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interações medicamentosas entre fármacos e plantas - vários exemplos

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1 
 
VÁRIAS INTERAÇÕES ENTRE FÁRMACOS E PLANTAS 
SUMÁRIO 
Laranja (Citrus sp.) .................................................................................................................................... 2 
Quebra-pedra (Phyllantus niruri L.)......................................................................................................... 2 
Erva mate ( Ilex paraguariensis ) ............................................................................................................ 2 
Maracujá (Passiflora incarnata) ............................................................................................................... 3 
Agrião (Nasturtium officinale W.T. Aiton) ............................................................................................... 3 
Canela x Hipoglicemiantes orais ............................................................................................................. 4 
Senan (Senna Alexandrina) x Ondasetrona .......................................................................................... 4 
Nicotiana tabacum L (folha do fumo) ...................................................................................................... 5 
Kava-Kava (Piper methysticum) .............................................................................................................. 5 
Curare (Strychnos toxifera e Chondrodendron tomentosum) ............................................................. 6 
Glycne max (soja) ...................................................................................................................................... 6 
Glycyrrhiza uralensis / Glycyrrhiza glabra ............................................................................................. 7 
Cymbopogon citratus (Capim limão) ...................................................................................................... 7 
Ginkgo biloba (Ginkgo Biloba) ................................................................................................................. 8 
Uva (Vitis vinifera L.) ................................................................................................................................. 8 
Sene (Senna alexandrina Mill.) ............................................................................................................... 9 
Hibisco (Hibiscus sabdariffa) ................................................................................................................... 9 
Salgueiro-branco (Salix alba) ................................................................................................................ 10 
Unha de gato (Uncaria tomentosa) ....................................................................................................... 10 
Dente de leão (Taraxacum officinale)................................................................................................... 11 
Erva-mate (Ilex paraguaiensis) .............................................................................................................. 11 
Erva doce, Anis (Pimpinella anisum L.) ............................................................................................... 11 
Cimicífuga (Cimicifuga racemosae rhizoma) ....................................................................................... 12 
Aesculus hippocastanum L. - Castanha da Índia ............................................................................... 12 
Ginseng (Panax ginseng) ....................................................................................................................... 13 
Açafrão (Curcuma longa) ....................................................................................................................... 13 
Boldo do Chile (peumus boldus) ........................................................................................................... 13 
Valeriana officialis .................................................................................................................................... 14 
Jucá (Libidibia ferrea) ............................................................................................................................. 14 
Eucalipto (Eucalyptus globulus) ............................................................................................................ 14 
GENGIBRE( Zingiber officinale) ............................................................................................................ 15 
Carqueja (Baccharis trimera) ................................................................................................................. 15 
 
 
 
 
2 
 
LARANJA (CITRUS SP.) 
A laranja contém fenóis, taninos, flavonoides (antocianidinas, flavanonas, flavonóis), hesperidina, xantonas, 
saponinas, esteroides e triterpenoides. 
A hesperidina, presente em sucos e frutas cítricas, possui atividade hipotensora e diurética. Além disso, também 
pode bloquear receptores beta, semelhantemente aos beta bloqueadores. Isso ocorre porque a laranja tem ação 
central, diminuindo a atividade simpática. Dessa forma, ela tem uma ação anti-hipertensiva, além de inibir a atividade 
da ECA. 
Assim, a laranja pode atuar junto com inibidores da ECA (captopril, enalapril, entre outros), de forma sinérgica, 
potencializando sua ação. Em pacientes eutróficos, talvez essa interação não seja claramente percebida e não gere 
clínica. Contudo, é bom observar de perto pacientes hipertensos, principalmente aqueles que fazem uso de beta 
bloqueadores, inibidores da ECA e diuréticos. 
Referência: Ataliba, Fábia & Costa, Danielly & Duarte Farias, Andrezza & Souza, Júlia. (2017). INTERAÇÕES 
PLANTA MEDICINAL X MEDICAMENTO CONVENCIONAL NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL. 
Infarma - Ciências Farmacêuticas. 29. 90. 10.14450/2318-9312.v29.e2.a2017.pp90-99. 
QUEBRA-PEDRA (PHYLLANTUS NIRURI L.) 
O P. niruri ou “quebra-pedra” é uma planta nativa do Brasil. Tem sido utilizada para tratamento de cálculos renais. 
Apresenta em sua composição substancias tais como os taninos, terpenos, alcaloides, flavonoides e lignanas, que 
conferem ação anti-inflamatória, hepatoprotetora e antioxidante. De acordo com os estudos a urolitíase, também 
conhecida por litíase renal, consiste na presença de massas de cristais, muitas vezes associadas com proteínas, 
que se formam na papila renal e crescem até que, por alterações em sua estrutura, se fragmentam e passam para 
o sistema coletor. 
Quando presentes na papila renal não causam sintomas; porém, ao interferir no fluxo urinário, podem causar cólicas 
intensas durante sua passagem pelo ureter, bem como infecções e lesões do parênquima renal. A formação do 
cálculo compreende um processo de cristalização que envolve nucleação, crescimento e a agregação dos cristais, 
além da adesão e internalização dos cristais na célula epitelial tubular. 
Os efeitos benéficos do quebra-pedra ao tratamento e prevenção de urolitíase podem ser resumidos pelos seguintes 
mecanismos de ação: 
1) Inibição da endocitose de oxalato de cálcio pelas células tubulares renais, interferindo na formação de cálculos 
renais. 
2) Inibição do crescimento e da agregação de cristais de oxalato de cálcio, facilitando sua eliminação. 
3) Alteração na morfologia e textura dos cálculos renais, facilitando sua eliminação. 
4) Atividade analgésica: atividade antinoceptiva potente e duradoura demonstrada em diversos modelos de dor. 
5) Atividade antiespasmódica devido à inibição da contração da musculatura lisa do ureter, propiciando uma 
facilitação na eliminação de cálculos renais. 
Além disso, o efeito diurético foi demonstrado experimentalmente verificando o aumento significativo do volume 
urinário, do potássio e cloro urinários. E devido a esse efeito diurético, o uso dessa planta concomitantemente com 
um fármaco diurético, como a hidroclorotiazida, deve ser acompanhado devido ao risco de aumento da diurese e 
hipotensão.https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-22092017 153103/publico/NidiaDenisePucci.pdf 
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19182/2/2.pdf 
Levantamento bibliográfico de plantas medicinais comercializadas em feiras da Bahia e suas interações 
medicamentosas. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/REF/article/view/35942/pdf 
Cardoso, C. M. Z.; et. al. Elaboração de uma Cartilha Direcionada aos Profissionais da Área da Saúde, Contendo 
Informações sobre Interações Medicamentosas envolvendo Fitoterápicos e Alopáticos. 2009. 
 
ERVA MATE ( ILEX PARAGUARIENSIS ) 
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-22092017%20153103/publico/NidiaDenisePucci.pdf
3 
 
A erva mate, muito consumida no Brasil, principalmente na região sul, tem na sua composição cafeína, saponinas, 
polifenóis, xantinas, teofilina, teobromina, ácido fólico, taninos, minerais e vitaminas A, B1, B2, C e E. Por ser 
estimulante e diurético pode gerar algumas interações. 
Interação farmacocinética de antagonismo fisiológico com Atenolol, gerando taquicardia e aumento da PA por causa 
dos estimulantes, principalmente a cafeína. 
Interação farmacocinética de sinergismo de adição com medicamentos diuréticos. 
Interação farmacocinética de antagonismo fisiológico com ansiolíticos por causa dos efeitos estimulantes da erva. 
https://www.tuasaude.com/erva-mate/ 
 
MARACUJÁ (PASSIFLORA INCARNATA) 
Os fitoterápicos a base de maracujá são muito utilizados no Brasil pela sua ação ansiolítica leve. Acredita-se que 
seu principal mecanismo de ação se dê a partir dos flavonoides (constituídas pelas C-glicosilflavonas), que possui 
ações inespecíficas no Sistema Nervoso Central. Dessa forma, podem ocorrer interações medicamentosas entre 
a Passiflora incarnata e os benzodiazepínicos. Ambos agem sobre o SNC de forma inibitória, um de forma 
inespecífica e o outro aumentando a afinidade do GABAa pelo GABA. Essa sinergia pode levar a um aumento na 
depressão do SNC. 
Além disso, os constituintes alcaloides da Passiflora incarnata (a harmina, o harmano, a harmalina, o harmol e o 
harmalo) podem atuar como inibidores da monoamina oxidade (MAO). Utilizada em conjunto com outros fármacos 
inibidores da MAO (como isocarboxazida, fenelzina e tranilcipromina), podem levar a um efeito aditivo. A MAO age 
no sistema nervoso sobre o controle de excessos de neurotransmissores na fenda sináptica. Quando está inibida, 
pode ocorrer acúmulo de neurotransmissores e superestimulação dos receptores, levando a efeitos antidepressivos. 
Então, dependendo de qual fármaco será associado à Passiflora incarnata, os efeitos que ela pode reforçar são 
opostos, podendo levar a aumento da atividade ou depressão do SNC. 
 
REFERÊNCIA: 
PEREIRA, Sónia Maria Tavares. O Uso Medicinal da Passiflora incarnata L. Universidade de Coimbra. 
FERREIRA, Fabiana Sari. Interações Medicamentosas de fitoterápicos utilizados no tratamento da insônia: uma 
breve revisão. Visão Acadêmica, Curitiba, v.20 n.3, Jul. - Set./2019 
NICOLETTI, Maria Aparecida. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos, Infarma, v.19, nº 1/2, 
2007 
Com base no artigo Interações planta medicinal x medicamento convencional no tratamento da hipertensão 
arterial, é possível acrescentar que o maracujá pode normatizar o tônus vascular, gerando um efeito hipotensor. 
Sendo assim,existe interação medicamentosa de sinergismo farmacodinâmico entre a polpa do maracujá e os anti-
hipertensivos da classe dos vasodilatadores diretos (hidralazina, minoxididil). 
 
AGRIÃO (NASTURTIUM OFFICINALE W.T. AITON) 
 
O agrião é um vegetal com folhas pequenas, verdes, com sabor levemente picante e possui cultivo bastante simples, 
podendo ser consumido na forma de chá ou a própria mastigação da folha. Dessa forma, o seu uso fitoterápico se 
torna comum e prático e o seu consumo possui diversos benefícios, alguns deles são: 
• Ajuda a combater e a tratar doenças respiratórias, como gripes e bronquites, uma vez que a folha tem 
propriedades anticongestionantes; 
• Atua na prevenção à anemia por ser rico em ácido fólico; 
• Ajuda a aumentar a imunidade por causa da vitamina A, do ferro, do potássio e, especialmente, da vitamina C; 
• Facilita a digestão, assim como outras folhas verde-escuras; 
• Ajuda a diminuir o risco de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares; 
• Atua na prevenção e manutenção da saúde dos olhos, por ter concentração alta de vitamina A; 
https://brasilescola.uol.com.br/doencas/bronquite.htm
https://brasilescola.uol.com.br/doencas/anemia.htm
https://brasilescola.uol.com.br/saude/acido-folico-protecao-para-bebe-na-gestacao.htm
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/vitamina-c.htm
https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/diabetescuidados-com-saude.htm
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/vitamina-a.htm?aff_source=56d95533a8284936a374e3a6da3d7996
4 
 
• Ajuda a prevenir doenças cardíacas, como infarto e aterosclerose, por ser rico nas vitaminas C e K; 
• Auxilia no fortalecimento e na manutenção dos ossos por conter cálcio, magnésio, potássio e fósforo. 
Uma de suas possíveis interações é a que ocorre com a Clorzoxazona, que é um fármaco relaxante muscular, 
utilizado em espasmos musculares, torcicolos, fibrocite, etc. Essa interação ocorre por ação farmacocinética, pois o 
agrião é um inibidor da enzima CYP2E1, que é a responsável por metabolizar a clorzoxazona, aumentando o efeito 
relaxante muscular e podendo causar náuseas, vômitos, diarréia e sonolência. 
Outra interação que deve ser vista quando consumido agrião é com o Paracetamol, onde o agrião pode inibir o 
metabolismo oxidativo do paracetamol(não consegui encontrar como exatamente ele faz isso). 
Referências 
ALONSO, Jorge. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos – 1. ed.; Argentina, Rosario. Corpus Libros, 2004. p. 218-
220. 
https://hortodidatico.ufsc.br/agriao/ 
Bula da Clorzoxazona 
LORENZI, H; MATOS, F. J. d. A.; Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1a. ed. Nova Odessa, SP: Instituto 
Plantarum, 2002. p. 191. 
CANELA X HIPOGLICEMIANTES ORAIS 
 
O consumo de Canela em quantidades significativas pode aumentar a sensibilidade das células à insulina, o que 
resulta numa diminuição dos valores de glicemia. 
O composto metilhidroxichalcona, presente na Canela, pode atuar de forma similar à insulina, aumentando o 
consumo de glicose pelas células, com consequente diminuição da sua concentração no sangue. Estudos in vitro 
demonstraram que a utilização concomitante de canela e insulina resultava num efeito sinérgico entre as duas 
substâncias. 
A utilização de Canela num doente devidamente medicado e estabilizado poderá, portanto, perturbar o tratamento 
em curso e alterar os níveis de glicose no sangue, com a possibilidade de ocorrência de hipoglicemia. Como tal, 
este uso deve ser efetuado com especial precaução em doentes diabéticos. 
SENAN (SENNA ALEXANDRINA) X ONDASETRONA 
Senan (Senna Alexandrina) está indicado no tratamento de quadros de constipação intestinal, como laxativo. Senan 
é fabricado com extrato padronizado da planta Senna alexandrina Mill a partir de seus frutos, sendo os senosídeos 
seus principais constituintes. Seu efeito laxativo se deve a ação irritante do medicamento sobre a mucosa intestinal, 
aumentando a motilidade (movimento) intestinal, acelerando o trânsito intestinal e reduzindo a absorção de líquidos 
do bolo fecal. Senan pode acarretar uma perda importante de eletrólitos, como potássio e cloro, o que pode interferir 
com alguns medicamentos aumentando a possibilidade de ocorrência de seus efeitos adversos, especialmente em 
pessoas que estejam utilizando medicamentos para o tratamento de insuficiência cardíaca, principalmente os 
glicosídeos cardiotônicos. 
Cloridrato de Ondasetrona é indicado na prevenção e tratamento de náuseas e vômitos em geral. 
A ondansetrona, substância ativa de cloridrato de ondansetrona genérico, é um potente antagonista, altamente 
seletivo, dos receptores5-HT3. Os agentes quimioterápicos e a radioterapia podem causar liberação de 5-HT no 
intestino delgado, iniciando um reflexo de vômitos pela ativação dos aferentes vagais nos receptores 5-HT3. A 
ondansetrona bloqueia o início desse reflexo. A ativação dos aferentes vagais pode ainda causar liberação de 5-HT 
em área extrema localizada no assoalho do quarto ventrículo, e isso também pode promover vômitos através de um 
mecanismo central. Desse modo, o efeito da ondansetrona no controle de náuseas e vômitos induzidos por 
quimioterapia citotóxica e radioterapia se deve ao antagonismo da droga aos receptores 5-HT3 dos neurônios do 
sistema nervoso periférico e sistema nervoso central. 
A ondasetrona tem como um dos seus efeitos o prolongamento QT no eletrocardiograma. Quando associado a uma 
perda de eletrólitos importantes, principalmente na Hipocalemia, o paciente pode apresentar arritmia taquiventicular 
polimórfica, também conhecida como Torsades de pointes, podendo levar o paciente a sérias complicações. 
Conclui-se que os medicamentos acima possuem interações de sinergismo funcional que levam ao desenvolvimento 
de arritmia taquiventricular. 
 
https://brasilescola.uol.com.br/saude/aterosclerose.htm
https://hortodidatico.ufsc.br/agriao/
https://consultaremedios.com.br/aparelho-digestivo/nauseas/c
5 
 
Referências: 
1- Bula Cloridrato de Ondasetrona 
2- Bula Senan 
3- Drugs.com: Interação Ondasetrona e “Senna” 
NICOTIANA TABACUM L (FOLHA DO FUMO) 
A Nicotiana tabacum L é amplamente consumida em todo o mundo, além de estar presente no cigarro comum e 
no fumo, as suas folhas (folha de fumo) são usadas como chás, em infusões ou são diretamente mascadas. Acredita-
se que essa planta possua propriedades depurativas, laxativas, anti-inflamatórias, entre outras. A nicotina é um 
dos principais compostos alcalinóides presentes nesta plata, esta se liga a receptores colinérgicos nicotínicos 
aumentando os níveis de dopamina e também atua sobre receptores de glutamato, receptores de serotonina, sobre 
o GABAA, etc. Logo ela aumenta a liberação de vários neurotransmissores, como dopamina, noradrenalina, 
adrenalina, serotonina, beta-endorfina e vasopressina. 
Os benzodiazepínicos são importantes depletores do SNC que atuam modulando positivamente o GABAA gerando 
ação ansiolítica, anticonvulsionante e de relaxante muscular. Como a nicotina ativa o SNC, seu efeito antagoniza os 
benzodiazepínicos, diminuindo assim sua ação sedativa. E caso a dose de benzodiazepínicos seja adequada, a 
interrupção do uso de nicotina pode levar a uma depressão excessiva do SNC, sendo necessário novo ajuste de 
dose. 
 
ANTÔNIO, Mara Guedes. INTERAÇÕES DO TABAGISMO COM A TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA. Instituto 
Superior em Ciências Farmacêuticas. 2013. Disponivel em: 
<https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/14164/1/Ant%C3%B3nio%2C%20Mara%20Guedes.pdf>. 
 KAVA-KAVA (PIPER METHYSTICUM) 
Kava-Kava, também conhecida como Cava-Cava, ou apenas Kava é uma planta medicinal muito usada na medicina 
tradicional para combater ansiedade e insônia. O nome científico dessa planta é Piper methysticum. Já foi abordado 
nesse fórum a capacidade de interação da Kava-Kava com drogas que atuam no SNC, contudo eu gostaria de 
abordar a interações que podem ocorrer com essa planta devido a outro mecanismo. A Kava-Kava tem uma ação 
importante de inibição de enzimas do citocromo P450, e dentre elas, a CYP3A4 (Anke, 2004). Logo, é importante 
ressaltar que devido essa inibição pode haver interação da Kava com diversas drogas metabolizadas pela enzima 
citada (Anke, 2004). Nesse contexto, é válido citar a possível interação com a nifedipina que é um bloqueador de 
canal de cálcio, que tem efeito vasodilatador, e que tem a CYP3A4 como via enzimática de sua metabolização. 
Logo, por inibir a CYP3A4, a Kava-Kava pode gerar uma menor metabolização de nifedipina e aumento da sua 
concentração, causando aumento da intensidade de sua ação, podendo resultar em hipotensão exacerbada. Este 
foi um exemplo de interação envolvendo a Kava-Kava, mas por inibir enzimas do citocromo P450, essa planta pode 
fazer interações com vários medicamentos. 
 
REFERÊNCIAS: 
Bula do Profissional do Medicamento Adalat® (apresentação de cápsula), Adalat® Oros (apresentação de 
comprimido de liberação prolongada) e Adalat® Retard (apresentação de comprimido revestido). 
 
Anke J, Ramzan I. Pharmacokinetic and pharmacodynamic drug interactions with Kava (Piper methysticum Forst. 
f.). J Ethnopharmacol. 2004;93(2-3):153-160. doi:10.1016/j.jep.2004.04.009 
 
KAVA-KAVA (PIPER METHYSTICUM) 
 
A partir da Kava-kava, um arbusto pertencente à família Piperaceae, prepara-se uma bebida psicoativa que, caso 
seja administrada, concomitantemente, com depressores do SNC, como benzodiazepínicos, etanol e barbitúricos, 
há uma potencialização dos efeitos depressores, causando sedação, diminuição de reflexos e cansaço. 
Além disso, o uso dessa planta medicinal não é indicada para indivíduos com Parkinson, pois, por conta do 
antagonismo à dopamina, causa redução da levodopa. Sabe-se que a levodopa é uma forma de se tratar o 
Parkinson, devido a sua capacidade de restabelecer a transmissão dopaminérgica, logo, reduzindo a levodopa, pelo 
uso da Kava-Kava, a doença não será tratada corretamente, o que irá piorar seus sintomas. 
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/14164/1/Ant%C3%B3nio%2C%20Mara%20Guedes.pdf
6 
 
Outro caso de interação é entre a Kava-Kava e os inibidores da monoaminoxidade (IMAO). Nesse caso, essa 
associação leva ao aumento da toxicidade da planta, o que causa irritabilidade, cansaço, hiperatividade, ansiedade 
e insônia. 
Referências: 
CARNEIRO, Ana Luiza Chrominski. Principais interações entre plantas medicamentosas e medicamentos. 
FERRAZ, Henrique Ballali. Tratamento da doença de Parkinson. Revista Neurociências, 06-12, 1999. 
KAVA KAVA (PIPER METHYSTICUM) 
 Piper methysticum conhecido popularmente como kava-kava. Durante os anos de 1999 a 2002, a kava-kava esteve 
na lista dos 10 medicamentos fitoterápicos mais vendidos no Brasil. A atividade farmacológica da kava-kava é devido 
às cavalactonas (também chamada de kavapironas), kavaína, diidrokavaína, mestisticina, diidromestisticina e 
outros.Portanto, ainda não está bem esclarecido o mecanismo de ação das cavalactonas, existindo dados 
contraditórios sobre a interação destas, principalmente da dihidrocavaína, com o receptor do ácido gama-
aminobutírico (GABA), sendo que, um trabalho realizado remete ao aumento dos sítios de ligação (modulação) 
nestes receptores, acontecendo uma redução significativa nas descargas neuronais e outro mostra a ausência de 
atividade nestes sítios e também nos sítios de ligação dos benzodiazepínicos (JUSTO & SILVA, 2008b). Dessa 
forma, a interação com os depressores do sistema nervoso central, como o etanol, benzodiazepínicos, barbitúricos, 
hipnótico-sedativos, anti-histamínicos, neurolépticos levando potencialização dos efeitos depressores caracterizado 
por sedação, cansaço e diminuição dos reflexos. 
Fonte: 
KAVA-KAVA (Piper methysticum): UMA REVISÃO GERAL 
https://assets.unitpac.com.br/arquivos/Revista/63/3.pdf 
PRINCIPAIS INTERAÇÕES ENTRE PLANTAS MEDICINAIS E MEDICAMENTOS 
file:///C:/Users/55319/Downloads/491-2040-1-PB.pdf 
CURARE (STRYCHNOS TOXIFERA E CHONDRODENDRON TOMENTOSUM) 
O curare é uma substancia que por séculos foi utilizada pelos nativos das américas como veneno nas armas de 
caça, como flechas, e arco, que tinha o objetivo de imobilizar imediatamente o animal, paralisando todos os músculos 
do corpo. Seus principais representantes são plantas dos gêneros Strychnos toxifera e Chondrodendron 
tomentosum. O curare é um Bloqueador neuromuscular não despolarizante, dessa maneira é um antagonista 
competitivo que se liga ao receptor nicotínico da Ach na placa terminal e, desse modo bloqueiam competitivamente 
a ligação da Ach, impedindo a abertura dos canais de sódio. 
Com isso, os médicos perceberam que poderiamutilizar essa substância para fins farmacológicos e, atualmente, 
essa substância, é utilizada como um relaxante muscular para facilitar na intubação e ventilação mecânica, bem 
como para anestesias venosas. 
É necessária cautela ao se utilizar essa substância pois, pode ter interação com inibidores da colinesterase, e assim 
aumentar os níveis de Ach. Além disso, não se deve administrar fármacos antimuscarínicos, pois irão bloquear o 
efeito muscarínico. E por fim, também não se deve administrar anti-histaminicos, pois eles iram bloquear a liberação 
de histamina e assim gerar uma ação relaxante nos mastócitos 
 
Referências: 
Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica. 12ª Ed. – Porto Alegre: AMGH, 2012. 
SILVA JR, J. A. Caetano da. Aplicações do curare em neuro-psiquiatria. Arq. Neuro-Psiquiatr., São Paulo , v. 3, 
1945 . 
 
GLYCNE MAX (SOJA) 
A soja é uma leguminosa com potente efeito fitoterápico. Ela e seus derivados possuem um composto químico em 
especial que gera a maioria dos efeitos medicinais, a isoflavona. Esse composto possui ação estrogênica, regula 
atividades de proteínas, regula o ciclo celular e possui efeito antioxidante. Dentre essas ações, destaca-se o efeito 
estrogênico dessa planta, já que seus princípios ativos agem como moduladores seletivos dos receptores de 
estrogênio (SERM), levando diminuição da reabsorsão óssea, o que favorece o tratamento da osteoporose. 
Além disso, essa leguminosa se destaca no combate a doenças cardiovasculares, haja vista sua ação em receptores 
estrógenos e, assim, interfere no metabolismo de colesterol e lipopreteina. Em adição, seu efeito antioxidante inibe 
https://assets.unitpac.com.br/arquivos/Revista/63/3.pdf
7 
 
precesso trombótico e bloqueia a proliferaçao celular na parede das artérias, o que auxilia no combate a 
asteriosclerose. A propriedade anti-carcinogênica deve ser lembrada também, uma vez que a isoflavona inibe a 
atividade das enzimas tirosina quinases. 
Esclarecido o importante papel fitoterápico da soja, nota-se que ela interage com medicamentos. Um deles são os 
fármacos inibidores da enzima tirosina quinase, como os utilizados no tratamento de leucemia mieloide, resultando 
em uma interação sinérgica. Além dessa, a soja interage também com a levotiroxina. 
Isso ocorre porque a isoflavona é ingerida em sua forma conjugada a açúcares e beta glicosídeos, sendo quebrada 
em sua forma aglicona por enzimas hidrolíticas para que ocorra a absorsão, o que interfere no processo absortivo 
da levotiroxina, resultando em uma interação farmacocinética de antagonismo. 
Referências: 
DIAS, Eliana Cristina Moura et al. USO DE FITOTERÁPICOS E POTENCIAIS RISCOS DE INTERAÇÕES 
MEDICAMENTOSAS: REFLEXÕES PARA PRÁTICA SEGURA. Revista Baiana de Saúde Pública, [S.l.], v. 41, n. 
2, abr. 2018. 
ESTEVES, Elizabeth Adriana; MONTEIRO, Josefina Bressan Resende. Efeitos benéficos das isoflavonas de soja 
em doencas crônicas. Rev. Nutr., Campinas , v. 14, n. 1, p. 43-52, Apr. 2001 . . 
GLYCYRRHIZA URALENSIS / GLYCYRRHIZA GLABRA 
 
Licorice ou alcaçuz chinês (Glycyrrhiza uralensis ou Glycyrrhiza glabra) é uma planta nativa da Ásia e parte da 
Europa. A raiz dessa planta é muito utilizada na medicina tradicional chinesa e também como adoçante natural. 
A raiz dessa planta é usada como adoçante natural por ter como principio ativo a glicirrizina, a qual é muito mais 
doce que a sacarose. Não é muito utilizado industrialmente por dar um aspecto acastanhado indesejado a comida 
ou bebida, e por perder sua propriedade adoçante em substâncias ácidas. 
Em relação ao seu uso medicinal, essa raiz apresenta algumas características: 
• Indicada para doenças do trato respiratório superior e para tosse, devido a suas propriedades expectorantes e 
demulcentes; 
• Indicada para doenças do trato gastrointestinal, por possuir propriedades de cicatrização de úlceras, atividades 
antiinflamatórias e atividade laxante; 
• Indicada para aplicação no tratamento de dermatite atópica; 
• Possui ações mineralocorticóides. 
O uso prolongado do extrato dessa raiz pode causar indução hepática significativa da CYP3A, e indução menos 
significativa da CYP2B1 e da CYP1A2. Essa indução pode ter consequências clínicas em pacientes que fazem uso 
de fármacos metabolizados por essas isoenzimas. A exemplo, a lidocaína é um fármaco anestésico local 
metabolizado pela CYP3A, assim, a sua coadministração com o uso prolongado do extrato dessa raiz pode 
aumentar o metabolismo da lidocaína, reduzindo sua meia vida e diminuindo seu efeito esperado. 
 
Referências Bibliográficas: 
COMMITTEE ON HERBAL MEDICINAL PRODUCTS. Assessment report on glycyrrhiza glabra l. and/or glycyrrhiza 
inflata bat. and/or glycyrrhiza uralensis fisch., radix. European Medicines Agency. London, United Kingdom, 12 mar. 
2013. 
HIROTA, Beatriz Cristina Konopatzki et al. INTERAÇÕES PLANTA-MEDICAMENTO: IMPORTÂNCIA E 
MECANISMO DE AÇÃO. Visão Acadêmica, [S.l.], v. 15, n. 1, may 2014. ISSN 1518-8361. Disponível em: 
<https://revistas.ufpr.br/academica/article/view/35736/22487>. Acesso em: 19 aug. 2020. 
doi:http://dx.doi.org/10.5380/acd.v15i1.35736. 
 
CYMBOPOGON CITRATUS (CAPIM LIMÃO) 
 
Mecanismo de ação: O óleo do capim limão causa hipotensão por inibir o influxo de cálcio, causando redução da 
resistência vascular, e por ativar os receptores muscarínicos cardíacos, provocando bradicardia. 
8 
 
Interação Medicamentosa: Pode acontecer interação sinérgica com os antagonistas dos canais de cálcio. O 
mecanismo do óleo do capim limão coincide com o mecanismo das fenilalquilaminas (verapamil), das 
benzotiazepinas (diltiazem) e das diidropiridinas (nifedipina e anlodipina). Essas classes ligam-se as subunidades 
alfa 1 dos canais de calcio e impedem a abertura. O efeito final é a dilatação arterial e redução da resistência 
arteriolar, com consequente redução da pressão arterial. Pode-se classificar como sinergismo farmacodinâmico. 
 Referência: SOUZA,Júlia et al.Interações planta medicinal x medicamento convencional no tratamento da 
hipertensão arterial. 
GINKGO BILOBA (GINKGO BILOBA) 
A planta Ginkgo biloba é utilizada principalmente para distúrbios das funções do Sistema Nervoso Central (SNC), 
distúrbios circulatórios periféricos e insuficiência vascular cerebral (MILLS & BONES., 2000). 
Tal planta pode interagir com diversos mecanismos farmacológicos, como Anticoagulantes orais e Antiplaquetários; 
AINEs; Anticonvulsivantes; Antipsicóticos; Antidepressivos e; Inibidores da bomba de prótons, como o omeprazol 
(ALEXANDRE, ET AL., 2008). 
Esse último, o omeprazol, é um fármaco utilizado no tratamento da úlcera péptica e do refluxo gastroesofágico, 
sendo que a sua metabolização ocorre, principalmente, via isoforma CYP2C19 do sistema hepático P450 (RANG, 
ET AL., 2012). 
Portanto, a interação entre ambas, foi provada por meio de um ensaio clínico randomizado, com 18 voluntários 
sadios, verificou-se que o ginkgo, quando administrado concomitantemente com este fármaco, reduziu a 
biodisponibilidade do omeprazol e aumentou a concentração plasmática do seu metabólito ativo, o 5-
hidróxiomeprazol. Sendo assim, esse resultado indica que a planta chinesa pode induzir a isoforma CYP2C19 e, 
por consequência, reduzir a concentração plasmática do omeprazol (YIN, ET AL., 2004). 
Referências. 
ALEXANDRE, Rodrigo F.; BAGATINI, Fabíola; SIMOES, Cláudia M. O.. Interações entre fármacos e 
medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng. Rev. bras. farmacogn., João Pessoa , v. 18, n. 1, p. 
117-126, Mar. 2008 . 
MILLS, S; BONES, K. Principles and practice of phytotherapy – modern herbal medicine, 2000. 
Rang, H. P.; Dale, M. M.; Ritter, J. M.; Flower, R. J.; Henderson G. Rang & Dale. Farmacologia. 7ª edição. Rio de 
Janeiro, Elsevier, 2012. 
Yin OQ, Tomlinson B, Waye MM, Chow AH, Chow MS. Pharmacogenetics and herb-drug interactions: 
experience with Ginkgo biloba and omeprazole. Pharmacogenetics 14: 841-850. 
GINKGO (GINKGO BILOBA) 
O ginkgo (ginkgobiloba) é conhecido por ser utilizado na alternativa para tratamento de dificuldades de concentração 
e memória, bem como de ansiedade e cefaleia, entre outros problemas de insuficiência cerebral. Toda via, sua 
composição conta com fatores inibidores da isoforma CYP3A4 do sistema do citocromo P450. Por inibir essa 
isoforma, seu uso concomitante com anti-hipertensivos inibidores dos canais de cálcio pode ser prejudicial ao 
usuário. 
 A nifepidina é um fármaco da classe desses anti-hipertensivos e, aponta-se que, os seus efeitos colaterais são 
muito aumentados quando em uso concomitante com o ginkgo. Por inibir justamente a isoforma que atua na 
metabolização desse fármaco, o ginkgo provoca o aumento da concentração plasmática da nifepidina, o que culmina 
no aumento dos efeitos colaterais desse fármaco, como: cefaléia, rubor, edema de tornozelo, desmaios e até 
taquicardia. 
 
UVA (VITIS VINIFERA L.) 
A espécie Vitis vinifera L., popularmente conhecida como parreira, produz um fruto amplamente comercializado e 
consumido, a uva. O suco da uva, quando fermentado, produz o vinho, um líquido alcoólico utilizado há séculos. 
A uva é historicamente cultivada e apresenta diversos benefícios para a saúde devido à sua grande quantidade de 
princípios ativos, como ácidos fenólicos, flavonoides e polifenóis. Na Europa, faz-se a “cura de uvas”, que se 
fundamenta em uma ingestão acentuada da fruta, para combater diversas enfermidades, como obesidade, nefrite, 
atonia intestinal e também doenças cardiovasculares. 
Ademais, age terapeuticamente como antioxidante, anti-inflamatório e inibidor da agregação plaquetária. A inibição 
se dá, principalmente, pela ação dos flavonoides, constituintes do metabolismo secundário da uva, visto que 
possuem capacidade de inibir a via da ciclooxigenase (COX). 
9 
 
Da mesma forma, o ácido acetilsalicílico, um agente anti-inflamatório não esteroidal (AINE), age também como 
antiagregante plaquetário ao inibir irreversivelmente a enzima COX, inibindo a síntese de prostaglandinas e, 
consequentemente, impedindo a biossíntese de tromboxano A2 pelas plaquetas, um potente vasoconstritor e 
estimulador da agregação plaquetária. 
Assim, o uso concomitante de derivados de Vitis vinifera L. e ácido acetilsalicílico pode ocasionar um aumento 
exagerado na inibição da agregação plaquetária, interação necessária a se considerar, preferencialmente, em 
pacientes com doenças cardiovasculares. 
 
Referências: 
https://www.ppmac.org/sites/default/files/monografia_vitis_vinifera.pdf 
http://revista.fmrp.usp.br/2002/vol35n2/efeito_flavonoides.pdf 
http://revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/371/620 
SENE (SENNA ALEXANDRINA MILL.) 
O Sene é uma planta nativa da Ásia tropical, amplamente distribuída em áreas semiáridas. É utilizada principalmente 
em virtude de seus efeitos laxativos. O metabólito ativo no organismo é a reinantrona, capaz de estimular o aumento 
da motilidade na região do cólon no intestino grosso, por meio da ampliação das contrações peristálticas. Devido ao 
mecanismo de ação, os resultados são de extensão no trânsito intestinal e diminuição do tempo de contato de 
líquidos e outras substâncias, como íons, com a parede do TGI, e isso promove uma maior excreção destes. Além 
disso, há uma maior incitação da secreção de cloreto ativo, isso aumenta a disposição dos íons e líquidos no lúmen 
intestinal, e consequentemente a excreção dos fluídos e eletrólitos. 
Interações farmacológicas importantes, além de um prejuízo geral na absorção de fármacos utilizados por via oral, 
são com os glicosídeos cardíacos, como a digoxina, e os antiarrítmicos, como a quidina. O uso crônico da sene 
pode provocar hipocalemia (baixo nível do íon potássio). Esse quadro de desregulação eletrolítica é capaz de 
potencializar os efeitos dos fármacos (glicosídeos cardíacos e antiarritmíticos), que envolvem eletrólitos nos seus 
mecanismos efetores. Ademais, o uso concomitante com diuréticos tiazídicos, também potencializa os efeitos 
hipocalêmicos, pois essa classe é responsável pelo aumento no aporte de sódio e consequente aumento na 
secreção de potássio. 
 
Referências: 
NICOLLETI, MARIA APARECIDA. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Infarma. v.19, 2007. 
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/349597/Senna%2Balexandrina%2BProfissional%2Bde%2BSa%C3%
BAde.docx/620edce0-b87e-4dd2-bf99-2121a736ab77. 
HIBISCO (HIBISCUS SABDARIFFA) 
O hibisco (Hibiscus sabdariffa) é uma flor que possui como princípios ativos principais os ácidos tartárico, cítrico e 
málico, a mucilagem e muitos flavonoides. Esses princípios conferem a ele propriedades antioxidantes, de 
aceleração da queima de gordura, diurética, anti-hipertensiva e anti-inflamatória. Para abordar as interações 
fármaco-planta eu vou focar nos efeitos diuréticos, anti-hipertensivos e anti-inflamatórios. 
Como o hibisco é rico em flavonoides, seu efeito anti-hipertensivo é explicado devido à presença dos flavonoides 
antocianinas que possuem efeito vasodilatador periférico e de outros flavonoides que são capazes de reduzir a 
atuação da enzima conversora de angiotensina (ECA). Já o efeito diurético seria causado pelo flavonoide quercetina 
e pela interferência na aldosterona, potencializando a ação de regulação eletrolítica e diurese do hormônio. O uso 
do hibisco concomitante com fármacos diuréticos e anti-hipertensivos pode potencializar os efeitos mencionados, 
levando à hipotensão e à hipovolemia. 
Em relação ao efeito anti-inflamatório do hibisco pode-se destacar a atuação, mais uma vez, das antocianinas, que 
reduzem a produção de citocinas pró-inflamatórias, provavelmente, através da inibição da via das ciclo-oxigenase 
ou da lipoxigenase. Apesar desse auxílio no controle da inflamação, eu vi que não é recomendado a administração 
de diclofenaco (anti-inflamatório não esteroidal – AINE) junto com o uso da planta porque ela reduz o efeito do 
fármaco. Eu não consegui achar exatamente porque isso acontece, mas acho que se explicaria caso os princípios 
ativos do hibisco inibissem apenas a via da lipoxigenase. Com isso, todo o ácido araquidônico disponível seria 
convertido pela ciclo-oxigenase em prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos, de forma mais exacerbada, o 
que poderia reduzir o efeito do diclofenaco, que teria maior dificuldade em inibir eficientemente a ação das COX. 
Referências: 
https://www.ppmac.org/sites/default/files/monografia_vitis_vinifera.pdf
http://revista.fmrp.usp.br/2002/vol35n2/efeito_flavonoides.pdf
http://revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/371/620
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/349597/Senna%2Balexandrina%2BProfissional%2Bde%2BSa%C3%BAde.docx/620edce0-b87e-4dd2-bf99-2121a736ab77
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/349597/Senna%2Balexandrina%2BProfissional%2Bde%2BSa%C3%BAde.docx/620edce0-b87e-4dd2-bf99-2121a736ab77
10 
 
Uyeda, Mari. Hibisco e o processo de emagrecimento: uma revisão de literatura. Saúde em Foco, Edição nº: 07/Ano: 
2015. Disponível em: https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-
content/uploads/sites/10001/2018/06/11hibisco_emagrecimento.pdf 
Macedo, Adriana, et al. Redução de dema pela administração de castanha da índia e hibiscus em pacientes que 
fazem tratamento com corticoides. Revista brasileira de obesidade, nutrição e emagrecimento. São Paulo. v.11. 
n.65. p.290-296. Set./Out. 2017. 
De Paula, André. De Lima, Cristina. Prospecção fitoquímica e interações medicamentosas do chá de 37 ervas 
comercializado em Pinhais-PR. Brazilian Journal of Health Review. Curitiba, v. 2, n. 5, p. 4621-4640 sep./out. 2019. 
SALGUEIRO-BRANCO (SALIX ALBA) 
Desde a Antiguidade buscamos formas de aliviar a dor, assim, a casca do salgueiro branco (Salix alba) era 
uma dessas formas. A história do uso do salgueiro remete aos sumérios, com escritos de mais de 4 mil anos, 
prescrevendo o uso dessa planta para o alívio das dores. Até mesmo “nosso pai”, Hipócrates (400 a.c.) entrou na 
onda, dizendo: “pó ácido da cascado salgueiro ou chorão (que contém salicilatos) alivia dores e diminui a febre”. 
Bem, a história avançou, em 1828, o princípio ativo da casca do salgueiro, a salicilina, foi isolada, a qual 
também se encontra presente em outras plantas como a Spiraea ulmaria. Em 1838, a salicilina foi convertida em 
um ácido, o ácido sacilícico. 
Já em 10 de Agosto de 1879, dizem por aí que uma certa receita foi inventada, ela dizia assim: “Uma mistura 
preparada com 50 partes de ácido salicílico e 75 partes de anidrido acético é aquecida por cerca de 2 horas a cerca 
de 500 oC num balão de refluxo. Um líquido claro é obtido, do qual, quando resfriado, é extraída uma massa 
cristalina, que é o ácido acetilsalicílico. O excesso de anidrido acético é extraído por pressão e o ácido acetilsalicílico 
é recristalizado em clorofórmio seco.” 
6 de Março de 1899, a Bayer patenteia o ácido acetilsalicílico com o nome comercial de aspirina, enviando 
folders divulgando o fármaco para todo o mundo, tornando-o conhecido e utilizado internacionalmente. Foi o primeiro 
medicamento comercializado na forma de tablets, em 1900. O medicamento tornou-se tão popular que foi chamado 
pelo imprensa da época de the wonder drug (a droga maravilhosa). 
Porém, a popularidade não traz apenas bons fluidos, essa imensa popularidade da aspirina teve uma 
importante influência na promoção da automedicação. A cultura de tomá-lo antes de se sentir mal provavelmente 
preconizou o uso autônomo e pré-sintomático dos remédios, em geral, comum atualmente. 
Muito bem, já em relação às interações medicamentosas, creio que muitas das interações com o próprio 
ácido acetilsalicílico, também se evidenciam para as plantas que contêm salicilatos, como a Salix alba, 
principalmente quando utilizadas em altas doses. Diante disso, o uso de Salix alba concomitante com o paracetamol 
pode provocar nefrotoxicidade, além de efeito aditivo sobre a inibição da função plaquetária. Ademais, a presença 
de taninos desta planta poderá interferir na absorção de ferro a partir de medicamentos ou alimentos. Outras 
interações poderão ocorrer com álcool, betabloqueadores e sulfoniluréias. 
 
01 - Talyta Cortez Grippe. História da Medicina (pág. 28). Disponível em: 
http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=836 
02 - Maria Aparecida Nicoletti et all. Principais Interações no Uso de Medicamentos Fitoterápicos. 
 
UNHA DE GATO (UNCARIA TOMENTOSA) 
Uncaria tomentosa é conhecido popularmente como “Unha de gato” e tem em sua composição as seguintes classes 
químicas: Flavonoides, alcaloides indólicos, triterpenos e sa- poninas. Esse fitoterápico é indicado para o tratamento 
de processos inflamatórios, principalmente os articulares, como a osteoarterie e artrite reumatoide. 
 Essa planta exibe um forte efeito imunoestimulante, sendo desaconselhável seu uso após transplantes ou 
quimioterapias. Além disso sabe-se que esse fitoterápico aumenta os efeitos de anticoagulantes, aumentando as 
chances de hemorragia e portanto interage antaginicamente com anticoagulantes. 
 A Uncaria tomentosa também pode aumentar a acidez gástrica (interagindo negativamente com antiácidos) 
pois seus alcaloides não se solubilizam corretamente em pH alto e potencializam efeitos H2. O fitoterápico em 
questão pode reduzir também níveis hormonais de estrogênio e progesterona, portanto em situações de reposição 
hormonal seu uso é contraindicado. 
 Por último, a “Unha de gato” tem atividade modulatória em enzimas do citocromo P450, e pode aumentar as 
concentrações plasmáticas de antirretrovirais como Atazanavir, Ritonavir e Saquinavir. 
 
Referências: 
HIROTA, Beatriz Cristina Konopatzki et al. INTERAÇÕES PLANTA-MEDICAMENTO: IMPORTÂNCIA E 
MECANISMO DE AÇÃO. Visão Acadêmica, [S.l.], v. 15, n. 1, may 2014. ISSN 1518-8361. Disponível em: 
https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/11hibisco_emagrecimento.pdf
https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/11hibisco_emagrecimento.pdf
http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=836
11 
 
<https://revistas.ufpr.br/academica/article/view/35736/22487>. Acesso em: 18 aug. 2020. 
doi:http://dx.doi.org/10.5380/acd.v15i1.35736. 
 
Bula do Profissional do Medicamento Unha de Gato Herbarium. 
 
ANVISA. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. “Memento fitoterápico da farmacopeia brasileira”. 2016 
DENTE DE LEÃO (TARAXACUM OFFICINALE) 
 
Dente de leão (Taraxacum officinale ) possui ação diurética, o que pode potencializar o efeito hipotensivo quando 
interage com anti-hipertensivos, especialmente os tiazídicos, como a hidroclorotiazida ou com outros diuréticos, 
como a furosemida. 
 
ALONSO, J. R. Tratado de fitomedicina, bases clínicas y farmacologicas. Buenos Aires. Editora SRL. 2000. p 
743. 
ERVA-MATE (ILEX PARAGUAIENSIS) 
 
Erva-mate (Ilex paraguaiensis) 
A erva-mate ou Ilex paraguaiensis apresente em sua composição química alguns estimulantes do SNC como 
teobromina, teofilina e cafeína, esta última pode ser encontrada em concentrações de variam de 0,5% a 1,05% 
(valores em % de matéria seca), valores semelhantes aos encontrados no café (Coffea arábica), 0,6% e no chá 
verde (Camellia sinensis), 1,08%. Devido à sua ação estimulante do SNC, podem ocorrer efeitos indesejáveis 
agudos a partir de uma concentração plasmática de 30ug/mL, como cefaléia e taquicardia. Como a erva-mate é 
usada no tereré e o chimarrão como bebidas típicas do sul e centro-oeste brasileiro, recomenda-se cuidado em sua 
interação com anti-hipertensivos, pois pela ação estimulante da cafeína, há a possibilidade de aumente da P.A. 
BATISTA, C., PIO, Eliane, GOMES, F. A. Determinação do teor de cafeína em amostras de chá e café 
comercial. UEMS/UFGD. Dourados-MS. Disponível em: http://www.wsplantasmedicinais.com.br/wp-
content/uploads/2015/08/Carla-Batista-Determina%C3%A7%C3%A3o-do-teor-de-cafe%C3%ADna-em-amostras-
de-ch%C3%A1-e-caf%C3%A9-comercial.pdf Acesso em: ago. 2020. 
 
CARDOZO JUNIOR, E. L.; DONADUZZI, C. M.; STURION, J. A.; CORREA, G. 
VARIAÇÃO NO TEOR DE CAFEINA EM DEZESSEIS PROGÊNIES DE ERVA 
MATE (Ilex paraguariensis St. Hil.) CULTIVADAS EM TRÊS MUNICÍPIOS DO 
PARANÁ. Embrapa – Empresa Brasileira de Produção Agropecuária. Curitiva, Paraná. Disponível 
em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/137427/1/2003-Sturion-Variacao-no-teor-de-cafeina.pdf. 
Acesso em: ago. 2020. 
 
ERVA DOCE, ANIS (PIMPINELLA ANISUM L.) 
A Pimpinella ansium L. é um fitoterápico que deve ser preparado por infusão, de acordo com a proporção indicada 
na fórmula, sendo necessário amassa-lá antes do uso. Apresenta como metabólito secundário o seu Óleo essencial. 
Ela tem como principais usos terapêuticos a função expectorante, antiespasmódico, carminativo e dispepsias 
funcionais. Não sendo recomendado a co-administração com fármacos da classe dos hipnóticos e sedativos por 
um possível prolongamento da ação. 
Além disso, um estudo realizado em camundongos verificou que a administração de Pimpinella ansium L. induziu 
uma absorção reduzida do Acetaminofeno (Paracetamol) administrado por via oral. O mecanismo de ação para isso 
ainda não é compreendido, mas entre as possíveis explicações se encontram a ligação do fármaco ao resíduo do 
Óleo Essencial no intestino, influência nos transportadores da parede intestinal ou a metabolização pré-sistêmica 
do Acetaminofeno. Entretanto, mais estudos são necessários para comprovar essa interação. 
 
REFERÊNCIAS 
http://www.wsplantasmedicinais.com.br/wp-content/uploads/2015/08/Carla-Batista-Determina%C3%A7%C3%A3o-do-teor-de-cafe%C3%ADna-em-amostras-de-ch%C3%A1-e-caf%C3%A9-comercial.pdf
http://www.wsplantasmedicinais.com.br/wp-content/uploads/2015/08/Carla-Batista-Determina%C3%A7%C3%A3o-do-teor-de-cafe%C3%ADna-em-amostras-de-ch%C3%A1-e-caf%C3%A9-comercial.pdf
http://www.wsplantasmedicinais.com.br/wp-content/uploads/2015/08/Carla-Batista-Determina%C3%A7%C3%A3o-do-teor-de-cafe%C3%ADna-em-amostras-de-ch%C3%A1-e-caf%C3%A9-comercial.pdfhttps://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/137427/1/2003-Sturion-Variacao-no-teor-de-cafeina.pdf
12 
 
- NICOLETTI, M.A. et al. Fitoterápicos – Principais Interações Medicamentosas. São Paulo: ASSOCIAÇÃO 
NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS - Brasil, 1ª edição (2012), 118 págs. Acessado 
em: http://iquanatura.com.br/wp-content/uploads/2016/11/manual-de-fitoterapia-Anfarmag.pdf 
- Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira / Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011. 126p. Acessado 
em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Formulario_de_Fitoterapicos_da_Farmacopeia_Brasileira
.pdf/c76283eb-29f6-4b15-8755-2073e5b4c5bf 
- Samojlik, I., Petković, S., Stilinović, N., Vukmirović, S., Mijatović, V., & Božin, B. (2015). Pharmacokinetic Herb-
Drug Interaction between Essential Oil of Aniseed (Pimpinella anisumL., Apiaceae) and Acetaminophen and 
Caffeine: A Potential Risk for Clinical Practice. Phytotherapy Research, 30(2), 253–259. doi:10.1002/ptr.5523 
CIMICÍFUGA (CIMICIFUGA RACEMOSAE RHIZOMA) 
Cimicífuga (Cimicifuga racemosae rhizoma) é uma planta medicinal nativa do oeste da América do Norte, e, 
atualmente, seu uso está voltado para o alívio de sintomas do climatério, como ondas de calor, rubor, suor excessivo, 
palpitações e sintomas depressivos. Para obtenção desses efeitos, são utilizados extratos secos de rizoma ou raízes 
da planta que, no Brasil, fazem parte da composição de vários medicamentos fitoterápicos, como Tepemen® 
(Abnat), Mencirax® (Ativus), Menocimed® (Cimed). 
Seu mecanismo de ação ainda não foi totalmente esclarecido. Acredita-se, porém, que os componentes da planta 
apresentem ação sobre os receptores de estrogênio. Seus efeitos seriam obtidos através de feedback negativo nos 
receptores de estrogênio α e β, levando à diminuição dos níveis do hormônio luteinizante (LH), aliviando os sintomas 
climatéricos. Apesar de no passado já ter sido utilizada no tratamento de febre reumática e em casos de picadas de 
serpentes, hoje, é classificada como modulador hormonal e seu uso se concentra na atividade estrogênica, resultado 
do sinergismo complexo entre seus componentes. 
Quanto às interações medicamentosas, a cimicífuga pode antagonizar o efeito de imunossupressão promovidos 
pela ciclosporina e azatioprina. Como resultado da imunoestimulação, pode haver a rejeição em pacientes 
transplantados que fazem uso dessas drogas. A planta também pode potencializar o efeito de anti-hipertensivos, 
devendo ser usada com cautela com agentes hipotensores, como bloqueadores de canais de cálcio (diltiazem) e 
betabloqueadores (propranolol e metoprolol), cujo uso concomitante pode levar à hipotensão. 
Em mulheres que fazem tratamento quimioterápico contra câncer de mama com tamoxifeno, um antagonista 
competitivo de receptores de estrogênio, o uso da cimicífuga, na tentativa de reduzir as ondas de calor, 
pode antagonizar os efeitos do tamoxifeno, devido a sua atividade estrogênica, estimulando diretamente o 
crescimento do câncer de mama. Valido também ressaltar a possível interação com estrógenos e contraceptivos 
orais, tendo-se em vista que seus princípios ativos ocupam os receptores de estrogênio. 
Além disso, devido à presença de álcool nas soluções extrativas da cimicífuga, traz-se a possibilidade de interação 
dessa droga com dissulfiram ou metronidazol, o que poderia desencadear náuseas e vômitos. 
Referências 
CASTRO, T. A. Plantas: cimicífuga. Boletim informativo do CIM-RS, v.1, n.2, p. 1-5, 2006. Disponível em: 
<http://www.ufrgs.br/boletimcimrs/cimicifuga.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2020. 
NICOLETTI, M. A. et al. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Infarma, v.19, n.1, p.32-50, 
2007. 
AESCULUS HIPPOCASTANUM L. - CASTANHA DA ÍNDIA 
A Aesculus hippocastanum L., popularmente conhecida como castanha da Índia, é uma planta medicinal cujo 
medicamento fitoterápico é produzido com base nas suas sementes, sendo usada para o tratamento 
de insuficiência venosa crônica e fragilidade capilar. 
Seu mecanismo de ação é pautado pela presença de escina nas sementes, que é uma mistura de cerca de 30 
saponinas terpênicas, as quais são atribuídas atividades anti-inflamatória e venotônica. Esses 
componentes reduzem a atividade de enzimas lisossomais, que estão mais ativas em quadros de desordens 
venosas, inibindo a desagregação do glicocálix (mucopolissacarídeos) na região da parede dos capilares. 
Como cerca de 86 à 94% de escina se ligam às proteínas plasmáticas, esse fitoterápico não deve ser usado com 
medicamentos anticoagulantes e antiagregante plaquetário, como a varfarina e o ácido acetilsalicílico, já que por 
sua alta afinidade pelas proteínas plasmáticas ela afeta a ligação de outras drogas, potencializando seus efeitos 
em um sinergismo farmacocinético, por interferir na distribuição, obtendo como efeito 
indesejado sangramentos. 
 
Referências: 
http://iquanatura.com.br/wp-content/uploads/2016/11/manual-de-fitoterapia-Anfarmag.pdf
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Formulario_de_Fitoterapicos_da_Farmacopeia_Brasileira.pdf/c76283eb-29f6-4b15-8755-2073e5b4c5bf
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Formulario_de_Fitoterapicos_da_Farmacopeia_Brasileira.pdf/c76283eb-29f6-4b15-8755-2073e5b4c5bf
13 
 
Ana Luiza e Larissa Comarella - Principais Interações entre plantas medicinais e medicamentos - Revista Saúde e 
Desenvolvimento |vol. 9, n.5 | jan – jun - 2016; 
Laboratório Catarinense - Phytovein - 2005 - Link para acesso: https://static-
webv8.jet.com.br/drogaosuper/Bulas/113847.pdf 
 
GINSENG (PANAX GINSENG) 
O Ginseng ou Panax ginseng pode ser usada como um fármaco que pode ser administrado como raiz, extrato, 
solução, comprimidos ou em bebidas. Os princípio ativos no ginseng são os ginsenosídeos (glicosídios 
triterpenoides). 
Ele, mesmo sendo um fitoterápico, pode causar diversas interações com fármacos de uso comum, como a Varfarina, 
que é um fármaco usado contra trombose, inibindo o complexo VKOR, responsável por ativar a vitamina K, que atua 
na cascata de coagulação. 
 A interação ocorre, uma vez que os ginsenosídeos podem atuar inibindo o fator de ativação plaquetária, que 
inibe sua agregação. Assim, agindo em um ponto diferente da cascata de coagulação, atua amplificando a ação 
anticoagulante da Varfarina, podendo aumentar os riscos de hemorragia. 
 
Referências: 
ALEXANDRE, Rodrigo F.; BAGATINI, Fabíola; SIMOES, Cláudia M. O.. Interações entre fármacos e medicamentos 
fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng. Rev. bras. farmacogn., João Pessoa , v. 18, n. 1, p. 117-126, Mar. 2008 
. 
AÇAFRÃO (CURCUMA LONGA) 
A Curcuma longa, popularmente conhecida como açafrão, é uma planta muito utilizada na culinária e medicina 
tradicional, tendo a curcumina como principal substância ativa. Ela possui atividade antiinflamatória, neuroprotetora, 
anticarcinogênica, antidepressiva, antiviral, antibacteriana, antioxidante, antifúngica, anticoagulante, entre outras 
ações terapêuticas. 
A Curcuma longa interage com alguns fármacos. Devido à sua atividade anticoagulante, o uso concomitante com 
agentes anticoagulantes pode aumentar o risco de hemorragia. Ela também pode induzir o metabolismo de agentes 
imunossupressores, reduzindo os efeitos destes medicamentos. A curcumina usada juntamente ao paclitaxel inibiu 
as metástases pulmonares de forma mais significativa do que estes dois isolados (os autores descrevem que isso 
se deva a inibição significativa do NF-kB). Ela pode ser usada como coadjuvante na terapia com ciclosporina, pois 
apresenta ação bloqueadora da resistência à proliferação de células T. Pode ainda interferir na absorção e eficácia 
da iritecán e intensificar a atividade dos fármacos oseltamivir e cotrimoxazol. E por sua ação antidepressiva 
(relacionada com a atividade inibitória da MAO), pode interagir de forma sinérgica com fármacos antidepressivos. 
Fonte: CURCUMALONGA L., O AÇAFRÃO DA TERRA, E SEUS BENEFÍCIOS MEDICINAIS. Disponível 
em: https://www.revistas.unipar.br/index.php/saude/article/viewFile/5871/3383 
BOLDO DO CHILE (PEUMUS BOLDUS) 
O Boldo do Chile, mais especificamente seu metabólito secundário (boldina), tem a característica de inibir a enzima 
Ciclo-oxigenase (COX). Dessa forma, como citado na aula, pode interferir com os fármacos Anticoagulantes por 
inibir a formação de TXA2. 
Além disso, é importante citar a característica dessa planta de interagir com os Antiinflamatórios não esteroidais 
(AINEs), visto que esses medicamentos são muito utilizados pela população, principalmente a idosa, a qual também 
é conhecida por usar os chás terapêuticos a partir de plantas. 
Sendo assim, por possuir mecanismo de ação semelhante ao dos AINEs, a inibição da COX, suponho que o Boldo 
do Chile pode aumentar o risco de ocorrerem os efeitos adversos dos AINEs, que são: 
• Efeitos gastrointestinais (mais comuns dos AINEs), por inibição da COX 1 gástrica: desconforto gástrico, 
dispepsia, diarreia (mas algumas vezes constipação), náuseas e vômitos e, em alguns casos, hemorragia e 
ulceração gástricas; 
• Reações cutâneas: os efeitos vão desde reações eritematosas leves, urticária e fotossensibilidade, até doenças 
mais graves e potencialmente fatais, incluindo a síndrome de Stevens-Johnson; 
https://static-webv8.jet.com.br/drogaosuper/Bulas/113847.pdf
https://static-webv8.jet.com.br/drogaosuper/Bulas/113847.pdf
https://www.revistas.unipar.br/index.php/saude/article/viewFile/5871/3383
14 
 
• Efeitos adversos renais: em pacientes suscetíveis (como os idosos) causam insuficiência renal aguda. Isto 
ocorre através da inibição da biossíntese dos prostanoides (PGE2 e PGl2; prostaciclina) envolvidos na 
manutenção do fluxo sanguíneo renal, especificamente na vasodilatação compensatória mediada por PGE2. 
Referência: Farmacologia, Rang e Dale, 7ª ed. 
VALERIANA OFFICIALIS 
Os medicamentos fitoterápicos à base de valeriana são utilizados, na maioria das vezes, para melhorar a qualidade 
do sono. Os mecanismos de ação e os componentes responsáveis pela terapêutica desta planta ainda não são 
bem estabelecidos, mas que acredita-se que os valepotriatos, o ácido valerênico, a valeranona, o GABA, a glutamina 
e outros compostos ainda desconhecidos sejam responsáveis por tal ação. Esses medicamentos podem interagir 
com barbitúricos e benzodiazepicos, potencializando a depressão do SNC. Isso acontece devido a afinidade do V. 
Oficinalis com receptores do GABA ou benzodiazepinicos, assim, ocorre o aumento do tempo de sono induzido 
pelo pentobarbital e pelo tiopental. Portando, a interação medicamentosa entre Valeriana officinalis e entre 
benzodiazepinicos e barbitúricos ocorre por uma interação de sinergismo ou de adição, que ainda não foi totalmente 
esclarecida e deve ser observada pra que não cause transtornos na prática clínica. 
Fonte :https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2008000300021 
JUCÁ (LIBIDIBIA FERREA) 
É de conhecimento geral que doenças parasitárias muitas vezes são negligenciadas pela indústria farmacêutica por, 
muitas vezes, não terem um grande interesse mercadológico. Assim, na maior parte das vezes, cabe aos países 
em desenvolvimento buscarem alternativas para essas doenças muito recorrentes localmente. 
A planta Jucá ou Pau-Ferro (LIBIDIBIA FERREA) é muito conhecida no Norte e Nordeste por suas propriedades 
antisséptica, antioxidante, cicatrizante e anti-inflamatória. Contudo, o que chama atenção nessa planta provém de 
um estudo publicado no final de 2017 que mostra que essa planta tem propriedades medicinais contra a 
Leishmaniose cutânea (ou tegumentar), doença parasitária de acometimento cutâneo-mucoso. 
Em pesquisas realizadas com roedores percebeu-se um avanço de 300% das lesões em roedores não tratados em 
comparação com aqueles tratados com uma microemulsão de Jucá. Além disso, os resultados foram comparáveis 
aos casos tratados com o Glucantime, medicamento de primeira escolha em casos de leishmaniose cutânea. caso 
seja comprovada a eficiência dessa planta, o tratamento para leishmaniose cutânea teria seu valor muito reduzido. 
 
Antileishmanial activity of extracts from Libidibia ferrea: development of in vitro and in vivo 
tests: https://www.scielo.br/pdf/aa/v47n4/1809-4392-aa-47-04-00331.pdf 
http://portal.inpa.gov.br/index.php/ultimas-noticias/3097-inpa-desenvolve-creme-a-base-de-juca-no-tratamento-
alternativo-contra-a-
leishmaniose#:~:text=Uma%20%C3%A1rvore%20amaz%C3%B4nica%2C%20o%20juc%C3%A1,coadjuvante%20
no%20tratamento%20da%20Leishmaniose 
 
EUCALIPTO (EUCALYPTUS GLOBULUS) 
O Eucalyptus globulus é usado para fins medicinais, como na terapêutica de gripes e resfriados, no controle do nível 
glicêmico, para ação anti-inflamatória, analgésica e na ação antibacteriana e fungicida, sendo principalmente 
utilizada por inalação do infuso (normalmente nas partes mais delicadas) ou pela decocção (das folhas ou cascas). 
Nesse sentido, como contribui no controle de açúcar, uma das alertas é quando usado concomitantemente ao 
tratamento para diabetes, como a administração de insulina, que pode reduzir muito a glicemia. 
Além disso, o óleo essencial proveniente de suas folhas atua no sistema hepático por meio da indução de enzimas; 
assim, pode interferir no processo de desintoxicação, na velocidade com que o fígado metaboliza fármacos que 
também são metabolizados pelo citocromo P450, alterando os efeitos desses. 
 
Referências: 
Ministério da Saúde. Informações Sistematizadas da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS 
: Eucalyptus globulus Labill. (Eucalipto). Brasília, 2018 
Nicoletti, MA; Carvalho, KC; et all. Uso popular de medicamentos contendo drogas de origem vegetal e/ou plantas 
medicinais: principais interações decorrentes. Revista Saúde, 2010 
Medline Plus. Eucalyptus. Disponível em: https://medlineplus.gov/druginfo/natural/700.html 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2008000300021
https://www.scielo.br/pdf/aa/v47n4/1809-4392-aa-47-04-00331.pdf
http://portal.inpa.gov.br/index.php/ultimas-noticias/3097-inpa-desenvolve-creme-a-base-de-juca-no-tratamento-alternativo-contra-a-leishmaniose#:~:text=Uma%20%C3%A1rvore%20amaz%C3%B4nica%2C%20o%20juc%C3%A1,coadjuvante%20no%20tratamento%20da%20Leishmaniose
http://portal.inpa.gov.br/index.php/ultimas-noticias/3097-inpa-desenvolve-creme-a-base-de-juca-no-tratamento-alternativo-contra-a-leishmaniose#:~:text=Uma%20%C3%A1rvore%20amaz%C3%B4nica%2C%20o%20juc%C3%A1,coadjuvante%20no%20tratamento%20da%20Leishmaniose
http://portal.inpa.gov.br/index.php/ultimas-noticias/3097-inpa-desenvolve-creme-a-base-de-juca-no-tratamento-alternativo-contra-a-leishmaniose#:~:text=Uma%20%C3%A1rvore%20amaz%C3%B4nica%2C%20o%20juc%C3%A1,coadjuvante%20no%20tratamento%20da%20Leishmaniose
http://portal.inpa.gov.br/index.php/ultimas-noticias/3097-inpa-desenvolve-creme-a-base-de-juca-no-tratamento-alternativo-contra-a-leishmaniose#:~:text=Uma%20%C3%A1rvore%20amaz%C3%B4nica%2C%20o%20juc%C3%A1,coadjuvante%20no%20tratamento%20da%20Leishmaniose
https://medlineplus.gov/druginfo/natural/700.html
15 
 
GENGIBRE( ZINGIBER OFFICINALE) 
Zingiber officinale, comumente conhecido como gengibre é utilizado como um antiemético, em especial para 
náuseas relacionadas com movimento e na gestação, e também como anti-inflamatório e analgésico, com no alívio 
de dor em casos de osteartrite. Alguns dos seus constituintes químicos como o gingerol apresentam suas 
propriedades anti-inflamatórias pela inibição da atividade das enzimas cicloxigenases (COX) e, com isso, temos 
uma alteração na síntese de prostaglandinas e do Tromboxano A2, importante na agregação plaquetária. Assim, 
uma possível interação medicamentosa é o risco aumentado de sangramento quando administrado conjuntamente 
ao AAS ou a varfarina, que já dificultam a agregação plaquetária e a ação dos fatores de coagulação. 
Referências: 
Principais interaçõesno uso de medicamentos fitoterápicos. Disponível em: 
<http://www.revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=view&path%5B%5D=222&path%5B%5D=210> 
The use of ginger (zingiber officinale) for the treatment of pain: a systematic review of clinical trials. Disponível em : 
<https://academic.oup.com/painmedicine/article/12/12/1808/1846834> 
CARQUEJA (BACCHARIS TRIMERA) 
A Carqueja apresenta atividade hipoglicemiante, hepatoprotetora (Ação hepatoprotetora e antioxidante do 
flavonoide hispidulina), propriedade digestiva (Redução da secreção gástrica), antiinflamatória, antihipertensiva 
(Efeito diurético), antimicrobiana (Atividade inibitória do crescimento de microorganismos pelas lactonas 
sesquiterpênicas), entre outras. 
Devido a atividade hipoglicemiante, deve-se ter cautela na administração de medicamentos que aumentam a 
secreção pancreática de insulina como as sulfonilureias (Glimepirida, Glibenclamida etc). O uso concomitante com 
diuréticos (Furosemida, Hidroclorotiazida, Clortalidona) também eleva a probabilidade de hipotensão. A associação 
da carqueja pode ser sinérgica com antimicrobianos que atuam na inibição da síntese proteica (Tetraciclinas, 
Macrolídeos) pois a carqueja atua nessa via ao inibir o crescimento microbiano. 
Referência: 
Karan, T. K et al. Carqueja (Baccharis trimera): utilização terapêutica e biossíntese. Revista Brasileira de Plantas 
Medicinais. vol. 15, n. 2, 2013. 
 
http://www.revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=view&path%5B%5D=222&path%5B%5D=210
https://academic.oup.com/painmedicine/article/12/12/1808/1846834

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