboração, reduzir custos, captar e fidelizar clientes, ter maior facilidade 
para entrar no mercado global e para conseguir crédito. 
É recomendável a empresa deixar clara a sua postura em relação à responsabilidade social, 
com apoio à diversidade, mesmo antes de selecionar um candidato. Assim, a seleção será mais 
assertiva com pessoas com os mesmos valores da empresa. Dessa forma, as atitudes dos cola-
boradores na empresa irão propagar uma imagem positiva para a sociedade. 
Figura 2 – Questionando o comprometimento social
A minha empresa...
Mantém os acionistas informados com clareza?
Assegura todos os direitos aos seus colaboradores?
Mantém boas relações com seus fornecedores?
Respeita os direitos dos consumidores?
Envolve a comunidade nas ações de seu interesse?
Considera os impactos ambientais de seu negócio?
Cumpre seus compromissos tributários?
Respeita as regras de concorrência dos negócios?
Fonte: adaptado de CNI, 2006.
Corrêa (2010) afirma que muitas empresas adotam o código de conduta para os fornecedo-
res e outros prestadores de serviço. Assim, elas podem selecioná-los e avaliá-los de acordo com 
as práticas de responsabilidade social adotadas. Por isso, alguns questionamentos norteadores 
são sugeridos pela CNI (2006), para identificar uma empresa responsável socialmente. 
Todas as empresas da cadeia de suprimentos podem adotar práticas de responsabilidade 
social, com treinamentos curtos e eventos de conscientização, ou mesmo com apoio a fundações. 
EXEMPLO
Eventos para estimular o apoio a instituições carentes, doação de sangue e volun-
tariado são interessantes para toda a sociedade e também para o colaborador, o 
qual se sentirá mais engajado e parte importante da empresa, além de sentir bem 
como ser humano.
Nas indústrias, algumas atitudes podem ser tomadas com relação à compra de matéria-prima 
e à gestão de resíduos. A compra precisa priorizar produtos de empresas que preservem o meio 
ambiente e que, ao mesmo tempo, se preocupem com a segurança e o bem-estar dos colaborado-
res. Visitar fornecedores periodicamente oportuniza a identificação de tais práticas. A manufatura 
também deve cuidar do processo produtivo e da gestão de resíduos ecologicamente correta. 
EXEMPLO
Para as devoluções e produtos com defeito, a logística reversa cuida da preserva-
ção da natureza, aliada ao lucro da empresa. Um celular com defeito, por exemplo, 
volta ao fabricante para ser desmontado, algumas peças são recicladas e outras 
têm destino ecologicamente correto.
Nos centros de distribuição, os operadores logísticos administram a entrada, a movimentação 
interna, o estoque e a expedição dos produtos. Para que isso flua, precisa haver a conferência, a qual 
irá assegurar a entrada apenas de produtos e embalagens íntegros. Depois, a movimentação deve 
acontecer de forma cuidadosa e com segurança até os locais apropriados para armazenagem, 
preservando o produto. Também deve haver o controle de estoque, para verificar a integridade e a 
validade dos produtos para vender e/ou doar antes que estraguem, por exemplo. Já na expedição, 
os produtos devem ser conferidos e liberados para sair somente se estiverem em bom estado. 
O varejo é o local onde o cliente acessa a informações sobre o produto, incluindo questões 
de responsabilidade social, como estimular a prática de devolução e promover eventos sociais. 
FIQUE ATENTO!
As práticas de responsabilidade social podem ser implantadas em qualquer empre-
sa e não precisam de altos investimentos. É necessário apenas ter compromisso 
com as pessoas e o meio ambiente.
4 Principais dificuldades em adotar práticas de res-
ponsabilidade social
Segundo o CNI (2006, p. 26), há dois princípios norteadores presentes na gestão responsável. 
O primeiro é a empresa considerar que o desenvolvimento dos negócios acontece junto com as 
pessoas e o respeito ao meio ambiente, onde todos estão inseridos, sendo que as pessoas são o 
núcleo do desenvolvimento sustentável. O segundo refere-se a forma como as empresas condu-
zem os processos de mudança. As atitudes sustentáveis precisam ser estimuladas para o negócio 
crescer e beneficiar a todos.
Figura 3 – Espaços para responsabilidade social
O meio
ambiente
A sociedade
O mercado
A empresa
As pessoas
Fonte: CNI, 2006, p. 26.
A partir desses princípios, pode-se enfrentar os desafios das práticas de responsabilidade social 
nas empresas. O CNI (2006, p.31) aponta alguns desses desafios de gestão social, veja a seguir.
 • Gestão da Identidade e da Cultura da Empresa: agir de acordo com a missão, a visão 
e os valores.
 • Gestão da Ética: código de conduta e auditoria. 
 • Planejamento Estratégico: considerar os interesses da comunidade e o meio ambiente 
como estratégias de negócio.
 • Indicadores Gerenciais: estabelecer metas e controles.
 • Gestão de Pessoas: prezar pelo bem-estar, pela saúde, pela segurança e pelos incentivos.
 • Gestão das Compras: conciliar qualidade com preço acessível e respeito ao meio ambiente.
 • Gestão de Marketing e Vendas: construir reputação da marca junto à comunidade.
 • Gestão da Comunicação Empresarial: estabelecer meios de diálogo com o público.
 • Programas de Voluntariado: incentivar ações sociais como parte da empresa.
 • Sistemas de Gestão: procedimentos internos para a gestão da responsabilidade social. 
FIQUE ATENTO!
As pessoas são fundamentais para os processos de mudança e para superar desa-
fios inerentes à responsabilidade social.
5 Principais elementos que constituem um programa 
de responsabilidade social
Tanto as pessoas quanto as empresas são responsáveis pela sustentabilidade, sendo essa 
responsabilidade econômica, legal e socioambiental. Assim, a empresa precisa ser viável econo-
micamente, ter lucro, mas, ao mesmo tempo, deve cumprir a legislação e respeitar a sociedade e 
o meio ambiente com suas atividades. 
Figura 4 – Responsabilidade sustentável
Responsabilidade
legal
Responsabilidade
socioambiental
Co-Responsabilidade
pelo Todo
Responsabilidade
Econômica
Fonte: CNI, 2006, p. 14.
As empresas precisam considerar as ações sociais como um projeto a ser planejado e ava-
liado, para mensurar se atingiu os objetivos ou não. O CNI (2006, p. 37) informa que não há um 
padrão a ser seguido para ter sucesso em ações sociais. Porém, alguns elementos devem ser 
observados nos programas sociais:
 • pesquisar a realidade: conhecer a comunidade de atuação; 
 • definir o foco: estabelecer quais projetos serão implantados;
 • escolher a forma de atuação: definir como será a ajuda, se eventual ou periódica; 
 • buscar uma ação transformadora: conhecer o projeto social para mudar uma realidade;
 • promover visibilidade às ações sociais: mostrar os resultados do programa para 
incentivar outras empresas e a sociedade a participar. 
FIQUE ATENTO!
A responsabilidade social deve contemplar fatores econômicos, legais e socioam-
bientais, tendo seus programas planejados e avaliados como qualquer outra ativi-
dade da empresa. 
Fechamento
Concluímos esta aula referente à responsabilidade social nos canais de distribuição, sua 
importância nas empresas e, inclusive, na logística. 
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • entender a definição e a função da responsabilidade social;conhecer os principais obje-
tivos da lei de responsabilidade social;
 • identificar exemplos de responsabilidade social;
 • analisar os desafios da responsabilidade social;
 • conhecer os elementos de programas sociais.
Referências 
CORRÊA, Henrique Luiz. Gestão de Redes de Suprimentos. São Paulo: Atlas, 2010. 
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Responsabilidade Social Empresarial, Brasília, 
2006. Disponível em: <http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_24/2012/09/05/24
6/20121126163820439628a.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017.
CAMARA DOS DEPUTADOS. Projeto de Lei n. 1305, dispõe sobre ResponsabilidadeSocial 
das Sociedades Empresárias. Disponível em: <www.camara.gov.br/proposicoesWeb/
prop_mostrarintegra;jsessionid=28B81D945BAABD4FDFCC29F4A109766C.node2?cod 
teor=258194&filename=Avulso+-PL+1305/2003>. Acesso em: 16 ago. 2017.
EON, Fábio. O que é responsabilidade social? Revista ResponsabiliadeSocial.com, 2015. Dispo-
nível em: <http://www.responsabilidadesocial.com/o-que-e-responsabilidade-social/>. Acesso em: 
15 ago. 2017. 
A tecnologia da informação como 
ferramenta da logística
Charlene Bitencourt Soster Luz
Introdução
A tecnologia da informação possibilita que haja o fluxo de dados essenciais para a movimenta-
ção do produto nos canais de distribuição. Nesta aula, você entenderá a importância da TI na logística. 
Objetivos de aprendizagem 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 • entender como lidar com a tecnologia a sua volta e principalmente como usá-la de 
forma correta; 
 • conhecer os sistemas de tecnologia disponíveis para alcançar os objetivos estratégicos 
da organização.
1 A importância da TI nos canais de distribuição
A TI (tecnologia da informação) se compõe de equipamentos (hardware), sistemas (softwa-
res) e pessoas, os quais, segundo Corrêa (2010), são componentes essenciais para as atividades 
logísticas. Os equipamentos como rastreadores, por exemplo, são úteis para monitorar os veículos. 
Já o sistema possibilita a transmissão de informações em tempo real, contribuindo para integrar 
a cadeia de suprimentos e proporcionar confiança entre seus membros. Quanto às pessoas, elas 
são essências para qualquer negócio e em todos os momentos. As atitudes dos colaboradores 
fazem a empresa crescer com produtos e serviços de qualidade, além de as pessoas propagarem 
a imagem da empresa. 
EXEMPLO
Uma empresa no Brasil pode ter acesso a informações sobre o que acontece com seu 
produto na China, quando um colaborador entra no sistema para tentar localizá-lo, o 
qual está com o rastreador. O colaborador irá comunicar a localização do produto em 
tempo real para o cliente e irá se dedicar para estabelecer uma relação de confiança.
São inúmeras as aplicações da TI na logística. Corrêa (2010, p. 375) afirma que “integridade 
e interação de dados são fatores críticos de sucesso” para utilizá-la. Alguns exemplos de seu uso 
na cadeia de suprimentos são:
 • simular operações: calcular o caminho mais curto para o translado, calcular frete e 
seguro de carga, tempo de entrega e custos; 
 • criação, acompanhamento de pedidos e pós-venda: calcular fretes, permitir acompanha-
mento do percurso da mercadoria e contato imediato com o cliente depois do recebimento;
 • mostrar a localização dos produtos no armazém: o WMS (Warehouse Management 
System – Sistema de Gerenciamento de Armazéns), por exemplo, aponta o local mais 
adequado ao produto e mostra sua localização no armazém, agilizando os processos 
de recepção e expedição; 
 • emissão da documentação: os sistemas já têm documentos padrões pré-prontos, 
como notas fiscais, para os colaboradores preencherem alguns dados e já enviarem 
para os interessados; 
 • rastreamento de veículos e cargas: monitorar a velocidade, o número de paradas e a 
localização com precisão só é possível com o uso da tecnologia;
 • controle de estoques: os colaboradores registram a entrada e a saída dos produtos, 
o que permite saber o momento de reposição, bem como analisar quais mercadorias 
vendem mais rápido;
 • mostrar os indicadores de desempenho: o sistema pode mostra o quanto cada ativi-
dade está dentro dos parâmetros planejados, como, por exemplo, o número de vistas 
aos clientes, a receita da empresa e também por produto, o percentual de inadimplen-
tes, o número de embarques realizados em cada modal e seu custo etc.
SAIBA MAIS!
No artigo O papel da evolução tecnológica na transformação do atacado distribuidor 
o autor reflete sobre as contribuições da TI na distribuição. Acesse: <http://www.
tecnologistica.com.br/portal/artigos/72001/o-papel-da-evolucao-tecnologica-na-
transformacao-do-atacado-distribuidor>.
2 Principais características da TI
A tecnologia da informação possui como características principais: a velocidade, o registro, 
o acesso e a segurança da informação. A velocidade é à agilidade na transmissão de dados em 
tempo real, de qualquer lugar e em qualquer horário. O registro da informação significa armazená-la 
de forma organizada, para facilitar a execução das tarefas na empresa. O acesso à informação refe-
re-se a sua fácil disponibilidade para os usuários. Já a segurança está relacionada com a veracidade 
da informação e a liberação de acesso somente para quem está autorizado a entrar no sistema. 
Figura 1 – Registro da informação
Fonte: Modella/Shutterstock.com
Corrêa (2010, p. 373) expõe os principais objetivos da tecnologia da informação quanto a 
gestão na cadeia de suprimentos, o que facilita o alcance das metas da empresa:
 • coletar informação: sobre recursos, estoque e fluxos de informações, mercadorias e 
pessoas;
 • disponibilizar acesso à informação: simplicidade no acesso, tornando-o rápido e 
gerando confiança;
 • analisar, planejar e controlar: atividades e compromissos para otimizar tempo e 
recursos;
 • contribuir para a colaboração: permitir decisão compartilhada.
FIQUE ATENTO!
 Registro, acesso, velocidade e segurança da informação são elementos importan-
tes para que as atividades da cadeia de suprimentos atuem de forma integrada.
3 O ECR – Efficient consumer response
ECR é significa Resposta Eficiente ao Consumidor, ou seja, as empresas compartilham seus 
desafios entre os membros da cadeia de suprimentos, utilizando a tecnologia da informação. 
Assim, as soluções são implementadas em conjuntos pelos participantes. Um exemplo prático de 
ECR é quando as lojas disponibilizam informações sobre os produtos com o objetivo de resupri-
mento automático. 
Fleury, Wanke e Figueredo (2012, p. 287) afirmam que o ECR: “reduz consideravelmente 
o custo com estoque dos varejistas e possibilita aos fabricantes ter melhor previsibilidade da 
demanda, propiciando uma utilização de recursos mais racionalizada”. Nesse contexto, observa-se 
que, quando o fornecedor recebe informações constantes sobre as vendas dos produtos, há maior 
agilidade na reposição e também uma previsão de demanda mais assertiva.
Figura 2 – Previsão da demanda com ECR
Fonte: Mihai Simonia/Shutterstock.com 
Para implantar com sucesso o ECR, o varejo precisa ter processos organizados e uma boa 
relação com seus fornecedores, pois somente assim será possível incorporá-lo em toda a cadeia 
de suprimentos, uma vez que a cooperação entre os parceiros e o fluxo constante de informações 
são imprescindíveis para implantá-lo.
SAIBA MAIS!
No site ECR Brasil, você encontrará informações sobre as aplicações no Brasil e no 
mundo, bem como seus benefícios para a cadeia de suprimentos. Acesse: <http://
www.ecrbrasil.com.br/ecrbrasil/page/saibatudosobreecr.asp>.
4 Enterprise Resource Planning (sistemas integra-
dos de gestão)
O ERP significa Planejamento de Recursos Empresariais, ou seja, é um conjunto de sistemas 
para fazer a gestão de todos os setores da empresa de forma integrada. Corrêa (2010, p. 377) 
define ERP como: 
Aplicativos com tecnologia da informação que integram aplicativos em vendas, gestão de 
pedidos, manufatura, finanças, contabilidade, recursos humanos, distribuição e outras fun-
ções da empresa num grande sistema integrado, com dados compartilhados e visibilidade 
ao longo do empreendimento como um todo.
Assim, o ERP é uma tecnologia da informação que contribui para a gestão da empresa, através 
do compartilhamento e da transparência de dados. Corrêa (2010, 378) cita outros benefícios do ERP:
 • visualização dos acontecimentos na empresa;
 • gestão por processos desenhados no software para os colaboradores executarem;
 • controle das operações em toda a empresa;
 • informação confiável para todos visualizarem;
 • possibilidade de interface com outros programas e facilidade de integração com osparceiros.
Figura 3 – Integração dos setores
Fonte: alphaspirit/Shutterstock.com
Dessa forma, o ERC ajuda na tomada de decisão, que é baseada em dados seguros de toda 
a empresa. É também possível implementar processos de melhoria contínua e fazer o controle via 
sistema. A tecnologia proporciona agilidade no compartilhamento de informações, o que é possí-
vel com a cooperação dos setores e da empresa na cadeia de suprimentos. 
FIQUE ATENTO!
 O ERP permite uma visão abrangente do negócio, pois integra todos os setores da 
empresa, por isso facilita a tomada de decisão.
5 Vantagens e desvantagens do Just in time
 O Just in time ou JIT significa no tempo justo, ou no tempo certo, ou seja, disponibilizar a 
mercadoria no momento requerido pelo cliente, o qual puxa a produção. Existem vantagens e des-
vantagens de utilizar essa filosofia nas empresas. 
Figura 4 – Just in time
Fonte: Gualtiero boffi/Shutterstock.com 
As vantagens do just in time são evitar desperdícios e atender o cliente no momento certo e 
na quantidade exata. O primeiro está relacionado aos estoques, ao tempo e ao dinheiro. Quando 
a empresa trabalha com o JIT, os estoques são mínimos ou inexistentes, com isso esse dinheiro 
pode ser usado para outros fins. Outro ponto a considerar é que o espaço dos estoques pode ser 
utilizado para outras finalidades, inclusive ser alugado, gerando receita. 
EXEMPLO
Uma pessoa encomenda na padaria um bolo de aniversário com recheio especial. 
Para atender ao pedido do cliente, o confeiteiro busca os ingredientes especiais que 
não possui para fazer o bolo e entregar na data marcada, ou seja, não havia todos 
os ingredientes em estoque, por isso foi necessário comprar, o que foi feito na quan-
tidade exata para a elaboração do recheio especial.
As desvantagens do JIT são a limitação para atender a pedidos extras e o risco de faltar pro-
dutos. Quando se trabalha com o mínimo de estoque, se houver aumento inesperado na demanda, 
irá ocorrer a falta do produto e a perda de vendas.
FIQUE ATENTO!
 O just in time é uma filosofia utilizada para reduzir desperdícios. A principal vanta-
gem é a redução de estoques, no entanto a desvantagem é a possibilidade de faltar 
produtos se houver algum imprevisto, como uma demanda inesperada.
Fechamento
Concluímos esta aula referente à tecnologia da informação como ferramenta da logística. 
Agora, você já sabe o quanto a tecnologia da informação contribui para o fluxo de produtos e para 
os processos bem-sucedidos na cadeia de suprimentos. 
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • entender a importância do TI nos canais de distribuição;
 • identificar as principais características da TI;
 • conhecer o ECR;
 • entender o EPR;
 • conhecer as vantagens e as desvantagens do just in time.
Referências 
ALVES, Ademar. O papel da evolução tecnológica na transformação do atacado distribuidor. 
Tecnolística online, 13 jun. 2016. Disponível em: <http://www.tecnologistica.com.br/portal/
artigos/72001/o-papel-da-evolucao-tecnologica-na-transformacao-do-atacado-distribuidor-/>. 
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