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Lingua Portuguesa e Literatura Brasileira 2

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI 
 
 
 
APOSTILA 
LINGUA PORTUGUESA E 
LITERATURA BRASILEIRA II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÍRITO SANTO 
 
 
2 
 
LINGUAGEM 
 
O termo linguagem durante muito tempo, pensou-se que ela era uma 
invenção cultural, o que diferenciava o homem dos outros animais. Mesmo 
sendo considerado ainda um diferencial entre homens e animais a linguagem 
não é exatamente um produto da cultura, é uma habilidade que desenvolvemos 
por instintos. Mesmo sem instrução formal ou esforço consciente, ainda bebês 
aprendemos a falar. Com o passar do tempo, essa habilidade vai se 
desenvolvendo e, sem percebermos, logo passamos da produção de palavras 
soltas à produção de textos cada vez mais complexos. 
Nosso universo social é repleto de símbolos. São placas, textos, objetos, 
gestos, imagens, etc. É por meio da linguagem que conseguimos relacionar 
esses símbolos para interagir com nossos semelhantes, refletir sobre a 
realidade, transmitir valores, conhecimento... Enfim, relacionando símbolos, 
produzimos sentido. 
A linguagem se divide em não verbal e verbal. 
 
 
3 
 
LINGUAGEM NÃO VERBAL 
Utiliza imagens para realizar a comunicação. 
Exemplos: sinais de trânsito, placas de sinalização, gestos, etc. Observe que 
uma placa de transito comunica algo mesmo sem utilizar palavras. Assim, essa 
placa de trânsito é um exemplo de texto não verbal. 
 
LINGUAGEM VERBAL 
Comunica por meio de palavras escritas ou faladas. 
 
Exemplos: uma carta, um relatório, uma conversa pelo telefone, etc. Nesse 
exemplo, mesmo sendo uma placa de trânsito, observamos o uso da 
linguagem verbal. A informação foi passada por meio de palavras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se 
necessário o estudo dos elementos da comunicação. 
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
Emissor - emite, codifica a mensagem; 
Receptor - recebe, decodifica a mensagem; 
Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; 
Código - conjunto de signos usados na transmissão e recepção da mensagem; 
Referente - contexto relacionado a emissor e receptor; 
Canal - meio pelo qual circula a mensagem; 
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e 
exercem influência sobre a comunicação. 
 
 
5 
 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
 Função emotiva (ou expressiva) 
Centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela 
prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem 
das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. 
 
 
 Função referencial (ou denotativa) 
 
Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer 
informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª 
pessoa do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos. 
 
 Função apelativa (ou conativa) 
 
Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o 
comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o 
uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativos. 
Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao 
consumidor. 
 
 
 
6 
 
 Função fática 
Centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato 
com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas 
telefônicas, saudações e similares. 
 
 Função poética 
Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados 
pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as 
palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras 
literárias, letras de música, em algumas propagandas etc. 
 
 Função metalinguística 
Centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A 
poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta 
outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. 
Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O 
importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
EXPRESSÃO ORAL 
 
A Expressão Oral é uma das formas pelas quais se opera a transmissão 
de ideias, aliás, sendo a mais comum. É também a forma em que as pessoas 
mais erram em termos de eficiência da comunicação. Trata-se da mensagem 
falada. Podemos dividir a palavra falada, ou expressão oral, em alguns tópicos 
principais, os quais estudaremos com mais detalhes em seguida. 
DICÇÃO 
A dicção, que consiste na “maneira de dizer ou falar com a articulação e 
modulação corretas” é algo que deve receber especial dedicação por parte 
daqueles que desejam se expressar melhor, pois a dicção, quando alcançada 
pelo Orador, torna a sua expressão oral mais compreensível, e: 
a) Aumenta a eficiência da argumentação do orador (pelo simples fato de que 
ele será bem mais compreendido); 
b) Cansa menos a plateia; 
c) Melhora a imagem do orador perante seus ouvintes. 
 
 
8 
 
No que diz respeito ao último item (“c”), não é preciso muito para 
explicá-lo, vez que há aqueles cuja dicção é tão deficiente que passam, muitas 
vezes, como despreparados, o que nem sempre corresponde à realidade, pois 
existem pessoas que, a despeito de muito cultas, possuem problemas terríveis 
de dicção. 
A questão é, enquanto cultura é algo que pode levar muito tempo para 
ser percebida (na convivência profissional, política etc.), a má dicção leva 
apenas alguns segundos. Ora, e o que os ouvintes associam a uma expressão 
oral má, em geral, é uma formação cultural deficiente ou inferioridade 
intelectual. 
Portanto, uma pessoa com má dicção terá, consequentemente, 
problemas no que respeita à sua argumentação, pois encontrará barreiras à 
persuasão da plateia a que se dirige. E isto se dá em razão de ter a sua 
autoridade diminuída em face da associação que, como dito acima, os ouvintes 
fazem entre o intelecto e a expressão oral. 
 
ERROS MAIS COMUNS 
a) troca de “pr” por “p + vogal + r”. Ex.: precisa por “percisa”. 
b) omissão do “r” final ou vogal final. Ex.: Ao invés de vou buscar, usar “Vô 
buscá”. 
c) supressão de vogais internas: Ex.: leiteiro por “leitero”. 
d) erro de colocação de consoantes. Ex.: iogurte por “iorgute”. 
e) troca de consoantes. Ex.: Salsicha por “chalsicha” ou “chalchicha”. 
 
VÍCIOS 
 
 
9 
 
Existem diversos vícios relativos ao vocabulário que, se não evitados, 
podem comprometer a mensagem do orador e, até, sua própria imagem. 
Dentre os principais há que destacar-se: 
 Uso de palavrão ou gíria 
Um dos mais tolos enganos que um orador pode cometer é imaginar 
que, ao usar gírias ou palavrões irá se aproximar, ganhar intimidade com seus 
ouvintes. Pelo contrário, a experiência demonstra que o uso de tal “recurso” 
apenas diminui o respeito e a credibilidade em relação ao orador. 
 Obscuridade 
Trata-se do uso inapropriado de termos (geralmente por não se saber o 
real significado da palavra empregada) ou má colocação das palavras. 
 Cacofonia 
Diz respeito à construção frasal de má sonoridade. 
Ex.: “..um por cada...”, “...na boca dela”, “...gosto da cor vinho”, “...da vez 
passada”. 
Vejamos um belo exemplo: “O Sr. Oscar Neiro irritou-se por ver na bocadela 
a cor vinho na vez passada”. 
 Pleonasmo 
É a redundância dos termos. Ex.: “subir para cima”, “descer para baixo”. 
 Chavões 
O uso de chavões serve apenas como indicativo da falta de preparo do 
orador. É necessário evitá-los ao máximo. 
Ex.: “...o futebol é uma caixinha de surpresas...” 
 
 
10 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na 
cabeça do autor quando ele escreve seu texto. É antes inferir. Se eu disser: 
“Levei minha filha caçula ao parque.”, pode-se inferir que tenho mais de uma 
filha. Ou seja, inferir é retirar informações implícitase explícitas do texto. Há de 
se tomar cuidado, entretanto, como o que chamamos de “conhecimento de 
mundo”, que nada mais é do que aquilo que todos carregamos conosco, fruto 
do que aprendemos na escola, com os amigos, vendo televisão, enfim, 
vivendo. Isso porque, muitas vezes, uma questão leva o candidato a responder 
não o que está no texto, mas exatamente aquilo em que ele acredita. 
Contudo não basta retirar informações de um texto para responder 
corretamente as questões ou entendimento do texto. É necessário saber de 
onde tirá-las. Para tanto, temos que ter conhecimento da estrutura textual e por 
quais processos se passa um texto até seu formato final de dissertação, 
narração ou descrição. 
Tudo o que dizemos ou escrevemos em uma situação comunicativa é 
chamado de enunciado. Na fala, os enunciados são delimitados pela 
 
 
11 
 
entonação e, na escrita, pela pontuação. Podemos identificar três tipos de 
enunciados a frase, a oração e o período. 
 
FRASE 
O enunciado “Você de novo!” está repleto de sentido, por isso é 
chamado de frase. Para construir uma frase, o enunciado não precisa ser 
extenso. Desde que tenha sentido completo em um contexto específico, uma 
simples palavra pode funcionar como frase. Assim, as frases podem apresentar 
verbo ou não. 
ORAÇÃO 
Chama-se oração o enunciado construído necessariamente com um ou 
mais verbos. 
Veja alguns exemplos: 
Fiquem parados! 
Estamos esperando a hora do almoço. 
PERÍODO 
Período é um enunciado construído de uma ou mais orações. Se o 
período apresenta apenas uma oração, é chamado simples. O período é 
composto quando é formado por mais de uma oração. 
Exemplo:Chegamos / todavia estava muito cedo. 
PARÁGRAFO 
Os períodos se organizam em parágrafos. Mas, diferente do período, o 
parágrafo não é uma organização essencialmente sintática. Ele tem uma 
função estética e também estrutural. 
 
 
12 
 
O parágrafo é identificado no texto pelo seu início afastado da margem 
do papel, o que facilita tanto ao escritor como ao leitor, percebê-lo de forma 
isolada para que de modo analítico, capte as ideias principais do texto e 
posteriormente, sintetizá-las compreendendo então o texto num todo. Ele avisa 
o leitor de que está começando outro bloco de ideias, relacionado com o 
anterior e o posterior, se houver. 
O parágrafo é recurso visual, pois o nosso pensamento não é 
organizado na forma de parágrafos. Mas na hora de redigir, precisamos 
organizá-lo numa linguagem comum a nós e ao nosso leitor. 
Parágrafo Narrativo 
O parágrafo narrativo deve transmitir fielmente a intenção da narração. 
Ele tem como matéria o fato, ou seja, qualquer acontecimento de que o homem 
participe direta ou indiretamente. O relato de um episódio é composto por 
elementos como, enredo, personagens, ação, tempo, espaço, causa, 
consequência, foco narrativo, clímax e desfecho. Estes podem aparecer em 
sua totalidade ou parcialmente dentro de um parágrafo narrativo. 
É certo que todos os elementos nem sempre estarão contidos em um só 
parágrafo, sendo assim presentes em outras unidades da narração, contudo há 
a possibilidade destes serem observados num mesmo parágrafo, devido à 
capacidade do autor e sua perícia na utilização dos recursos de linguagem a 
ele disponibilizados. 
O parágrafo narrativo tem como núcleo o incidente, o fato ocorrido, nele 
também, geralmente, não se tem o tópico frasal explicito, pois este está diluído 
implicitamente no ordenamento da narração. 
Parágrafo Descritivo 
É aquele que descreve o objeto, ser, paisagem ou até mesmo um 
sentimento. Tal descrição se dá pela apresentação das características 
 
 
13 
 
predominantes e pelo detalhamento destas. É, portanto o objeto matéria da 
descrição. 
Uma descrição perfeitamente realizada, não se mostra pelas minúcias 
descritivas do objeto. A descrição deve apresentar o ângulo do qual será feita a 
descrição, não só o físico, mas também a atitude da observação. 
 
CONCEITO DE LITERATURA 
 
Em sentido estrito, literatura é uma manifestação artística assim como a 
pintura, a arquitetura, a escultura, a música, o teatro, etc. E já que a arte pode 
se revelar de múltiplas maneiras, podemos concluir que há entre essas 
expressões artísticas pontos em comum e pontos específicos e particulares. 
Dentre os pontos em comum, o principal é a própria essência da arte, ou 
seja, a possibilidade de o artista recriar a realidade, transformando-se, assim, 
em criador de mundos, de sonhos, de ilusões, de verdades. O artista tem, 
dessa forma, um poder mágico em suas mãos: o de moldar a realidade 
segundo suas convicções, seus ideais, sua vivência. 
Dentre os pontos específicos de cada arte, os principais são a própria 
maneira de se expressar e a matéria–prima que vão caracterizar cada uma 
dessas manifestações artísticas. Quer dizer, cada tipo de arte faz uso de certos 
materiais. A pintura, por exemplo, trabalha com tinta, cores e formas; a música 
utiliza os sons e o ritmo; a dança , os movimentos; a arquitetura e a escultura 
fazem uso de formas e volumes. E a literatura, que material utiliza? De uma 
forma simplificada, pode-se dizer que literatura é a arte da palavra. 
Neste sentido, todo texto literário é resultado da manipulação das 
palavras por parte do autor, com objetivo de obter determinados efeitos e, 
ainda, expressar uma concepção pessoal da realidade. A obra literária pode 
expressar uma realidade interior (psicológica, subjetiva) ou uma realidade 
exterior ao artista (física, natural). No texto literário, a forma é tão importante 
quanto o conteúdo. É na literatura que a função poética da linguagem 
manifesta-se mais claramente. O autor joga com palavras, ritmos, sons, 
 
 
14 
 
imagens, recriando a realidade, assim como o leitor recria o texto que lê. A 
Literatura é um ato de comunicação. 
 
 
LINGUAGEM LITERÁRIA 
 
Se a literatura é a arte da palavra e esta é a unidade básica da língua, 
podemos dizer que a literatura, assim como a língua que utiliza, é um 
instrumento de comunicação e, por isso, cumpre o papel social de transmitir os 
conhecimentos e a cultura de uma comunidade. 
Mas como a palavra e a língua fazem parte da comunicação diária, que 
não tem finalidade artística, qual a diferença entre a palavra empregada na 
comunicação comum e a utilizada num texto literário? 
A literatura tem, pois, uma linguagem específica. Uma linguagem que lhe 
é própria e que não pode ser mudada sem perder seu encanto. Ela se 
diferencia das várias linguagens humanas por um complicado número de fa-
tores, entre os quais o mais importante é a vontade de beleza formal que quase 
todos os escritores possuem. 
Esse desejo de perfeição formal (os aspectos específicos que a obra 
apresenta), esse sonho de transformar palavras banais em palavras sublimes, 
esse valor (o trabalho artístico das palavras) que é a tentativa de expressão 
mais eficaz e sedutora por parte de um poeta ou de um romancista 
sedimentam o ponto nuclear da literatura. Sem tal esforço, sua existência se 
torna problemática. 
 
Observe os textos abaixo: 
 
“A clorofila é o principal pigmento das plantas, com capacidade de reter 
a energia da luz. Essa energia luminosa é transformada em energia química, 
com a qual se tornam viáveis as reações que levam ao consumo, pela planta 
de CO2 e água, e à produção de glicose (matéria orgânica) e à liberação de O2 
para a atmosfera. Distinguimos, pois, na fotossíntese, dois fenômenos 
 
 
15 
 
importantes para os seres vivos: a constante purificação do ar atmosférico, dele 
retirando dióxido de carbono (CO2) e a ele devolvendo oxigênio livre (O2) para 
a respiração dos seres vivos; a produção da matéria-prima orgânica pra a 
nutrição dos seres.” (José Luís Soares) 
LUZ DO SOL 
(Caetano Veloso) 
Luz do sol 
Que a folha traga e traduz 
Em ver de novo 
Em folha, em graça 
Em vida, em força, em luz... 
Céu azul 
Que venha até onde os péstocam a terra 
E a terra inspira e exala seus azuis... 
Reza, reza o rio 
Córrego pro rio 
Rio pro mar 
Reza correnteza 
Roça a beira 
A doura areia... 
Marcha um homem sobre o chão 
Leva no coração uma ferida acesa 
Dono do sim e do não 
Diante da visão da infinita beleza... 
Finda por ferir com a mão essa delicadeza 
A coisa mais querida 
A glória, da vida... 
 
Veja que, apesar da semelhança do conteúdo, os textos têm finalidades 
distintas e, portanto, fazem uso de linguagens específicas. Enquanto o primeiro 
faz uso da Linguagem Referencial, isto é, direta, clara, objetiva e imparcial 
visando esclarecer o processo de fotossíntese e sua importância para o ser 
humano, o segundo, utiliza a Linguagem Literária. Nesse caso, importa gerar 
 
 
16 
 
efeito estético. Para isso, o autor faz uso de significados não literais (sentido 
conotativo das palavras), explora os sons e os ritmos gerando um texto 
plurissignificativo e impregnado de sentimentos e emoções. 
 
DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO 
 
Na linguagem humana uma mesma palavra pode ter seu significado 
ampliado, remetendo-nos a novos conceitos por meio de associações, 
dependendo de sua colocação numa determinada frase. Observe os exemplos: 
• Ele está com a cara manchada. 
• “Deus me fez um cara fraco, desdentado de feio.” (Chico Buarque) 
• João quebrou a cara. 
No primeiro exemplo, a palavra cara significa “rosto”, a parte anterior da 
cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no segundo, a mesma palavra 
teve seu significado ampliado e, por uma série de associações, entendemos 
que significa “indivíduo”, “sujeito”, “pessoa”. Quanto ao terceiro exemplo, às 
vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais) possibilidades de 
interpretação. No sentido literal, frio, impessoal, a frase significa que João, por 
um acidente qualquer, fraturou o rosto. 
Entretanto, podemos entendê-la num sentido figurado, como “João se 
saiu mal”, isto é, foi mal sucedido em algo que tentou fazer. 
Pelos exemplos acima, podemos perceber que uma mesma palavra 
pode apresentar variações em seu significado, ocorrendo, basicamente, duas 
possibilidades: 
• Denotação: sentido original, impessoal, independente do contexto, tal como 
aparece no dicionário. 
• Conotação: sentido alterado, figurado, passível de interpretações diferentes, 
dependendo do contexto em que é empregada. 
A linguagem literária explora o sentido conotativo das palavras, num 
contínuo trabalho de criar ou alterar o significado, já cristalizado, dessas 
mesmas palavras. Dessa forma, ao interpretar o sentido conotativo das 
 
 
17 
 
palavras, o leitor transforma-se em leitor-ativo, em tradutor, em co-autor do 
texto. Para tanto, é preciso estar atento ao contexto, que nos fornecerá 
indicações concretas para decifrar o jogo denotação/conotação. 
 
 
 
 
GÊNEROS LITERÁRIOS & FORMAS 
LITERÁRIAS 
 
Formas Literárias 
 
As obras literárias são classificadas em vários grupos que correspondem 
à sua estrutura de composição e à forma como se apresentam, revelando a 
atitude do escritor perante a realidade artística que está criando. 
No que diz respeito à forma, a Literatura pode-se manifestar em prosa e 
verso. Observe os textos abaixo: 
“Escorraçada de toda parte, vivendo sempre esfomeada, tendo de subsistir 
sem morada certa, apunhalada aqui, estrangulada ali, não desejada em 
verdade a não ser por uns poucos e loucos humanistas e revolucionários 
através da história, é ridículo se representar a liberdade como uma mulher 
bela, um facho eternamente aceso na mão, os traços finos, a fisionomia 
tranquila e altiva. A liberdade é um cachorro vira-lata.” (Millôr Fernandes) 
 
Prosa: linguagem contínua, não fragmentada, disposta em parágrafos. 
Crônicas, romances, reportagens, cartas, fábulas, dissertações, ... são 
exemplos de textos escritos em prosa. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Cantiga pra não morrer 
Quando você for se embora, 
moça branca como a neve, me leve. 
Se acaso você não possa me carregar pela mão, 
menina branca de neve, 
me leve no coração. 
(Ferreira Gullar) 
 
Verso: texto organizado em linhas descontínuas chamadas “versos” dispostos 
em estrofes; possui ritmo e, por vezes, rimas. A linguagem é subjetiva, 
expressando sentimentos. 
 
GÊNEROS LITERÁRIOS 
 
O termo “gênero” origina-se do latim genus, eris, que significa, origem, 
família e refere-se a um conjunto de características temáticas e formais 
intrínsecas às manifestações literárias. 
Aristóteles, filósofo grego, propôs a divisão dos textos literários em três 
grandes categorias: épico, lírico e dramático. Atualmente, os estudiosos optam 
por classificá-los em: narrativo, dramático e lírico, visto que não se prioriza 
mais o gênero épico. 
Importante lembrar que essa tripartição, perfeita e lógica em sua 
essência, contudo, pode tornar-se discutível e até errônea na prática, quando 
plicada rigidamente a determinadas obras. Em algumas obras, predominará um 
gênero sobre o outro, mas nunca haverá a expressão pura de um só gênero. 
 
Gênero Dramático 
Drama, em grego, significa “ação”. Segundo Aristóteles, o gênero 
dramático é aquele que imita a realidade por meio de personagens em ação, e 
não da narração. Por isso, em literatura, o termo drama identifica um texto 
destinado à representação. Nesse tipo de texto, as personagens vêm 
 
 
19 
 
destacadas, suas falas ocorrem com a utilização de travessões e todas as 
ações vêm escritas entre parênteses. Uma obra dramática (ou peça teatral), no 
entanto, só adquire vida e revela a sua verdadeira natureza quando se 
materializa em uma encenação ou representação. Embora o texto seja vital, 
trata-se de uma criação híbrida que exige uma síntese de recursos diversos, 
envolvendo atores, encenadores, cenário, música, coreografia, etc. Uma peça 
de teatro, antes de ser representada é como uma partitura musical antes de 
sua execução. Seus textos podem ser escritos em prosa e/ ou verso. As 
modalidades mais comuns do teatro são a tragédia, a comédia, a farsa e o 
auto. 
 
Modalidades Dramáticas: 
•Tragédia: é a representação de um fato trágico, compadecido, apto a suscitar 
compaixão e terror. Normalmente, personagens nobres, movidos por 
sentimentos intensos, enfrentam a ordem social, familiar ou divina e sofrem s 
consequências. 
•Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento 
comum, de riso fácil, em geral criticando os costumes. 
•Auto: espécie dramática medieval que se caracteriza pela presença de 
elementos religiosos. 
•Farsa: pequena peça teatral de caráter ridículo e caricatural, que critica a 
sociedade e seus costumes. 
 
Gênero Narrativo 
Pertencem ao gênero narrativo os textos em que alguém (o narrador) 
conta uma história na qual há personagens que executam ações num 
determinado espaço físico durante um certo tempo. Os fatos encadeados 
formam o enredo da narrativa. Os textos narrativos podem ser escritos em 
prosa ou verso. 
 
Narrativa em versos = Poema Épico (Epopeia) 
A palavra epopeia vem do grego, impôs, “verso” + pódio, “faço” e refere-
se à narrativa de um fato grandioso e maravilhoso que interessa a um povo. É 
uma poesia cuja característica maior é a presença de um narrador falando do 
 
 
20 
 
passado. O tema é, normalmente, um episódio grandioso e heroico da história 
de um povo. 
Entre as principais epopeias (ou poemas épicos), destacamos Ilíada e 
Odisseia (Homero, Grécia), Eneida (Virgílio, Roma), Paraíso Perdido (Milton, 
Inglaterra), Os Lusíadas (Camões, Portugal). Na literatura brasileira, as 
principais epopeias foram escritas no século XVIII: Caramuru, de Santa Rita 
Durão e O Uruguai, e Basílio da Gama. 
 
Elementos da Narrativa: 
•Narrador: O narrador não é o autor da história, é uma voz fictícia que narra os 
fatos. O foco pode estar na 1ªpessoa do verbo, quando o narrador é um dos 
personagens e relata suas impressões sobre ahistória, ou na 3ª pessoa, 
quando o narrador é uma espécie de expectador junto com o leitor. O narrador 
quando expresso na 3ª pessoa, pode também apresentar a capacidade 
onisciente de enxergar e perceber fatos e pensamentos dos personagens. 
•Enredo: É o conjunto de fatos que se sucedem, todo enredo desencadeia-se 
em conflitos. A ordem início, meio e fim pode ser alterada para impressionar o 
leitor. 
•Personagens: Seres ficcionais que vivem enquanto a obra está sendo lida, o 
personagem pode incorporar na forma humana, animal, vegetal, objetos e 
coisas abstratas. O personagem principal é chamado de protagonista. Há, 
também, personagens em que determinados traços ou comportamentos são 
extremamente realçados, são os caricaturais. Outros não representam 
individualidades, e sim tipos humanos, identificados primeiramente pela 
profissão, pelo comportamento, pela classe social, etc. 
•Espaço: É o lugar onde se desenrola o enredo. Em algumas narrativas, o 
espaço deixa de ser um mero cenário e passar a ser determinante para os 
acontecimentos, interagindo com as personagens. Nesse caso, chamamos de 
espaço funcional. 
•Tempo: Momento ou instante em que acontece a história narrada. Pode ser 
um tempo cronológico, ou seja, um tempo objetivo, marcado pelo relógio ou 
pelo calendário especificado durante o texto, ou um tempo psicológico, 
imaterial, introspectivo, onde você sabe que existe um intervalo em que as 
ações ocorreram, mas não se consegue distingui-lo. 
 
 
21 
 
 
Formas Narrativas 
Como já afirmamos, o gênero narrativo é visto como uma variante do 
épico, enquadrando, nesse caso, as narrativas em prosa. Dependendo da 
estrutura, da forma e da extensão, as principais manifestações narrativas são o 
romance, a novela, o conto e a crônica. 
 
Gênero Lírico 
O vocábulo lírico deriva de lira, instrumento musical muito utilizado pelos 
gregos a partir do século VII a.C. Chamava-se lírica a canção que se entoava 
ao som das liras. Havia, pois um casamento entre a música e a palavra, o qual 
perdurou até o século XV, quando os poemas distanciaram-se da música e 
passaram a ser lidos ou declamados. Por isso, a poesia lírica apresenta muitos 
elementos comuns à música: o ritmo, a melodia, a harmonia. 
O gênero lírico expressa uma realidade interna. É o texto no qual o eu-
lírico exprime suas emoções, ideias e impressões sobre o mundo exterior. 
Normalmente, é usada a 1ª pessoa, e há predomínio da função poética da lin-
guagem. Pertencem a esse gênero os poemas em geral. 
 
Distinção entre Poesia e Poemas 
•Poesia: expressão da beleza estética, aquilo que emociona, toca a 
sensibilidade. Sugerir emoções por meio de uma linguagem. Embora possa 
haver poesia em qualquer manifestação artística, tradicionalmente o vocábulo 
poesia está ligado ao texto literário, ao poema. 
•Poema: obra em verso em que há poesia, ou, literalmente, poema é a 
concretização da expressão poética (subjetiva, emotiva, abstrata) em versos. 
 
Elementos do Poema 
Ao separar-se o texto do acompanhamento musical, o poema passou a 
apresentar uma estrutura mais rica. A partir daí, a métrica, a divisão em 
estrofes e a rima passaram a ser mais intensamente cultivadas pelos poetas. 
Observe o soneto abaixo para identificar os elementos do poema: 
 
 
 
 
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Métrica: a medida dos versos é dada pelo número de sílabas poéticas, 
contadas com base na fala e não na escrita, processo que recebe o nome de 
escansão. 
 
 
RELAÇÕES ENTRE TEXTOS: 
INTERTEXTUALIDADE 
 
Na constituição da própria palavra, pode-se observar que 
intertextualidade significa relação entre textos. Um conceito clássico para essa 
relação é: “[...] todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é 
absorção e transformação de um outro texto”. Nesse sentido, a 
intertextualidade é um fenômeno que pode ser expresso por diferentes 
linguagens no texto. 
As relações entre os textos acontecem quando, ao lermos um texto, 
lembramos e outro. Assim, ao fazermos essa relação, que pode ser explícita ou 
implícita, compreendemos o texto lido na sua profundidade e, por 
consequência, somos capazes de refletir sobre o recurso adotado pelo autor 
 
 
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quando formos compor textos. A nossa compreensão de um texto depende, 
dessa forma, de nossas experiências de vida, de nossas vivências, de nosso 
conhecimento de mundo, de nossas leituras. Essa lembrança do outro texto 
pode ocorrer no que diz respeito à forma ou ao sentido, ou, ainda, resgatando 
os dois: forma – quando percebemos a imagem, versos, estrutura etc. do texto 
original – e sentido – a relação, nesse caso, é com o conteúdo da obra 
resgatada. 
 
 
 
 
 
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Tipos de Intertextualidade 
•Paráfrase: origina-se do grego “para-phrasis” (repetição de uma sentença). 
Assim, parafrasear um texto, significa recriá-lo com outras palavras, porém sua 
essência, seu conteúdo permanecem inalterados. Veja os exemplos a seguir: 
 
Texto Original 
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o sabiá, 
As aves que aqui gorjeiam 
Não gorjeiam como lá. 
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). 
Paráfrase 
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos 
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. 
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? 
Eu tão esquecido de minha terra… 
Ai terra que tem palmeiras 
Onde canta o sabiá! 
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”). 
 
O poema de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito utilizado como 
exemplo de paráfrase e de paródia, já que se trata de um clássico da poesia 
romântica brasileira. Aqui o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto 
primitivo conservando suas ideias, não há mudança do sentido principal do 
texto que é a saudade da terra natal. 
 
•Paródia: A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há 
uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para 
os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, 
a voz do texto original é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a 
uma reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente. Com esse 
processo, há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela 
 
 
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verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os programas 
humorísticos fazem uso contínuo desse recurso, frequentemente os discursos 
de políticos são abordados de maneira cômica e contestadora, provocando 
risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe 
dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora, uma 
paródia. 
 
Texto Original 
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o sabiá, 
As aves que aqui gorjeiam 
Não gorjeiam como lá. 
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). 
Paródia 
Minha terra tem palmares 
onde gorjeia o mar 
os passarinhos daqui 
não cantam como os de lá. 
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”). 
 
 
O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a palavra 
palmeiras e, dessa forma, acrescenta um contexto histórico, social e racial no 
texto. Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695, há 
uma inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à 
escravidão existente no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
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FIGURAS DE LINGUAGEM 
 
Os escritores utilizam diversos recursos para fazer literatura. As figuras 
de linguagem, por exemplo, são recursos empregados com muita frequência. 
Elas servem exatamente para expressar aquilo que a linguagem comum, 
falada, escrita e aceita por todos não consegue expressar satisfatoriamente. 
São uma forma de o homem assimilar e expressar experiências diferentes, 
desconhecidas, novas. Por isso elas revelam muito da sensibilidade de quem 
as produz, da forma como cada indivíduo encara as suas experiências no 
mundo. 
Neste sentido, convém rever algumas figuras indispensáveis para a 
melhor compreensãodo texto literário. As figuras de linguagem subdividem-se 
em figuras de som, figuras de palavras e figuras de pensamento. 
 
Figuras de Palavras 
As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido 
diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um 
efeito mais expressivo na comunicação. São figuras de palavras: a 
comparação, a metáfora, a metonímia e a sinestesia. 
• Comparação: Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre 
dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos 
explícitos (feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem - e 
alguns verbos - parecer, assemelhar-se e outros). 
 
“Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher como se fosse 
lógico.” (Chico Buarque); 
 
• Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma 
relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora 
também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o 
conectivo não está expresso, mas subentendido. 
 
 
27 
 
 
“Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se 
posso extrair pérolas, que é a razão.” (Machado de Assis). 
“Amar é um deserto e seus temores ...”(Djavan, Oceano) 
“O poema é uma bola de cristal. Se apenas enxergares nele o teu nariz, não 
culpes o mágico.” (Mário Quintana). 
• Metonímia: Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por 
outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade 
de sentido ou implicação mútua. 
» a causa pelo efeito e vice-versa: “E assim o operário ia / Com suor e com 
cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamento.” 
(Vinicius de Moraes). 
» o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do 
legítimo porto (o vinho da cidade do Porto). 
» o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado). 
» o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu 
coração (sentimento, sensibilidade). 
 
• Sinestesia: A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa 
mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, 
visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas). 
 
“Agora, o cheiro áspero das flores 
leva-me os olhos por dentro de suas pétalas.” 
(Cecília Meireles) 
“A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa 
indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela 
mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase 
irreal.” (Augusto Meyer). 
 
 
 
 
 
 
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Figuras de Som 
Chamam-se figuras de som os efeitos produzidos na linguagem quando há 
repetição de sons ou, ainda, quando se procura “imitar” sons produzidos por 
coisas ou seres. São figuras de som: a aliteração, a assonância e a ono-
matopéia. 
•Aliteração: Ocorre aliteração quando há repetição da mesma consoante 
(fonema consonantal) ou de consoantes similares, geralmente em posição 
inicial da palavra. 
 
“Vozes veladas, veludosas vozes 
Volúpias dos violões, vozes veladas 
Vagam nos velhos vórtices velozes 
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” 
(Cruz e Sousa) 
“Auriverde pendão da minha terra, 
Que a brisa do Brasil beija e balança.” 
(Castro Alves) 
 
•Assonância: Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal ao 
longo de um verso ou poema. 
 
“Leitos perfeitos seus peitos direitos 
me olham assim 
fino menino me inclino 
pro lado do sim 
rapte-me, adapte-me, capte-me coração.” 
(Caetano Veloso) 
“Como é difícil acordar calado 
Se na calada da noite eu me dano 
Quero lançar um grito desumano 
Que é uma maneira de ser escutado.” 
(Chico Buarque/Gilberto Gil) 
 
 
 
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•Onomatopéia: Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um 
ruído ou som. 
“O silêncio fresco despenca das árvores. / Veio de longe, das planícies altas, / 
Dos cerrados onde o guaxe passe rápido... / Vvvvvvvv... passou.” (Mário de 
Andrade). 
“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno.” (Fernando Pessoa). 
 
Figuras de Pensamento 
 
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao 
significado das palavras, ao seu aspecto semântico. São figuras de 
pensamento: a antítese, o paradoxo, a ironia, o eufemismo, a hipérbole e a pro-
sopopéia. 
 
•Antítese: aproxima palavras que se opõem pelo sentido. 
“Não existiria som se não 
houvesse o silêncio 
Não haveria luz 
Se não fosse a escuridão 
A vida é mesmo assim 
Dia e noite, não e sim.” 
(Lulu Santos – Nelson Motta) 
“De repente do riso fez-se o pranto” 
(Vinícius de Moraes) 
 
 
 
•Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de 
sentido oposto, mas também na de ideias que se contradizem referindo-se ao 
mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro é 
outra designação para paradoxo. 
 
 
 
 
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“Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um 
contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;” (Camões) 
 
 
 
 
•Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição 
de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem 
exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica. 
 
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.” (Machado de 
Assis) 
“Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: / 
um amor.” (Mário de Andrade). 
 
 
•Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é 
empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou 
chocante. 
 
“E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague”. 
(Chico Buarque). 
“Quando a Indesejada das gentes chegar”(Manuel Bandeira) 
 
 
•Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma ideia, a fim de 
proporcionar uma imagem emocionante e de impacto. 
 
“Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac). 
 
 
 
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•Prosopopéia: Ocorre prosopopéia (ou personificação) quando se atribui 
movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres 
animados a seres inanimados ou imaginários. 
 
“... os rios vão carregando as queixas do caminho.” (Raul Bopp) 
“O vento beija meus cabelos 
As ondas lambem minhas pernas 
O sol abraça o meu corpo.” (Lulu Santos) 
“Vai passar 
na avenida um samba popular 
Cada paralelepípedo 
Da velha cidade 
Essa noite vai 
Se arrepiar” (Chico Buarque) 
 
LITERATURA E HISTÓRIA DA 
LITERATURA 
 
Estudar literatura é, basicamente, ampliar nossas habilidades de leitura 
do texto literário. No Ensino Médio, esse estudo é acrescido da história literária, 
que objetiva acompanhar a evolução cronológica da literatura de determinado 
povo e cultura, observando suas transformações de acordo com o momento 
histórico. Por isso, a história da literatura organiza-a em movimentos, períodos 
e gerações. 
 
O QUINHENTISMO 
“Viemos buscar cristão e especiarias” 
O Quinhentismo corresponde à época do descobrimento do Brasil, 
movimento paralelo ao Classicismo Português que, por sua vez, possui ideias 
relacionadas diretamente ao Renascimento. A literatura do Quinhentismo tem 
 
 
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como tema central os próprios objetivos da expansão marítima: a conquista 
espiritual e a conquista marítima. 
•Literatura Informativa 
Carta a El-Rei Dom Manuel – Pero Vaz de Caminha 
Viagem ao Brasil – Jean de Léry 
Entre os Tupinambás – Hans Staden 
•Literatura de Catequese 
Pe. José de Anchieta – Poeta e teatrólogo 
Pe. Manuel da Nóbrega – Cartas do Brasil 
 
BARROCO - SÉCULO XVII 
 
Convivendo com o sensualismo e os prazeres trazidos pelo 
Renascimento, os valores espirituais – tão fortes na Idade Média e 
desprezados pelo Renascimento – voltaram a exercer forte influência sobre a 
mentalidade da época. Uma nova onda de religiosidade foitrazida pela Contra-
Reforma e pela fundação da Companhia de Jesus. Neste sentido, o homem do 
século XVII era um homem dividido entre duas mentalidades, duas formas 
diferentes de ver o mundo: 
• Renascimento – influência dos clássicos (racionalismo, equilíbrio, clareza, 
linearidade de contornos), visão antropocêntrica ou humanista, sensualismo, 
valorização da vida corpórea, ... 
• Idade Média – teocentrismo, valorização da vida espiritual, fé. 
A Arte Barroca irá expressar esta tensão entre ideias e sentimentos 
opostos. 
Características: 
1.Arte da Contra-Reforma 
2.Conflito corpo/alma 
3.Forma conturbada (requinte formal) 
4.Temática: a passagem do tempo 
Estilos do Barroco: 
•Cultismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, extravagante 
(hipérboles), descritiva; pela valorização do pormenor mediante jogos de 
palavras (ludismo verbal). Pela visível influência do poeta espanhol Luís de 
 
 
33 
 
Gôngora, o estilo é também conhecido por Gongorismo. No cultismo valoriza-
se a forma - o “como dizer”. 
Conceptismo valoriza “o que dizer”. É pelo raciocínio lógico, racionalista, 
de retórica aprimorada. É freqüente o uso de comparações explícitas, 
analogias e até parábola (uso de símbolos e seres inanimados para se contar 
uma estória de forma a melhor captar o entendimento do leitor). Também é 
chamado de Quevedismo, em referência ao espanhol Quevedo. 
Autores do Barroco Brasileiro 
•Gregório de Matos Guerra (Boca do Inferno) – nascido na Bahia em 1633, é 
o primeiro poeta brasileiro e o maior poeta do Período Colonial. Sua obra 
costuma ser dividida em três vertentes básicas: lírico-amorosa, lírico-religiosa e 
satírica. 
•Pe. Antônio Vieira (1608 – 1697) – Considerado o maior orador sacro da 
nossa história, Vieira escreveu cerca de duzentos sermões. Foi uma espécie 
de cronista da história imediata. Foi também um defensor dos índios e dos 
cristãos-novos. 
Obra Principal: Sermões 
“Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: 
e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O 
efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta 
quanto está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou 
qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou 
porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os 
pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa 
salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem 
receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma coisa e 
fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes 
imitar o que eles fazem, que fazer o que eles dizem. Ou é porque o sal não 
salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não 
deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. 
Não é tudo isto verdade?” 
(Antônio Vieira) 
ARCADISMO (NEOCLASSICISMO) – Século XVIII 
 
 
34 
 
 
O fortalecimento da burguesia, o consequente descrédito da nobreza e 
do clero e o progresso científico geraram, em determinados grupos sociais, 
uma confiança otimista nas possibilidades do homem. Acreditou-se que a 
divulgação da ciência bastaria para dissipar a escuridão das superstições, 
consideradas como principal causa dos sofrimentos humanos. Assim, uma 
onda racionalista – o Iluminismo – começa a tomar conta da Europa. 
Neste sentido, o estilo do Barroco, identificado com a mentalidade 
religiosa criada pela Contrarreforma, passa a ser considerado retrógrado e 
ultrapassado. Surge, então, o Neoclassicismo (ou Arcadismo) – um estilo que 
busca o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia através da volta à cultura 
clássica (da tradição greco-latina). 
 
No Brasil: (ciclo do Ouro) 
 
O Arcadismo brasileiro tem início com a publicação de Obras (1768) de 
Cláudio Manuel da Costa e com a fundação da Arcádia Ultramarinha. O centro 
econômico brasileiro, até então a Bahia, sofre com a crise do açúcar e o 
advento das minas o que acaba gerando uma mudança do eixo comercial 
brasileiro para Vila Rica (MG). A cidade passa a ser não só o centro 
econômico, mas também social e intelectual da colônia. O ouro incrementou a 
vida urbana e incitou o Movimento das Bandeiras em busca de uma 
delimitação mais precisa dos limites do Brasil além de visar à riqueza dos 
metais e pedras preciosas. Marques do Pombal, homem de imensa influência 
em Portugal, inicia, com o Tratado de Madri, uma política de expulsão dos 
jesuítas. A independência dos Estados Unidos e as ideias iluministas alastram 
uma onda de liberalismo por toda a América, o que acaba gerando o 
movimento da Inconfidência Mineira (do qual participaram quase todos literatos 
da época, muitos sendo perseguidos, exilados ou executados). 
Características: 
1.Vinculação com o Iluminismo 
2.Imitação dos clássicos 
3.Valorização da natureza 
4.Bucolismo 
 
 
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5.Ausência de subjetividade 
6.Amor Galante 
 
 
Autores do Arcadismo Brasileiro: 
 
POESIA LÍRICA 
 
•Cláudio Manuel da Costa - Utilizando o pseudônimo Glauceste Satúrnio, foi 
um dos introdutores do Arcadismo no Brasil. No entanto, é considerado um 
barroca (a brevidade dolorosa do amor e da vida). Cultuou o soneto de 
Camões como modelo para seus poemas. 
•Tomás Antônio Gonzaga – foi dos maiores escritores do Arcadismo 
brasileiro. Sua obra, na verdade, vai além das limitações desta escola, 
rodeando o pré-romantismo, principalmente ao referir-se à mulher amada. 
 
POESIA ÉPICA: 
 
•Basílio da Gama - “O Uruguai 
Considerado o melhor e mais importante poema épico do Período Colonial. 
Trata de expedição portuguesa-espanhola contra índios e jesuítas instalados 
na Missões Jesuíticas. O poema inova o estilo da época ao substituir cenários 
artificiais do Arcadismo pela natureza brasileira. Seu tom já é indianista, 
prenunciando o Romantismo. Além disso, rompe com a estrutura tradicional 
(modelo camoniano) ao utilizar versos brancos (sem rimas) e sem estrofação. 
Personagens: Cacambo, Lindóia, Sepé Tiarajú, Pe. Balda, ... 
•Santa Rita Durão- “Caramuru” 
O poema narra as aventuras, em parte históricas, em parte lendárias, do 
náufrago português Diogo Álvares Correia, o Caramuru, e seus amores com as 
índias Moema e Paraguaçu. A importância do poema reside nas referências a 
episódios da História do Brasil e nas descrições da natureza do nosso país. No 
entanto, o autor demonstra grande fidelidade à ideologia jesuítica, o que resulta 
 
 
36 
 
numa visão colonialista. Do ponto de vista formal, o poema segue 
rigorosamente o modelo camoniano. 
 
 
ROMANTISMO – SÉCULO XIX 
 
O movimento romântico pretendia, no início, suplantar a concepção 
clássica da arte. A imitação dos clássicos não fazia sentido num tempo (fins do 
séc. XVIII) que havia produzido o liberalismo e a Revolução Francesa. 
A Revolução Francesa significa, entre outras coisas, o fim do 
absolutismo político (no plano artístico, o fim da beleza única e absoluta) e a 
ascensão da burguesia como classe dominante. 
A burguesia, culturalmente pouco afeita às artes, exigia dos escritores 
um novo tipo e nível de comunicação. Privilégio de uma classe – a aristocracia 
– a cultura tinha que se adaptar aos novos tempos. Surge, então, um gênero 
literário que vinha se pronunciando há mais tempo e que se constituirá no 
reflexo e na crítica da sociedade burguesa: o romance. 
No Brasil, o romantismo vai ser o movimento identificado com a 
Independência Política. 
CARACTERÍSTICAS: 
1-Individualismo e subjetivismo: o romantismo centrou-se na glorificação do 
particular, do singular, do íntimo, daquilo que diferencia uma pessoa de outra. 
Neste sentido a arte romântica (e a literatura) vai expressar os sonhos, os 
projetos, as angústias, os medos, o sofrimento do artista (umaespécie de grito 
de subjetividade) 
2-Sentimentalismo: os sentimentos são uma espécie de medida de 
interioridade de cada pessoa. Assim, o elogio dos sentimentos funciona como 
rejeição do mundo dos negócios, das transações, da concorrência, da busca da 
ascensão social. 
3-O Culto da Natureza: encontrar-se com a natureza significava encontrar-se 
consigo mesmo, significava alargar a sensibilidade. A Natureza transforma-se 
em ponto de partida para a caracterização idealizada dos sentimentos e 
personagens. 
 
 
37 
 
4-Idealização (Imaginação, Fantasia): fechados em si mesmos, perdidos numa 
realidade incômoda e brutal para a sensibilidade, os românticos se entregam à 
fantasia. Devaneiam, criam universos imaginários onde o “ideal” é possível. 
5-Valorização do Passado: esta atitude está ligada à fuga da realidade e à 
idealização da mesma. O mundo medieval e a infância representam o “paraíso 
perdido”. 
6-Liberdade Artística: o romântico nega os padrões clássicos de arte, ele 
obedece somente aos estímulos de sua interioridade. Neste sentido, surgem 
poemas sem rimas, sem preocupação com métrica, além do romance, um 
gênero literário novo. 
 
O ROMANTISMO NO BRASIL 
 
O romantismo brasileiro nasce das possibilidades que surgiram com a 
Independência Política (1822). Os artistas e intelectuais são tomados por um 
sentimento patriótico e nacionalista que vai se manifestar através do: 
•Indianismo – a imagem positiva (idealizada) do índio fornece o orgulho de 
uma descendência nobre. 
•Regionalismo – o regionalismo romântico procurou afirmar as 
particularidades e a identidade das diferentes regiões do país. 
•Natureza – a terra é identificada como a pátria. Assim, os fenômenos naturais 
tornam-se representativos da grandeza do país. 
POESIA ROMÂNTICA 
1ª Geração : Nacionalista 
•Gonçalves de Magalhães – introdutor do movimento. Publicou a primeira obra 
romântica brasileira - “Suspiros Poéticos e Saudades” (1836) 
“Meus versos são suspiros de minha alma, sem outra lei que o interno 
sentimento.” 
•Gonçalves Dias – consolidou o romantismo com uma produção poética de 
qualidade. Os principais temas de sua poesia são: o índio: “I – Juca Pirama” a 
natureza / a pátria: “Canção do Exílio” o amor: “Ainda uma vez Adeus” 
Obras: Primeiros Cantos (1846) 
Segundos Cantos (1848) 
Sextilhas de Frei Antão (1848) 
 
 
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2ª Geração: Mal do Século 
•Álvares de Azevedo - Manuel Antônio Álvares Azevedo, considerado o 
“Byron brasileiro”, foi o maior representante nacional do ultra-romantismo. Não 
só sua obra reflete o pensamento desta geração marcada pelo “mal do século”, 
mas também a sua própria vida: viveu sempre às voltas com doenças e morreu 
jovem, aos 21 anos. 
Obras: Lira dos Vinte Anos (poemas – 1853) 
Noite na Taverna* (contos – 1855 
O Conde Lopo (poema – 1886) 
Macário (teatro – 1855) 
•Casemiro de Abreu: foi um poeta de enorme popularidade. Sua obra oferece 
um acesso fácil, musical, sem complexidade filosófica ou psicológica, que 
agrada aos leitores menos exigentes. A nostalgia da infância, a saudade da 
terra natal, o gosto da natureza, o pressentimento da morte e a idealização da 
mulher amada foram seus temas prediletos, sempre abordados com um 
sentimentalismo ingênuo e espontâneo. 
Obras: Primaveras (1850) 
•Fagundes Varela: caracteriza-se pela diversidade de tendências (indianismo, 
byronismo). Sua obra-prima foi o poema “Cântico do Calvário”, escrito logo 
após a morte de seu filho de três meses. 
•Junqueira Freire: seminarista influenciado pelo Mal do Século, poeta 
angustiado, pessimista e revoltado. Obra: “Inspirações do Claustro” 
3ª Geração: Condoreira 
•Castro Alves: conhecido como o “poeta dos escravos”, participou ativamente 
de toda propaganda abolicionista e republicana da época. Além de fazer uma 
poesia cheia de grandes imagens, feita para exaltar o ouvinte e o leitor, com a 
finalidade de inflamar, de conseguir adeptos para uma causa, foi também um 
grande lírico onde a mulher e a natureza completam o quadro de um poeta 
arrebatado, idealista e romântico. 
Obras: Espumas Flutuantes (1870) 
A Cachoeira de Paulo Afonso (1876) 
Os Escravos (1883) 
Gonzaga (drama –1875) 
 
 
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A PROSA ROMÂNTICA 
 
As origens populares e o senso prático da burguesia não coincidem com 
o refinamento da Arte Clássica. A nova mentalidade, menos refinada, menos 
educada e mais pragmática - voltada para os problemas do cotidiano - requer 
um gênero literário que possa estar a altura do seu entendimento e do seu 
gosto. O ROMANCE, por relatar acontecimentos do vida comum e cotidiana, e 
por dar vazão ao gosto burguês pela fantasia e pela aventura, vem a ser o mais 
legítimo veículo de expressão artística dessa classe. 
O romance surge na Europa inicialmente sob a forma de folhetim 
(publicação diária em jornal). 
 
 
NO BRASIL: 
 
O surgimento e desenvolvimento do ROMANTISMO no Brasil está 
relacionado com a Independência Política. Nesse sentido, a necessidade de se 
definir a Identidade Cultural do país está intimamente ligada ao desenvolvi-
mento do romance, que se tornou o principal instrumento de construção da 
cultura brasileira. Assim, procurando redescobrir o Brasil, o romance brasileiro 
procurará dar conta de nossa realidade. 
AUTORES: 
•Joaquim Manuel de Macedo: Introdutor do romance romântico brasileiro. 
Desperta no público o gosto pelo romance ambientado no Brasil 
OBRA: A Moreninha (1844) 
Características da obra: 
• Narrativa urbana 
• Estrutura de folhetim 
• Cenários identificáveis pelos leitores 
• Visão superficial de certos hábitos da classe média e burguesia cariocas 
•José de Alencar: É considerado o autor mais importante do Romantismo 
brasileiro. Inserido na linha nacionalista do romantismo, procurou criar uma 
 
 
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obra (conjunto de romances) capaz de representar a nação. Por isso, dividiu 
sua obra em: 
 
O Teatro Romântico 
O teatro brasileiro do século XIX está comprometido com a dependência 
cultural de nossas elites. Os textos procediam em sua quase totalidade da 
Europa; as companhias vinham de Portugal; respirava-se uma atmosfera 
dissociada da realidade local. Embora muitos românticos tenham escrito para o 
teatro, não chegaram a problematizar verdadeiramente a questão da 
dramaturgia brasileira, ao contrário do que aconteceu no romance e mesmo na 
poesia. Caberia a Marins Pena a elaboração de um conjunto de peças capazes 
de refletir aspectos da realidade nacional. 
•Martins Pena: Criador da comédia de costumes, constrói personagens e 
situações satíricas, engraçadas e caricatas. Por sua linguagem coloquial e 
seus tipos populares, frequentemente é comparado a Manuel Antônio de 
Almeida. 
Obras: Juiz de Paz na Roça 
O Noviço 
Judas em Sábado de Aleluia 
Quem Casa quer Casa 
Os Dois ou o Inglês Maquinista 
 
REALISMO 
 
A Segunda metade do século XIX, na Europa, define-se por uma série 
de transformações econômicas, científicas e ideológicas que possibilitam o 
surgimento de uma estética anti-romântica. 
CONTEXTO HISTÓRICO: 
A sociedade europeia dessa época vive os efeitos da Segunda 
Revolução Industrial e do amplo progresso científico e tecnológico que a 
acompanham, tais como a substituição do ferro pelo aço e do vapor pela eletri-
cidade; o desenvolvimento de maquinaria automática, dos transportes e das 
comunicações; o aprimoramento da estrada de ferro; as primeiras experiências 
 
 
41 
 
com automóveis, etc. É uma época de progresso material, de benefícios 
econômicos para a burguesia industrial. 
As contradições, no entanto, estavam latentes: as cidades, crescendo 
sem planejamento, não ofereciam as mínimas condições de conforto e higiene; 
acentuava-se a divisão do trabalho entre a burguesia e o proletariado; o 
socialismo de Marx ganhava adeptos; irrompiam revoltas de trabalhadores que 
eram reprimidas brutalmente. Nesseuniverso que é, ao mesmo tempo, o da 
euforia burguesa e do capitalismo desumano, os valores românticos entram em 
crise. 
Já não é possível a fantasia, nem o mito da natureza, nem o fechar-se 
na própria interioridade. Os acontecimentos exigem a participação do artista. 
Agora, ele é um participante do mundo, ou, ao menos, um observador do 
mundo. É verdade que o sentimento desagradável da realidade persistirá em 
sua alma, herança do Romantismo. Mas em vez de transformar esse 
sentimento em desabafo ou grito, como o romântico, o artista procurará 
examiná-lo à luz de teorias sociológicas, psicológicas ou biológicas. 
 
Ideias científico-filosóficas: 
 
No plano científico-filosófico, verifica-se uma verdadeira onda de 
cientificismo e materialismo. Dentre as mais importantes correntes da época 
destacam-se: 
•Positivismo: criado por Augusto Comte, parte do princípio de que o único 
conhecimento válido é o conhecimento positivo, isto é, oriundo das ciências. É 
um filosofia empírica, que se baseia na observação do mundo físico; por isso 
rejeita a metafísica. 
•Determinismo: criado por H. Taine, parte do princípio de que o comportamento 
humano é determinado por três aspectos básicos: o meio, a raça e o momento 
histórico. 
•Darwinismo: dando continuidade, sob outro enfoque, à teoria do 
Evolucionismo, de Lamarck, Charles Darwin, em sua obra “Origem das 
Espécies” (1859), apresenta a teoria da Seleção Natural, segundo a qual a 
natureza ou o meio selecionam entre os seres vivos aquelas variações que 
estão destinadas a sobreviver e a perpetuar-se. Assim, os mais fortes 
 
 
42 
 
sobrevivem e procriam, e os mais fracos são eliminados antes de exercerem a 
procriação. 
•Socialismo científico (Materialismo Histórico): proposto por Karl Marx e 
Friedrich Engels no “Manifesto Comunista” (1848). Defendia o sistema no qual 
existiria uma sociedade igualitária, sem a exploração do homem pelo homem, 
alcançada através da luta de classes. “O modo de produção da vida material 
condiciona o processo de vida social, político e intelectual.” 
•Destacam-se ainda, na época, as pesquisas no campo da Física, da Química, 
da Biologia e, principalmente, no da Medicina. São dessa época igualmente os 
primeiros esforços no sentido de criar três áreas científicas novas: a Sociologia, 
a Antropologia e a Psicologia. 
É nesse contexto sociopolítico-científico que surgem o Realismo, o 
Naturalismo e o Parnasianismo. A alteração do quadro social e cultural exigia 
dos escritores outra forma de abordar a realidade: menos idealizada, mais 
objetiva, crítica e participante. 
O Realismo iniciou em 1857, na França, com o lançamento de “Madame 
Bovary”, de Gustave Flaubert. No Brasil, o início se dá com a publicação de 
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, em 1881. 
CARACTERÍSTICAS DO REALISMO: 
1.Objetivismo, racionalismo 
2.Verossimilhança 
3.Narrativa lenta, descrição precisa 
4.Exatidão no tempo e no espaço 
5.Mulher não idealizada 
6.Herói problemático (anti-herói) 
7.Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais 
8.Crítica às Instituições (Igreja, Casamento, Estado, ...) 
9.Pessimismo 
10.Análise psicológica 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
NATURALISMO 
 
O Naturalismo, assim como o Realismo, se volta para a realidade. 
Entretanto, observa-a, analisa-a, disseca-a sob uma ótica rigorosamente 
científica. Os escritores naturalistas, valendo-se de temas inovadores, mostram 
a decadência das instituições, denunciam a hipocrisia, caracterizam as lutas 
sociais, com espírito participativo e reformista. 
ALUÍSIO DE AZEVEDO (1857 – 1913) 
Apesar de ter iniciado sua carreira com folhetins românticos, se 
destacou mesmo foi no Naturalismo, com fortes influências de Émile Zola e Eça 
de Queirós. Na época, a escravidão era um problema político, social e 
econômico, e a vontade de transformar o Brasil numa República crescia entre a 
população. Essa questão foi abordada por Aluísio em seus romances 
naturalistas. A obra “O Mulato”, de 1881, marca o início do Naturalismo no 
Brasil. 
CARACTERÍSTICAS DO NATURALISMO: 
1.Cientificismo e Determinismo 
2.Análise social 
3.Temas de patologia social 
4.Ser humano reduzido ao nível do animal 
5.Linguagem simples 
6.Descrição minuciosa 
 
PARNASIANISMO 
 
O Parnasianismo foi contemporâneo do Realismo-Naturalismo, estando, 
portanto, marcado pelos ideais cientificistas e revolucionários do período. Diz 
respeito, especialmente, à poesia da época, opondo-se ao subjetivismo e ao 
descuido com a forma do Romantismo. Os poetas parnasianos, desejando 
restaurar a poesia clássica, propõem, então, uma poesia mais objetiva, de 
elevado nível vocabular, racionalista, perfeita do ponto de vista formal e voltada 
a temas universais. 
A origem da palavra Parnasianismo associa-se ao Parnaso grego, 
segundo a lenda, um monte da Fócia, na Grécia central, consagrado a Apolo e 
 
 
44 
 
às musas. A escolha do nome já comprova o interesse dos parnasianos pela 
tradição clássica. Contudo, pode-se afirmar que essa referência não passava 
de um verniz que revestiu artificialmente essa arte, como forma de garantir-lhe 
prestígio entre as camadas letradas do público brasileiro. 
Apesar de contemporâneos, o Parnasianismo difere profundamente do 
Realismo e do Naturalismo. Enquanto esses movimentos se propunham a 
analisar e compreender a realidade social e humana, o parnasianismo se 
distancia da realidade e se volta para si mesmo, o objetivo maior da arte não é 
tratar dos problemas humanos e sociais, mas alcançar a “perfeição” em sua 
construção. 
CARACTERÍSTICAS: 
1.Arte pela Arte 
2.Culto à Forma 
3.Temática greco-romana 
4.Objetivismo / Racionalismo 
5.Descritivismo 
 
SIMBOLISMO 
 
Nenhum movimento cultural é globalizante. Não se pode imaginar que 
todos os setores e pessoas da sociedade viveram da mesma forma em 
determinado momento. Por isso, pode-se dizer que em certas épocas há uma 
ideologia predominante, porém não globalizante. 
No final do século XIX, por exemplo, ao mesmo tempo em que ainda 
vigorava a onda cientificista e materialista que deu origem ao Realismo e ao 
Naturalismo, já surgia um grupo de artistas e pensadores que punha em dúvida 
a capacidade absoluta da ciência de explicar todos os fenômenos relacionados 
ao homem. 
Já não se crê mais no conhecimento “positivo”, que levaria a 
humanidade para um estágio evoluído. Acredita-se que, assim como a ciência 
é limitada, igualmente a linguagem não pode pretender representar a realidade 
como ela é de fato. Pode-se no máximo, sugeri-la. 
 
 
45 
 
No final do século XIX, a literatura que representou essa nova forma de 
ver o mundo, mais voltada para o subjetivo, para o inconsciente, para o místico, 
foi o Simbolismo. 
Ao contrário do que ocorreu na Europa, onde o Simbolismo se sobrepôs 
ao Parnasianismo, no Brasil o Simbolismo foi quase inteiramente abafado pelo 
movimento parnasiano, que gozou de amplo prestígio entre as camadas cultas 
até as primeiras décadas do século XX. Apesar disso, a produção simbolista 
deixou contribuições significativas, preparando o terreno para as grandes 
inovações que iriam ocorrer no século XX, no domínio da poesia. 
CARACTERÍSTICAS: 
1.Subjetivismo – descoberta do inconsciente e do subconsciente 
2.Irracionalismo – há um mergulho no irracional, fuga do mundo proposto pelo 
racionalismo. A ciência explica o mundo, o poeta deve comunicar o irracional, o 
mundo interior. Há um clima de mistério, situações vagas, obscuras, presença 
do inconsciente e do subconsciente. 
3.Misticismo, religiosidade 
4.Sugestão – imagens, metáforas, símbolos, sinestesias, ..., poesia não deve 
dizer nada, apenas sugerir 
5.Musicalidade – na tentativa de sugerir infinitas sensações, os simbolistas 
aproximam a poesia da música através do ritmo, das combinações estranhas 
de rimas, repetição de palavrase versos, aliterações, assonâncias,... 
6.A linguagem é simbólica e musical. 
7.Desejo de transcendência, de integração cósmica. 
8.Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte. 
 
PRÉ-MODERNISMO 
 
A literatura brasileira atravessa um período de transição nas primeiras 
décadas do século XX. De um lado, ainda há a influência das tendências 
artísticas da Segunda metade do século XIX; de outro, já começa a ser prepa-
rada a grande renovação modernista, que se inicia em 1922, com a Semana de 
Arte Moderna. A esse período de transição, que não chegou a constituir um 
movimento literário, chamou-se de Pré-modernismo. 
 
 
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As duas primeiras décadas do século XX não registraram no Brasil 
convulsões semelhantes às ocorridas na Europa. A abolição da escravatura e o 
golpe republicano não haviam alterado as estruturas básicas do país. A 
economia, ainda voltada para as necessidades dos países europeus, 
assentava-se na dependência externa e no domínio interno dos cafeicultores. 
Porém, algumas mudanças iam se desenhando. A urbanização, o 
crescimento industrial e a imigração modificam a fisionomia da sociedade 
brasileira. Nas cidades, formava-se uma classe média reformista. Simul-
taneamente, emergia uma massa popular insatisfeita e propensa à revoltas 
irracionais: por exemplo, a rebelião contra a vacina obrigatória, a revolta da 
chibata no Rio e os movimentos grevistas de operários em São Paulo, sob 
orientação anarquista. Esses movimentos tiveram, isoladamente, uma história 
independente; mas, no conjunto, revelavam a crise de um país que se 
desenvolvia as custas de graves desequilíbrios. Na zona rural, havia cisões de 
maior ou menor intensidade dentro das classes dominantes, que iam das 
violentas, mas restritas lutas entre coronéis em determinadas regiões, até a 
verdadeira guerra civil – travada no RS – entre republicanos e maragatos. Não 
esqueçamos também que, nesse período, irrompem as revoluções 
camponesas de Canudos (1896 – 1897) e do Contestado (1912). 
CARACTERÍSTICAS: 
•A busca de uma linguagem mais simples e coloquial: embora não se verifique 
essa preocupação na obra de todos os pré-modernistas, ela é explícita na 
prosa de Lima Barreto e representa um importante passo para a renovação 
modernista de 1922. 
•O interesse pela realidade brasileira: os modelos realistas – naturalistas eram 
essencialmente universalizantes. Tanto na prosa (Machado de Assis, Aluísio de 
Azevedo), quanto na poesia (Olavo Bilac, Cruz e Sousa), não havia interesse 
em analisar a realidade brasileira. A preocupação central desses autores era 
abordar o homem universal, sua condição, seus anseios. Aos escritores pré-
modernistas, ao contrário, interessavam assuntos do dia-a-dia dos brasileiros, 
originando-se, assim, obras de nítido caráter social. 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
 
BORDINI, Maria da Glória e AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação 
do leitor: alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 
1993. 
 
BORELLI, Silvia Helena Simões. Ação, suspense, emoção: literatura e cultura 
de massa no Brasil. São Paulo: EDUC: Estação Liberdade, 1996. 
 
LAJOLO, Marisa e ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira: história e 
histórias. 4. ed. São Paulo: Ática, 1988. 
 
PERROTTI, Edmir. O texto sedutor na literatura infantil. São Paulo: Ícone, 
1986. 
 
ZILBERMAN, Regina e LAJOLO, Marisa. Um Brasil para crianças: para 
conhecer a literatura infantil brasileira: histórias, autores e textos. 2. ed. São 
Paulo: Global, 1986. 
 
ZILBERMAN, Regina e MAGALHÃES, Ligia Cademartori. Literatura infantil: 
autoritarismo e emancipação. 3. ed. São Paulo: Ática, 1987.

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