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Petição Prorrogamento de Prazo

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MM. JUÍZO DA .....º VARA CÍVEL DA COMARCA DE CIDADE/ESTADO
Pedido de prorrogação de prazo para entrega do laudo
Processo nº:
Classe – Assunto:
Requerente:
Requerido:
MM. JUÍZ(A)
(Seu nome Completo), Assistente Social, Perito(a) Judicial, nomeado(a) e compromissado(o) nos Autos vem, respeitosamente, requerer a PRORROGAÇÃO DE PRAZO para apresentar o Laudo Pericial, pelos motivos abaixo elencados.
Conforme Resolução aprovada pelo CNJ no dia 28/04/2020 através do ato normativo 0003162-32.2020.2.00.0000:
“Art. 1º As perícias em processos judiciais que versem sobre benefícios previdenciários por incapacidade ou assistenciais serão realizadas por meio eletrônico, sem contato físico entre perito e periciando, enquanto perdurarem os efeitos da crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus. § 1º A perícia no formato estabelecido no caput deverá ser requerida ou consentida pelo periciando, a este cabendo: I - informar endereço eletrônico e/ou número de celular a serem utilizados na realização da perícia; II - juntar aos autos os documentos necessários, inclusive médicos, a exemplo de laudos, relatórios e exames médicos, fundamentais para subsidiar o laudo pericial médico ou social. § 2º O perito poderá, expressamente, manifestar entendimento de que os dados constantes do prontuário médico e a entrevista por meio eletrônico com o periciando são insuficientes para formação de sua opinião técnica, situação em que o processo deverá aguardar até que seja viável a realização da perícia presencial. § 3º As perícias que eventualmente não puderem ser realizadas por meio eletrônico, por absoluta impossibilidade técnica ou prática, a ser apontada por qualquer dos envolvidos no ato e devidamente justificada nos autos, deverão ser adiadas e certificadas pela serventia, após decisão fundamentada do magistrado (§ 2º do art. 3º e § 1º do art. 6º da Resolução CNJ nº 314/2020).”.(Diário da Justiça – Conselho Nacional de Justiça Edição nº 119/2020 de 30 de Abril de 2020.) Disponível em :
<https://www.cnj.jus.br/dje/djeletronico?visaoId=tjdf.djeletronico.comum.internet.apresentacao.VisaoDiarioEletronicoInternetPorData>.
Sobre o tema, o Conselho Federal de Serviço Social – CFESS já recomendou, conforme Ofício Circular CFESS Nº 81/2020:
“ 3. (...) Nesse momento de excepcionalidade, compreendemos que algumas atividades podem ser realizadas nas modalidades teletrabalho, videoconferência e on-line, para que nossas atividades não sofram descontinuidade. Contudo, entendemos que avaliação social para concessão de benefícios sociais, bem como estudo social e parecer social, não devem entrar no rol dos procedimentos que podem ser executados à distância. Isso, porque a avaliação resultante dessas atividades depende da análise de elementos e circunstâncias concretas da realidade social, que não podem ser inferidos por meio da análise documental, dependendo também de outros procedimentos técnicos que devem ser operacionalizados. (grifamos)”.
“4 . (...) i) não recomendando à realização de estudos sociais por meio de videoconferência ou outros meios virtuais, por assistentes sociais; ii) indicando que a/o assistente social possui autonomia profissional e, portanto, deve decidir quais as ações que podem ser realizadas por trabalho remoto; iii) sugerindo que qualquer normativa que venha a ser elaborada no âmbito institucional, seja discutida com as/os profissionais de serviço social, para que opinem quanto as particularidades do seu trabalho e as implicações decorrentes, na eventualidade da implementação dessa modalidade de atendimento.”
É de notório conhecimento que, em razão da PANDEMIA do vírus SARS-CoV-2 (“coronavírus”), causador da doença COVID-19, as Autoridades Públicas foram obrigadas a tomar uma série de medidas que restringem a circulação de pessoas, motivando, inclusive a suspensão dos prazos processuais por meio da Resolução nº 313 do CNJ.
Ocorre que mesmo com a retomada dos prazos, as medidas de distanciamento social permanecem impositivas, como forma de prevenir a proliferação do vírus.
Trata-se de momento excepcional, obrigando, inclusive, o decreto pelo Governo Federal de Estado de Calamidade Pública, por meio do Decreto Legislativo nº 6, de 2020.
No presente caso, para cumprimento do prazo aberto o signatário necessita de todos os Instrumentos Profissionais, o que causaria grande exposição de contágio.
Sobre o tema, o CNJ já recomendou que diante de situações como estas, devem os magistrados considerarem os riscos envolvidos no caso concreto, para fins de prorrogação do prazo:
ART. 3º (...) § 2º Os atos processuais que eventualmente não puderem ser praticados pelo meio eletrônico ou virtual, por absoluta impossibilidade técnica ou prática a ser apontada por qualquer dos envolvidos no ato, devidamente justificada nos autos, deverão ser adiados e certificados pela serventia, após decisão fundamentada do magistrado.
§ 3º Os prazos processuais para apresentação de contestação, impugnação ao cumprimento de sentença, embargos à execução, defesas preliminares de natureza cível, trabalhista e criminal, inclusive quando praticados em audiência, e outros que exijam a coleta previa de elementos de prova por parte dos advogados, defensores e procuradores juntamente às partes e assistidos, somente serão suspensos, se, durante a sua fluência, a parte informar ao juízo competente a impossibilidade de prática do ato, o prazo será considerado suspenso na data do protocolo da petição com essa informação.
Nesse sentido, o próprio CPC prevê a possibilidade de prorrogação dos prazos, mesmo que peremptórios diante da calamidade pública, in verbis:
Art. 222 (...) § 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorrogação de prazos poderá ser excedido.
Razões pela quais requer que o prazo seja suspenso enquanto perdurar a pandemia, ou, alternativamente perdurar as medidas de distanciamento social.
Nesse sentido, nos termos do Art. 6º do CPC, que além de se fundar nos princípios do aproveitamento do processo e da economia processual, busca efetivar o PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO em detrimento ao excesso de formalismo repugnado pela doutrina e entendimento dos Tribunais Superiores:
"Além do compromisso com a Lei, o juiz tem um compromisso com a Justiça e com o alcance da função social do processo para que este não se torne um instrumento de restrita observância da forma se distanciando da necessária busca pela verdade real, coibindo-se o excessivo formalismo. Conquanto mereça relevo o atendimento às regras relativas à técnica processual, reputa-se consentâneo com os dias atuais erigir a instrumentalidade do processo em detrimento ao apego exagerado ao formalismo, para melhor atender aos comandos da lei e permitir o equilíbrio na análise do direito material em litígio. Recurso especial provido." (STJ - REsp: 1109357 RJ 2008/0283266-8, Relator: Ministra Nancy Andrighi)
Razões pelas quais o não cumprimento do prazo concedido diante dos impedimentos acima relatados não podem comprometer o processo.
DISTO ISTO, requer:
Seja recebida a presente justificativa de não atendimento do prazo concedido, vistos a impossibilidade de aplicação de todos os procedimentos técnicos, destacando novamente o a orientação do Conselho Federal de Serviço Social - CFESS:
“Isso, porque a avaliação resultante dessas atividades depende da análise de elementos e circunstâncias concretas da realidade social, que não podem ser inferidos por meio da análise documental, dependendo também de outros procedimentos técnicos que devem ser operacionalizados.”
Nestes termos, pede deferimento.
Cidade, Data
Nome completo do perito