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Carboxiterapia: Técnicas e Aplicações

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
CARBOXITERAPIA 
 
 
1 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842c Carboxiterapia / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 
2012. 
 80p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-66104-19-6 
 1. Carboxiterapia. 2. Medicina alterativa. 3. Pele – Injeção de gás carbono. 
I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 615.53 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
 
1 SISTEMA TEGUMENTAR ......................................................................................................... 3 
1.1 Estrutura da Pele ...................................................................................................................... 3 
2 PROBLEMAS ESTÉTICOS CORPORAIS ................................................................................ 21 
2.1 Celulite ou Hidrolipodistrofia Ginoide ................................................................................... 21 
2.2 Flacidez .................................................................................................................................... 37 
2.3 Gordura Localizada e Obesidade ........................................................................................... 41 
2.4 Estrias Atróficas ...................................................................................................................... 48 
4 TÉCNICAS INVASIVAS ............................................................................................................ 54 
4.1 Princípios da Intradermoterapia ............................................................................................. 54 
4.2 Carboxiterapia ......................................................................................................................... 59 
4.3 Utilização do Equipamento de Carboxiterapia ...................................................................... 70 
4.4 Associação com Outros Métodos .......................................................................................... 71 
4.5 Protocolos de Aplicação do CO2 ........................................................................................... 73 
4.6 Contraindicações e Reações Adversas ................................................................................. 76 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 78 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1 SISTEMA TEGUMENTAR 
 
 
 
1.1 Estrutura da Pele 
 
Esquema da estrutura da pele. Fonte: www.afh.bio.br. 
O Sistema Tegumentar é o sistema de proteção dos corpos dos seres vivos e engloba 
a pele, pelos e unhas. Reveste todos os órgãos vivos e constitui barreira de proteção contra a 
entrada de micro-organismos no ser vivo. É formado pela "pele" e seus acessórios (glândulas, 
pelos e unhas). Trata-se de um manto contínuo que envolve todo o organismo, protegendo-o e 
adaptando-o ao meio ambiente. Esse invólucro somente é interrompido ao nível dos orifícios 
naturais (narinas, boca, olhos, orelha, ânus, vagina e pênis) onde se prolonga pela respectiva 
mucosa. 
A pele é o maior órgão do corpo humano, tanto no tamanho quando no peso. Também 
é o órgão mais exposto. 
 
 
4 
Sob o ponto de vista anatômico, o tegumento comum é formado por dois planos, o 
mais superficial denominado cútis ou pele e o mais profundo tela subcutânea. 
Dependendo da pele, encontramos uma série de estruturas chamadas anexos 
cutâneos, que são os pelos, as unhas e as glândulas (sebáceas, sudoríferas, ceruminosas, 
vestibulares nasais, axilares, circumanais e mamas). 
Ao nascimento a pele se apresenta recoberta por uma pasta esbranquiçada conhecida 
por vernix caseosa, formada de excreções das glândulas sebáceas, células epidérmicas 
degeneradas e pelos. Ela tem a função de proteger a pele contra uma possível maceração 
causada pelo líquido amniótico 
A pele tem várias funções como: 
 Permeabilidade seletiva H2O; 
 Proteção dos raios UVB e UVA; 
 Impacto mecânico; 
 Sensorial; 
 Sistema imunológico; 
 Órgão excretor; 
 Sistema Endócrino; 
 Síntese de vitamina D. 
 
- Permeabilidade Seletiva de H2O: 
A pele e os rins são responsáveis pela regulação do líquido corporal. A queratina que 
se encontra no extrato córneo impede parcialmente que a água penetre na pele (absorvendo 
normalmente poucas quantidades de água, ou por meio de produtos químicos). 
A pele realiza seleção de substâncias que são absorvidas por ela, ou podemos induzir 
a pele à absorção de produtos por intermédio da Eletroterapia. 
- Proteção de Raios UVB e UVA: 
 
 
5 
Temos em nosso corpo células chamadas de melanócitos que produzem melanina. A 
pele, ao receber raios solares UVB e UVA, estimula os melanócitos que produzem a melanina 
que é um protetor natural (filtro) da pele, possibilitando a forma seletiva e gradativa da radiação 
solar. 
- Impacto Mecânico: 
Ajuda a amortecer os impactos externos do corpo. 
- Sensorial: 
A parte sensorial da pele recebe os sinais externos por meio dos sensores corporais 
que transformam este estímulo, que por sua vez irá pela medula espinhal até o Sistema Nervoso 
Central (SNC), que processa e retorna com uma resposta, podendo assim nos moldar conforme 
o estímulo e adaptando-se. Os sinais podem ser: tato, pressão, vibração, sensações sexuais, 
cócegas, prurido (coceira), dor, frio, calor, cinestesia, etc. 
- Sistema Imunológico: 
A pele, conforme as demais partes do corpo também possuem seu sistema de defesa, 
tendo a função de combater os agentes patogênicos (micoses, alergias, etc.). Para combater 
seus agentes patogênicos a pele recebe do sistema circulatório oxigênio e nutrientes para as 
células de defesa, podendo no local haver vasodilatação e rubor. 
- Células de Langehans: 
São células especiais na defesa que captam o agente patogênico na superfície da 
pele, enviando-o para a derme, que contém vasos linfáticos captando o agente patogênico que 
foi pré-transformado por fagocitose; este será encaminhado pelos canais linfáticos até os 
linfócitos que destroem o agressor. 
Tanto a derme como a epiderme possuem as Células de Langehans. 
- Órgão Excretor: 
Glândulas Sudoríparas: 
 Suor; 
 
 
6 
 Termorregulação; 
 Excreção de produtos químicos e de dietas. 
Glândulas Sebáceas: 
 Sebo; 
 Protege contra-agentes patogênicos; 
 Sofre menos agressão; 
 Protege de alterações climáticas; 
 Hiperpermeabilidade (água). 
A temperatura do corpo humano é geralmente de 36 a 37 graus. Quando a 
temperatura do ambiente é de 40 graus ou superior, e como este processo é sempre do mais 
concentrado para o menos concentrado, a pele serve como sensor que, ao aumento da 
temperatura envia um Potencial de Ação (P.A.), um estímulo, para o SNC, que por sua vez envia 
um P.A que estimula as glândulas sudoríparas a secretarem suor. Este, por sua vez, irá resfriar a 
pele (sensorial setorial) conforme a temperatura normal do corpo. Também podemos controlar a 
temperatura por meio do centro vasomotor localizado no hipotálamo (núcleo de controle de 
temperatura). 
Ao estímulo doaumento da temperatura, a pele manda um P.A para o hipotálamo, que 
também envia um sinal para o córtex parietal, que reenvia outro sinal para o hipotálamo. Este, 
por sua vez, envia um P.A para as veias que fazem uma vasodilatação nos vasos periféricos da 
pele, resfriando o sangue, sem aumento do fluxo sanguíneo. 
O hipotálamo possui um núcleo composto por neurônios que possuem seus axônios 
que servem como sensor regulador da temperatura (fazendo vasodilatação ou vasoconstrição). 
Excreção de Produtos Químicos: 
Alguns produtos químicos, juntamente com a necessidade corporal de absorver as 
substâncias, podem gerar uma quantidade excessiva de produtos considerados químicos ao 
organismo, o que é secretado pelas glândulas sebáceas dependendo da afinidade com a 
substância, que vem pelo sistema venoso capilar; quando estas glândulas fazem a troca de CO2 
e resíduos metabólicos para O2 e nutrientes. Estes nutrientes, além de sais minerais e proteínas, 
 
 
7 
trazem junto os produtos químicos em excesso que irão entrar em contato com os sebos e o 
suor, que serão eliminados conforme a recriação dos mesmos produtos pelas das glândulas. 
- Sistema Endócrino 
Ao receber os raios solares, a pele forma hormônios (vitamina D3) que irão atuar no 
intestino grosso por meio da corrente sanguínea, que ajuda o intestino na absorção de cálcio e 
fósforo dos alimentos que irão alimentar as células do corpo e depositar-se nos ossos. 
Outra função do sistema endócrino é o estrogênio na pele. 
 Epiderme 
É a camada mais externa, é formada pelo epitélio escamoso estratificado. Sua 
constituição é feita por 90% de Queratinócitos (produtores de queratina), Melanócitos 
(produtores de melanina), Células Langherans e Células Mervel. 
Inicialmente o embrião é recoberto por uma única camada de células ectodérmicas. 
Durante o início do segundo mês esse epitélio divide-se em uma camada de células achatadas, 
epiderme (epitríquio) é depositada sobre a superfície. Com a proliferação seguida das células na 
camada basal, ocorre a formação de uma terceira zona intermediária. Consequentemente 
durante o fim do quarto mês a epiderme adquire a sua forma específica e podem ser 
diferenciados quatro camadas ou estratos. 
Assim, temos que a epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias 
camadas de células achatadas (estrato ou epitélio pavimentoso) justapostas. A camada de 
células mais interna, denominada epitélio germinativo, é constituída por células que se 
multiplicam continuamente; dessa maneira, as novas células geradas empurram as mais velhas 
para cima, em direção à superfície do corpo. 
As células epidérmicas tornam-se achatadas à medida que envelhecem, e passam a 
fabricar e a acumular dentro de si uma proteína resistente e impermeável, a queratina. As células 
mais superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passam a constituir um 
revestimento resistente ao atrito e altamente impermeável à água, denominado camada 
queratinizada ou córnea. 
A epiderme é dividida em: 
 
 
8 
 Extrato córneo (superfície da pele); 
 Extrato Granuloso; 
 Extrato Espinhoso; 
 Extrato Germinativo. 
A epiderme começa com o extrato germinativo, tendo formatos diferentes, pois se 
tivessem formatos iguais, elas se juntariam fazendo com que a mesmas não se renovassem. 
Com a renovação do extrato germinativo, as células irão subir transformando-se no 
extrato espinhoso, seguindo o mesmo processo, as células irão subir transformando-se no 
extrato granuloso, seguindo a sequência transforma-se no extrato córneo (sem núcleo). Por isso 
que a pele escama (renovação da pele), pois a célula não vive muito tempo sem núcleo. 
As células da pele são lábeis (tempo de vida curto, se reproduzem rapidamente). A 
renovação celular epidérmica ou turn over é um fenômeno cuja frequência diminui 
progressivamente, juntamente com outros parâmetros, conforme a pele envelhece. Assim, a pele 
envelhecida possui coloração menos uniforme, aspereza ao toque e a função barreira 
prejudicada, resultando em menor hidratação cutânea. 
A camada basal ou camada germinativa tem a função de produzir novas células, essa 
camada forma posteriormente depressões e cristas que se refletem na superfície da pele nas 
impressões digitais. Uma camada consistente em grandes células poliédricas, contendo 
tonofibrilas delgadas que é a camada espinhosa. 
Uma camada constituída de células mortas densamente reunidas contendo queratina, 
que forma a resistência da superfície da epiderme em escamas que é a camada córnea. A 
camada granulosa que contém grânulos de queratino-hialina em suas células. As células da 
periderme geralmente se descamam durante a segunda parte da vida-uterina e podem ser 
encontradas no líquido amniótico. 
A epiderme é invadida por células da crista neural durante os três primeiros meses, 
essas células sintetizam o pigmento melanina, que por meio dos prolongamentos dendríticos 
podem ser transferidos para outras células. Depois do nascimento, esse melanócito é o 
responsável pela pigmentação da pele. 
 
 
9 
Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de captar 
estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações nervosas ou receptores 
cutâneos são especializados na recepção de estímulos específicos. Na epiderme não existem 
vasos sanguíneos. Assim, os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão a partir de 
vasos sanguíneos da derme. 
Nas regiões da pele providas de pelo, há terminações nervosas específicas nos 
folículos capilares e outras chamadas terminais ou receptores de Ruffini. As primeiras, formadas 
por axônios que envolvem o folículo piloso, captam as forças mecânicas aplicadas contra o pelo. 
Os terminais de Ruffini, com sua forma ramificada, são receptores térmicos de calor. 
Na pele desprovida de pelo e também na que está coberta por ele, encontram-se ainda 
três tipos de receptores comuns: 
 
- Corpúsculos de Paccini: 
Captam especialmente estímulos vibráteis e táteis. São formados por uma fibra 
nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta por várias camadas que correspondem a 
diversas células de sustentação. A camada terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, 
que é transmitida para as outras camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes. 
 
- Discos de Merkel: 
São responsáveis pela sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente costuma 
estar ramificada com vários discos terminais destas ramificações nervosas. 
Estes discos estão englobados em uma célula especializada, cuja superfície distal se 
fixa às células epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos 
de pressão e tração sobre epiderme desencadeiam o estímulo. 
- Terminações Nervosas Livres: 
 
 
10 
Sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos. São 
formadas por um axônio ramificado envolto por células de Schwann, sendo que os dois são 
envolvidos por uma membrana basal. 
Na pele sem pelo encontram-se, ainda, outros receptores específicos: 
- Corpúsculos de Meissner: 
São da sensibilidade tátil, estão nas saliências da pele sem pelos (como nas partes 
mais altas das impressões digitais). São formados por um axônio mielínico, cujas ramificações 
terminais se entrelaçam com células acessórias. 
 
- Bulbos Terminais de Krause: 
São receptores térmicos de frio, formados por uma fibra nervosa cuja terminação 
possui forma de clava (arma de guerra medieval). Situam-se nas regiões limítrofes da pele com 
as membranas mucosas. São encontrados ao redor dos lábios e dos genitais. 
A epiderme é mais espessa ao nível da palma e da planta e mais delgada nas 
pálpebras, prepúcio, pequenos lábios vaginais e escroto. 
RECEPTORES DE SUPERFÍCIE SENSAÇÃO PERCEBIDA 
Receptores de Krause Frio 
Receptores de Ruffini Calor 
Discos de Merkel Tato e pressão 
Receptores de Vater-Pacini Pressão 
Receptoresde Meissner Tato 
Terminações nervosas livres Principalmente dor 
Tabela que esquematiza os Receptores da epiderme com suas respectivas sensibilidades. 
Fonte: pt.wikipedia.org. 
 
 
11 
 
 
Esquema mostrando a ordem dos corpúsculos na epiderme. Fonte: www.anatomiaweb.com. 
Nas camadas inferiores da epiderme estão os melanócitos, células que produzem 
melanina, pigmento que determina a coloração da pele. A Melanina dá a cor do amarelo ao 
negro para a pele. A quantidade de um indivíduo para o outro é a mesma, o que diferencia a 
tonalidade da pele é o Pigmento Caroteno. A melanina é o principal pigmento epidérmico, 
controlado pelo hormônio melanócito-estimulante (MSH) da adenohipófise (lobo anterior). 
As glândulas anexas - sudoríparas e sebáceas - encontram-se mergulhadas na derme, 
embora tenham origem epidérmica. O suor (composto de água, sais e um pouco de ureia) é 
drenado pelo ducto das glândulas sudoríparas, enquanto a secreção sebácea (secreção 
gordurosa que lubrifica a epiderme e os pelos) sai pelos poros de onde emergem os pelos. 
A transpiração ou sudorese tem por função refrescar o corpo quando há elevação da 
temperatura ambiental ou quando a temperatura interna do corpo sobe, devido, por exemplo, ao 
aumento da atividade física. 
São anexos da epiderme: 
 
 
12 
- Dentes; 
- Chifres (dependendo da espécie de mamífero); 
- Unhas; 
- Pelos. 
Os pelos são acessórios da pele, chamados lanugem ao nascimento, são substituídos 
pelos vilos. São responsáveis pela manutenção da temperatura corporal. São células fundidas, 
mortas e queratinizadas, formadas por uma parte externa (haste) e uma interna (raiz). A base do 
folículo é o bulbo que contém a papila (vascularização responsável pela nutrição) e a matriz (que 
tem a função de formar novos pelos). 
Os pelos se apresentam como proliferações epidérmicas sólidas, penetrando na derme 
subjacente. Os brotos capilares invaginam-se em sua extremidade terminal, onde essas 
invaginações (as papilas capilares) são preenchidas rapidamente de mesoderma, no qual se 
desenvolvem vasos e terminações nervosas. Ocorrem à formação da haste do pelo em 
consequência as células no centro dos brotos capilares tornam-se fusiformes e queratinizadas, 
enquanto as células periféricas tornam-se cuboides, dando origens à bainha epitelial do pelo. 
O mesênquima circundante forma a bainha da raiz dérmica, um pequeno músculo liso, 
também derivado do mesênquima, está geralmente preso à bainha da raiz dérmica, que é o 
músculo eretor do pelo. Em razão às proliferações das células epiteliais na base da haste, 
haverá um empurrão do pêlo para cima, no fim do terceiro mês já se podem visualizar pelos na 
região dos lábios e sobrancelha. 
A parede epitelial folículo piloso possui um pequeno broto penetrando no mesoderma 
circundante, no qual as células desse broto formam as glândulas sebáceas. As células das 
glândulas sebáceas degeneram-se, formando uma substância com uma alta concentração de 
lipídio secretado no folículo piloso e daí, ela chega até a pele. 
 
 
13 
 
Ciclo de vida do pelo. Fonte: Tutoria e Interação. 
Os cabelos crescem meio milímetro por dia, estando distribuídos por várias regiões do 
corpo e, de acordo com estas regiões, recebem denominações especiais tendo, inclusive, 
espessuras diferentes: 
- Cabelos, couro cabeludo; 
- Supercílios, órbitas; 
- Cílios, nas pálpebras; 
- Vibrissas, vestíbulo nasal; 
- Tragos, meato acústico externo; 
- Bigode, lábio superior; 
- Barba, face; 
- Hircos, axilas; 
- Pubes, região pubiana, monte púbico. 
Não há pelos na palma, na planta e no dorso das falanges distais. 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
Pelo: 
1. Bainha radicular interna. 
2. Membrana de Huxley. 
3. Membrana de Henley. 
4. Bainha radicular externa. 
5. Membrana hialina. 
6. Bainha do tecido conjuntivo. 
 
Haste do pelo: 
7. Medula. 
8. Córtex. 
9. Cutícula. 
Esquema do pelo e da haste. Fonte: Tutoria e Interação – 2008. 
 
 
15 
O Couro cabeludo é um tipo especial de cútis que recobre a calvária, caracterizado por 
duas lâminas densas (cório externamente e pericrânio internamente, aderido ao periósteo). Entre 
essas duas lâminas ocorre um tecido frouxo, não gorduroso que é o tecido subaponeurótico. 
As unhas são células da epiderme, firmemente aderidas, duras e queratinizadas. 
Possuem corpo, margem livre e raiz. Seu corpo é rosado em razão à capilarização. Tem a 
função de possibilitar a manipulação de pequenos objetos e proteção da extremidade dos dedos. 
Recobrem parcialmente o dorso das falanges distais de mãos e pés, com a função 
precípua de protegê-las. Duas faces (superficial e profunda) e quatro bordas (laterais, proximal e 
distal). A face profunda assenta sobre o cório que a esse nível chama-se leito ungueal. A face 
superficial é convexa. A borda proximal constitui a raiz da unha. 
 
- Curiosidades sobre as unhas e pelos: 
Unhas e pelos são constituídos por células epidérmicas queratinizadas, mortas e 
compactadas. Na base da unha ou do pelo há células que se multiplicam constantemente, 
empurrando as células mais velhas para cima. Estas, ao acumular queratina, morrem e se 
compactam, originando a unha ou o pelo. Cada pelo está ligado a um pequeno músculo eretor, 
que permite sua movimentação, e a uma ou mais glândulas sebáceas, que se encarregam de 
sua lubrificação. 
 
 Derme 
Derme ou cório, do latim corium = couro, significando a membrana espessa que resulta 
após ter sido curtida a pele de certos animais e que se sobrepõem à epiderme. Constituída de 
tecido conjuntivo (mesodérmico) denso. Na palma e planta a derme é percorrida por cristas e 
sulcos, utilizáveis para identificação individual (papiloscopia ou dactiloscopia). É na derme que 
encontramos a raiz dos pelos e a maioria das glândulas anexas, sendo ainda aqui onde termina 
pelo menos uma das extremidades das fibras musculares dos músculos cutâneos da cabeça, 
pescoço, palma, dartos escrotal e grandes lábios, músculo aréolo-papilar da mama e eretores 
dos pelos. 
 
 
16 
A derme é derivada dos dermátomos e do mesoderma da placa lateral (ou mesoderma 
lateral), os quais, por sua vez, derivam-se dos somitos. Durante o terceiro e quarto mês o córion 
forma muitas estruturas irregulares que se projetam para cima da epiderme que são as papilas 
dérmicas. Onde cada uma dessas papilas geralmente possui um pequeno capilar ou uma 
terminação nervosa sensorial. A camada mais profunda da derme, o subcorion, contém muito 
tecido adiposo. 
A derme, localizada imediatamente sob a epiderme é a segunda camada, porém 
principal parte da pele. É um tecido conjuntivo frouxo que contém fibras proteicas, vasos 
sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. Mais espessa na palma das 
mãos e plantas dos pés. Possui papilas dérmicas e corpúsculos de Meissner (do tato) e outros. 
As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de 
fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos 
estão mergulhados. 
A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e 
glândulas sudoríparas. Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pelo, fibras elásticas 
(elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos sanguíneos e nervos. 
São estruturas encontradas na derme: 
- Vasos Sanguíneos; 
- Glândulas Sudoríparas; 
- Glândulas Sebáceas; 
- Folículo Espinhoso; 
- Vasos Linfáticos. 
As Glândulas Sebáceas se concentram no folículo piloso, onde se abrem diretamente, 
por curto ou largo ducto, no canal do pelo, estrutura com a qual são sempre vistas. A contração 
do músculo eretor ajuda a expelir o conteúdo gorduroso. Não existem em pele glabra (sem 
pelos). Nas pálpebras encontramos dois tipos de glândulas sebáceas modificadas: as glândulas 
 
 
17 
társicas e as glândulas ciliares sebáceas. Na aréola mamária também encontramos outra 
modificaçãodessas estruturas que são as glândulas areolares. 
Estas glândulas não existem nas palmas das mãos e na planta dos pés. Estas 
secretam sebo, que impede o ressecamento do elo, a evaporação excessiva de água, mantém a 
pele macia e evita a proliferação de certas bactérias. 
As Glândulas Sudoríferas, constituídas por um fino e longo tubo que no início se 
enovela, chamado corpo da glândula, profundamente situado no cório, chegando mesmo a 
ultrapassá-lo atingindo o TCSC. São responsáveis pela produção e transporte do suor, 
secretando-o suor através do poro sudorífero, atuando como regulador térmico. Podem ser: 
 
- Apócrinas: Abrem-se nos folículos e são estimuladas durante o estresse emocional e 
excitação sexual; 
 
- Écrinas: Compõem toda a pele com exceção da margem dos lábios, leitos ungeais e 
tímpanos. 
As Glândulas Ceruminosas produzem cerume. São presentes única e exclusivamente 
no meato acústico externo. Seus ductos abrem-se diretamente na superfície ou nos ductos das 
glândulas sebáceas. Uma barreira viscosa é formada por pelos e cerume. 
Ainda temos outros tipos de glândulas: 
- Glândulas vestibulares nasais, localizadas no vestíbulo nasal; 
- Glândulas axilares, região axilar, cujo produto sofre decomposição exalando cheiro 
próprio e individual, o qual é mais acentuado em certas raças ou por ocasião da puberdade; 
- Glândulas circumanais, localizadas na cútis que circunda o ânus; 
- Glândulas mamárias ou mamas. 
 
 
18 
A primeira indicação de uma glândula mamária é encontrada sob a forma de um 
espessamento em faixa da epiderme que é a linha mamária ou a crista mamária. Essa linha 
estende-se de cada lado do corpo da base do membro anterior à região do membro posterior em 
um embrião de sete semanas, salientando-se de que essa linha desaparece com o tempo, mas 
pequena parte dela persiste na região torácica e penetra no mesênquima subjacente. 
A partir daí ela forma 16 a 24 brotos que dão origem por sua vez a pequenos botões 
sólidos. Ao fim da vida pré-natal, os brotos epiteliais formam os ductos lactíferos e os botões 
formam pequenos ductos e alvéolos da glândula. Inicialmente, os ductos lactíferos desembocam 
numa pequena fossa epitelial, logo depois do nascimento essa fossa é transformada no mamilo 
pela proliferação do mesênquima subjacente. 
 
 Tela Subcutânea ou Tecido Celular Subcutâneo (TCSC) 
Está sob a pele, encontrada profundamente à derme, formado por tecido conjuntivo 
frouxo (areolar) e gordura (panículo adiposo – células gordurosas ou adipócitos). Permite o 
deslizamento da pele sobre os planos subjacentes, oferece proteção (amortecedor) contra 
choques mecânicos, também sendo um isolante térmico. Constitui-se em verdadeiro sistema de 
armazenamento de gordura (nossa reserva energética). Em alguns locais o TCSC é exíguo ou 
inexistente, como nas pálpebras, pavilhão da orelha, prepúcio, escroto, e pequenos lábios 
vaginais. 
 
 
 
19 
 
Pele com pelo 
1. Haste do pelo. 
2. Poro de uma glândula sudorípara. 
3. Camada córnea. 
4. Camada granulosa. 
5. Camada espinhosa. 
6. Camada basal. 
7. Melanócito. 
8. Terminação nervosa livre (receptor da dor). 
9. Corpúsculo de Meissner (receptor tátil). 
10. Bulbo terminal de Krause (transição pele/mucosa). 
 
 
20 
11. Glândula sebácea (regulada hormonalmente). 
12. Músculo eretor de pelo (contraído). 
13. Fibra de colágeno. 
14. Corpúsculo de Ruffini (receptor mecânico). 
15. Corpúsculo de Pacini (receptor pressão). 
16. Bulbo piloso. 
17. Glândula sudorípara écrina. 
18. Fibras nervosas sensitivas (mielinizadas). 
19. Fibras nervosas autônomas (não mielinizadas). 
20. Tecido celular subcutâneo. 
Fonte: www.geocities.com.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
2 PROBLEMAS ESTÉTICOS CORPORAIS 
 
 
Neste capítulo abordaremos os problemas estéticos corporais que são tratáveis pela 
Carboxiterapia. Males que assombram a maioria das mulheres e não são encarados como 
patologias que são, pois apresentam alterações histopatológicas nos tecidos e anexos que os 
compõem. 
Serão abordados gordura localizada e obesidade, celulite, estrias, flacidez muscular e 
tissular, queloides e cicatrizes hipertróficas. 
 
2.1 Celulite ou Hidrolipodistrofia Ginoide 
 
- Introdução: 
Disfunção que aparece em 99% da população feminina, a celulite incomoda muito 
esteticamente, além das outras disfunções, como gordura localizada, flacidez e estrias. Para a 
maioria das mulheres, a ocorrência da celulite torna-se um fator de menor atraência. Hoje, 
algumas pesquisas já consideram a celulite como característica ligada ao sexo feminino, sendo 
comum e normal tê-la. 
A celulite chega a atingir 80% das mulheres com mais de 35 anos de idade. Apresenta-
se em diferentes estágios, presente predominante no sexo feminino, sendo bastante rara em 
homens. 
Já houve pouco interesse por parte da comunidade científica em pesquisar as causas 
e tratamentos. No entanto, o interesse financeiro em relação às inovações tecnológicas de 
combate a este problema predominantemente estético tem despertado o interesse da Medicina 
Estética, fabricantes de equipamentos e terapeutas na área. 
 
 
22 
Ainda discute-se a eficácia dos tratamentos existentes no mercado, o que gera certa 
polêmica em relação às soluções apoteóticas oferecidas pela indústria de equipamentos 
eletromédicos e cosméticos, mas às alternativas são promissoras. 
A celulite é também conhecida pelos nomes de lipoesclerose, Fibroedema Genoide, 
fibroedemageloide (o mais usado cientificamente), distrofia celular, dermohipodermosis celulítica, 
paniculopatia edemato-fibrato-esclerótica, hidrolipodistrofia ginoide (pois acomete as mulheres) 
ou ainda fibroedemaesclerose. A celulite é uma alteração histológica que ocorre no tecido 
subcutâneo que afeta a homens e mulheres, sendo que mulheres são as mais acometidas. 
Geralmente torna-se evidente a partir da adolescência, entretanto, atualmente, constamos que 
as crianças, principalmente meninas já são vítimas desta doença. 
 
 
Aspecto da celulite. Fonte: www.senado.gov.br. 
 
Na tradução exata do conceito, celulite quer dizer uma grave inflamação celular, que 
pode ser de qualquer parte do corpo, não tendo nada a ver com uma disfunção estética. No 
entanto, o fibroedema geloide também é um tipo de inflamação que acontece no nível da derme, 
envolvendo a substância fundamental amorfa. Por isto, também se colocou esta denominação, 
além de que os nomes científicos da disfunção estética não serem muito fáceis de colocar no 
palavreado popular. 
 
 
23 
Quase a totalidade das mulheres sofre do problema, seja na forma mais branda ou no 
estágio avançado, em que as depressões, saliências e “buraquinhos” estão acentuados. Lógico 
que há quem não possua, sendo foco de inveja e considerada uma “anormal”. Umas dão pouca 
importância ao probleminha. Outras consideram como assunto de prioridade. Pode aparecer na 
puberdade até a fase do climatério, acometendo sem distinções gordas, altas ou baixas. 
Mesmo com as modernas técnicas de tratamento que o mercado nos apresenta, o 
correto é combinar as variadas técnicas com a colaboração da cliente, como a prática de 
atividade física, manter uma alimentação saudável e beber bastante água. Os tratamentos 
podem recuperar a região afetada, mas precisam começar logo que surgir o problema. 
 
- O que é celulite: 
 
O termo celulite ou lipodistrofia ginoide foi criado há cerca de 150 anos para se referir 
às depressões e irregularidades na superfície da pele, quando nem se dava valor a estes tipos 
de vaidades. Seu uso popular, porém, surgiu apenas após a década de 1960, período em que as 
pessoas começaram a desenvolver o hábito de cuidar mais de sua aparência e valorizar demais 
o corpo perfeito. 
Extraindo o trecho do Dicionário de Medicina Natural, editado pelo Reader´s Digest, o 
termo celulite foi utilizado por médicos franceses, para os que acreditavam ser uma formade 
gordura que se acumula principalmente no corpo das mulheres, localizada nas coxas, nas 
nádegas, nos braços e no abdômen, adquirindo uma aparência áspera e com pequenas 
depressões. O Dicionário reconhece que a celulite é especialmente frequente após a menopausa 
e que é difícil de eliminar. "Profissionais de saúde e de beleza acreditam que a causa seja uma 
concentração de toxinas nos tecidos do corpo, que cria bolsas de água, gordura e impurezas, 
causando distúrbios na circulação. Esta teoria é controversa e, muitos médicos não acreditam 
que a celulite seja uma forma especial de gordura, não a reconhecendo, em alguns casos, como 
uma situação de âmbito médico", diz a publicação. 
Muitas vezes é considerada sem cura, sendo seus tratamentos ditos como paliativos 
ou enganadores. Acredita-se que a causa seja uma concentração de toxinas nos tecidos do 
 
 
24 
corpo, que cria bolsas de água, gordura e impurezas, causando distúrbios na circulação, mas é 
uma teoria tão pouco aceita como as demais. 
O que conhecemos como celulite, do ponto de vista científico, é denominada por 
Lipodistrofia Ginoide. Trata-se de uma alteração que ocorre na derme e no tecido gorduroso. 
Trata-se da aparência de aspecto ondulado da pele, que pode, dependendo do grau, apresentar 
depressões. A celulite é uma inflamação do espaço ao redor das células adiposas que não diz 
respeito a aumento de gordura, embora esteja muito relacionada à obesidade, ela também 
aparece em pessoas que não apresentam problemas com peso e até mesmo as que estão 
abaixo do peso. 
Para compreendermos a fisiologia dos processos inflamatórios da celulite e que 
ocorrem na derme, vamos relembrar a sua estrutura já vista. A derme é composta principalmente 
por tecido conjuntivo, formado por diversos tipos celulares imersos em uma matriz amorfa 
hidratada. Nessa matriz estão presentes também terminações nervosas, vasos sanguíneos, 
linfáticos e fibras proteicas que proporcionam à derme resistência à tração (fibras colágenas) e à 
elasticidade (fibras elásticas). Logo abaixo da derme temos o tecido subcutâneo, onde temos o 
tecido adiposo que tem como funções básicas a modelagem corporal, o amortecimento de 
impactos e o isolamento térmico, impedindo a perda excessiva de calor. Além disso, as células 
da hipoderme, denominadas adipócitos, estão envolvidas no armazenamento de lipídios (que 
podem ser convertidos em energia metabólica) e hormônios. 
A Celulite, como a própria sugestão do nome, é uma inflamação da célula. Não traz 
calor nem rubor como um processo inflamatório, mas leva a um grande edema, com exsudato e 
consequente formação de fibroses. A celulite ocorre no nível das células do tecido subcutâneo, 
em que a microcirculação dos capilares (pequenos e finos vasos) no tecido adiposo encontra-se 
deficiente (FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL – Portal Educação). 
Hoje, considera-se a celulite também como uma doença e não só como um simples 
problema estético. Sua causa é considerada como multifatorial, em razão à soma de diversos 
fatores, como herança genética, sedentarismo, problemas circulatórios, alimentação inadequada, 
cigarro, álcool, estresse e desequilíbrio hormonal. Estes fatores determinam várias modificações, 
como a compressão dos vasos locais e a projeção do tecido gorduroso, o que ocasiona as 
conhecidas ondulações. 
 
 
 
25 
- Histopatologia da celulite: 
 
A Celulite é causada por uma alteração multifatorial, ou seja, que envolve diversos 
fatores, e originária da própria condição hormonal feminina. 
Quanto às suas causas, são diversas e uma associada à outra. O que leva à celulite é 
uma alteração com características hereditárias, ou seja, existe uma predisposição genética 
associada ao próprio hormônio feminino, que se soma a um problema de alteração circulatória 
local, que também está relacionada a uma deficiência da drenagem linfática normal do indivíduo. 
Todos estes fatores levam no aparecimento desta aparência da pele, que chamamos 
vulgarmente de “casca de laranja”. As partes mais acometidas pela celulite são: glúteos, as 
partes lateral, face interna e posterior da coxa, abdômen, a parte posterior e lateral dos braços e 
a face interna dos joelhos, locais onde geralmente é associada à flacidez muscular e tissular, 
causando uma piora maior do seu aspecto. 
 
Aspecto de “casca de laranja” ocasionado pela associação da hidrolipodistrofia ginoide 
com flacidez muscular. Fonte: Tutoria e Interação (2008). 
 
 
26 
 
Locais preferenciais onde a celulite e a gordura localizada instalam-se no corpo da 
mulher. Fonte: Internet – Wikipédia. 
A celulite desenvolve-se na derme e se infiltra na terceira camada, formada por 
gordura e conhecida como hipoderme ou camada subcutânea de gordura. As células de gordura 
na hipoderme estão organizadas em câmaras de fios de tecido conjuntivo. A armazenagem de 
gordura e o metabolismo das células adiposas reagem apenas aos hormônios, e não às dietas 
ou exercício. Estas células adiposas se encontram por baixo da hipoderme e estão dispersas 
numa rede solta. Dependendo do tipo de alimentação e do grau de sedentarismo, é variável o 
grau de armazenagem de gordura e de metabolismo nestas camadas. 
A ocorrência da celulite é muito mais comum em mulheres do que em homens, em 
consequência à maneira como músculos, gordura e tecido conjuntivo estão distribuídos na pele 
feminina. 
Homens possuem mais músculos, enquanto mulheres têm um acúmulo maior de 
gordura armazenada, principalmente na região abdominal anterior e quadris (gordura ginoide), 
resquícios da evolução da espécie, pois à gordura armazenada nestes locais serve para suprir 
as necessidades de um possível feto. Mulheres que apresentam uma constituição androide, ou 
seja, menos quadril e maior gordura abdominal geral, possuem um menor grau de celulite, no 
entanto, apresentam um maior risco de doenças cardíacas, típico dessa gordura masculina. 
 
 
27 
Entre 85 e 98% das mulheres apresentam alguma manifestação de celulite após a 
adolescência. Acredita-se que esse processo afete igualmente mulheres de todas as faixas 
etárias, tipos corporais e etnias, e que não distingue entre mulheres comuns, atletas e modelos 
capa de revista. Mas podemos dizer que a incidência é um pouco menor em mulheres da raça 
negra, pois em razão a maior quantidade de melanina e fibras musculares do tipo vermelha, 
possuem um tônus muscular e tissular melhor do que das outras etnias, além de melhores 
respostas nas atividades físicas e em qualquer procedimento que melhore a circulação local. 
O aspecto de pele enrugado da celulite ocorre pela saliência da gordura hipodérmica 
na derme. No sexo feminino, o tecido adiposo da hipoderme deposita-se em grandes feixes 
verticais. Esses feixes são separados por septos fibrosos perpendiculares à superfície da pele, 
formando assim câmaras verticais. Esses septos, portanto, separam as células gordurosas em 
grupos e são formados por fibras que ligam a pele à musculatura localizada abaixo da 
hipoderme. Nos homens, há uma organização diagonalmente, e em pequenas unidades que, 
além de acumularem menos gordura, não levam à formação de celulite. Diferentemente dos 
homens, as mulheres apresentam uma reserva maior de gordura em alguns locais do corpo e 
uma derme menos espessa e menos resistente ao acúmulo de lipídeos e à deformação dos 
adipócitos. 
Diante destas diferenças morfológicas, nas mulheres as células adiposas alargam-se, 
em função do acúmulo de gordura. As paredes dos capilares tornam-se permeáveis em excesso. 
O que causa um acúmulo localizado de fluidos, que não conseguem ser eliminados em função 
de uma drenagem linfática deficiente. Com isso, as células adiposas agrupam-se e ficam ligadas 
por fibras de colágeno, impedindo a corrente sanguínea, provocando o endurecimento e 
contração dos fios do tecido conjuntivo, que puxam a pele para baixo, resultando no aspecto 
irregular que conhecemospor celulite. 
Não há diferenças histológicas entre a celulite e a gordura localizada, o que faz com 
que seus tratamentos sejam semelhantes, com os mesmos objetivos e um tem uma resposta 
direta sobre o outro. 
A fisiopatologia do edema intersticial causador da celulite é um ciclo vicioso. Com o 
aumento da pressão capilar, há uma diminuição da pressão oncótica do plasma, que por sua vez 
ocasiona aumento da pressão oncótica do líquido intersticial e consequente diminuição do fluxo 
linfático. Com o problema circulatório, há um aumento de triglicerídeos dentro dos adipócitos, 
 
 
28 
causando a sua hipertrofia e aumentando mais a pressão dos capilares. Dessa forma, temos no 
tecido celulítico: hiperviscosidade da substância fundamental amorfa com retenção hídrica e 
aumento da gordura nos adipócitos. 
A fibrose formada pela contração dos fios do conjuntivo bloqueia a passagem de 
sangue e de oxigênio, o que leva à morte e à esclerose das células. Também ocorre uma 
polimerização dos mucopolissacarídeos juntamente com o exsudato do edema intersticial. Estes 
processos caracterizam os estágios da celulite. 
São fatores que colaboram para a celulite: o aumento de peso, a má nutrição, a 
quantidade insuficiente de água ingerida e o sedentarismo, que se não são causas do mal, 
provocam a sua piora com o passar dos anos. A idade é acompanhada de perda de 
consistência, tonalidade e tonicidade do tecido conjuntivo, o que torna a celulite mais visível e 
flácida. 
 
- Estágios da Celulite, Fatores Predisponentes e Avaliação: 
Independente do estágio em que se encontra a celulite, pode se apresentar de duas 
formas, o que vai influenciar no seu tipo de tratamento. Ela pode ser na forma flácida, em que 
vem acompanhada de flacidez muscular ou tissular. Este tipo ocorre mais em mulheres com o 
biótipo magro e com pele mais branca, pois são pessoas com menor quantidade de melanina e 
esta, por sua vez, também ajuda na tonicidade da pele. A outra forma de celulite é a compacta, 
que está associada a depósitos de gordura localizada, sem nenhuma diferença histológica. 
A celulite foi classificada em forma de vários estágios, e de acordo com estágio em que 
se encontram as manifestações cutâneas mostram-se mais exacerbadas. Atualmente, 
consideram-se os quatro estágios a seguir: 
 Estágio I ou Edematoso: só aparece quando fazemos compressão da região. 
Há uma alteração das células do tecido adiposo, porém a região afetada não apresenta 
modificação circulatória e nem dos tecidos de sustentação, apenas uma dilatação venosa. Não 
há sinais visíveis na pele nem dor neste estágio da celulite; ela só aparece quando fazemos 
compressão da região; 
 
 
29 
 Estágio II ou Exsudativa: neste estágio a celulite caracteriza-se por uma 
alteração circulatória por compressão das microveias e vasos linfáticos. O sangue e a linfa ficam 
estagnados e, consequentemente, ocorre um edema intercelular. Também há, um 
endurecimento do tecido de sustentação e as irregularidades na pele ficam aparentes, mas ainda 
não existe dor. 
Nestes estágios iniciais (I e II), tem-se um bom resultado com correção da alimentação 
e drenagem linfática. 
 Estágio III ou de Fibrose: neste estágio, os recursos utilizados devem ser bem 
mais variados para que haja resultados consideráveis. A celulite apresenta-se com o aspecto de 
casca de laranja e fica dolorida. A fibrose se instala e a circulação acaba comprometida. 
Vasinhos e microvarizes podem surgir e uma sensação de peso e cansaço nas pernas. A pele 
apresenta aspecto de “casca de laranja”; 
 Estágio IV ou de Esclerose: é a fase considerada mais grave, com as fibras 
mais duras, formando nódulos, e a circulação prejudicada. A pele apresenta depressões e tem 
aspecto acolchoado. Ocorrem aderências à aponeurose muscular. Na termografia, os aspectos 
anteriores aparecem como verdadeiros “buracos negros”, que são regiões de circulação 
diminuída, representando a formação de fibroses. As pernas ficam pesadas, inchadas e 
doloridas e a sensação de cansaço é frequente, até sem o menor esforço. Neste caso, os 
tratamentos são demorados e com pouca melhora. Há a necessidade de rigorosa avaliação 
médica e até intervenção cirúrgica com subincision e lipoescultura, principalmente se houver 
gordura localizada e depressões no tecido adiposo. 
Alguns fatores podem ser considerados como predisponentes e agravantes da celulite, 
sendo esta considerada multifatorial, como dito anteriormente. O fator hormonal, o mais 
importante, é responsável pela maioria dos casos. Da mesma forma, o tempo é outro fator que 
influencia no aparecimento e agravamento da celulite. Assim, a celulite é progressiva - piora com 
a idade - e incurável, mas pode ser tratada e os tratamentos evoluem rapidamente. 
Podemos dividir os fatores predisponentes como gerais ou locais. 
 
Gerais: 
 
 
30 
 Hereditários: na maioria absoluta, em mulheres. Pode sofrer influência 
ambiental; 
 Alimentar: ingestão de açúcar e gorduras. A ingestão exagerada de sal leva à 
retenção de líquidos, ajudando no edema intersticial; 
 Metabólicos: associada ao aumento de peso e gestação; 
 Vasculares: alterações microcirculatórias, retenções hídricas em razão a essas 
alterações; 
 Patologias agregadas: obesidade, glandulares, neurológicas e ortopédicas, mas 
essas causas são mais raras; 
 Musculares: 80% dos casos vêm acompanhados por flacidez muscular, mas 
também tem a tissular, o que aumenta o aspecto celulítico; 
 Sedentarismo; 
 Iatrogênicos: medicamentoso, geralmente hormonioterapia. Vinculado à 
menarca, uso de anticoncepcionais e gestação. Ocorre um hiperestrogenismo (hormônio 
feminino LDG), agindo na multiplicação dos adipócitos, formando megadipócitos que comprimem 
a microcirculação, piorando o ciclo vicioso visto anteriormente; 
 Psicológicos; 
 Hiperlordose exagerada; 
 Disfunção hepática; 
 Disfunção gastrointestinal; 
 Bebidas alcoólicas; 
 Cigarro; 
 Estresse. 
- Locais: 
 Compressivos internos: tumores, gravidez, constipação, alterações 
ginecológicas, etc. 
 Compressivos externos: vestuários, cintas; 
 Tratamentos inadequados: massagem violenta. 
 
Apesar da pouca divulgação e conhecimento da população e da própria classe médica, 
há alguns exames específicos para fins de diagnóstico, como a videocapilaroscopia por fibra 
 
 
31 
ótica, videotermografia computadorizada e ultrassom. Entretanto, como a celulite é facilmente 
reconhecida pela textura da pele, que apresenta um endurecimento do tecido de sustentação e a 
formação de nódulos, seguido do fato destes exames terem um alto custo, além de não serem 
cobertos por Planos de Saúde, esses exames quase nunca são realizados ou solicitados. 
Também se alia ao fato desses exames ainda não contarem com embasamento científico. 
As outras maneiras de diagnosticar a celulite são: 
 Termografia cutânea: método obtido por meio de contato por cristais líquidos 
microencapsulados, um elemento importante para a prática de diagnóstico da celulite, além de 
ser econômico. Com este método, poderemos ver por meio de cores (cromaticidade) a irrigação 
sanguínea da pele e do tecido subcutâneo, determinando as áreas celulíticas; 
 Termometria cutânea: método que dá resultado exato. Realiza-se por 
intermédio de diversos tipos de termômetros e permite observar ou precisar os pontos mais frios 
e quentes; 
 Xerorradiografia: é uma técnica que permite assimilar a presença de áreas nas 
quais o tecido tem maior ou menor densidade, bem como permite observar a diversidade de 
estruturas se são duras ou moles, assim como a passagem entre os tecidos, diferenças entre o 
tecido cutâneo, subcutâneo e muscular e as modificações que podem produzir-se nesses 
tecidos; 
 Ecografia Bidimensional: é um método de alto custo com a necessidade de 
profissionais altamente qualificados para a interpretação. Indica a presença de nódulos e o 
diâmetro e textura do tecidoconectivo envolvido, indicando às alterações do tecido e da 
circulação local. 
A termorregulação utilizada para medir a alteração térmica da pele, não pode ser 
arquivada para ser comparada com exames posteriores, e é um sistema influenciado pela 
temperatura ambiente e pela temperatura do próprio paciente. Teoricamente, no lugar onde há 
mais celulite há menor atividade circulatória, o que pode ser medido por um sistema térmico, 
mas existem muitas variáveis que influenciam no resultado, o que prejudica a utilização deste 
método como diagnóstico científico para realizar uma comparação de resultados antes e depois 
de um determinado tratamento. 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
Visão de uma Termografia; as áreas mais escuras demonstram circulação mais 
deficiente. Fonte: www.suframa.gov.br. 
O mesmo ocorre com a fotografia, pois é difícil tirar duas fotos em épocas diferentes, 
com exatamente a mesma quantidade de luz e no mesmo ângulo, tornando a quantificação de 
resultados muito difícil. Para que os diversos métodos de avaliação da celulite tenham 
comprovação científica, é necessário o uso de metodologia científica. Assim, seria possível 
excluir as influências psicológicas e as avaliações tendenciosas. Algumas pacientes, com 
alterações psicológicas de distorção da própria imagem corporal, veem celulite ou gordura 
localizada onde não existe. Seria necessário também que os parâmetros de medição de melhora 
fossem confiáveis. A pesquisa científica sobre celulite é difícil, porque tem muita variável que não 
chama a atenção dos profissionais envolvidos, que não a veem como uma doença. O fato de a 
disfunção ser encarada apenas como disfunção estética e não como doença leva a comunidade 
médica a não encará-la com o devido respeito. Mas, o tratamento destas alterações estéticas 
deveria ser encarado como uma necessidade para a melhora da qualidade de vida. 
Se o fator psicológico não for trabalhado em pacientes que destroem a própria 
imagem, nenhum tratamento estético mostrará resultados visíveis a este tipo de paciente, 
complicando o trabalho e a reputação do profissional. 
As únicas avaliações realizadas quando a paciente chega à clínica é a Avaliação 
Antropométrica, em que é medido o IMC (Índice de Massa Corporal, dividindo-se o peso pela 
altura ao quadrado) e a cirtometria. No entanto, esses índices são mais úteis no caso de gordura 
 
 
33 
localizada. No caso de celulite, o ideal são fotos tiradas antes e depois do tratamento para 
comparações. 
 
- Como Tratar a Celulite: 
O combate à celulite é realmente uma guerra, em que são travadas várias batalhas 
com muitos soldados (tratamentos). Além dos vários tratamentos, a colaboração da paciente é 
primordial para que bons resultados sejam alcançados e que a mesma tenha a sua satisfação 
garantida. 
O primeiro passo é a correção de vários fatores, nunca esquecendo que o melhor 
tratamento é a prevenção. Só que a realidade é que a maioria das mulheres só procura 
tratamento quando já estão nos estágio II, III e até IV. Neste último caso, somente há tratamento 
com a intervenção médica, com tratamentos que serão citados mais à frente. 
O papel do profissional de estética ou médico é o de atuar sobre os fatores 
predisponentes (também orientando a paciente), melhorar a microcirculação, degradar 
triglicerídeos e despolimerizar os mucopolissacarídeos. 
A seguir mostraremos algumas modalidades de tratamento que auxiliam no combate à 
celulite. Vale ressaltar que esses tratamentos repetem-se quando falamos a respeito de gordura 
localizada e obesidade, pois os dois estão muito próximos no objetivo de degradar os 
triglicerídeos e despolimerizar os mucopolissacarídeos. Também veremos que podem mesclar-
se com o de flacidez em consequência à apresentação do aspecto flácido desta forma. 
A falta de trabalhos científicos que comparem a eficácia dos tratamentos é um dos 
grandes problemas para se conquistar a confiança da cliente. 
Os tratamentos estéticos em conjunto com a boa alimentação, exercícios físicos, 
suplementos, eliminação dos agentes causais como tabagismo e vestuário apertado levarão aos 
bons resultados. Outro ponto a ser levado em consideração é a diferença de resultados entre os 
organismos 
Alguns suplementos e princípios ativos auxiliam no combate à celulite. A seguir 
veremos como tais suplementos agem em nosso organismo: 
 
 
34 
 L-carnitina: tem como objetivo aumentar o consumo das gorduras, com isto 
auxilia na queima de gorduras nas regiões comprometidas pela celulite; 
 Castanha-da-índia: a castanha estimula a circulação cutânea e de retorno, 
auxiliando assim na eliminação de toxinas subcutâneas; 
 Centelha asiática: da mesma forma que a castanha-da-índia a centella asiática 
estimula a circulação cutânea e de retorno, auxiliando na eliminação de toxinas subcutâneas; 
 Ginkgo biloba: o ginkgo atua ativando a microcirculação, aumentando a 
perfusão de oxigênio aos tecidos. 
Seguem alguns tratamentos estéticos disponíveis para ajudar a combater a celulite. 
 Drenagem linfática: é indicada em razão ao problema de retenção hídrica, 
apesar de não termos resultados significantes nos graus III e IV. Trata-se de uma massagem 
suave, com movimentos lentos e rítmicos que ajuda a eliminar líquidos retidos e toxinas, 
facilitando o escoamento da linfa, melhorando a circulação sanguínea e eliminando as toxinas. 
Pode ser Manual (com as mãos) ou Mecânica (por aparelhos); 
 Endermologia: é um tipo de massagem mecânica realizada por intermédio de 
um aparelho que produz um vácuo (pressão negativa), que puxa e solta a pele, acompanhado de 
movimentos que seguem a circulação linfática. Estimula a dissolução dos nódulos e a eliminação 
da gordura, melhorando muito o processo de celulite; 
 
Endermologia. Fonte: Tutoria e Interação – 2008. 
 
 
 
35 
 Indermoterapia: é uma técnica de drenagem linfática com sucção da pressão 
negativa, feita por ventosas e roletes que exercem compressão sobre os tecidos celulíticos, para 
que seu aspecto característico seja atenuado. Diminui a extensão da região afetada e melhora a 
pele como um todo; 
 Intrademoterapia: medicamentos ministrados via intradérmica (injetados) na 
região afetada com ação lipolítica. Para sucesso desta técnica, a gordura excedente tem que ser 
eliminada por outros métodos, mas de preferência exercício físico. Caso contrário, a gordura 
volta para o local de onde saiu e pode até aumentar. A intradermoterapia, que só pode ser 
realizada por médicos capacitados; deve ser combinada com outras técnicas, como a drenagem 
linfática manual ou sucção, para um melhor resultado, pois o método isolado não é capaz de 
resolver o problema da celulite. Falaremos melhor deste método posteriormente; 
 Eletrolipoforese: agulhas finas, as mesmas usadas na acupuntura, ligadas a 
um aparelho especial que funciona com correntes polarizadas que são introduzidas na pele. Elas 
transmitem impulsos elétricos que melhoram a microcirculação, com a melhora do fluxo linfático 
e sanguíneo, que produziria a dissolução dos nódulos de celulite. Esta técnica também pode ser 
realizada com grandes placas finas de silicone condutivo, sendo uma maneira mais segura de 
ser realizada; 
 
Eletrolipoforese com agulhas. Fonte: redeparede. 
 Subincision: pequena intervenção cirúrgica, recomendada para as depressões 
provocadas pela celulite mais avançada. Pode ser realizada isoladamente para as depressões 
mais recentes e rasas, ou associada a uma lipoescultura, no caso das mais antigas. Consiste em 
seccionar as fibroses no tecido subcutâneo para reduzir as depressões decorrentes de "celulite" 
 
 
36 
(aspecto "casca de laranja"). É indicado para celulite grau 3 e 4. A subincision simples é feita no 
consultório, com anestesia local, e a paciente volta para casa logo depois do procedimento. O 
médico usa uma agulha fina e cortante para romper as fibras enrijecidas, que repuxam a peleem 
algumas áreas e formam os furinhos. Não precisa de pontos nem deixa cicatriz. O processo é 
rápido, levando em média dois minutos para corrigir cada depressão. Não precisa lembrar que 
se trata de um procedimento médico; 
 Iontoforese: esta técnica consiste na introdução de medicamentos na pele, por 
meio de corrente galvânica. Placas específicas são aplicadas na área afetada, ajustadas com 
bandas elásticas. Sua intensidade varia de 5 a 15 MA, num tempo máximo de 30 minutos. Na 
metade da seção, inverte-se a polaridade do aparelho. As substâncias utilizadas durante o 
procedimento são soluções que estimulam a despolimerização dos mucopolissacarídeos do 
tecido conjuntivo e a degradação dos triglicerídeos; 
 Ultrassom: aparelho que emite ondas de baixa frequência em uma 
profundidade de 3 a 4 cm, agitando as moléculas de água da região, que se colidem com as 
células adiposas, promovendo a eliminação de gordura e toxinas. Esta técnica não é eficiente 
para casos críticos de celulite e nem apresenta bons resultados se usada isoladamente. Alguns 
pregam a utilização para fazer penetração de substâncias (fonoforese); 
 Manthus: é um equipamento computadorizado, constituído por geradores de 
Ultrassom e Correntes para tratamento de Hidrolipodistrofia ginoide (celulite) e gordura 
localizada. Também utiliza as terapias combinadas, constituídas por um potente transdutor de 
ultrassom 3 MHz (45W), associado a um transdutor de estímulos elétricos tripolares, produzindo 
correntes de média frequência, bem como correntes polarizadas de grande penetração; 
 Termoterapia: a termoterapia de aplicação localizada e controlada permite que 
ocorra uma vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo e nutrindo os tecidos, bem como o 
aumento da permeabilidade celular, facilitando a penetração de ativos. O disparo da 
termogênese local é um dos principais efeitos, pois é capaz de mobilizar os tecidos adiposos e 
celulíticos a fim de diminuir a resistência dos mesmos e suprimi-los. 
Para combater a celulite, alguns cuidados básicos podem auxiliar, além de 
participarem da prevenção. 
A temperatura corporal é mais fria onde há celulite, que também piora com a gravidez 
e antes da menstruação. A celulite nos graus III e IV é dolorida. 
 
 
37 
Tomar líquidos (água, sucos) ajuda no tratamento da celulite. Cremes para celulite 
melhoram em até 10%, mas devem ser aplicados diariamente. Não há melhora em camas 
ginásticas passivas. A lipoaspiração não elimina a celulite. 
A dieta balanceada é fundamental para se obter um bom resultado. 
 
 
2.2 Flacidez 
 
 
A flacidez é a falta de tonicidade da pele ou músculo. A flacidez refere-se ao estado 
mobilizado, frouxo ou lânguido do tecido. Ela pode ser muscular ou cutânea, sendo a sua causa 
multifatorial, o que incluem fatores genéticos, ambientais e de maus hábitos, como o 
sedentarismo. Não há um fator único e específico que cause flacidez. 
A maior causa da flacidez muscular é a falta de exercícios físicos, pois quando os 
músculos não são solicitados com certa frequência, suas fibras atrofiam-se. O sedentarismo é 
considerado um dos fatores mais frequentes para seu aparecimento, seguido pela perda de 
massa muscular e aumento do depósito gorduroso (o que acontece nos idosos acima de 60 
anos, em especial). Esses processos são decorrentes do envelhecimento fisiológico, que tem 
seu início por volta dos 30 anos. 
Quanto à flacidez tissular, percebe-se que a maior incidência de casos é na mulher, em 
consequência de fatores hormonais e à gestação. Porém, outros fatores, como o excesso de sol 
(fotoenvelhecimento), sedentarismo, alimentação inadequada e efeito sanfona, contribuem para 
o envelhecimento fisiológico, que tem seu início por volta dos 30 anos. Os idosos também 
repõem menor quantidade, o colágeno e a elastina, que são as fibras mais importantes da 
tonicidade da pele. Cirurgias que promovam perda de peso rápida também favorecem a flacidez. 
Previni-la é o melhor tratamento, principalmente no caso da tissular, com exercícios 
físicos, alimentação rica em proteínas e dita balanceada, evitar efeito sanfona, uso de cremes 
que aumentam o tônus e a hidratação. 
 
 
38 
Os que possuímos hoje no mercado são correntes bioelétricas, como as 
microcorrentes, carboxiterapia, procedimentos que utilizam laser e cosmecêuticos que sejam 
precursores de colágeno, como a vitamina C e hidroxiprolina (aminoácido). 
Os maus hábitos alimentares, que levam ao acúmulo de gordura, provocam a perda do 
manto hidrolipídico, que é responsável pela nutrição da pele, interferindo no processo do 
aparecimento da flacidez cutânea. Como fatores principais para ocasionar a flacidez: quadril 
retrovertido, predisposição genética, idade, sol em excesso, maus hábitos alimentares e 
vestuário inadequado, que dificulta a circulação sanguínea e linfática, o que leva a não 
eliminação das toxinas, altera o pH do tecido e facilita o aparecimento da celulite flácida. Além 
disso, há o problema do trauma mecânico, que deforma a silhueta em razão à compactação do 
tecido adiposo (fibrose) abaixo da roupa. A ocupação inadequada deste nos locais onde 
encontra espaço para sua acomodação forma a "gordura localizada", juntando-se a flacidez 
(Fisioterapia Dermatofuncional – Souza, F.A.). 
 
Diferença entre flacidez de pele e flacidez de músculos: 
A flacidez tecidual ou tissular refere-se quando a pele fica flácida, frouxa; já a muscular 
se refere quando os músculos se encontram de uma maneira “mole”, não tonificada. 
A pele geralmente está sobreposta ao músculo e acompanha a tonicidade do mesmo. 
Se o músculo está flácido, a pele também parece flácida, porém se a pele está flácida e o 
músculo tonificado, então a aparência não é tão evidente. A pele tem um tecido e o músculo é 
outro. O músculo espessa ou “cresce” conforme os exercícios, já a pele não (Fisioterapia 
Dermatofuncional – Souza, F.A.). 
Para um tratamento adequado, é necessária uma avaliação rigorosa com uma boa 
diferenciação dos dois tipos de flacidez. Veremos a seguir quais procedimentos devem ser 
adotados: 
1- Flacidez Dérmica: com os dedos polegar e indicador em forma de pinça, aperte e 
estique o bumbum. Se quando soltar a pele voltar ao normal e ficar esticada, não há flacidez 
dérmica. Mas se demorar a normalizar, a flacidez está presente. 
 
 
39 
2- Flacidez Muscular: contraia a musculatura da área. Se o músculo apresentar 
mobilidade e contornos não definidos, isso é sinal de flacidez. 
Especialistas alertam que a flacidez é favorecida por uma rotina de perder e ganhar 
peso inúmeras vezes. Cada vez que você emagrece, perde um pouco de músculos, 
principalmente se o emagrecimento for brusco e se acompanhado pelo sedentarismo. 
O combate aos radicais livres, que levam à redução da produção de colágeno deve 
fazer parte do tratamento, e pode ser realizado por intermédio da ingestão de alimentos ricos em 
proteínas como: carnes, peixes e ovo, e de alimentos ricos em antioxidantes, como as vitaminas 
A, C, E o ômega-3, contido, por exemplo, no salmão. Outra dica é a aplicação de cremes que 
contenham alfahidroxiácidos, retinoides, DMAE e a Idebenona, descoberta recentemente. 
Além disso, temos outras dicas importantes: 
 A prática de musculação três vezes por semana é peça chave no combate à 
flacidez. Peça para o seu instrutor da academia montar um programa específico para fortalecer 
os músculos das áreas do seu corpo mais atingidas pelo problema; 
 Os exercícios aeróbios também são recomendados porque melhoram o 
condicionamento físico e ajudam na perda de peso. As opções são variadas: caminhada, corrida, 
bicicleta, natação e patinação; 
 Mude sua alimentação. Consuma mais proteínas, soja, laticínios, frutas e 
verduras e diminua o consumo de frituras e alimentos gordurosos em geral; 
 Lembre-se de sempre usar filtro solar. Ele protege a pele contra o 
envelhecimento precoce e contra a flacidez dérmica outissular. 
 
Tratamentos estéticos eficazes: 
Vamos relacionar alguns tratamentos que podem ajudar a acabar com a flacidez. Mas, 
somente associados a exercícios físicos, estes tratamentos podem ajudar bastante, na melhora 
da firmeza da pele. 
 
 
40 
 Intradermoterapia ou Mesoterapia: aplicação, com o uso de agulhas finas, de 
substâncias que estimulam a produção de colágeno, melhorando a flacidez dérmica. A indicação 
é de 10 a 15 sessões com periodicidade semanal; 
 Carboxiterapia: que terá seu próprio capítulo; 
 Ácido L Poliláctico: mais conhecido como Sculptra. Este ácido tem a 
capacidade de produzir novos colágenos no nosso corpo, por isso é usado para combater a 
flacidez dérmica. Deve ser aplicado com injeções em áreas de formação de sulcos da face, 
como o bigode chinês e flacidez, como o contorno facial, o pescoço, o colo e o dorso das mãos. 
A indicação é, em média, de três sessões mensais, uma proposta interessante é a realização de 
uma única sessão na face em mulheres jovens para prevenir o avanço da flacidez; 
 Thermacool, Accent ou Aluma: são aparelhos que emitem energias de 
radiofrequência, que penetram profundamente na pele produzindo contrações imediatas no 
colágeno da pele. Com o passar do tempo um novo colágeno é produzido, deixando a pele com 
aspecto mais firme. O tratamento varia de 1 a 10 sessões, dependendo do tipo de aparelho. 
Também são usados para combater a gordura localizada e a celulite; 
 Luz Intensa Pulsada: tecnologia que possibilita a aplicação de ondas luminosas 
com energias precisas (semelhantes ao laser), que atingem o tecido alvo, o colágeno danificado, 
produzindo sua reestruturação. Proporciona melhora do relevo da pele reduzindo rugas finas, 
manchas e vasinhos superficiais. Interessante também como tratamento de manutenção; 
 Peeling de Cristal + Ácido Retinoico: é um moderno tratamento que promove 
a renovação celular de forma progressiva. Consiste em um peeling físico (mecânico) realizado 
com um jato de cristais na pele associado ao ácido retinoico (peeling químico); 
 Bandagem Crioterápica ou Fria: também combate a celulite e a gordura 
localizada. É definida pela aplicação de uma solução a base de cânfora e mentol nas áreas 
atingidas, provocando uma queda de temperatura local. Com isso, o organismo utiliza os lipídios 
de reserva, para recuperar seu equilíbrio térmico, e desta forma há redução de volume onde as 
bandagens foram aplicadas. O choque térmico sobre a pele provoca a retração das fibras dos 
tecidos da derme reduzindo a flacidez. O aumento da circulação sanguínea favorece a drenagem 
linfática, auxiliando na melhora do quadro celulítico; 
 Corrente ou Estimulação Russa: corrente excitomotora de média frequência 
que tem por objetivo melhorar o tônus da musculatura, combatendo a flacidez. Essa modalidade 
de corrente consegue gerar tanto o fortalecimento muscular, quanto o aumento do trofismo 
muscular, determinando, assim, a reversão do quadro; 
 
 
41 
 Criotermólise: é a utilização simultânea da crioterapia, termoterapia, 
dermotonificação e ionoforese estão unidas neste único equipamento para atuar nos tratamentos 
de flacidez dérmica, pré e pós-cirúrgico, bem como na mobilização da gordura localizada e 
celulite; 
 Accent: aparelho de radiofrequência que produz grande quantidade de calor na 
área tratada. Esse aumento de temperatura acelera a produção de colágeno, substância que dá 
firmeza e sustentação à pele. Reduz também a gordura localizada e diminui o aspecto da celulite 
no bumbum, pernas e na barriga. 
 
2.3 Gordura Localizada e Obesidade 
 
É impossível falar de gordura localizada sem citar a obesidade. Não que pessoas com 
a gordura localizada sejam consideradas obesas, mas a fisiologia da formação das duas 
disfunções é a mesma, sendo a primeira em depósitos específicos e a segunda, mais distribuída 
corporalmente. 
Outro ponto importante é diferenciar a gordura localizada e a celulite, e os conceitos de 
lipogênese e lipólise. Na gordura localizada, só há acúmulo de adipócitos, o paniculoadiposo 
está normal. Já na celulite, o panículo adiposo apresenta edema e esclerose. 
Na lipogênese, há um balanço energético positivo dos triglicerídeos formados a partir 
dos ácidos graxos livres e glicerol. Estes últimos depositam-se no adipócito. Na lipólise, o 
balanço energético é negativo, os triglicerídeos são fracionados em ácidos graxos e glicerol, indo 
para a corrente sanguínea e sendo queimados. 
Introdução 
A obesidade, segundo a O.M.S (Organização Mundial de Saúde), é uma doença 
causada pelo excesso de gordura no organismo. A obesidade é considerada um problema de 
saúde pública, em razão a sua alta incidência na população em geral. De acordo com os dados 
da Organização, dos seis bilhões de habitantes do planeta 23,4% estão com excesso de peso. 
No Brasil, calcula-se que 40% da população estejam acima do peso normal. 
 
 
42 
O fenômeno da obesidade também é conhecido como nediez ou pimelosa, que origina 
da palavra grega pimelé, que significa gordura, com o radical ose, que significa processo 
mórbido. Só por esta definição já é possível obter uma idéia do quão grava pode se tornar esta 
doença. Pode-se entender como obesidade o acúmulo excessivo e patológico de gordura no 
organismo, que atinge tanto a seres humanos quanto a animais. 
As células adiposas fazem parte do tecido conjuntivo comum, porém a maioria delas se 
agrupa no tecido adiposo espalhado pelo corpo. Em pessoas de peso normal, o tecido adiposo 
corresponde a 20 - 25% do peso corporal na mulher e 15 - 20% no homem (JUNQUEIRA & 
CARNEIRO, l999). 
O tecido adiposo é o maior depósito de energia (sob a forma de triglicerídeos) do 
corpo. As células hepáticas e o músculo esquelético também acumulam energia, mas sob a 
forma de glicogênio. Como a alimentação é feita a intervalos, e os depósitos de glicogênio são 
menores, é importante a existência dos grandes depósitos de triglicerídeos que são usados para 
fornecer entre as refeições. Além do papel energético, o tecido adiposo tem outras funções. 
Localizando-se embaixo da pele, modela a superfície, sendo em parte responsável 
pelas diferenças de contorno entre o corpo da mulher e do homem. Forma também coxins 
absorventes de choques, principalmente na planta dos pés e na palma das mãos. Como as 
gorduras são más condutoras de calor, o tecido adiposo contribui para o isolamento térmico do 
organismo. Além disso, preenche os espaços entre outros tecidos e auxilia a manter certos 
órgãos em suas posições normais (JUNQUEIRA & CARNEIRO, l999). 
Somente 5% das obesidades são de causa endócrina. Em geral a causa se deve ao 
sedentarismo, maus hábitos alimentares, principalmente na infância, causas psicológicas 
(estresse, depressão, ansiedade) e também, genéticas (a chance é de 70% para quem tem pais 
obesos). 
O teor de gordura no corpo gira em torno de 22% para a mulher e 15% para os 
homens. Índices superiores devem levar à investigação quanto ao local onde estão depositados 
os excessos de gordura (fígado ou superfície corpórea). 
Segundo DÂMASO (2001), a obesidade pode ser classificada em quatro tipos, de 
acordo com a distribuição dos depósitos de gordura: 
 
 
43 
 TIPO I - Caracterizado pelo excesso de massa adiposa corporal total sem 
concentração particular; 
 TIPO II - Caracterizado pelo excesso de gordura subcutânea na região 
abdominal e do tronco, também conhecida como do tipo androide ou obesidade do tipo "maçã", 
pois o aspecto corporal do indivíduo assemelha-se a esta fruta. A obesidade tipo II está 
associada ao aumento da fração LDL-C, estimulando o desenvolvimento de problemas 
cardiovasculares e a resistência à ação da insulina. Este tipo de obesidade manifesta-se, 
sobretudo, nos homens sob efeito hormonal da testosterona e de corticoides; 
 TIPO III - Caracterizado pelo excesso de gordura visceroabdominal, que também 
está associada a problemas cardiovascularese a resistência à ação da insulina; 
 TIPO IV - Caracterizado pelo excesso de gordura glúteo-femural, também 
conhecida como do tipo ginoide ou obesidade do tipo "pêra". A obesidade do tipo IV pode estar 
mais suscetível a alterações nos períodos de gestação (principalmente repetidas) e desmame 
precoce. Este tipo de obesidade manifesta-se principalmente em mulheres sob efeito hormonal 
dos estrógenos, em geral a partir da puberdade. 
A obesidade quanto ao padrão regional de gordura pode ser avaliada de acordo com a 
relação abdômen/quadril (McARDLE, l998). 
 
Como obter a relação? 
 Medir a circunferência ao redor do abdômen ao nível do umbigo, estando de pé 
e relaxado, sem encolher a barriga; 
 Medir a circunferência do quadril, sobre as nádegas onde a circunferência é 
maior; 
 Dividir a medida da cintura pela medida do quadril. 
Relação de risco significativo para a saúde: 
 Homens: > 0,95cm* 
 Mulheres: > 0,80cm (McARDLE, 1998) 
* Alguns autores consideram a medida para homens > 0,90cm 
 
 
44 
A obesidade pode, ainda, ser classificada fisiologicamente, em hipertrófica, 
hiperplásica e hipertrófica/hiperplásica. A obesidade hipertrófica está relacionada ao aumento no 
tamanho das células de gordura (adipócitos), e ocorre frequentemente em adultos. A obesidade 
hiperplásica representa o aumento no número de adipócitos, ocorrendo principalmente nos 
primeiros anos de vida, na adolescência e em períodos de gravidez (último trimestre da 
gravidez), tornando-se estes susceptíveis ao desenvolvimento de obesidade. Já a obesidade 
hipertrófica/hiperplásica relaciona-se ao aumento tanto no número quanto no tamanho das 
células de adipócitos, e ocorre em períodos similares a hiperplásica (DÂMASO, 2001). 
A obesidade quanto ao grau de morbidade pode ser classificada, entre outros, por 
meio de métodos antropométricos: IMC e medidas das dobras cutâneas. O IMC (índice de 
massa corporal) é a medida de diagnóstico populacional mais utilizada para estudos 
epidemiológicos. Este é obtido, medindo-se o peso (kg) e a estatura (m) do indivíduo. A partir 
dos valores obtidos, calcula-se o IMC (kg/m2), dividindo-se o peso pela altura ao quadrado, 
podendo-se, então, identificar o grau de obesidade (DÂMASO, 2001). 
De acordo com o cálculo do seu IMC (índice de massa corpórea), a partir de seu peso 
e altura, temos o seguinte: 
 < 20=Magro 
 20 a 25 = Normal 
 25 a 30 = Sobrepeso 
 >30 = Obeso. 
 
 
45 
 
 
A gordura localizada abdominal é a mais comum e mais prejudicial à saúde. Fonte: 
www.hipertrofia.org. 
 
A obesidade na adolescência está associada a vários problemas, sendo mais 
prevalentes as consequências deletérias na área psicossocial e a persistência de obesidade na 
idade adulta, acompanhada de suas comorbidades. Alguns estudos revelam que 50% das 
crianças obesas aos seis meses de vida e 80% daquelas aos cinco anos, serão sempre obesas. 
Um adolescente obeso tem mais de 70% de vir a ser um adulto obeso (VIUNISKI, 2000). 
A presença da obesidade pode ocasionar diversas alterações metabólicas e 
associações com vários tipos de doenças tais como: hipertensão, diabetes, doenças 
coronarianas, problemas respiratórios, além de diminuir a longevidade. De acordo com 
estatísticas da O.M.S, somente 60% dos obesos chegam aos 60 anos, em comparação a 90% 
das pessoas magras. Apenas 30% dos obesos chegam atingir 70 anos, enquanto 50% dos 
magros o fazem. A idade de 80 anos é alcançada por apenas 10% dos obesos, comparando-se 
a 30% dos magros, perfazendo-se a razão de um para três. 
 
Prevenção e Tratamento: 
 
 
46 
O novo conceito de tratamento para obesidade baseia-se em quatro pontos: a 
reeducação alimentar, a prática de atividades físicas prazerosas, a mudança de pensamento em 
relação à obesidade e em alguns casos a adoção de remédios mais recentes, que em vez de 
diminuir a fome, aumentam a saciedade e diminuem a absorção da gordura (SATO, 2001). 
A atividade física vem sendo utilizada ao longo dos anos como um dos principais 
recursos para combater e controlar a obesidade. O estilo de vida moderno, no entanto, que tem 
como característica básica à inatividade física, não favorece em nada para que o índice de 
obesidade no mundo possa diminuir (DÂMASO, 2001). 
Muitas pessoas fazem dezenas e centenas de abdominais para eliminar a gordura 
localizada. O abdominal é um exercício que ajuda a definir e fortalecer o abdômen, deixando 
mais forte esta região. Para eliminar a gordura localizada na região do abdômen o exercício ideal 
para queimar gordura é o aeróbico: é um exercício de grande duração e intensidade (caminhada, 
corrida, natação, bicicleta, transport, ginástica aeróbica, dança, etc.). 
Na adolescência, as mudanças corporais e psicológicas, reforçam a necessidade de 
uma atividade física, principalmente durante o estirão, pois estimula a proliferação dos chamados 
osteoblastos (células que contribuem para o crescimento do tecido ósseo) (BODY, l997). 
As duas áreas de prioridade nas estratégias de prevenção, controle e tratamento da 
obesidade são os incrementos do nível de atividade física e a melhora na qualidade da dieta. O 
mais importante em termos de incremento do nível de atividade física é o estímulo para evitar os 
hábitos sedentários e a adoção de um estilo de vida ativa. Para BODY (l997), existem várias 
evidências científicas apontando que o controle da ingestão alimentar associado ao exercício 
físico ou atividade física regular é mais efetivo no controle do peso corporal. 
Um controle alimentar pode não ser suficiente, nem a solução para a reversão do 
estado de maior adiposidade em jovens, uma vez que alterações na dieta nessas idades podem 
causar deficiências na ingestão de importantes nutrientes ao próprio crescimento e ao estado de 
saúde. A par disso, desde que a maior causa da obesidade na adolescência seja o baixo nível 
de prática de atividade física, talvez investir na tentativa de reverter esse quadro de inatividade 
física possa ser a melhor e a mais saudável opção na diminuição da quantidade de gordura 
(GUEDES, l997). 
 
 
47 
Os exercícios devem ser realizados regularmente cerca de três a cinco sessões por 
semana. Apesar de os programas envolvendo níveis de intensidade e duração suficientes 
produzirem algumas melhorias cardiorrespiratórias, em vigência de uma frequência de 
treinamentos inferior a três dias na semana, são mínimas ou inexistentes as perdas ponderais e 
da gordura corporal observadas. Além disso, as melhorias no endurance cardiorrespiratório 
variam somente entre mínimas e modestas, nos programas que preveem um número inferior a 
três sessões por semana (geralmente abaixo de 10%). Os participantes de programas cuja 
frequência varia entre uma a duas sessões por semana frequentemente se queixam de que suas 
sessões de exercício são muito espaçadas, quebrando a continuidade do treinamento. Outra 
queixa comumente ouvida é a seguinte: "É como se eu estivesse sempre reiniciando o programa 
a cada sessão." A experiência dos autores demonstra que tais impressões frequentemente 
levam à desistência (POLLOCK, 1993). 
O esquema de dias alternados é o mais frequentemente recomendado, pois o tempo 
de descanso entre as sessões deve ser preciso para que as adaptações fisiológicas e 
musculoesqueléticas ocorram e os indivíduos não sofram lesões, entre fadiga muscular ou perda 
de condicionamento físico por sessões muito espaçadas (POLLOCK, l993). 
Um tema relacionado ao conceito da intensidade dos exercícios, sobre o qual muito 
pouco se conhece, é a função do treinamento de resistência nos programas de controle de peso. 
Parece realmente claro que o treinamento de resistência pode auxiliar os jovens a melhorarem 
sua força muscular e resistência, desta maneira auxiliando seu desempenho e participação 
futura em esportes e atividades de dança. Como o treinamento de força, em geral, envolve levar 
os grupos musculares durante todo

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