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Resenha - Filme: Florence Nightingale

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O filme é baseado nos diários e cartas de Florence Nightingale, figura tão reconhecida mundialmente. O início da narrativa é um intervalo de tempo após o fim da Guerra da Crimeia, conflito ocorrido entre Inglaterra e Rússia e que teve a atuação direta de Florence nos cuidados com os soldados, cuja exposição aos ambientes insalubres e aos animais transmissores de doenças causava profunda compaixão nela. O empenho de Florence foi tamanho que, logo nos primeiros minutos do longa, ocorre uma performance musical lúdica, em que os soldados a veneram e a tratam como um milagre divino e, posteriormente, uma das personagens cita como a mulher é conhecida por todos como “A Cuidadora dos Soldados”. No entanto, Florence dispensa o título de heroína pelos seus feitos e atrela seus dons ao desejo de Deus, ela vê em sua profissão a necessidade de ajudar os menos favorecidos. Essa reflexão da protagonista faz com que se iniciem várias cenas ocorridas antes do início de sua jornada como enfermeira. Se nos feitos pós-guerra, ela era consagrada e estimada, anteriormente Florence se inseria no cenário da aristocracia inglesa, tendo seu papel como mulher muitas vezes restringido na sociedade, fato que é exemplificado na cobrança que Nightingale sofre para se casar com um nobre. “Os homens conversavam sobre política e as mulheres conversavam sobre os maridos” – uma das frases citadas na obra que explicita o desejo de Florence de ir além do que a sociedade esperava dela, rompendo com um mundo artificial e de maneirismos para encarar a realidade que a maior parte da população enfrentava. A situação era caótica, Florence sabia o que ocorria na Guerra e como os soldados estavam desamparados, mas a gestão da Inglaterra procurava abafar qualquer caso de negligência e descaso no campo de batalha. Uma reportagem expondo o descaso com os soldados faz com que Florence contate imediatamente seu conhecido Sidney Herbert, secretário de Guerra do governo, que também logo pensa em Florence como líder de um grupo de enfermeiras que iriam ser treinadas para prestar serviços em Scutari. A equipe é formada e elas se deparam com um cenário mais hostil que o esperado, descrito por Florence como o mais próximo do inferno na terra. A recepção também não é nada amigável, o doutor responsável deixa claro que Florence seria uma figura subordinada a ele e sua equipe. No entanto, o serviço de Florence e as demais enfermeiras é rapidamente solicitado, assim que chegam as primeiras levas de feridos e ela gradualmente consegue sua autonomia de atuação e a admiração dos soldados. Apesar da precariedade de infraestrutura, de instrumentos de trabalhos e de condições dignas de alimentação, Florence persiste e redige várias cartas ao seu conhecido Herbert, indicando a urgência de medidas para aprimorar o trabalho da equipe. O filme retorna os acontecimentos pós-guerra e mostra que, mesmo após 2 anos atuando e realizando mudanças no atendimento dos enfermos, Florence ainda sentia que deveria fazer mais: seu objetivo final era conseguir a criação de uma Comissão Real, que expusesse as reais dificuldades enfrentadas na Guerra, punisse os culpados e, posteriormente, ela visava uma reorganização sistemática dos hospitais. A obra se encerra com Florence reconhecendo que é passível de erro também e que seus erros também são importantes para sua construção pessoal e profissional.

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