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DESISTENCIAVOLUNTARIAARREPENDIMENTO EFICAZ

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ART. 15, 1ª PARTE – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA.
O artigo 15 do Código Penal cogita das hipóteses em que o agente desiste de prosseguir no “iter criminis”, ou, mesmo tendo-o percorrido quase por completo, arrepende-se, impedindo que o fato se consume.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA – somente é possível na tentativa imperfeita. Não havendo percorrido, ainda, toda a trajetória do delito, iniciados os atos de execução, o agente pode deter-se, voluntariamente.
Ex.: o agente ministra veneno na bebida da vítima, arrependendo-se depois e impedindo-a de ingeri-la.
ART. 15, 2ª PARTE – ARREPENDIMENTO EFICAZ.
ARREPENDIMENTO EFICAZ – ocorre somente na tentativa perfeita, o agente esgota todos os meios, ao seu alcance, para a prática do crime. O agente pratica todos os atos de execução. Arrepende-se, porém, e evita, com sucesso, a consumação.
Ex.: agente que ministra veneno na bebida da vítima e a induz a ingeri-la. Após a ingestão da bebida envenenada pela vítima, o agente se arrepende, socorrendo-a ao hospital.
No caso de arrependimento, a lei subordina a impunidade da tentativa à sua eficácia. Se, por qualquer motivo, embora arrependido, o agente conseguiu evitar a consumação do delito, não ficar’isento de pena.
A responsabilidade, entretanto, perdura mesmo que outra causa concorra.
Ex.: se a vítima, envenenada, se negar a tomar o antídoto e morrer, estará consumado o delito, pelo qual responderá o agente.
Do mesmo modo, se a vítima tomar o antídoto e, mesmo assim, morrer, o agente responderá pelo crime.
ART. 16 – ARREPENDIMENTO POSTERIOR.
É figura nova no nosso ordenamento jurídico, e vem tratado no artigo 16 do Código Penal. Nele, o agente já consumou o delito, restando-lhe, agora, a reparação do dano ou a restituição da coisa, tudo isso, se possível.
Ocorre o arrependimento eficaz quando o agente já esgotou os atos de execução, mas ainda não atingiu a consumação, em razão de um ato em sentido reversivo, praticado voluntariamente. O arrependimento posterior dá-se quando, já consumado o crime, o agente, por vontade própria, repara o dano ou restitui a coisa.
Nesse último caso, a lei restringe sua aplicação aos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa.
ART. 17 – CRIME IMPOSSÍVEL.
O artigo 17 do Código Penal não pune a tentativa, quando há ineficácia absoluta de meio ou impropriedade absoluta do objeto.
Exemplo de INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO é alguém, querendo envenenar seu inimigo, ministrar-lhe açúcar ao invés de veneno.
Exemplo de IMPROPRIEDADE DO OBJETO é a mulher, julgando-se grávida, praticar manobras abortivas.
No crime impossível existe a exclusão da própria tipicidade, e não causa de isenção de pena.
O nosso Código Penal adotou a Teoria Objetiva Temperada com relação à punibilidade do crime impossível (o artigo 17, menciona que não se pune a tentativa), uma vez que, ausentes os elementos objetivos da tentativa, não corre risco o bem jurídico.
Por esta teoria, só há crime impossível se a ineficácia do meio e a impropriedade do objeto forem ABSOLUTAS. Por isso, se forem relativas haverá crime tentado.
Ex.: tentar matar alguém com revólver e projéteis verdadeiros que, entretanto, não detonam por estarem velhos. Aqui a ineficácia do meio é acidental e existe tentativa de homicídio.
Na teoria do direito penal existem outras teses em relação ao crime impossível que, apesar de parecerem mais justas, NÃO foram adotadas por nossa lei. São as teorias SINTOMÁTICA, pela qual o agente deve ser responsabilizado por ter demonstrado periculosidade, e SUBJETIVA, na qual o agente deve ser punido por ter demonstrado vontade de cometer o crime.

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