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TCC EJA

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS 
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
ANA DINA ARAÚJO 
ESTÉFANE CLIQUET 
ALCYR DOS SANTOS REIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA: 
UMA EXPERIÊNCIA COM OFICINAS LÚDICO-LITERÁRIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTOS/SP 
2019 
 
 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS 
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
ANA DINA ARAÚJO 
ESTÉFANE CLIQUET 
 ALCYR DOS SANTOS REIS 
 
 
 
 
 
 
ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA: 
UMA EXPERIÊNCIA COM OFICINAS LÚDICO-LITERÁRIAS 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado 
à Universidade Católica de Santos, como 
exigência parcial para a obtenção da 
graduação de Licenciatura em Pedagogia, sob 
orientação da Prof.ª Mestra Sirlei Ivo Leite 
Zoccal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTOS/SP 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARAÚJO, Ana Dina; CLIQUET, Estéfane; SANTOS, Alcyr Reis. 
Alfabetização na Educação de Jovens e Adultos - EJA: Uma 
Experiência Com Oficinas Lúdico-Literárias. ARAÚJO, Ana Dina; 
CLIQUET, Estéfane; SANTOS, Alcyr Reis. - 2019. 
62 f.: il. Color. 
Orientadora: Sirlei Ivo Leite Zoccal. 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Universidade Católica 
de Santos, Santos/SP, Curso de Pedagogia, 2019. 
 
1. Alfabetização. 2. Educação de Jovens e Adultos. 3. Lúdico-Literário. 
Universidade Católica de Santos. Instituição Comunitária de 
Educação Superior. Título. 
 
 
 
ANA DINA ARAÚJO 
ESTÉFANE CLIQUET 
 ALCYR DO SANTOS REIS 
 
 
 
ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA: 
UMA EXPERIÊNCIA COM OFICINAS LÚDICO-LITERÁRIAS 
 
 
 
 COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
____________________________________ 
 Professora Mestra Sirlei Ivo Leite Zoccal 
 UniSantos - Universidade Católica de Santos 
 Orientadora 
 
 
 
 _________________________________________ 
Professor Mestre Paulo Fernando Campbell Franco 
UniSantos - Universidade Católica de Santos 
 Membro Titular Interno 
 
 
 
 Santos, _____ de dezembro de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santos/SP 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. 
 A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes” 
 Cora Coralina 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Em um coração onde mora gratidão, também habitará sempre a felicidade. 
Agradecer é reconhecer que ninguém conquista nada sozinho, na estrada da vida e 
do aprendizado conquistamos as coisas sempre com a ajuda de alguém ou com 
exemplos de outros que nos mostram que é possível. 
 
Agradecemos: 
 
Primeiramente a Deus, por nos fortalecer a cada minuto da nossa vida. 
 
A nossa Orientadora e Professora Mestra Sirlei Ivo Leite Zoccal, pelo carinho, 
disponibilidade e disposição na orientação do trabalho. 
 
Aos Professores Mestres desses quatro anos de formação, cada um à sua maneira 
nos fortaleceu e nos encorajou para que esse momento fosse conquistado e realizado. 
 
Aos coordenadores do curso de pedagogia e do Programa Nacional de Formação de 
Professores da Educação Básica – PARFOR, por tornar cada ano, uma conquista, 
com suas orientações e organização para que esse sonho pudesse ser almejado 
dentro da realidade de cada estudante. 
 
À Professora Mestra Marly Saba Moreira pela dedicação sobre a existência e 
permanecia do PARFOR tornado o sonho de ter uma formação acadêmica de muitos 
educadores em realidade. 
 
À coordenadora e Professora Mestra Roseane Marques da Graça Lopes pelos 
conselhos e desbravamentos sobre os fazeres de um gestor, suas atitudes de 
exemplo e por se tornar uma extensão da nossa luta. 
 
Ao Professor Mestre Paulo Fernando Campbell Franco por ser uma inspiração como 
docente e um grande sábio sobre nossa história, aprimorando nosso olhar sobre o 
passado de uma forma esclarecedora. 
 
 
 
Aos nossos colegas e amigos de turma pelos momentos de angustias, aflição, 
aprendizado, tristezas, conquistas e ainda muitos momentos de felicidade e 
descontração, sempre juntos. 
 
Aos nossos familiares que são nossa base de sustentação, nosso alicerce para todos 
os momentos. 
 
“Agradeço imensamente a minha família, em especial minha mãe, Conceição dos 
Santos Reis, sendo uma inspiração de mulher, guerreira e de extrema sabedoria”. 
(Alcyr Reis) 
 
“Ao meu esposo, José Ricardo Bessa de Carvalho Júnior, por sempre estar ao meu 
lado e foi meu grande incentivador, minha amiga e parceira Estéfane Cliquet, pela 
força e ajuda nos momentos que mais precisei; aos meus pais, que me deram as 
melhores lições de vida que uma pessoa poderia receber”. (Ana Dina Araújo) 
 
“Minha gratidão ao meu esposo, Luiz Santana do Nascimento, parceiro e amigo de 
todos os momentos, a minha filha Luiza Cliquet do Nascimento que me fortalece a 
cada dia, sendo minha inspiração sempre, para ser uma pessoa melhor, meus pais 
que são um exemplo de batalhadores, me impulsionam a conquistar meus ideais”. 
(Estéfane Cliquet) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARAÚJO, Ana Dina; CLIQUET, Estéfane. REIS, Alcyr dos Santos. ALFABETIZAÇÃO 
NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA: UMA EXPERIÊNCIA COM 
OFICINAS LÚDICO-LITERÁRIAS. Santos. Universidade Católica de Santos, 2019. 
(Trabalho de Conclusão de Curso - TCC). 
 
 
 
RESUMO 
 
Esta pesquisa objetiva refletir como tornar as aulas mais atrativas e prazerosas, para 
que os estudantes da Educação de Jovens e Adultos, vençam o cansaço e possam 
desfrutar do momento de ensino e aprendizagem, com alegria e experiências exitosas 
ao se alfabetizarem. O estudo partiu da trajetória de vida - pessoal, profissional e 
acadêmica - dos pesquisadores, tendo como questão problema: Quais as 
possibilidades e estratégias para uma alfabetização estimulante e significativa para 
alunos da EJA no Ensino Fundamental? Como aporte teórico para subsidiar este 
estudo, apoiou-se em Freire (1996), Ghiraldelli (2008), Alves (2001) Ferreiro (2001), 
Weisz (2005), dentre outros pesquisadores que discorrem sobre a temática, além do 
suporte de documentos oficiais. O estudo de natureza qualitativa e metodologia 
bibliográfica, pautou-se também, em pesquisa de campo com estudantes de uma 
escola da rede pública municipal de Ensino Fundamental, de Santos. Com o intuito de 
promover e coletar informações na pesquisa de campo, foram aplicadas oficinas 
lúdico-literárias aos alunos desse segmento de ensino, ao término, visando validar os 
dados obtidos, estudantes, professores e a coordenadora da unidade escolar 
responderam algumas perguntas. Os resultados da pesquisa apontam a satisfação 
dos estudantes nas experiências vividas e a ausência de aulas com essa dinâmica. 
Nessa perspectiva, acredita-se que as oficinas lúdico-literárias possam contribuir no 
processo de ensino e aprendizagem, no que tange a Alfabetização, dos estudantes 
da EJA e despertar a outros educadores a importância da educação com uma prática 
mais lúdica e prazerosa.Palavras-chave: Alfabetização. EJA. Lúdico. Literário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARAÚJO, Ana Dina; CLIQUET, Stephanie. REIS, Alcyr dos Santos. LITERACY IN 
YOUTH AND ADULT EDUCATION - EJA: AN EXPERIENCE WITH LITERARY-
LITERARY WORKSHOPS. Santos. Catholic University of Santos, 2019. (Course 
Conclusion Paper - TCC). 
ABSTRACT 
 
 
This research aims to reflect on how to make classes more attractive and enjoyable, 
so that students of Youth and Adult Education, overcome their tiredness and enjoy the 
moment of teaching and learning, with joy and successful experiences in literacy. The 
study started from the researchers' personal, professional and academic life trajectory, 
with the following question: What are the possibilities and strategies for a stimulating 
and meaningful literacy for EJA students in elementary school? As a theoretical 
support to support this study, it was supported by Freire (1996), Ghiraldelli (2008), 
Alves (2001) Ferreiro (2001), Weisz (2005), among other researchers who discuss the 
theme, besides the support of documents. officers. The qualitative study and 
bibliographical methodology was also based on in field research with students from a 
school of the municipal public elementary school of Santos. In order to promote and 
collect information in the field research, ludic-literary workshops were applied to 
students in this segment of education. At the end, aiming to validate the data obtained, 
students, teachers and the school unit coordinator answered some questions. The 
research results indicate the students' satisfaction with their lived experiences and the 
absence of classes with this dynamic. From this perspective, it is believed that playful-
literary workshops can contribute to the teaching and learning process, with regard to 
literacy, of students of EJA and arouse to other educators the importance of education 
with a more playful and enjoyable practice. 
 
 
Keywords: Literacy. EJA. Ludic. Literary. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
QUADRO 1 - Descrição dos segmentos componentes curriculares na educação 
básica ........................................................................................................................ 23 
QUADRO 2- Função da EJA ..................................................................................... 26 
QUADRO 3 - Sinopse de obras trabalhadas na pesquisa de campo ........................ 33 
QUADRO 4 – Perfil e Analise de dados dos educadores .......................................... 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1: Resultado sobre oficinas lúdica-literárias .................................................. 41 
Gráfico 2: Resultados sobre as atividades ................................................................ 41 
Gráfico 3: Resultados sobre aprendizado ................................................................. 41 
Gráfico 4: Resultados sobre oficinas lúdico-Literário nas aulas ................................ 41 
Gráfico 5: Resultado sobre a aula ............................................................................. 42 
Gráfico 6: Resultados sobre contribuição da aula .................................................... 42 
Gráfico 7: Resultados sobre a dificuldade da aula .................................................... 42 
Gráfico 8: Resultado sobre a satisfação da aula ....................................................... 42 
Gráfico 9: Resultado sobre a participação dos estudantes ....................................... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/DELL/Downloads/TCC%20Alterado%2014.11%2022h%20%20-%20Ana,%20Alcyr%20e%20Estefane%20(2).docx%23_Toc24727414
file:///C:/Users/DELL/Downloads/TCC%20Alterado%2014.11%2022h%20%20-%20Ana,%20Alcyr%20e%20Estefane%20(2).docx%23_Toc24727415
file:///C:/Users/DELL/Downloads/TCC%20Alterado%2014.11%2022h%20%20-%20Ana,%20Alcyr%20e%20Estefane%20(2).docx%23_Toc24727416
file:///C:/Users/DELL/Downloads/TCC%20Alterado%2014.11%2022h%20%20-%20Ana,%20Alcyr%20e%20Estefane%20(2).docx%23_Toc24727417
file:///C:/Users/DELL/Downloads/TCC%20Alterado%2014.11%2022h%20%20-%20Ana,%20Alcyr%20e%20Estefane%20(2).docx%23_Toc24727418
file:///C:/Users/DELL/Downloads/TCC%20Alterado%2014.11%2022h%20%20-%20Ana,%20Alcyr%20e%20Estefane%20(2).docx%23_Toc24727419
file:///C:/Users/DELL/Downloads/TCC%20Alterado%2014.11%2022h%20%20-%20Ana,%20Alcyr%20e%20Estefane%20(2).docx%23_Toc24727420
file:///C:/Users/DELL/Downloads/TCC%20Alterado%2014.11%2022h%20%20-%20Ana,%20Alcyr%20e%20Estefane%20(2).docx%23_Toc24727421
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABED - Associação Brasileira De Educação A Distância 
BNCC - Base Nacional Comum Curricular 
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
CF - Constituição Federal 
EAD - Ensino a Distância 
EJA - Educação de Jovens e Adultos 
ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
LDBN - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - nº 9394/96 
MEC - Ministério da Educação 
MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização 
PARFOR - Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica 
PC - Professor Coordenador 
PNE - Plano Nacional de Educação 
UME - Unidade Municipal de Ensino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15 
CAPITULO I .............................................................................................................. 19 
A ORGANIZAÇÃO DA EJA SUA REALIDADE ......................................................... 19 
1.1 - Breve Parecer Sobre a História da EJA ......................................................... 19 
1.2 - Organização da EJA na Atualidade ............................................................... 21 
1.3 - Evasão dos alunos da EJA ............................................................................ 24 
1.4 - Contribuições de Paulo Freire à EJA ............................................................. 24 
1.5 - Direitos e Deveres EJA .................................................................................. 25 
CAPITULO II ............................................................................................................. 27 
O PODER DA LUDICIDADE ..................................................................................... 27 
2.1 - Contribuição da Ludicidade na Educação de Jovens e Adultos. ................... 28 
2.2 - A Ludicidade no Campo Artístico-Literário ..................................................... 30 
2.3 - Paulo Freire Defende a Capacidade de se Fazer Sonhar. ............................ 31 
2.4 - Literatura por meio da Contação de Histórias ................................................ 32 
CAPITULO III ............................................................................................................ 35 
O PERCURSO DA PESQUISA: PROCEDIMENTO E INTERPRETAÇÕES ............. 35 
3.1 - Da Metodologia e dos Procedimentos de Coleta de Dados. .......................... 36 
3.1.1 - Planejamento e Desenvolvimentos das Oficinas Lúdico- Literárias......... 37 
3.2 - Dos Sujeitos Objetos da Pesquisa: Contexto e Cenários. ............................. 39 
3.3 - A Voz dos Professores e Alunos: Concepções, Percepções e Análise ......... 39 
3.4 - Análise e Resultados de Dados ..................................................................... 41 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 43 
REFERÊNCIAS .........................................................................................................45 
APÊNDICES .............................................................................................................. 48 
Apêndice A - Memoriais ......................................................................................... 48 
Apêndice A.1 - Memórias da infância de Alcyr Reis............................................... 49 
Apêndice A.2 - Memórias de Estéfane Cliquet - Do teatro à sala de aula .............. 51 
Apêndice A.3 - Memórias discente de Ana Dina Araújo ......................................... 53 
APÊNDICE B ............................................................................................................. 55 
Relação de Dissertações, Teses e artigos correlatos com a temática da pesquisa
 ............................................................................................................................... 55 
APÊNDICE C ............................................................................................................ 56 
Plano de Aula – Atividade Sequenciada ................................................................ 56 
 
 
APÊNDICE D ............................................................................................................ 58 
Questionários dos profissionais e estudantes da EJA ........................................... 58 
APÊNDICE D.1 ......................................................................................................... 59 
Questionário dos Discentes ................................................................................... 59 
APÊNDICE E ............................................................................................................. 60 
Analise de dados dos Educadores ......................................................................... 60 
ANEXO ...................................................................................................................... 61 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Gestor ......................................... 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
“A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não 
pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico 
facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural”. Santos 
(1997) 
 
A origem desta pesquisa vincula-se fortemente ao percurso de vida e trajetória 
profissional e acadêmica dos pesquisadores. Trata-se de três educadores, e cada um 
vivenciou, de maneira peculiar, algo que está posto neste estudo, o que os levou a 
optar pela temática envolvendo a Educação de Jovens e Adultos – EJA. 
Para melhor compreensão da motivação e interesse dos futuros pedagogos 
com a temática, seguem fragmentos de depoimentos pessoais, retirados dos 
Apêndices A, A.1, A.2 e A3 (pp 48-54), a saber: 
Alcyr Reis relata “[...] minha mãe com três filhos, sempre comentava que 
gostaria de saber ler e, principalmente escrever, isso me deixava preocupado, afinal 
sempre foi o meu pai que dava as ordens em tudo dentro de casa, com o passar dos 
anos via minha mãe aflita de querer se comunicar com as irmãs, minhas tias, que 
moravam longe...o que me fez pensar, em como era difícil naquela época e ainda 
mais, ela declarava que já era velha e não teria paciência para estudar.” 
O relato traz à tona a dificuldade de exercer a cidadania por não estar 
alfabetizada, evidenciando a grande função social da Educação de Jovens e Adultos 
– EJA. O ser humano analfabeto, é excluído em quase tudo, eles buscam a 
alfabetização para vencer o sofrimento de estar excluídos do mundo dos que sabem 
ler, escrever e calcular (Reis, 2011, p.69). 
Estéfane Cliquet compartilha olhar sobre aprender “[...] até a adolescência, já 
tinha vivido algumas experiências artísticas, mas tudo muito desprendido de 
compromisso, só aos 15 anos, entrei em um grupo de teatro e nele vivi meus primeiros 
estudos com diversas literaturas. Foi ali, convivendo com jovens e adultos, que 
comecei a entender que não era só uma brincadeira, mas que poderia juntar a alegria 
com o aprendizado cognitivo, físico e social de entender melhor o outro e a mim 
mesma”. 
 No fragmento da memória da pesquisadora Estéfane, percebe-se que está 
implícito a contribuição do lúdico literário para o desenvolvimento pessoal, social e 
cultural dos jovens e adultos. 
16 
 
 
 
Continuando a socialização dos relatos, Ana Dina partilha vivência e 
experiência “[...] por alguns anos em que trabalhei na escola com contação de histórias 
com a educação infantil, fundamental e para os profissionais na área da educação, 
tive muitos aprendizados positivos. Percebi que por meio dos contos literários e das 
atividades relacionadas às histórias que realizei, os alunos tiveram um aprendizado 
maior, isto é, mais significativo, bem como melhoraram seu comportamento, convívio 
e relacionamento com os amigos da sala e também familiar, e com os adultos, 
possibilita refletir sobre a vida, a relembrar a infância e sentir o gosto pela leitura, e a 
junção, oficina lúdico-literário possibilita momentos de união, troca de experiência e 
confraternização...” 
Durante o curso de pedagogia, foi possível vivenciar algumas práticas, quando 
era proposto pelos professores que compartilhássemos1 atividades que realizamos 
com nossos alunos como educadores. Durante as apresentações, era inevitável 
perceber o quanto a turma se divertia, e assim com relatos de alguns colegas que 
colocavam a necessidade de se trabalhar mais dessa maneira, e como eles, às vezes, 
também tinham a necessidade de se soltarem e trabalhar a questão da timidez. Por 
meio dessa troca, observamos o quanto é importante a ludicidade e a literatura 
estarem presentes no ensino de aprendizagem da criança e também do adulto. Os 
contos de Histórias e brincadeiras são atividades culturalmente definidas no nosso 
desenvolvimento intelectual. Nas vivencias do curso de pedagogia com a necessidade 
de levar atividades e aplicá-las, principalmente nas aulas da tematização da prática, 
nas aulas de fundamentos como, Prática da Alfabetização e Conteúdo e Metodologia 
do Ensino de Língua Portuguesa I e II, foi possível perceber a necessidade de 
multiplicar e compartilhar esse aprendizado, que obtivemos por conta de nossa 
trajetória profissional agregados ao suporte teórico, despertados e alicerçado pelos 
professores mestres do curso. 
Diante do exposto, com essa compatibilidade de ideias, esses fatores de 
relevâncias aos pesquisadores, atrelados a alguns questionamentos, foram 
fundamentais para percebemos algo em comum e possibilidades de juntar vivências 
para assim, realizar uma nova experiência dentro dessa pesquisa. 
 
1 Nesta parte do texto, que remete à memória dos pesquisadores utilizou-se a primeira pessoa do 
plural. 
17 
 
 
 
Por conseguinte, Paulo Freire (1996) exalta que o adulto que vivencia a 
ludicidade tem maior chance de conhecer-se como pessoa, que se permite aprender 
brincando terá mais possibilidade de saber e reconhecer seus limites, aprende por 
meio da brincadeira não se torna criança, mas permite ter prazer e alegria no resgate 
do brincar. Sendo assim, dar a importância devida ao lúdico como ferramenta 
pedagógica é uma forma de mostrar que essa pratica educativa é fundamental tanto 
para as crianças quanto para os adultos, pois interfere positivamente na formação e 
aprendizado dos estudantes. 
Diante do exposto, o trabalho vem sugerir o lúdico-literário para a formação 
dos estudantes da EJA, com intuito de refletir sobre a forma dinâmica de trabalhar 
com leitura para a auxiliar na alfabetização, pois como observado na pesquisa 
bibliográfica, denominada estado da arte, Apêndice B – (p. 55), não há registro de 
leitura com o lúdico para os adultos, semelhante ao proposto nesse trabalho, isto é, 
por meio de oficinas lúdico-literárias. Há sim, um número significativode publicações 
abordando a evasão desse público alvo. 
O problema da evasão da EJA, é uma constatação recorrente, que acontece 
pelo fato do trabalho, família e o cansaço do dia a dia e por não acompanharem o 
ensino. Sendo assim, acreditamos que esta pesquisa vem para estimular os 
estudantes para que se sintam estimulados e possam ter interesse nas aulas, 
despertem o gosto pela literatura, a fim de concluir seus estudos. 
Frente ao cenário apresentado, surgiram alguns questionamentos: Como 
motivar uma pessoa com o “peso” da idade e o cansaço a estudar? Há evasão de 
alunos da EJA? Qual a dificuldade para o aluno da EJA se alfabetizar? Essas 
indagações levaram à questão problema desta pesquisa, que norteará esse estudo. 
Quais as possibilidades e estratégias para uma alfabetização estimulante e 
significativa para alunos da EJA no Ensino Fundamental? Para obter resposta a essa 
pergunta, pautou-se na pesquisa bibliográfica; na aplicação de oficinas lúdico-
literárias e questões semiestruturadas, aos alunos e educadores da EJA de uma 
Escola Municipal em Santos. 
Considera-se a preocupação dos pesquisadores de integrar os estudantes da 
EJA no mercado de trabalho e exercer sua cidadania, busca-se por meio desse 
projeto, contribuir com a inclusão social. 
18 
 
 
 
Pode-se assim, observar o porquê da escolha da temática do trabalho. Tendo 
como objetivo geral refletir sobre como tornar as aulas, da EJA dos anos iniciais, mais 
atrativas e prazerosas, para que os alunos vençam o cansaço e possam desfrutar do 
momento de ensino e aprendizagem, com alegria e experiências exitosas. 
Considerando os aspectos apresentados, justifica-se a relevância desta 
pesquisa para a área educacional. 
Além da introdução, a organização e articulação desse trabalho está 
organizado entre três capítulos, estruturadas da seguinte maneira: 
O Capitulo I aborda sobre os direitos e deveres da EJA; como está organizada 
na atualidade e realiza-se um breve histórico sobre esse segmento, apoiados em 
documentos oficiais e também em pesquisadores que abordam a temática, dentre eles 
Ghiraldelli (2008), em que salienta que alfabetizar jovens e adultos não é um ato 
apenas de ensino, mas a construção de uma perspectiva de mudança; por Alves 
(2001) no que tange ao ato de “aprender em todos os momentos e em qualquer 
espaço, o ser humano é um ser social, histórico e cultural”, o que é corroborado por 
FREIRE (2006), em diferentes momentos. 
No Capítulo II, aborda-se o foco principal do trabalho, isto é, a relevância de 
se desenvolver um trabalho com oficinas lúdico-literário e suas contribuições para a 
educação com os jovens e adultos. Novamente, apoiamos em Freire (1996), ao 
salientar que “a tarefa do educador é desafiar o educando a pensar criticamente a 
partir de seu mundo e não lhe impor um mundo alheio”, o que permite refletir acerca 
do poder da ludicidade para o aprendizado. Considera-se, também, o disposto na 
Base Nacional Comum Curricular - BNCC, especificamente no que tange a 
importância e relevância de se trabalhar o campo artístico-literário, de ter contato com 
as manifestações artísticas em geral. 
O Capítulo III, versa sobre o percurso da pesquisa: o contexto, o 
desenvolvimento dos procedimentos metodológicos do trabalho, a abordagem e as 
técnicas adotadas para coleta de dados, que compreende uma pesquisa de campo, 
em que aplicou-se oficinas lúdico-literárias e ao término de três semanas utilizou-se 
questionário, visando sedimentar a análise e interpretações dos dados, para a 
contextualização dos resultados. 
A finalização do trabalho dá-se com as considerações finais, espaço de reflexão 
sobre as contribuições e possibilidades que resultam dessa pesquisa. 
19 
 
 
 
CAPITULO I 
 
A ORGANIZAÇÃO DA EJA SUA REALIDADE 
 
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a 
sua própria produção ou a sua construção. 
Paulo Freire 
 
O objetivo desse capitulo inicial é conhecer e compreender um pouco sobre a 
história da EJA e entender como está organizado, sua estrutura na atualidade e como 
estão distribuídas suas disciplinas. 
A relevância dessa modalidade, sua importância para aqueles que tem direito 
a educação e oportunidade de melhoria na vida pessoal e profissional. Uma visão 
humanista a essa realidade, Paulo Freire defende essa causa e alicerçar a 
necessidade da educação para todos. 
No decorrer das décadas, ocorreram pequenas mudanças dentro do âmbito 
educacional, mas com o envolvimento de todos em pró de uma educação mais 
acessível, intenta obter mudanças na área educacional. 
 
1.1- Breve Parecer Sobre a História da EJA 
 
O ensino da EJA atende discentes que não tiveram oportunidade de terminar 
seus estudos na idade ideal, maiores de 18 (dezoito) anos para ensino médio e 
maiores de 15 (quinze) anos ensino fundamental, objeto de estudo desse trabalho. 
Com isso, foi necessário conhecer sua trajetória histórica e sobre o processo de 
alfabetização dessa modalidade. 
Alfabetizar jovens e adultos não é um ato apenas de ensino – aprendizagem 
é a construção de uma perspectiva de mudança; no início, época da 
colonização do Brasil, as poucas escolas existentes era pra privilégio das 
classes média e alta, nessas famílias os filhos possuíam acompanhamento 
escolar na infância; não havia a necessidade de uma alfabetização pra jovens 
e adultos, as classes pobres não tinham acesso a instrução escolar e quando 
a recebiam era de forma indireta, de acordo com (GHIRALDELLI, 2008, p. 
24). 
 
No decorrer dos anos, ocorreram grandes mudanças na educação, resumia-se 
à alfabetização como um processo compreendido em aprender a ler e escrever, mas 
a pratica, ele resume num resgate da história de vida e o cotidiano de cada aluno. 
20 
 
 
 
De acordo com Meneses (2001), o Movimento Brasileiro de Alfabetização 
(MOBRAL) foi criado em 1970 pelo governo federal com objetivo de erradicar o 
analfabetismo do Brasil em dez anos. O Mobral propunha a alfabetização funcional de 
jovens e adultos, visando “conduzir a pessoa humana a adquirir técnicas de leitura, 
escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade, permitindo melhores 
condições de vida”. O programa foi extinto em 1985 e substituído pelo Projeto Educar. 
Menezes e Santos (2001), salientam que a ideia do Mobral se encontra no 
contexto do regime militar no Brasil, iniciado em 1964, cujo governo passa a controlar 
os programas de alfabetização de forma centralizada. Até então, duas décadas antes, 
a reflexão e o debate em torno do analfabetismo no país convergiam para a 
consolidação de um novo modelo pedagógico. Nesse modelo, o analfabetismo era 
interpretado como efeito de uma situação de pobreza gerada por uma estrutura social 
não igualitária e, sendo assim, a educação e a alfabetização deveriam partir de um 
exame crítico da realidade existencial dos educandos, da identificação das origens de 
seus problemas e das possibilidades de superá-los. Os programas de alfabetização 
orientados neste sentido foram interrompidos pelo golpe militar, porque eram 
considerados uma ameaça ao regime, e substituídos pelo Mobral. Dessa forma, 
muitos dos procedimentos adotados no início da década de 60 foram reproduzidos, 
mas esvaziados de todo senso crítico e problematizado. 
Em 1985, acabaram com o Mobral e Instalaram o projeto Fundação Educar, 
que surgiu 1985 a 1990. Em 1996 até a data de hoje, o projeto determinado é a 
Educação de Jovens e Adultos - EJA. 
A pesquisa vem com a proposta de levar o lúdico para a formação dos alunos 
da EJA e mostrar uma forma dinâmica de trabalhar com leitura e contribuir para o 
processo de aquisição da base alfabética como foi observado na pesquisa 
denominado “estado da arte” ou “estado do conhecimento”, não evidenciou registro 
de leitura com o lúdico para os adultos. 
 
O analfabeto principalmente os que vivem nas grandes cidades, sabe maisdo que 
ninguém, qual a importância de saber ler e escrever, para a sua vida como um todo. 
No entanto, não podemos alimentar a ilusão de que o fato de saber ler e escrever, 
por si só, vá contribuir para alterar as condições de moradia comida e mesmo de 
trabalho. Essas condições só vão ser alteradas pelas lutas coletivas dos 
trabalhadores por mudanças estruturais na sociedade. (FREIRE. 2006, p. 70) 
 
21 
 
 
 
Até que ocorram mudanças estruturais, significativas na sociedade, busca-se 
meios para combater, ou ao menos dirimir, o analfabetismo e a evasão na EJA, 
levando ao conhecimento dos alunos, oficinas lúdicas-literária, com conceito básico 
de encontrar formas mais significativas de ensinar por meio dos contos, jogos, roda 
de conversa entre outros, entretendo os alunos da EJA uma experiência diferente das 
aulas atuais. 
Assim sendo, buscando renovação e atualidade, a proposta pedagógica é 
oferecer para a educação de jovens e adultos, o que no passado não foi pensado, 
oficina lúdica utilizando contos literários, na qual os alunos da EJA sejam capazes de 
aprender com ausência de aulas maçantes. 
Percebe-se que a Educação de Jovens e Adultos, até nos dias de hoje, tem 
papel secundário no cenário da educação brasileira. Paulo Freire um grande 
incentivador da educação, mostra a importância dessa oportunidade para esses 
estudantes, com seu olhar diferenciado para com esses seres humanos. Todos têm o 
direto de se ter uma formação educacional seja ela em qualquer momento da vida. 
 
1.2- Organização da EJA na Atualidade 
 
Sabe-se que, atualmente é necessário um profissional pesquisador, de 
quaisquer áreas, o que não é diferente com o educador, que precisa se adaptar as 
novas mudanças sobre a atualidade na educação e no mundo. Permitir as 
transformações necessárias dos alunos e dele próprio, é fundamental que ele 
“educador”, tenha consciência na valorização do conhecimento e na experiência de 
vida dos seus alunos. 
 
A alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora para 
dentro, como uma doação ou uma exposição, mas de dentro para fora pelo 
próprio analfabeto, somente ajustado pelo educador. Esta é a razão pela 
qual procura nos um método que fosse capaz de fazer instrumento também 
do educando e não só do educador. (FREIRE, 1979, p. 72). 
 
Há alguns anos não havia essas modernizações e recursos importantes para o 
sistema educacional. Um adulto que não sabia ler e escrever, procurava se alfabetizar 
no curso da EJA. 
De acordo Oliveira (2018), do portal Educa mais Brasil, essa modalidade de 
ensino destinada aos jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na 
22 
 
 
 
idade apropriada tem a oportunidade de concluir os níveis da educação Básica, essa 
etapa do ensino foi criada pelo Governo Federal no intuito de permitir que o aluno 
retorne aos estudos e conclua em menos tempo sua escolarização e qualificação para 
obter melhores qualidades de mercado de trabalho. 
Diante das tecnologias e facilidade dos alunos à aprendizagem, hoje também 
são administrados e oferecidos o ensino a distância- EAD, tendo como objetivo a 
democratização do ensino público no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira 
de Educação a Distância (ABED), asseguradas pela legislação da constituição 
Federal de 1998 em seu artigo 208. 
 
“O dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia de: I – 
ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta 
gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria”. VII – 
atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio 
de programas suplementares de material didático escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde. BRASIL – CF (1998) 
 
Há um respaldo também pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
LDB 9.394/96, em que afirma no: 
 
Art. 37, § 1 - Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens 
e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, 
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características 
do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante 
cursos e exames. LDB (1996) 
 
Amparados por essas leis o Ensino a Distância a EJA está dividida em: 
 
• EJA Ensino Fundamental: destinada a jovens a partir de 15 anos que não 
completaram a etapa entre o 1º e o 9° ano. Nessa etapa, os alunos estar em 
novas formas de aprender e pensar. Tem duração média de 2 anos para a 
conclusão. 
• EJA Ensino Médio: destinada a alunos maiores de 18 anos que não 
completaram o Ensino Médio, que completa a Educação Básica no Brasil. Ao 
concluir essa etapa, o aluno está preparado para realizar provas de vestibular 
e ENEM, para ingressar em universidades. O tempo médio de conclusão é de 
18 meses. 
 
23 
 
 
 
Portando essa organização é estabelecida pela Base Nacional Comum 
Curricular – BNCC, considerando as necessidades de desenvolvimento do aluno no 
ensino fundamental e no ensino médio. Definindo aprendizagens necessárias para o 
desenvolvimento do aluno na Educação Básica do país, sendo elas sobre os dois 
seguimentos, conforme evidenciado a seguir. 
 
QUADRO 1 - Descrição dos segmentos componentes curriculares na educação básica 
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO 
• Língua Portuguesa 
• Ciências 
• Matemática 
• Inglês 
• Artes 
• Educação Física 
• História 
• Geografia 
 
• História 
• Sociologia 
• Filosofia 
• Língua Portuguesa 
• Inglês 
• Artes 
• Educação Física 
• Ciências 
• Matemática 
• Química 
• Física 
Fonte: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/tudo-sobre-eja-o-que-e-e-como-funciona 
 
 
Conforme ressalta Oliveira (2018) a certificação de conclusão do Ensino 
Fundamental ou do Ensino Médio da EJA é avaliado diante de uma prova. Essas são 
realizadas pelas secretarias municipais ou estaduais que avalia as competências dos 
discentes. Mesmo estudando por outros programas ou por conta própria ele pode se 
inscrever para realizar o exame e garantir seu certificado, visando exercitar/aproximar 
da autonomia intelectual. 
Nessa perspectiva, FREIRE (1996, p.59), salienta que “[...] O respeito à 
autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que 
podemos ou não conceder uns aos outros.” Assim, exaltamos a importância de 
proporcionar aulas mais atrativas e lúdicas para que esse discente não desista da 
busca, desse encontro com a sua autonomia conquistada. 
 
https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/tudo-sobre-eja-o-que-e-e-como-funciona
24 
 
 
 
1.3- Evasão dos alunos da EJA 
 
A evasão dos discentes da EJA é um item presente na pesquisa. Nesse sentido, 
busca-se refletir sobre o perfil desses estudantes e as causas que os leva a desistir 
de concluir seus estudos. Para tanto apoia-se em dados do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística - IBGE de 2019, conforme segue: 
 
[...] No que se refere à análise por sexo, do total daqueles que frequentavam 
ou frequentaram anteriormente a EJA, 53% eram mulheres e 47%, homens. 
Com relação ao rendimento, o maior percentual de pessoas que 
frequentavam EJA, na época da pesquisa, foi daquelas que estavam na faixa 
de até ¼ do salário mínimo (3,0%) e as que não tinham rendimento (2,6%). 
A maioria dos que cursavam EJA era formada por pessoas que se 
declaravam pardas (47,2%), seguidas por brancas (41,2%), pretas (10,5%) e 
de outra cor ou raça (1,1%). IBGE (2019) 
 
Compreende-se que neste dado, que as mulheres procuram se alfabetizar, 
porém algumas razões fazem com que elas desistam. Segundo Andrade (2008), as 
cobranças em relação às mulheres são grandes e, competir com os homens por 
escolarização, trabalho e visibilidade social, demanda grande esforço e habilidades 
que mulheres pobres, geralmente, dispõem menos que as mulheres de classe média. 
As mulheres, enfrentam diariamente uma jornada de trabalho exaustiva, considerandotrabalho formal e o trabalho domiciliar, infere-se que a necessidade de trabalhar e 
cuidar da família, contribui para evasão da EJA. 
De acordo com Freire (2006), a evasão é caracterizada pela expulsão escolar, 
visto que a saída do educando da escola não é um ato voluntário, mas sim uma 
imposição sofrida por ele, diante das adversidades presentes na sua trajetória de vida. 
Sendo assim, ressalta que a evasão da EJA, aplica em várias razões sociais e 
econômicas como; trabalho, disponibilidade de horário, segurança, falta de material 
didático, localização das escolas, professor entre outros. A EJA possibilita um 
caminho de desenvolvimento e conhecimento para esses estudantes, propiciando 
uma forma de integrar no mercado de trabalho e vivenciar novas experiências. 
 
1.4- Contribuições de Paulo Freire à EJA 
 
A história da EJA não tem fundamento sem uma grande contribuição de Paulo 
Freire, que por meio das suas propostas de educação, diálogo entre educador e 
25 
 
 
 
educando, contribuiu muito com a alfabetização da EJA, que até hoje essas práticas 
pedagógicas são utilizadas e estudadas para a formação dos discentes. 
 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino amparada por 
lei e voltada para pessoas que não tiveram, por algum motivo, acesso ao ensino 
regular na idade apropriada. O EJA tem como objetivo tentar ou corrigir algumas 
questões sociais como exclusão e exploração, entre outras que geram consequências 
maiores, como a perigosa marginalização. A história da EJA no Brasil está muito 
ligada a Paulo Freire. O projeto de alfabetização que ele implementou em 1963 
atendeu 380 trabalhadores em Angico-RN, repercutindo por todo o país, mas sendo 
sufocado pelo golpe militar de 1964. CARDOSO e PASSOS (2016) 
 
 
 Visando contribuir na educação desses jovens e adultos que participam das 
aulas presenciais da EJA, busca-se alguns caminhos para concretizar esse sonho dos 
estudantes em se alfabetizar e dar continuidade em seus estudos. A proposta é fazer 
o que estar na LDB, lei n. 9.394/96 que tem o objetivo de definir prioridades e melhoria 
da qualidade de ensino. Nessa perspectiva, buscou-se em Paulo Freire 
fundamentação para subsidiar esse trabalho, pois o educador propicia a reflexão 
sobre o que esses estudantes vivem no seu cotidiano, e assim aprendem a ler e 
escrever por meio de estímulos e ao mesmo tempo a descoberta para a vida. 
 
1.5- Direitos e Deveres EJA 
 
Os direitos dos estudantes e as políticas públicas para que essa se torne uma 
realidade de conquistas ainda é uma busca que anda em passos lentos, conforme 
salientado por pesquisadores abaixo: 
 
Mesmo com os esforços de políticas públicas para reparar a distorção 
idade/série, no que diz respeito ao analfabetismo, esse ainda é um problema 
não superado no Brasil e que aponta ainda para índices elevados. A metas 
do Plano Nacional de Educação para o decênio dificilmente serão atingidos. 
O documento em análise nos mostra que EJA é uma das formas para se 
erradicar o analfabetismo, considerando uma dívida social, visto que a 
população de analfabetos representa pessoas que não tiveram acesso nem 
competência da leitura e da escrita como um bem social. (STECANELA; 
AGLIARDI; LORENSATTI 2014 p. 89) 
 
O Brasil se encontra nesta dura realidade do analfabetismo, e em prol da 
igualdade e direito e deveres da EJA, foi implantada a Lei de Diretrizes da Educação 
Nacional – LDB 9.394/96, que, trata da educação de jovens e adultos no capítulo II, 
da Educação Básica, seção V, Da Educação de Jovens e Adultos. 
 
26 
 
 
 
Art. 37, A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não 
tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio 
na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem 
ao longo da vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018). 
 
 Com isso, reconhecer e respeitar os alunos da EJA, é uma luta de todos, 
visando uma sociedade mais humana e um país desenvolvido. 
Ao retornarem aos estudos, os alunos da EJA buscam a oportunidade que 
durante a sua infância ou adolescência, por algum motivo, tiveram que abandonar e 
deram outro rumo a sua vida. Alguns obstáculos como: cansaço do trabalho, 
autoestima baixa, problemas familiares e a desigualdade social, são os principais 
motivos da evasão escolar. Diante do exposto o quadro abaixo, oriundo das Diretrizes 
Curriculares Nacionais da Educação Básica de 2013, explícita acerca de 3 funções 
relevantes da EJA, a saber: 
 
QUADRO 2- Função da EJA 
 
Reparadora 
Significa não só a entrada no circuito dos direitos civis pela 
restauração de um direito negado: o direito a uma escola de 
qualidade, mas também o reconhecimento daquela igualdade 
ontológica de todo e qualquer ser humano. 
 
 
Equalizadora 
Dar cobertura a trabalhadores e a tantos outros segmentos 
sociais como donas de casa, migrantes, aposentados e 
encarcerados. A reentrada no sistema educacional dos que 
tiveram uma interrupção forçada seja pela repetência ou pela 
evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência 
ou outras condições adversas, deve ser saudada como 
reparação corretiva, ainda que tardia, de estruturas arcaicas, 
possibilitando aos indivíduos novas inserções no mundo do 
trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na 
abertura dos canais de participação. 
 
 
Qualificadora 
Mais do que uma função permanente da EJA que pode se 
chamar de qualificadora. Mais do que uma função, ela é o 
próprio sentido da EJA. Ela tem como base o caráter 
incompleto do der humano cujo potencial de desenvolvimento 
e de adequação pode se atualizar em quadros escolares ou 
não escolares. 
 
Fonte: http://confinteabrasilmais6.mec.gov.br/images/documentos/legislacao_vigente_EJA.pdf 
 
A EJA tem como objetivo erradicar o analfabetismo no Brasil, esse projeto visa 
contribuir na educação desses alunos da EJA, que sofrem com a desigualdade social 
e com preconceito de não saber ler e escrever. 
Segundo Alves (2001) podemos aprender em todos os momentos e em 
qualquer espaço, isto porque o ser humano é um ser social, histórico e cultural. Ele se 
27 
 
 
 
forma de modo gregário, interagindo com os iguais e diferentes e se organizando em 
torno de certas características que lhe dão identidade de realidade. E para garantir 
todos os direitos à educação e contemplar toda diversidade aos alunos da EJA, 
também foram considerados atendimentos específicos como: 
• Educação Especial 
• EJA nas Prisões 
• EJA na Educação no Campo 
• EJA e diversidade 
• Educação a distância 
• Educação profissional na EJA 
Ratificando o abordado nesse capítulo, acerca desse segmento. A EJA é uma 
modalidade de ensino criada pelo Governo Federal para permitir a esses estudantes 
a conclusão de seus estudos e para atingir metas do Plano Nacional de Educação 
(PNE), que determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional até 
2024 (MEC 2018). 
 O primeiro grupo são metas estruturantes para garantia do direito a educação 
básica com qualidade, e que assim promovam a garantia do acesso, à universalização 
do ensino obrigatório, e à ampliação das oportunidades educacionais. 
Um segundo grupo de metas diz respeito especificamente à redução das 
desigualdades e à valorização da diversidade, caminhos imprescindíveis para a 
equidade. 
O terceiro bloco de metas trata da valorização dos profissionais da educação, 
considerada estratégica para que as metas anteriores sejam atingidas, e o quarto 
grupo de metas refere-se ao ensino superior. 
As metas são de extrema relevância para se alcançar uma educação de 
qualidade .... Sendo assim, que sejam cumpridas!!! 
 
CAPITULO II 
 
O PODER DA LUDICIDADE 
 
“A tarefa do professor é preparar motivações 
para atividades culturais, num ambiente 
previamente organizado, e depois se abster 
de interferir”. Maria Montessori 
28 
 
 
 
 
Esse capítulo visa destacar a importânciae a relevância de se trabalhar com o 
lúdico também com os adultos. A proposta de se trabalhar com a literatura por meio 
de aulas mais prazerosas, possibilitando a esse público uma aula dinâmica e 
participativa, apoiou-se em autores que discutem essa temática e colaboram com o 
exercício da cidadania, proporcionado pela alfabetização. Partindo dessa premissa e 
come bem colocado na letra da canção de Titãs “...A gente não quer só comida; A 
gente quer comida, diversão e arte; A gente não quer só comida; A gente quer saída 
para qualquer parte...” somos, queremos e precisamos mais do saber e de ensinar a 
ler e escrever, os estudantes precisam e devem ser contemplados com didáticas que 
permitam a eles pensar além. Por esse motivo, defende-se as contribuições da 
ludicidade em qualquer idade. 
 
2.1 - Contribuição da Ludicidade na Educação de Jovens e Adultos. 
 
A ludicidade entra como protagonista com a finalidade de ser trabalhada como 
um recurso pedagógico que auxilie os alunos da EJA no processo de compreensão 
dos conteúdos da alfabetização. Utilizando desse recurso os alunos podem ser 
sujeitos participantes e protagonistas da sua história, provocando a preparação na 
formação de um indivíduo mais atento a sua realidade. E esse passe a compreender 
e valorizar sua história de vida, passando a ter uma opinião formada e participante de 
seus direitos políticos. 
Neste contexto, Freire preconizava um conceito de educação libertadora, na 
qual trabalhava com o contexto de experiências de vidas dos alunos, esse era o ponto 
de partida para construção das suas aulas. A leitura está diretamente vinculada a essa 
transformação social, a leitura e sua compreensão de texto, entender o que se lê, 
capacita para uma superação de opressão. É importante que o professor tenha um 
olhar atento e carinhoso para seus alunos de modo a perceber suas necessidades e 
respeitar os seus saberes e sua realidade “pois impor a eles a nossa compreensão 
em nome da sua libertação é aceitar soluções autoritárias como caminhos para 
libertação” (FREIRE, 2003, p.27) 
Dessa maneira os docentes devem elaborar as atividades lúdicas pensando no 
contexto social de seus discentes, tendo como ponto de partida a realidade desse 
aluno, o contexto social, não somente o escolar. Aproveitando a história de vida dos 
29 
 
 
 
alunos, estimulando a partir desse conhecimento pessoal, novos aprendizados. 
Conforme destacado por Freire (1996) a tarefa do educador é desafiar o educando a 
pensar criticamente a partir de seu mundo e não lhe impor um mundo alheio. 
A ludicidade é facilitadora pois, por meio dos jogos é possível ter um 
relacionamento mais acessível entre docente e discente e entre os próprios alunos, 
possibilitando uma aproximação para a relação interpessoal e o reconhecimento 
intrapessoal. 
O ato de jogar é uma tradição muito antiga, os animais já se dedicavam ao 
lúdico como forma de socialização, como competição e para estreitamento de laços. 
Os jogos carregam muitos significados vão além do psicológico ou mero fenômeno 
fisiológico, eles envolvem elementos não matérias em sua essência (Huizinga, 2014). 
Assim a relevância de se trabalhar a partir do lúdico com os jogos devido a sua 
complexidade intrínseca quanto extrínseca, pois está atrelada à presença social como 
um artefato cultural. O autor aponta cinco aspectos consideráveis; 
 
a) O envolvimento na atividade lúdica é voluntário; as pessoas jogam 
porque gostam de fazê-lo, e não porque são obrigadas. Daí o potencial que 
os jogos têm de gerar prazer e envolvimento; 
b) A ação de jogar representa um momento de distensão, de liberdade 
em relação ao que temos de realizar, seja na escola, no trabalho ou na vida 
pessoal; 
c) Tempo e espaço são elementos que diferenciam o jogo das ações 
cotidianas. Ele tem ritmo e caminho próprios, que são lúdicos e distintos da 
vida comum; 
d) As regras que fundamentam o jogo são diferentes daquelas existentes 
no mundo habitual e precisam ser observadas se o jogador quiser superar 
desafios e obter recompensas. O que é possível ou não realizar dá forma aos 
percursos adotados pelo jogador; 
e) O jogo favorece a criação e permanência de comunidades, assim, dá 
consistência à sensação de estudar juntos, apesar da distância física. 
(HUIZINGA, 2014, p.) 
 
Partindo desses elementos a experiência de jogar e de desenvolver atividades 
relacionados a partir do lúdico promovem uma interação social de forma significativa, 
promovendo situações de aprendizagem. Que é um passo aplausível, principalmente 
na educação de jovens e adultos, que por muitos e diferentes motivos, já 
mencionados, acabam se desmotivando da escola por não conseguir ter essa relação 
pessoal. 
Essa bagagem alicerça uma transformação pessoal, desenvolve a autoestima 
para se obter um melhor resultado na aprendizagem. A BNCC (2017) destaca essa 
importância de se ter a pluralidade de diferentes campos literários. 
30 
 
 
 
 
2.2 - A Ludicidade no Campo Artístico-Literário 
 
A Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017), desataca a importância e 
relevância de se trabalhar o campo artístico-literário, de ter contato com as 
manifestações artísticas em geral. Tendo em jogo a continuidade da formação do 
leitor literário, destacando o desenvolvimento de fruição sobre a estética desse tipo 
de leitura. Essa leitura libertadora desperta para uma realidade infinita, mas acima de 
tudo humanizada e transformadora, ressaltando que: 
“[...] garantir a formação de – um leitor-fruidor, ou seja, de um sujeito que seja 
capaz de se implicar na leitura dos textos, de “desvendar” suas múltiplas 
camadas de sentido, de responder às suas demandas e de firmar pactos de 
leitura...” (BNCC- 2017) 
 
Para se obter essas habilidades é necessário ofertar diferentes gêneros 
narrativos e poéticos despertando a sua apreciação e nela desenvolvendo a 
observação e percepção dos seus elementos - espaço, tempo, personagens - 
propiciando nesse fazer muitas formas de se aplicar atividades lúdicas. Considerando 
o disposto na BNCC, pode-se pontuar a necessidade efetiva com propostas mais 
significativas e atividades práticas nas salas de aulas. 
Os jogos teatrais podem, também, propiciar um olhar mais sensível e apurado 
“sobre nós mesmos e o mundo. Com os jogos podemos vivenciar o faz de conta, viver, 
sentir, perder, ganhar, ser estrategista e até sermos outros personagens.” Por meio 
dos jogos teatrais, pode-se aprender a dar a vez ao outro, como controlar as emoções, 
estimular e sentir sensações novas, realizar muitos trabalhos em grupo, contar e viver 
histórias. “Isso tudo é surpreendente e realizador permitindo que outras pessoas 
possam ter a oportunidade de vivenciar essas experiências.” Esse parágrafo, com 
fragmentos das memórias de uma das autoras desse trabalho, encontra-se no 
apêndice A1, (p.51). 
A pesquisadora corrobora com Brougére (1998) pois o mesmo afirma que a 
criança por si só já brinca de teatro. Afinal qual foi a criança que nunca brincou em 
representar sua mãe, ou ser um animal, e poder ser aquela pessoa que admirava, 
como a sua professora, um personagem do desenho, um super-herói. E assim, 
brincando nem nos dávamos conta que estar aprendendo de forma lúdica e natural 
como nossos pais brincavam e as novas gerações devem jogar/brincar. Devemos 
31 
 
 
 
ensinar e cultivar as crianças ou adultos e proporcioná-las a poder viver essas 
experiências. 
No artigo “A criança e a Cultura Lúdica”, produção acadêmica de Brougére 
(1998), o autor destaca que brincar não é uma dinâmica intensa do indivíduo, mas 
uma atividade dotada de uma significação social. Antes o brincar era caracterizado 
como uma futilidade de passatempo realizada pelas crianças, mas por meio de 
pesquisas e estudos sobre essa prática foi compreendido que o brincar do jogo, do 
faz de conta é uma atividade lúdica que leva ao reconhecimento pela sua importância, 
pois permitea ter uma interpretação das atividades humanas. 
Dessa forma, a riqueza está na convivência com o outro, na troca de 
experiências que esse grupo compartilha e vivencia e, contudo, aprendemos 
individualmente. Os jogos teatrais possibilitam e oportunizam a união desses 
elementos, Spolin (2007). 
Tendo um papel honroso na história da evolução da humanidade o teatro além 
de ofertar cultura, entretenimento, educar, precaver sobre fatos que os governantes e 
maiorais realizavam ocultamente, o teatro representa momentos da evolução do 
homem, assim como, serve de alerta para o que realmente acontecia e ainda acontece 
em uma determinada época. Pela sua história e trajetória, o teatro e os jogos teatrais 
devem continuar a ajudar as pessoas. Estimamos fazer parte dessa evolução e não 
deixar o teatro morrer, já que tanta tecnologia poderia ser uma ameaça. 
A humanidade está cada vez mais se afastando e perdendo o aprendizado por 
meio da interação social. Cada vez mais o olho no olho, o contato físico e a 
convivência pessoal estão se perdendo. Faz-se necessário buscar maneiras de 
proporcionar a interação e o ensinar como se relacionar com o outro e assim conhecer 
a si e buscar novos caminhos para além de si. 
 
2.3 - Paulo Freire Defende a Capacidade de se Fazer Sonhar. 
 
Freire (1996, p.36) certifica que “ensinar é substantivamente formar”, mas para 
saber ensinar deve-se entender que não é somente transmitir conhecimentos ou 
praticar de forma metódica o ensinar. Para que o aprendiz seja capaz de sonhar é 
necessário criar formas e possibilidades de quem esteja sendo informado não se limite 
32 
 
 
 
a só essa informação. O educador destaca a necessidade de que essa informação 
seja construída no processo da aprendizagem para libertar a capacidade de sonhar. 
Assim, aquele que é desafiado a buscar e aprender de maneiras diversas, pode 
ter além da informação, esse desenvolveu formas de buscar o conhecimento. Leva a 
perspectiva de sonhar de fazê-lo tomar conhecimento, de se esforçar com objetivos, 
possibilitar a liberdade de criar asas, além da imaginação, sonhar e buscar um novo 
mundo para si e para o outro. 
 
2.4- Literatura por meio da Contação de Histórias 
 
A prática de divulgar a literatura por meio de histórias como estratégia didática 
é fundamental para a formação educacional tanto da criança como de um adulto, a 
leitura é um hábito que deve ser estimulado desde a infância. Existe inúmeras formas 
de contar histórias para despertar a imaginação de qualquer pessoa: com música, 
fantoches, teatro de sombra, imagens, desenhos ou fazendo uma leitura de livro. 
Freire (2005) afirma que a leitura de mundo antecede à da palavra, ou seja, 
desde que nascemos somos leitores do mundo e nossas ações decorrem dessa 
leitura. 
Segundo os pesquisadores, “Diante de algumas experiências ao longo da 
jornada de trabalho, observamos que, alguns docentes, não praticam e nem procuram 
inovar a sua forma de contar histórias.” 
As histórias contadas são atividades mais antigas, faz uma ponte entre o real e 
o imaginário. E o uso dessa ferramenta, incentiva o gosto para habito a leitura, e 
também possibilita ampliar o vocabulário e levam o leitor/ouvinte a refletir. As histórias 
possuem uma grande função social, determinam com ensinamentos morais, 
socialização, enriquecimento intelectual e cultural. São inúmeras as possibilidades 
positivas que o uso da contação de história possa ter na vida de uma pessoa. 
A literatura contribui de forma exitosa na vida dos estudantes. A ideia de 
escolher um livro, para ler ou para ouvir, desperta curiosidade e a necessidade de ser 
um leitor. 
A literatura permite que o leitor participe de experiências de vida através da 
representação do mundo, ao fazer uma relação entre o maravilhoso e o real. 
Através da literatura é possível: aprender, refletir, questionar, comparar, 
investigar, imaginar, emocionar, divertir, transformar, viver, amadurecer, 
desenvolver a sensibilidade estética e a expressão linguística, adquirir 
cultura, diferentes visões de mundo e etc. (BRAGATTO FILHO, 1995, p.15). 
33 
 
 
 
 
 
Acredita-se que os livros e contos abordados, contribuem no desenvolvimento 
do leitor e na experiência em sala de aula. São inúmeros autores para serem 
trabalhados, no quadro abaixo, destacam-se alguns que foram referencias para o 
desenvolvimento da pesquisa. 
Pensando nos alunos da EJA, na sua construção de identidade, indicamos 
alguns livros e contos para contribuir no uso das aulas, as sinopses das obras 
trabalhadas na pesquisa de campo, são das respectivas editoras. 
 
Quadro 3 - Sinopse de obras trabalhadas na pesquisa de campo 
 
MACAQUINHO - RONALDO SIMÕES COELHO, 1988. 
 
Toda noite o macaquinho ia para a cama do pai. Cada dia era uma desculpa: ou 
porque estava com frio, ou com fome, ou com medo. E o papai nunca conseguia 
dormir, mas sempre resolvia o problema. Até que, um dia, o filhote conta a 
verdadeira razão de querer ir para a cama do pai. Qual seria o problema afinal? 
 
 
ESPERANDO A CHUVA - VERONIQUE VERNETTE, 2014. 
 
Não chove há muitos meses. A casa, o quintal e as ruas estão secos e empoeirados. 
A menina decide então esperar a chuva. Da porta de casa, acompanha o movimento 
da rua: o caminhão traz a lenha, o barril leva a água para os moradores, o costureiro 
conserta as roupas das famílias. É hora de ajudar a mãe em casa, tomar banho e 
jantar. De repente, o céu começa a escurecer e o forte vento anuncia... 
 
 
 
O MENINO QUE FOI NO VENTO NORTE - BEATRIZ MARTINI BEDRAN, 2012. 
 
Esta foi a primeira história que eu ouvi na minha vida. Ou melhor, a primeira da qual 
me lembro. E me lembro, como se fosse ontem, da minha mãe sentada na beira da 
cama, e eu, bem pequenininha, escutando sua voz carinhosa contar as aventuras 
maravilhosas deste menino e os presentes mágicos que o Vento Norte lhe deu. Eu 
gostava tanto dessa história que, quando eu finalmente ia adormecendo e minha 
mãe saía silenciosamente do quarto para eu não acordar, eu abria os olhos e pedia: 
“Conta de novo?” Anos mais tarde, eu comecei a inventar músicas para cantar e 
contar as histórias preferidas do meu coração. Criei, então, a música “O menino que 
foi ao Vento Norte”. Este é um livro para você cantar e contar e viajar no encanto 
das histórias que atravessam os tempos de geração em geração. 
34 
 
 
 
 
A HISTÓRIA DO LEÃO QUE NÃO SABIA ESCREVER 
MARTIN BALTSCHEIT, 2002. 
 
O leão não sabia escrever. Mas isso não o atrapalhava, pois ele sabia rugir e 
mostrar os dentes. E o leão não precisava de mais nada. Só que um dia ele 
encontrou uma leoa e passou a depender dos outros para trocar cartas de amor 
com ela. Aí o leão percebeu que saber rugir não bastava. 
 
 
O CABELO LELÊ - VALERIA BELEM, 2007. 
Lelê não gosta do que vê...de onde vem tantos cachinhos? 
Ela vive a se perguntar. E essa resposta ela encontra num livro, em que descobre 
sua história e a beleza da herança africana. 
 
 
CONTOS AFRICANOS PARA CRIANÇAS BRASILEIRAS 
ROGÉRIO ANDRADE BARBOSA, 2005. 
 
"Contos Africanos para Crianças Brasileiras" reúne dois contos de temas universais 
e tradicionais, que pertencem à literatura oral de Uganda: o primeiro fala de como 
nasceu a inimizade entre o gato e o rato, e o segundo, do motivo pelo qual os jabutis 
têm os cascos rachados. 
 
O SAPATO QUE MIAVA - SYLVIA ORTHOFF,1985. 
 
Essa história amalucada, sapato mia, chinelo late e velha anda pra lá e pra cá, sem 
desconfiar que a confusão já está armada. Será que o gato Deodato vai escapar 
com vida? Será que a velha vai se apaixonar e viver feliz para sempre? 
 
O CARTEIRO CHEGOU - JANET & ALLAN AHLBERG, 2007. 
 
Assim como todo mundo, os contos de fadas gostam de mandar e receber cartas. 
João, por exemplo, mal tem tempo de agradecer o gigante pelas ótimas férias que 
sua galinha de ovos de ouro lhe proporcionou. Cachinhos Dourados aproveita parase desculpar com a família Urso por ter causado confusão na casa. E o que seria 
da bruxa sem o catálogo de ofertas do Empório da Bruxaria, que esse mês oferece 
uma promoção especial de mistura para torta Menino Fofo? Por isso, quando o 
carteiro chega é sempre uma festa, e todo mundo o convida para entrar. Mas às 
vezes — especialmente em caso de Lobo Mau — ele prefere recusar o chazinho e 
dar no pé o mais rápido possível. O livro, que é todo contado em rimas, vem cheio 
de cartas de verdade, postais, livrinhos e convites, com envelope e tudo. 
 
 
35 
 
 
 
 
A ÁRVORE GENEROSA - SHEL SILVERSTEIN, 2017. 
 
Todos os dias um menino vai até uma árvore para se pendurar em seus galhos, 
comer suas maçãs e descansar sob sua sombra. O menino ama a árvore e ela, feliz, 
o ama também. Porém, à medida que o tempo passa, o garoto cresce e começa a 
desejar mais do que a simples companhia de sua amiga para brincar e repousar. 
Ele passa a querer dinheiro, uma casa, uma esposa... E a árvore, sem muitos 
recursos para ajudá-lo, mas disposta a qualquer coisa para vê-lo feliz, vai abrindo 
mão de sua própria vida. 
 
 
GUILHERME AUGUSTO ARAÚJO FERNANDES - MEM FOX, 1995. 
 
Este título é o nome do personagem, que era vizinho de um asilo de idosos, todos 
seus amigos. Mas era de Dona Antônia que ele mais gostava. Quando soube que 
ela perdera a memória, quis saber o que isso significava e foi perguntar aos outros 
moradores do asilo. Como resposta, ouve que memória é algo: bem antigo, que faz 
chorar, faz rir, vale ouro e é quente... Então, monta uma cesta e vai levá-la a Dona 
Antônia. Quando ela recebe os presentes 'maravilhosos', conchas, marionete, 
medalha, bola de futebol e um ovo ainda quente, cada um deles lhe devolve a 
lembrança de belas histórias. 
 
HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA - RICARDO AZEVEDO, 2002. 
 
Macaco brigando com velha? Gambá sonhando em ficar rico? Essas situações 
inusitadas e muitas outras, que fazem parte desse livro, saíram da cabeça do povo 
e são aqui recontadas por Ricardo Azevedo. 
 
Fonte: https://www.saraiva.com.br – Acesso em set. de 2019. 
CAPITULO III 
 
O PERCURSO DA PESQUISA: PROCEDIMENTO E INTERPRETAÇÕES 
 
“A gente muda o mundo na mudança da mente e quando a mente 
muda a gente anda pra frente” 
 Gabriel o Pensador 
 
O capítulo três apresenta o percurso da pesquisa com reflexões acerca do 
embasamento teórico dos capítulos anteriores e da prática das ofinas lúdicas literárias 
somadas a coleta de dados por meio de questionário aplicado aos estudantes, 
https://www.saraiva.com.br/
36 
 
 
 
professor e coordenação pedagogica da EJA, da unidade de ensino da rede municipal 
de Santos/SP. 
Além do estudo dos teóricos abordados na pesquisa, com o intuito de obter 
informações acerca dos estudos já desenvolvidos sobre a temática, foi realizada a 
pesquisa denominada o “estado da arte”, isto é, levantamento e mapeamento no 
Banco de Teses da Capes/MEC e em base de dados como Google Acadêmico, 
dentre outros. A busca ocorreu por meio de palavras-chave, visando mapear as 
produções acadêmicas de artigos, dissertações e de teses correlatas com a 
temática da pesquisa, conforme Apêndice B, p. 56. 
3.1 - Da Metodologia e dos Procedimentos de Coleta de Dados. 
 
A pesquisa foi fundamental na captação de dados para a proposta do projeto, 
com o objetivo, de conhecer o público alvo em sua rotina escolar, com a relevância de 
aprimorar o conhecimento das necessidades e possibilidades a serem desenvolvidas 
nas práticas das oficinas lúdicas. 
 
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, 
mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de 
uma organização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem 
qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo único de 
pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua 
especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. (GOLDENBERG, 
1997, p. 34) 
 
 
Nesse estudo a coleta de dados possibilita conhecer as opiniões, com o intuito 
de justificar a relevância do tema. Considerando, assim, as possibilidades para a 
alfabetização significativa para os alunos da EJA. 
 
Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de 
suas pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O 
conhecimento do pesquisador é parcial e limitado. O objetivo da amostra é 
de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou 
grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações 
(DESLAURIERS, 1991, p. 58). 
 
A grande vantagem da pesquisa qualitativa foi conhecer a realidade dos alunos 
e da escola da educação de jovens e adultos, e também permitir a cada pesquisador 
a apropriação de todos os processos e resultados obtidos nesse trabalho. 
 As oficinas lúdico-literárias aconteceram por meio de contação de histórias 
sequenciadas de jogos e dinâmicas relacionadas aos textos apresentados, buscando 
37 
 
 
 
assim desenvolver a oralidade, escrita, leitura e cálculos dos estudantes. Tendo 
sempre como foco o aprendizado de maneira atrativa e prazerosa. Em caractere de 
explorar a totalidade e observando-os em ação. 
 
3.1.1 - Planejamento e Desenvolvimentos das Oficinas Lúdico- Literárias. 
 
Durante a pesquisa foram explorados meios para contribuir na alfabetização a 
partir do lúdico, de maneira a promover a interação social e o ensino aprendizagem 
desses estudantes da EJA. 
Levando ao conhecimento, as oficinas lúdico-literárias atuam com o conceito 
básico de encontrar formas mais significativas de ensinar por meio dos contos, 
leituras, contação de história, jogos, roda de conversa, dramatizações, exercícios 
cênicos, dinâmicas e brincadeiras, conforme roteiro da sequência didática, detalhado 
no Apêndice C p. 57. 
Para o planejamento da primeira oficina foi necessário o contato direto com 
alguns indicadores sobre os estudantes da EJA do ensino fundamental ciclo I, e esses 
dados iniciais sobre os alunos foram fornecidos pela coordenadora pedagógica da 
unidade de ensino, a qual foi conduzida e aplicada a pesquisa. Desse modo 
possibilitando aos pesquisadores e estudantes uma oportunidade de vivenciar essa 
prática e se obter os dados necessários para essa pesquisa. 
Com o plano inicial elaborado, foi agendado a primeira prática da oficina lúdico-
literária, que contou com o apoio novamente da coordenadora pedagógica que 
realizou a apresentação dos pesquisadores a professora responsável pela turma do 
ciclo I, que concedeu autonomia para o desenvolvimento da pesquisa e colaborou de 
forma participativa em todo o processo. 
Nos encontros e aplicações das oficinas lúdico-literárias, as aulas 
aconteceram com dinamismo, seguindo o princípio de apresentar o texto de forma 
lúdica e de atividades com o mesmo cunho. 
A oficina iniciou-se com uma atividade “quebra gelo” para conduzir as 
apresentações dos pesquisadores e dos estudantes, essa atividade aconteceu na sala 
de aula. Foi solicitado ajuda aos estudantes na organização do espaço, oportunizando 
assim, um ambiente livre de mesas e cadeiras, já com a proposta de desconstruir os 
móveis dispostos de maneira tradicional. 
38 
 
 
 
Essa atividade aconteceu com os alunos em círculo e uma bolinha de tênis, 
cada um teve que falar seu nome ao trocar a bolinha, utilizando essa estratégia, todos 
se apresentam de maneira descontraída. Nesse exercício, os alunos têm a 
oportunidade de trabalhar em grupo, socializar, exercitar, desenvolver a coordenação 
motora, a memória e brincar. 
Posteriormente, convidados a ouvir um conto popular “A história da Coca”. 
Nessa contação são estimulados a prestar a atenção por meio da narrativa e imagens 
apresentadas. Desta maneira, memorizar alguns fatos do contexto da história, e 
estimular a participar ativamente, tendo um papel de coparticipante na prática 
trabalhada. 
Dando continuidadea essa atividade, foi realizado um jogo “Bingo” com as 
palavras chaves da história apresentada, cada estudante recebeu uma cartela com 
oito espaços em branco a serem preenchidos e quinze imagens correspondentes ao 
conto para a escolha e preenchimento da mesma. 
 Com as cartelas prontas é iniciada a partida, com o sorteio das palavras para 
a associação e preenchimento da cartela, palavra correspondente à imagem. 
Seguindo com as atividades é apresentado o texto “O macaco e a velha” outro 
conto popular. Durante as oficinas vários textos foram trabalhados e esses eram 
atrelados a roda de conversa, com o intuito de promover a compreensão do mesmo. 
Na sequência, vivências com dramatização e jogos correspondentes. 
A finalização da pesquisa se deu com a aplicação do questionário, a fim de que 
os estudantes pudessem avaliar sobre as experiências vivenciadas durante as 
oficinas e, assim, levantar elementos necessários para a coleta de dados. O 
questionário foi elaborado de forma simples e clara, pensando auxiliar a leitura 
compreensiva do público alvo. 
 Nesta prática foi proposto utilizar roda de conversa, contação de histórias, 
leitura de livros literários, jogos pedagógicos, jogos cênicos, abrangendo um leque 
amplo que possam ofertar possibilidades variadas a serem aplicadas a qualquer 
estudante. Os pesquisadores preocupam-se em possibilitar uma vivência prazerosa 
com o foco no aprendizado dos estudantes. 
 
 
 
39 
 
 
 
3.2 - Dos Sujeitos Objetos da Pesquisa: Contexto e Cenários. 
 
As portas foram abertas para a aplicação da prática da oficina lúdica-literária, 
por uma unidade de ensino pública municipal de Santos-SP. 
A pesquisa foi aplicada com uma classe da EJA do ensino fundamental - Ciclo 
I, tendo em sua totalidade 12 (doze) alunos matriculados. No primeiro encontro e 
aplicação da prática estavam presentes 06 (seis) estudantes. Esses se mostraram 
receptivos e participativos em todas as etapas das oficinas. 
 Nesse processo foi possível conhecer um pouco da turma e a individualidade 
de cada aluno. Foi observado que alguns alunos tinham dificuldade na leitura e na 
escrita, encontravam no processo de aquisição da base alfabética. Na oralidade 
muitos apresentavam o sotaque de sua origem cultural, trazendo vícios de linguagem, 
uso muito forte da linguagem coloquial. A faixa etária varia entre trinta e acima de 
sessenta anos, na maioria mulheres, com apenas dois representantes do sexo 
masculino. O máximo de estudantes em sua totalidade de encontros foi de oito alunos 
por dia, percebendo a evasão dos alunos matriculados e confirmado pela professora 
da turma. 
 
3.3 - A Voz dos Professores e Alunos: Concepções, Percepções e Análise 
 
Nessa pesquisa a proposta é que os professores possam acompanhar e 
participar das oficinas com o objetivo de analisar quais foram os principais interesses 
dos estudantes com a prática proposta. Pretende-se que os professores se sintam 
estimulados em se apropriar e compartilhar sobre as vivencias empreendidas nas 
oficinas. 
Os profissionais que estiveram envolvidos durante as ações foram 
participativos e enriqueceram a pesquisa com seus depoimentos, angariados por meio 
de um questionário e com conversas informais. 
Os relatos a seguir de professores e estudantes, salientam e colaboram com 
um olhar mais apurado mediante a pesquisa; 
 
“[...] os alunos por terem pulado as fases de aprendizagem na sua infância, 
se dedicam mais as tarefas de corte, colagem, pintura com mais delicadeza 
e responsabilidade...eles sentem prazer em aprender...levarei essas 
sugestões de atividades e livros utilizados, para minha prática pedagógica” 
(Educadora H. 2019) 
40 
 
 
 
 
Uma forma de observar, avaliar se algo correspondeu ou não a expectativa de 
ensino e aprendizagem, é observar a expressão dos mesmos ou o relato espontâneo. 
Abaixo estudantes compartilham a satisfação em vivenciar as oficinas, alguns se 
emocionam durante o depoimento, de maneira espontânea. 
 
“[...] Lembrei da minha infância, quando brincava de cabra-cega...quando 
criança não pude estudar, essa é a minha primeira escola, fiquei muito feliz 
em estar aqui hoje e triste porque faltei no outro dia que vocês estavam aqui, 
minha esposa comentou da aula, que gostou muito, me aguçando... 
(Estudante J. - 2019) 
 
 “[...] Bom...através dessas brincadeiras apreendemos, gostei muito! Gostaria 
de ter mais aulas como essas, através de brincadeiras tivemos muitos 
aprendizados. Parabéns aos professores. Continuem assim, levando alegria, 
brincadeiras e aprendizados.” (Estudante – E. 2019). 
 
“Semana maravilhosa com essas aulas.” (Estudante – J.R - 2019). 
 
“Achei muito interessante, fiquei feliz em participar.” (Estudante F. 2019). 
 
Diante desses depoimentos, observa-se que a pesquisa de campo, obteve 
pontos positivos e felicitados. Nota-se a importância das aulas na construção e 
conhecimentos dos estudantes e, também, a carência de aulas relacionadas com o 
contexto da pesquisa abordada. 
Durante os encontros, nas oficinas houve a participação de três professores 
distintos e a presença da coordenadora da unidade escolar. Ao término, para validar 
a percepção dos alunos durante a aplicação das atividades em um prazo de 30 (trinta) 
dias intercalados, foi solicitado que respondessem algumas perguntas, separadas em 
dois questionários (Apêndice D-D.1– pp 58-59) um destinado aos discentes e outro 
aos docentes, a saber: um direcionado à coordenadora da instituição, outro à 
professora regente da turma e outro à professora estagiaria. Deste modo obteve 
opiniões diferentes no contexto escolar, além das respostas dos alunos. 
O quadro com informações sobre o perfil dos três educadores, e com as 
respostas às respectivas perguntas, encontra-se no Apêndice E p. 60. 
 
 
 
41 
 
 
 
3.4- Análise e Resultados de Dados 
 
A pesquisa fundamentada para obter dados com objetivo de conhecer as 
principais possiblidades e estratégias para a alfabetização dos alunos da EJA, com 
oficinais lúdico-literário. Visando a satisfação e ensino aprendizado com esses 
estudantes. 
Para obtenção de dados reais, visando validar a impressão dos pesquisadores 
acerca do resultado da proposta oficina lúdico-literário com os alunos da EJA, ao 
término a aplicação das atividades inseridas no planejamento das oficinas, realizou-
se uma pesquisa com 8 (oito) alunos do 1° ano, da Escola Municipal em Santos. Os 
questionários possuem 9 (nove) perguntas com múltiplas escolhas. A pesquisa foi 
realizada entre os dias 26 de agosto à 02 de setembro, no horário entre às 19h às 
22h. 
Os gráficos abaixo são resultados de questões com objetivos de identificar as 
seguintes informações: 
 
 
 
 
Gráfico 1 Gráfico 2 
Gráfico 3 
Gráfico 4 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os resultados dos gráficos, mostram que as informações apresentadas foram 
satisfatórias no interesse dos estudantes pela oficina lúdico-literário. 
Conforme o resultado do gráfico 1, todos os alunos não tinham vivenciado aulas 
como essas. Podemos observar que no gráfico 5, a minoria não considera essa 
vivencia como aula. Embora o gráfico 6, aponte que a maioria respondeu que aulas 
assim, contribuem para seus aprendizados. Talvez por não terem obtido essa 
experiência anteriormente em sua trajetória escolar, não a consideraram aula no 
primeiro momento. 
Gráfico 5 Gráfico 6 
Gráfico 7 Gráfico 8 
Gráfico 1 
43 
 
 
 
Observa-se que no gráfico 7, eles tiveram um pouco de dificuldade no 
entendimento do que foram apresentados, o que justifica por terem dificuldades na 
leitura compreensiva, apenas decodificam. Quanto ao gráfico 9, mostra que todos 
interagiram e participaram de todo o processo das oficinas, o que leva a crer que a 
proposta gera mais prazer e motiva os alunos para participarem nessa modalidade de 
aprendizagem. 
Esses dados coletados trouxeram informações precisas,

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