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DOCÊNCIA EM SAÚDE CARBOXITERAPIA 1 Copyright © Portal Educação 2012 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842c Carboxiterapia / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 80p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-66104-19-6 1. Carboxiterapia. 2. Medicina alterativa. 3. Pele – Injeção de gás carbono. I. Portal Educação. II. Título. CDD 615.53 2 SUMÁRIO 1 SISTEMA TEGUMENTAR ......................................................................................................... 3 1.1 Estrutura da Pele ...................................................................................................................... 3 2 PROBLEMAS ESTÉTICOS CORPORAIS ................................................................................ 21 2.1 Celulite ou Hidrolipodistrofia Ginoide ................................................................................... 21 2.2 Flacidez .................................................................................................................................... 37 2.3 Gordura Localizada e Obesidade ........................................................................................... 41 2.4 Estrias Atróficas ...................................................................................................................... 48 4 TÉCNICAS INVASIVAS ............................................................................................................ 54 4.1 Princípios da Intradermoterapia ............................................................................................. 54 4.2 Carboxiterapia ......................................................................................................................... 59 4.3 Utilização do Equipamento de Carboxiterapia ...................................................................... 70 4.4 Associação com Outros Métodos .......................................................................................... 71 4.5 Protocolos de Aplicação do CO2 ........................................................................................... 73 4.6 Contraindicações e Reações Adversas ................................................................................. 76 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 78 3 1 SISTEMA TEGUMENTAR 1.1 Estrutura da Pele Esquema da estrutura da pele. Fonte: www.afh.bio.br. O Sistema Tegumentar é o sistema de proteção dos corpos dos seres vivos e engloba a pele, pelos e unhas. Reveste todos os órgãos vivos e constitui barreira de proteção contra a entrada de micro-organismos no ser vivo. É formado pela "pele" e seus acessórios (glândulas, pelos e unhas). Trata-se de um manto contínuo que envolve todo o organismo, protegendo-o e adaptando-o ao meio ambiente. Esse invólucro somente é interrompido ao nível dos orifícios naturais (narinas, boca, olhos, orelha, ânus, vagina e pênis) onde se prolonga pela respectiva mucosa. A pele é o maior órgão do corpo humano, tanto no tamanho quando no peso. Também é o órgão mais exposto. 4 Sob o ponto de vista anatômico, o tegumento comum é formado por dois planos, o mais superficial denominado cútis ou pele e o mais profundo tela subcutânea. Dependendo da pele, encontramos uma série de estruturas chamadas anexos cutâneos, que são os pelos, as unhas e as glândulas (sebáceas, sudoríferas, ceruminosas, vestibulares nasais, axilares, circumanais e mamas). Ao nascimento a pele se apresenta recoberta por uma pasta esbranquiçada conhecida por vernix caseosa, formada de excreções das glândulas sebáceas, células epidérmicas degeneradas e pelos. Ela tem a função de proteger a pele contra uma possível maceração causada pelo líquido amniótico A pele tem várias funções como: Permeabilidade seletiva H2O; Proteção dos raios UVB e UVA; Impacto mecânico; Sensorial; Sistema imunológico; Órgão excretor; Sistema Endócrino; Síntese de vitamina D. - Permeabilidade Seletiva de H2O: A pele e os rins são responsáveis pela regulação do líquido corporal. A queratina que se encontra no extrato córneo impede parcialmente que a água penetre na pele (absorvendo normalmente poucas quantidades de água, ou por meio de produtos químicos). A pele realiza seleção de substâncias que são absorvidas por ela, ou podemos induzir a pele à absorção de produtos por intermédio da Eletroterapia. - Proteção de Raios UVB e UVA: 5 Temos em nosso corpo células chamadas de melanócitos que produzem melanina. A pele, ao receber raios solares UVB e UVA, estimula os melanócitos que produzem a melanina que é um protetor natural (filtro) da pele, possibilitando a forma seletiva e gradativa da radiação solar. - Impacto Mecânico: Ajuda a amortecer os impactos externos do corpo. - Sensorial: A parte sensorial da pele recebe os sinais externos por meio dos sensores corporais que transformam este estímulo, que por sua vez irá pela medula espinhal até o Sistema Nervoso Central (SNC), que processa e retorna com uma resposta, podendo assim nos moldar conforme o estímulo e adaptando-se. Os sinais podem ser: tato, pressão, vibração, sensações sexuais, cócegas, prurido (coceira), dor, frio, calor, cinestesia, etc. - Sistema Imunológico: A pele, conforme as demais partes do corpo também possuem seu sistema de defesa, tendo a função de combater os agentes patogênicos (micoses, alergias, etc.). Para combater seus agentes patogênicos a pele recebe do sistema circulatório oxigênio e nutrientes para as células de defesa, podendo no local haver vasodilatação e rubor. - Células de Langehans: São células especiais na defesa que captam o agente patogênico na superfície da pele, enviando-o para a derme, que contém vasos linfáticos captando o agente patogênico que foi pré-transformado por fagocitose; este será encaminhado pelos canais linfáticos até os linfócitos que destroem o agressor. Tanto a derme como a epiderme possuem as Células de Langehans. - Órgão Excretor: Glândulas Sudoríparas: Suor; 6 Termorregulação; Excreção de produtos químicos e de dietas. Glândulas Sebáceas: Sebo; Protege contra-agentes patogênicos; Sofre menos agressão; Protege de alterações climáticas; Hiperpermeabilidade (água). A temperatura do corpo humano é geralmente de 36 a 37 graus. Quando a temperatura do ambiente é de 40 graus ou superior, e como este processo é sempre do mais concentrado para o menos concentrado, a pele serve como sensor que, ao aumento da temperatura envia um Potencial de Ação (P.A.), um estímulo, para o SNC, que por sua vez envia um P.A que estimula as glândulas sudoríparas a secretarem suor. Este, por sua vez, irá resfriar a pele (sensorial setorial) conforme a temperatura normal do corpo. Também podemos controlar a temperatura por meio do centro vasomotor localizado no hipotálamo (núcleo de controle de temperatura). Ao estímulo doaumento da temperatura, a pele manda um P.A para o hipotálamo, que também envia um sinal para o córtex parietal, que reenvia outro sinal para o hipotálamo. Este, por sua vez, envia um P.A para as veias que fazem uma vasodilatação nos vasos periféricos da pele, resfriando o sangue, sem aumento do fluxo sanguíneo. O hipotálamo possui um núcleo composto por neurônios que possuem seus axônios que servem como sensor regulador da temperatura (fazendo vasodilatação ou vasoconstrição). Excreção de Produtos Químicos: Alguns produtos químicos, juntamente com a necessidade corporal de absorver as substâncias, podem gerar uma quantidade excessiva de produtos considerados químicos ao organismo, o que é secretado pelas glândulas sebáceas dependendo da afinidade com a substância, que vem pelo sistema venoso capilar; quando estas glândulas fazem a troca de CO2 e resíduos metabólicos para O2 e nutrientes. Estes nutrientes, além de sais minerais e proteínas, 7 trazem junto os produtos químicos em excesso que irão entrar em contato com os sebos e o suor, que serão eliminados conforme a recriação dos mesmos produtos pelas das glândulas. - Sistema Endócrino Ao receber os raios solares, a pele forma hormônios (vitamina D3) que irão atuar no intestino grosso por meio da corrente sanguínea, que ajuda o intestino na absorção de cálcio e fósforo dos alimentos que irão alimentar as células do corpo e depositar-se nos ossos. Outra função do sistema endócrino é o estrogênio na pele. Epiderme É a camada mais externa, é formada pelo epitélio escamoso estratificado. Sua constituição é feita por 90% de Queratinócitos (produtores de queratina), Melanócitos (produtores de melanina), Células Langherans e Células Mervel. Inicialmente o embrião é recoberto por uma única camada de células ectodérmicas. Durante o início do segundo mês esse epitélio divide-se em uma camada de células achatadas, epiderme (epitríquio) é depositada sobre a superfície. Com a proliferação seguida das células na camada basal, ocorre a formação de uma terceira zona intermediária. Consequentemente durante o fim do quarto mês a epiderme adquire a sua forma específica e podem ser diferenciados quatro camadas ou estratos. Assim, temos que a epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias camadas de células achatadas (estrato ou epitélio pavimentoso) justapostas. A camada de células mais interna, denominada epitélio germinativo, é constituída por células que se multiplicam continuamente; dessa maneira, as novas células geradas empurram as mais velhas para cima, em direção à superfície do corpo. As células epidérmicas tornam-se achatadas à medida que envelhecem, e passam a fabricar e a acumular dentro de si uma proteína resistente e impermeável, a queratina. As células mais superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passam a constituir um revestimento resistente ao atrito e altamente impermeável à água, denominado camada queratinizada ou córnea. A epiderme é dividida em: 8 Extrato córneo (superfície da pele); Extrato Granuloso; Extrato Espinhoso; Extrato Germinativo. A epiderme começa com o extrato germinativo, tendo formatos diferentes, pois se tivessem formatos iguais, elas se juntariam fazendo com que a mesmas não se renovassem. Com a renovação do extrato germinativo, as células irão subir transformando-se no extrato espinhoso, seguindo o mesmo processo, as células irão subir transformando-se no extrato granuloso, seguindo a sequência transforma-se no extrato córneo (sem núcleo). Por isso que a pele escama (renovação da pele), pois a célula não vive muito tempo sem núcleo. As células da pele são lábeis (tempo de vida curto, se reproduzem rapidamente). A renovação celular epidérmica ou turn over é um fenômeno cuja frequência diminui progressivamente, juntamente com outros parâmetros, conforme a pele envelhece. Assim, a pele envelhecida possui coloração menos uniforme, aspereza ao toque e a função barreira prejudicada, resultando em menor hidratação cutânea. A camada basal ou camada germinativa tem a função de produzir novas células, essa camada forma posteriormente depressões e cristas que se refletem na superfície da pele nas impressões digitais. Uma camada consistente em grandes células poliédricas, contendo tonofibrilas delgadas que é a camada espinhosa. Uma camada constituída de células mortas densamente reunidas contendo queratina, que forma a resistência da superfície da epiderme em escamas que é a camada córnea. A camada granulosa que contém grânulos de queratino-hialina em suas células. As células da periderme geralmente se descamam durante a segunda parte da vida-uterina e podem ser encontradas no líquido amniótico. A epiderme é invadida por células da crista neural durante os três primeiros meses, essas células sintetizam o pigmento melanina, que por meio dos prolongamentos dendríticos podem ser transferidos para outras células. Depois do nascimento, esse melanócito é o responsável pela pigmentação da pele. 9 Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações nervosas ou receptores cutâneos são especializados na recepção de estímulos específicos. Na epiderme não existem vasos sanguíneos. Assim, os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme. Nas regiões da pele providas de pelo, há terminações nervosas específicas nos folículos capilares e outras chamadas terminais ou receptores de Ruffini. As primeiras, formadas por axônios que envolvem o folículo piloso, captam as forças mecânicas aplicadas contra o pelo. Os terminais de Ruffini, com sua forma ramificada, são receptores térmicos de calor. Na pele desprovida de pelo e também na que está coberta por ele, encontram-se ainda três tipos de receptores comuns: - Corpúsculos de Paccini: Captam especialmente estímulos vibráteis e táteis. São formados por uma fibra nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta por várias camadas que correspondem a diversas células de sustentação. A camada terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, que é transmitida para as outras camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes. - Discos de Merkel: São responsáveis pela sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente costuma estar ramificada com vários discos terminais destas ramificações nervosas. Estes discos estão englobados em uma célula especializada, cuja superfície distal se fixa às células epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos de pressão e tração sobre epiderme desencadeiam o estímulo. - Terminações Nervosas Livres: 10 Sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado envolto por células de Schwann, sendo que os dois são envolvidos por uma membrana basal. Na pele sem pelo encontram-se, ainda, outros receptores específicos: - Corpúsculos de Meissner: São da sensibilidade tátil, estão nas saliências da pele sem pelos (como nas partes mais altas das impressões digitais). São formados por um axônio mielínico, cujas ramificações terminais se entrelaçam com células acessórias. - Bulbos Terminais de Krause: São receptores térmicos de frio, formados por uma fibra nervosa cuja terminação possui forma de clava (arma de guerra medieval). Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas. São encontrados ao redor dos lábios e dos genitais. A epiderme é mais espessa ao nível da palma e da planta e mais delgada nas pálpebras, prepúcio, pequenos lábios vaginais e escroto. RECEPTORES DE SUPERFÍCIE SENSAÇÃO PERCEBIDA Receptores de Krause Frio Receptores de Ruffini Calor Discos de Merkel Tato e pressão Receptores de Vater-Pacini Pressão Receptoresde Meissner Tato Terminações nervosas livres Principalmente dor Tabela que esquematiza os Receptores da epiderme com suas respectivas sensibilidades. Fonte: pt.wikipedia.org. 11 Esquema mostrando a ordem dos corpúsculos na epiderme. Fonte: www.anatomiaweb.com. Nas camadas inferiores da epiderme estão os melanócitos, células que produzem melanina, pigmento que determina a coloração da pele. A Melanina dá a cor do amarelo ao negro para a pele. A quantidade de um indivíduo para o outro é a mesma, o que diferencia a tonalidade da pele é o Pigmento Caroteno. A melanina é o principal pigmento epidérmico, controlado pelo hormônio melanócito-estimulante (MSH) da adenohipófise (lobo anterior). As glândulas anexas - sudoríparas e sebáceas - encontram-se mergulhadas na derme, embora tenham origem epidérmica. O suor (composto de água, sais e um pouco de ureia) é drenado pelo ducto das glândulas sudoríparas, enquanto a secreção sebácea (secreção gordurosa que lubrifica a epiderme e os pelos) sai pelos poros de onde emergem os pelos. A transpiração ou sudorese tem por função refrescar o corpo quando há elevação da temperatura ambiental ou quando a temperatura interna do corpo sobe, devido, por exemplo, ao aumento da atividade física. São anexos da epiderme: 12 - Dentes; - Chifres (dependendo da espécie de mamífero); - Unhas; - Pelos. Os pelos são acessórios da pele, chamados lanugem ao nascimento, são substituídos pelos vilos. São responsáveis pela manutenção da temperatura corporal. São células fundidas, mortas e queratinizadas, formadas por uma parte externa (haste) e uma interna (raiz). A base do folículo é o bulbo que contém a papila (vascularização responsável pela nutrição) e a matriz (que tem a função de formar novos pelos). Os pelos se apresentam como proliferações epidérmicas sólidas, penetrando na derme subjacente. Os brotos capilares invaginam-se em sua extremidade terminal, onde essas invaginações (as papilas capilares) são preenchidas rapidamente de mesoderma, no qual se desenvolvem vasos e terminações nervosas. Ocorrem à formação da haste do pelo em consequência as células no centro dos brotos capilares tornam-se fusiformes e queratinizadas, enquanto as células periféricas tornam-se cuboides, dando origens à bainha epitelial do pelo. O mesênquima circundante forma a bainha da raiz dérmica, um pequeno músculo liso, também derivado do mesênquima, está geralmente preso à bainha da raiz dérmica, que é o músculo eretor do pelo. Em razão às proliferações das células epiteliais na base da haste, haverá um empurrão do pêlo para cima, no fim do terceiro mês já se podem visualizar pelos na região dos lábios e sobrancelha. A parede epitelial folículo piloso possui um pequeno broto penetrando no mesoderma circundante, no qual as células desse broto formam as glândulas sebáceas. As células das glândulas sebáceas degeneram-se, formando uma substância com uma alta concentração de lipídio secretado no folículo piloso e daí, ela chega até a pele. 13 Ciclo de vida do pelo. Fonte: Tutoria e Interação. Os cabelos crescem meio milímetro por dia, estando distribuídos por várias regiões do corpo e, de acordo com estas regiões, recebem denominações especiais tendo, inclusive, espessuras diferentes: - Cabelos, couro cabeludo; - Supercílios, órbitas; - Cílios, nas pálpebras; - Vibrissas, vestíbulo nasal; - Tragos, meato acústico externo; - Bigode, lábio superior; - Barba, face; - Hircos, axilas; - Pubes, região pubiana, monte púbico. Não há pelos na palma, na planta e no dorso das falanges distais. 14 Pelo: 1. Bainha radicular interna. 2. Membrana de Huxley. 3. Membrana de Henley. 4. Bainha radicular externa. 5. Membrana hialina. 6. Bainha do tecido conjuntivo. Haste do pelo: 7. Medula. 8. Córtex. 9. Cutícula. Esquema do pelo e da haste. Fonte: Tutoria e Interação – 2008. 15 O Couro cabeludo é um tipo especial de cútis que recobre a calvária, caracterizado por duas lâminas densas (cório externamente e pericrânio internamente, aderido ao periósteo). Entre essas duas lâminas ocorre um tecido frouxo, não gorduroso que é o tecido subaponeurótico. As unhas são células da epiderme, firmemente aderidas, duras e queratinizadas. Possuem corpo, margem livre e raiz. Seu corpo é rosado em razão à capilarização. Tem a função de possibilitar a manipulação de pequenos objetos e proteção da extremidade dos dedos. Recobrem parcialmente o dorso das falanges distais de mãos e pés, com a função precípua de protegê-las. Duas faces (superficial e profunda) e quatro bordas (laterais, proximal e distal). A face profunda assenta sobre o cório que a esse nível chama-se leito ungueal. A face superficial é convexa. A borda proximal constitui a raiz da unha. - Curiosidades sobre as unhas e pelos: Unhas e pelos são constituídos por células epidérmicas queratinizadas, mortas e compactadas. Na base da unha ou do pelo há células que se multiplicam constantemente, empurrando as células mais velhas para cima. Estas, ao acumular queratina, morrem e se compactam, originando a unha ou o pelo. Cada pelo está ligado a um pequeno músculo eretor, que permite sua movimentação, e a uma ou mais glândulas sebáceas, que se encarregam de sua lubrificação. Derme Derme ou cório, do latim corium = couro, significando a membrana espessa que resulta após ter sido curtida a pele de certos animais e que se sobrepõem à epiderme. Constituída de tecido conjuntivo (mesodérmico) denso. Na palma e planta a derme é percorrida por cristas e sulcos, utilizáveis para identificação individual (papiloscopia ou dactiloscopia). É na derme que encontramos a raiz dos pelos e a maioria das glândulas anexas, sendo ainda aqui onde termina pelo menos uma das extremidades das fibras musculares dos músculos cutâneos da cabeça, pescoço, palma, dartos escrotal e grandes lábios, músculo aréolo-papilar da mama e eretores dos pelos. 16 A derme é derivada dos dermátomos e do mesoderma da placa lateral (ou mesoderma lateral), os quais, por sua vez, derivam-se dos somitos. Durante o terceiro e quarto mês o córion forma muitas estruturas irregulares que se projetam para cima da epiderme que são as papilas dérmicas. Onde cada uma dessas papilas geralmente possui um pequeno capilar ou uma terminação nervosa sensorial. A camada mais profunda da derme, o subcorion, contém muito tecido adiposo. A derme, localizada imediatamente sob a epiderme é a segunda camada, porém principal parte da pele. É um tecido conjuntivo frouxo que contém fibras proteicas, vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. Mais espessa na palma das mãos e plantas dos pés. Possui papilas dérmicas e corpúsculos de Meissner (do tato) e outros. As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados. A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pelo, fibras elásticas (elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos sanguíneos e nervos. São estruturas encontradas na derme: - Vasos Sanguíneos; - Glândulas Sudoríparas; - Glândulas Sebáceas; - Folículo Espinhoso; - Vasos Linfáticos. As Glândulas Sebáceas se concentram no folículo piloso, onde se abrem diretamente, por curto ou largo ducto, no canal do pelo, estrutura com a qual são sempre vistas. A contração do músculo eretor ajuda a expelir o conteúdo gorduroso. Não existem em pele glabra (sem pelos). Nas pálpebras encontramos dois tipos de glândulas sebáceas modificadas: as glândulas 17 társicas e as glândulas ciliares sebáceas. Na aréola mamária também encontramos outra modificaçãodessas estruturas que são as glândulas areolares. Estas glândulas não existem nas palmas das mãos e na planta dos pés. Estas secretam sebo, que impede o ressecamento do elo, a evaporação excessiva de água, mantém a pele macia e evita a proliferação de certas bactérias. As Glândulas Sudoríferas, constituídas por um fino e longo tubo que no início se enovela, chamado corpo da glândula, profundamente situado no cório, chegando mesmo a ultrapassá-lo atingindo o TCSC. São responsáveis pela produção e transporte do suor, secretando-o suor através do poro sudorífero, atuando como regulador térmico. Podem ser: - Apócrinas: Abrem-se nos folículos e são estimuladas durante o estresse emocional e excitação sexual; - Écrinas: Compõem toda a pele com exceção da margem dos lábios, leitos ungeais e tímpanos. As Glândulas Ceruminosas produzem cerume. São presentes única e exclusivamente no meato acústico externo. Seus ductos abrem-se diretamente na superfície ou nos ductos das glândulas sebáceas. Uma barreira viscosa é formada por pelos e cerume. Ainda temos outros tipos de glândulas: - Glândulas vestibulares nasais, localizadas no vestíbulo nasal; - Glândulas axilares, região axilar, cujo produto sofre decomposição exalando cheiro próprio e individual, o qual é mais acentuado em certas raças ou por ocasião da puberdade; - Glândulas circumanais, localizadas na cútis que circunda o ânus; - Glândulas mamárias ou mamas. 18 A primeira indicação de uma glândula mamária é encontrada sob a forma de um espessamento em faixa da epiderme que é a linha mamária ou a crista mamária. Essa linha estende-se de cada lado do corpo da base do membro anterior à região do membro posterior em um embrião de sete semanas, salientando-se de que essa linha desaparece com o tempo, mas pequena parte dela persiste na região torácica e penetra no mesênquima subjacente. A partir daí ela forma 16 a 24 brotos que dão origem por sua vez a pequenos botões sólidos. Ao fim da vida pré-natal, os brotos epiteliais formam os ductos lactíferos e os botões formam pequenos ductos e alvéolos da glândula. Inicialmente, os ductos lactíferos desembocam numa pequena fossa epitelial, logo depois do nascimento essa fossa é transformada no mamilo pela proliferação do mesênquima subjacente. Tela Subcutânea ou Tecido Celular Subcutâneo (TCSC) Está sob a pele, encontrada profundamente à derme, formado por tecido conjuntivo frouxo (areolar) e gordura (panículo adiposo – células gordurosas ou adipócitos). Permite o deslizamento da pele sobre os planos subjacentes, oferece proteção (amortecedor) contra choques mecânicos, também sendo um isolante térmico. Constitui-se em verdadeiro sistema de armazenamento de gordura (nossa reserva energética). Em alguns locais o TCSC é exíguo ou inexistente, como nas pálpebras, pavilhão da orelha, prepúcio, escroto, e pequenos lábios vaginais. 19 Pele com pelo 1. Haste do pelo. 2. Poro de uma glândula sudorípara. 3. Camada córnea. 4. Camada granulosa. 5. Camada espinhosa. 6. Camada basal. 7. Melanócito. 8. Terminação nervosa livre (receptor da dor). 9. Corpúsculo de Meissner (receptor tátil). 10. Bulbo terminal de Krause (transição pele/mucosa). 20 11. Glândula sebácea (regulada hormonalmente). 12. Músculo eretor de pelo (contraído). 13. Fibra de colágeno. 14. Corpúsculo de Ruffini (receptor mecânico). 15. Corpúsculo de Pacini (receptor pressão). 16. Bulbo piloso. 17. Glândula sudorípara écrina. 18. Fibras nervosas sensitivas (mielinizadas). 19. Fibras nervosas autônomas (não mielinizadas). 20. Tecido celular subcutâneo. Fonte: www.geocities.com.br. 21 2 PROBLEMAS ESTÉTICOS CORPORAIS Neste capítulo abordaremos os problemas estéticos corporais que são tratáveis pela Carboxiterapia. Males que assombram a maioria das mulheres e não são encarados como patologias que são, pois apresentam alterações histopatológicas nos tecidos e anexos que os compõem. Serão abordados gordura localizada e obesidade, celulite, estrias, flacidez muscular e tissular, queloides e cicatrizes hipertróficas. 2.1 Celulite ou Hidrolipodistrofia Ginoide - Introdução: Disfunção que aparece em 99% da população feminina, a celulite incomoda muito esteticamente, além das outras disfunções, como gordura localizada, flacidez e estrias. Para a maioria das mulheres, a ocorrência da celulite torna-se um fator de menor atraência. Hoje, algumas pesquisas já consideram a celulite como característica ligada ao sexo feminino, sendo comum e normal tê-la. A celulite chega a atingir 80% das mulheres com mais de 35 anos de idade. Apresenta- se em diferentes estágios, presente predominante no sexo feminino, sendo bastante rara em homens. Já houve pouco interesse por parte da comunidade científica em pesquisar as causas e tratamentos. No entanto, o interesse financeiro em relação às inovações tecnológicas de combate a este problema predominantemente estético tem despertado o interesse da Medicina Estética, fabricantes de equipamentos e terapeutas na área. 22 Ainda discute-se a eficácia dos tratamentos existentes no mercado, o que gera certa polêmica em relação às soluções apoteóticas oferecidas pela indústria de equipamentos eletromédicos e cosméticos, mas às alternativas são promissoras. A celulite é também conhecida pelos nomes de lipoesclerose, Fibroedema Genoide, fibroedemageloide (o mais usado cientificamente), distrofia celular, dermohipodermosis celulítica, paniculopatia edemato-fibrato-esclerótica, hidrolipodistrofia ginoide (pois acomete as mulheres) ou ainda fibroedemaesclerose. A celulite é uma alteração histológica que ocorre no tecido subcutâneo que afeta a homens e mulheres, sendo que mulheres são as mais acometidas. Geralmente torna-se evidente a partir da adolescência, entretanto, atualmente, constamos que as crianças, principalmente meninas já são vítimas desta doença. Aspecto da celulite. Fonte: www.senado.gov.br. Na tradução exata do conceito, celulite quer dizer uma grave inflamação celular, que pode ser de qualquer parte do corpo, não tendo nada a ver com uma disfunção estética. No entanto, o fibroedema geloide também é um tipo de inflamação que acontece no nível da derme, envolvendo a substância fundamental amorfa. Por isto, também se colocou esta denominação, além de que os nomes científicos da disfunção estética não serem muito fáceis de colocar no palavreado popular. 23 Quase a totalidade das mulheres sofre do problema, seja na forma mais branda ou no estágio avançado, em que as depressões, saliências e “buraquinhos” estão acentuados. Lógico que há quem não possua, sendo foco de inveja e considerada uma “anormal”. Umas dão pouca importância ao probleminha. Outras consideram como assunto de prioridade. Pode aparecer na puberdade até a fase do climatério, acometendo sem distinções gordas, altas ou baixas. Mesmo com as modernas técnicas de tratamento que o mercado nos apresenta, o correto é combinar as variadas técnicas com a colaboração da cliente, como a prática de atividade física, manter uma alimentação saudável e beber bastante água. Os tratamentos podem recuperar a região afetada, mas precisam começar logo que surgir o problema. - O que é celulite: O termo celulite ou lipodistrofia ginoide foi criado há cerca de 150 anos para se referir às depressões e irregularidades na superfície da pele, quando nem se dava valor a estes tipos de vaidades. Seu uso popular, porém, surgiu apenas após a década de 1960, período em que as pessoas começaram a desenvolver o hábito de cuidar mais de sua aparência e valorizar demais o corpo perfeito. Extraindo o trecho do Dicionário de Medicina Natural, editado pelo Reader´s Digest, o termo celulite foi utilizado por médicos franceses, para os que acreditavam ser uma formade gordura que se acumula principalmente no corpo das mulheres, localizada nas coxas, nas nádegas, nos braços e no abdômen, adquirindo uma aparência áspera e com pequenas depressões. O Dicionário reconhece que a celulite é especialmente frequente após a menopausa e que é difícil de eliminar. "Profissionais de saúde e de beleza acreditam que a causa seja uma concentração de toxinas nos tecidos do corpo, que cria bolsas de água, gordura e impurezas, causando distúrbios na circulação. Esta teoria é controversa e, muitos médicos não acreditam que a celulite seja uma forma especial de gordura, não a reconhecendo, em alguns casos, como uma situação de âmbito médico", diz a publicação. Muitas vezes é considerada sem cura, sendo seus tratamentos ditos como paliativos ou enganadores. Acredita-se que a causa seja uma concentração de toxinas nos tecidos do 24 corpo, que cria bolsas de água, gordura e impurezas, causando distúrbios na circulação, mas é uma teoria tão pouco aceita como as demais. O que conhecemos como celulite, do ponto de vista científico, é denominada por Lipodistrofia Ginoide. Trata-se de uma alteração que ocorre na derme e no tecido gorduroso. Trata-se da aparência de aspecto ondulado da pele, que pode, dependendo do grau, apresentar depressões. A celulite é uma inflamação do espaço ao redor das células adiposas que não diz respeito a aumento de gordura, embora esteja muito relacionada à obesidade, ela também aparece em pessoas que não apresentam problemas com peso e até mesmo as que estão abaixo do peso. Para compreendermos a fisiologia dos processos inflamatórios da celulite e que ocorrem na derme, vamos relembrar a sua estrutura já vista. A derme é composta principalmente por tecido conjuntivo, formado por diversos tipos celulares imersos em uma matriz amorfa hidratada. Nessa matriz estão presentes também terminações nervosas, vasos sanguíneos, linfáticos e fibras proteicas que proporcionam à derme resistência à tração (fibras colágenas) e à elasticidade (fibras elásticas). Logo abaixo da derme temos o tecido subcutâneo, onde temos o tecido adiposo que tem como funções básicas a modelagem corporal, o amortecimento de impactos e o isolamento térmico, impedindo a perda excessiva de calor. Além disso, as células da hipoderme, denominadas adipócitos, estão envolvidas no armazenamento de lipídios (que podem ser convertidos em energia metabólica) e hormônios. A Celulite, como a própria sugestão do nome, é uma inflamação da célula. Não traz calor nem rubor como um processo inflamatório, mas leva a um grande edema, com exsudato e consequente formação de fibroses. A celulite ocorre no nível das células do tecido subcutâneo, em que a microcirculação dos capilares (pequenos e finos vasos) no tecido adiposo encontra-se deficiente (FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL – Portal Educação). Hoje, considera-se a celulite também como uma doença e não só como um simples problema estético. Sua causa é considerada como multifatorial, em razão à soma de diversos fatores, como herança genética, sedentarismo, problemas circulatórios, alimentação inadequada, cigarro, álcool, estresse e desequilíbrio hormonal. Estes fatores determinam várias modificações, como a compressão dos vasos locais e a projeção do tecido gorduroso, o que ocasiona as conhecidas ondulações. 25 - Histopatologia da celulite: A Celulite é causada por uma alteração multifatorial, ou seja, que envolve diversos fatores, e originária da própria condição hormonal feminina. Quanto às suas causas, são diversas e uma associada à outra. O que leva à celulite é uma alteração com características hereditárias, ou seja, existe uma predisposição genética associada ao próprio hormônio feminino, que se soma a um problema de alteração circulatória local, que também está relacionada a uma deficiência da drenagem linfática normal do indivíduo. Todos estes fatores levam no aparecimento desta aparência da pele, que chamamos vulgarmente de “casca de laranja”. As partes mais acometidas pela celulite são: glúteos, as partes lateral, face interna e posterior da coxa, abdômen, a parte posterior e lateral dos braços e a face interna dos joelhos, locais onde geralmente é associada à flacidez muscular e tissular, causando uma piora maior do seu aspecto. Aspecto de “casca de laranja” ocasionado pela associação da hidrolipodistrofia ginoide com flacidez muscular. Fonte: Tutoria e Interação (2008). 26 Locais preferenciais onde a celulite e a gordura localizada instalam-se no corpo da mulher. Fonte: Internet – Wikipédia. A celulite desenvolve-se na derme e se infiltra na terceira camada, formada por gordura e conhecida como hipoderme ou camada subcutânea de gordura. As células de gordura na hipoderme estão organizadas em câmaras de fios de tecido conjuntivo. A armazenagem de gordura e o metabolismo das células adiposas reagem apenas aos hormônios, e não às dietas ou exercício. Estas células adiposas se encontram por baixo da hipoderme e estão dispersas numa rede solta. Dependendo do tipo de alimentação e do grau de sedentarismo, é variável o grau de armazenagem de gordura e de metabolismo nestas camadas. A ocorrência da celulite é muito mais comum em mulheres do que em homens, em consequência à maneira como músculos, gordura e tecido conjuntivo estão distribuídos na pele feminina. Homens possuem mais músculos, enquanto mulheres têm um acúmulo maior de gordura armazenada, principalmente na região abdominal anterior e quadris (gordura ginoide), resquícios da evolução da espécie, pois à gordura armazenada nestes locais serve para suprir as necessidades de um possível feto. Mulheres que apresentam uma constituição androide, ou seja, menos quadril e maior gordura abdominal geral, possuem um menor grau de celulite, no entanto, apresentam um maior risco de doenças cardíacas, típico dessa gordura masculina. 27 Entre 85 e 98% das mulheres apresentam alguma manifestação de celulite após a adolescência. Acredita-se que esse processo afete igualmente mulheres de todas as faixas etárias, tipos corporais e etnias, e que não distingue entre mulheres comuns, atletas e modelos capa de revista. Mas podemos dizer que a incidência é um pouco menor em mulheres da raça negra, pois em razão a maior quantidade de melanina e fibras musculares do tipo vermelha, possuem um tônus muscular e tissular melhor do que das outras etnias, além de melhores respostas nas atividades físicas e em qualquer procedimento que melhore a circulação local. O aspecto de pele enrugado da celulite ocorre pela saliência da gordura hipodérmica na derme. No sexo feminino, o tecido adiposo da hipoderme deposita-se em grandes feixes verticais. Esses feixes são separados por septos fibrosos perpendiculares à superfície da pele, formando assim câmaras verticais. Esses septos, portanto, separam as células gordurosas em grupos e são formados por fibras que ligam a pele à musculatura localizada abaixo da hipoderme. Nos homens, há uma organização diagonalmente, e em pequenas unidades que, além de acumularem menos gordura, não levam à formação de celulite. Diferentemente dos homens, as mulheres apresentam uma reserva maior de gordura em alguns locais do corpo e uma derme menos espessa e menos resistente ao acúmulo de lipídeos e à deformação dos adipócitos. Diante destas diferenças morfológicas, nas mulheres as células adiposas alargam-se, em função do acúmulo de gordura. As paredes dos capilares tornam-se permeáveis em excesso. O que causa um acúmulo localizado de fluidos, que não conseguem ser eliminados em função de uma drenagem linfática deficiente. Com isso, as células adiposas agrupam-se e ficam ligadas por fibras de colágeno, impedindo a corrente sanguínea, provocando o endurecimento e contração dos fios do tecido conjuntivo, que puxam a pele para baixo, resultando no aspecto irregular que conhecemospor celulite. Não há diferenças histológicas entre a celulite e a gordura localizada, o que faz com que seus tratamentos sejam semelhantes, com os mesmos objetivos e um tem uma resposta direta sobre o outro. A fisiopatologia do edema intersticial causador da celulite é um ciclo vicioso. Com o aumento da pressão capilar, há uma diminuição da pressão oncótica do plasma, que por sua vez ocasiona aumento da pressão oncótica do líquido intersticial e consequente diminuição do fluxo linfático. Com o problema circulatório, há um aumento de triglicerídeos dentro dos adipócitos, 28 causando a sua hipertrofia e aumentando mais a pressão dos capilares. Dessa forma, temos no tecido celulítico: hiperviscosidade da substância fundamental amorfa com retenção hídrica e aumento da gordura nos adipócitos. A fibrose formada pela contração dos fios do conjuntivo bloqueia a passagem de sangue e de oxigênio, o que leva à morte e à esclerose das células. Também ocorre uma polimerização dos mucopolissacarídeos juntamente com o exsudato do edema intersticial. Estes processos caracterizam os estágios da celulite. São fatores que colaboram para a celulite: o aumento de peso, a má nutrição, a quantidade insuficiente de água ingerida e o sedentarismo, que se não são causas do mal, provocam a sua piora com o passar dos anos. A idade é acompanhada de perda de consistência, tonalidade e tonicidade do tecido conjuntivo, o que torna a celulite mais visível e flácida. - Estágios da Celulite, Fatores Predisponentes e Avaliação: Independente do estágio em que se encontra a celulite, pode se apresentar de duas formas, o que vai influenciar no seu tipo de tratamento. Ela pode ser na forma flácida, em que vem acompanhada de flacidez muscular ou tissular. Este tipo ocorre mais em mulheres com o biótipo magro e com pele mais branca, pois são pessoas com menor quantidade de melanina e esta, por sua vez, também ajuda na tonicidade da pele. A outra forma de celulite é a compacta, que está associada a depósitos de gordura localizada, sem nenhuma diferença histológica. A celulite foi classificada em forma de vários estágios, e de acordo com estágio em que se encontram as manifestações cutâneas mostram-se mais exacerbadas. Atualmente, consideram-se os quatro estágios a seguir: Estágio I ou Edematoso: só aparece quando fazemos compressão da região. Há uma alteração das células do tecido adiposo, porém a região afetada não apresenta modificação circulatória e nem dos tecidos de sustentação, apenas uma dilatação venosa. Não há sinais visíveis na pele nem dor neste estágio da celulite; ela só aparece quando fazemos compressão da região; 29 Estágio II ou Exsudativa: neste estágio a celulite caracteriza-se por uma alteração circulatória por compressão das microveias e vasos linfáticos. O sangue e a linfa ficam estagnados e, consequentemente, ocorre um edema intercelular. Também há, um endurecimento do tecido de sustentação e as irregularidades na pele ficam aparentes, mas ainda não existe dor. Nestes estágios iniciais (I e II), tem-se um bom resultado com correção da alimentação e drenagem linfática. Estágio III ou de Fibrose: neste estágio, os recursos utilizados devem ser bem mais variados para que haja resultados consideráveis. A celulite apresenta-se com o aspecto de casca de laranja e fica dolorida. A fibrose se instala e a circulação acaba comprometida. Vasinhos e microvarizes podem surgir e uma sensação de peso e cansaço nas pernas. A pele apresenta aspecto de “casca de laranja”; Estágio IV ou de Esclerose: é a fase considerada mais grave, com as fibras mais duras, formando nódulos, e a circulação prejudicada. A pele apresenta depressões e tem aspecto acolchoado. Ocorrem aderências à aponeurose muscular. Na termografia, os aspectos anteriores aparecem como verdadeiros “buracos negros”, que são regiões de circulação diminuída, representando a formação de fibroses. As pernas ficam pesadas, inchadas e doloridas e a sensação de cansaço é frequente, até sem o menor esforço. Neste caso, os tratamentos são demorados e com pouca melhora. Há a necessidade de rigorosa avaliação médica e até intervenção cirúrgica com subincision e lipoescultura, principalmente se houver gordura localizada e depressões no tecido adiposo. Alguns fatores podem ser considerados como predisponentes e agravantes da celulite, sendo esta considerada multifatorial, como dito anteriormente. O fator hormonal, o mais importante, é responsável pela maioria dos casos. Da mesma forma, o tempo é outro fator que influencia no aparecimento e agravamento da celulite. Assim, a celulite é progressiva - piora com a idade - e incurável, mas pode ser tratada e os tratamentos evoluem rapidamente. Podemos dividir os fatores predisponentes como gerais ou locais. Gerais: 30 Hereditários: na maioria absoluta, em mulheres. Pode sofrer influência ambiental; Alimentar: ingestão de açúcar e gorduras. A ingestão exagerada de sal leva à retenção de líquidos, ajudando no edema intersticial; Metabólicos: associada ao aumento de peso e gestação; Vasculares: alterações microcirculatórias, retenções hídricas em razão a essas alterações; Patologias agregadas: obesidade, glandulares, neurológicas e ortopédicas, mas essas causas são mais raras; Musculares: 80% dos casos vêm acompanhados por flacidez muscular, mas também tem a tissular, o que aumenta o aspecto celulítico; Sedentarismo; Iatrogênicos: medicamentoso, geralmente hormonioterapia. Vinculado à menarca, uso de anticoncepcionais e gestação. Ocorre um hiperestrogenismo (hormônio feminino LDG), agindo na multiplicação dos adipócitos, formando megadipócitos que comprimem a microcirculação, piorando o ciclo vicioso visto anteriormente; Psicológicos; Hiperlordose exagerada; Disfunção hepática; Disfunção gastrointestinal; Bebidas alcoólicas; Cigarro; Estresse. - Locais: Compressivos internos: tumores, gravidez, constipação, alterações ginecológicas, etc. Compressivos externos: vestuários, cintas; Tratamentos inadequados: massagem violenta. Apesar da pouca divulgação e conhecimento da população e da própria classe médica, há alguns exames específicos para fins de diagnóstico, como a videocapilaroscopia por fibra 31 ótica, videotermografia computadorizada e ultrassom. Entretanto, como a celulite é facilmente reconhecida pela textura da pele, que apresenta um endurecimento do tecido de sustentação e a formação de nódulos, seguido do fato destes exames terem um alto custo, além de não serem cobertos por Planos de Saúde, esses exames quase nunca são realizados ou solicitados. Também se alia ao fato desses exames ainda não contarem com embasamento científico. As outras maneiras de diagnosticar a celulite são: Termografia cutânea: método obtido por meio de contato por cristais líquidos microencapsulados, um elemento importante para a prática de diagnóstico da celulite, além de ser econômico. Com este método, poderemos ver por meio de cores (cromaticidade) a irrigação sanguínea da pele e do tecido subcutâneo, determinando as áreas celulíticas; Termometria cutânea: método que dá resultado exato. Realiza-se por intermédio de diversos tipos de termômetros e permite observar ou precisar os pontos mais frios e quentes; Xerorradiografia: é uma técnica que permite assimilar a presença de áreas nas quais o tecido tem maior ou menor densidade, bem como permite observar a diversidade de estruturas se são duras ou moles, assim como a passagem entre os tecidos, diferenças entre o tecido cutâneo, subcutâneo e muscular e as modificações que podem produzir-se nesses tecidos; Ecografia Bidimensional: é um método de alto custo com a necessidade de profissionais altamente qualificados para a interpretação. Indica a presença de nódulos e o diâmetro e textura do tecidoconectivo envolvido, indicando às alterações do tecido e da circulação local. A termorregulação utilizada para medir a alteração térmica da pele, não pode ser arquivada para ser comparada com exames posteriores, e é um sistema influenciado pela temperatura ambiente e pela temperatura do próprio paciente. Teoricamente, no lugar onde há mais celulite há menor atividade circulatória, o que pode ser medido por um sistema térmico, mas existem muitas variáveis que influenciam no resultado, o que prejudica a utilização deste método como diagnóstico científico para realizar uma comparação de resultados antes e depois de um determinado tratamento. 32 Visão de uma Termografia; as áreas mais escuras demonstram circulação mais deficiente. Fonte: www.suframa.gov.br. O mesmo ocorre com a fotografia, pois é difícil tirar duas fotos em épocas diferentes, com exatamente a mesma quantidade de luz e no mesmo ângulo, tornando a quantificação de resultados muito difícil. Para que os diversos métodos de avaliação da celulite tenham comprovação científica, é necessário o uso de metodologia científica. Assim, seria possível excluir as influências psicológicas e as avaliações tendenciosas. Algumas pacientes, com alterações psicológicas de distorção da própria imagem corporal, veem celulite ou gordura localizada onde não existe. Seria necessário também que os parâmetros de medição de melhora fossem confiáveis. A pesquisa científica sobre celulite é difícil, porque tem muita variável que não chama a atenção dos profissionais envolvidos, que não a veem como uma doença. O fato de a disfunção ser encarada apenas como disfunção estética e não como doença leva a comunidade médica a não encará-la com o devido respeito. Mas, o tratamento destas alterações estéticas deveria ser encarado como uma necessidade para a melhora da qualidade de vida. Se o fator psicológico não for trabalhado em pacientes que destroem a própria imagem, nenhum tratamento estético mostrará resultados visíveis a este tipo de paciente, complicando o trabalho e a reputação do profissional. As únicas avaliações realizadas quando a paciente chega à clínica é a Avaliação Antropométrica, em que é medido o IMC (Índice de Massa Corporal, dividindo-se o peso pela altura ao quadrado) e a cirtometria. No entanto, esses índices são mais úteis no caso de gordura 33 localizada. No caso de celulite, o ideal são fotos tiradas antes e depois do tratamento para comparações. - Como Tratar a Celulite: O combate à celulite é realmente uma guerra, em que são travadas várias batalhas com muitos soldados (tratamentos). Além dos vários tratamentos, a colaboração da paciente é primordial para que bons resultados sejam alcançados e que a mesma tenha a sua satisfação garantida. O primeiro passo é a correção de vários fatores, nunca esquecendo que o melhor tratamento é a prevenção. Só que a realidade é que a maioria das mulheres só procura tratamento quando já estão nos estágio II, III e até IV. Neste último caso, somente há tratamento com a intervenção médica, com tratamentos que serão citados mais à frente. O papel do profissional de estética ou médico é o de atuar sobre os fatores predisponentes (também orientando a paciente), melhorar a microcirculação, degradar triglicerídeos e despolimerizar os mucopolissacarídeos. A seguir mostraremos algumas modalidades de tratamento que auxiliam no combate à celulite. Vale ressaltar que esses tratamentos repetem-se quando falamos a respeito de gordura localizada e obesidade, pois os dois estão muito próximos no objetivo de degradar os triglicerídeos e despolimerizar os mucopolissacarídeos. Também veremos que podem mesclar- se com o de flacidez em consequência à apresentação do aspecto flácido desta forma. A falta de trabalhos científicos que comparem a eficácia dos tratamentos é um dos grandes problemas para se conquistar a confiança da cliente. Os tratamentos estéticos em conjunto com a boa alimentação, exercícios físicos, suplementos, eliminação dos agentes causais como tabagismo e vestuário apertado levarão aos bons resultados. Outro ponto a ser levado em consideração é a diferença de resultados entre os organismos Alguns suplementos e princípios ativos auxiliam no combate à celulite. A seguir veremos como tais suplementos agem em nosso organismo: 34 L-carnitina: tem como objetivo aumentar o consumo das gorduras, com isto auxilia na queima de gorduras nas regiões comprometidas pela celulite; Castanha-da-índia: a castanha estimula a circulação cutânea e de retorno, auxiliando assim na eliminação de toxinas subcutâneas; Centelha asiática: da mesma forma que a castanha-da-índia a centella asiática estimula a circulação cutânea e de retorno, auxiliando na eliminação de toxinas subcutâneas; Ginkgo biloba: o ginkgo atua ativando a microcirculação, aumentando a perfusão de oxigênio aos tecidos. Seguem alguns tratamentos estéticos disponíveis para ajudar a combater a celulite. Drenagem linfática: é indicada em razão ao problema de retenção hídrica, apesar de não termos resultados significantes nos graus III e IV. Trata-se de uma massagem suave, com movimentos lentos e rítmicos que ajuda a eliminar líquidos retidos e toxinas, facilitando o escoamento da linfa, melhorando a circulação sanguínea e eliminando as toxinas. Pode ser Manual (com as mãos) ou Mecânica (por aparelhos); Endermologia: é um tipo de massagem mecânica realizada por intermédio de um aparelho que produz um vácuo (pressão negativa), que puxa e solta a pele, acompanhado de movimentos que seguem a circulação linfática. Estimula a dissolução dos nódulos e a eliminação da gordura, melhorando muito o processo de celulite; Endermologia. Fonte: Tutoria e Interação – 2008. 35 Indermoterapia: é uma técnica de drenagem linfática com sucção da pressão negativa, feita por ventosas e roletes que exercem compressão sobre os tecidos celulíticos, para que seu aspecto característico seja atenuado. Diminui a extensão da região afetada e melhora a pele como um todo; Intrademoterapia: medicamentos ministrados via intradérmica (injetados) na região afetada com ação lipolítica. Para sucesso desta técnica, a gordura excedente tem que ser eliminada por outros métodos, mas de preferência exercício físico. Caso contrário, a gordura volta para o local de onde saiu e pode até aumentar. A intradermoterapia, que só pode ser realizada por médicos capacitados; deve ser combinada com outras técnicas, como a drenagem linfática manual ou sucção, para um melhor resultado, pois o método isolado não é capaz de resolver o problema da celulite. Falaremos melhor deste método posteriormente; Eletrolipoforese: agulhas finas, as mesmas usadas na acupuntura, ligadas a um aparelho especial que funciona com correntes polarizadas que são introduzidas na pele. Elas transmitem impulsos elétricos que melhoram a microcirculação, com a melhora do fluxo linfático e sanguíneo, que produziria a dissolução dos nódulos de celulite. Esta técnica também pode ser realizada com grandes placas finas de silicone condutivo, sendo uma maneira mais segura de ser realizada; Eletrolipoforese com agulhas. Fonte: redeparede. Subincision: pequena intervenção cirúrgica, recomendada para as depressões provocadas pela celulite mais avançada. Pode ser realizada isoladamente para as depressões mais recentes e rasas, ou associada a uma lipoescultura, no caso das mais antigas. Consiste em seccionar as fibroses no tecido subcutâneo para reduzir as depressões decorrentes de "celulite" 36 (aspecto "casca de laranja"). É indicado para celulite grau 3 e 4. A subincision simples é feita no consultório, com anestesia local, e a paciente volta para casa logo depois do procedimento. O médico usa uma agulha fina e cortante para romper as fibras enrijecidas, que repuxam a peleem algumas áreas e formam os furinhos. Não precisa de pontos nem deixa cicatriz. O processo é rápido, levando em média dois minutos para corrigir cada depressão. Não precisa lembrar que se trata de um procedimento médico; Iontoforese: esta técnica consiste na introdução de medicamentos na pele, por meio de corrente galvânica. Placas específicas são aplicadas na área afetada, ajustadas com bandas elásticas. Sua intensidade varia de 5 a 15 MA, num tempo máximo de 30 minutos. Na metade da seção, inverte-se a polaridade do aparelho. As substâncias utilizadas durante o procedimento são soluções que estimulam a despolimerização dos mucopolissacarídeos do tecido conjuntivo e a degradação dos triglicerídeos; Ultrassom: aparelho que emite ondas de baixa frequência em uma profundidade de 3 a 4 cm, agitando as moléculas de água da região, que se colidem com as células adiposas, promovendo a eliminação de gordura e toxinas. Esta técnica não é eficiente para casos críticos de celulite e nem apresenta bons resultados se usada isoladamente. Alguns pregam a utilização para fazer penetração de substâncias (fonoforese); Manthus: é um equipamento computadorizado, constituído por geradores de Ultrassom e Correntes para tratamento de Hidrolipodistrofia ginoide (celulite) e gordura localizada. Também utiliza as terapias combinadas, constituídas por um potente transdutor de ultrassom 3 MHz (45W), associado a um transdutor de estímulos elétricos tripolares, produzindo correntes de média frequência, bem como correntes polarizadas de grande penetração; Termoterapia: a termoterapia de aplicação localizada e controlada permite que ocorra uma vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo e nutrindo os tecidos, bem como o aumento da permeabilidade celular, facilitando a penetração de ativos. O disparo da termogênese local é um dos principais efeitos, pois é capaz de mobilizar os tecidos adiposos e celulíticos a fim de diminuir a resistência dos mesmos e suprimi-los. Para combater a celulite, alguns cuidados básicos podem auxiliar, além de participarem da prevenção. A temperatura corporal é mais fria onde há celulite, que também piora com a gravidez e antes da menstruação. A celulite nos graus III e IV é dolorida. 37 Tomar líquidos (água, sucos) ajuda no tratamento da celulite. Cremes para celulite melhoram em até 10%, mas devem ser aplicados diariamente. Não há melhora em camas ginásticas passivas. A lipoaspiração não elimina a celulite. A dieta balanceada é fundamental para se obter um bom resultado. 2.2 Flacidez A flacidez é a falta de tonicidade da pele ou músculo. A flacidez refere-se ao estado mobilizado, frouxo ou lânguido do tecido. Ela pode ser muscular ou cutânea, sendo a sua causa multifatorial, o que incluem fatores genéticos, ambientais e de maus hábitos, como o sedentarismo. Não há um fator único e específico que cause flacidez. A maior causa da flacidez muscular é a falta de exercícios físicos, pois quando os músculos não são solicitados com certa frequência, suas fibras atrofiam-se. O sedentarismo é considerado um dos fatores mais frequentes para seu aparecimento, seguido pela perda de massa muscular e aumento do depósito gorduroso (o que acontece nos idosos acima de 60 anos, em especial). Esses processos são decorrentes do envelhecimento fisiológico, que tem seu início por volta dos 30 anos. Quanto à flacidez tissular, percebe-se que a maior incidência de casos é na mulher, em consequência de fatores hormonais e à gestação. Porém, outros fatores, como o excesso de sol (fotoenvelhecimento), sedentarismo, alimentação inadequada e efeito sanfona, contribuem para o envelhecimento fisiológico, que tem seu início por volta dos 30 anos. Os idosos também repõem menor quantidade, o colágeno e a elastina, que são as fibras mais importantes da tonicidade da pele. Cirurgias que promovam perda de peso rápida também favorecem a flacidez. Previni-la é o melhor tratamento, principalmente no caso da tissular, com exercícios físicos, alimentação rica em proteínas e dita balanceada, evitar efeito sanfona, uso de cremes que aumentam o tônus e a hidratação. 38 Os que possuímos hoje no mercado são correntes bioelétricas, como as microcorrentes, carboxiterapia, procedimentos que utilizam laser e cosmecêuticos que sejam precursores de colágeno, como a vitamina C e hidroxiprolina (aminoácido). Os maus hábitos alimentares, que levam ao acúmulo de gordura, provocam a perda do manto hidrolipídico, que é responsável pela nutrição da pele, interferindo no processo do aparecimento da flacidez cutânea. Como fatores principais para ocasionar a flacidez: quadril retrovertido, predisposição genética, idade, sol em excesso, maus hábitos alimentares e vestuário inadequado, que dificulta a circulação sanguínea e linfática, o que leva a não eliminação das toxinas, altera o pH do tecido e facilita o aparecimento da celulite flácida. Além disso, há o problema do trauma mecânico, que deforma a silhueta em razão à compactação do tecido adiposo (fibrose) abaixo da roupa. A ocupação inadequada deste nos locais onde encontra espaço para sua acomodação forma a "gordura localizada", juntando-se a flacidez (Fisioterapia Dermatofuncional – Souza, F.A.). Diferença entre flacidez de pele e flacidez de músculos: A flacidez tecidual ou tissular refere-se quando a pele fica flácida, frouxa; já a muscular se refere quando os músculos se encontram de uma maneira “mole”, não tonificada. A pele geralmente está sobreposta ao músculo e acompanha a tonicidade do mesmo. Se o músculo está flácido, a pele também parece flácida, porém se a pele está flácida e o músculo tonificado, então a aparência não é tão evidente. A pele tem um tecido e o músculo é outro. O músculo espessa ou “cresce” conforme os exercícios, já a pele não (Fisioterapia Dermatofuncional – Souza, F.A.). Para um tratamento adequado, é necessária uma avaliação rigorosa com uma boa diferenciação dos dois tipos de flacidez. Veremos a seguir quais procedimentos devem ser adotados: 1- Flacidez Dérmica: com os dedos polegar e indicador em forma de pinça, aperte e estique o bumbum. Se quando soltar a pele voltar ao normal e ficar esticada, não há flacidez dérmica. Mas se demorar a normalizar, a flacidez está presente. 39 2- Flacidez Muscular: contraia a musculatura da área. Se o músculo apresentar mobilidade e contornos não definidos, isso é sinal de flacidez. Especialistas alertam que a flacidez é favorecida por uma rotina de perder e ganhar peso inúmeras vezes. Cada vez que você emagrece, perde um pouco de músculos, principalmente se o emagrecimento for brusco e se acompanhado pelo sedentarismo. O combate aos radicais livres, que levam à redução da produção de colágeno deve fazer parte do tratamento, e pode ser realizado por intermédio da ingestão de alimentos ricos em proteínas como: carnes, peixes e ovo, e de alimentos ricos em antioxidantes, como as vitaminas A, C, E o ômega-3, contido, por exemplo, no salmão. Outra dica é a aplicação de cremes que contenham alfahidroxiácidos, retinoides, DMAE e a Idebenona, descoberta recentemente. Além disso, temos outras dicas importantes: A prática de musculação três vezes por semana é peça chave no combate à flacidez. Peça para o seu instrutor da academia montar um programa específico para fortalecer os músculos das áreas do seu corpo mais atingidas pelo problema; Os exercícios aeróbios também são recomendados porque melhoram o condicionamento físico e ajudam na perda de peso. As opções são variadas: caminhada, corrida, bicicleta, natação e patinação; Mude sua alimentação. Consuma mais proteínas, soja, laticínios, frutas e verduras e diminua o consumo de frituras e alimentos gordurosos em geral; Lembre-se de sempre usar filtro solar. Ele protege a pele contra o envelhecimento precoce e contra a flacidez dérmica outissular. Tratamentos estéticos eficazes: Vamos relacionar alguns tratamentos que podem ajudar a acabar com a flacidez. Mas, somente associados a exercícios físicos, estes tratamentos podem ajudar bastante, na melhora da firmeza da pele. 40 Intradermoterapia ou Mesoterapia: aplicação, com o uso de agulhas finas, de substâncias que estimulam a produção de colágeno, melhorando a flacidez dérmica. A indicação é de 10 a 15 sessões com periodicidade semanal; Carboxiterapia: que terá seu próprio capítulo; Ácido L Poliláctico: mais conhecido como Sculptra. Este ácido tem a capacidade de produzir novos colágenos no nosso corpo, por isso é usado para combater a flacidez dérmica. Deve ser aplicado com injeções em áreas de formação de sulcos da face, como o bigode chinês e flacidez, como o contorno facial, o pescoço, o colo e o dorso das mãos. A indicação é, em média, de três sessões mensais, uma proposta interessante é a realização de uma única sessão na face em mulheres jovens para prevenir o avanço da flacidez; Thermacool, Accent ou Aluma: são aparelhos que emitem energias de radiofrequência, que penetram profundamente na pele produzindo contrações imediatas no colágeno da pele. Com o passar do tempo um novo colágeno é produzido, deixando a pele com aspecto mais firme. O tratamento varia de 1 a 10 sessões, dependendo do tipo de aparelho. Também são usados para combater a gordura localizada e a celulite; Luz Intensa Pulsada: tecnologia que possibilita a aplicação de ondas luminosas com energias precisas (semelhantes ao laser), que atingem o tecido alvo, o colágeno danificado, produzindo sua reestruturação. Proporciona melhora do relevo da pele reduzindo rugas finas, manchas e vasinhos superficiais. Interessante também como tratamento de manutenção; Peeling de Cristal + Ácido Retinoico: é um moderno tratamento que promove a renovação celular de forma progressiva. Consiste em um peeling físico (mecânico) realizado com um jato de cristais na pele associado ao ácido retinoico (peeling químico); Bandagem Crioterápica ou Fria: também combate a celulite e a gordura localizada. É definida pela aplicação de uma solução a base de cânfora e mentol nas áreas atingidas, provocando uma queda de temperatura local. Com isso, o organismo utiliza os lipídios de reserva, para recuperar seu equilíbrio térmico, e desta forma há redução de volume onde as bandagens foram aplicadas. O choque térmico sobre a pele provoca a retração das fibras dos tecidos da derme reduzindo a flacidez. O aumento da circulação sanguínea favorece a drenagem linfática, auxiliando na melhora do quadro celulítico; Corrente ou Estimulação Russa: corrente excitomotora de média frequência que tem por objetivo melhorar o tônus da musculatura, combatendo a flacidez. Essa modalidade de corrente consegue gerar tanto o fortalecimento muscular, quanto o aumento do trofismo muscular, determinando, assim, a reversão do quadro; 41 Criotermólise: é a utilização simultânea da crioterapia, termoterapia, dermotonificação e ionoforese estão unidas neste único equipamento para atuar nos tratamentos de flacidez dérmica, pré e pós-cirúrgico, bem como na mobilização da gordura localizada e celulite; Accent: aparelho de radiofrequência que produz grande quantidade de calor na área tratada. Esse aumento de temperatura acelera a produção de colágeno, substância que dá firmeza e sustentação à pele. Reduz também a gordura localizada e diminui o aspecto da celulite no bumbum, pernas e na barriga. 2.3 Gordura Localizada e Obesidade É impossível falar de gordura localizada sem citar a obesidade. Não que pessoas com a gordura localizada sejam consideradas obesas, mas a fisiologia da formação das duas disfunções é a mesma, sendo a primeira em depósitos específicos e a segunda, mais distribuída corporalmente. Outro ponto importante é diferenciar a gordura localizada e a celulite, e os conceitos de lipogênese e lipólise. Na gordura localizada, só há acúmulo de adipócitos, o paniculoadiposo está normal. Já na celulite, o panículo adiposo apresenta edema e esclerose. Na lipogênese, há um balanço energético positivo dos triglicerídeos formados a partir dos ácidos graxos livres e glicerol. Estes últimos depositam-se no adipócito. Na lipólise, o balanço energético é negativo, os triglicerídeos são fracionados em ácidos graxos e glicerol, indo para a corrente sanguínea e sendo queimados. Introdução A obesidade, segundo a O.M.S (Organização Mundial de Saúde), é uma doença causada pelo excesso de gordura no organismo. A obesidade é considerada um problema de saúde pública, em razão a sua alta incidência na população em geral. De acordo com os dados da Organização, dos seis bilhões de habitantes do planeta 23,4% estão com excesso de peso. No Brasil, calcula-se que 40% da população estejam acima do peso normal. 42 O fenômeno da obesidade também é conhecido como nediez ou pimelosa, que origina da palavra grega pimelé, que significa gordura, com o radical ose, que significa processo mórbido. Só por esta definição já é possível obter uma idéia do quão grava pode se tornar esta doença. Pode-se entender como obesidade o acúmulo excessivo e patológico de gordura no organismo, que atinge tanto a seres humanos quanto a animais. As células adiposas fazem parte do tecido conjuntivo comum, porém a maioria delas se agrupa no tecido adiposo espalhado pelo corpo. Em pessoas de peso normal, o tecido adiposo corresponde a 20 - 25% do peso corporal na mulher e 15 - 20% no homem (JUNQUEIRA & CARNEIRO, l999). O tecido adiposo é o maior depósito de energia (sob a forma de triglicerídeos) do corpo. As células hepáticas e o músculo esquelético também acumulam energia, mas sob a forma de glicogênio. Como a alimentação é feita a intervalos, e os depósitos de glicogênio são menores, é importante a existência dos grandes depósitos de triglicerídeos que são usados para fornecer entre as refeições. Além do papel energético, o tecido adiposo tem outras funções. Localizando-se embaixo da pele, modela a superfície, sendo em parte responsável pelas diferenças de contorno entre o corpo da mulher e do homem. Forma também coxins absorventes de choques, principalmente na planta dos pés e na palma das mãos. Como as gorduras são más condutoras de calor, o tecido adiposo contribui para o isolamento térmico do organismo. Além disso, preenche os espaços entre outros tecidos e auxilia a manter certos órgãos em suas posições normais (JUNQUEIRA & CARNEIRO, l999). Somente 5% das obesidades são de causa endócrina. Em geral a causa se deve ao sedentarismo, maus hábitos alimentares, principalmente na infância, causas psicológicas (estresse, depressão, ansiedade) e também, genéticas (a chance é de 70% para quem tem pais obesos). O teor de gordura no corpo gira em torno de 22% para a mulher e 15% para os homens. Índices superiores devem levar à investigação quanto ao local onde estão depositados os excessos de gordura (fígado ou superfície corpórea). Segundo DÂMASO (2001), a obesidade pode ser classificada em quatro tipos, de acordo com a distribuição dos depósitos de gordura: 43 TIPO I - Caracterizado pelo excesso de massa adiposa corporal total sem concentração particular; TIPO II - Caracterizado pelo excesso de gordura subcutânea na região abdominal e do tronco, também conhecida como do tipo androide ou obesidade do tipo "maçã", pois o aspecto corporal do indivíduo assemelha-se a esta fruta. A obesidade tipo II está associada ao aumento da fração LDL-C, estimulando o desenvolvimento de problemas cardiovasculares e a resistência à ação da insulina. Este tipo de obesidade manifesta-se, sobretudo, nos homens sob efeito hormonal da testosterona e de corticoides; TIPO III - Caracterizado pelo excesso de gordura visceroabdominal, que também está associada a problemas cardiovascularese a resistência à ação da insulina; TIPO IV - Caracterizado pelo excesso de gordura glúteo-femural, também conhecida como do tipo ginoide ou obesidade do tipo "pêra". A obesidade do tipo IV pode estar mais suscetível a alterações nos períodos de gestação (principalmente repetidas) e desmame precoce. Este tipo de obesidade manifesta-se principalmente em mulheres sob efeito hormonal dos estrógenos, em geral a partir da puberdade. A obesidade quanto ao padrão regional de gordura pode ser avaliada de acordo com a relação abdômen/quadril (McARDLE, l998). Como obter a relação? Medir a circunferência ao redor do abdômen ao nível do umbigo, estando de pé e relaxado, sem encolher a barriga; Medir a circunferência do quadril, sobre as nádegas onde a circunferência é maior; Dividir a medida da cintura pela medida do quadril. Relação de risco significativo para a saúde: Homens: > 0,95cm* Mulheres: > 0,80cm (McARDLE, 1998) * Alguns autores consideram a medida para homens > 0,90cm 44 A obesidade pode, ainda, ser classificada fisiologicamente, em hipertrófica, hiperplásica e hipertrófica/hiperplásica. A obesidade hipertrófica está relacionada ao aumento no tamanho das células de gordura (adipócitos), e ocorre frequentemente em adultos. A obesidade hiperplásica representa o aumento no número de adipócitos, ocorrendo principalmente nos primeiros anos de vida, na adolescência e em períodos de gravidez (último trimestre da gravidez), tornando-se estes susceptíveis ao desenvolvimento de obesidade. Já a obesidade hipertrófica/hiperplásica relaciona-se ao aumento tanto no número quanto no tamanho das células de adipócitos, e ocorre em períodos similares a hiperplásica (DÂMASO, 2001). A obesidade quanto ao grau de morbidade pode ser classificada, entre outros, por meio de métodos antropométricos: IMC e medidas das dobras cutâneas. O IMC (índice de massa corporal) é a medida de diagnóstico populacional mais utilizada para estudos epidemiológicos. Este é obtido, medindo-se o peso (kg) e a estatura (m) do indivíduo. A partir dos valores obtidos, calcula-se o IMC (kg/m2), dividindo-se o peso pela altura ao quadrado, podendo-se, então, identificar o grau de obesidade (DÂMASO, 2001). De acordo com o cálculo do seu IMC (índice de massa corpórea), a partir de seu peso e altura, temos o seguinte: < 20=Magro 20 a 25 = Normal 25 a 30 = Sobrepeso >30 = Obeso. 45 A gordura localizada abdominal é a mais comum e mais prejudicial à saúde. Fonte: www.hipertrofia.org. A obesidade na adolescência está associada a vários problemas, sendo mais prevalentes as consequências deletérias na área psicossocial e a persistência de obesidade na idade adulta, acompanhada de suas comorbidades. Alguns estudos revelam que 50% das crianças obesas aos seis meses de vida e 80% daquelas aos cinco anos, serão sempre obesas. Um adolescente obeso tem mais de 70% de vir a ser um adulto obeso (VIUNISKI, 2000). A presença da obesidade pode ocasionar diversas alterações metabólicas e associações com vários tipos de doenças tais como: hipertensão, diabetes, doenças coronarianas, problemas respiratórios, além de diminuir a longevidade. De acordo com estatísticas da O.M.S, somente 60% dos obesos chegam aos 60 anos, em comparação a 90% das pessoas magras. Apenas 30% dos obesos chegam atingir 70 anos, enquanto 50% dos magros o fazem. A idade de 80 anos é alcançada por apenas 10% dos obesos, comparando-se a 30% dos magros, perfazendo-se a razão de um para três. Prevenção e Tratamento: 46 O novo conceito de tratamento para obesidade baseia-se em quatro pontos: a reeducação alimentar, a prática de atividades físicas prazerosas, a mudança de pensamento em relação à obesidade e em alguns casos a adoção de remédios mais recentes, que em vez de diminuir a fome, aumentam a saciedade e diminuem a absorção da gordura (SATO, 2001). A atividade física vem sendo utilizada ao longo dos anos como um dos principais recursos para combater e controlar a obesidade. O estilo de vida moderno, no entanto, que tem como característica básica à inatividade física, não favorece em nada para que o índice de obesidade no mundo possa diminuir (DÂMASO, 2001). Muitas pessoas fazem dezenas e centenas de abdominais para eliminar a gordura localizada. O abdominal é um exercício que ajuda a definir e fortalecer o abdômen, deixando mais forte esta região. Para eliminar a gordura localizada na região do abdômen o exercício ideal para queimar gordura é o aeróbico: é um exercício de grande duração e intensidade (caminhada, corrida, natação, bicicleta, transport, ginástica aeróbica, dança, etc.). Na adolescência, as mudanças corporais e psicológicas, reforçam a necessidade de uma atividade física, principalmente durante o estirão, pois estimula a proliferação dos chamados osteoblastos (células que contribuem para o crescimento do tecido ósseo) (BODY, l997). As duas áreas de prioridade nas estratégias de prevenção, controle e tratamento da obesidade são os incrementos do nível de atividade física e a melhora na qualidade da dieta. O mais importante em termos de incremento do nível de atividade física é o estímulo para evitar os hábitos sedentários e a adoção de um estilo de vida ativa. Para BODY (l997), existem várias evidências científicas apontando que o controle da ingestão alimentar associado ao exercício físico ou atividade física regular é mais efetivo no controle do peso corporal. Um controle alimentar pode não ser suficiente, nem a solução para a reversão do estado de maior adiposidade em jovens, uma vez que alterações na dieta nessas idades podem causar deficiências na ingestão de importantes nutrientes ao próprio crescimento e ao estado de saúde. A par disso, desde que a maior causa da obesidade na adolescência seja o baixo nível de prática de atividade física, talvez investir na tentativa de reverter esse quadro de inatividade física possa ser a melhor e a mais saudável opção na diminuição da quantidade de gordura (GUEDES, l997). 47 Os exercícios devem ser realizados regularmente cerca de três a cinco sessões por semana. Apesar de os programas envolvendo níveis de intensidade e duração suficientes produzirem algumas melhorias cardiorrespiratórias, em vigência de uma frequência de treinamentos inferior a três dias na semana, são mínimas ou inexistentes as perdas ponderais e da gordura corporal observadas. Além disso, as melhorias no endurance cardiorrespiratório variam somente entre mínimas e modestas, nos programas que preveem um número inferior a três sessões por semana (geralmente abaixo de 10%). Os participantes de programas cuja frequência varia entre uma a duas sessões por semana frequentemente se queixam de que suas sessões de exercício são muito espaçadas, quebrando a continuidade do treinamento. Outra queixa comumente ouvida é a seguinte: "É como se eu estivesse sempre reiniciando o programa a cada sessão." A experiência dos autores demonstra que tais impressões frequentemente levam à desistência (POLLOCK, 1993). O esquema de dias alternados é o mais frequentemente recomendado, pois o tempo de descanso entre as sessões deve ser preciso para que as adaptações fisiológicas e musculoesqueléticas ocorram e os indivíduos não sofram lesões, entre fadiga muscular ou perda de condicionamento físico por sessões muito espaçadas (POLLOCK, l993). Um tema relacionado ao conceito da intensidade dos exercícios, sobre o qual muito pouco se conhece, é a função do treinamento de resistência nos programas de controle de peso. Parece realmente claro que o treinamento de resistência pode auxiliar os jovens a melhorarem sua força muscular e resistência, desta maneira auxiliando seu desempenho e participação futura em esportes e atividades de dança. Como o treinamento de força, em geral, envolve levar os grupos musculares durante todo
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