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SEGUNDO SIMULADO 2020 – REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: Problemas enfrentados pela população carcerária brasileira e a pandemia da Covid-19/Coronavírus. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Dados sobre população carcerária do Brasil são atualizados Nova ferramenta de visualização dos dados penitenciários vai possibilitar comparar informações de diferentes anos e categorias 17/02/2020 O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) divulgou, na sexta-feira (14), o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) de 2019. A novidade é que a visualização das informações está mais prática e interativa, e vai possibilitar comparar dados de diferentes anos e categorias. A tecnologia, que está disponível no site do Depen, também vai permitir a atualização dos dados com maior celeridade. Agora, as informações são atualizadas semestralmente. Ou seja, em um ano (2019), foram atualizados os números gerais da execução penal no Brasil dos últimos três anos. Assim, será possível realizar comparações de informações de diferentes anos e categorias. Serão divulgados também os dados completos coletados com os gestores dos sistemas Estaduais, Distrital e Federal. A ferramenta faz parte da política de transparência e acesso à informação do Depen que, a partir dos dados coletados, pode aprimorar políticas públicas de saúde, educação, trabalho, cultura, esporte, assistência social e acesso à justiça. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, elogiou o trabalho realizado pelo Depen junto com os estados para a atualização dos dados do sistema prisional. "Não se constroem políticas consistentes sem que tenhamos dados, evidências", disse. População prisional O Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias traz informações de todas as unidades prisionais brasileiras, incluindo dados de infraestrutura, recursos humanos, vagas, gestão, assistências, população prisional, perfil dos presos, entre outros. Considerando presos em estabelecimentos penais e presos detidos em outras carceragens, o Infopen 2019 aponta que o Brasil possui uma população prisional de 773.151 pessoas privadas de liberdade em todos os regimes. Caso sejam analisados presos custodiados apenas em unidades prisionais, sem contar delegacias, o país detém 758.676 presos. Em sua rede social, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que o número significa menos bandidos nas ruas. O percentual de presos provisórios (sem uma condenação) manteve-se estável em aproximadamente 33%. O crescimento da população carcerária que, de acordo com projeção feita em dezembro de 2018, seria de 8,3% por ano, não se confirmou. De 2017 para 2018, o crescimento chegou a 2,97%. E do último semestre de 2018 para o primeiro de 2019 foi de 3,89%. Segundo o Depen, os dados referentes ao segundo semestre de 2019 devem ser divulgados até junho deste ano. No mesmo período será divulgado o Ranking Prisional, com dados sobre o desempenho geral de todas as unidades prisionais do Brasil para os eixos gestão, assistências e segurança. Com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Disponível em https://www.gov.br/pt-br/noticias/justica-e-seguranca/2020/02/dados- sobre-populacao-carceraria-do-brasil-sao-atualizados) TEXTO II NO STF, ENTIDADES COBRAM PROTEÇÃO DE PESSOAS PRESAS FRENTE À COVID-19 Mais de 100 especialistas assinaram carta que pede medidas urgentes de proteção a grupo de risco da pandemia; nota acompanha ação no Supremo 30/03/2020 Preocupadas com o crescimento da pandemia do novo coronavírus no país, mais de 100 organizações se manifestaram em carta aberta ao STF (Supremo Tribunal Federal) cobrando medidas urgentes de enfrentamento à covid-19 no sistema prisional. O documento, também assinado por três ex-ministros da Justiça, acompanha medida cautelar protocolada nesta sexta- feira (27). Na carta, os profissionais destacaram o contexto de insalubridade e constantes violações de direitos fundamentais nos cárceres de todo o país. “A coexistência de diversas pessoas em um espaço mínimo acentua uma série de complexidades desumanizadoras, como a falta de acesso a materiais de higiene pessoal, à assistência médica e ao suporte adequado de medicamentos, sem contar o racionamento de água e a alimentação de baixo valor nutricional”. Em 2015, o STF reconheceu o sistema carcerário como um Estado de Coisas Inconstitucional na ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 347, diante das constantes violações de direitos fundamentais de indivíduos privados de liberdade. Neste contexto, as entidades pedem que o judiciário atue nas garantias constitucionais, tomando medidas concretas para o desencarceramento dos grupos mais vulneráveis à doença. “Como fica cada dia mais evidente diante das notícias sobre a pandemia, o contexto demanda atuação conjunta e coordenada de todas as instituições envolvidas e responsáveis pelo bem-estar social. Neste sentido, o Judiciário, a partir de suas decisões, pode interferir em funções executivas e legislativas com repercussões, sobretudo, humanitárias”, destacam. A carta acompanha uma medida cautelar protocolada no STF pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), Defensorias Públicas do Estado do Rio de Janeiro e São Paulo, Conectas Direitos Humanos e IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais). A ação, endereçada ao ministro Marco Aurélio Mello, relator da ADPF 347, elenca uma série de medidas a serem tomadas pelos poderes Executivo – federal e estaduais – e Judiciário, como o fim do racionamento de água nos presídios e a entrega de itens de higiene e limpeza para celas e roupas, além do desencarceramento imediato de pessoas que compõem o grupo de risco da covid-19. (Disponível em https://www.conectas.org/noticias/no-stf-entidades-cobram-protecao-de- pessoas-presas-frente-a-covid-19)
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