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FARMACODINÂMICA − Quando o fármaco chega ao seu local de ação, ele precisa interagir com receptores ou moléculas que possibilitem sua ação • Além disso, sua ação depende da sua concentração no local • O seu mecanismo de ação vai ser responsável pela magnitude do efeito • O fármaco não causa um efeito novo, mas sim, causa uma alteração de uma via celular já existente na célula para promover um efeito farmacológico ALVOS FARMACOLÓGICOS PRIMÁRIOS RECEPTORES − São moléculas transmembrana com domínio externo (de ligação) e um domínio interno (efetor) − Ao se ligar ao domínio externo, o fármaco promove uma alteração na conformação da molécula receptora, que ativa o domínio interno, o qual desencadeia vias e ativa moléculas (como segundos mensageiros e proteínas efetoras), as quais fazem a transdução do sinal e causam o efeito farmacológico em si − Existem várias classes de receptores, como glutamatérgios, gabaérgicos, histaminérgicos, etc − Há receptores: • Acoplados a proteína G, como os adrenérgicos e colinérgicos • Acoplados a quinases, como receptor de insulina • Acoplados a canais iônicos, como gabaérgicos (canais de Cl-) • Entre outros − FÁRMACO AGONISTA: atua no receptor e o ativa, fazendo com que ele conduza um sinal para o interior da célula, sendo ele responsável pelo efeito farmacológico • Esse efeito pode ser direto, como um fármaco que atua direto em um canal iônico e o abre • Pode ser indireto, como por vias de transdução de sinal que ocorrem pelos segundos mensageiros, como nos fármacos que se ligam a receptores acoplados a proteína G e quinases. Eles podem ativar ou inibir ação enzimática, modular canais iônicos, ativar transcrição de DNA, entre outros − FÁRMACO ANTAGONISTA: bloqueia o receptor • Apenas bloqueia para que o agonista não se ligue • Isso quer dizer que o antagonista não exerce qualquer tipo de efeito no receptor, ou seja, não envia sinais celulares para dentro da célula • Receptores possuem atividade constitutiva, o que significa que esse receptor, principalmente seu domínio interno, participa continuamente de reações e vias dentro da célula, independente de estar ou não ligado a um fármaco/molécula. O receptor é essencial para manter algumas atividades intracelulares • O fármaco antagonista não modifica a atividade constitutiva, pois ele apenas bloqueia o sítio de ligação do domínio externo do receptor GRÁFICO DE RESPOSTA X DOSE − No gráfico, na 1° curva, o fármaco se liga ao receptor e tem uma atividade muito alta, o qual simboliza o AGONISTA TOTAL . Assim esse fármaco tem alta afinidade pelo receptor, ativando intensamente o receptor e gerando uma resposta máxima do receptor − Na 2° curva, o F se liga ao R e há uma resposta menos intensa, indicando que o fármaco tem menor afinidade pelo receptor, induzindo menor resposta, simbolizando o AGONISTA PARCIAL − Na 3° reta, o ANTAGONISTA bloqueia o sítio de ligação do agonista e assim, não muda a atividade constitutiva do receptor − Na 4° reta (azul), o Fármaco diminui a atividade constitutiva do receptor, simbolizando o AGONISTA INVERSO CANAIS IÔNICOS − Há fármacos que bloqueiam canais iônicos • Ex: bloqueadores de canais de Ca++ - vasodilatação, bloqueadores de canais de Na+ - transmissão do impulso nervoso • Ex anestésicos − Há fármacos que modulam canais iônicos, por meio de canais ou sítios de ligação no receptor • O fármaco modula a abertura do canal, deixando-o aberto ou fechado por mais ou menos tempo • Ex: antiarritmicos ENZIMAS − O fármaco pode atuar como inibidor direto da enzima. Ele se liga a um sitio de ligação na enzima e impede sua ação − Ex: anti-hipertensivos, anti-inflamatórios − O fármaco pode atuar como um substrato falso da enzima, originando um metabolito sem função • Ex: antineoplásicos, como fluororacila (participa da via de formação do DNA, degenerando o DNA de células em replicação, dificultando replicação e duplicação celular) − Os pró-fármacos são aqueles que são administrados na forma inativa e quando sofrem ação enzimática, como no fígado, se tornam ativos • Ex: prednisona em prednisolona • Cortisona em hidrocortisona MOLÉCULAS TRANSPORTADORAS − Há fármacos que atuam em moléculas transportadoras (como moléculas que transportam íons nos túbulos renais). − Os diuréticos atuam em transportadores nas células renais, impedindo o transporte de íons, aumentando a diurese INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS − Para ser uma Interação farmacodinâmica, os fármacos precisam interagir no mesmo receptor ou mesma enzima ou mesma via metabólica/enzimática − Pode haver aumento ou diminuição do efeito − SINERGISMO : • Ocorre quando o efeito final excede a soma dos efeitos individuais − ANTAGONISMO: • Ocorre quando há redução do efeito de um fármaco pela ação do outro FÓRUM SOBRE INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS 1 - TRIMETOPRIMA + SULFAMETOXAZOL Ambos os fármacos são inibidores do metabolismo do folato. Como afinal, como é esse metabolismo? O ácido fólico é uma vitamina que atua em diversas reações enzimáticas. Essas reações são essenciais para a biossíntese de precursores do DNA e do RNA, dos aminoácidos glicina, metionina e ácido glutâmico, entre outros. A estrutura do ácido fólico contém três componentes químicos: um sistema de anel de pteridina, o ácido paraaminobenzóico (PABA), e o aminoácido glutamato. Nos seres humanos, o folato é uma vitamina essencial, que deve ser suprida em sua forma intacta na dieta. Por outro lado, nos organismos inferiores, o folato é sintetizado a partir de precursores Os antimetabólitos podem ser divididos em inibidores do metabolismo do folato, inibidores do metabolismo das purinas, inibidores da ribonucleotídio redutase e análogos nucleotídicos que são incorporados no DNA. Sulfametoxazol: As bactérias são incapazes de obter o ácido fólico do meio ambiente e, portanto, precisam sintetizar vitamina de novo a partir do PABA, da pteridina e do glutamato. As sulfas, como o sulfametoxazol e a sulfadiazina, são análogos do PABA que inibem competitivamente a diidropteroato sintase, impedindo assim a síntese de ácido fólico nas bactérias. A ausência de ácido fólico impede a síntese bacteriana de purinas, pirimidinas e alguns aminoácidos, resultando finalmente na interrupção do crescimento bacteriano. Esses fármacos são muito seletivos. As células de mamíferos não têm a enzima inibida e por isso, não sofrem a ação do fármaco. o desenvolvimento de resistência a esses fármacos levou a uma redução de seu uso. Para burlar o sistema de resistência, costumam ser administrado com farmacos sinergistas, como trimetoprim. A diidrofolato redutase (DHFR) é a enzima que reduz o diidrofolato (DHF) a tetraidrofolato (THF). Diversos fármacos, incluindo o trimetoprim, a pirimetamina e o metotrexato, são análogos do folato que inibem competitivamente a DHFR - diidrofolato redutase - e que impedem a regeneração do THF a partir do DHF. Entretanto, para a maioria das infecções, o trimetoprim é utilizado em associação com o sulfametoxazol. A sulfametoxazol e trimetoprim são usados em associação para bloquear as etapas sequenciais na via de biossíntese que leva ao tetraidrofolato, aumentando o potencial bacteriostático que ambos tem. Esse tipo de combinação é chamado de bloqueio sequencial. A sulfonamida diminui a concentração intracelular de diidrofolato, o que aumenta a eficiência do inibidor da DHFR, que compete com o diidrofolato pela sua ligação à enzima. A combinação de sulfa/inibidor da DHFR também pode ser efetiva no tratamento de infecções por cepas de bactérias e parasitas que exibem resistência à monoterapia com inibidor da DHFR. Outra base racional importante para o uso de uma combinação como trimetoprim/sulfametoxazol é a de que a resistência ao trimetoprim ou ao sulfametoxazol como única medicação desenvolve- se com bastante rapidez, enquanto a resistência à combinaçãodesses dois fármacos desenvolve-se muito mais lentamente. Como o trimetoprim é excretado de modo inalterado na urina, pode ser utilizado como único agente no tratamento das infecções não-complicadas do trato urinário As sulfas são agentes bacteriostáticos, uma vez que impedem o crescimento bacteriano, mas não matam as bactérias. Existem duas classes estruturais de sulfas: as sulfonamidas e as sulfonas. Ambos os fármacos atuam em enzimas diferentes e forma um bloqueio sequencial, configurando uma interação farmacodinâmica de sinergismo, pois aumenta a inibição da formação do acido fólico, aumentado o poder inibitório sobre o crescimento bacteriano Referência: Golan 2 - AMINOGLICOSÍDEOS + PANCURÔNIO O Pancurônio é um relaxante muscular não despolarizante, que antagoniza competitivamente os receptores de acetilcolina na junção neuromuscular. Com isso, impede que o estímulo nervoso chegue ao musculo, inibindo a contração muscular. Os aminoglicosídios são utilizados principalmente no tratamento de infecções causadas por bactérias Gram-negativas. São administrados via parenteral. Ex: neomicina. • Eles têm a função de inibir a síntese proteica dos microorganismos. Eles se ligam ao RNAribossômico 16S da subunidade 30S do RNAribossômico. Quando presentes em baixas concentrações, induzem os ribossomos a efetuar uma leitura incorreta do mRNA durante o alongamento, levando à síntese de proteínas que contêm aminoácidos incorretos. Esses antibióticos são bactericidas. • O mecanismo completo ainda é incerto, mas o modelo de Davis concebe a ocorrência de morte celular em termos dos efeitos dependentes da concentração de aminoglicosídeos. Quando o fármaco penetra inicialmente na célula, é precariamente transportado através das membranas bacterianas. Nessas concentrações baixas iniciais, ocorre uma leitura incorreta, levando à síntese de proteínas aberrantes. Algumas dessas proteínas são inseridas nas membranas e determinam a formação de poros, permitindo o fluxo dos aminoglicosídeos para o interior da célula, onde interrompem por completo a síntese de proteínas. Em consequência, não pode haver reparo da lesão da membrana, e o extravasamento de íons e, posteriormente, de moléculas maiores leva à morte da célula. É comum usar, de forma sinérgica, os aminoglicosídeos com outros fármacos, como beta- lactâmicos (inibem a formação da parede celular), pois eles acabam facilitando a entrada do fármaco dentro da célula do microorganismo. Resistência: codificação de uma enzima que degrada o aminoglicosídeo; açteraçao de moléculas envolvidas no transporte do fármaco; mutação na subunidade 30S, impedindo a ligação do fármaco. Além da função de inibir subunidade 30S, os aminoglicosídeos produzem bloqueio neuromuscular inibindo a liberação de ACh do terminal pré-ganglionar (por competição com o Ca2+) e em menor extensão por bloqueio não competitivo do receptor. • Nos seres humanos, o bloqueio neuromuscular geralmente ocorre após instilação intrapleural ou intraperitonial de grandes doses de um aminoglicosídeo; entretanto, a reação pode surgir após a administração intravenosa, intramuscular e até mesmo oral desses agentes. • A maioria dos episódios foi observada em associação com anestesia ou administração de outros agentes bloqueadores neuromusculares. Os pacientes com miastenia gravis são particularmente sensíveis ao bloqueio neuromuscular pelos aminoglicosídeos • A ordem decrescente de potência para bloqueio é de neomicina, canamicina, amicacina, gentamicina e tobramicina. • A administração intravenosa de um sal de cálcio constitui o tratamento preferido para esse tipo de toxicidade, quando há bloqueio neuromuscular, pois, estimula maior liberação de Ach RESPOSTA: Quando se tem interação entre pancurônio e aminoglicosídeos, pode-se ter uma superestimulação do bloqueio neuromuscular, podendo levar a depressão respiratória. Goodman e Gilman – cap 14 e 54 3 - NEOSTIGMINA + SUXAMETÔNIO O suxametônio (succinilcolina ) é um bloqueador neuromuscular despolarizante. A ação inicial desses fármacos é bloqueio despolarizante → despolarizar a membrana abrindo os canais da mesma maneira que acontece com a ACh. Entretanto, eles persistem por mais tempo na junção neuromuscular, principalmente porque são resistentes à AChE. Desse modo, a despolarização é mais prolongada, resultando em um período breve de excitação repetitiva que pode provocar excitação muscular transitória e repetitiva (fasciculações). Essa despolarização inicial é seguida do bloqueio da transmissão neuromuscular e da paralisia flácida (denominado de bloqueio de fase I). O bloqueio aparece, após uma abertura inicial, porque os canais de sódio perijuncionais se fecham e não reabrem enquanto a placa terminal não se repolariza. Os anticolinesterásicos, também conhecidos como inibidores da acetilcolinesterase, são agentes que inibem a ação da enzima acetilcolinesterase na junção neuromuscular. Essa inibição enzimática leva à redução da degradação da ACh e potencializa sua ação. São utilizados em anestesia para reverter os efeitos dos bloqueadores neuromusculares despolarizantes, tirando o paciente de um quadro de depressão respiratória. A neostigmina é o anticolinesterásico mais utilizado em anestesia. RESPOSTA: Administração concomitante de neostigmina com suxametônio é somente indicada quando se quer antagonizar o efeito do bloqueador neuromuscular. A inibição da acetilcolinesterase aumenta a quantidade de Ach na fenda neuromuscular, revertendo o bloqueio. O efeito é sinergico – errado Ver no golan https://www.wfsahq.org/components/com_virtual_library/media/10da36719ff678f7b2339bc3ad7031b7-26--- FARMACOLOGIA-DOS-BLOQUEADORES-NEUROMUSCULARES-E-ANTICOLINESTARAXICOS.pdf Goodman e Gilman https://www.wfsahq.org/components/com_virtual_library/media/10da36719ff678f7b2339bc3ad7031b7-26---FARMACOLOGIA-DOS-BLOQUEADORES-NEUROMUSCULARES-E-ANTICOLINESTARAXICOS.pdf https://www.wfsahq.org/components/com_virtual_library/media/10da36719ff678f7b2339bc3ad7031b7-26---FARMACOLOGIA-DOS-BLOQUEADORES-NEUROMUSCULARES-E-ANTICOLINESTARAXICOS.pdf 4 - NALOXONA + MORFINA Os opióides atuam no sistema nervoso central (SNC) e em órgãos periféricos, como nos intestinos. Existem pelo menos quatro tipos de receptores específicos para opióides, situados principalmente nas áreas sensoriais, límbicas e do hipotálamo, na amígdala e no cineríco periaquedutal • Mu (m) - o subtipo 1 é responsável pelos sintomas de analgesia, exaltação e depressão respiratória; o subtipo 2 medeia os efeitos gastrointestinais (GI), como a constipação; • Kappa (k) - medeia a analgesia, sedação, miose, disforia e sintomas psicotomiméticos, como a despersonalização e a desrealização; • Delta (s) - medeia a analgesia e pode estar associado a alterações de humor; • Epsilon (e) - pode estar associado a sedação Os receptores de opióides ligam-se às proteínas Gº e Gi e as ações inibidoras dos opióides ocorrem a partir do fechamento dos canais de cálcio (no caso do receptor kappa) e a abertura dos canais de potássio (no caso dos receptores mu e delta). Essas ações resultam tanto em reduções na liberação dos transmissores ou na depressão da excitabilidade neuronal dependendo da localização pré ou pós-sináptica dos receptores. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000400011 Mecanismo de dor e nocicepção: • O mecanismo pelo qual estímulos periféricos nocivos são transmitidos ao sistema nervoso central é chamado de nocicepção. Já a dor é uma experiência subjetiva, nem sempre associada à nocicepção. • O principal tipo de neurônio sensitivo periférico que responde a estímulos nocivos são os Nociceptores polimodais (NPMs). Eles são formados por fibras C não mielinizadas que possuem terminações que respondem a estímulos térmicos, mecânicos e químicos. • Estes estímulos responsáveispor provocar a dor atuando nos NPMs são: bradicinina, prótons, ATP e vaniloides (p. ex., capsaicina). As prostaglandinas também atuam sobre os NPMs e por isso apresentam efeito hiperalgésico • Outro receptor é TRPV1, ele responde ao calor nocivo e também a agonistas semelhantes à capsaicina. O mediador lipídico anandamida é um agonista nos receptores TRPV1 além de ser agonista dos receptores canabinoides endógenos. • As conexões sinápticas feitas pelas fibras nociceptivas com neurônios de transmissão, se dirigem ao tálamo. • Os NPMs liberam glutamato (transmissor rápido) e vários peptídeos que agem como transmissores lentos. Os peptídeos também são liberados perifericamente contribuindo para inflamação neurogênica. • Quando a dor neuropática é associada à lesão dos neurônios da via nociceptiva e não a estímulo periférico excessivo, geralmente faz parte de estados dolorosos crônicos e pode não responder bem aos analgésicos opioides. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000400011 https://www.sanarsaude.com/blog/farmacia-farmacologia-artigo-opiodes-tudo-em-um-so-lugar RESPOSTA: A naloxona (ação curta) e naltrexona (ação longa) são antagonistas competitivos dos receptores opóides μ, δ e κ. Apresenta maior afinidade sobre os receptores µ e κ e menor em receptores δ. São uma boa opção para tratamento em casos de sobredose por morfina. A morfina é um agonista parcial nos receptores opioides μ. Assim, quando há superdosagens de morfina, usa-se naloxona para bloquear seu efeito, pois ela irá competir pelo mesmo receptor μ da morfina, diminuindo sua ação. O início de ação é em menos de dois minutos, quando naloxona para adultos é administrada por via intravenosa, e a sua duração de ação é aparente 20 a 90 minutos, um período muito mais curto do que o de muitos opioides. A dosagem de naloxona é empírica, a dose efetiva depende da quantidade de analgésico opioide que o paciente recebeu, a afinidade relativa de naloxona para o receptor opioide mu e o opioide a ser deslocado, o peso do paciente e o grau de penetração do analgésico opioide no sistema nervoso central. A dose inicial de naloxona para adultos é de 0,04 mg. Se não houver resposta, a dose deve ser aumentada em intervalos de dois minutos, a um máximo de 15 mg. Se não houver nenhuma redução na depressão respiratória após a administração de 10 a 15 mg de naloxona é pouco provável que a causa da depressão seja intoxicação por opioide. Em pacientes com apneia uma dose inicial de 0,2 a 1 mg é recomendada e em pacientes em parada cárdiorrespiratória uma dose inicial de 2 mg pode ser utilizada. A recuperação da consciência e da depressão respiratória após uma dose única de naloxona é muitas vezes transitória. A naloxona pode ser administrada sem temores em qualquer um dos pacientes, incluindo pacientes com dependência de opiáceos. Preocupações de que a naloxona possa piorar a dependência a opiáceos não são baseadas em evidências científicas; todos os https://www.sanarsaude.com/blog/farmacia-farmacologia-artigo-opiodes-tudo-em-um-so-lugar sinais de abstinência de opioides (por exemplo, bocejo, lacrimejamento, piloereção, sudorese, mialgias, vômitos e diarreia) são desagradáveis, mas não causam risco de vida. Além disso, os pacientes com tolerância a opiáceos têm frequentemente uma boa resposta a baixas doses de naloxona que são suficientes para restabelecer a respiração sem provocar abstinência. Uma vez que a frequência respiratória melhora após a administração da naloxona, os paciente devem ser observados durante 4 a 6 horas antes da alta hospitalar ser considerada. Uma alternativa para a administração de naloxona é a intubação orotraqueal, um procedimento que garante com segurança a oxigenação e a ventilação e protege contra a aspiração. A descontaminação intestinal com carvão ativado deve ser reservada para pacientes que se apresentam no prazo de uma hora após a ingestão e com intoxicação com risco de vida; o carvão não oferece beneficios fora deste período de tempo e complica a visualização da anatomia das vias aéreas durante a entubação orotraqueal. Os pacientes com intoxicação por opioides de ação prolongada, ou formulações de liberação prolongada de opioides, podem ter depressão respiratória recorrente, ou exigir uma infusão contínua de naloxona ou entubação orotraqueal e devem ser admitidos em uma unidade de cuidados intensivos. (caso não tenha ocorrido a intoxicação, a naloxona não terá nenhuma atividade farmacológica) Interação sinergista – pode-se usar naloxona para tratar de uma pessoa viciada em opioides? Se o paciente tem dependenencia de heroína, da pra ele um agonista parcial para ir desintoxicando, como metadona, para o receptor dela ir se acostumando a ser menos ativado. Depois no final do tratamento que pode dar naloxona. Porque se dar de primeira, vai causar sindorme de abstinência do paciente http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6711/intoxicacao_por_opioides.htm#:~:text= Na%20suspeita%20da%20intoxica%C3%A7%C3%A3o%20por,sinais%20de%20intoxica%C3% A7%C3%A3o%20por%20opioides. https://www.jaleko.com.br/curso/farmacologia/farmacologia-geral/Conceitos-iniciais/farmacologia-introducao-a-farmacologia-conceitos-em-farmacologia-1 http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6711/intoxicacao_por_opioides.htm#:~:text=Na%20suspeita%20da%20intoxica%C3%A7%C3%A3o%20por,sinais%20de%20intoxica%C3%A7%C3%A3o%20por%20opioides. http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6711/intoxicacao_por_opioides.htm#:~:text=Na%20suspeita%20da%20intoxica%C3%A7%C3%A3o%20por,sinais%20de%20intoxica%C3%A7%C3%A3o%20por%20opioides. http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6711/intoxicacao_por_opioides.htm#:~:text=Na%20suspeita%20da%20intoxica%C3%A7%C3%A3o%20por,sinais%20de%20intoxica%C3%A7%C3%A3o%20por%20opioides. 5 - FLUMAZENIL + BENZODIAZEPÍNICOS Os benzodiazepínicos (BZD) têm como mecanismo de ação a potencialização da atividade inibitória do ácido gama aminobutírico (GABA) em todos os níveis do neuroeixo, incluindo a medula espinal, o hipotálamo, o hipocampo, a substância negra, o córtex cerebelar e o córtex cerebral. Assim, ao se ligar ao GABA, o bzd leva a abertura de canais de Cl, o que leva a hiperpolarização do terminal pós-sináptico, inibindo o impulso nervoso. Aproximadamente 30% dos neurônios corticais e do tálamo apresentam receptores GABA, que tem como principais variações: • GABAa • GABAb • GABAc Sendo o GABAa o responsável pela atuação dos BZD. O GABAa possui cinco subunidades e um canal que permite a entrada de cloro. Quando o BZD se liga a este receptor gabaérgico, os canais de cloro se abrem e permitem uma hiperpolarização da membrana, esse influxo causa redução da hiperexcitabilidade dos neurônios, resultando em depressão generalizada dos reflexos da medula e do sistema ativador reticular. Em casos de superdosagem ou de exacerbação do efeito agonista por associação a outras substâncias depressoras do sistema nervoso central, como os barbitúricos, o indivíduo poderá evoluir para rebaixamento do nível de consciência, estado de coma, depressão respiratória e até mesmo óbito https://www.sanarmed.com/resumos-intoxicacao-por-benzodiazepinicos O flumazenil é um antagonista de receptores de GABA que pode rapidamente reverter os efeitos dos benzodiazepínicos. O fármaco está disponível unicamente para administração I.V. O início dos efeitos é rápido, porém a duração é curta, com meia-vida de cerca de 1 hora. Assim, quando se há intoxicação por benzodiazepíicos, utiliza-se flumazenil, o qual antagonista os receptores GABA, impedindo a ligação dos BZD e diminuindo sua ação. Interação farmacodinâmica de antagonismo https://www.sanarmed.com/resumos-intoxicacao-por-benzodiazepinicos 6 - ONDANSETRONA + TRAMADOL 1° interação Escolhi a 6° interação farmacodinâmica: Ondansetrona + Tramadol O tramadolé um analgésico opioide de ação central e atua na inibição da recaptação da serotonina. Ele atua nos receptores opioides (fraco), inibe recaptação de serotonina e inibe recaptação de noradrenalina. Com esses efeitos, ele consegue alcançar bons níveis de analgesia. O tramadol tem potência de provocar êmesi e por isso, é comum associá-lo com antieméticos. A ondansetrona tem seu mecanismo de ação é através da inibição competitiva (antagonista) dos receptores da serotonina (5-hidroxitriptano, 5HT) subtipo 3 (5HT3), bloqueando o sítio de ligação da serotonina nas fibras vagais aferentes do intestino e do sistema nervoso central, envolvidos na êmese, incluindo a zona gatilho quimiorreceptora e o núcleo do trato solitário. A ondansetrona é amplamente biotransformada no fígado pelas CYP1A2, CYP2D6 e CYP3A4 e, em seguida, conjugada com glicuronídeo ou sulfato. Sabe-se que a serotonina atua como inibidora das vias de dor na medula. Assim, ao inibir a recaptação de serotonina, o tradamol aumenta a disponibilidade de serotonina na fenda sináptica, aumentando a analgesia. Contudo, a ondansetrona antagoniza os receptores de serotonina e acaba diminuindo a disponibilidade de serotonina na fenda sináptica. Assim, quando administrados concomitantemente, a ondansetrona diminui a ação do tramadol, por diminuir a quantidade de serotonina. Assim, é comum que pacientes precisem aumentar a dose de tramadol quando ele é usado com a ondansetrona. O professor disse na aula que para ser uma Interação farmacodinâmica, os fármacos precisam interagir no mesmo receptor ou mesma enzima ou mesma via metabólica. A ondansetrona e tramadol não atuam na mesma enzima nem no mesmo receptor, contudo creio que eles devam atuar na mesma via metabólica que disponibiliza a serotonina e, sendo assim, classifico essa interação como antagonismo farmacodinâmico. 2° interação A ondansetrona possui extensa metabolização no citocromo p450, especificamente a enzima CYP2d6. Contudo, ela também é metabolizada por múltiplas enzimas hepáticas do citocromo P450: CYP3A4, CYP2D6 e CYP1A2. Devido à multiplicidade de enzimas capazes de metabolizar a ondansetrona, a inibição ou redução da atividade de uma dessas enzimas (por exemplo, CYP2D6) é normalmente compensada por outras enzimas. O tramadol precisa ser metabolizado pelo citocromo p450, especificamente pela enzima CYP2d6, para produzir analgesia. A CYP2d6 produz o metabolito ativo do tramadol, o “O- demethyl tramadol” e ele é cerca de 400x mais potente que o fármaco original. Assim, como a ondansetrona como interage com a CYP2d6, ela diminui a metabolização do tramadol, diminuindo a formação do O-demethyl tramadol, diminuindo a ação analgésica. Já a ação antiemética é praticamente não afetada, devido a multiplicidade de enzimas que podem metabolizar a ondansetrona. Como ambos os fármacos atuam na mesma enzima (CYP2d6), classifico essa interação como um antagonismo farmacocinético. Se a interação é no sitio de ação do fármaco, é interação farmacodinâmica. Se a itneração é no sitio de metabolização, então é farmacocinética. Referencias https://www.sbahq.org/resources/pdf/atotw/407.pdf https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/150411/lima_vs_dr_bot.pdf?sequence=3&is Allowed=y https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/22201181.2015.1075935 https://www.sbahq.org/resources/pdf/atotw/407.pdf https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/150411/lima_vs_dr_bot.pdf?sequence=3&isAllowed=y https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/150411/lima_vs_dr_bot.pdf?sequence=3&isAllowed=y https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/22201181.2015.1075935 7 - PIPERACILINA/TAZOBACTAM + AMICACINA Dentre os fármacos antibacterianos, essa interação diz respeito a duas classes: a dos Beta-lactâmicos (piperaciclina) e a dos aminoglicosídeos (amicacina). Os medicamentos dessas classes podem ser usados em conjunto, uma vez que existe um sinergismo nessa associação, o que aumenta consideravelmente a eficácia da terapêutica. Os antibióticos Beta-lactâmicos interferem na síntese da peptideoglicana da parede celular bacteriana. Depois de conectar-se às proteínas ligadoras da penicilina na bactéria, eles inibem a enzima de transpeptidação que faz a ligação cruzada das cadeias peptídicas conectadas ao esqueleto da peptideoglicana. Isso resulta na inativação de um inibidor das enzimas autolíticas na parede celular, levando à lise da bacteria. Os aminoglicosídeos inibem a síntese de proteínas bacterianas, bloqueando a fase inicial desse processo. Sua penetração através da membrana celular da bactéria depende parcialmente do transporte ativo dependente de oxigênio por um sistema transportador de poliaminas. O efeito dos aminoglicosídeos é bactericida, além de ser reforçado por agentes que interferem na síntese da parede celular, uma vez que sua penetração na célula é facilitada. Dessa maneira, a utilização desses fármacos é uma interação com sinergismo. Vale ressaltar que associações de distintos fármacos antimicrobianos é importante para superar a resistência microbiana, problema muito frequente nessa terapêutica. Livro: Farmacologia, Rang e Dale, 7ª Edição 8 – AMIODARONA + ONDANSETRONA A amiodarona é um fármaco antiarrítmico. Pacientes que fazem seu uso podem ter frequentes prolongamentos do complexo QRS, dos intervalos PR e QT e bradicardia sinusal. A ondansetrona é um inibidor dos receptores da serotonina subtipo 3 (5HT3). Além disso, ela também provoca alterações passageiras do ECG, incluindo prolongamento do intervalo QT. O aumento do intervalo QT significa aumento do tempo de enchimento ventricular. Se esse intervalo se prolongar demais, como por exemplo, usando dois fármacos que o prolongam, como amiodarona e ondansetrona, tem-se alto risco de arritmia. Tem-se sinergismo farmacodinâmico. https://www.cff.org.br/pagina.php?id=511 https://www.cff.org.br/pagina.php?id=511
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