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1 DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO Prof. Milton Edwino Kelling Denomina-se Direito Financeiro, o conjunto de princípios e normas, que regulam a atividade financeira do Estado (receita, gestão e despesa), de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), também conhecida como a Lei de Responsabilidade Fiscal,. DIREITO FINANCEIRO conjunto de princípios e normas jurídicas que regem as relações jurídicas entre: • o Estado e • o Particular, relativas à instituição e arrecadação dos tributos. DIREITO TRIBUTÁRIO Em ciência do Direito, fonte tem o sentido • de origem, • proveniência, • lugar de onde emanam normas e princípios jurídicos. FONTES DO DIREITO Fontes principais são aquelas que: • podem inovar na ordem jurídica, • podem criar, modificar, ou • extinguir preceitos legais. FONTES PRINCIPAIS DO DIREITO São as que não podem inovar na ordem jurídica. sua função é: • esclarecer, • interpretar, • dar detalhes de aplicação relativos às disposições das fontes principais. FONTES SECUNDÁRIAS DO DIREITO 2 Lei é norma jurídica emanada do poder competente. É a regra de comportamento obrigatório, sob pena de sanção. LEI A norma jurídica contém três elementos: • Hipótese prevista em lei; • Mandamento , ou seja, comando positivo ou negativo de dar, fazer ou abster-se, diante da ocorrência da hipótese; • Sanção , ou seja, a penalidade aplicável pela desobediência ou comando positivo ou negativo do mandamento. LEI (norma jurídica) É o poder do Estado de fazer cumprir, até pela força, se necessário, a obediência ao mandamento, pela aplicação das sanções previstas. PODER DE COERÇÃO As leis só podem ser elaboradas e promulgadas pelo Poder Legislativo. QUEM ELABORA AS LEIS São Leis: • Constituição • Emendas à Constituição • Leis Complementares à Constituição • Leis Ordinárias • Medidas Provisórias • Leis Delegadas • Decreto Legislativo • Resoluções TIPOS DE LEIS • É a lei básica, fundamental do Estado de Direito. • Ela o constitui e o estrutura. • Define poderes e competências. • Traça as diretrizes políticas, sociais e econômicas • Cria as normas jurídicas que vão organizar e sistematizar o comportamento social. Constituição 3 • os princípios e • as normas definidoras e sistematizadoras. Constituição - pode-se destacar: São as diretrizes fundamentais do Estado de Direito e se sobrepõem a todas as normas que a eles devem submeter-se. exemplo: - direitos e garantias individuais e coletivos (art. 5º a 11); - direitos políticos (art. 14 a 17); - limitações do poder de tributar (arts. 150 a 152) Princípios Refere-se a um grupo de normas relativas a determinado tipo de atividade. Por exemplo: • Os arts. 145 a 162 organizaram o Sist. Trib. Nacional; • Os arts. 194 a 204 dispõe sobre a Seguridade Social. Normas definidoras e sistematizadoras • Têm como função modificar parte da Constituição. • Sua natureza jurídica é a de norma constitucional. • Seu processo legislativo está previsto no art. 60 da CF. • Não podem, entretanto, nem ser deliberadas propostas sobre as chamadas cláusulas pétreas: Emendas à Constituição ( ... ) § 4º Não será objeto de deliberação e proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV – os direitos e garantias individuais. Emendas à Constituição - Art. 60. Tem como função complementar dispositivos da Constituição. São enunciados de maneira genérica para, depois de estudados e debatidos, serem complementados por lei especial. Devem ser aprovadas por maioria absoluta (art. 69 da CF). Leis Complementares à Constituição 4 Têm caráter nacional, se sobrepõe às leis ordinárias (federais, estaduais e municipais). Exemplo: Código Tributário Nacional – CTN (Lei nº 5.172/66), que define as normas gerais de direito tributário; Leis Complementares A CF diz quais os impostos que cada ente da federação pode instituir, e remete a lei complementar o poder de definir os tributos e suas espécies, fato gerador, base de cálculo, estabelecer normas geras em matéria de legislação tributária, etc. Definida a competência tributária, cada ente federativo pode instituir, por lei ordinária, seus impostos. Por exemplo: União: IR, IPI e IOF; Estado: ICMS e IPVA; Município: ISS e IPTU. Competência tributária I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária Art. 146. Cabe à Lei complementar: III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especial sobre: • Definição de tributos e de suas espécies, • dos impostos discriminados na Constituição, • dos respectivos fatos geradores, • bases de cálculo e contribuintes; • obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência; • tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. Art. 146. Cabe à Lei complementar: São as Leis comuns federais, estaduais e municipais. Não existe hierarquia entre elas, em função da esfera governamental. São Leis de cada ente da federação que normatizam apenas dentro dos limites de sua competência. Ex.: Lei n.º 6.374/95 que trata da tributação do imposto de renda. Leis Ordinárias - art. 61 da CF O art. 22 da CF dá competência privativa à União para legislar, por lei federal, sobre determinadas matérias. Por exemplo: direito civil, comercial, penal, processual e do trabalho. Leis Ordinárias - (art. 22 da CF) 5 • São medidas em caráter provisório que podem ser adotadas pelo Presidente da República com força de Lei • devem ser aprovadas e convertidas em Lei pelo Congresso Nacional no prazo de 60 dias a partir de sua publicação, • prorrogável uma única vez por mais 60 dias, sem o qual perdem a sua eficácia desde a data de sua edição. Medidas Provisórias • São Leis elaboradas pelo Presidente da República sobre determinadas matérias, por autorização (delegação) do Congresso Nacional. • Apesar da previsão constitucional, não é adotada na prática pela política brasileira. Leis Delegadas Possui a função de promulgar leis que não dependa de sanção do poder executivo. Exemplo: a aprovação de tratados e convenções internacionais celebrados pelo Presidente da República. Decreto Legislativo Também é utilizado para promulgar lei que, vetada total ou parcialmente pelo Executivo, retorna ao legislativo e se este derrubar o veto presidencial, a promulgará, na forma original, por meio do decreto- legislativo. Decreto Legislativo São Leis elaboradas pelo Senado para: 1) Eliminar da ordem jurídica, norma declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal; 2) Estabelecer limites das alíquotas dos impostos de transmissão, circulação de mercadorias e serviços. Exemplo: Resolução nº 14/95 do Senado Federal que suspendeu as expressões pró-labore e autônomos da Lei nº 8.212/91, declaradas inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Resoluções São acordos celebrados pelos poderes executivos de dois estados soberanos que, para vigorarem em seus territórios, devem ser aprovados pelos legislativos respectivos. OS TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS 6 Só podem ser aprovados ou rejeitados em sua totalidade, não sendo admissíveis emendas ou vetos parciais. OS TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS As fontes secundárias são aquelas que não podem inovar na ordem jurídica. Sua função é de esclarecer, interpretar e detalhar a aplicação das disposições contidas nas fontes principais. FONTES SECUNDÁRIAS DO DIREITO Dentre as fontes secundárias do Direito, podemos citar: • o Decreto Regulamentar, • a Jurisprudência, • as Normas Complementares das Leis, e • Decretos e os Usos e Costumes. FONTES SECUNDÁRIAS DO DIREITO São normas jurídicas elaboradas e promulgadas pelo poder executivoque possuem a função de dar detalhes sobre a aplicação prática da lei ou reunir e consolidar, num único texto legal, a legislação esparsa sobre determinado tributo, eliminado o que já foi revogado e fornecendo redação atualizada ao que já foi alterado. DECRETO REGULAMENTAR Exemplo: Decreto n.º 3.000/99 - Regulamento do Imposto de Renda. DECRETO REGULAMENTAR É o Conjunto de decisões reiteradas proferidas pelos juízos e tribunais, no mesmo sentido e em casos semelhantes. JURISPRUDÊNCIA 7 Não possui valor normativo, entretanto, serve como precedente que pode ser alegado perante juízos e tribunais. JURISPRUDÊNCIA As decisões dos tribunais superiores, proferidas reiteradamente sobre determinadas causas, são unificadas e editadas de forma resumida, como por exemplo, as Súmulas do Supremo Tribunal Federal, e os Enunciados do Tribunal Superior do Trabalho. JURISPRUDÊNCIA Estão previstas no art. 100 do Código Tributário Nacional e representam orientações fornecidas pelas autoridades administrativas a seus respectivos subordinados não obrigam o particular além do que foi exigido em lei e sua observância facilita a aplicação dos dispositivos legais. NORMAS COMPLEMENTARES DAS LEIS E DECRETOS As normas complementares não podem impor a aplicação de penalidades, a cobrança de juros de mora e atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. NORMAS COMPLEMENTARES DAS LEIS E DECRETOS Exemplos: • Portarias, • Ordens de Serviços, • Circulares, • Instruções Normativas, • Pareceres, e • Atos Declaratórios. NORMAS COMPLEMENTARES DAS LEIS E DECRETOS Também são normas complementares os convênios que entre si celebram a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. NORMAS COMPLEMENTARES DAS LEIS E DECRETOS 8 São práticas geralmente adotadas na ausência de lei, que ajudam a solucionar pendências não esclarecidas ou não tratadas pela legislação. USOS E COSTUMES Quando adotadas sistematicamente e generalizadas, acabam sendo a fonte geradora de uma norma jurídica que as acolhe e insere na ordem jurídica. USOS E COSTUMES
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