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TEORIA GERAL DOS FATOS JURÍDICOS

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TEORIA GERAL DOS FATOS JURÍDICOS
1. Conceitos
Do direito objetivo não nascem diretamente os direitos subjetivos. Estes reclamam os fatos jurídicos.
Do fato jurídico, estribado no direito objetivo, surgem as relações jurídicas, que submete certo objeto ao seu titular (direito subjetivo).
EX:
1. do fato acidente salta o dever de indenizar;
2. do fato paternidade emerge o dever alimentar;
3. do fato “comprar um bem” nasce o direito de garantia.
Fatos jurídicos, segundo Maria Helena Diniz, pág. 189: Acontecimento, previsto em norma de direito, em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações de direito. Todo acontecimento relevante para o direito.
2. Classificação dos fatos jurídicos, segundo Maria Helena Diniz, pág. 189: 
2.1. Fato jurídico natural: não tem a intervenção do homem. Subdividem-se em ordinários (nascer, morrer, aluvião), e extraordinários (força maior. Ex: tempestades, etc.).
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
· Caso fortuito (fortuito interno): atividade humana, como guerras, motins.
· Forca maior (fortuito externo ou act of God): acontecimentos naturais
2.2. fato humano: é aquele que tem a intervenção humana, lícita ou ilícita. Pode ser voluntário (ato jurídico e negócio jurídico) e invonluntário (ato ilícito).
* O ato ilícito não cria direito subjetivo, mas sim obrigações.
	
	
	Ordinário
	morte, aluvião, nascimento
	
	
	Natural (stricto sensu)
	
	
	
	
	
	Extraordinário
	caso fortuito
	
	
FATO JURÍDICO
	
	
	
	
	
	
	
	Ato Jurídico em sentido estrito (meramente lícito). Unilateral e potestativo. Ex: notificação ou protesto.
	
	
	
	Lícito
	
	
	
	Humano (fatos jurídicos em sentido amplo)
	
	Negócio Jurídico. Bilateral e permite vários efeitos (embora existem unilaterais, como a doação).
	
	
	
	
	
	
	
	
	Ilícito 
	Ato ilícito.
	
- O ato ilícito, embora ilícito, é jurídico.
NEGÓCIO JURÍDICO – arts. 104 e seguintes
1. Conceito
a) Teoria da vontade ou voluntarista (Orlando Gomes): manifestação da vontade destinada a produzir efeitos jurídicos
· Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
· crítica: negócio nulo que é aproveitado. A vontade não era a inicial, mas o negócio vale. Ex: contrato de compra e venda sem escritura, que se converte em promessa de compra e venda.
· Nem sempre a vontade enseja negócio jurídico válido. Ex: contrato para matar alguém.
b) teoria objetivista: meio concedido pelo ordenamento jurídico para a produção de efeitos jurídicos, e não um ato de vontade.
c) teoria estrutural (Junqueira de Azevedo): todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia impostos pelo próprio ordenamento.
2. Princípios
a) dignidade da pessoa humana
b) constitucionalização dos direitos civis;
c) autonomia privada;
- dirigismo contratual
- autonomia da vontade: ancien regimen; vontade como fonte das obrigações; fato psíquico. Individualismo. 
- autonomia privada: fato predominantemente social. Melhor linguajar.
d) liberdade contratual
	
	
	
	
	
	
	
	
	Enunciado 21 - Nos contratos empresariais, o dirigismo contratual deve ser mitigado, tendo em vista a simetria natural das relações interempresariais. (Aprovado na I Jornada de Direito Comercial - Outubro/2012)
	
	
e) boa-fé objetiva
f) função social do contrato
g) prevalência da ordem pública
g.1. ordem pública em sentido formal: situação e estado de legalidade normal, com ordem e respeito;
g.2. ordem pública em sentido material: convivência pacífica;
g.3. ordem pública em sentido metajurídico: aspectos econômicos – luta contra monopólios -, proteção a lugares públicos e questões estéticas.
4. Interpretação
- Interpretar é explicar, dar o significado.
- Não há fatos; apenas interpretações. (Nietsch)
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
· Ex: contrato de doação que conste o nome de compra e venda
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
· Ex: prova de compra e venda de gado em Andradina
CDC - Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
· Ex: plano de saúde que inibe cirurgia estética – redução de estômago – cirurgia reparadora.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
5. Requisitos de existência do negócio jurídico
a) Manifestação da vontade
· A vontade ganha especial destaque com o novo Código Civil. Portanto, o elemento subjetivo ganha importância. 
· expressa ou tácita
· declaração receptícia de vontade: que chegue ao conhecimento da outra pessoa
b) Finalidade negocial: É a intenção de criar, modificar ou extinguir direitos
c) consentimento: Art. 111. – silêncio.
Para Gustavo Tepedino, os requisitos de existência são manifestação de vontade, forma e objeto
6. Requisitos de validade do negócio jurídico (Art. 104)
a) agente capaz
1. Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
2. Clóvis Bevilácqua diz que se estende aos absolutamente incapazes. Mas o código o desmente (Código Civil Comentado, II, p. 52)
b) objeto lícito, possível (física e juridicamente (herança de pessoa viva)), determinado ou determinável;
3. a impossibilidade tem ser inicial (ocorrente na gênese do negócio) e absoluta (não puder ser realizada por ninguém)
4. Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. 
5. Impossibilidade relativa material, mas não jurídica. Ex: greve que impede a produção e entrega de veículos.
c) forma prescrita (solene) ou não defesa em lei.
6. Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
7. Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
8. Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
 
Reserva mental
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Conceito
- Intenção íntima de querer diversamente do que se declara.
· Tem por objetivo enganar o declaratório
· Fere a boa-fé subjetiva
Elementos:
a) desconhecimento do declaratório (se conhecer é simulação);
b) objetivo de engodo por parte do declarante;
· difere da simulação pois esta visa prejudicar terceiros; a reserva mental visa prejudicar a outra parte.
REPRESENTAÇÃO
a) presentação
b) representação
1. Conceito
· uma pessoa que age em nome de outra.
a) existência de um negócio jurídico
b) criação pela vontade do representante
c) vontade do representante que expressa a do representado
d) obrigações e direitos ao representado
2. Classificação (art. 115)
a) legal ou necessário: poder familiar; incapazes; gerente pela pessoa jurídica 
b) voluntário: contrato
3. Efeitos (art. 116)
a) poderes limitados
b) instrumento de procuração
4. Contrato consigo mesmo (art. 117)
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante,no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Redação similar ao art. 261 do CC português, que por sua vez era inspirado no Código italino.
José Carlos Moreira Alves, in Revista do Advogado 98/9, critica a nomenclatura, pois pessoa não se confunte com parte. Aqui há uma pessoa mas duas partes.
5. Prova do representante
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.
6. conflito de interesse com o representado
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
ELEMENTOS ACIDENTAIS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS: CONDIÇÃO, TERMO E ENCARGO
1. Condição
- Art. 121. Considera-se condição a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico a evento futuro e incerto.
- cláusula acessória
- subordina a eficácia do negócio jurídico a evento futuro e incerto
Ex: retrovenda; propriedade fiduciária
1.1. Elementos
a) futuridade
b) incerteza
c) voluntaridade
d) licitude
1.1. Condições suspensivas ou resolutivas
a) Condições suspensivas são aquelas cuja eficácia do ato fica protelada até a realização do evento futuro e incerto. Exemplo: A doação do imóvel só vai ocorrer com o casamento.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
b) Condições resolutivas são aquelas cuja eficácia do ato opera desde logo (entabulamento) e se resolve com a ocorrência do evento futuro e incerto. Exemplo: Empresto o quadro enquanto você morar em São Paulo. (art. 119). Ex: rescisão antecipada do contrato
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
1.2. Condições possíveis e impossíveis
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.
I - Exemplo: Doação de dinheiro pela captura de mula-sem-cabeça (A impossibilidade deve alcançar todas as pessoas. A condição não é impossível se atingir apenas uma pessoa ou pequeno grupo.)
- Corrida de maratona para um tetraplégico.
- A condição juridicamente impossível fere a lei, a moral e os bons costumes. Exemplo: Vendo um carro e faço doação se beneficiário provocar a morte de alguém. Exemplo: Condição baseada na prostituição.
II – condição de matar alguém
III - condição perplexa ou contraditória: A será meu herdeiro se ele morrer antes de mim.
1.2.1.condições impossíveis resolutivas
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
1.3. Condições necessárias e voluntárias
Necessárias - são as condições inerentes à natureza do ato. Exemplo: Se o comodato for gratuito.
Voluntárias - são as condições em geral, isto é, um acréscimo aposto ao ato jurídico pela vontade das partes.
1.2. Condições causais, potestativas e mistas
a) causal: sua verificação não depende da vontade das partes. Ex: chover;
b) potestativa: depende da vontade de uma das partes. Ex: se for para Jerusalém....
c) mista: se ganhar uma eleição.
1.6. Negócios que não admitem condição
Ex: aceitação de herança, casamento, reconhecimento de filho.
2. TERMO
É o dia em que nasce e se extingue o negócio jurídico. 
É a cláusula que subordina a eficácia de um negócio jurídico a um evento futuro e certo.
Termo inicial: dies a quo;
Termo final: dies ad quem.
3. PRAZO
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
Termo: delimita o momento do início ou do fim;
Prazo: período que decorre entre os termos.
3. ENCARGO
É uma limitação trazida a uma liberalidade. É uma restrição a uma vantagem para o beneficiário de um negócio jurídico.
O encargo é diferente da condição porque é coercitivo, isto é, a parte não pode se eximir de cumprir o encargo.
a) Encargo propriamente dito – é aquele estabelecido no artigo 136 do Código Civil, não ocorrendo a suspensão do direito enquanto não cumprido o encargo. Temos como exemplo a doação de um terreno para a construção de um hospital. O terreno é automaticamente doado antes mesmo do início das obras.
b) Encargo condicional - É uma variedade de condição, não sendo encargo. É uma condição cujo evento apresenta como elemento de fato uma certa modificação de alguma vantagem auferida pela parte. (artigo 136, fine, do Código Civil).
c) Encargo impróprio: É aquele que se apresenta como mero conselho ou recomendação. Não há encargo por não obrigar juridicamente.
d) Encargo impossível: É aquele que a modificação da vantagem auferida implica numa prestação impossível física ou juridicamente – Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível (artigo 137, do Código Civil).
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
1. Conceito: São aqueles defeitos que decorrem, em geral, da manifestação de vontade.
- anomalias na formação da vontade ou na sua declaração.
1.1. Conseqüências: impedimento da livre declaração de vontade e prejuízo à boa-fé
1.1.1. Boa-fé
Agir sem saber que está errado
Repercussão jurídica muito grande, um papel de hermenêutica muito significativo.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Se o contrato é de fato mensal, ele ta mantido. Se é um contrato. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Devemos agir como boa fé e probidade.
Trabalho: O que é boa-fé? Quais as diferenças entre boa-fé objetiva e subjetiva? Dê exemplos. Pode se dizer que são cláusulas abertas? Pode se dizer que são meros apontamentos éticos? 
1.1.1. Boa-fé objetiva e subjetiva: 
Desde o Código Napoleônico (art. 1135), entende-se que, ao lado da autonomia da vontade, exista outro vetor no direito contratual, representado pela obrigação de lealdade em todas as fases do vínculo e o dever de não frustrar as expectativas despertadas no parceiro em virtude da relação negocial.
a) Subjetiva: a falsa ideia é criada pelo contratante sem contar com intromissão de aspectos externos (direitos reais e casamento, segundo Miguel Reale); é voltada à intenção; (marca do Código Napoleônico)
Alguém age de forma equivocada, sem saber o que está fazendo
Art. 1217. O possuidor de boa-fénão responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.
Não responde pois estava de boa fé
Art. 1218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
Tem que indenizar, pois a lei balanceia quem está de boa-fé ou não.
Art. 1219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Vai ficar no móvel sem sair, pode ser ressarcido nas benfeitorias necessárias
Art. 1220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
b) Objetiva: é a outra parte que falta com o dever de lealdade ao contratar, não satisfazendo o que a outra parte legitimamente espera (diz respeito a aspectos externos). “Honestidade pública” voltada aos contratos, segundo Miguel Reale. Standarts que se esperam das pessoas. (marca do Direito alemão)
Fábio Ulhoa Coelho in Curso de Direito Civil nos remete ao clássico exemplo do cidadão alemão que, durante o regime nazista, dá guarida ao amigo judeu e, mente a esse respeito para a gestapo, encontra-se exatamente a convergência da boa fé e a mentira. O cidadão alemão acredita piamente que não há mal em enganar, se isso é preciso, para salvar a vida do amigo, o que revela sua boa fé.
Esperar algo, acreditar em algo, quando na verdade não é assim.
1.1.2. Funções
É possível agir de boa fé mentindo, ex: parceiras do egito: mentiam para salvar os bebes
a) Interpretativa
Boa fé usada com a hermenêutica
b) Integradora
Qual as intenções das partes
c) Controladora: limitativa de cláusulas abusivas e abuso de direitos
Visa limitar o abuso do direito
d) Impositiva de deveres anexos (teoria dos deveres anexos)
1. Lealdade
São as publicidades, te convencer a comprar algo, tem que ser leal e não abusiva (ofensiva).
2. Cooperação
As partes devem se cooperar 
3. Informação
Informação clara e real. Ex: sem glúten
4. Segurança
Os produtos e serviços colocados no mercado, devem ser seguros
RECALL: dever de informar seguro
1.1.3. Aplicações da boa-fé. Abuso de direitos
a) supressio: é a perda de um direito pelo seu não exercício no tempo
- Na supressio, um direito não exercido durante um determinado lapso de tempo não poderá mais sê-lo, por contrariar a boa-fé. O contrato de prestação duradoura, que tenha passado sem cumprimento durante longo tempo, por falta de iniciativa do credor, não pode ser exigido, se o devedor teve motivo para pensar extinta à obrigação e programou sua vida nessa perspectiva. Enquanto a prescrição encobre a pretensão pela só fluência do tempo, a supressio exige, para ser reconhecida, a demonstração de que o comportamento da parte era inadmissível segundo o princípio da boa-fé.
b) surrectio: surgimento de um direito segundo os usos e costumes: Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
c) duty to mitigate the loss: Enunciado 169, do CJF: “o princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar seu próprio prejuízo”. Ex: não promover o pronto despejo pela inadimplência; não promover a pronta cobrança dum contrato bancário.
d) venire contra factum proprium (ninguém pode se opor a fato a que ele próprio deu causa): 
“Não se admite que alguém venha a negar seus próprios atos. Veda-se o comportamento contraditório”. Humberto Theodoro Júnior, RDCPC 54/44.
A vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se na proteção da confiança, tal como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil.
e) exceção do contrato não cumprido
f) adimplemento substancial: busca e apreensão de bem cujos pagamentos já sejam substanciais
h) Tu quoque: 
Atribuem a Júlio César a frase "Tu quoque, Brute, fili mi?", proferida quando apunhalado por Brutus. Em bom português: "Até tu, Brutus, meu filho"? Pois bem. Nos últimos anos, a expressão acima referida tem sido objeto de frequentes debates acadêmicos e interessantes discussões jurídicas. Desdobramento do próprio princípio da boa-fé objetiva, e intimamente ligado à regra proibitiva do comportamento contraditório ("venire contra factum proprium"),
Eu jamais vou esquecer o dia em que, aplicando uma "segunda chamada de prova" (o aluno havia faltado no dia marcado para a avaliação), anunciei: "vai ser prova oral". O aluno ficou tenso, percebi. Mas me mantive fraternalmente firme: "vou aplicar prova oral mesmo". Então, sabatinei o meu aluno: "o que é tu quoque?". "Comecei com uma pergunta poderosa", pensei. E, neste momento, o meu espirituoso aluno respondeu: "Professor Pablo, tu quoque tem a ver com o que o senhor fez agora comigo". Perguntei, então: "O que fiz?". "Pegou-me de surpresa", respondeu-me, "pois me fez crer que a prova seria escrita, e está sendo oral". Não resisti, sorri, e lhe disse: "Você já começou tirando nove..."...rs! Um abraço, amigos do coração!!!
2. Modalidades dos vícios dos negócios: 
2.1. consentimento: há uma contradição entre aquilo que a pessoa deseja e o que ela faz, ou seja, o que a pessoa manifesta não é o que ela realmente desejaria fazer.
a) erro
b) dolo
c) coação
d) estado de perigo
e) lesão
2.2. sociais: a vontade declarada corresponde exatamente à intenção do agente, entretanto uma intenção de prejudicar terceiros ou fraudar a lei.
Prejuízo a terceiros, uma vez ocorridos, podem levar a anulação dos negócios jurídicos.
a) fraude
3. Efeitos: Nos seis casos, o contrato será anulável, havendo um prazo decadencial de 4 (quatro) anos para requerer a anulação. Caso não seja respeitado esse prazo, o contrato não poderá mais ser anulado. O decurso do prazo decadencial vem a sanar o defeito do negócio jurídico (artigo 178, incisos I e II, do Código Civil).
a) anulabilidade
b) prazo decadencial de 04 anos
Erro ou ignorância sobre o fato
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Conceito: a pessoa se engana sozinha a respeito de uma circunstância importante que, se ela conhecesse, não faria o negócio.
ERRO é uma falsa interpretação, uma ignorância contra os fatos, sem ninguém me enganar, eu me enganei sozinha, interpretei de forma equivocada. 
“Por desconhecimento ou falso conhecimento das circunstâncias, age de um modo que não seria a sua vontade, se conhecesse a verdadeira situação” (Caio Mário da Silva Pereira)
1.1. Erro x ignorância (a lei não faz distinção)
a) Erro é a falsa interpretação (estado de espírito positivo)
b) Ignorância é o desconhecimento (estado de espírito negativo)
2. Características:
a) engana-se sozinho
b) difícil prova, pois é muito subjetivo
c) essencial ou substancial (art. 139): aspectos relevantes do negócio, ou seja, só se pode falar em erro se a pessoa se engana a respeito de algo que, se ela soubesse, jamais faria o negócio. Se há um engano a respeito de um aspecto irrelevante, não será considerado um erro substancial, mas sim erro acidental, que não vicia a vontade.
ERRO circunstancial, se soubesse não teria feito.
c.1.- natureza do negócio: que tipo de contrato celebrou. Ex: comodato como doação ou locação;
c.2.- objeto do negócio: adquire coisa diferente do que imaginava; Ex: quer comprar um animal mas leva outro;
c.3.- qualidades do objeto. Ex: compra um anel imaginando ser de ouro mas não é
c.4.- error in personae. Ex: art. 1557
Art. 1557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime,anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
c.5. erro acidental. Ex: erro de cálculo.
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.
d) escusável ou perdoável: Escusável é o erro aceitável, desculpável, o erro que a maioria das pessoas cometeria. Há dois critérios para se saber se um erro é escusável ou não: 
- Homo medius: toma-se por base a média das pessoas. Se um homem médio também cometeria o engano, o erro seria escusável. Não foi esse, entretanto, o critério aplicado pelos tribunais.
- Caso concreto: é o critério aplicado pelos tribunais. 152 do Código Civil (que trata da coação), que determina que o juiz leve em conta as condições pessoais da vítima (deve-se levar em conta a idade, a saúde, o sexo, temperamento, e outras condições). O juiz deve levar em conta as condições pessoais para saber se ela seria levada ao erro (exemplo: uma pessoa semi-analfabeta seria mais facilmente levada ao erro do que alguém que possui curso superior).
- irrelevância de ser escusável o erro. Enunciado 12 do CJF: Art. 138: na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança.
* reconoscibilidade: necessidade da outra parte saber que a vítima está em erro. Segundo Carlos Roberto Gonçalves e Moreira Alves, não foi absorvido pelo nosso Código.
*interesse negativo: quando a ação anulatória é julgada procedente sem que o vendedor tenha concorrido para o erro do outro contratante. Seria justo que arcasse com todo o prejuízo? Trabalho
d) real: é o erro que causa um efetivo prejuízo.
REAL no sentido de ter causado dano, ERRO que me favorece.
 3. Falsa causa: O artigo 140 do Código Civil dispõe sobre o falso motivo (falsa causa) como razão determinante do contrato. Se a causa do contrato, desde que seja colocada expressamente como razão determinante do negócio, for declarada falsa, o contrato poderá ser anulado (exemplo: uma pessoa fica sabendo por terceiros que tem um filho; tentando ajudar, faz uma doação, mas dispõe expressamente na escritura que está fazendo a doação porque foi informada que o donatário é seu filho; caso seja comprovado que o donatário não é filho, a doação poderá ser anulada).
4. erro de direito: diferente da ignorância do direito (art. 3º. da LICC)
Art. 139 (...) III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
5. Transmissão errônea da vontade
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.
6. Convalidação
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
1. DOLO
1. Conceito: artifício, ardil, sugestão para induzir em erro.
Ex: induzir alguém a comprar um produto dizendo que é caro, mas é barato.
- o elemento má-fé é inerente
a) má-fé: gênero
b) dolo: comportamento voluntário de induzir em erro
c) fraude: visa causar dano a outrem.
2. Classificação:
a) principal: aquele que é a causa do negócio, ou seja, é o dolo que foi responsável pelo negócio. Se não houvesse o induzimento, a pessoa não faria o negócio;
b) acidental: aquele que a seu despeito o negócio teria sido realizado, mas em condições melhores para a vítima. Como não é a causa do negócio, o dolo acidental não anula o mesmo, mas dá direito a perdas e danos. Ex: vendeu a casa de R$ 100.000,00 por R$ 50.000,00 (pode-se apenas discutir as diferenças de valores).
c) Dolus bonus: tolerável; fazem parte do comérico
d) Dolus malus: 
e) Ativo
f) Omissivo (reticência). Ex: ocultar doença para o caso de seguro de vida; ocultar doença pra plano de saúde; ocultar a idade de se for relativamente incapaz.
g) Dolo de terceiro: Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
h) Dolo recíproco ou bilateral: Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
O vendedor não pode falar erro, o negocio será mantido, com forma de punir ambos. Dolo reciproco, bilateral
i) Dolo de aproveitamento: lesão, a ser estudada posteriormente.
3. Requisitos
a) ser fator determinante, circunstancial
Deve ser pontual para o negocio.
COAÇÃO
Conceito: ameaça, pressão. Resulta de violência.
2. Espécies de coação
a) Absoluta: física (vis absoluta). Aqui o ato é inexistente
b) relativa: moral (vis compulsiva): aqui sim é a coação do 151
Aqui se tem alternativa, pode correr o risco
c) principal: na causa determinante do negócio
Diz respeito a todo negocio, ou seja, exemplo: se você não pagar eu te mato e mato sua família.
d) acidental: somente obriga ressarcir o prejuízo
quando é de um detalhe do negocio, não se anula o negocio
2. Requisitos
Não é toda ameaça que é coação.
a) causa determinante
Se não houver coação o negócio não teria acontecido.
b) grave (analisado no caso concreto): art. 152
Ex: ameaçar uma senhora idosa, e outra é ameaçar um cara que luta mma. Mal tem que ser mal e injusto.
c) dano iminente
d) própria pessoa, família ou bens
e) injusta: art. 153
Ex: coação para pedir demissão.
Ex: coação para casamento.
4. Temor reverencial
É um medo por reverencia, mede de alguém revelar algo, e ter receio de desagradar. EX: se você nao fazer isso, vou contar pra sua mãe que você fez isso. 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
5. coação exercida por terceiros
Quem te coage é o capanga dele, alguém mandado por ele.
a) conhecimento do beneficiado: Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
O negocio é anulado
b) desconhecimento do beneficiado: Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
O negocio não é anulado, quem paga é quem coagiu 
6. coação exercida pela própria vítima
- não há coação exercida pela própria vítima
7. Exercício regular de direito
Ex: 
a) protesto de título
b) promoção de ação judicial
c) abertura de inquérito policial
ESTADO DE PERIGO (lesão pessoal ou familiar, física)
- fere a boa-fé objetiva, a função social do contrato, a probidade, a liberdade de contratar.
EX: trocar o cavalo, por um reino
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
Ex1: "Um cavalo! Um cavalo! Meu reino por um cavalo!" Essa foi a oferta feita pelo agonizante monarca inglês Ricardo III, no decorrer da batalha de Bosworth em 1485, a fim de poder escapar da sanha de seus implacáveis algozes, segundo a versão literária do genial dramaturgo William Shakespeare
Ex2: assinar promissória ou dar cheque-caução para hospital para internação de ente querido
A exigência de cheque caução para internação de um paciente em hospital é abusiva? (http://www.procon.sp.gov.br/site/texto.asp?id=388)De acordo com o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor, considera-se a conduta como PRÁTICA ABUSIVA, expondo o consumidor a uma desvantagem exagerada, causando desequilíbrio na relação contratual. O hospital não pode exigir esta garantia do consumidor, porque possui outros meios para acioná-lo caso as despesas hospitalares não sejam quitadas, inclusive judicialmente. O consumidor poderá ingressar com ação específica, e, através de liminar, requerer a internação sem o cumprimento de tal obrigação. Ou ainda, tratando-se de caso urgente, atender à exigência e registrar reclamação na Fundação Procon ou no Juizado Especial Cível, solicitando a devolução imediata do cheque.
2. Elementos: 
a) situação de necessidade
b) iminência de dano atual e grave (inclusive moral, segundo Maria Helena Diniz)
c) nexo de causalidade entre a declaração e o perigo
d) dano não ser causado pelo contratante (senão é coação)
e) ameaça de dano à pessoa ou a família (dano patrimonial está fora)
f) conhecimento do perigo pela outra parte
g) assunção de obrigação excessivamente onerosa
h) benefício da outra parte
i) desproporcionalidade
3. Efeitos: 
a) primeira corrente: negócio anulável (Art. 171,II e 178, II)
b) segunda corrente (se o outro contratante estiver de boa-fé): mantém-se o negócio e o adequa à realidade (pela conservação do contrato, estabilidade das relações e principalmente pq houve um serviço prestado)
LESÃO - também chamada de lesão enorme ou objetiva (lesão econômica, patrimonial). Também lesão vício ou enorme.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
1. Conceito: prejuízo por enorme desproporção entre as prestações dos contratantes, pela necessidade ou inexperiência de uma das partes
- no dolo há induzimento, aqui não
2. Esboço histórico
a) Roma: laesio enormis
b) Bíblia: O repúdio ao crime de usura já vem da Bíblia, lendo-se no Livro de Deuteronômio 23:20: "Nada emprestarás, por juro, a teu irmão, quer seja prata, quer sejam víveres, quer seja qualquer outra coisa"; e no Livro Êxodo 22:25: "Se emprestares dinheiro a qualquer um dentre meu povo, a um pobre que habita contigo, não o apertarás como credor, nem o oprimirás com juros";
c) Igreja;
d) Lei 1521/51: crimes contra a economia popular. (lesão por usura)
Art. 4º. Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária ou real, assim se considerando:
a) cobrar juros, comissões ou descontos percentuais, sobre dívidas em dinheiro, superiores à taxa permitida por lei; cobrar ágio superior à taxa oficial de câmbio, sobre quantia permutada por moeda estrangeira; ou, ainda, emprestar sob penhor que seja privativo de instituição oficial de crédito;
b) obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade de outra parte, lucro patrimonial que exceda o quinto do valor corrente ou justo da prestação feita ou prometida.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, de cinco mil a vinte mil cruzeiros.
e) Código de Defesa do Consumidor: 
- Art. 51, IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
- Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
f) Agiotagem: MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.172-32, DE 23 DE AGOSTO DE 2001: Estabelece a nulidade das disposições contratuais que menciona e inverte, nas hipóteses que prevê, o ônus da prova nas ações intentadas para sua declaração.
3. Elementos
a) objetivo: manifesta desproporção; 
b) subjetivo: inexperiência ou premente necessidade
c) contratos aleatórios??
	Nº 28.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Em razão do profissionalismo com que os empresários devem exercer sua atividade, os contratos empresariais não podem ser anulados pelo vício da lesão fundada na inexperiência. (Aprovado na I Jornada de Direito Comercial - Outubro/2012)
	
	
4. Efeitos
a) nulidade na agiotagem (MP 2172-32)
b) anulabilidade
c) preservação com modificação
FRAUDE CONTRA CREDORES
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
1. Conceito: 
- vício social. Não há vício de vontade, pois os consentimentos são livres e desimpedidos.
- visa trazer prejuízo a terceiros credores.
2. Finalidade
- CCB, Art. 957. Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual direito sobre os bens do devedor comum;
3. elementos constitutivos
a) eventus damni: insolvência que prejudique credor
* necessário que vá a insolvência. Se restar bens, não há fraude.
I – transmissão gratuita
II – remissão de dívida
III – renúncia de herança
b) consolium fraudis: Não se exige, contudo, o conluio. Basta a prova da ciência da insolvência
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
c) anterioridade do crédito: Art. 158, par. 2º.
4. Hipóteses: 
a) transmissão gratuita ou remissão de dívida: art. 158 (ainda que o adquirente ignore)
b) transmissão onerosa: art. 159 (conhecimento do adquirente; scientia fraudis)
c) pagamento antecipado de dívida: Art. 162
d) concessão fraudulenta de garantias: Art. 163
4.1. Exceções 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.
4.1. Comportamento do adquirente para evitar a anulabilidade
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.
5. Atos revogáveis (ineficazes)
- ação pauliana ou revocatória
6. Legitimidade
a) ativa: credor quirografário ao tempo da alienação e com garantias que não sejam suficientes. (art. 195, par. 1º.)
* credores quirografários.
I – Credor social: trabalhista
II – Credor público: Fisco
III – Credor com garantia real
IV - créditos com privilégio especial (CCB, 964)[footnoteRef:1] [1: Art. 964. Têm privilégio especial:
I - sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação e liquidação;
II - sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento;
III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis;
IV - sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução, ou melhoramento;
V - sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita;
VI - sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do anterior;
VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição;
VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários.] 
V - créditos com privilégio geral (CCB, 965)[footnoteRef:2] [2: Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor:
I - o créditopor despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o costume do lugar;
II - o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa;
III - o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor falecido, se foram moderadas;
IV - o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre anterior à sua morte;
V - o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua família, no trimestre anterior ao falecimento;
VI - o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior;
VII - o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos seus derradeiros seis meses de vida;
VIII - os demais créditos de privilégio geral.] 
VI - créditos quirografários
b) passiva: todos que participaram no ato
INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
1. Conceito: retirar toda a validade do negócio jurídico. Sanção imposta pelo ordenamento que determina a privação dos efeitos jurídicos do negócio praticado em desobediência ao que prescreve.
2. Possibilidade de gradações da invalidade do negócio jurídico: nulidade; anulabilidade; ineficácia.
- Pontes de Miranda.
a) plano de existência
b) plano de validade
c) plano de eficácia
Ex: testamento – existe, é válido, mas somente produz efeitos depois do falecimento do indivíduo.
3. Classificações: 
a) originária: nasce com o próprio ato
b) sucessiva: advém e causa superveniente
c) total
d) parcial
3.1. Atos inexistentes
- Casamento: Silvio Rodrigues.
Plano de existência: manifestação de vontade e consentimento;
	Ex: coação física, hipnose; casamento inexistente.
Plano de eficácia: sujeito, objeto e forma
4. Nulidade absoluta (plano de validade): normas de ordem pública, de imperatividade absoluta. (art.s 166 e 167)
a) sujeito capaz (art. 5º.)
b) objeto lícito. Ex:
Vínculo Empregatício – Inexistência – Invalidade do contrato de trabalho – Objeto ilícito – Jogo de Bicho – Aplicação do Código Civil – Art. 104 CC, inc. II – Art. 166, II. – TST – Recurso de Revista - Boletim Bonis Juris – Maio 2007, p. 31.
c) forma prescrita ou não defesa em lei (art. 82 e 130)
4.1. causas: art. 166
4.2. Simulação: art. 167
a) negócio bilateral
b) sempre acordada com a outra parte
c) deliberadamente desconforme com a intenção
d) no intuito de enganar terceiros e fraudar a lei
Ex: 
1. vender para amante; 
2. vender por 100 quando vale 5000 para não pagar imposto.
3. contrato de compra e venda para evitar penhora
4.3. Efeitos
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
ENUNCIADO 536 – Resultando do negócio jurídico nulo consequências
patrimoniais capazes de ensejar pretensões, é possível, quanto a estas, a
incidência da prescrição.
ENUNCIADO 537 – A previsão contida no art. 169 não impossibilita que,
excepcionalmente, negócios jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados quando justificados por interesses merecedores de tutela.
É necessário, assim, reler a tese da ineficácia absoluta da nulidade à luz dos
valores e interesses envolvidos no caso concreto, sendo certo que somente se justifica a incidência do art. 169 quando o interesse subjacente à causa da nulidade se mostrar mais relevante para o ordenamento do que o interesse social na preservação do negócio jurídico, competindo ao juízo de merecimento de tutela, por meio do controle funcional da invalidade, o reconhecimento dos efeitos decorrentes do negócio nulo.
2. Anulabilidade: normas de ordem privada, de imperatividade relativa (Art. 171)
a) incapacidade relativa
b) vícios de consentimento e sociais
2.1. Efeitos
- Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Prazos: em regra dois, com exceções 04.
2.1. Princípios
a) Princípio do Prejuízo: 
· pas de nulitté sans grief. 
b) Princípio da Causalidade: 
c) Princípio do interesse: 
d) Princípio da convalidação:
Não apenas no processo, mas em todas as atividades, é sempre desejável obter-se o máximo de resultados com o mínimo de esforço.
2.2. Invalidade do instrumento
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio.
2.3. Invalidades parciais e acessórias
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
3. Teoria da conversão substancial do negócio jurídico (recategorização do negócio jurídico)
- Decorre do princípio da conservação
- transinterpretação do direito alemão.
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
Elementos:
a) material: aproveitamento dos fatos para outra categoria de negócio;
b) imaterial: intenção do declarante
c) cabível somente nos nulos, pois os anuláveis se sujeitam à convalidação.
* fungibilidade dos negócios jurídicos
Ex: 
1. venda simulada que pode ser mantida como doação.
2. nota promissória nula que pode ser aproveitada como confissão de dívida;
4. Diferenças entre nulidade e anulabilidade
	
	Nulidade
	Anulabilidade
	Legitimados
	Qualquer interessado; MP; reconhecimento de ofício
	Somente interessados
	Convalescimento
	Impossível (art. 169)
	Sim
	Confirmação
	Impossível
	Sim
	Efeitos
	Ex tunc 
	Ex nunc – efeito prospectivo
	Prazo
	Imprescritíveis
	Em regra 02 anos (art. 179), salvo nos casos do Art. 178 (04 anos)
	Interesse
	Público
	Privado
	Ação
	Declaratória
	Desconstitutiva
	
	Admite conversão substancial
	Admite sanação pelas próprias partes
5. Ineficácia
a) fraudes. Ver contrato de compra e venda entre ascendentes e descendentes
TEORIA DOS ATOS ILÍCITOS
1. Evolução
a) Talião
b) Roma
b.1. Lei das XII Tábuas: se são vários credores, permite-se dividir o corpo do devedor.
b.2. Lei Aquilia: noção de culpa
b.3. Lex Poetelia Papiria: ações contra o patrimônio
c) sistema atual
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
2. Culpa
· culpa lato sensu: dolo
· culpa stricto sensu: negligência e imprudência.
· Apuração mediante homos medius
2.1 Indenização: Art. 944: A indenização mede-se pela extensão do dano, e não pelo grau de culpa. 
1.2. Danos diretos e imediatos
1.3. Danos existenciais
* perda de uma chance.
3. Teoria do abuso do direito
Surge no século XIX como superação dos ideais individualistas e liberais.
Visa, sobretudo, impedir os atos de emulação, aqueles pelos quais o indivíduo os pratica sem nenhum interesse econômico. Ex: direito de vizinhança; construção de chaminé desnecessária; colocação de estacas de madeiras que poderiam rasgar os dirigíveis.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
ENUNCIADO 539 – O abuso de direito é uma categoria jurídica autônoma em relação à responsabilidade civil. Por isso, o exercício abusivo de posições jurídicas desafia controle independentemente de dano.
ENUNCIADO 542 – A recusa de renovação das apólices de seguro de vida pelas seguradoras em razão da idade do segurado é discriminatória e atenta contra a função social do contrato.
- propriedade x função social da propriedade (CF, 5º. XXII x XXIII)
- poder paternal x abuso de direitoe castigos imoderados
- livre manifestação de pensamento x calúnia
- cobranças abusivas: Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Também Art. 71, CDC
- publicidade abusiva: motosserra; amortecedor; m2000 (www.conar.org.br)
4. Exclusão de atos ilícitos (art. 188):
a) legítima defesa ou exercício regular de direito
b) estado de necessidade
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188 (estado de necessidade), não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188 (estado de necessidade), se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
5. Requisitos:
a) conduta
b) danos diretos e imediatos
c) nexo causal
PRESCRIÇÃO
“O tempo como fato jurídico”
A exemplo dos seres da natureza, os direitos comportam-se como seres vivos, isto é, "nascem de diferentes causas, se modificam por diferentes causas e por diferentes causas se extinguem”. (PONTES DE MIRANDA, Tratado cit., V, § 593, p. 412.)
1. Histórico
a) Lei Aebutia, 520 DC
2. conceito: perda a pretensão de uma ação válida.
3. fundamento: efeito pacificador; ordem social; ordem pública; instabilidade do prazo indeterminado
 4. Requisitos: 
a) perda da pretensão de uma ação judicial válida
b) existência de uma ação exercitável;
c) inércia do titular;
d) decurso do prazo previsto em lei (205/206)
e) continuidade desta inércia durante um certo lapso de tempo;
f) ausência de fato impeditivo ou interruptivo;
5. conseqüências: 
a) as partes não podem dispor sobre prazos prescricionais; 
b) as partes não podem tornar uma ação imprescritível;
c) a prescrição iniciada contra uma pessoa persiste com relação ao seu herdeiro
d) é irrenunciável antes de consumada. Depois de consumada, apenas se não existir prejuízo de terceiros;
e) a prescrição em curso não gera direito adquirido. Assim, lei que modifique os prazos terá plena validade, inclusive para diminuir o prazo.
f) o juiz pode conhecer de ofício a prescrição.
g) por ser de ordem pública, a prescrição pode ser alegada em qualquer tempo. Todavia, se não foi alegada ainda, não poderá sê-lo quando do recurso especial, se a matéria não estiver pré-questionada.
6. Ações imprescritíveis: 
6.1. Ações que Versem sobre os Direitos da Personalidade
Não existe prazo prescricional para ações que defendem direito à vida, à liberdade etc.
6.2. Ações que Versem sobre o Estado da Pessoa
Ações de interdição, separação judicial, divórcio, investigação de paternidade etc.
STF, 149 - É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança. (D. Civ.; D. Proc. Civ.)
6.3. Ações que têm por Objeto Bens Públicos
A Súmula n. 340 do Supremo Tribunal Federal dispõe que os bens públicos não podem ser objetos de usucapião (que é uma forma de prescrição).
 
6.4. Ações de Exercício Facultativo
6.5. Ação Reivindicatória
7. Prescrição aquisitiva: usucapião
- Antônio Luiz da Câmara Leal (1939, p. 11-14) refuta a tese de que a usucapião seja prescrição.
8. Prazos prescricionais
8.1. Prescrição geral:
- Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
8.2. Prescrição especial:
- Art. 206. Prescreve:
§ 1º Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
§ 3º Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
§ 5º Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.
9. Conhecimento de ofício
	
Segundo Alexandre Freitas Câmara, é “inconstitucional” o reconhecimento de ofício, pois fere nossa história legislativa. Ademais, França, Suíça, Itália e outros não aceitam o reconhecimento de ofício.
10. Interrupção e suspensão.
10.1. Suspensão:
10.1.1. Artigo 197, inciso I, do Código Civil
No caso de casamento. Não corre prescrição entre os cônjuges enquanto eles estiverem casados.
Enunciado 296: também não corre entre os companheiros.
10.1.2. Artigo 197, inciso II, do Código Civil
 Relação de poder familiar. Não corre prescrição entre pais e filhos enquanto existir o pátrio poder. Extinto o pátrio poder, começa a correr a prescrição.
10.1.3. Artigo 197, inciso III, do Código Civil
Relação de tutela e curatela. Não corre prescrição entre tutor e tutelado durante a tutela nem entre curador e curatelado durante a curatela.
O artigo 198 do Código Civil dispõe três fatos que impedem ou suspendem a prescrição. Neste caso, o legislador tem por objetivo proteger certas pessoas.
10.1.4. Artigo 198, inciso I, do Código Civil
Não corre prescrição contra os absolutamente incapazes. A prescrição, entretanto, corre a favor deles, ou seja, se a prescrição for para beneficiar o absolutamente incapaz, ela correrá normalmente.
10.1.5. Artigo 198, inciso II, do Código Civil
Não corre prescrição contra os ausentes do país que estejam a serviço da União, dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal.
10.1.6 Artigo 198, inciso III, do Código Civil
Protege as pessoas que estejam servindo o país em tempo de guerra. Neste caso, não importa se está dentro ou fora do país.
Ausentes declarados por sentença: a prescrição não corre desde o termo inicial do desaparecimento, declarado em sentença.” (Enunciado 156)
10.1.7, Art. 199, II
O princípio da actio nata significa que enquanto não nasce a ação, não corre prescrição, ou seja, enquanto a dívida não está vencida, não corre o prazo prescricional. Somente começa a correr o prazo prescricional a partir do momento que o credor tiver o direito de ingressar com a ação.
10.1.8. Relação com direitocriminal
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
11. Interrupção
 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
O artigo 204 do Código Civil dispõe sobre as obrigações solidárias e divisíveis. Quando existem vários credores solidários e um deles toma a iniciativa de interromper a prescrição, todos os outros credores serão beneficiários. Se a obrigação for, entretanto, divisível, a prescrição somente se interrompe para aquele credor que tomou a iniciativa de interromper a prescrição.
 
Decadência: ou caducidade
1. Conceito: extinção do próprio direito
2. Interrupção e suspensão dos prazos: não há
3. diferenças tópicas: O Código trata dos prazos prescricionais no Art. 206. O restante é decadencial 
A ação pode ser objeto de ação declaratória de decadência.
	DECADÊNCIA
	PRESCRIÇÃO
	Direito e ação nascem juntos
	O direito antecede à ação, pois só 
nasce quando aquele é violado
	Extingue o próprio direito
	Extingue a ação
	O prazo pode ser estabelecido pelas partes
	Somente pela lei
	Não tem causa de suspensão e interrupção, salvo contra absolutamente incapazes.
	Possuem-nas
	O juiz só pode conhecer daquela prevista em lei
	O juiz pode conhecer sempre
	Correm contra todos
	Não corre contra determinadas pessoas
	Admire renúncia depois de consumada, desde que não cause prejuízo a terceiros
	Nula é a renúncia de prazo fixado
 em lei
Agnelo Amorim Filho: 
· condenatórios: prazo prescricional
· desconstitutivas: prazo decadencial previsto em lei
· declaratórias: sempre imprescritíveis. Também NNjr, pág. 252.
ENUNCIADO Nº 74: (substitui o ENUNCIADO 69) - A prescrição e a decadência não impedem a homologação da composição civil. (Aprovado no XVI Encontro - Rio de Janeiro/RJ)
 DAS PROVAS
1. Conceito
“O Direito não pode tutelar o mero discurso de palavras,”
a) instrumento apto a demonstração de um fato
b) demonstração do fato
c) reconstrução histórica dos acontecimentos, episódios e fatos
* regras heterotópicas.
2. Objeto
a) fatos pertinentes (relacionados com a causa)
b) fatos relevantes: importantes
c) fatos controversos
 “quod non est in actis non est in mundo”
3. Da dispensa das provas
a) fatos notórios
b) fatos presumidos
c) direito: “jura novit cúria”
4. Finalidade
5. Classificação
a) direta: relação direta do juiz com os fatos. Ex: Inspeção judicial, oitiva de testemunhas;
b) indireta: 
c) pessoal: testemunhas;
d) real: coisas. Ex: ferimentos
e) testemunhal
f) documental
g) material (perícia, exame de corpo delito)
6. Meios de Provas
Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. 
José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, só
escapou da prisão perpétua porque o juiz aceitou o depoimento da própria
vítima, psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de
1979, na pequena cidade de Goiânia de Campinas, em Goiás. "Maurício"
inocentou o amigo e ainda revelou a identidade do verdadeiro assassino,
que só não foi preso porque conseguiu fugir a tempo. O dom de Francisco
Cândido Xavier já salvou a pele de muita gente e acalmou a alma de outros
tantos, trazendo notícias "do outro lado" para mães, viúvas e toda a sorte
de aflitos.
CC, Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV - presunção;
V - perícia.
6.1. Provas inominadas
7. Provas ilícitas
CF – Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
a) Prova ilícita (ilegalidade extínseca, segundo Ives Gandra): fere-se norma de direito material. Ex: confissão mediante tortura, chantagem, violação ‘a intimidade e ao domicílio. 
b) Prova ilegítima (nulidade intrínseca): fere-se norma de direito processual. Ex: rol de testemunhas fora do prazo.
c) Prova ilícita por derivação (fruto da árvore envenenada): É exemplo encontrado na doutrina a interceptação telefônica clandestina por intermédio da qual o órgão policial descobre uma testemunha do fato que, em seu depoimento regularmente prestado, incrimina o acusado. No caso, a ilegalidade consistente na interceptação telefônica contamina a prova que processualmente é legal, anulando-a.
d) Prova autônoma lícita: válida
e) Princípio da proporcionalidade: discutível.
Art. 5º - XII - é inviolável o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
a) Interceptação telefônica: somente para apuração de crimes punidos com reclusão, desde que autorizados pelo juiz (terceiro grava, sem o conhecimento dos interlocutores;
b) Escuta telefônica ou escuta ambiental: somente para apuração de crimes punidos com reclusão, desde que autorizados pelo juiz (terceiro grava, com o conhecimento dos interlocutores; Ex: marido que grava a conversa da mulher com o amante, mesmo no uso do telefone de sua casa. 
c) Gravação clandestina, 
2. Filmagens: a filmagem da conduta de alguém na via pública ou a filmagem feita pelo proprietário, no interior de sua casa têm sido consideradas legítimas, podendo ser apresentadas no Juízo Cível ou Criminal.
3. Sigilo bancário: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001, ART. 6 – 1. As novas disposições criadas pela Lei Complementar nº 105/2001, autorizaram a quebra de sigilo bancário por determinação de autoridade administrativa, em processo administrativo ou procedimento fiscal
8. Valoração da Prova
O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento. 
* não há hierarquia de prova ou sistema escalonado. Porém:
10. Confissão
1. Conceito: é a admissão de um fato contrário ao próprio interesse e benéfico ao adversário
2. Espécies de confissão:
a) judicial
ª1.) expressa: no depoimento ou no interrogatório.
ª2.) tácita: 
ª3.) espontânea: a qualquer tempo, quando então será reduzida a termo
ª4.) provocada: no depoimento pessoal
b) extrajudicial: fora do processo. Exemplo do Banespa, em que se propôs uma ação de indenização por dívida inexistente, e meses depois se fez o parcelamento
- A confissão espontânea pode ser feita pelo procurador se tiver poderes especiais para isso.
3. Características:
a) indivisível: a parte que lhe aproveita não pode aceitar apenas a parte que lhe é benéfica;
b) irretratável/irrevogável (art. 214): se feita em erro, dolo, coação etc., depende de ação anulatória específica. Neste caso, suspende-se a ação principal, ou se já estiver extinta, caberá rescisória
c) pessoal: não prejudica os litisconsortes nem o cônjuge, no caso de imóveis.
d) impedimento no caso de direitos indisponíveis: Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados.
e) não se admite sob condição ou termo.
11. Prova Documental - Escritura Pública
Documentos públicos: Os feitos pelos tabeliães tem fé pública. Porém, o documento público é um ato administrativo, e como tal, goza de presunção de legitimidade.
a) notariais;
b) judiciais;
c) administrativos.
Documentosparticulares: cheque, contrato etc.
Documento original: o primeiro criado.
Documento autêntico: assinado na presença do tabelião. 
Documento autenticado: confrontação com o original.
Documento reproduzido: autenticado ou não.
Documento autógrafo: produzido pelo próprio autor
Documento heterógrafo: produzido por terceiro
Autenticidade: refere-se aos aspectos materiais do contrato. Falsidade material.
Veracidade: conteúdo. Falsidade intelectual. 
4.5. Documento e instrumento
· Documento é gênero, do qual instrumento é espécie.
Instrumento: documento especialmente preparado para um negócio jurídico. Ex: instrumento de confissão de dívida; instrumento de procuração.
a) públicos;
b) particulares: cheque, procuração particular.
- Fé Pública (presunção de legitimidade, de veracidade e de autenticidade); É um atributo de garantia, outorgado pelo Estado, através de funcionário competente, com poderes por este delegado, para firmar a existência de um acordo de vontade entre as partes, dentro da relação jurídica.
CC, “Art. 215 A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena.” Prova plena???
12. Certidões e traslados
Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as certidões textuais de qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qualquer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por outro escrivão consertados.
· certidão: afirmação autêntica feita por oficial público dos documentos sob sua responsabilidade.
· Traslado: cópia do original
a) Certidões judiciais. Ex: ata de audiência; certidão de objeto e pé; 
b) Certidões notariais: Ex: certidão imobiliária; certidão negativa de protestos;
13. Declarações assinadas
Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação aos signatários.
14. Demais documentos
Documento particular escrito e assinado: faz prova em relação ao signatário, ainda que não seja ele quem o tenha confeccionado.
Ciência em documento: prova a declaração, mas não o fato declarado.
Documento com firma reconhecida de corpo presente: presunção de autenticidade. 
Discussão em torno da data do documento: 
Documentos particulares que dispensam assinatura: Livros comerciais, documentos domésticos (cartas, fotos com escritos no verso)
Lei 13.726/2018
Art. 3º  Na relação dos órgãos e entidades dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios com o cidadão, é dispensada a exigência de:
I - reconhecimento de firma, devendo o agente administrativo, confrontando a assinatura com aquela constante do documento de identidade do signatário, ou estando este presente e assinando o documento diante do agente, lavrar sua autenticidade no próprio documento;
II - autenticação de cópia de documento, cabendo ao agente administrativo, mediante a comparação entre o original e a cópia, atestar a autenticidade;
III - juntada de documento pessoal do usuário, que poderá ser substituído por cópia autenticada pelo próprio agente administrativo;
IV - apresentação de certidão de nascimento, que poderá ser substituída por cédula de identidade, título de eleitor, identidade expedida por conselho regional de fiscalização profissional, carteira de trabalho, certificado de prestação ou de isenção do serviço militar, passaporte ou identidade funcional expedida por órgão público;
V - apresentação de título de eleitor, exceto para votar ou para registrar candidatura;
VI - apresentação de autorização com firma reconhecida para viagem de menor se os pais estiverem presentes no embarque.
15. Fotocópias
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original.
Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição.
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.
16. Testemunhas
Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados.
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito.
16.1. Impedidos de testemunhar
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:
I - os menores de dezesseis anos;
II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil;
III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam;
IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;
V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade.
Parágrafo único. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo.
16.2. Desobrigados
Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato:
I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo;
II - a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo íntimo;
III - que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato.
17. Presunções
· presunção não é fonte de prova: é conclusão de raciocínio. Parece que o CC refere-se à prova indiciária. Ex: 1597 e 1276
· presunções excluídas (art. 230)
Art. 230. As presunções, que não as legais, não se admitem nos casos em que a lei exclui a prova testemunhal.
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa.
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame.
	46  
	Súmula 301 
(SÚMULA) 
	Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao
exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.
LEI Nº 12.004, DE 29 DE JULHO DE 2009
DOU 30/7/2009
Altera a Lei nº 8.560, de 29 de dezembro de 1992, que regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento e dá outras providências.
Art. 2º A Lei nº 8.560, de 29 de dezembro de 1992, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 2º-A:
"Art. 2º-A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos.
Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório."

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