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Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar III

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10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/PED16_org_do_trab_educativo_em_ambiente_nao_escolar/unidade3.html?topico=1 1/19
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
EM AMBIENTES NÃO
ESCOLARES
capa do tópico
Tópico 1
A PEDAGOGIA SOCIAL E
O PAPEL DO PEDAGOGO
NAS POLÍTICAS
PÚBLICAS
Tópico 2
PEDAGOGIA
HOSPITALAR: O ENSINAR
EM UM AMBIENTE DE
A partir desta unidade você será capaz de:
• identi�car possibilidades de atuação do pedagogo nos ambientes
não formais;
• conhecer o conceito e o trabalho do pedagogo relacionado à
pedagogia social e às políticas públicas;
•  identi�car as principais ações relacionadas à pedagogia
hospitalar;
• desmisti�car aspectos relevantes à educação carcerária.
Unidade 3 - Tópico 1 
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/PED16_org_do_trab_educativo_em_ambiente_nao_escolar/unidade3.html?topico=1 2/19
EM UM AMBIENTE DE
FRAGILIDADE
capa do tópico
Tópico 3
PEDAGOGIA
ORGANIZACIONAL
Tópico 4
EDUCAÇÃO
CARCERÁRIA
A PEDAGOGIA SOCIAL E O PAPEL DO
PEDAGOGO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)! Este tópico possibilitará que você tenha um conhecimento
mais amplo sobre a pedagogia social, uma área de atuação pouco explorada,
porém muito solicitada e de grande importância diante das várias questões que
a�igem nosso cotidiano, como a violência e a perda dos valores familiares.
Você também verá que o papel do pedagogo nas equipes de trabalho como
programas sociais de instituições públicas ou privadas, vem se tornando cada vez
mais requisitado, principalmente pelo olhar diferenciado que este pro�ssional
abarca. Como pode ver, prezado(a) pedagogo(a), é grande a nossa missão. 
Unidade 3 - Tópico 1 
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/PED16_org_do_trab_educativo_em_ambiente_nao_escolar/unidade3.html?topico=1 3/19
2 UM PANORAMA SOBRE HISTÓRIA E ATUALIDADE DA
PEDAGOGIA SOCIAL
Seria importante que se compreendesse a construção histórica da pedagogia
social mediante a conceitualização, os con�itos e as intervenções socioeducativas,
que nos mostram porque re�etem nas perspectivas atuais.
A pedagogia social iniciou conforme Moura (2011) com um encontro internacional,
realizado na Alemanha, para discussão “dos problemas da instrução de crianças e
adolescentes inadaptados”, organizada pela Seção Cultural do Alto Comissariado
da República Francesa, na cidade de Spire, de 9 a 15 de abril de 1949. O objetivo
era discutir os rumos da educação das crianças órfãs do período pós-guerra.
 Outros dois encontros foram realizados, em 1950, na cidade de Bad Durckheim e
no ano de 1951, na cidade de Freiburg-in-Breisgau. O empenho da Associação
Francesa dos Educadores de Jovens Inadaptados empolgou os participantes
estrangeiros nas reuniões realizadas na Alemanha, motivando-os a fundarem em
seu próprio país uma associação semelhante.
Em 1951, durante a quarta conferência realizada em 19 de março de 1951, foi
fundada o�cialmente na cidade de Scluchsee, na Alemanha, a Associação
Internacional de Educadores de Jovens Inadaptados. Atualmente, este órgão
responde pelo nome de Asociación Internacional de Educadores Sociales (AIEJI),
com sede no Uruguai. Muitos outros encontros foram realizados, com o intuito de
forti�car as discussões, traçar demandas, con�gurar o campo de atuação, bem
como, estabelecer o per�l deste pro�ssional. Acompanhe a seguir, caro(a)
acadêmico(a), os encontros que permearam esta longa caminhada na solidi�cação
desta modalidade de atuação do pedagogo, conforme Moura (2011):
• I Congresso Internacional da AIEJI – Amersfoort (Holanda, 1952).
• II Congresso Internacional da AIEJI – Bruxelas (Bélgica, 1954).
• III Congresso Internacional da AIEJI – (França, 1956).
• IV Congresso Internacional da AIEJI – Lauzane (Suíça, 1958).
• V Congresso Internacional da AIEJI – Roma (Itália, 1960).
• VI Congresso Internacional da AIEJI – Freiburg-im-Breisgau (Alemanha,
1963).
• VII Congresso Internacional da AIEJI – Versalhes (França, 1970).
• VIII Congresso Internacional da AIEJI – Genebra (Suíça, 1974).
• IX Congresso Internacional da AIEJI – Montreal (Canadá, 1978).
• X Congresso Internacional da AIEJI – Copenhague (Dinamarca, 1982).
• XI Congresso Internacional da AIEJI – Jerusalém (Israel, 1986).
• XII Congresso Internacional da AIEJI – New York (EUA, 1990). Promulgada a
Declaração de New York.
• XIII Congresso Internacional da AIEJI – Postdan (Alemanha, 1994).
• XIV Congresso Internacional da AIEJI – Brescia (Itália, 1997).
Unidade 3 - Tópico 1 
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/PED16_org_do_trab_educativo_em_ambiente_nao_escolar/unidade3.html?topico=1 4/19
• XV Congresso Internacional da AIEJI – Barcelona (Espanha, 2001).
Promulgada a Declaração de Barcelona.
• XVI Congresso Internacional da AIEJI – Montevidéu (Uruguai, 2005)
Promulgada a Declaração de Montevidéu.
• XVII Congresso Internacional da AIEJI – Copenhague (Dinamarca, 2009).
Perceba como este movimento tomou força com o passar dos anos e manteve-se
com encontros periódicos, objetivando discutir as demandas pertinentes de cada
momento. Atualmente, a Alemanha é reconhecida como a pátria-mãe da
Pedagogia Social, sendo que países como a Áustria, Espanha, Finlândia, França,
Luxemburgo, Grécia, Portugal, Noruega, Rússia, Suécia, Suíça e Ucrânia, possuem
modelos particulares de atuação.
Moura (2011) reforça que na América do Sul, o país referência em Pedagogia Social
é o Uruguai, onde está sediada a Asociación Mundial de Educadores Sociales. No
Brasil, a única referência nesta categoria é a Associação de Pedagogia Social de
Base Antroposó�ca, fundada em 2001, tendo por base os preceitos de Rudolf
Steiner.
FIGURA 69 – RUDOLF STEINER
Fonte: Disponível em: <https://bit.ly/2YbzqtJ>. Acesso em: 16 ago. 2013.
Paulo Freire é considerado o grande inspirador da Pedagogia Social no
Brasil, principalmente pela grande importância de suas obras, “ainda que ele
nunca tenha usado exatamente este termo em seus escritos”. (MOURA, p. 29,
2011).
Unidade 3 - Tópico 1 
https://bit.ly/2YbzqtJ
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/PED16_org_do_trab_educativo_em_ambiente_nao_escolar/unidade3.html?topico=1 5/19
Em 1999, nomes como Geraldo Caliman, Antônio Carlos Gomes da Costa e Maria
Stela Santos Graciani foram expressivos na construção da pedagogia social no
Brasil. Estes autores �zeram-se presentes no I Congresso Internacional de
Pedagogia Social, “confrontando a experiência brasileira com a experiência
germânica, defendida por Hans-Uwe Otto, diretor de um dos grandes centros de
formação em Pedagogia Social na Alemanha”. (MOURA, p. 30, 2011).
Diante do exposto o congresso brasileiro trouxe que:
[...] Educação Indígena, Educação em Saúde, Educação em Cidadania e Direitos
Humanos, Educação Ambiental, Educação no Campo, Educação Rural, Educação em
Valores, Educação para a Paz, Educação para o Trabalho, Educação Política, Educação
de Trânsito, Educação Hospitalar e Educação Alimentar eram percebidas por seu
protagonista e por seus pesquisadores como práticas de Pedagogia Social. (MOURA,
2011, p. 30). 
Diferentemente dos países europeus, o Brasil apresenta um cenário diversi�cado,
com realidades frágeis que necessitam de atenção contínua.
2.1 A PEDAGOGIA SOCIAL NA ALEMANHA
Como vimos anteriormente, a Alemanha é considerada o país referência em
pedagogia social, Machado (2008) apud Fermoso (1994) coloca que o conceito de
“Pedagogia Social” foi usado pela primeira vez pelo pedagogo alemão Deisterweg,
na obra “Bibliogra�a para Formação dos Mestres Alemães”.
Para Machado (2008) apud Quintana, (1997) a primeira obra que menciona
literalmente a pedagogia social é publicada em 1898, escrita pelo �lósofoPaul
Natorp, intitulada a “Pedagogia Social: teoria da educação e da vontade sobre a
base da comunidade”. Nesta obra, Paul Natorp defende como um dos conceitos
básicos, a comunidade, mostrando-se contra o individualismo, sendo assim
considerado origem e causa dos con�itos sociopolíticos da Alemanha, por
acreditar, que a educação vincula-se à comunidade e não aos indivíduos. O autor
procura elaborar uma teoria sobre educação social, concebendo a pedagogia
social como saber prático além de um saber teórico. Machado (2008) enfatiza que
“Natorp é o criador de uma tendência, a da Pedagogia Sociológica, parte da
Pedagogia Social, uma ciência com múltiplas concepções”. 
O surgimento da PEDAGOGIA SOCIAL na Alemanha torna este país o mais
importante nesta linha de trabalho em educação. Vem ao encontro disso o
crescimento e a consolidação das Ciências Sociais, com a racionalização e a análise
objetiva da vida social. 
Machado (2008) reforça que isto:
Unidade 3 - Tópico 1 
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/PED16_org_do_trab_educativo_em_ambiente_nao_escolar/unidade3.html?topico=1 6/19
Re�ete também os efeitos da Revolução Industrial e Francesa, com o
reconhecimento dos movimentos populares que reivindicam liberdade e direitos
humanos. A crise econômico-industrial da Alemanha, acentuada no �nal do século
XIX, leva a Pedagogia a atender à necessidade de intervenção socioeducacional. A
partir desse período, pressionados pela realidade, educadores avançam na
conceituação da pedagogia social ao mesmo tempo em que ampliam as ações
práticas. 
Este aspecto também é comentado por Fichtner (2011, p. 34) ao destacar que:
Numa perspectiva histórica, encontramos na Idade Média e início da modernidade
uma preocupação social mais relacionada com atividades bene�centes, �lantrópicas
e altruístas, orientadas fundamentalmente para as camadas mais pobres da
sociedade. Com o processo de industrialização da sociedade, se produz um corte
abrupto na Alemanha do século XIX, originando para a pedagogia e o Trabalho Social
diferentes raízes históricas, enunciando, dentre outros: a) Sistema de proteção de
caráter assistencial; b) Educação Infantil com a implantação de creches e jardins de
infância baseadas na concepção de Froebel; c) Movimento denominado Pedagogia
da Reforma, ocorrido no �nal do Século XIX e início do século XX, com uma nova
perspectiva para a Educação e proteção dos jovens.
Observe, acadêmico(a), que o olhar da pedagogia social não estava apenas
direcionado à educação e à proteção dos jovens, tal estendeu-se a: atendimentos
relacionados à infância, grupos marginalizados, terceira idade e a educação
permanente.
FIGURA 70 – ATENDIMENTO À TERCEIRA IDADE
FONTE: Disponível em: <https://bit.ly/3bAAj2D>. Acesso em: 16 ago. 2013.
A pedagogia social alemã pode ser associada ao trabalho social, outra modalidade
de assistência no país, caracterizada por uma área complexa relacionada com a
reprodução da sociedade como um todo, ou seja, não se limita apenas à educação
escolar, mas às diversas demandas sociais.
Diante disto, Fichtner (2011, p. 33) aponta que a pedagogia social e o trabalho
social na Alemanha estendem-se:
Unidade 3 - Tópico 1 
https://bit.ly/3bAAj2D
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/PED16_org_do_trab_educativo_em_ambiente_nao_escolar/unidade3.html?topico=1 7/19
1. Ao sistema de ajuda nacional cuja base jurídica se constitui a partir das leis de
Ajuda Social Nacional;
2. À área psicoterapêutica que faz parte do Sistema de Saúde;
3. Aos sistemas penitenciários e de Justiça (aqui a Pedagogia Social colabora com o
equivalente à FEBEM brasileira);
4. Às áreas que se ocupam na educação Especial, Criminalidade, Dependência de
Drogas etc.;
5. À área pertencente à Educação, na qual os pedagogos sociais trabalham
fundamentalmente na ajuda às crianças não como professores, mas um equivalente
ao psicopedagogo;
6. A outras áreas de atuação do pro�ssional da Pedagogia Social e Trabalho Social
existentes também, tais como a ajuda ao desenvolvimento de associações de grupos
de terceira idade, Ecologia, Cultura, etc.
Como anteriormente mencionado, a pedagogia social e o trabalho social parecem
sinônimos, porém dada a sua complexidade e por estes pro�ssionais atuares em
setores semelhantes, podemos diferenciá-los pelo seguinte: o trabalhador social
direciona seu compromisso em ajudar a cuidar, sendo que o pedagogo social atua
mediante a perspectiva pedagógica, educativa.
Considerando que os trabalhos desenvolvidos por estas áreas passaram por
diversas etapas históricas, sendo o pós guerra, a industrialização e a globalização,
Fichtner (2011) aponta que estas mesmas etapas impulsionaram e determinaram
formas de desenvolvimento especí�cos para a pedagogia social e trabalho social,
tendo estas dimensões teóricas: 
• O cotidiano e as condições de vida.
• O desenvolvimento das organizações da pedagogia social e do trabalho social,
bem como dos seus fundamentos jurídicos.
• A história da pro�ssão.
• A história e a construção das disciplinas cientí�cas da pedagogia social e do
trabalho social;
• A construção e de�nição das diferentes áreas de atuação. 
Tendo por base as dimensões teóricas destacadas acima, que possibilitam nortear
os trabalhos desenvolvidos, o autor acima citado, coloca como áreas de atuação
do pedagogo social e do trabalhador social:
• Apoio e atendimento a crianças e adolescentes dentro e fora da escola.
• Apoio e atendimento no sistema de saúde.
• Apoio e atendimento à família.
• Apoio e atendimento para habitação, moradia e comunidade.
• Apoio e atendimento nos locais de trabalho.
• Apoio e atendimento para o desenvolvimento da expressão cultural, ecológica e
relações comunitárias.
Unidade 3 - Tópico 1 
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
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FIGURA 71 – ATENDIMENTO À FAMÍLIA
FONTE: Disponível em: <https://bit.ly/2XZtSCo>. Acesso em: 16 ago. 2013.
Caro(a) acadêmico(a)! Perceba que a pedagogia social tomou grandes proporções
no que tange às áreas de atuação deste pro�ssional, por meio de um sistema
pro�ssional quali�cado. O objetivo desta forma de atendimento não é paternalizar
ou assistenciar os indivíduos atendidos, mas proporcionar capacitação às
organizações, instituições e à sociedade como sujeitos.
2.2 IDENTIDADE E PERSONALIDADE DA PEDAGOGIA SOCIAL
Anteriormente, acadêmico(a), vimos como a pedagogia social nasceu e quais foram
seus rumos no país de origem: Alemanha. Agora, passaremos a estudar o que a
caracteriza e como esta rami�cação da pedagogia se constitui.
Caliman (2011) salienta que a pedagogia social está ligada a objetivos, objetos de
pesquisa, �nalidade e métodos característicos, não confundíveis com os outros
campos da ciência social e pedagógica, porém, três fatores a tornam única: a)
construção de identidades e limites; b) diferenciação entre a dimensão formal e
não formal; c) distinção entre a pedagogia social e pedagogia escolar.
A pedagogia social tem como campo de atuação instituições não formais e é uma
área recente. Ela visa ao atendimento de crianças, adolescentes e adultos que
vivem em condições de fragilidade social e objetiva agir na prevenção e
recuperação das de�ciências sociais, desenvolvendo seus trabalhos in loco, ou
seja, intervindo diretamente no ambiente.
FIGURA 72 – ATENDIMENTO A ADOLESCENTES
Unidade 3 - Tópico 1 
https://bit.ly/2XZtSCo
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/PED16_org_do_trab_educativo_em_ambiente_nao_escolar/unidade3.html?topico=1 9/19
Fonte: Disponível em: <https://bit.ly/3eKEn2j>. Acesso em 16 ago. 2013.
Conforme Caliman (2011) p. 47):
[...] existem alguns âmbitos de atuação que atualmentecorrespondem a tais
critérios: a Educação de adultos; a Educação de adolescentes em situação de risco; a
recuperação reinserção social de sujeitos toxicodependentes; a orientação escolar
de alunos atingidos por fortes condicionamentos sociais (pobreza, exclusão social,
desagregação familiar); a ação educativa dentro dos ambientes familiares; a
in�uência dos meios de comunicação social e das associações e grupos juvenis
(grupos de pares, gangues etc.).
Percebemos que a pedagogia social vai criando uma identidade própria e assim,
solidi�cando seu ser e fazer. Diante do que caracteriza o ser, Ryynanem (2001)
esclarece que a pedagogia social é a educação que visa provocar e fortalecer os
processos de autoconhecimento, de autoeducação, de conscientização e
transformação, na vida do indivíduo, nos grupos em que este faz parte, bem como
frente à comunidade em que está inserido. 
Assim, os interesses da pedagogia social estão voltados à educação e à
participação social, que buscam o entendimento do indivíduo a partir do
conhecimento e desenvolvimento da personalidade (singular) deste e do mundo
que o cerca (coletivo).
No que tange ao fazer, Caliman (2011) coloca como �nalidade da pedagogia social
a pesquisa e a promoção de condições de bem-estar social, de convivência, de
exercício de cidadania, de promoção social e desenvolvimento, de superação, de
condições, de sofrimento e marginalidade direcionando seus trabalhos à
construção, aplicação e avaliação de metodologias de prevenção e
recuperação. Para isso, o pedagogo social precisa de um entendimento amplo de
como as relações sociais interferem neste processo e, além disso, de como o
indivíduo age e reage frente às in�uências dos grupos nos quais convive.
É preciso salientar o que Ryynanen (2011, p. 51) tem a nos colocar sobre esta ação
do indivíduo no ambiente, no qual este “é ator ativo, sujeito que cria e recria a
Unidade 3 - Tópico 1 
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
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realidade social na convivência com ela”, in�uenciando e sendo in�uenciado pelo
meio.
Para um melhor entendimento do trabalho sociopedagógico, dois conceitos
precisam estar claros para o pedagogo que decide atuar neste campo, são eles,
autoestima e cidadania.
Autoestima não se refere somente aos cuidados que o indivíduo tem em relação
ao seu corpo, saúde e bem-estar, mas conforme Ryynanen (2011) p. 51,
“autoestima se refere, no sentido sociopedagógico, ao crescimento do indivíduo na
sua singularidade para que seja o protagonista de sua vida; à sua capacidade de
agir com outros indivíduos e de participar da sociedade de uma maneira igual e
com direitos plenos”.
Trabalhar a autoestima do indivíduo é provocá-lo a sair da zona de conforto e
buscar desenvolver nele a autenticidade e a liberdade, fornecendo os
instrumentos necessários para a construção ou reconstrução de sua singularidade,
sustentando suas diferenças e respeitando as diferenças dos outros.
Em contrapartida, cidadania refere-se à “maturidade social do indivíduo; à postura
consciente e crítica [...] ao conhecimento dos direitos e deveres, quanto ao
crescimento para uma melhor convivência coletiva”. (Ryynanen (2011) p. 51). 
FIGURA 73 – CIDADANIA
FONTE: Disponível em: <https://bit.ly/2yGMFYE>. Acesso em: 13 ago. 2013.
O entendimento destes dois conceitos fundamenta o trabalho do pedagogo social
e o guiam em busca do desenvolvimento de uma atuação mais consciente e
sensível as demandas que se apresentarem. 
2.3 A PEDAGOGIA SOCIAL E A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO SOCIAL NO
BRASIL
A história da pedagogia social tem como referência a Alemanha, porém, outros
países como Itália, Portugal e Finlândia, também destacaram-se neste cenário. No
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Brasil, esta modalidade é recente, sendo que alguns consideram Paulo Freire um
nome expressivo nesta área.
Quando tratamos a pedagogia social como uma referência de atuação recente,
lembramos Silva (2011) que nos coloca que a produção acadêmica especí�ca sobre
o tema inicia-se com a publicação do livro Desa�o, riscos e desvios, em 1998, por
Geraldo Caliman, pedagogo brasileiro que concluiu mestrado e doutorado em
pedagogia social na Universitá Ponti�cia Salesiana, em Roma, na Itália.
 No site <www.pedagogiasocial.net>, você encontrará mais informações
sobre a história de Geraldo Caliman, bem como os principais eventos
realizados nesta área.
Como você pode perceber, diante do ano da publicação sobre esse tema,
podemos dizer que a pedagogia social é uma adolescente, com um campo vasto
de possibilidades a ser explorado.
Neste momento, trataremos de nos aprofundar na formação do pedagogo social e
como os cursos de nível superior estão se comportando, em relação a esta nova
demanda que surge com mais intensidade no Brasil. 
Até pouco tempo atrás, a formação em pedagogia elegia, (este movimento ainda é
forte nas instituições de ensino superior) a docência como objetivo principal. Além
disso, outras áreas em que são necessários conhecimentos próprios do pedagogo
como orientação educacional, coordenação e supervisão pedagógica, continuam
sendo reforçadas.
Silva (2011) expõe que nos cursos de graduação, a maioria das disciplinas
oferecidas na grade curricular valoriza a integração dos pedagogos no ambiente
escolar, sendo este um requisito para a formação docente, porém a atuação dos
pedagogos em outras práticas educativas necessita de conhecimentos cientí�cos
que embasem esta prática.
A formação de um pro�ssional que tenha um olhar além dos muros da escola
demonstra o quão é importante estudar as possibilidades de desenvolver
trabalhos em diversos setores das políticas públicas, ou seja, na assistência social,
na saúde, no ministério público e demais setores na educação não formal.
Unidade 3 - Tópico 1 
http://www.pedagogiasocial.net/
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
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Políticas públicas referem-se a todos os programas desenvolvidos pelas
instituições governamentais para a população. Por exemplo: Sistema Único
de Assistência Social (SUAS), Sistema Único de Saúde (SUS), Programas de
Orientação e Apoio Sociofamiliar, Bolsa Família etc.
Silva (2011) reforça esta questão quando aponta que o pedagogo se torna um
pro�ssional, cujos trabalhos são ilimitados, principalmente na formação de
indivíduos que, de alguma forma, tiveram seus direitos violados ou se encontram
em situações que caracterizam vulnerabilidade social.
Acadêmico(a)! Perceba que há uma necessidade constante e porque não dizer
quase in�nita, de construirmos saberes sólidos que objetivem sustentar esta
prática, sendo estes pautados nas condições sociais construídas sobre os moldes
das desigualdades, que constantemente a�igem nosso país.
Neste sentido, a pedagogia social ocupa um lugar importante na análise das
condições pertinentes a desigualdade, porém com intuito educativo para que os
indivíduos que se encontram em uma situação de vulnerabilidade social superem
estes momentos difíceis. 
Anteriormente, usamos a expressão “além muros” para enfatizar como é
fundamental que o pedagogo seja sensível, no que tange aos aspectos sociais
in�uentes no comportamento e no conhecimento manifestado pelas pessoas que
com ele convivem.
Acadêmico(a)! Re�ita sobre o que Silva (2011) tem a nos colocar sobre isso:
O identitário da questão social no Brasil é de�nido pela imagem de pessoas em
situação de privação alimentar, pessoas que de alguma forma necessitam
constantemente de tutela do Estado para dar continuidade na vida. A realidade
destas pessoas pode ser analisadasobre diversos olhares, mas chama-se a atenção
para um olhar sobre a ótica da existência, ou seja, deslocar o olhar sobre mim para
se colocar no lugar do outro. Por esta razão, a questão das carências de alimentos,
remédios, empregos e demais questões dão aos problemas sociais a necessidade
prioritária para não perdermos milhares de brasileiros vítimas da pobreza extrema,
e demais condições de desigualdade.
Acompanhamos diariamente pelos meios de comunicação, a situação de várias
pessoas passando por di�culdades, no que se refere à alimentação, saúde,
moradia etc. Geralmente estas notícias mostram as reações deste povo sofrido, ou
seja, roubando para se alimentar, invade prédios públicos a �m de terem um teto
sobre suas cabeças, reagindo assim ao descaso.
Unidade 3 - Tópico 1 
10/09/2020 Livro Digital - Organização do Trabalho Educativo em Ambiente não Escolar
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Os cursos de formação não podem permanecer alheios a todas estas situações,
para tanto é preciso preparar pro�ssionais quali�cados, efetivando a pedagogia
social enquanto área de conhecimento capaz de intervir a nível educativo diante
deste contexto.
3 A INSERÇÃO DA PEDAGOGIA SOCIAL NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Neste momento, acadêmico(a), iremos concentrar nossas re�exões acerca da
importância do pedagogo social nas diversas políticas públicas. Seu campo de
atuação é vasto e desa�ador, pois há muito a ser construído, desmisti�cado e
solidi�cado. Para que possamos trabalhar a realidade, é preciso resgatar a história
para compreendermos como chegamos a atual conjuntura social.
Neto (2011) faz um breve resgate sobre a construção das práticas sociais que
permeavam até poucos anos atrás, salientando que na realidade brasileira do
século passado, em especí�co na década de oitenta e início dos anos noventa, a
sociedade conquistou um reordenamento jurídico que contribuiu para a
construção de uma cultura de direitos.
Porém as legislações anteriores a este período encontravam-se fundamentadas na
doutrina da situação irregular, que objetivava legitimar a ação judicial privilegiando
a institucionalização do indivíduo. Os programas e políticas sociais, que
mantinham esta fundamentação, caminharam para o fracasso, pois baseavam
suas ações na ressocialização dos menores supostamente abandonados e nos
chamados delinquentes (neste meio estavam jovens e adultos) ao con�namento
em instituições, sendo que estes eram vítimas do descrédito da sociedade.
De acordo com Neto (2011, p. 233-234):
As instituições, as autoridades e os violadores de direitos aparecem como bondosos
e virtuosos, e, no caso dos supostamente abandonados e delinquentes, o juiz
aparece como um pai bondoso, que corrige os desvios e as injustiças. Este fato
ajudou a fortalecer as ciências sociojurídicas, em detrimento das ciências
educacionais. No Brasil, o desenho da doutrina de situação irregular está na
Constituição de 1969 e, principalmente do Código de Menor, Lei Federal 6.697, de 1º
de outubro de 1979. [...] A tônica dessa legislação era responder, com a
institucionalização, à complexidade da questão do menor, responsabilizando-o, de
alguma forma, por sua sina e classi�cado pelos rótulos de marginal, trombadinha,
delinquente, abandonado, desviado. O escopo pedagógico do Código de Menor era
mais punitivo do que educativo e não visava à melhoria de condições de vida.
Neste contexto, as instituições responsabilizavam-se pela reabilitação do menor
desprovido de condições econômicas familiares, atestando a família como incapaz
de sustentar, �nanceira e emocionalmente esta criança ou adolescente.
Unidade 3 - Tópico 1 
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É preciso re�etir sobre isso, caro(a) acadêmico(a), pois existem ricos se houver
pobres; assim a criança ou adolescente ao ser encontrado em uma situação
desviante dos princípios legais, por exemplo, furtando um objeto, não deixa de ser
criança ou adolescente, naquele instante o mesmo encontra-se fora do contexto
considerado correto pela maioria da sociedade e diante do fato passa a ser julgado
de forma integral, desvalorizando a atual condição em que vive.
Neto (2011) nos coloca que a criança ou adolescente em situação de desigualdade
social, classi�cados como carentes, abandonados ou delinquentes por ocuparem
uma condição social desfavorecida, não são o que são, apenas por um fato de
vontade pessoal, mas por estarem num lugar já marginalizado aos olhos da
sociedade.
Os anos 90 trazem um reordenamento político, fundado na Constituição Federal
de 1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), passando as crianças e
adolescentes como sujeitos de direitos e em desenvolvimento, conferindo a eles
prioridade absoluta na destinação de recursos públicos e na formação de políticas
de atendimento e assistência.
A �loso�a que sustenta o ECA, conforme Neto (2011), busca fortalecer a
convivência familiar e comunitária, do reconhecimento do protagonismo na
ruptura das práticas de con�namento e de desvalorização do saber adquirido e
construído; considerando que as violações de direitos, os con�itos com a lei e as
práticas desviantes não são hereditárias, mas socioculturais.
Assim, a pedagogia social busca encontrar as razões que conduzem determinadas
crianças e adolescentes a transformarem em vantagens suas fragilidades do
cotidiano, por meio de momentos de acolhimento e encaminhamento a outros
setores que possam conduzi-lo a um caminho de menor sofrimento.
FIGURA 74 – OPORTUNIDADES
FONTE: Disponível em: <https://bit.ly/2x2Yacl>. Acesso em: 29 nov. 2013.
Acreditamos que o conteúdo central guia a criança e o adolescente num formato
baseado na ética da amizade ou na política da vida, fortalecendo as relações de
Unidade 3 - Tópico 1 
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solidariedade, amizade, justiça e con�ança (mediante um cenário de tragédia),
promovendo a subjetividade, ou seja, reformulando a constituição deste sujeito.
Neto (2011, p. 237) aprofunda esta colocação focando na formação deste sujeito,
quando nos leva a acreditar que:
[...] é possível observar que a formação da subjetividade lança raízes no
entrelaçamento de diferentes acontecimentos ou territórios da dinâmica da cidade e
das relações cotidianas e culturais. Neste sentido, concebemos o sujeito como
aquele que é capaz de conduzir uma reação que altera os padrões sociais; que busca
resistir e encontrar linhas de fuga, ou ainda, que consegue responder a uma
realidade social e cultural cotidiana em mudança. A pessoa humana necessita da
garantia dos direitos sociais, bem como de relações humanas saudáveis, fundadas
na experiência do amor, amizade e da ética.
Faz-se necessário propor a construção de uma rede de proteção pedagógica,
objetivando a este sujeito uma alternativa de conquista na formulação de um
espaço propício à cidadania, permitindo-lhe um lugar de protagonista, ou seja,
responsabilizando-o por sua formação e tornando-o apto a interferir na cultura
que o cerca, utilizando-se de instrumentos pedagógicos. 
A pedagogia social, de acordo com Neto (2011), pautada na política da vida, tende
a desenvolver laços humanos saudáveis objetivando que o indivíduo, desde
criança, perceba que a felicidade do outro também é a sua.
O Estatuto da Criança e do Adolescente é um instrumento ativo neste cenário,
escrito por várias mãos e pensado por diversos segmentos que visam envolver o
maior número possível de pessoas nesta re�exão. 
Esta conquista da sociedade evoca legalmente
[...] com a promulgação da Constituição de 1988, um reordenamento jurídico que
preconiza que a criança e o adolescentesão sujeitos de direitos. A partir da
constituição, as leis orgânicas, como as da assistência, da Educação, da saúde e o
ECA, oferecem condições jurídicas para a passagem do mal ao bem-estar social. É
preciso construir outra Pedagogia, que respeite os direitos da criança e do
adolescente e um ordenamento jurídico que possa oferecer bases para garantir
outra qualidade de vida, por meio da Educação. Do lazer, da proteção, da garantia de
liberdade e da convivência familiar e comunitária. (NETO, 2011, p. 243).
Ao tratarmos da convivência familiar e comunitária como um dos focos da atuação
do pedagogo social, um projeto atual vem sendo instaurado em várias cidades
brasileiras. O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), cujo objetivo está
centrando em proporcionar este espaço fundamentado no fortalecimento do
vínculo familiar.
Unidade 3 - Tópico 1 
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FIGURA 75 – CENTRO DE REFERÊNCIA EM ASSISTÊNCIA SOCIAL
FONTE: Disponível em: <https://bit.ly/2yBSEh9>. Acesso em: 29 nov. 2013.
Conforme o Ministério do Desenvolvimento Social (2012, p. 1),
O CRAS é uma unidade pública estatal localizada em áreas com maiores índices de
vulnerabilidade e risco social, destinada ao atendimento socioassistencial de
famílias. O CRAS é o principal equipamento de desenvolvimento dos serviços
socioassistenciais da Proteção Social Básica. Constitui espaço de concretização dos
direitos socioassistenciais nos territórios, materializando a política de assistência
social.
Este lugar é destinado a promover o primeiro acesso das famílias a serviços
socioassistenciais e à proteção social, proporcionando aos seus usuários acesso às
políticas de proteção básica; esta estrutura conta com localização própria que
garante um espaço físico compatível aos trabalhos sociais desenvolvidos neste
território. Suas ações são destinadas a famílias referenciadas que habitam neste
território considerado vulnerável.
O MDS (2012, p. 1) preconiza como funções destinadas ao CRAS:
• Prestar serviços continuados de Proteção Social Básica de Assistência Social para
famílias, seus membros e indivíduos em situação de vulnerabilidade social, por meio
do PAIF tais como: acolhimento, acompanhamento em serviços socioeducativos e de
convivência ou por ações socioassistenciais, encaminhamentos para a rede de
proteção social existente no lugar onde vivem e para os demais serviços das outras
políticas sociais, orientação e apoio na garantia dos seus direitos de cidadania e de
convivência familiar e comunitária;
• Articular e fortalece a rede de Proteção Social Básica local;
• Prevenir as situações de risco no território onde vivem famílias em situação de
vulnerabilidade social apoiando famílias e indivíduos em suas demandas sociais,
inserindo-os na rede de proteção social e promover os meios necessários para que
fortaleçam seus vínculos familiares e comunitários e acessem seus direitos de
cidadania.
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Resumo do Tópico
Autoatividades
A existência do CRAS está diretamente vinculada ao Programa de Atenção Integral
à Família (PAIF), sendo esta a condição primordial para o seu funcionamento,
tendo em vista, que cabe ao poder público oferecer condições de trabalho social
com as famílias que abrangem aquele território.
O MDS (2012) destaca que o CRAS deve necessariamente oferecer este programa,
porém não será o único, ou seja, outros serviços de assistência, programas e
projetos podem ser vinculados a este espaço, desde que não prejudiquem os
serviços oferecidos.
A multidisciplinaridade faz parte da constituição da equipe que atuará neste local,
sendo que o pedagogo também faz parte, contribuindo com seus saberes e
projetos. A equipe de trabalho é formada por: assistente social, psicólogo,
pedagogo, auxiliar administrativo e auxiliar de serviços gerais.
Diante disto, acadêmico(a), a Pedagogia Social é uma modalidade que necessita
avançar neste espaço e tornar-se conhecida, devendo ser abraçada como um
desa�o à construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 
Se você acredita nisso, abrace fortemente esta causa!
Neste tópico, você estudou:
• As origens da pedagogia social e os trabalhos realizados em alguns países. 
• O foco da pedagogia social em disponibilizar atendimentos a crianças,
adolescentes e adultos em situação de fragilidade social.
• A inserção do pedagogo nas políticas públicas de atendimento como o
Centro de Referência em Assistência Social (CRAS).
UNIDADE 3 - TÓPICO 1
Unidade 3 - Tópico 1 
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Responder
A) F – F – V – V.
B) F – V – V – F.
C) V – V – F – F.
D) V – V – V – F.
Responder
Unidade 2  Tópico 2
1  Diante do conteúdo exposto, que trabalhos você buscaria desenvolver
como pedagogo social?
2  O Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) é um projeto que visa
atender às famílias que se encontram em situação de fragilidade. Diante do
que vimos sobre o CRAS, assinale V para as alternativas verdadeiras e F para
as falsas:
(    ) Tem por �nalidade apenas orientar as famílias.
(    ) Pouco trabalha na prevenção de situações de risco na comunidade.
(    ) A condição para o funcionamento do CRAS é estar vinculado ao PAIF.
(    ) A equipe atuante no CRAS é multidisciplinar.
Unidade 3 - Tópico 1 
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