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ESTUDO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS Por que ocorre a ruptura em uma obra de terra? Solicitações na obra; Resistência dos solo a essas solicitações; Resistência ao cisalhamento do solo; Deve-se equacionar diversas solicitações envolvidas na obra e verificar se o solo resiste a estas solicitações, determinando-se a resistência ao cisalhamento mobilizada pelo solo. Portanto, qualquer ponto no interior de uma massa de solo é solicitado por forças devido ao peso próprio do solo e as forças externas aplicadas. Os esforços resistentes do solo são chamados de tensões, cuja intensidade é medida pela força por unidade de área. Qualquer problema de ruptura em Mecânica dos Solos envolve, portanto, uma superfície de ruptura, a qual poderá ser definida a priori como aquela onde, em todos os seus pontos, a tensão de cisalhamento atinge o valor limite da resistência ao cisalhamento do solo. A resistência ao cisalhamento de um solo em qualquer direção é a tensão de cisalhamento máxima que pode ser aplicada à estrutura do solo naquela direção. Quando este máximo é atingido, diz-se que o solo rompeu, tendo sido totalmente mobilizada a resistência do solo. Exemplos típicos onde a determinação da resistência ao cisalhamento do solo é que condiciona o projeto, são as análises de estabilidade de taludes (aterros e cortes), empuxos sobre muros de arrimo ou qualquer estrutura de contenção, capacidade de carga de sapatas e estacas. Define-se como resistência ao cisalhamento do solo como a máxima tensão de cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer ruptura, ou a tensão de cisalhamento do solo no plano em que a ruptura ocorrer. Em Mecânica dos Solos, a resistência ao cisalhamento envolve duas componentes: atrito e coesão. Atrito O atrito é função da interação entre duas superfícies na região de contato. A parcela da resistência devido ao atrito pode ser simplificadamente demonstrada pela analogia com o problema de deslizamento de um corpo sobre uma superfície plana horizontal. Sendo N a força vertical transmitida pelo corpo, a força horizontal T necessária para fazer o corpo deslizar deve ser superior a f.N, sendo f o coeficiente de atrito entre os materiais. Para solos, esta relação é escrita na forma: τ = σ . tg φ onde “φ” é o ângulo de atrito interno do solo, “σ” é a tensão normal e “τ” a tensão de cisalhamento. Nos materiais granulares (areias), constituídas de grãos isolados e independentes, o atrito é um misto de escorregamento (deslizamento) e de rolamento, afetado fundamentalmente pela entrosagem ou imbricamento dos grãos. Tal fato não invalida a aplicação da equação anterior a materiais granulares. Enquanto no atrito simples de escorregamento entre os sólidos o ângulo de atrito “φ” é praticamente constante, o mesmo não ocorre com os materiais granulares, em que as forças atuantes, modificando sua compacidade e portanto, acarretam variação do ângulo de atrito “φ”, num mesmo solo. Portanto, o ângulo de atrito interno do solo depende do tipo de material, e para um mesmo material, depende de diversos fatores (densidade, rugosidade, forma, etc.). Por exemplo, para uma mesma areia o ângulo de atrito desta areia no estado compacto é maior do que no estado fofo (φ densa > φ fofa). Coesão A resistência ao cisalhamento do solos é essencialmente devido ao atrito entre as partículas . Entretanto, a atração química entre essas partículas pode provocar uma resistência independente da tensão normal atuante no plano e constitui uma coesão real, como seu uma cola tivesse sido aplicada ente os corpos das partículas. Segundo Vargas (1977), de uma forma intuitiva, a coesão é aquela resistência que a fração argilosa empresta ao solo, pelo qual ele se torna capaz de se manter coeso em forma de torrões ou blocos, ou pode ser cortado em formas diversas e manter esta forma. Os solos que têm essa propriedade chamam-se coesivos. Os solos não- coesivos, que são areias puras e pedregulhos, se desfazem facilmente ao serem cortados ou escavados. Nesta situação quando N = 0, existe uma parcela da resistência ao cisalhamento entre as partículas que é independe da força normal aplicada. Esta parcela é definida como coesão verdadeira. A coesão real é uma característica típica de solos muito finos (siltes plásticos e argilas) e tem-se constatado que ela aumenta com: a quantidade de argila e atividade coloidal (Ac); relação de pré adensamento; diminuição da umidade. A coesão aparente é na realidade um fenômeno de atrito , no qual a tensão normal que a determina é consequente da pressão capilar(solo saturado), dessa forma a parcela da resistência desaparece. Ela é mais visível nas areias, mas é nos solos argilosos que a coesão aparente adquire maiores valores. Ruptura do Solo A análise do estado de tensões que provoca a ruptura é o estudo da resistência ao cisalhamento dos solos. Nos solos estão presentes os fenômenos de atrito e coesão, portanto, determina-se a resistência ao cisalhamento dos solos (τ), segundo a expressão: “τ” é a resistência ao cisalhamento do solo; "c" a coesão; "σ" a tensão normal vertical; "φ" o ângulo de atrito interno do solo “τ” é a resistência ao cisalhamento do solo; "c" a coesão; "σ" a tensão normal vertical; "φ" o ângulo de atrito interno do solo Os critérios de ruptura que melhor representam o comportamento dos solos são os de Coulomb e de Mohr. O critério de Coulomb pode ser expresso como: não há ruptura se a tensão de cisalhamento não ultrapassar um valor dado pela expressão c+f. σ, sendo c e f constantes do material e σ a tensão normal existente no plano de cisalhamento. O critério de Coulomb pode ser expresso como: não há ruptura enquanto o círculo representativo do estado de tensões se encontrar no interior de uma curva, que é envoltória dos círculos relativos a estados de ruptura, observados experimentalmente para o material. Ao se fazer uma reta com a envoltória de Mohr, seu critério de resistência fica análoga ao de Coulomb, justificando a expressão critério de Mohr-Coloumb, que é normalmente utilizada na Mecânica dos Solos. A amostra de solo está submetida a uma pressão hidrostática (igual em todos as direções). O estado de tensão deste solo é representado pelo ponto σ3 e a tensão cisalhante é nula. O circulo de Mohr está inteiramente abaixo da envoltória. A tensão cisalhante (τα) no plano de ruptura é menor que a resistência ao cisalhamento do solo (τ) para a mesma tensão normal. Não ocorre ruptura O círculo de Mohr tangência a envoltória de ruptura. Neste caso atingiu-se, em algum plano, a resistência ao cisalhamento do solo e ocorre a ruptura. Esta condição ocorre em um plano inclinado a um ângulo "α critico" com o plano onde atua a tensão principal maior fraqueza
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