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MARIA CLAUDIA ARTIGO

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Faculdade de Juazeiro do Norte
OS ASPECTOS DO JUSNATURALISTAS E AS CONCEPÇÕES DO ILUMINISMO
MARIA CLAUDIA TIMOTEO
APRESENTAÇÃO: O artigo traz uma reflexão das acerca dos elementos constitutivos do iluminismo como ordem inaugural das ciências humanas abordando a teoria do jusnaturalismo como sendo uma das primeiras teorias a ser representada no direito vigente 
OBJETIVO: O objetivo principal é mostrar as influências do pensamento iluminista bem tomando-se como base o jusnaturalismo, para a formação do direito na sociedade. 
ANÁLISE: A construção do direito na sociedade está ordenado pela sua evolução. Através do iluminismo novas formas de pensar e pesquisar surgiram como uma forma de auxiliar os novos paradigmas do direito. 
RESULTADO: Para ser ter a completa integração do Direito no pos modernidade é importante que seja tida uma conduta de evolução cientifica, somente assim o direito pode evoluir como ciência. 
PALAVRAS CHAVES: JUSNATURALISMO, ILUMINISMO, RACIONALISMO 
INTRODUÇÃO
O iluminismo tem como a sua base o estudo da razão, tendo em vista que constituiu-se com base na filosofia, social, jurídica e politica, o iluminismo representa a quebra da antiga indentidade medieval sendo considerado esse período a idade das trevas, os iluministas advogam o fim das regalias dos cleros bem como os seus privilégios, diante disso o iluminismo representou o movimento da razão, começado na Europa no século XVIII e se difundiu por muitas partes do mundo. 
	Os pensadores iluministas se opunham ao poder absoluto da igreja católica, usando a razão (pensamento lógico) e a ciência para criticar esse poder. As ideias dos criadores do iluminismo influenciaram a Revolução Francesa e a Revolução americana. 
As ideias que floresceram nos séculos XVI e XVII influenciaram muitos pensadores do século XVIII, época do iluminismo. Alguns dos mais famosos pensadores iluministas foram Denis Diderot, John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Adam Smith e Voltaire. Esses pensadores, ou filósofos, escreveram muitos livros, entre eles uma enciclopédia de 35 volumes. Alguns se opunham à religião em seus escritos, criticando o poder que a Igreja exercia sobre as pessoas. Também questionavam o poder absoluto dos monarcas para ditar leis e atacavam o direito divino, ou seja, a ideia de que os reis governavam por vontade de Deus.
  É bastante significativa a relação existente entre o iluminismo e o direito natural. O velho mundo sofreu uma renovação radical, norteada pelos princípios da razão humana e pelo objetivo de alcançar a felicidade do Homem. Isso teve um reflexo no direito, direito este que remonta ao status naturae, ou seja, a natureza do homem em si, abstraída das modificações resultantes da ação da civilização sobre o mesmo.
            É importante salientar que o direito natural denota diferentes significações no curso do tempo. Veja que ao longo de toda a história do pensamento jurídico ocidental, e durante a maior parte da sua existência, o fundamento do direito invariavelmente envolveu uma causa primeira situada em alguma natureza.
Para os gregos antigos, constituía um corpo de normas ideais não-escritas (ordem cosmológica ou do mundo das ideias) para os romanos, direito natural era tão-somente a própria lei da natureza (ordem natural das coisas). Já no entender do Homem medieval, esse direito absorvia uma conotação de cunho religioso, sendo, desta feita, vista como uma lei divina, sobrenatural (ordem divina). Por seu turno, o Homem Moderno rejeita a concepção do direito natural como sendo uma ideal de justiça supremo maior do que a ordem jurídica positiva. Logo, para os modernos, direito natural está ligado à ideia da natureza humana, aquilo que não é sobrenatural; é a essência do homem, a sua capacidade racional (razão humana).
REFERÊNCIAL TEÓRICO 
Contemporaneamente, registre-se de passagem, o aspecto da universalidade parece-nos ser, inegavelmente, uma pretensão válida e atual do direito natural. Já a imutabilidade e a inerência ao homem soam como conceitos afeitos ao jusnaturalismo iluminista. Diante disso torna-se necessário o estudo do iluminismo atrelado ao jusnaturalismo contemporâneo assenta suas bases na natureza humana e na ideia de justiça, que se revela em princípios jurídicos seculares, conservados mesmo nas intempéries dos movimentos sociais e políticos. Talvez o maior expoente europeu do jusnaturalismo hodierno, Michel Villey, vai ao direito romano para reconstituir os fundamentos do direito natural.
Aduz Villey que, para os romanos, o direito surge das realidades, e não da razão pura; admite a mutabilidade, característica própria da natureza; sua autoridade decorre, não dum ato de vontade, mas da observação objetiva do mundo; sua justiça não está na mera observação natural dos costumes dos homens, mas na identificação dos “bons costumes”, pelo discernimento, no interior das coisas, do justo e do injusto. E conclui:
“Não há corrente mais fecunda no século XX que o movimento de renascimento do direito natural, contanto que se trata de um autêntico renascimento, acompanhado de um trabalho de filosofia; que tenha em primeiro lugar recuperado a noção de natureza integral. É verdade que uma vez restituído ao termo direito natural seu significado primeiro, não devemos esperar muita mais dele. Ele não tem a forma de regras escritas, imediatamente utilizáveis. Não é, para os jurisconsultos, mais do que matéria de sua pesquisa. Mas as origens tem sua importância. Como dissemos no início deste livro: vãs serão as teorias que não se propuserem a cavar até a raiz do mal, e retornar ao elementar. Quando nos recusamos a perceber que um direito é um dado latente nas coisas, estamos fadados a nada entender sobre a construção ulterior do direito positivo, e impossibilitados de proceder à medida de sua autoridade”. (VILLEY).
Interessante notar que o que une todas essas visões é a concepção da existência de um fundamento imanente do direito, situado em uma natureza última, causa primeira de todos os fenômenos.
O jusnaturalismo, dessa forma, reivindica uma origem para o direito, que transcende circunstâncias históricas determinadas, residindo em uma natureza superior que rege os acontecimentos.
METODOLOGIA 
A metodologia está baseada na literalidade das normas e lei sobre o iluminismo, é recorrente encontrarmos na literatura jurídica atual (principalmente nos mais diversos manuais de direitos da personalidade), a alusão à natureza humana como fonte de tais direitos. Atribui-se uma origem inata do direito à vida, à imagem, à honra, ao nome, entre outros.
E ainda mais comum é a alusão à dignidade da pessoa humana como fonte primeira de toda e qualquer ordem jurídica. Veja bem. O que seriam a “natureza humana” e a “dignidade da pessoa humana”, senão fórmulas que fazem retornar ao homem o fundamento do direito? Muitos advogam que essas noções decorrem de uma decisão, de um ato de vontade, e, não, duma natureza. Reúnem, aqui, todos os positivismos (incluindo até as tendências humanizadoras e constitucionalistas do direito).
Entrementes, há aqueles que consideram existir no próprio homem uma ideia de justiça e dignidade fundantes do próprio modo de ser das ordens jurídicas. E, ainda que mutante no tempo, essa ideia de justiça é própria da natureza humana[3].
Voltando, porém, nosso foco para o jusnaturalismo iluminista, percebe-se que o iluminismo está atrelado a Escola de direito natural, estabelecendo, assim, uma relação bem retratada por Norberto Bobbio: “(...) o Iluminismo se prende à escola do direito natural e acredita poder construir um corpo de normas jurídicas universais e imutáveis, que, no momento, constituem o critério de juízo da legislação vigente, mas que num Estado iluminado se tornam, ao mesmo tempo, causa eficiente e final da própria legislação”. (BOBBIO, p. 607).
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A aplicação do iluminismo ao direito almejava tornar este isento de obscuridades, e isto só seria possível através do uso da razão em substituição aos velhos costumese livros. Buscava-se, portanto, a construção de um sistema claro e certo, compreensível para o povo e à serviço desse. Para tal, dever-se-ia cumprir, de acordo com R. C. van Caenegem, duas condições: a primeira, de caráter material, diz respeito à criação de um novo sistema jurídico baseado num novo corpo de fontes. Essa condição seria preenchida pelo direito natural ou, como seus defensores preferem, ‘direito da razão’. Já a outra, de caráter substancial, seria realizada pelo uso de uma nova técnica, ou seja, os códigos do iluminismo, os quais devem suas promulgações a dois regimes em especial, quais sejam: o governo dos déspotas esclarecidos e a Revolução Francesa.
REFERENCIAS
COSTA, Carlos Eduardo de Carvalho. Direito Natural e Iluminismo: influência na formação do raciocínio jurídico moderno. Disponível em: <http://conteudojuridico.com.br/coluna/1570/direito-natural-e-iluminismo-influencia-na-formacao-do-raciocinio-juridico-moderno>. Acesso em: 06 dez. 2019.
 VILLEY, Michel. Filosofia do Direito. Editora Martins Fontes, 2003.[3] James 
Boyde White, professor da Universidade de Michigan – EUA, certamente um dos maiores nomes da filosofia jurídica contemporânea, assevera que as forças regentes da natureza humana são o amor e a justiça. “The desire for love and justice is so deep that it makes us vulnerable, and we tend to hide it behind other things—rationality or democratic theory or a view of life as choices or acts of consumption. But this phrase captures, for me at least, much of what life is about at its center”. (acessível em http://www.michiganlawreview.org/assets/pdfs/105/7/white.pdf).
Referências Bibliográficas:
BOBBIO, Norberto et ali. Dicionário de política. 6ª ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1994.
CAENEGEM, R. C. van. Uma Introdução Histórica ao Direito Privado. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 1996.
VILLEY, Michel. Filosofia do Direito. Editora Martins Fontes, 2003.
	
Juazeiro do Norte - 2020

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