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TRABALHO DO LIVRO - Paixão do banco dos réus

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CURSO DE DIREITO 
Dra. Vera Rocha Reis Lellis 
 
 
 
Livro Paixão do banco 
dos réus. 
 
 
 
 
José Ferraz de Almeida Júnior, Maria Laura do Amaral Gurgel e José 
de Almeida Sampaio - Pág 36. 
 
“Por amor de uma mulher morreu Almeida Júnior, a 
primeira expressão de brasilidade de nossa pintura. 
Aos quarenta e nove anos de idade, vítima de um 
golpe assassino, interrompeu sua obra em ascensão 
aquele que continua encarnando a pintura nacional, o 
filão de motivos brasileiros que com tamanho vigor 
explorou e desvendou aos seus seguidores” (Maria de 
Lourdes Teixeira, Folha de S. Paulo, 10-5-1953). 
 
Esse caso conta a história de um grande pintor, José 
Ferraz de Almeida Junior que antes mesmo de estudar na Europa, se 
apaixonou e estava de casamento marcado com Maria Laura do Amaral 
Gurgel. Ocorre que antes do casamento D. Pedro II financiaria seus 
estudos na Europa, não podendo recusar o convite se foi. Maria Lauro 
ficou mal, porém casou-se logo depois com José de Almeida Sampaio, 
onde com ele teve 5 filhos. 
 
Depois de anos, Almeida Júnior retorna ao Brasil e 
encontra a amada casada, porém apesar dos anos o amor ainda estava 
presente em seus corações. Almeida Júnior se torna amigo de Sampaio, 
sempre juntos como amigos viviam bem, porém com o decorrer do tempo 
as pessoas começaram a falar e Sampaio começará a desconfiar da 
fidelidade de sua esposa e amigo. 
 
Ao visitar o amigo, Sampaio encontra uma carta de 
sua esposa nas coisas de Almeida Júnior, uma carta de amor. Sampaio 
ficou arrasado, porém planejou se vingar. Em um dia, marcou de encontrar 
o amigo, foi ao seu encontro com toda a família. De carro, estacionou 
Sampaio na porta do Hotel de Almeida Júnior, desceu do carro e ao 
encontrá-lo o golpeou com uma faca, o matou. Maria Laura vendo tudo 
passou mal. Sampaio foi conduzido a delegacia e declarou que matou por 
“desagravo de sua honra”. 
 
Sampaio foi levado ao Júri uma única vez e foi 
absolvido por unanimidade, morreu após 20 anos sem remorso. Maria 
Laura se separou de Sampaio logo após o crime e ficou reclusa em um 
sítio longe da cidade. 
 
Conclusão: Fico grata, pois hoje os tempos são 
outros e arrasada com tanta injustiça que fora cometida. Acredito que hoje 
a visão está ampliada (mas tem muito o que melhorar), e tem sanção para 
quem comete tal ato. Temos leis que assegura a igualdade e a legislação 
não permite tal crime. 
 
 
Zulmira Galvão Bueno e Stélio Galvão Bueno - Pág 59. 
 
 
“Nunca há motivos para matar. Não há nada no mundo 
que justifique o atentado contra a vida humana. A vida 
é uma coisa séria e respeitável demais para que se 
exponha ao arbítrio de qualquer arrebatado. A vida é 
o único bem que não se restitui. Acima do amor, da 
honra, dos ciúmes, da vingança, de todas as paixões 
da alma e de todos os instintos da carne, está o 
inviolável direito de viver. Para matar não pode haver 
justificação — Não há direito de matar” (Carlos Araújo 
Lima, Os grandes processos do júri, p. 350.) 
 
Esse caso conta a história de Zulmira que enquanto 
tinha um amante se apaixonou pelo famoso advogado Dr. Stélio. O amante 
Francisco se afastou, Zulmira e o Dr. Stélio ficaram juntos e tiveram 3 
filhos. 
 
Passaram anos felizes e vivendo bem, porém chegou 
um dado momento em que Zulmira começou desconfiar da fidelidade do 
marido e com isso começou a interrogá-lo, ele sempre desviava do 
assunto. Não aguentando mais Zulmira em uma manhã apanhou uma 
arma e acordou o marido com dois tiros, totalmente desorientada se 
apresentou à polícia. 
 
Dr. Stélio foi levado ao hospital e antes de morrer disse 
“Doutor, faça o possível para salvar-me! Eu quero defender minha 
mulher!”. Zulmira para o juiz deu a versão que agiu em legítima defesa, 
pois estava sob ameaça de ser agredida. 
 
Zulmira foi absolvida do homicídio qualificado e foi e 
condenada a dois anos de detenção, no primeiro Júri. No segundo Júri, 
Zulmira foi novamente absolvida, condenada a dois anos de detenção, o 
que causou espanto que uma mulher, acusada de matar o marido à 
traição, fosse absolvida pelo Júri, pois as mulheres naquela época, deviam 
integral fidelidade aos homens, e Zulmira agira com insubordinação. 
 
Conclusão: Os fatos podem estar em evidência, 
porém se o júri não quer ver, não há o que ser feito. Advogados com boa 
oratória, retórica e fatos que se juntam no andamento do caso é inegável 
a ação em legítima defesa. 
 
 
Dorinha Duval e Paulo Sérgio Garcia Alcântara - Pág 108. 
 
 
“o amor e o ódio quando muito intensos, chegam a se 
confundir, por isso, Dorinha Duval era a vítima 
sobrevivente de uma tragédia” (O Globo, 8-10-1980.) 
 
Dorinha casada a 6 anos com Paulo o matou com 3 
tiros, a própria o levou ao hospital, porém Paulo faleceu na mesa de 
cirurgia. 
Ela uma atriz famosa da Rede Globo, ele apenas um 
cara que se aproveitava do seu dinheiro. Dorinha desenvolveu um 
desconfiança do seu esposo, pois era mais jovem e bonito, ela com 16 
anos mais velha se sentia insegura, por vezes brigavam por ciúmes. 
 
Houve um incidente onde Dorinha o ameaçou com 
uma arma, porém amigos próximos o aconselhavam. Um certo dia após 
um jantar, ela sóbria e o Paulo tinha bebido, foram para casa, ela queria 
namorar e ele não, isso gerou uma discussão onde Paulo começou 
atacando as inseguranças de Dorinha e até agredindo fisicamente, 
ocorreu que a mesma pegou a arma, Paulo tentou persuadir-lá para 
cometer suicídio e por fim acabou matando-o. 
 
A defesa inicial teve como tese a violenta emoção, 
porem isso a fez mal a imagem de Dorinha, o segundo advogado indagou 
uma outra teve de legítima defesa. Houve aceitação do pedido e o júri a 
condenou por excesso culposo, porém o promotor recorreu, foi a 2º 
estância e lá ela perdeu, a atriz se apresentou para cumprior a pena, após 
onze anos do crime. Com 62 anos ela passou sua primeira noite no prisão, 
cumpriu sua pena e hoje tem uma vida discreta. 
 
Conclusão: Toda ação, tem sua reação. Parto desse 
princípio para tudo. Mesmo que ela tenha agido por legítima defesa, eu 
penso. O que levou a chegar nessas circunstâncias? Porque o ser humano 
se permite passar por isso? Qual o abalo que fez uma pessoa ultrapassar 
pelo limite de matar um ser humano, um igual? São por meios das 
discórdias que o advogado passou a ser uma peça fundamental na 
sociedade. Neste caso é triste ver como uma mulher só é valorizada se 
tem um belo corpo, pouco importa a história com ela, os momentos e como 
uma mulher se sujeita a isso, a ser tão dependente emocionalmente de 
um homem. 
 
 
 
Lindomar Castilho e Eliane de Grammont - Pág 114. 
 
Eliane, ex-esposa de Lindomar foi morta a tiros 
enquanto se apresentava em um café, Lindomar disparou em público cinco 
tiros no peito e um em seu primo Carlos que era violinista que tocava junto 
com Eliane. Lindomar tentou escapar, porém foi detido pelo proprietário 
do café. A polícia chegou no local e foi autuado em flagrante. 
 
Lindomar e Eliane ambos cantores, Lindomar já havia 
alcançado mais bem que Eliane, porém era mais inseguro, ciumento, 
bebia muito e era violento com a esposa que já tinha com duas filhas. 
Eliane largou a carreira durante o infeliz casamento, mas depois da 
separação voltou a cantar, no dia se sua morte fazia seis meses que voltou 
a cantar e vinte dias que havia saído o divórcio. 
 
“O ciúme fonte da paixão, não pode ser considerado 
motivo fútil” - O Relator. 
 
Lindomar alegar que foi traído pela mulher, por isso um tiro em Carlos, 
porem no tribunal foi levantado a questão que a quase um ano que não 
estavam mais juntos, conclui-se que foi um crime premeditado. Mas houve 
uma bela acusação e a defesa alegou que Lindomar agiu sobre a violenta 
emoção, sobre o tiro em Carlos não foi proposital, ele está apenas 
próximo. O júri decidiu por prende-o por homicídio culposo e ficará em 
cárcere por doze anos, o mesmo compriu com privilegios. 
 
 
Conclusão: Me choca saber como a sociedade lhe 
dava com determinados assuntos. O traumacausado não pode nunca ser 
desfeito, filhas que perderam a mãe por culpa do pai, imagina a cabeça de 
uma criança numa situação dessa. Entende que por conta desse 
passados, somos o que somos e sabemos que tem muito a melhorar, 
nessa época que não muito distante, todos viviam dentro de uma caixa e 
finalmente estamos aprendendo a abri-la, quero dizer que infelizmente 
alguns tem que sofrer para que assim nasça a necessidade de justiça, 
alguns sofrem para que outros não passe pelo mesmo. Hoje a mulher é 
protegida de todas as forma e foi graças a Elianes que sofreram muito na 
mão de homens como Lindomar. 
 
 
Um amor homossexual - Pág. 120. 
 
José e Armando, amigos, namorados em um época 
onde não se entendia a homossexualidade como uma opção e sim como 
uma anormalidade. Armando havia decidido não mais se relacionar com 
José, rompendo o relacionamento, porém mantendo a amizade. Declarou 
que gostaria de casar e ter uma família. 
 
o Réu por sua vez não aceitando o fato armou para 
acabar com a vida do seu amado. Numa noite onde marcaram para ir ao 
teatro, não foram. José matou de forma cruel seu amado, violentando e 
decapitando em seguida. 
 
O Corpo foi encontrado e José foi o principal suspeito, 
já que todos sabiam da sua amizade íntima com vítima. José negou e 
relatou sua inocência, porém vários fatos confirmam que de fato José o 
matou. Primeiro a forma que o matou, o réu é de origem árabe-muçulmana 
e talvez por essa razão tenha cortado a cabeça da vítima. Segundo a 
perícia identificou no local que havia menos sangue que o esperado, 
notaram que o assassino tinha conhecimento na área médica, o réu por 
sua vez era cirurgião dentista e coincidentemente alguns dias antes havia 
solicitado fraldas descartáveis, como o réu não tem filhos e não utilizaria 
isso em sua profissão consideraram que foi parte do seu crime. 
 
Muitas provas levaram José como acusado na morte 
de Armando, ficou anos esperando o veredito que foi alterado de 6 anos 
para 12 anos e finalmente para 15 anos de prisão. Mas antes mesmo de 
ser batido o martelo, o mesmo veio a óbito. Alguns meses antes sua mãe 
havia falecido e como morava com ela, veio a ficar só, entrou em 
depressão e por não aguentar ser acusado, por suas palavras 
ilegitimamente, estava com um peso grande, tendo tentado se matar antes 
com remédios porém sem sucesso, desta vez, foi com gás de cozinha, 
morrendo assim asfixiado. 
 
Conclusão: Para um pessoa ultrapassar a linha de 
matar alguém, ela deve ter perdido seu chão, não vendo mais saídas e 
nem opções de continuar a viver. Tento imaginar o abalo emocional, os 
questionamento, as dúvidas que surgem ao tomar uma decisão tão 
importante de interromper a vida de uma pessoa que até ontem amava. 
José tinha muitos dilemas, um deles era sua sexualidade, talvez por sua 
insegurança pessoal, sentimental tomou tal atitude ficando 
desestabilizado. Contudo, todo ato tem sua consequência, assim como 
não assumiu a verdade sobre si, não iria admitir um crime. Tal 
inconstância, fez com que não quisesse mas sofrer. Talvez a falta de um 
apoio emocional, levou uma pessoa de sucesso ao abismo.

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