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CARBOXITERAPIA-ENDERMOLOGIA-MICROAGULHAMENTO-E-CRIOLIPOLISE

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 5 
2 MICROAGULHAMENTO APLICADO ÀS DISFUNÇÕES 
CORPORAIS.... ....................................................................................................... 6 
2.1 Tipos de microagulhamento .......................................................... 6 
2.1.1 Microagulhamento por rolete .......................................................... 7 
2.1.2 Microagulhamento elétrico ............................................................. 8 
2.2 Mecanismo de ação ...................................................................... 9 
2.3 Aplicabilidade nas disfunções estéticas corporais ...................... 12 
2.3.1 Flacidez da pele ........................................................................... 13 
2.3.2 Estrias e cicatrizes ....................................................................... 14 
2.3.3 Hiperpigmentação ........................................................................ 15 
2.3.4 Método de aplicação dos dispositivos .......................................... 17 
3 CRIOLIPÓLISE .................................................................................. 18 
3.1 Fundamentos da técnica de criolipólise ...................................... 18 
3.2 Efeitos fisiológicos da criolipólise ................................................ 21 
3.2.1 Apoptose ...................................................................................... 21 
3.2.2 Reperfusão ................................................................................... 23 
3.3 Contraindicações e riscos da criolipólise..................................... 24 
4 PRÁTICA DA CRIOLIPÓLISE ........................................................... 27 
4.1 Indicações terapêuticas para cada indivíduo .............................. 27 
4.2 Local e posicionamento corporal para a realização da 
criolipólise....... ................................................................................................... 30 
4.3 Parâmetros de ajustes do equipamento de criolipólise ............... 34 
 
3 
 
5 ENDERMOLOGIA VIBRATÓRIA ....................................................... 37 
5.1 Técnica de endermologia vibratória ............................................ 37 
5.2 Efeitos fisiológicos e terapêuticos da endermologia vibratória .... 41 
5.3 Aplicação da pressoterapia na prática clínica ............................. 43 
6 VACUOTERAPIA (ENDERMOLOGIA) .............................................. 46 
6.1 Técnica de vacuoterapia ............................................................. 47 
6.1.1 Vacuoterapia X endermoterapia ................................................... 48 
6.2 Efeitos fisiológicos desencadeados pelo uso da vacuoterapia ... 49 
6.3 Aplicação da técnica de vacuoterapia na prática clínica ............. 53 
6.3.1 Manobras ..................................................................................... 54 
6.3.2 Parâmetros de utilização .............................................................. 55 
6.3.3 Cuidados na aplicação ................................................................. 55 
6.3.4 Aplicabilidade nos tratamentos faciais ......................................... 56 
6.3.5 Aplicabilidade nos tratamentos corporais ..................................... 57 
7 CARBOXITERAPIA ........................................................................... 61 
7.1 A pele .......................................................................................... 61 
7.1.1 Tecido epitelial ............................................................................. 61 
7.1.2 Epiderme ...................................................................................... 61 
7.1.3 Derme .......................................................................................... 61 
7.1.4 Hipoderme .................................................................................... 62 
7.2 Reparação tecidual ..................................................................... 62 
7.3 Estrias ......................................................................................... 64 
7.4 A Carboxiterapia e a busca pelo corpo perfeito .......................... 66 
7.4.1 Aplicação Química ....................................................................... 68 
 
4 
 
7.4.2 A Carboxiterapia no tratamento da celulite .................................. 70 
7.4.3 A Carboxiterapia no tratamento da gordura localizada ................ 73 
7.4.4 A Carboxiterapia no tratamento de estrias ................................... 74 
7.5 Ação da Carboxiterapia do Tecido Conjuntivo ............................ 77 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 78 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor 
e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. 
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos 
ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, 
as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2 MICROAGULHAMENTO APLICADO ÀS DISFUNÇÕES CORPORAIS 
 
O microagulhamento foi inicialmente introduzido para o tratamento de 
cicatrizes e o rejuvenescimento, porém, com os avanços dos estudos, essa técnica 
está sendo usada para uma ampla gama de alterações inestéticas. O grande 
número de relatos sobre os resultados gerados com o uso dessa técnica levou ao 
aprofundamento das pesquisas sobre o mecanismo de ação e modernização dos 
métodos de aplicação (SAGAH, 2020). 
 
2.1 Tipos de microagulhamento 
Em 1994, Orentreich e Orentreich relataram pela primeira vez a aplicação 
de agulha para o tratamento de cicatrizes de acnes e rugas, com a técnica de 
subcisão para a liberação de septos fibrosos. Após três anos, Camirand e Doucet 
utilizaram uma pistola de tatuagem sem tinta para o tratamento de cicatrizes. Porém, 
no início de 2006, o Dr. Desmond Fernandes desenvolveu um dispositivo composto 
por um tambor coberto por microagulhas, chamado de roller, para realizar a terapia 
de indução percutânea de colágeno (NEGRÃO, 2015). 
Existem diferentes meios para realizar o microagulhamento, porém há dois 
principais instrumentos para a realização da técnica, conforme Alster e Graham 
(2017): 
 
 roller, conhecido como microagulhamento por rolete; 
 caneta elétrica, conhecida como microagulhamento elétrico. 
 
No Brasil, os equipamentos devem ter registro vigente na Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo classificados como equipamentos 
descartáveis e de uso único. Os equipamentos vêm em embalagem lacrada e 
 
7 
 
estéril, geralmente utilizando o método de esterilização por raio gama ou óxido de 
etileno (ETO) (NEGRÃO, 2015). 
Além do tipo de instrumento, existem variações das agulhas utilizadas nos 
dispositivos que influenciam na aplicabilidade da técnica: material, quantidade de 
agulhas, diâmetro e comprimento (SETTERFIELD, 2017). 
 
2.1.1 Microagulhamento por roleteO roller é um dispositivo com microagulhas de aço inoxidável, titânio ou 
revestidas de ouro, que são dispostas em um rolo cilíndrico em uma das 
extremidades (Figura 1). As agulhas de titânio mantêm o gume da agulha afiado por 
mais tempo e as agulhas banhadas a ouro têm ação antimicrobiana 
(SETTERFIELD, 2017). 
 
Figura 01 - Roller (dispositivo para microagulhamento por rolete). 
 
Fonte: lucas_pego/Pixabay.com. 
O comprimento das agulhas varia de 0,20 a 3mm e a quantidade de agulhas 
em cada dispositivo varia de 192 a 540 agulhas. A aplicação de um dispositivo com 
192 agulhas por 15 vezes resulta em aproximadamente 250 puncturas por cm2 , 
 
8 
 
sendo que cada passagem produz cerca de 16 micropunturas por cm2 (LIMA; LIMA; 
TAKANO, 2013). 
 
2.1.2 Microagulhamento elétrico 
A caneta de microagulhamento é um dispositivo automatizado que realiza 
as micropunturas por meio de um cartucho descartável com agulhas. Este 
equipamento tem um motor que funciona por intermédio de uma bateria ou 
eletricidade, podendo ser realizados movimentos circulares ou de vai e vem sobre 
a pele. A profundidade das agulhas é ajustada no próprio equipamento, bem como 
a velocidade de saída e entrada da agulha durante a aplicação (SAGAH, 2020). 
A principal variação entre os tipos de cartuchos disponíveis é o número de 
agulhas, pois existe uma gama de opções, podendo conter de 12 a 36 agulhas, 
sendo que os cartuchos com menor quantidade de agulhas são utilizados para tratar 
pequenas áreas de difícil acesso, como cicatrizes atróficas e estrias (Figura 2) 
(SETTERFIELD, 2017). 
 
Figura 02 - Caneta de microagulhamento elétrico (dispositivo para a 
aplicação do microagulhamento elétrico). 
 
Fonte: Andreas Skarparis/Shutterstock.com. 
 
9 
 
2.2 Mecanismo de ação 
 
O microagulhamento é um procedimento minimamente invasivo que utiliza 
um dispositivo com microagulhas finas que penetram na pele, gerando dois 
principais mecanismos de ação: a indução percutânea de colágeno (IPC) e o 
aumento da administração transdérmica de ativos (drug delivery). A base desse 
mecanismo é a estimulação mecânica produzida pelas micropunturas das agulhas 
ao serem aplicadas na pele, gerando uma lesão controlada que altera a integridade 
da pele sem danificar totalmente a epiderme (SINGH; YADAV, 2016). 
Os queratinócitos compõem 95% das células da epiderme, sendo a fonte 
principal de liberação de citocinas que modulam a resposta celular. A estimulação 
mecânica provocada pelo microagulhamento promove a dissociação dos 
queratinócitos, que por meio da comunicação celular liberam citocinas e fatores de 
crescimento, e por consequência ocorre o aumento da circulação sanguínea e, 
posteriormente, a migração dos queratinócitos para restabelecer o tecido 
epidérmico danificado (SILVA et al., 2018). 
Após a lesão gerada pela aplicação da técnica, inicia-se o processo de 
cicatrização do tecido, que pode ser dividido em três fases (SETTERFIELD, 2017). 
 
 Fase inflamatória — Duração: de 1 a 3 dias. A ação dos macrófagos 
é crucial para a cicatrização do tecido lesionado, por meio da 
remoção de resíduos e bactérias por fagocitose, e a liberação de 
fatores de crescimento que estão envolvidos no desenvolvimento do 
novo tecido. São formados anticorpos pela ativação do sistema 
imunológico, gerando uma resposta vascular que resulta em edema, 
eritema e aumento da temperatura dos tecidos. 
 
 Fase proliferativa — Duração: de 3 a 5 dias. Nesta fase ocorre a 
contração da lesão pelos miofibroblastos e a reepitelização da 
 
10 
 
epiderme. Para restabelecer o tecido e posteriormente ocorrer a 
produção de colágeno, ocorre a angiogênese (formação de novos 
vasos sanguíneos) (Figura 3), que supre o tecido com oxigênio e 
nutrientes essenciais para o processo. 
A fibroplasia ocorre de 5 a 20 dias após a lesão, com a produção de 
colágeno, elastina, glicosaminoglicanos (GAGs) e proteoglicanos. 
 
 Fase de remodelamento — Duração: de 28 dias a 2 anos. Nesta fase 
ocorre a maturação do colágeno que confere resistência ao tecido 
lesionado, podendo chegar a um aumento de 80% da tração original. 
 
Figura 03 - Angiogênese. Formação de novos capilares após o 
microagulhamento. 
 
Fonte: Adaptada de Borges (2016). 
A aplicação das agulhas com a intensão de realizar a IPC resulta na ruptura 
de capilares sanguíneos, podendo ocorrer pequeno sangramento (gotículas de 
sangue). Esse rompimento dos vasos libera o fator de crescimento endotelial 
 
11 
 
vascular (VEGF), que estimula a formação de novas células endoteliais vasculares, 
com o objetivo de compensar o comprometimento do fluxo sanguíneo que, por 
consequência, resulta na formação de novos vasos. A angiogênese 
(neoangiogênese) é fundamental para dar suporte de oxigênio e nutrientes que são 
requisitados no processo de recuperação da pele após o microagulhamento 
(SETTERFIELD, 2017). 
A pele é o órgão que reveste todo o corpo atuando como um envoltório 
protetor do organismo contra os agressores externos, a penetração de substâncias 
estranhas e no controle da perda de fluídos corporais. Esse mecanismo é chamado 
de permeabilidade seletiva, no qual a pele atua como uma barreira impermeável a 
diversas substâncias, inclusive dificultando a penetração de ativos utilizados nas 
formulações cosméticas (SAGAH, 2020). 
A aplicação do microagulhamento gera microcanais que aumentam em até 
80% a penetração de ativos na pele. Esse mecanismo é chamado de drug delivery 
e tem como objetivo a potencialização do tratamento pela entrega de ativos. 
Um estudo realizado para comparar a aplicação tópica das vitaminas A e C 
no período de oito semanas mostrou o aumento da espessura da epiderme em 22% 
na aplicação tópica isolada. Em contrapartida, constatou que quando associada à 
técnica de microagulhamento, obteve um aumento de espessura da epiderme de 
140% (BRAGHIROLI; CONRADO, 2018). 
Para observar a dinâmica de absorção passiva, foi realizado um estudo com 
a aplicação da fluoresceína após a realização do microagulhamento, no qual foi 
constatado que após 5 minutos da aplicação da técnica, obteve-se o pico máximo 
de absorção da substância, declinando nos 10 minutos seguintes e retornando ao 
parâmetro basal após 15 minutos (BRAGHIROLI; CONRADO, 2018). 
A escolha dos ativos para a realização da técnica deve estar alinhada ao 
objetivo do tratamento, sendo fundamental o profissional saber os requisitos 
essenciais das células envolvidas nesse processo e realizar uma boa avaliação de 
cada paciente (SAGAH, 2020). 
 
 
12 
 
2.3 Aplicabilidade nas disfunções estéticas corporais 
Antes de aplicar a técnica é necessário avaliar o cliente e identificar as suas 
necessidades de tratamento para selecionar os ativos necessários para a aplicação 
com a técnica e a profundidade que serão realizadas as puncturas. O resultado do 
tratamento com o microagulhamento depende da profundidade de penetração das 
agulhas na pele. Sendo assim, é classificado de acordo com o comprimento das 
agulhas (Figura 4), segundo Negrão (2015): 
 
 Microagulhamento cosmético: até 0,3mm. 
 
 Microagulhamento terapêutico: de 0,5 a 1,5mm. 
 
 Microagulhamento médico ou cirúrgico: acima de 2mm. 
 
 
Figura 04 - Comprimento da agulha. Profundidade do tecido em relação à 
aplicação dos diferentes comprimentos das agulhas. 
 
Fonte: Adaptada de Sonja Sulis/Shutterstock.com. 
A classificação auxilia na escolha do comprimento da agulha de acordo com 
o objetivo do tratamento, porém devem ser consideradas as características da pele 
a ser tratada. Para ocorrer a IPC, as agulhas devem atingir a junção 
 
13 
 
dermoepidérmica com a intenção de desencadear a cascata de cicatrização, que 
irá promover o aumento da renovação celular epidérmica e da produção de 
colágeno, elastina e GAGs (SETTERFIELD, 2017). 
 
2.3.1 Flacidez da pele 
A flacidez cutânea é um processo degenerativo dos tecidosque 
compromete o contorno corporal, no qual ocorre a atrofia dos elementos estruturais 
da pele, sendo provocado por diferentes fatores. Estruturalmente, ocorre: 
 
 redução da produção das fibras de colágeno, elastina e GAGs; 
 
 enfraquecimento das fibras de colágeno e elastina; 
 
 redução da diferenciação celular; 
 
 redução da rede vascular; 
 
 diminuição da junção dermoepidérmica. 
 
Ao longo dos anos ocorre de forma progressiva a degeneração da pele 
provocada pelo envelhecimento natural do organismo. A velocidade desse processo 
depende de diferentes fatores, como a genética, os hormônios e o estresse 
oxidativo. Além disso, os fatores extrínsecos podem contribuir para o agravamento 
desse processo, principalmente quando o tecido é submetido a cargas de tração 
excessiva, como na obesidade, na gravidez e na grande perda de peso 
(TASSINARY, 2019). 
O microagulhamento auxilia na correção da flacidez cutânea pelo aumento 
da disponibilidade de nutrientes para as células e por meio do microagulhamento 
 
14 
 
terapêutico pelo processo de cicatrização do tecido lesionado. O tratamento 
também ocorre pelo grande estímulo que a pele sofre na produção de colágeno 
após o microagulhamento, trazendo maior firmeza a ela (SETTERFIELD, 2017). 
 
2.3.2 Estrias e cicatrizes 
As estrias são cicatrizes provocadas por uma lesão cutânea, na qual ocorre 
o achatamento da pele devido às mudanças do número de fibras e à organização 
das fibras de sustentação da pele. Ocorre também o rompimento das fibras, que 
resulta em escaras dérmicas atróficas e lineares, com achatamento da epiderme e 
compactação dos feixes de colágeno da derme (SETTERFIELD, 2017). 
Na fase inicial, as estrias têm aparência elevada e eritematosa (estrias 
rubras), no entanto, na fase crônica, transformam-se em cicatrizes atróficas 
hipopigmentadas (estrias albas). Os locais anatômicos com maior incidência são o 
abdome, os seios, as coxas e as nádegas (SINGH; YADAV, 2016). 
O tratamento de estrias com o uso do microagulhamento consiste em 
estimular a proliferação de fibroblastos e a produção de colágeno para a 
regeneração da pele estriada. O efeito mecânico das perfurações na pele faz com 
que a derme tenha a sua tensão cicatricial diminuída, reduzindo o seu relevo 
cicatricial no caso de cicatrizes hipertróficas e melhorando o seu aspecto inestético 
(SETTERFIELD, 2017). 
Uma das primeiras aplicações do microagulhamento foi no tratamento para 
a redução das cicatrizes pós-cirúrgicas. Estudos mostram a eficácia da aplicação 
da técnica na redução de cicatrizes de queimaduras, varicela e pós-traumáticas. A 
eficácia terapêutica do microagulhamento tem como base a neovascularização e a 
neocolagênese pela liberação de vários fatores de crescimento que desempenham 
um papel importante na melhora das cicatrizes, principalmente as atróficas (ABDEL-
MOTALEB et al., 2020). 
 
 
15 
 
2.3.3 Hiperpigmentação 
As hipercromias são caracterizadas por manchas acima do tom da pele 
geradas por uma hiperatividade na produção de melanina. Ocorre a 
hiperpigmentação da pele pelo aumento da produção e deposição de melanina 
pelos melanócitos na epiderme e derme. A aplicação do microagulhamento para o 
tratamento da pele hiperpigmentada está associada ao drug delivery de ativos 
clareadores por meio do microagulhamento cosmético (SETTERFIELD, 2017). 
Sugere-se o uso de despigmentante, como ácido kójico 1 a 5%, arbutin 2%, 
biowhite 1 a 4%, melawhite 1 a 5%, whitessence 2 a 3% ou belides 2 a 5% 
(TASSINARY, 2019). 
Para auxiliar no processo de recuperação dos tecidos e otimizar os 
resultados com a aplicação do microagulhamento, é fundamental fornecer às 
células os elementos essenciais de acordo com a sua função (Quadro 1). 
 
Quadro 1. Ativos associados ao microagulhamento 
 
Fonte: Adaptado de Almeida, Silveira e Carneiro (2020); Coelho e Geitenes (2020); Kalil 
et al. (2017); Machado, Sigales e Solovy (2018); Solon et al. (2020). 
De acordo com Setterfield (2017) e Negrão (2015), apesar de ter várias 
indicações, o microagulhamento é contraindicado nos seguintes casos: 
 
 pele que apresenta irritação; 
 
16 
 
 infecções de pele na região; 
 
 rosácea ativa; 
 
 ceratose solar e eczema; 
 
 psoríase; 
 
 câncer de pele; 
 
 manchas e verrugas salientes; 
 
 úlceras ou lesões abertas; 
 
 herpes ativa; 
 
 pacientes em uso de anticoagulantes; 
 
 acne ativa; 
 
 pacientes em quimioterapia, radioterapia ou em uso de 
corticoterapia; 
 
 diabetes melito não controlada; 
 
 uso de tretinoína oral com pausa menor que seis meses; 
 
 pele queimada de sol. 
 
 
17 
 
2.3.4 Método de aplicação dos dispositivos 
Para a realização do microagulhamento é necessário que o cliente esteja 
com a pele higienizada, livre de qualquer tipo de produto cosmético ou maquiagem. 
Após a higienização, deve ser realizada a assepsia da pele com álcool ou produto 
específico que contenha clorexidina (NEGRÃO, 2015). 
A aplicação do microagulhamento por rolete (roller) no corpo é feita em 
quadrantes equivalentes a quatro vezes a largura do equipamento, e os movimentos 
são realizados em quatro direções: vertical, horizontal, diagonal direita e diagonal 
esquerda. Em cada direção de aplicação são realizadas 10 passadas ou cinco 
movimentos de vai e vem na mesma direção. Após as passadas serem realizadas, 
são aplicados os ativos selecionados (NEGRÃO, 2015). 
Durante a aplicação é necessário manter a concentração, tendo cuidado 
para não aplicar em quadrantes muito grandes, pois isso dificulta o controle dos 
movimentos e da pressão. O profissional deve parar o movimento para então 
levantar o equipamento e mudar a direção de aplicação (Figura 5). 
 
Figura 05 - Aplicação do microagulhamento por rolete. Direção da 
aplicação do dispositivo roller. 
 
Fonte: Lima, Lima e Takano (2013, p. 112). 
 
Para a aplicação do microagulhamento elétrico é necessário realizar a 
aplicação do ativo antes de aplicar a caneta na pele, para promover o deslizamento 
do dispositivo. A caneta é aplicada a 90° com movimentos lineares e circulares, de 
 
18 
 
duas a 10 passadas em cada região. Durante o procedimento, o profissional pode 
ajustar o tamanho da profundidade das puncturas no próprio equipamento. Após 
finalizar a aplicação na região, deve-se aplicar novamente os ativos 
(SETTERFIELD, 2017). 
Nos últimos anos houve aumento na procura pelo tratamento com o 
microagulhamento devido à sua eficácia, com resultados clínicos expressivos sem 
período prolongado de recuperação. Em geral, o procedimento é seguro, com 
aplicabilidade em diferentes alterações inestéticas, podendo ser realizado em 
fototipos altos de forma segura (SAGAH, 2020). 
 
3 CRIOLIPÓLISE 
3.1 Fundamentos da técnica de criolipólise 
A criolipólise é uma técnica relativamente nova indicada para redução de 
gordura localizada, cujo princípio é o resfriamento localizado do tecido adiposo não 
invasivo com temperaturas que podem variar de –5ºC a –15ºC, sendo essa 
temperatura medida na placa de resfriamento do equipamento utilizado, o que leva 
à diminuição da temperatura na superfície do tecido (BORGES e SCORZA, 2014). 
Estudos desenvolvidos nos anos 2000 por Rox Anderson, um norte-
americano, levaram em conta uma publicação da década de 1970, na qual 
pesquisadores notaram que crianças que tomavam muito sorvete após a retirada 
das amígdalas passaram a apresentar covinhas nas bochechas, as quais 
supostamente eram causadas pela redução da gordura localizada nessa parte do 
rosto que havia sido exposta à temperatura baixa do picolé. Rox, então, passou a 
pesquisar o efeito do frio nas células de gordura e como aplicar a técnica para 
favorecer a redução de gordura localizada. Desse modo, puderam constatar que a 
criolipólise causa a destruição das células de gordura de maneira seletiva sem 
 
19 
 
danificar os tecidos adjacentes,já que os tecidos ricos em lipídeos são mais 
suscetíveis a lesão pelo frio do que tecidos ricos em água (BARNES, 2017). 
Tomando esses conceitos como base, pesquisadores utilizaram o modelo 
animal para avaliar a redução de gordura, usando uma aplicação externa de frio, e 
expuseram dez áreas de um porco a temperatura de –7ºC, verificando que, após 
três meses, em todas as áreas houve redução visível e mensurável na gordura, no 
local de aplicação, e que essa redução ocorreu pela morte do adipócito por 
apoptose, sem que nenhum outro tecido sofresse qualquer tipo de dano. A partir de 
então, vários estudos comprovam a eficácia da criolipólise para redução de gordura 
localizada, sendo a principal ação de redução do tecido adiposo a apoptose das 
células de gordura, fato comprovado por análise histológica realizada (BORGES e 
SCORZA, 2014). 
Tendo em vista os resultados de eficácia da técnica e ainda a segurança, 
em 2010, a Food and Drug Administration (FDA) autorizou a aplicação da técnica 
de criolipólise em região de flancos; em 2012, ocorreu a liberação para realizar o 
procedimento em abdome, seguido, em 2014, pela liberação para aplicação em 
gordura localizada na região das coxas. Com isso, a técnica de criolipólise foi 
crescendo e ainda hoje é considerada uma das técnicas não invasivas mais 
procuradas para redução de gordura localizada. 
Segundo Borges e Scorza (2016), o dispositivo utilizado dispõe de um 
aplicador em forma de copo (manípulo), que utiliza um vácuo para realizar a prega 
da região de gordura localizada. No aplicador, há duas placas de arrefecimento, 
como se pode ver na Figura 06, os quais, quando acionados, executam uma 
transferência de calor, extraindo o calor da região, proporcionando, assim, uma 
intensa diminuição da temperatura do local, o que acarretará um processo de 
cristalização dos lipídeos no citoplasma do adipócito, levando à destruição dessas 
células. Isso gera um processo inflamatório, paniculite lobular, constituído por 
infiltrado perivascular com presença de neutrófilos e células mononucleares; com a 
evolução do processo, a paniculite se torna mais intensa, o que leva à indução da 
apoptose da célula, a qual em aproximadamente 14 dias alcança seu pico, e a partir 
 
20 
 
daí até o 30º dia após a exposição ao frio, os macrófagos presentes no infiltrado 
iniciam a fagocitose dos adipócitos apoptóticos, como uma resposta natural do 
organismo à lesão. É importante ressaltar que os danos provocados ao tecido 
adiposo são significativamente mais extensos com a diminuição da temperatura e o 
aumento da exposição do tecido a baixa temperatura (SAGAH, 2020). 
 
 
Figura 06 - Procedimento de criolipólise sendo realizado. Procedimento de 
criolipólise sendo realizado. 
 
Fonte: HDesert/Shutterstock.com. 
 
Com a apoptose sendo a principal rota de eliminação da gordura, há 
literaturas que também apontam para a eliminação da gordura por meio de lipólise 
e necrose do tecido. A lipólise ocorre logo após a aplicação da criolipólise, que altera 
diretamente o metabolismo lipídico nos adipócitos, inibindo o processo de 
adipogênese e lipogênese. Na necrose, há sempre um processo patológico e 
desordenado de morte celular, causado por fatores que levam à lesão celular 
irreversível; um exemplo desses fatores é a hipóxia/ isquemia do tecido. 
Ainda assim, a criolipólise pode ser considerada segura em relação ao 
metabolismo da gordura, pois a maioria dos trabalhos publicados em relação à 
 
21 
 
criolipólise não documentaram alteração no perfil lipídico, nem disfunções hepáticas 
(SAGAH, 2020). 
 
3.2 Efeitos fisiológicos da criolipólise 
A criolipólise consiste no resfriamento do tecido adiposo subcutâneo de 
forma não invasiva, levando à cristalização do lipídeo no citoplasma do adipócito 
(paniculite), o que acarretará a morte apoptótica das células de gordura submetidas 
à baixa temperatura. Em estudos realizados, foi possível verifi car os efeitos fi 
siológicos que levam à resposta terapêutica de diminuição da gordura localizada no 
local de aplicação do recurso (MEYER et al, 2016). Veja a seguir. 
 
3.2.1 Apoptose 
Termo conhecido para uma “morte programada” da célula, ou seja, uma 
autodestruição da célula que ocorre de maneira ordenada e com características fi 
siológicas defi nidas. É um processo que acontece relativamente rápido, já que, 
após o estímulo apoptótico, a célula evolui para uma retração e perda de contato 
com a matriz extracelular, e as suas organelas mantêm sua morfologia, com 
exceção de algumas como as mitocôndrias que podem apresentar a ruptura de sua 
membrana. A cromatina do núcleo se condensa e se junta com a membrana do 
núcleo. A membrana celular forma prolongamentos que começam a aumentar de 
tamanho e número e rompem-se em forma de corpos apoptóticos, sendo estes 
fagocitados pelos macrófagos e removidos, como se pode verifi car na Figura 07. 
 
 
 
 
 
22 
 
Figura 07 -Processo de apoptose. 
 
Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com. 
A apoptose é o principal efeito terapêutico que explica a ação da criolipólise, 
e esse evento é desencadeado pela liberação de fatores citotóxicos como fator de 
necrose tumoral (TNF) e FAS que estimulam caspases (proteases), ou seja, 
enzimas que ativam o macrófago à fagocitose dos corpos apoptóticos do adipócito. 
Sendo assim, a reação inflamatória induzida pelo resfriamento do tecido faz 
aumentar a liberação de TNF alfa que, por sua vez, induz à apoptose adipocitária. 
Imediatamente após a aplicação da criolipólise, não há nenhum dano no 
adipócito, porém, após 24 e 72 horas, inicia-se uma reação inflamatória, e em sete 
dias uma paniculite intensa que atinge o pico em até 14 dias, período em que é 
possível verificar em análise histológica uma grande concentração de células 
mononucleares e neutrófilos na região. A partir daí até 30 dias após a aplicação, os 
macrófagos começam a fagocitar os corpos apoptóticos, e as células de gordura 
começam a ser eliminadas, já sendo possível verificar os resultados estéticos; após 
30 dias, a inflamação diminui, mas a atividade fagocitária continua; de 60 a 120 dias, 
período em que há eliminação efetiva dos adipócitos, é possível entender que o 
resultado estético de redução é gradativo, iniciando-se a partir de um mês após a 
aplicação e podendo se estender até seis meses (SAGAH, 2020). 
 
23 
 
Estudos comprovam que o método em relação ao metabolismo da gordura 
após a criolipólise se dá pela apoptose, ou seja, a fagocitose dos adipócitos 
apoptóticos pelos macrófago, desencadeado pela paniculite, portanto não há 
alterações no perfil lipídico nem disfunções hepáticas após a aplicação da 
criolipólise (SAGAH, 2020). 
 
3.2.2 Reperfusão 
Outro aspecto fisiológico que justifica a ação terapêutica da técnica de 
criolipólise é o fenômeno da reperfusão. O que ocorre no fi nal da aplicação da 
criolipólise, após cessar a vasoconstricção severa causada pelo resfriamento do 
tecido e a compressão mecânica sobre os vasos por meio da pressão negativa, é o 
restabelecimento gradual do sangue na região (SAGAH, 2020). 
Nos organismos submetidos a isquemia, seguida de reperfusão, ocorre uma 
interação complexa entre alterações microvasculares, liberação de mediadores 
inflamatórios, radicais livres de oxigênio, ativação de neutrófilos e plaquetas. A 
ativação dessas células pode levar à liberação de fator e necrose tumoral (TNF), 
que por sua vez ativam as enzimas proteolícas (caspases) e a morte celular 
adipocitária (SAGAH, 2020). 
Manobras de massagem realizadas imediatamente após a aplicação da 
criolipólise contribuem para a reperfusão do tecido potencializando os resultados; 
em prática clínica, não só a massagem, mas outros recursos termoterapêuticos 
podem contribuir para esse fenômeno e potencializar os resultados (BORGES e 
SCORZA, 2016). 
 
 
24 
 
3.3 Contraindicações e riscos da criolipólise 
Assimcomo qualquer outro tipo de técnica, a criolipólise é considerada uma 
técnica segura desde que respeitadas suas contraindicações e cuidados durante a 
aplicação, os quais podem garantir um resultado efi caz e seguro (SAGAH, 2020). 
Segundo Borges e Scorza (2016), algumas contraindicações estão 
relacionadas à ação do frio como recurso terapêutico, mas também é importante 
que os efeitos do vácuo sejam observados. Veja a seguir. 
 
 Presença de hérnia (umbilical, inguinal): pode haver dor intensa ou 
agravamento da hérnia por conta da pressão negativa realizada no 
local onde há hérnia. 
 
 Lesões inflamatórias ou infecciosas: a hipersensibilidade do local da 
lesão impossibilitará a formação de prega, podendo causar 
desconforto além de prejuízo nos resultados. 
 
 Gestantes: pode haver desconforto, dependendo do período 
gestacional. 
 
 Pouca gordura: não suficiente para formação de prega, além disso 
dependendo da região, com uma camada pequena de gordura, o 
vácuo pode comprometer os tecidos subjacentes. Hoje podemos 
encontrar no mercado manípulos que não necessitam de vácuo para 
aplicação da criolipólise 
 
 Crioglobulinemia: presença de crioglobulinas, que são 
imunoglobulinas presentes no sangue, as quais, quando submetidas 
à baixa temperatura, precipitam-se formando a crioglobulinemia, ou 
seja, a solidificação ou o espessamento dessas imunoglobulinas 
 
25 
 
podendo bloquear os vasos sanguíneos, causar insuficiência renal, 
erupção cutânea, entre outras. 
 
 Lúpus eritematoso: doença que pode ter fator reumatoide positivo e 
apresentar crioglobulinemia. 
 
 Hemoglobinúria paroxística ao frio (anemia hemolítica autoimune): 
pode haver hemólise associada à anemia local quando a área for 
exposta ao frio. 
 
 Alteração de sensibilidade: em causa de trauma mecânico causado 
pela pressão negativa ou trauma térmico por causa do frio, o paciente 
não alertará o profissional para interromper a aplicação. 
 
 Tumor ou câncer no local: podem ocorrer reações adversas. 
 
 Feridas abertas: pode interferir no processo e na cicatrização do 
tecido lesionado. 
 
 Cirurgia recente no local de aplicação: pode haver deformação da 
área por causa da pressão negativa do equipamento, além de 
desconforto. 
 
 Síndrome de Raynaud: pode gerar vasoespasmo severo, levando à 
cianose e consequentemente dor e/ou parestesia. 
 
 Áreas com circulação periférica insuficiente: risco de lesão hipóxica 
tecidual. 
 
 Alergias e hipersensibilidade ao frio: pode surgir irritabilidade na pele. 
 
26 
 
 
 Uso de anticoagulantes: pode haver equimoses e dor severa. 
 
 Diabetes: lesões durante o procedimento, principalmente 
queimaduras, podem levar a complicações na cicatrização do tecido. 
 
 Doença neurológica conhecida (esclerose múltipla, neuralgia, etc.): 
podem ser agravadas por causa do frio, além de haver desconforto. 
 
 Trombofilia (distúrbios de coagulação): podem apresentar 
espessamento e dificultar a circulação em vasos trombosados. 
 
 Varizes no local: o frio pode provocar dor intensa, e, quando há 
presença de trombo, o vácuo pode soltar esse trombo. 
 
Desde sua introdução no mercado de estética, diversos tratamentos com a 
técnica de criolipólise foram aplicados nos tratamentos para gordura localizada; 
além disso, a experiência clínica dos profissionais que realizam a técnica garante 
uma segurança dela. De acordo com alguns autores, a criolipólise não causa lesões 
permanentes na pele ou tecidos subjacentes ao tecido adiposo. Os efeitos adversos 
observados após a aplicação correta da técnica são temporários e pequenos, e 
entre eles se destacam: Dor de leve a severa que pode persistir de um dia ou até 
uma semana após o procedimento, e pode estar relacionada à paniculite ou à 
hiperalgesia; dormência local transitória, hipoestesia (diminuição da sensibilidade 
tátil) na área de tratamento; eritema, associado ao edema, podendo durar de 30 
minutos a 72 horas após a aplicação; equimoses temporárias, normalmente 
relacionada à fragilidade capilar do cliente, ou causada pelo ajuste da pressão 
negativa do vácuo (SAGAH, 2020). 
Já queimadura, congelamento ou necrose epidérmica são grandes reações 
adversas causadas por uso incorreto e falta de conhecimento da técnica de 
 
27 
 
aplicação, como: uso de aparelhos desregulados ou membranas de má qualidade, 
membranas mal posicionadas, deixando as placas de resfriamento com contato 
direto com a pele. A queimadura causado por frio pode ocorrer em razão da 
exposição da pele ao frio por um tempo prolongado, sem uma proteção na região, 
levando a um quadro de queimadura de segundo ou terceiro grau (SAGAH, 2020). 
Por isso, para a aplicação da técnica de criolipólise, é importante a utilização 
da membrana anticongelante, considerada o principal item de segurança, que 
reveste a área exposta a temperaturas baixas. Essa membrana é composta de uma 
trama diferenciada para que não venha romper durante a sucção da prega cutânea 
do início ao fim do procedimento, além disso é composta de um líquido 
anticongelante que mantém a umidade e protege para que não ocorra a queimadura 
por baixa temperatura durante todo tempo de exposição do tecido. É importante que 
as membranas anticongelantes tenham registros na Anvisa (LIMONTA et al, 2017). 
 
4 PRÁTICA DA CRIOLIPÓLISE 
4.1 Indicações terapêuticas para cada indivíduo 
A lipodistrofi a localizada é o grande acúmulo de tecido gorduroso em 
algumas partes do corpo, causado por uma predisposição individual. Ela pode ser 
classifi cada como androide — quando a gordura localizada é predominante na 
região do abdome — ou ginoide, quando a gordura é localizada na região das coxas 
e do quadril. A lipodistrofi a localizada pode ter ligação com a baixa produção de 
lipase proteica, impossibilitando a lipólise (quebra das moléculas de gordura) e, 
consequentemente, o gasto energético para a redução desse acúmulo de gordura 
(SAGAH, 2020). 
Os procedimentos estéticos para redução de lipodistrofia localizada têm 
como objetivo aumentar a produção da enzima lipase proteica, aumentando, por 
 
28 
 
consequência, a captação de triacilglicerídeos pelas células adiposas (BORGES, 
2006). 
Criolipólise é uma técnica desenvolvida para tratamento de gordura 
localizada, partindo do princípio de que a gordura é mais sensível a baixa 
temperatura que os tecidos vizinhos, sendo assim só deve ser aplicada em região 
onde apresenta gordura de maneira localizada. Em estudos realizados, os 
resultados de melhora clínica foram observados em clientes com menos 
protuberância, sendo assim a técnica não se mostra eficaz em casos de grande 
depósito de gordura. A criolipólise não é indicada para clientes com sobrepeso ou 
obesas, pois a técnica tem como objetivo eliminar a gordura localizada em 
indivíduos que estejam com o peso ideal (BORGES e SCORZA, 2016). 
No fibroedema geloide (FEG), não há apenas acúmulo de gordura no 
adipócito, mas uma alteração em todo o tecido conjuntivo, incluindo modificação da 
substância fundamental amorfa, uma reação fibrótica que evolui em graus mais 
avançados que pode evoluir para uma esclerose, causando comprometimento de 
todo o tecido conjuntivo, compressão contínua das terminações nervosas e dos 
capilares sanguíneos e linfáticos (MEYER et al, 2005). 
Sendo assim, a criolipólise pode ser uma indicação para a redução da 
gordura localizada, a qual gera comprometimento do tecido conjuntivo, agravando 
o quadro “celulítico”, porém, não tem indicação direta no FEG. 
A criolipólise é um procedimento não invasivo indicado para melhora do 
contorno corporal, diminuindo a gordura localizada e representando um recurso que 
pode substituir os tratamentos cirúrgicos (SAGAH, 2020). 
Para obter resultados ainda mais satisfatórios, pode-se associar outras 
técnicas que visam a potencializar a ação da criolipólise. Tais recursos podem ser 
aplicadosantes, imediatamente após a criolipólise ou durante as semanas 
seguintes, levando em consideração que os efeitos da criolipólise ocorrem em um 
período de até 120 dias. É importante que essas associações sejam embasadas no 
conhecimento de cada uma das técnicas aplicadas, garantindo um resultado eficaz 
e seguro (BORGES e SCORZA, 2016). 
 
29 
 
Os melhores candidatos para realizar a técnica de criolipólise são aqueles 
que estão dentro de sua faixa de peso ideal de acordo com o índice de massa 
corporal (IMC até 24,9 kg/m2 ), que praticam atividade física e têm uma dieta 
saudável. Cada caso pode ser avaliado de maneira individual para garantir 
resultados satisfatórios com a técnica aplicada (SAGAH, 2020). 
Apesar de alguns autores relatarem que o IMC é apenas um índice 
rudimentar de avaliar o sobrepeso, o método não deve ser usado isoladamente para 
estimar a gordura corporal, mas pode ser um parâmetro de avaliação para saber se 
o cliente está apto à aplicação da técnica de criolipólise, pois comumente aqueles 
que apresentam IMC maior que 30 demonstram um quadro de gordura 
generalizada, principalmente em região de abdome, o que poderia inviabilizar os 
resultados com a técnica. O Quadro 02 traz o índice de massa corporal (BARNES, 
2017). 
 
Quadro 02 - Índice de massa corporal 
 
Fonte: SAGAH (2021). 
 
A mensuração das dobras cutâneas também é uma das metodologias 
utilizadas para a avaliação da composição corporal. Uma vez que 50% a 70% da 
gordura corporal está localizada subcutaneamente, dobras cutâneas têm sido 
empregadas para relatar o seu excesso; embora sejam "operador-dependente", o 
que pode mostrar uma margem de erro considerável, ainda assim é um dos 
métodos de avaliação clínica para mensurar a prega cutânea bem como comparar 
resultados e evolução do tratamento (SAGAH, 2020). 
 
30 
 
A bioimpedância elétrica (BIA) também pode ser um método utilizado para 
avaliar a composição corporal, por ser preciso, com rápido processamento das 
informações, mostrando o percentual de gordura, de massa magra e hidratação. 
Trata-se de um equipamento baseado na passagem de uma corrente de baixa 
amplitude capaz de mensurar os componentes de resistência ao atravessar o corpo 
(BARNES, 2017). 
Antes da aplicação da técnica de criolipólise, é importante que a área a ser 
tratada seja demarcada a fim de direcionar o posicionamento do aplicador e garantir 
que o resfriamento do tecido adiposo seja exatamente na região de gordura 
localizada (SAGAH, 2020). 
 
4.2 Local e posicionamento corporal para a realização da criolipólise 
Como já descrito anteriormente, para a realização da técnica de criolipólise, 
é necessário que a região tratada tenha a formação adequada da prega cutânea a 
fi m de que a região alvo tenha contato com as placas de resfriamento permitindo 
uma diminuição da temperatura na região de gordura localizada e garantindo 
resultados satisfatórios (SAGAH, 2020). 
A criolipólise pode ser aplicada em qualquer área do corpo que apresente 
gordura localizada, desde que haja correto acoplamento do aplicador, a fim de 
permitir a geração de um vácuo (Figura 08). O profissional deve sempre posicionar 
o cliente e o membro ou região a ser tratada de forma que o aplicador fique bem 
acoplado; algumas vezes isso pode ser dificultado por uma discrepância entre o 
tamanho do aplicador e a região a ser tratada, ainda que hoje seja possível 
encontrar uma diversidade de tamanhos de manoplas no mercado. Por exemplo, 
aplicadores com a superfície plana podem dificultar o vácuo em regiões de formato 
curvo como os flancos. Essa dificuldade pode fazer com que a formação da prega 
não seja o suficiente para entrar no aplicador, comprometendo os resultados. Vale 
ainda lembrar que o excesso de flacidez tissular acompanhado de gordura 
 
31 
 
localizada não seria uma boa indicação para a técnica de criolipólise com manopla 
de sucção, sendo o mais indicado a aplicação da manopla em placa (BORGES e 
SCLORZ, 2014 ). 
 
Figura 08 - Locais de aplicação da criolipólise. 
 
Fonte: A mulher — corpo (c2018, documento on-line). 
Após a demarcação em região de abdome, o cliente deve ser posicionado 
em decúbito dorsal, de maneira confortável, possibilitando a formação da prega pelo 
vácuo; para isso, pode estar com elevação de tronco e ainda é possível 
disponibilizar travesseiros de apoio para a manopla, diminuindo o desconforto 
durante a aplicação, como mostra a Figura 9. Já em região de culote, o melhor 
posicionamento é em decúbito ventral, possibilitando a formação da prega com o 
vácuo, como demonstrado na Figura 10. 
 
 
 
 
32 
 
Figura 09 - Aplicação da técnica de criolipólise na região do abdome. 
 
Fonte: HDesert/Shutterstock.com. 
 
Figura 10 - Posição em decúbito ventral para realização de criolipólise. 
 
Fonte: Studio Romantic/Shutterstock.com. 
 
Conforme a área tratada e o tamanho do aplicador, várias aplicações devem 
ser feitas a fim de atingir de forma eficaz toda área-alvo. Não há relatos na literatura 
 
33 
 
de limite de aplicação durante uma mesma sessão em várias regiões, porém, para 
uma segunda aplicação no mesmo local, é ideal que a pele esteja recuperada, no 
mínimo 30 dias após a primeira aplicação. Outra técnica de aplicação seria a 
sobreposição, ou múltiplas áreas (BORGES e SCORZA, 2016). 
É importante que, independentemente da técnica ou do posicionamento, se 
realize uma boa prega a fim de posicionar o máximo de tecido adiposo em contato 
com as placas de resfriamento; ainda assim, há alguns pontos que podem dificultar 
a formação da prega, comprometendo os resultados do tratamento, entre eles: 
 
 tônus da pele — áreas que apresentam boa tonicidade dificultam o 
arrasto do tecido para dentro do aplicador, prejudicando a formação 
da prega e, consequentemente, o contato do tecido adiposo com as 
placas de resfriamento; 
 
 pouca força de vácuo — a pressão do vácuo no equipamento não é 
o suficiente para sugar a prega cutânea; 
 
 tamanho e formato do aplicador — aplicadores com formato 
triangular apresentam mais facilidade na formação da prega; 
 
 pouca gordura subcutânea na área-alvo — a pouca quantidade de 
gordura sugada para dentro do aplicador confere uma prega com 
poucas proporções; 
 
 insuficiência de substância anticongelante na membrana — a 
membrana deve conter uma quantidade suficiente de substância 
anticongelante para proteger a pele e permitir que a prega deslize 
para dentro do aplicador; 
 
 
34 
 
 tratamento simultâneo de duas áreas próximas — quando colocados 
dois aplicadores em uma mesma superfície corporal, no momento do 
vácuo há uma disputa de pele para dentro do aplicador. 
 
 
Quando aplicada em região de abdome, a cicatriz umbilical deve ser 
protegida, assim, junto com a manta anticongelante, vem um recorte à parte para 
ser colocado na região da cicatriz umbilical a fim de impedir o contato direto com as 
placas de resfriamento. A membrana anticongelante tem características que 
garantem que o material vai resistir às baixas temperaturas utilizadas durante o 
procedimento; a membrana deve ser de uso individual sendo totalmente descartada 
após o procedimento, conforme normas de biossegurança (SAGAH, 2020). 
Pode ser comercializada com base em seu tamanho ou peso, e cada 
fabricante confecciona o produto de acordo com sua conveniência, desse modo, 
pode estar disponíveis no mercado em tamanhos que podem variar entre pequena, 
média e grande; é importante que o aplicador seja posicionado sobre a manta que 
deve cobrir toda região que será tratada (BARNES, 2017). 
 
4.3 Parâmetros de ajustes do equipamento de criolipólise 
O equipamento de criolipólise é composto de um console e de um aplicador 
de tratamento ligado ao console por um cabo. Alguns equipamentos podem conter 
mais de um aplicador, também chamado de manopla, o que permite tratar mais de 
uma área ao mesmo tempo.É no console que se realizam as programações do 
equipamento, mas em muitos equipamentos os parâmetros de programação estão 
dispostos também no aplicador, fornecendo uma praticidade maior durante a 
aplicação (BORGES e SCORZA, 2016). 
Atualmente em razão da evolução tecnológica, encontramos equipamentos 
que dispõem de vários tamanhos de manoplas, sendo em geral classificados 
 
35 
 
comercialmente como pequeno, médio ou grande (Figura 11). As manoplas são 
constituídas de placas de Peltier ou cerâmica, também conhecidas como pastilhas 
termoelétricas, que são pequenas unidades que utilizam tecnologia de matéria 
condensada para operar como bombas de calor. Essas placas de Peltier ficarão em 
contato com o tecido cutâneo levando à diminuição da temperatura, e, em geral, 
estão localizadas nas laterais internas do aplicador (SAGAH, 2020). 
 
Figura 11 - Tamanhos dos aplicadores de criolipólise. 
 
Fonte: Vidativa (c2018, documento on-line). 
No interior do aplicador, há um orifício de vácuo, por meio do qual se dá a 
pressão negativa do equipamento, consequentemente o efeito do vácuo. Não existe 
uma padronização em relação à pressão do vácuo; na maioria dos equipamentos 
vão de 80 a 100 Kilopascals (650 a 750 mmHg), e é essa pressão que vai sugar o 
tecido para dentro do aplicador. É recomendado utilizar uma pressão moderada a 
fim de sugar a prega para dentro do aplicador, e, após a sucção, recomenda-se 
diminuir a pressão negativa o suficiente para manter a prega dentro do aplicador. É 
importante lembrar que o vácuo só é necessário para formar a prega dentro do 
aplicador (BARNES, 2017). 
Diante da diversidade de empresas que disponibilizam o equipamento de 
criolipólise, alguns parâmetros podem variar. Por exemplo, há equipamentos que 
apresentam um sistema automático de vácuo, variando a pressão entre positiva e 
negativa durante a aplicação, possibilitando maior conforto ao cliente durante a 
 
36 
 
aplicação, pois a pressão inicia-se com um nível mais alto, o que possibilita a sucção 
de uma prega cutânea suficiente. Conforme o tempo avança, a pressão negativa 
vai diminuindo ou oscila automaticamente a fim de aliviar o desconforto e impedir 
qualquer tipo de lesão na pele. Quando esse dispositivo não for disponível 
automaticamente no equipamento, essa pressão pode ser controlada de forma 
manual, utilizando uma pressão maior no início e reduzindo gradativamente. Esse 
controle manual é permitido em todos os equipamentos de criolipólise disponíveis 
no mercado (BORGES e SCORZA, 2016). 
Em relação ao tempo de aplicação, pesquisas mostram que pode variar 
entre 30 a 60 minutos, mas na prática clínica é utilizado tempo de 40 a 60 minutos 
por região. Ainda podemos programar a temperatura do equipamento, levando em 
consideração que a temperatura programada não será a que incidirá no tecido 
adiposo, especialmente em níveis mais profundos, o que não compromete a eficácia 
do tratamento, levando em consideração que, em estudos realizados, a paniculite 
lobular é gerada com temperatura de 10ºC. Os equipamentos disponíveis no 
mercado possuem uma temperatura que pode variar entre –5 e –15ºC. Quanto 
menor a temperatura utilizada, maior o quadro inflamatório, maior dano no tecido 
adiposo e consequentemente melhores resultados. Entretanto, é importante alertar 
para os equipamentos que permitem ajustes muito baixos (abaixo de –10ºC), pois, 
caso estejam mal calibrados, podem oferecer risco de queimadura aos clientes 
(BARNES, 2017). 
Quanto à colocação da manopla sobre a região, não há regras; alguns 
profissionais preferem posicionar o aplicador sobre a região e depois acionar o 
vácuo, e outros preferem acionar o vácuo e depois posicionar a manopla sobre a 
região tratada. Independente da forma escolhida, é importante que se realize uma 
boa prega cutânea a fim de posicionar o máximo de tecido adiposo sobre as placas 
de resfriamento (BORGES e SCORZA, 2016). 
Na prática clínica, alguns profissionais já conseguem ver os efeitos 
fisiológicos da criolipólise a partir de 15 dias, mas estudos alertam que isso não é 
comum, pois é a partir do 14º dia que os macrófagos começam a envolver e digerir 
 
37 
 
os corpos apoptóticos. Esses mesmos estudos afirmam que os resultados só devem 
ser verificados a partir de 30 a 60 dias após a aplicação, quando realizado somente 
a técnica de criolipólise. Apesar disso na prática clínica, muitos profissionais fazem 
aplicação com intervalo de 30 dias, porém isso vai depender da quantidade de 
gordura que tem na região tratada, levando em consideração que outra aplicação 
dentro desse intervalo irá atingir outras células de gordura que também irão evoluir 
para apotose (BORGES e SCORZA, 2016). 
Imediatamente após a aplicação da criolipólise é recomendado que utilize 
recursos que possam acelerar o aumento da temperatura, para o efeito da 
reperfusão do tecido, por meio do aquecimento direto ou aumento da circulação 
sanguínea. Dentre os recursos utilizados podemos destacar: massoterapia, ondas 
de choques, radiofrequência, ultrassom terapêutico, carboxiterapia ou 
eletrolipoforese (BORGES e SCORZA, 2016). 
 
5 ENDERMOLOGIA VIBRATÓRIA 
A endermologia vibratória, o conceito mais atual de endermoterapia, não 
promove sucção ou flacidez. Pode-se dizer que o sistema atua como um modelador, 
proporcionando massagem tecidual profunda, como uma técnica não invasiva. É 
indicada para o tratamento de celulite e gordura localizada, sendo um recurso 
auxiliar para o esteticista na prática clínica (SAGAH, 2020). 
 
5.1 Técnica de endermologia vibratória 
A endermologia vibratória é uma técnica não invasiva que proporciona 
aumento da circulação sanguínea na pele, nos músculos, no tecido conjuntivo e nas 
células epiteliais. Com origem francesa, é segura e eficiente, atuando com um 
sistema de massagem multidirecional, proporcionando uma massagem vigorosa 
 
38 
 
que combina forças verticais e paralelas, as quais produzem profunda mobilização 
dos tecidos por meio de movimentos circulares, vibratórios e de percussão, sem 
causar dor ou traumas (SAGAH, 2020). 
Os aparelhos de endermologia vibratória são utilizados como modeladores 
em técnicas não invasivas no tratamento da gordura localizada, redução da celulite, 
drenagem linfática no combate à retenção de líquidos, estimulação circulatória, 
reflexologia, recuperação muscular, esfoliação da pele, e como pré e pós-
operatório. O tratamento mobiliza as cápsulas de gordura no tecido para 
posteriormente serem absorvidas pelas correntes linfática e sanguínea (SAGAH, 
2020). 
De acordo com Sant’ana, Marquetil e Leite (2007), a endermologia vibratória 
apresenta excelentes resultados na redução da aparência do fibroedema geloide e 
na distribuição do tecido adiposo subcutâneo, remodelando o corpo, reduzindo 
medidas e circunferência, e diminuindo edemas e dores musculares. Quando 
associada a cosméticos, produz melhores resultados, permitindo simultaneamente 
melhor hidratação, esfoliação, uniformização da textura da pele, bem como 
estimulando a produção de colágeno, melhorando a circulação, oxigenando os 
tecidos e estimulando o sistema linfático e o metabolismo (SAGAH, 2020). 
Entre os benefícios da vibração, podemos citar: aumento da permeabilidade 
da pele e aumento da troca metabólica, tornando a endermologia vibratória um 
tratamento multifuncional, capaz não só de resolver problemas como também de 
tratar as causas, com eficiência (SAGAH, 2020). 
Segundo Kede e Sabatovich (2015), diferentes aplicadores, com variação 
na frequência vibratória, permitem criar múltiplas ondas de vibração, que vão 
transmitir energia a diversos níveis da pele e dos músculos. Além disso, combinam 
aplicadores que desempenharão diferentes funções, como ação no tecido adiposo, 
remodelamento do contorno corporal, relaxamento no tecido muscular e incremento 
da circulação (SAGAH, 2020). 
A Figura 12 apresenta umtipo de aparelho que realiza essa modalidade 
terapêutica. 
 
39 
 
Seus aplicadores (quatro pontas, multipontas, ponto central e côncavos) 
possibilitam várias técnicas de massagem nos tecidos mais profundos, promovendo 
intenso aumento da circulação. A Figura 13 apresenta os tipos de aplicadores da 
endermologia vibratória. 
 
Figura 12 - Aparelho de endermologia vibratória. 
 
Fonte: Vibrocell endermologia de vibração ([201-?]). 
Figura 13 - Aplicadores de endermologia. 
 
Fonte: Adaptada de Ponteiras do Modellata ([201-?]). 
Cada ponteira desempenhará uma diferente função. 
 
Ponteira multipontas: redução temporária da aparência da celulite, 
modelagem do contorno corporal, melhora temporária da circulação 
 
40 
 
sanguínea local, alívio sintomático da dor muscular e mobilização de 
tecidos profundos; Ponteira côncava para drenagem: Auxílio na drenagem 
linfática e mobilização de tecidos profundos; 
Ponteira quatro pontas: Alívio sintomático da dor muscular, melhora 
temporária da circulação sanguínea local; mobilização de tecidos 
profundos; Ponteira ponto central: Alívio sintomático da dor muscular, 
melhora temporária da circulação sanguínea local, mobilização de tecidos 
profundos (MODELLATA..., [201-?], documento on-line). 
A endermologia vibratória poderá ser associada à massagem modeladora. 
Nessa técnica, realizam-se movimentos fortes e rápidos com a ajuda de 
cremes específicos para estimular a quebra da gordura. O objetivo do tratamento é 
reorganizar e modelar o tecido adiposo, proporcionando perda de medidas, 
combatendo a gordura localizada e o FEG, e garantindo curvas mais definidas 
(SAGAH, 2020). 
O procedimento consiste em movimentos rítmicos e vigorosos, aplicando-
se maior pressão do que em massagens convencionais. Esses movimentos são os 
diferenciais do procedimento, indicado para pessoas com gordura localizada e/ou 
FEG, pois tais movimentos atingem camadas mais profundas da pele (SAGAH, 
2020). 
A massagem modeladora é feita com cremes cujos princípios ativos 
potencializam os resultados, sendo possível associar o procedimento à 
endermologia vibratória. Os movimentos são realizados, principalmente, em regiões 
com maior quantidade de adiposidades e FEG — assim, favorecem o aumento da 
circulação sanguínea e a modelagem corporal. 
A massagem modeladora pode ser feita nos braços, no abdome, nas 
pernas, nos glúteos, nas panturrilhas, nos flancos e nas costas, podendo ser 
realizada apenas em uma região em combinação com o uso de equipamentos. Para 
se potencializarem os resultados da técnica, alguns cuidados básicos podem ser 
observados: 
 
 manter uma alimentação saudável e equilibrada; 
 
 realizar pelo menos um tipo de atividade física; 
 
41 
 
 
 
 esfoliar a pele antes da massagem, pois aumenta a permeabilidade 
dos ativos contidos no creme; 
 
 não comer em horário muito próximo da sessão; 
 
 associar a massagem a outros equipamentos. 
 
 
Essa modalidade terapêutica possibilita tratamentos em várias áreas, 
incluindo a estética e a cosmética. 
 
5.2 Efeitos fisiológicos e terapêuticos da endermologia vibratória 
A endermologia vibratória produz uma ação de dupla força, ocorrendo, em 
sua ação, aumento da permeabilidade da pele, aumento da troca metabólica entre 
os tecidos, hiperemia periférica e localizada, e aumento da oxigenação. Além disso, 
atua como descongestionante e tem ação fibrinolítica. Na musculatura, atua na 
diminuição do ácido lático, no estado miorrelaxante e mantém e tonifica a 
musculatura. No sistema nervoso, apresenta ação antálgica (BOLLA; ARRUDA, 
[200-?]). 
Silva (2011) cita como ações resultantes do tratamento com endermologia 
vibratória a drenagem linfática, otimizando as trocas metabólicas e a eliminação de 
resíduos metabólicos, estimulando a ação descongestionante e fibrinolítica, 
hiperemia periférica e localizada. Além disso, aumenta a oferta de oxigênio e 
nutrientes para os tecidos, promove a tonificação da pele, aumenta a 
permeabilidade de ativos, tem ação lipolítica, promove alívio temporário da dor por 
 
42 
 
estimular os mecanorreceptores da pele, com base no mecanismo de “teoria de 
comportas da dor”, liberando endorfinas e relaxando a musculatura. 
Em razão de seu aplicador multipontas, realiza um tipo de massagem que 
leva ao aumento da oxigenação cutânea, à melhora da nutrição celular, à melhora 
do tônus da pele, à eliminação de produtos do metabolismo e à melhora dos fluxos 
sanguíneo e linfático (MILANI; JOÃO; FARAH, 2006). 
A massagem modeladora poderá ser associada à endermologia vibratória, 
pois é uma técnica feita com movimentos vigorosos rápidos e repetitivos, na qual o 
objetivo é trabalhar de forma localizada as regiões do corpo onde se deseja uma 
redução de medidas e/ou melhora do FEG. Os efeitos fisiológicos oferecidos são 
“aumento do fluxo sanguíneo local, aumento da oferta de oxigênio, drenagem 
tecidual e linfática, desfibrosagem e melhora da maleabilidade tecidual, 
descongestão e tonificação tecidual e relaxamento muscular” (MODELLATA..., 
[201-?], documento on-line). A técnica ainda aumenta a oxigenação cutânea, a 
nutrição celular, o tônus da pele e o fluxo sanguíneo e linfático. Além disso, auxilia 
na eliminação de subprodutos do metabolismo, na redução da aparência da celulite 
e na distribuição do tecido adiposo subcutâneo, bem como na redução de medidas 
e circunferência. 
A técnica é contraindicada se o indivíduo apresentar lesões de pele (p. ex., 
dermatites e dermatoses). A região do abdome não deve ser trabalhada durante a 
gravidez, nem em casos de fragilidade capilar, isto é, quando há vasos sanguíneos 
que se rompem com facilidade. Outras contraindicações são a presença de varizes 
calibrosas (pelo risco de deslocamento de trombos), trombose venosa profunda 
aguda (TVP), lesões cancerígenas, utilização de marca-passo cardíaco ou outro 
dispositivo eletrônico implantado e indivíduos com suspeita de doenças infecciosas 
(MODELLATA..., [201-?]). 
 
 
43 
 
5.3 Aplicação da pressoterapia na prática clínica 
A resposta aos tratamentos estéticos não é sempre a mesma, ou seja, difere 
conforme o paciente. Porém, já na primeira sessão, é possível perceber a redução 
na retenção de líquidos, sendo perceptíveis outros resultados com mais sessões. 
Os resultados esperados são, geralmente: 
 
 melhora do contorno corporal; 
 
 redução da retenção de líquidos; 
 
 redução temporária da aparência da celulite; 
 
 tonificação e melhora no aspecto da pele; 
 
 alívio de dor; 
 
 recuperação muscular após exercício. 
 
Percebe-se, então, que o tratamento com a terapia vibro-oscilatória 
(endermologia vibratória) oferece muitas vantagens no tratamento corporal, pois 
promove diversas alterações estéticas. O profissional pode combinar dois objetivos 
terapêuticos na mesma sessão, como modelagem do contorno corporal e drenagem 
linfática com frequências diferentes pré-ajustadas, otimizando os resultados 
(MODELLATA..., [201-?]). 
O fibroedema geloide, também conhecido como celulite, é um dos distúrbios 
estéticos que mais acomete o sexo feminino, causando efeitos de caráter estético 
e psicológico; atinge regiões de coxas, nádegas, abdome, entre outras. Várias 
propostas de tratamentos estéticos surgiram para tentar solucionar o problema, 
entre elas a endermoterapia vibratória, que funciona como uma massagem 
 
44 
 
profunda, não invasiva, eficiente e indolor, a qual combina forças paralelas e 
verticais que efetuam uma mobilização profunda dos tecidos e agem diretamente 
na pele e nas fibras musculares com movimentos vibratórios, circulares e de 
percussão (SAGAH, 2020). 
Além disso, reduz a retenção de água, favorecendo o funcionamento dos 
sistemas venoso e linfático e é capaz de moldar o corpo e reduzir volume 
potencializando a lipólise (quebra das partículas de gordura) nos níveis mais 
profundos de gordura. Quanto ao nívelepidérmico, realiza uma esfoliação que 
elimina as células mortas e devolve à pele o seu brilho natural. Quando associada 
ao uso de cosméticos, traz ainda melhores resultados para a pele (SAGAH, 2020). 
Para a técnica de aplicação do aparelho, é importante: 
 
 examinar a pele e limpar a área a ser tratada; 
 
 limpar os acessórios de aplicação antes e depois de cada sessão de 
terapia; 
 
 as ponteiras poderão ser revestidas com filme PVC, assim terão 
maior durabilidade e, dessa forma, se evitará contaminação cruzada; 
 
 utilizar creme/óleo para deslizamento das ponteiras; 
 
 após o procedimento, é comum o cliente apresentar hiperemia (em 
alguns casos, ligeiro edema) e hipersensibilidade. 
 
Cada sessão demora em média 45 a 60 minutos, devendo ser realizada de 
duas a três vezes por semana. Em média, indica-se de 10 a 20 sessões (de acordo 
com a avaliação e o distúrbio estético a ser tratado), mas, por causa de seus 
inúmeros benefícios, a maioria das clientes realiza sua manutenção 
ininterruptamente, uma vez por semana. 
 
45 
 
O aparelho de endermologia vibratória permite obter diferentes tipos de 
ondas (frequências) de vibração, como se pode ver na Figura 14: 
 
 infra (10-20 hertz) — indicado para esfoliação e massagem 
relaxante; 
 
 med (30-40 hertz) — indicado para mobilização de tecidos profundos 
(tecido muscular, tecido adiposo), além da melhoria do fluxo 
sanguíneo, e reflexologia; 
 
 alta (40-60 hertz) — indicado para auxiliar na drenagem linfática 
superficial e tratamento tópicos da pele. 
 
 
Figura 14 - Frequências de vibração. 
 
Fonte: Frequências de vibração. 
Um conceito adequado utilizado na área de estética está associado à 
combinação de diferentes técnicas para obtenção dos melhores resultados durante 
os tratamentos, o que também deve ser aplicado quando se usa a endermoterapia 
 
46 
 
vibratória. Na utilização da técnica, alguns cuidados devem ser observados 
(BUTTON et al., 2007). Com relação ao ângulo que a ponteira se projeta, quando 
da colocação dela junto ao corpo, ocorrerá vibração e balanço. Estando 
verticalmente posicionado, ocorrerão forças que produzem principalmente batidas, 
enquanto, ao posicionarmos a ponteira de forma angulada, o efeito será misto, 
produzindo vibração e batidas (SAGAH, 2020). 
Com relação à pressão exercida pelo equipamento, sua força ocasiona de 
forma profunda efeito sobre os tecidos, porém deve ser controlada para não ocorrer 
dor ou hematomas e equimoses com pressões muito intensas. Uma variável 
importante nesse processo será a velocidade que se imprime à ponteira, pois, com 
uma frequência elevada, teremos efeitos relaxantes sobre regiões corporais, alívio 
da dor, estimulação da circulação sanguínea, entre outros. Já a frequência baixa 
deve ser utilizada para relaxar a musculatura e em regiões sensíveis do corpo. 
A direção dos movimentos tende a acompanhar a direção da circulação 
linfática, otimizando a melhora do fluxo. Outra direção adotada poderá envolver o 
sentido das fibras musculares, quando se objetiva melhorar o tônus do tecido 
(SAGAH, 2020). 
 
 
6 VACUOTERAPIA (ENDERMOLOGIA) 
A vacuoterapia, também conhecida como endermologia, é um tipo de 
tratamento muito utilizado em clínicas estéticas. É uma técnica que engloba 
equipamentos específicos (por isso, suas diferentes denominações), com base na 
aspiração (sucção), acrescidos de uma mobilização tecidual efetuada por rolos, 
localizados no cabeçote do aparelho. Tanto a vacuoterapia isolada quanto a 
associada ao rolamento podem ser benéficas em diversos tratamentos estéticos. 
 
 
47 
 
6.1 Técnica de vacuoterapia 
De origem ancestral, a vacuoterapia (ou terapia pelo vácuo) surgiu pela 
primeira vez no Oriente, sofrendo variações em sua utilização conforme as 
tendências das diversas épocas. Segundo Silva (2015), é uma modalidade de 
tratamento da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que resulta de uma herança de 
milhares de anos. As primeiras referências a esse método como forma de 
tratamento são descritas no Bo Shu (livro ancestral), descoberto em uma tumba 
antiga da dinastia Han, em 1973 (CAO et al., 2010; YU et al., 2011). 
Tradicionalmente, esse método era executado por meio de ventosas feitas 
de diversos materiais como bambu, vidro, barro ou metais. A ventosa era colocada 
sobre o ponto de acupuntura a tratar de forma a promover hiperemia local, com o 
propósito de tratar a doença (CAO et al., 2010). Atualmente, existem várias formas 
de aplicação da vacuoterapia com o uso de técnicas variadas para o tratamento de 
diferentes doenças ou objetivos de tratamento. A Figura 15 demonstra a utilização 
da técnica de vacuoterapia por ventosa. 
 
Figura 15 - Vacuoterapia: terapia por meio do uso de ventosas. 
 
Fonte: PR Image Factory/Shutterstock.com. 
 
48 
 
6.1.1 Vacuoterapia X endermoterapia 
A vacuoterapia é um procedimento com aplicação contínua de pressão 
negativa (vácuo) sobre uma área corporal. Endermoterapia é o uso da pressão 
negativa (vácuo) mais a presença de roletes para deslizamento, causando uma 
massagem sobre determinada área corporal (SAGAH, 2020). 
Ao final da década de 1970, o engenheiro francês Louis Paul Guitay 
desenvolveu um equipamento portátil com um cabeçote massageador que, ao ser 
aplicado sobre a área tratada, fazia sucções e rolamentos sobre o tecido subjacente. 
O aparelho tinha como objetivo a diminuição de cicatrizes oriundas de acidentes 
automobilísticos. Como utiliza equipamentos específicos com base em sucção e 
mobilização tecidual feita por rolos localizados no cabeçote do aparelho, essa 
técnica de tratamento possuí diferentes denominações como, por exemplo, 
dermotonia e endermologia (SAGAH, 2020). 
O aparelho utilizado para sucção é composto por um compressor que 
provoca uma pressão negativa, variando de 0 a 600 mmHg. Essa força de sucção 
(vácuo) pode ser controlada pelo profissional por meio da válvula de regulagem da 
sucção, adequando o vácuo ao objetivo final do tratamento e às condições do tecido 
tratado (SAGAH, 2020). 
A endermoterapia é uma modalidade terapêutica que emprega a aspiração 
e a compressão rítmica controlada. Possui um cabeçote (manopla) com dois roletes 
móveis que permite estirar os tecidos e realizar manobras de massagem profunda 
e drenagem linfática (MEDEIROS, 2004). Para o sucesso dos tratamentos na área 
de estética, é importante salientar a correta aplicação das técnicas, além de ser 
imprescindível a presença do profissional qualificado e habilitado para a execução 
e compreensão dos procedimentos realizados (KEDE; SABATOVICH, 2015). A 
Figura 16 mostra o aparelho usado para a técnica de endermoterapia. 
 
 
 
 
49 
 
Figura 16 - Aparelho de endermologia. 
 
Fonte: Aparelho de endermologia (2018). 
 
6.2 Efeitos fisiológicos desencadeados pelo uso da vacuoterapia 
A vacuoterapia, ou endermologia, é uma técnica que visa melhorar a parte 
circulatória e o estágio fibroso. São utilizados aparelhos que funcionam como 
ventosas sobre a pele, fazendo com que ocorra uma quebra nas traves de fibrose 
existentes, estimulando a vasodilatação, a drenagem dos linfáticos e a liberação de 
substâncias vasoativas e neurotransmissores (MAIO, 2011). Esse recurso atua na 
pele utilizando o vácuo na camada adiposa e na musculatura, promovendo melhora 
circulatória e drenagem. Os rolos deslizam sobre a pele e realizam uma tração do 
tecido, aumentando em até três vezes a drenagem linfática e a produção de 
colágeno. A ação desses efeitos permanece até seis horas após o término da 
sessão (MIRANDA, 1991). 
Entre os efeitos fisiológicos e terapêuticos dessa técnica, destacam-se os 
seguintes: 
 
 
50 
 
 Aumento da extensibilidade do colágeno, melhorando o trofismo 
tissular, restaurando a qualidade do tecido cutâneo, uma vez que, ao 
ser submetido a uma força de tração, o fibroblasto produz mais 
colágeno e elastina do queem estado de repouso. 
 
 Ativação da circulação periférica, com melhora do metabolismo local, 
gerando uma hipervascularização com incremento da circulação 
superficial pela ação do vácuo. 
 
 Aumento da atividade linfática. 
 
 Melhora do sistema imunológico, pois há melhoria na ação do 
sistema linfático e estimulação de linfonodos. 
 
 Redução de edemas e hematomas por ação no sistema linfático, 
eliminando as toxinas estagnadas, melhorando o aporte de 
substâncias e elementos nutritivos que agem sobre o tecido 
conjuntivo. 
 
 Na derme, promove um desfibrosamento profundo e modificação da 
viscosidade da substância fundamental amorfa, assim como um 
aplanamento da epiderme. 
 
 Reorganização da camada adiposa. 
 
 Atenuação de rugas e melhora do aspecto de cicatrizes. 
 
O uso da endermologia como recurso terapêutico está indicado em: 
 
 pré e pós-cirurgias plásticas; 
 
51 
 
 pós-intervenções cirúrgicas, quando há tecido fibroso instalado ou 
em formação; 
 
 flacidez tissular; 
 
 diminuição de aderências, fibroses e cicatrizes hipertróficas; 
 
 fibroedema geloide; 
 
 gordura localizada e/ou alterações na distribuição da gordura; 
 
 pré-tratamentos de eletroterapia com o objetivo de preparar a pele 
para receber a técnica; 
 
 queimaduras; 
 
 redução de edemas, estimulando o sistema linfático; 
 
 melhora do contorno corporal; 
 
 estrias; 
 
 tonificação da pele (rugas); 
 
 melhora de áreas de tensão muscular. 
 
 
Segundo Lopes (2003), a endermologia está contraindicada nas seguintes 
situações: 
 
 
52 
 
 Hipertensão: a endermologia aumenta a vascularização. 
 
 Afecções de pele: procura-se evitar as regiões que possuem 
erupções, feridas abertas, inflamações, hematomas e 
despigmentação inespecíficas. Quando essas afecções forem 
generalizadas, a endermologia é contraindicada. 
 
 Câncer: a utilização dessa técnica promove um estímulo à circulação 
linfática, podendo ocorrer a disseminação das células tumorais 
(metástases). 
 
 Hérnia: pode agravar a herniação (exemplo: parede abdominal) 
quando aplicada diretamente sobre a região, por isso, deve-se 
apenas rodear essas áreas. A região inguinal nunca deve ser tratada 
devido à possibilidade de hérnias ocultas. 
 
 Veias varicosas: a aplicação da endermologia deve ser cautelosa 
pela fragilidade capilar, podendo ser aplicada ao redor das áreas 
afetadas. 
 
 Flebites e trombos, pelo risco de desprendimento. 
 
 Gravidez: evitar a aplicação, principalmente, em regiões lombares e 
abdominais. 
 
 Uso de anticoagulantes: os pacientes que possuem hematomas 
quase que permanentes não devem ser tratados com essa técnica, 
entretanto, os que fazem uso de baixas doses de ácido salicílico 
(aspirina) diariamente não possuem contraindicações. 
 
 
53 
 
 Marca-passo cardíaco: pode causar interferências no ritmo cardíaco. 
 
 Durante a gestação, principalmente, não realizar no primeiro 
trimestre. 
 
 Não estimular sobre os seios carotídeos (pescoço). 
 
 Indivíduos com diabetes. 
 
 Aplicação direta sobre útero gravídico, gônadas, área cardíaca e 
olhos. 
 
 
Deve-se prestar atenção especial ao início do tratamento, pois os pacientes 
sensíveis a essas manifestações não devem ser tratados com endermologia. É 
preciso ter cuidado também com pacientes em risco de formar hematomas, já que 
a técnica envolve a mobilização profunda do tecido (LOPES, 2003). 
 
6.3 Aplicação da técnica de vacuoterapia na prática clínica 
Segundo Pravatto (2007), a endermologia é uma técnica terapêutica que 
utiliza um aparelho que permite uma dupla ação sinérgica de aspiração e 
mobilização dérmica, utilizando a pressão negativa na sucção associada ao 
rolamento (manobra do palper-rouler) exercido pelos rolos presentes no cabeçote 
(maniplo). O cabeçote faz a função de apalpar-sugar-rolar, formado por uma câmera 
de aspiração que garante o estancamento por meio de válvulas laterais e 
longitudinais. A pele é aspirada pela depressão de ar criada entre os dois roletes 
motorizados que deslizam sobre a pele, e o espaço entre eles é determinado pela 
espessura da dobra cutânea. 
 
54 
 
Segundo Filippo e Salomão Júnior (2012), a endermologia promove 
drenagem linfática em tempo real. A pressão externa da pele é diminuída, ao passo 
que a pressão interior da região é aumentada, ocorrendo a hiperoxigenação dos 
tecidos, além de intensa eliminação de toxinas em função de maior vascularização 
e melhor restauração do intercâmbio metabólico celular. Esse processo, que gera a 
prega móvel, cria um efeito de massagem e bombeamento do sistema linfático. Por 
fim, Milani, João e Farah (2006) relatam que a endermologia causa uma 
remodelação nas células adiposas, culminando em sua melhor distribuição no 
tecido, além de ser um dos principais recursos para a melhoria do contorno corporal, 
sem necessidade de intervenção cirúrgica. 
Os cabeçotes do aparelho de endermoterapia possuem as funções de 
sugar, rolar e apalpar, e a pressão gerada no cabeçote consegue distorcer as fibras 
dos tecidos massageados. Existem diversos tipos de ventosas, as que possuem 
roletes e que, geralmente, são de plástico, e as ventosas de vidro. Essa técnica 
pode ser usada também em tratamentos faciais com ventosas menores, em geral, 
de vidro e sem roletes, para ajudar no estímulo da produção de colágeno, além de 
auxiliar o sistema linfático e a permeação de ativos por meio de seu efeito 
vasodilatador. 
 
6.3.1 Manobras 
As manobras a seguir podem ser utilizadas na face e no corpo: 
 
 Longitudinais longas: realizadas no sentido das linhas de tensão, 
usadas para evitar a flacidez e facilitar o retorno venoso e linfático. 
 
 Transversais curtas: são movimentos desfibrantes utilizados em 
casos de FEG, fibroses, gordura localizada e cicatrizes. 
 
 
55 
 
6.3.2 Parâmetros de utilização 
 Pressão menor ou igual a 100 mmHg: regiões internas de coxa e 
braço e região abdominal. 
 
 Pressão menor ou igual a 200 mmHg: regiões anterior, posterior e 
lateral de coxa e glúteos. 
 
 Pressão entre 150 e 200 mmHg: regiões com fibroses e aderências. 
 
 Pressão entre 400 e 500 mmHg: estrias e rugas (ventosas de vidro). 
 
 Pressão entre 500 e 600 mmHg: extração de comedões (ventosa de 
vidro). 
 
 Pressão de 100 mmHg: cicatrizes corporais (ventosas de vidro). 
 
 Pressão entre 30 e 40 mmHg: estímulo ao sistema linfático (roletes) 
e evacuação de linfonodos (chuveirinho no modo pulsado), ou facial 
com ventosas de vidro. 
 
 Pressão entre 40 e 60 mmHg: cicatrizes faciais. 
 
 Pressão para estímulo circulatório na face: 60 a 80 mmHg. 
 
6.3.3 Cuidados na aplicação 
 O tratamento não deve gerar dor ou desconforto. 
 
56 
 
 Deve-se respeitar as intensidades para evitar equimoses (mancha 
roxa) e hematomas. 
 
 É de extrema importância que o profissional seja capacitado e 
devidamente treinado, pois cada equipamento possui suas 
particularidades. Profissionais mal treinados podem causar manchas 
roxas sobre a pele do cliente, desconforto extremo na aplicação do 
equipamento, etc. 
 
 Sempre utilize bastante veículo deslizante, como cremes ou óleos, 
pois isso facilita as manobras e diminui o incomodo para o cliente. 
Caso o creme ou o óleo seque, reaplique antes de continuar com as 
manobras. 
 
 Sempre segure a pele do cliente para a retirada da ventosa, pois, 
além de estimular a flacidez puxando a ventosa sem o apoio das 
mãos, poderá ocorrer a formação de equimoses. Se o cliente relatar 
dor, diminua a intensidade da sucção até ser tolerável. 
 
 Deve-se desviar das estruturas ósseas. 
 
 
6.3.4 Aplicabilidade nos tratamentos faciais 
 
 Acne e suas sequelas 
Segundo Borges (2010), o problema apresenta alterações — por 
vezes, severas — da troficidade cutânea, além da diminuição da 
hidratação da epiderme. Após a higiene convencional

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