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O Uso da Hipnoterapia em Hábitos Viciosos Sofia Bauer

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Hábitos 
Viciosos 
TEXTOS 
COMPLEMENTARES 
0 
O USO DA HIPNOTERAPIA EM HÁBITOS VICIOSOS 
Sofia Bauer i 
1. Conceito 
Por hábito vicioso entendemos que a pessoa faz alguma coisa 
repetitivamente, inconscientemente, sem controle para parar de fazê-lo. Essa função 
ou movimento, ou atitude, se torna autônoma e a pessoa não percebe quando está 
fazendo, ou mesmo, quando percebe, muitas vezes não consegue parar de fazê-lo. 
Para se instalar um hábito vicioso basta apenas que façamos alguma 
coisa uma única vez, e a partir daí podemos ter o início de um processo que se 
tornará um hábito vicioso. 
2. Aspectos gerais 
No caso de hábitos viciosos podemos observar um comportamento 
como um ciclo vicioso. As pessoas que sofrem de hábitos viciosos, e, na maioria, 
todos nós temos um pouquinho disso no nosso dia-a-dia. Você já reparou, por 
exemplo, que nós tomamos o mesmo café da manhã quase que todos os dias? Que 
tomamos banho da mesma maneira, quase todos os dias? Ensaboando o corpo, 
enxugando o corpo. Que os nossos horários também têm uma certa norma de 
acontecer? 
Portanto, o ser humano tem como característica básica uma tendência 
a repetir as mesmas atitudes diariamente. Assim, podemos considerar que os 
hábitos viciosos se instalam automaticamente na rotina das pessoas, sem que elas 
percebam. E por detrás de todos os hábitos viciosos, o que nós conseguimos 
observar é que existe um quadro de ansiedade. 
Como todo ser humano normal tem ansiedade, ele está sempre com 
medo, e o medo antecipatório de alguma coisa, ele está sempre procurando tapar 
esse medo, esse buraco, essa situação, com algo mais. Muitas vezes um 
pensamento repetitivo, outras vezes uma atitude repetitiva de distração. Assim, 
observamos que as pessoas criam pequenos hábitos no seu dia-a-dia, como 
complementos ou como uma necessidade de tapar alguns buracos em sua vida. 
Podemos considerar esses buracos como a ansiedade ou a angústia 
de viver, ou podemos considerar também esses buracos como a necessidade de 
preencher uma emoção como a raiva, como a tristeza, como o medo, em situações 
específicas. Então, uma maneira de o corpo humano reagir às emoções, seria 
procurar preenchê-lo de algum mecanismo que preenche o sentimento de vazio ou 
de que falta alguma coisa agora. 
Se formos relatar a estrutura de uma pessoa que tem hábitos viciosos, 
cairemos num diagnóstico de transtornos obsessivos compulsivos. Ou de uma 
ansiedade muito grande, ou de uma depressão maior, um lugar onde a pessoa 
coloca algo que está faltando, e até mesmo, em alguns casos, de 'uma psicose que 
está bem escondida por detrás de uma obesidade, por detrás de um alcoolismo , 
entre outras coisas. 
Assim isso nos faz pensar que, por detrás dos hábitos viciosos, 
encontramos ou uma desordem de ansiedade, ou uma desordem maior de humor ou 
uma psicose. E, de acordo com o hábito vicioso, vocês vão poder aprender, a partir 
de agora, qual o diagnóstico que podemos fazer de uma pessoa. 
Um exemplo: uma pessoa que tem o tique nervoso de roer unhas, ela 
nos mostra sua ansiedade, seu nervosismo, o medo frente a muitas coisas, e como 
ela engole a sua própria raiva, sua própria ferocidade, podando suas garras. Uma 
pessoa assim sofre de ansiedade. 
Podemos ver também o tique nervoso chamado gagueira, que nos 
demonstra que houve um momento na vida dessa pessoa que ela teve um trauma, 
onde ela não pôde falar de alguma coisa que ela sentiu raiva. A partir daí, sua fala 
fica travada. Vem o sentimento de castração, aliado a um sentimento de frustração e 
impotência, aliado a uma ansiedade. 
Podemos ver, no abuso das drogas que, dependendo da droga, 
teremos um mecanismo de reposição de alguma coisa vazia. O álcool seda a 
ansiedade, o álcool tapa o buraco da depressão. Vemos que muitos alcoólatras são 
deprimidos maiores, são, às vezes, até bipolares, sofrem de transtorno bipolar. 
Vemos que as pessoas que são tabagistas, que fumam muito, têm uma 
tendência maior à ansiedade. O cigarro, para elas, é como um calmante, uma coisa 
que retira a ansiedade. E assim, podemos observar que muitos tabagistas também 
sofrem de depressão. 
No caso da obesidade nós podemos observar que tem obesos que 
ganham um sobrepeso por ansiedade; num momento que tem um filho, num 
momento de uma separação, num momento de uma falência. Ou que tem uma 
obesidade grande, uma obesidade mórbida. E p o r detrás desses quadros de 
obesidade mórbida, muitas vezes encontramos uma defesa à psicose, tendo um 
núcleo psicótico bem guardado, ou uma estrutura muito deprimida, onde a pessoa 
faz uso de engolir alguma coisa para se defender. 
Sobre abuso de drogas, poderíamos também falar sobre o uso da 
maconha. A maconha é um relaxante, as pessoas mais ansiosas é que fazem uso 
da maconha. Podemos ver que a cocaína é uma droga excitante. As pessoas 
tímidas, deprimidas, bipolares, fazem muito mais uso da cocaína do que outros. 
Assim, nesses aspectos gerais, vamos cair dentro de um círculo 
vicioso. Um círculo vicioso que faz todo o contorno da estrutura dessa pessoa. Nós 
temos ou um sentimento de raiva, de tristeza ou medo, que aconteceu em função de 
um trauma, de um pensamento negativo, de uma situação, uma vivência negativa, 
que gera nessa pessoa uma certa crença limitante sobre ela mesma: eu não valho 
nada, eu não dou conta. Cada uma tem a sua expectativa negativa. 
Essa expectativa negativa aumenta a ansiedade. O aumento da 
ansiedade provoca um vazio, e as pessoas têm a tendência de preencher esse vazio 
com algo falso como a comida, a bebida, o tique nervoso. Isso vai manter o vazio. 
Vem a frustração, que gera novamente a tristeza, raiva e medo. 
Vemos que a pessoa com hábito vicioso vai repetir esse processo. 
Então, fica como um círculo vicioso que se fecha. O sentimento de raiva, de tristeza 
e medo, que causa uma expectativa negativa, que aumenta a ansiedade, que 
provoca um vazio, que se preenche com algo falso, que mantém o vazio, mantém a 
frustração, e a frustração mantém a tristeza, a raiva e o medo. I£ a pessoa nâo 
melhora, e o ciclo está fechado. E ela vai se mantendo dentro disso todo o tempo. 
Observamos que essa pessoa tem uma ansiedade básica, que por 
debaixo dessa ansiedade existe uma expectativa. Nesses casos, por uma crença 
negativa, uma expectativa negativa que aumenta cada vez mais a ansiedade. 
E o que fazer com essas pessoas? Precisamos observar quando tudo 
começou. O que acontecia na vida dessa pessoa? Qual a metáfora que ela faz 
desse problema, qual a crença limitante que ela tem sobre si mesmo, e ver qual o 
sentimento básico, a sensação que isso causa nessa pessoa. 
Ao 'observamos cada sujeito, veremos claramente que existe um 
buraco vazio a ser preenchido, e que ela buscavde várias maneiras o preenchimento 
disso que falta. 
Todos esses sintomas têm um significado pessoal para cada paciente. 
Mas, todos têm em comum uma desordem de ansiedade e uma tentativa, por meio 
do hábito vicioso, da remoção do mal ou da ansiedade. 
Essa função se torna automática uma vez instalada a própria 
ansiedade. E o sujeito não percebe que está tendo um hábito vicioso como um 
caminho para a solução. 
Todos esses sintomas têm um significado pessoal para cada paciente. 
Mas todos têm em comum uma desordem de ansiedade e uma tentativa, por meio 
do hábito, da remoção dos seus problemas. 
Também consideramos que, em alguns tipos de hábitos viciosos, 
temos como fator comum a depressão ou uma psicose, como é o caso da obesidade 
e dos tiques nervosos mais graves, tiques faciais nervosos mais graves. 
Função do Sintoma - Metáfora do Sintoma 
Perguntas importantes 
Precisamos então ver qual é a função do sintoma. Aprendemosjá, que 
todo sintoma é o caminho para a solução de algum problema. Então, não podemos 
esquecer a pergunta: o que este sintoma, metaforicamente, quer dizer? Para que ele 
serve? A que ele te obriga? O que ele te proíbe? E uma série de perguntas poderia 
continuar aqui, que estariam ligadas à oralidade, ao que esse sintoma preenche, à 
questão da ansiedade, à manipulação do que está acontecendo. 
Nós poderíamos ter algumas outras perguntas, como: qual a função 
psicológica desse sintoma? Quais os ganhos secundários que existem? Qual a 
metáfora do sintoma? Qual a função familiar do problerfia? 
Assim, antes mesmo de você começar a tratar, você precisa saber 
quando tudo isso começou, o que estava acontecendo na vida dessa pessoa, que 
momento foi esse, quais as crenças limitantes que essa pessoa tem. Uma vez que 
vocô já tenha foito todas essas perguntas, uma voz que você já tenha observado a 
atitude da pessoa que está à sua frente: ansiosa?, deprimida?, está preenchendo o 
quê?, quer ser ajudada? Então é hora de você perceber se ela realmente está 
procurando um tratamento porque ela quer se ajudar ou se ela está procurando por 
formas milagrosas de psicoterapia, que possam resolver o problema do hábito 
vicioso. 
Uma grande maioria de pessoas que procuram pela hipnose ou pela 
hipnoterapia para tratar de hábitos viciosos, procuram porque já tentaram outras 
formas milagrosas, outras psicoterapias, outros médicos, sem resultado. E para 
essas pessoas, a hipnose vem como uma fórmula mágica. Nesse caso, muito 
provavelmente o paciente procura, sem ter nenhum empenho. O empenho e o 
trabalho serão do terapeuta. Com certeza não teremos bons resultados. 
Por isso precisamos mobilizar no sujeito que nos procura, não a 
mágica da ilusão, mas, sim, a magia da transformação, que vai contar com muito 
esforço da parte do paciente. O mais importante é motivá-lo a querer mudar. 
Assim, vou lhes contar algo que uma vez o Zeig disse em um 
seminário: "O importante é transformar o problema alho em problema cebola. Aquele 
sujeito que come alho, adora, mas quem está á sua volta, padece. Aquele sujeito 
que descasca a cebola ou chega perto dela, chora". 
Conta também uma outra história, que uma moça se casou com um 
rapaz sonhador. Ele queria ser alquimista e fazer um pó virar ouro. O fato é que o 
•» 
tempo foi passando e ele não punha dinheiro em casa, nem comida. E a moça 
começou a se desesperar. Procurou seu pai e contou-lhe a respeito do genro. O pai 
chamou o moço para uma conversa e disse-lhe que ele também era alquimista e 
que sabia a fórmula para fabricar ouro, mas, para isso, o rapaz precisaria de um pó 
cinza que dava eVn cima das folhas das bananeiras. Mas precisava de muito dessa 
cinza, uma quantidade enorme. 
O rapaz foi embora para casa, cheio de esperanças. Começou a 
plantar bananeiras, cuidava muito bem delas, la plantando cada vez mais, a fim de 
poder juntar o pó suficiente para a fórmula mágica.TJepois de um bom tempo, de um 
bananal enorme plantado, o rapaz procura o sogro com um saco enorme de pó. O 
sogro então lhe disse: vamos fazer a transformação do pó em ouro. Abriu a porta do 
quarto e lá dentro estava lotado de moedas de ouro de um lado, e de outro, 
inúmeras pencas de banana também. E o sogro então conta ao rapaz que, sua filha, 
enquanto o marido cuidava do bananal, colhia os cachos de banana e os vendia. 
Agora ele tinha uma pilha de ouro de um lado, e do outro lado as bananas que se 
transformavam naquela pilha de ouro. Então, a colheita é que lhe trazia o ouro. 
Assim, é o que podemos fazer pelo sujeito que nos procura com um 
hábito vicioso. Fornecer a ele a motivação para a transformação. E contar com a 
ajuda e o empenho dessa pessoa, de alguma maneira. 
A arte do Milton Erickson se baseava em fazer isso, motivar o sujeito a 
querer realmente mudar. Torná-lo ativo num ato que, para ele, era passivo. E nesse 
ato ativo, essa pessoa passa a trabalhar ao seu lado. Na maioria dos casos de 
hábitos viciosos temos transtornos obsessivos, ou seja, a pessoa faz 
obsessivamente alguma coisa, ou rumina algum pensamento de alguma maneira. 
Não há como retirarmos da pessoa seus traços obsessivos, mas 
podemos incrementar esses hábitos viciosos de alguma maneira fortuita. Podemos 
manter a pessoa obsessiva, mas mantê-la obsessiva por alguma outra coisa. Se o 
hábito vicioso dela é fazer compras, podemos transformar esse hábito de fazer 
compras num hábito de fazer leituras, e assim por diante. 
Milton Erickson era hábil em transformar um hábito vicioso em outro, ou 
injetar um vírus no padrão da pessoa, para que ela pudesse mudar seus hábitos, 
sem perceber, e sem tirar dela a estrutura obsessiva. 
*• 
O que nós mais temos dificuldade é em lidar com estruturas 
obsessivas. Porque a estrutura obsessiva está defendendo aquela pessoa de um 
surto psicótico. Não há meios de retirar essa defesa do ser humano, mas há como 
transformar essa defesa em relação a alguma coisa, em outra coisa que seja mais 
saudável. 
O uso da hipnoterapia nos hábitos viciosos 
Como já começamos a falar, Milton Erickson trabalhava com os hábitos 
viciosos introduzindo um vírus no seu padrão. Existem técnicas do Milton Erickson 
que iremos citar agora, para cada tipo de hábitos viciosos. Por isso vamos dar 
ênfase, no geral, em qualificar as regras que o Milton Erickson usava com todos os 
tipos de hábitos viciosos. Assim, vou lhe passar alguns aspectos e algumas 
pequenas técnicas que são induções simples, que o Milton Erickson usava em seu 
trabalho com os hábitos viciosos. 
Existe um esquema geral que pode ser montado da seguinte maneira: 
1) Trabalhar a ansiedade - induções que possam manejar a tensão 
que existe. Induções básicas como relaxamento progressivo, respiração, lugar 
agradável, a sabedoria do eu sou. 
2) Trabalhar a auto-estima - trabalhar o cuidado pessoal, o amor a si 
mesmo, indicar tarefas, dar sugestões pós-hipnóticas de cuidado pessoal, aprender 
a amar a si mesmo, a cuidar de si mesmo. Mudanças nos seus hábitos pessoais de 
vido. 
Essas pessoas costumam ter falhas na relação de objeto, e terem 
pensamentos sobre si mesmo, de não serem muito bem amadas. Assim, carinho, 
atenção e cuidado são imprescindíveis nesse momento do trabalho, onde essas 
pessoas vão trabalhar a aprender a se amarem por si mesmas. 
3) Aprender auto-hipnose - uma forma de dar algo a si mesmo que se 
acalma. Gravação de fitas, escutar CDs, manter induções todos os dias, algumas 
vezes ao dia, pára que essa pessoa se relembre e tire do piloto automático os 
movimentos dos hábitos viciosos. 
4) Trabalhar a agressividade presa dentro de si mesmo - procurar ver 
se há agressividade. A quem essa agressividade é dirigida, ver os desejos 
intrínsecos que precisam ser solucionados. 
5) Prescrição do próprio sintoma - Erickson usava muito dessa técnica. 
Ele aumentava o sintoma se a pessoa era capaz de aumentar; também seria capaz 
de diminuir. E depois ia diminuindo, até fazer desaparecer. Ele prescrevia alguma 
coisa, dentro do sintoma, que modificava por completo a cadência do sintoma 
vicioso. Você também pode prescrever as recaídas, muitas vezes, a pessoa não vai 
dar conta logo de início e assim não se frustra tanto. 
Então, a prescrição de sintoma é o injetar um vírus no padrão, para 
desencadear uma desestabilização no processo do hábito vicioso, que passa a 
deixar de ser um automatismo. Ver o livro "Raízes Profundas" de Willian O Halon. 
Este ensina as técnicas estratégicas de Erickson para injetar um vírus no padrão. 
Uma observação: um vírus denuncia emoção! 
6) A utilização de métodos de regressão via emoções, àquilo que de 
verdade precisa ser preenchido. 
7) Utilizaçãode símbolos que possam trabalhar sem que a pessoa 
precise saber exatamente por que ela sofre daquele problema. 
E, por último, 
8) Sugestões pos-hipnóticas, pois elas têm uma força enorme, a partir 
do momento em que a pessoa adquire uma aliança terapêutica. Dar sugestões que 
ela possa seguir e que ajudem a melhorar seu sintoma, introduzindo sempre um 
vírus no padrão do comportamento repetitivo. 
Vantagens no Uso da Hipnose 
Também gostaria de colocar aqui para vocês algumas vantagens no 
uso da hipnose nos hábitos viciosos. 
1) colocar o sujeito mais calmo. O aspecto pacificador de uma relação 
de objeto, mais tranqüila e sossegada, onde'o próprio sujeito passa a ser seu 
calmante. 
2) colocar o sujeito ligado à vida, pois o que ele faz é fugir da droga de 
vida, na droga alternativa. A hipnose faz com que o sujeito volte à sua pátria interior, 
e tenha a coragem de reconhecer o que lhe falta verdadeiramente. Muitas vezes 
encontramos uma pessoa fazendo seu hábito vicioso para se desconectar, se 
dissociar do próprio problema. 
E a hipnose faz com que o sujeito volte a centrar-se e descobrir que 
emoção está ali dentro que está sendo encoberta nesse momento. 
3) a hipnose promove ao sujeito reexperenciar as situações 
traumáticas. Por exemplo, você pode usar EMDR nesse processo também. E pode 
re-significar essas situações traumáticas. Sentimentos, sensações, a primeira vez 
que você sentiu isso, os ganhos secundários, as pessoas envolvidas, e toda a re-
significação daqueles eventos de outrora que um dia machucaram. 
Uma vez que eles ficam limpos, muda-se a forma de ver a vida. 
Revivendo o passado para construir o futuro de urna forma nova, como diz doutora 
Teresa Robles. 
4) Usar a hipnose para introduzir uma mudança no hábito, um vírus no 
padrão do hábito. Isso é muito importante. E muitas vezes não conseguimos, se 
apenas conversamos sobre isso. Mas se você utiliza a hipnose dentro do 
consultório, modifica o padrão dentro do consultório e faz com que essa pessoa 
tenha um novo hábito ali, com você, ela também será capaz de mudar um pouco de 
cada vez, e mudando cada vez mais. 
Por isso é interessante a gravação de fitas para as pessoas que sofrem 
de hábitos viciosos, para que elas possam fazer esse trabalho erri casa, treinando 
• cada vez mais. Todo hábito introduzido precisa de muito treino. A hipnose reforçada 
através das gravações de fitas ou de CDs, ajuda a reforçar o treinamento e o 
aprendizado de um novo hábito. 
Nesse item entra também a questão de que nós não estamos apenas 
só reforçando associar uma mudança no sintoma, mas já estamos, 
verdadeiramente, ao introduzir uma fita, um vírus, re-significando alguma mudança 
profunda. 
5) Erickson não dava apenas uma pura e simples tarefa. Ele fazia com 
algum significado metafórico que já mudava tudo. Por exemplo, uma garota que 
chupava dedo e, com isso, agredia os pais. Ele a ensinou a chupar dedos de uma 
forma pior e mais violenta, mas apenas 20 minutos com o pai, 20 minutos com a 
mãe, 1 minuto com a professora que não gostava. E conseqüentemente a moça foi 
desistindo do hábito, na medida em que atingia seus objetivos. 
Essa é uma técnica que pode ser dada como uma indução de sugestão 
pós-hipnótica, uma sugestão pós-hipnótica no final de uma indução. Ou até mesmo 
como uma tarefa, e que vai ajudar a introduzir o vírus no padrão. 
Tiques nervosos 
Como tiques nervosos podemos incluir: roer unha, arrancar cabelo, 
cutucar os dedos, estalar os dedos, tiques faciais^, no rosto, e também chupar dedo. 
Sobre tiques em geral, nós poderíamos dizer que eles representam 
uma forma de ansiedade, onde a pessoa se dissocia por alguns momentos, 
enquanto está fazendo o tique. Vem uma emoção que ela não consegue levar à 
consciência, e nesse momento ela passa a estabelecer mais contato com o tique e 
desassociar naquele momento do que seria algo relevante. 
Assim, nós temos pessoas que arrancam cabelo, temos pessoas que 
estalam os dedos, temos pessoas que batem as pernas, entre os tiques mais 
comum. Roer unhas também. 
Podemos observar que, enquanto a pessoa arranca cabelos, estala 
dedos, rói unha, ela está distraída de si mesma. É como se ela viajasse para o 
exílio, saísse fora de si mesmo. 
Podemos observar então, se esse é o mecanismo do sintoma, que 
precisamos voltar com essa pessoa à sua pátria natal. No momento em que ela faz 
o tique ela está se dissociando, porque vem, inconscientemente, alguma lembrança 
interior sobre esse tique. Assim, é interessante observar que tipo de pensamentos 
essa pessoa tem enquanto ela está fazendo o tique nervoso. 
Gilligan nos sugere uma técnica muito simples, que vou passar os 
passos para vocês agora. 
Assim, vocês viram até agora o que podemos fazer com o uso da 
hipnoterapia. Agora veremos, em cada tipo de hábito vicioso, quais os exercícios 
que poderemos empregar, que sejam mais específicos para cada problema. 
1) Repita o seu movimento repetitivo, como ele é. 
2) Repita lentamente o mesmo movimento repetitivo, sentindo cada 
pedacinho desse movimento. 
3) Repita o movimento lentamente, e coloque um som, um som que 
venha de dentro de você, automaticamente. 
4) Repita o movimento lentamente com o som, e coloque uma frase, a 
primeira frase que lhe venha à cabeça a respeito do que você está sentindo nesse 
momento. 
5) Pare um instante, respire fundo, preste atenção em tudo isso que 
veio até o momento. E agora, faça um movimento ao contrário, ou que possa fazer 
uma polaridade com o movimento que você acabou de fazer. Veja que movimento 
poderia haver que se contraponha ou que se complemente ao movimento anterior, e 
faça-o, agora. 
6) Repita todos os movimentos. Movimento lento, cóm um som, com 
uma frase, e em seguida o movimento complementar. E sinta o que isso traz para 
você. 
7) A partir de agora, toda vez que você perceber que está fazendo esse 
determinado movimento, lembre-se do movimento contrário ou complementar, que 
lhe traz algum sentimento... talvez de paz... talvez de bem estar... e você pode 
repetir este momento quando quiser... quando precisar. 
8) E você ... poderá repetir quantas vezes forem necessárias ... toda 
vez que você estiver fazendo seu (tique)... virá a nova idéia de movimento 
complementar... 
É interessante dizer que, sobre os tiques nervosos, as pessoas têm 
uma ansiedade. E essa ansiedade está vinculada a alguns pensamentos 
perturbadores, que trazem alguma emoção. Então, o tique nervoso acaba 
funcionando como uma evitação e uma dissociação da pessoa de ter que enfrentar o 
problema. 
Seria interessante, como segunda opção de exercícios, fazer uma 
regressão a momentos em que a pessoa teve essa mesma sensação pela primeira 
vez, quando sentiu tal emoção. Ou também com a sensação da "urgência ou 
necessidade" do tique 
Existem tiques maiores que se confundem com a Síndrome de Tourret. 
Síndrome de Tourret é uma doença genética que necessita medicação e avaliação 
neurológica. Se você tiver um paciente com muitos tiques faciais, com coprolalia 
também, a fala de palavrões, por favor, envie ao neurologista para que faça a 
diferenciação entre apenas um tique nervoso simples e essa síndrome tão grave. 
No caso de tiques nervosos é possível associar também medicações 
como o ISRS, os inibidores seletivos de recaptação da serotonina ou dar um 
remédio neuroléptico, como o Aloperidol, aldol, em pequenas dosagens, que diminui 
bastante o tique nervoso facial mais intenso. 
Roer Unhas - Arrancar Cabelos 
Sobre roer unhas e puxar cabelo nós poderíamos dizer que existe 
nessa pessoa uma ansiedade, uma desordem de ansiedade. Sobre roer unhas, 
aparece como uma contenção da agressividade, unhasafiadas, garras de fora, devo 
contê-las. A idade em que os sintomas aparecem, de roer unha, sempre por volta da 
latência, na medida em que vão aprendendo a se alfabetizar, a matemática, e na 
adolescência, quando voltam as pulsões sexuais, mostrando um sinal de ansiedade, 
um sinal de alarme e uma tentativa de regularizar pulsões maiores que vêm com 
toda loiça. 
Por isso precisamos trabalhar esses sentimentos mais interiores que 
aparecem nessas pessoas. Roer unha, puxar cabelos, tiques nervosos sempre 
estão falando de ansiedade. E você precisa, adequadamente, descobrir qual é o 
motivo dessa ansiedade que necessita dessa atitude compulsiva, compensatória, 
que dissocia a mente da pessoa. 
Existem algumas sugestões que também podem ser ditas durante a 
indução, que funcionam bem com os jovens. Por exemplo: moça que se preza cuida 
bem de suas unhas. Os jovens conhecem uma mulher de verdade pelas unhas que 
ela tem, pelos cuidados com o cabelo. É tão bom ver uma pessoa bonita, usando as 
mãos adequadamente no lugar certo, na hora certa! Quer ver um meio maluco? 
Olha se ele está roendo unhas ou puxando os cabelos. Muito provavelmente está se 
roendo por dentro, arrancando os fios de aflição. 
Então, isso também pode lhe ajudar em alguns momentos da conversa 
hipnótica que você vai ter com essas pessoas. 
Chupar dedos 
Chupar dedo tem uma ligação muito mais profunda com o objeto transicional e com 
a questão da segurança. As crianças que continuam chupando dedo provavelmente 
são inseguras, e necessitam de se sentirem protegidas. Quando chupam o dedo 
estão tendo uma relação objetai mais profunda bom seu objeto transicional. E assim, 
usam o dedo como um consolo ou um prolongamento da mãe. 
A metáfora é a necessidade de ficar ligado a alguma segurança. Esse 
é o eixo da hipnose que você vai trabalhar. Assim, necessitamos relaxar essas 
pessoas, criar um lugar de proteção que vai funcionar como objeto transicional. 
Devemos e podemos fazer regressão com desenvolvimento da criança interior. 
Você pode utilizar a técnica no Gilligan, dos sete passos, que pode 
ajudar muito no momento em que durante a terapia a pessoa tem vontade de pôr o 
dedo na boca. Assim, podemos re-significar o sentimento de desproteção. 
Outras possibilidades seriam associar o chupar o dedo com alguma 
outra coisa oral que você poderia introduzir. Um chazinho antes de dormir, chupar 
uma laranja antes de dormir, colocar à boca uma outra coisa, uma outra idéia. Mas, 
para curar uma pessoa de chupar o dedo, é necessário fazer a criança interior 
crescer. 
Sugestões Interessantes: 
Vocõ tambóm podo deixar, na conversa hipnótica, algumas sugestões: 
quando sua mão começar a subir em direção à sua boca, leve-a em direção a outra 
mão e faça um carinho nela, ao invés de chupar o dedo. Quando sua mão começar 
a subir em direção a sua boca, você pode sentir aquele conforto gostoso de um 
lugar agradável, sem chupar o dedo. Quando sua mão começar a subir, deixe sua 
outra mão como um sinalizador de salvar a mão que vai à boca, dizendo 
mentalmente: serei sua amiga e ajudarei você a controlar essa mão impulsiva, a se 
acalmar sempre. 
Além dessas sugestões que você pode sugerir numa conversa 
hipnótica, lembre-se que elas são sugestões muito diretas. Nós precisamos trabalhar 
ou dentro de injetar um vírus no padrão do chupar o cledo dessa pessoa, levando 
alguma metáfora que tenha a ver por que essa pessoa chupa o dedo. Podemos 
fazer o trabalho 'como o Erickson fazia, prescrevendo que o paciente chupasse o 
dedo por um período de tempo determinado, e depois fosse trocando esse tempo 
determinado por algumas outras coisas. 
Ou que ele chupasse o dedo como um ritual, para uma determinada 
pessoa, para uma determinada situação, prescrevendo dentro dessa tarefa o 
significado do por que ele chupa o dedo. 
Vamos lá: a pessoa normalmente chupa o dedo porque está insegura, 
porque precisa de um afeto, porque quer agredir alguém. Introduza a tarefa 
exatamente para ele, no momento em que ela vai ficar sozinha e vai fazer um ritual, 
uma oração, antes de chupar o dedo. Então você introduziu algo que traz a 
segurança que não é o chupar o dedo, mas uma oração, uma mentalização, uma 
gravação de uma fita. Ou, se ela deseja agredir alguém chupando o dedo, dê como 
tarefa que ela faça isso na frente da pessoa que ela deseja agredir, sabendo que ela 
vai fazer para aquela pessoa. Então, você está denunciando por que ela tem aquele 
sintoma. E isso faz com que a pessoa deixe de necessitar daquele sintoma 
Sobre roer unhas e puxar os cabelos, faça o exercício do Gilligan. 
Sobre os tiques, veja a questão também do que aquele sintoma quer dizer, a 
metáfora para aquela pessoa. Principalmente tiques em crianças, observe se tem 
alguma coisa acontecendo na estrutura familiar, alguma coisa que a criança não 
quer ver, não necessita passar, alguma situação familiar como uma separação, uma 
briga muito grande, uma catástrofe que a família está enfrentando. E também 
trabalhe esses pontos familiares. 
GAGUEIRA 
Sobre a gagueira seria importante que nós víssemos toda a estratégia 
do sentimento de castração. Sabemos que "a gagueira se instala na primeira 
infância, onde a criança tem, num momento da vida, uma situação traumática, onde 
ela desejaria estar falando de alguma coisa que ela teve raiva e não pôde falar essa 
coisa. A partir daí, ela tem um sentimento de castração, melhor dizendo, um 
sentimento de impotência frente a alguém ou a alguma situação. 
Normalmente vemos isso com crianças que são filhos de pais 
separados, no momento da separação, ou que o pai teve uma briga muito grande 
com a criança por algum motivo, ou houve um acidente de carro em que essa 
criança estava presente. Então, para o tratamento da gagueira é necessário que se 
faça a regressão. 
Como podemos fazer esse trabalho? Primeiro, levando com que essa 
criança sinta essa ansiedade que vem junto com a gagueira. Ela querer falar e não 
conseguir sair as palavras. Então você vai trabalhar com ela o sentimento, a 
sensação física, e o primeiro momento da vida em que ela teve esses sintomas. 
Faça a técnica do Guiligan, e faça o eu pequeno dessa criança crescer. 
Um outra possibilidade que temos em trabalhar com a gagueira é o 
relaxamento progressivo. Relaxamento progressivo com uma criança pequena pode 
ser feito levando-a para comer um sanduíche na lanchonete ao lado, pode ser feito 
passeando no shopping com a criança, pode ser feito desenhando, brincando, 
relaxando essa criança durante o tratamento. Lembre-se que o EMDR é uma boa 
técnica que você pode utilizar para que a criança pinte a gagueira, enquanto você a 
estimula bilateralmente. 
Precisamos então, em relação à gagueira, utilizar técnicas de hipnose 
e de relaxamento, de visualizações imaginativas^onde a criança pode dizer dos seus 
desejos, de visualização imaginativa onde a criança possa expressar a raiva. E você 
pode ir ensinando-a, com sugestões pós-hipnóticas, a soltar a musculatura da 
garganta, a soltar o que ela quer dizer, quando e como ela quer dizer. 
Essas são as melhores técnicas para se trabalhar com a gagueira. 
SOBRE A ENURESE 
Vemos que a enurese se torna como um hábito vicioso nas pessoas. A 
enurese é instalada a partir dos 5 anos, numa chança que torna como um hábito 
vicioso o urinar na cama durante as noites. É importante que você veja que a 
enurese traz duas conotações: 1a) que a criança tem uma ansiedade; 2 a) que falta 
um controle de motor fino. 
Esse controle do motor fino é como ela controla seus esfíncteres. 
Podemos também trabalhar o controle do motor fino da criança através de 
desenhos, jogos, toquinhos, onde a criança pode aprender, cadavez mais, a 
controlar sua musculatura. 
Sobre as técnicas de se trabalhar com crianças com problemas de 
enurese, podemos citar o livro da hipnose centrada na solução de problemas, do 
William 0'Haloen. Ele tem um capítulo somente sobre as estratégias ericksonianas 
para enurese, pois cada caso é um caso. Erickson percebia a falha de controle 
motor fino, qual era a insegurança que a criança tinha, qual o sentimento básico que 
estava associado, raiva a algum genitor, o castigo, o medo, a culpa. E tratava cada 
criança de uma maneira completamente diferente. Por isso seria interessante que 
você lesse esse livro e esse capítulo. 
Em geral podemos fazer uma técnica de desenhar o corpo da criança 
inteira num papel no chão, desenhando a boca, a entrada do estômago, para onde 
seguem os alimentos, os líquidos, como chegam aos rins, dos rins como passam à 
bexiga, e como esse xixi sai, para que a criança tenha o entendimento que ela pode 
controlar seus esfíncteres. Ensinar a criança a t cortar o xixi no meio, ensiná-la a 
relaxar, a dormir tranqüila, e dar a tarefa para que os pais possam acordar essa 
criança à meia-noite e às 3 da manhã, todas as noites, por um 'bom período de 
tempo, até que chegue o momento em que a criança se sente cuidada pelos pais e 
passa a dormir tranqüilamente, aprendendo a controlar seus próprios esfíncteres. 
Faça a comparação com uma criança que está sendo alfabetizada. A 
criança enurética parou no meio da alfabetização. Ela já sabe parte das letrinhas, 
ainda não sabe todas. Se você tiver paciência de ir ensinando as outras letrinhas, 
ela aprende todo o procedimento. Porque durante o dia, e por muitas horas, ela 
segura muito bem o xixi. 
Isso tudo pode ser parte de uma boa conversa hipnótica. Na medida 
em que você trabalha as raivas, os sentimentos mais profundos, a relação com a 
mãe, os cuidados que essa mãe e esse pai estão tendo com a criança, a enurese 
vai naturalmente desaparecendo. Porque também é uma reação à ansiedade. 
TABAGISMO 
Sobre os fumantes, teremos que fazer algumas conjecturas. O nosso 
corpo tende a estabelecer hábitos como parte dos mecanismos de auto-regulação. E 
nós vemos que algumas dependências podem interferir nesse mecanismo de auto-
regulação, dando efeitos artificiais, fomentando o nosso corpo de ficar mais excitado, 
mais "cheio de apoio" faiso. E, dessa maneira, nos conduzindo até a dependência 
desse agente externo. 
isso acontece com as substâncias tóxicas que podem produzir 
intoxicação, dependência e até o vício orgânico do corpo, de necessitar daquela 
determinada droga para se sentir excitado ou calmo, de alguma maneira. 
O cigarro é uma dessas drogas que fazem esse tipo de efeito no corpo. 
O uso do cigarro está relacionado à ansiedade. A pessoa tem aquela necessidade 
de colocar algo mais para dentro de si mesmo, para poder se sentir de bem com a 
vida. E uma maneira de trabalhar com u ansiedade, com n liiaoyurançn o, Inmhòm, 
muitas vezes, com a depressão. É uma maneira de usar a droga para acalmar, para 
se colocar no meio e, até, para se dizer de bem com a vida. 
Muitas pessoas utilizam o hábito de fumar para se introduzir na 
sociedade, porque são tímidas ou porque são deprimidas, ou porque precisam disso 
para se sentir comum a todas as outras. Por isso, o hábito de fumar se instala na 
adolescência, quando a pessoa quer dizer: eu sou eu, dono do meu próprio nariz, eu 
faço as minhas escolhas. E o cigarro vem, dentro disso, trazer um efeito secundário 
que é a dependência pela nicotina, que excita o corpo e causa esse algo diferente, 
excitatório, que produz dependência através da própria droga. 
A nicotina tem um efeito antidepressivo. Por isso, ao deixar de fumar a 
pessoa se sente irritada ou se deprime. Às vezes ela substitui por comida. Muitas 
pessoas têm medo de aumentar o peso ao deixar de fumar, já que a ação da 
nicotina modifica a atividade metabólica, chegando a produzir acúmulo de gordura. 
É sempre muito prático, e às vezes muito importante, trabalhar 
renovando saudavelmente os mecanismos de manejar a atenção e, assim, dizer às 
pessoas que fumam que ela não vai ficar tensa, porque nós vamos estar 
trabalhando parar de fumar e diminuir a ansiedade. Portanto, não haverá 
necessidade de colocar a comida como um substituto. 
Por estarem ligados ao manejo de tensão, com freqüência os hábitos 
se associam a situações traumáticas, muito velhas ou dolorosas. No caso, por 
exemplo, de adições maiores como o álcool, drogas, é indispensável trabalhar com 
as famílias. E no caso dos fumantes seria interessante o convite para que outras 
pessoas da família, que também fumam, possam comparecer a esse momento. 
Assim, seria interessante que você pudesse chamar, junto com a 
pessoa que deseja parar de fumar, outros familiares que queiram fazer o mesmo 
processo, pois, mais de um torna tudo mais fácil. 
Para trabalhar o hábito de fumar, gostaria de falar a vocês sobre os 
níveis que nós poderíamos encontrar num fumante. O primeiro nível é o nível 
orgânico, tem a ver com o corpo ter se acostumado a funcionar e manter um 
equilíbrio, com uma determinada quantidade de nicotina. Isso também vai acontecer 
para o álcool ou para outra droga. 
No caso de comer compulsivamente, o corpo se acostuma a ingerir 
uma quantidade determinada e um tipo de alimento. Quando se diminui ou cessa a 
ingestão dessa substância, esse equilíbrio se rompe e o corpo produz sinais de 
desconforto, que impulsionam a pessoa a ingerir a substância de que se trata, para 
restabelecer o equilíbrio anterior. 
Esses sinais constituem a síndrome de abstinência ou seu equivalente, 
no caso da comida - necessidade de ingerir aquele determinado tipo de alimento a 
que se estava acostumado. Chamamos este nível de orgânico. 
Esse primeiro nível é relativamente fácil de manejar com a hipnose. 
Daqui a pouco veremos como manejá-lo. 
O segundo nível corresponde ao hábito propriamente dito, ou o 
costume de consumir essa substância ou abusar dos alimentos seguindo padrões 
determinados. Por exemplo, para fumar eu gosto de tomar um cafezinho. Toda vez 
que eu tomo um cafezinho eu gosto de fumar. Quando eu saio e bebo, gosto de 
fumar. E assim por diante. Nesse caso, se trata de romper o padrão, injetar um vírus 
no padrão da pessoa. Antes de tomar um cafezinho eu vou fazer uma oração, 
dizendo que eu posso, eu sou forte o suficiente para não ter que, ao tomar o café, 
fumar um cigarro.

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