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PEQUENAS CULTURAS - MATUTINO (1)

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UNIBRÁS- FACULDADE RIO VERDE
PEQUENAS CULTURAS – PLANTAS DE COBERTURA
	
RIO VERDE – GOIÁS
2
2020
PEQUENAS CULTURAS – PLANTAS DE COBERTURA
Trabalho bimestral apresentado a UNIBRAS Digital como parte exigente para compor notas finais de bimestre.
								
RIO VERDE – GOIÁS
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2020
RESUMO
Trabalho destinado a fim de saber como realizar procedimentos com plantas de cobertura, quais espécies mais utilizadas, definições e diferenciações entre manejos. Como procede adubação verde, quais vantagens e efeitos desses. Adubações, taxa de acúmulo de nutrientes, controle com pragas, plantas daninhas, época de plantio e tudo que engloba essa etapa e como realizar a retirada de grãos.
PALAVRAS CHAVE: Culturas de cobertura, gramíneas e leguminosas, adubação verde.
INTRODUÇÃO
As plantas de cobertura têm a finalidade de cobrir o solo, protegendo-o contra processos erosivos e a lixiviação de nutrientes, porém não se limitando a isso, já que muitas são usadas para pastoreio, produção de grãos e sementes, silagem, feno e como fornecedoras de palha para o sistema de plantio direto. As plantas de cobertura quando adequadamente utilizadas se constituem em estratégia para melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Além do mais, são essenciais para incrementos de matéria orgânica do solo, que é essencial na dinâmica desses atributos supracitados que compõem a fertilidade do solo. Isso ganha mais importância em solos tropicais e intensamente intemperizados.
Algumas espécies de plantas de cobertura como o milheto e as braquiárias possuem a capacidade de reciclar nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas que serão cultivadas em sucessão e, no caso da maioria das leguminosas, como fixadoras do nitrogênio atmosférico. Estas características das plantas de cobertura podem contribuir para reduzir custos de produção, especialmente com fertilizantes químicos, que além de impactarem o custo de produção das culturas cultivadas para produção de grãos, fibras e energia, tratam-se de recursos naturais não renováveis. A cobertura proporcionada pelas plantas de cobertura se constitui numa barreira física, que limita a presença de luz, interferindo no crescimento de plantas daninhas ou até mesmo barrando este, mesmo em casos mais difíceis de controle como a BUVA.
A prática da cultura de cobertura forma uma camada de proteção no solo que leva geralmente mais tempo para disponibilizar os nutrientes às plantas. Já na adubação verde, busca-se a liberação destes nutrientes em curto espaço de tempo. A utilização da adubação verde otimiza o processo de formação de húmus. Ser de fácil estabelecimento; apresentar crescimento rápido; proporcionar boa cobertura do solo; não ser hospedeira preferencial de doenças, pragas e nematoides; permitir a colheita de grãos ou o pastejo animal no período de entressafra, apresentar sistema radicular vigoroso e profundo e produzir matéria seca em quantidade suficiente para a semeadura direta.
GRAMÍNEAS: Aveia-preta, Centeio, Triticale, Milheto, Brachiária, Panicum maximum, Paspalum atratum,
LEGUMINOSAS: Ervilha comum, Trevo vesiculoso, Feijão de porco, Gliricídia sepium, Soja-perene, Crotalária, Sorgo, Mucuna-preta, Nabo forrageiro, Arachis pintoi cv, Pueraria phaseoloides, Tremoço, Chícharo.
REVISÃO DE LITERATURA
Feijão-de-Porco
É uma leguminosa anual, bastante rústica, cuja principal característica é o crescimento inicial e fechamento rápido, por isso é considerada excelente no controle de ervas daninhas, principalmente da tiririca (Cyperus rotundus). Devido ao seu porte baixo e ao fato de não ser trepadora, recomenda-se cultivá-la nas entrelinhas de culturas perenes, como citros, café, pupunha, entre outras. É boa produtora de biomassa e fixadora de nitrogênio.
É recomendável o plantio no início das chuvas (dezembro a janeiro). A semeadura pode ser efetuada em linhas ou em covas, utilizando-se 100 a 140 kg de sementes por hectare. Quando em linhas, recomenda-se o espaçamento de 40 cm com cinco sementes por metro linear. No plantio em covas usam-se duas sementes por cova. Distanciadas 40 cm entre si. Esses espaçamentos são utilizados em plantio de rotação de culturas e cobertura de solos em cultivos perenes. Em sistema de consórcio, o espaçamento é variável de acordo com o espaçamento da cultura de rendimento, adotando-se em geral filas duplas de 30 cm entre linha e entre plantas. Tratos culturais o feijão-de-porco exige poucos tratos culturais. O mais importante é a capina, que deve ser feita um mês após a germinação, para eliminar a concorrência com plantas invasoras e garantir o crescimento da leguminosa. Incorporação de material orgânico -manejo na época da floração, que ocorre entre dois a três meses após o plantio, deverá ser realizado o manejo da leguminosa, com incorporação de toda a planta ao solo ou corte da parte aérea.
Gliricídia sepium
A gliricídia destaca-se por apresentar rápido crescimento, alta capacidade de regeneração, resistência à seca e facilidade em propagar-se sexuada e assexuadamente. A espécie vem sendo explorada como forrageira, pelo alto valor nutritivo, como produtora de estacas vivas e, ainda, como alternativa energética, a gliricídia contribuiu com alta produção de biomassa, cerca de 5,67 t.ha 1 -1 .ano. Pode-se utilizar Gliricidia sepium, notadamente pelo fato da adubação verde com esta espécie melhorar a estrutura física e química do solo, facilitando a percolação de água, desta forma promovendo disponibilidade de nutrientes, e disponibilidade de oxigênio para respiração celular. As raízes de gliricídia associam-se a bactérias do gênero Rhizobium, com as quais entram em simbiose, originando um grande número de nódulos, responsáveis pela fixação de nitrogênio.  Existem indicações de que a consorciação com gliricídia também pode trazer benefícios no controle das plantas daninhas do milho.
Milheto
As gramíneas tropicais - milheto e sorgo - são amplamente utilizadas na entressafra das culturas de verão no Brasil Central, principalmente pela alta adaptabilidade à deficiência hídrica, elevada produção de fitomassa de 8-21 t/ha e grande capacidade de reciclar nutrientes. Para a sustentabilidade do sistema plantio direto, especialmente nas regiões tropicais, é indispensável que a palhada seja mantida sobre a superfície do solo de forma permanente. Contudo, em regiões tropicais, o inverno quente e seco e o verão quente e chuvoso limitam o cultivo de culturas anuais, na entressafra, e aceleram a decomposição da cobertura vegetal do solo. Nessas condições de clima, as características mais importantes nas plantas de cobertura do solo são a quantidade e a durabilidade da fitomassa produzida, bem como a sua capacidade de ciclagem de nutrientes, principalmente para os lixiviados em profundidade ou os pouco solúveis. É interessante, também, que os nutrientes sejam liberados dos resíduos de forma gradativa, para a cultura subsequente. Os efeitos benéficos das plantas de cobertura foram observados nas propriedades químicas e físicas do solo, seja na produtividade dos cultivos em sucessão.
Soja Perene
A soja perene (Neonotonia wightii) é uma leguminosa de origem da África tropical e subtropical, especialmente das regiões ocidentais. No Brasil, a soja perene foi cultivada principalmente do Estado de São Paulo para o Norte, ou seja, em regiões onde as condições de pluviosidade e fertilidade do solo eram favoráveis. O seu hábito de crescimento é volúvel, ou seja, trepadora, com desenvolvimento lento no primeiro ano, propiciando boa produção de matéria seca a partir do segundo ano (5-6 t/ha/ano), com teor de PB ao redor de 16-20%. A soja perene apresenta moderada tolerância à geada, à seca e ao fogo.
Está leguminosa requer solos férteis, com pH para seu desenvolvimento em torno de 6,0, é exigente em fósforo, e como outras leguminosas, também requer a adubação com micronutrientes (Zn, Cu, Mo) na sua implantação. O plantio pode ser feito em linhas ou a lanço, comcerca de 2 a 3 kg de sementes/ha. Relatos indicam que a soja possa fixar o equivalente a 70 a 120 kg de N/ha/ano, podendo chegar a valores ao redor de 203 kg/ha/ano.
O desconhecimento das práticas adequadas de manejo da soja perene, como para outras leguminosas, contribuíram para o insucesso no seu estabelecimento em sistemas de pastagens consorciadas. Por outro lado, o manejo correto resultou em boa produção de sementes e persistência da leguminosa em localidades onde se conseguiu sucesso com a consorciação com gramíneas ou mesmo em áreas exclusivas.
Crotalária
A crotalária é uma planta leguminosa de rápido crescimento, que tem sido utilizada para adubação verde e por apresentar excelência no controle dos nematóides do solo (pequenas larvas que atacam as plantas) e na fixação biológica de nitrogênio, reduzindo a necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados. A grande produção de massa verde faz da crotalária excelente planta para cobertura do solo, para produção de matéria orgânica e para o controle natural das plantas daninhas.
A crotalária forma associação simbiótica com bactérias do solo conhecidas como rizóbios e aproveita o nitrogênio fixado a partir do ar por esses microrganismos. Com biomassa seca de 10-15 t/há, e auxiliando no controle de nematóides. Assim, ao ser utilizada como adubo verde, reduz a necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados nas culturas.
É uma planta de rápido crescimento e, em plantios de primavera-verão, o arranjo recomendado é de sulcos, com espaçamento de 30 centímetros e densidade de 30 plantas por metro linear. Em cultivos de início de outono, recomenda-se a densidade de 40 plantas por metro linear e espaçamento de 30 centímetros entre sulcos de plantio.
Nas duas épocas de plantio, esses arranjos populacionais proporcionam menor incidência de ervas espontâneas, elevada quantidade de nitrogênio e grande produção de biomassa e de sementes, sendo que a produtividade de biomassa é maior na primavera-verão e a de sementes é maior no outono.
Sorgo
A cultura do sorgo vem crescendo nos últimos anos no Brasil, principalmente no período da safrinha. O cereal é o quinto mais produzido em todo o mundo, atrás apenas de trigo, arroz, milho e cevada. Amplamente utilizado na dieta alimentar humana na forma de farinhas em países da África, da Ásia e da América Central, também tem importância energética como ingrediente da alimentação animal nos Estado Unidos, na Austrália e na América do Sul. Além disso, o sorgo é um componente da produção de bioetanol.
Existem, basicamente, 4 tipos de sorgo: sorgo granífero, sorgo sacarino, sorgo vassoura e sorgo forrageiro. Características do sorgo granífero: A cultura do sorgo vem crescendo nos últimos anos no Brasil, principalmente no período da safrinha. O cereal é o quinto mais produzido em todo o mundo, atrás apenas de trigo, arroz, milho e cevada.
O sorgo possui características xerófilas e bastante tolerância à seca. Pertence ao grupo de plantas C4 e é uma cultura 100% mecanizável. O sorgo granífero possui porte de planta baixo, podendo chegar a até 170 centímetros. Desenvolve uma panícula pequena de grãos. Após a colheita, a planta de sorgo, ainda verde, também pode ser utilizada como feno ou pastejo.
Braquiária
A braquiária foi introduzida nos sistemas agrícolas por conta do desenvolvimento do sistema de plantio direto. “Um dos problemas naquela época era identificar qual planta forneceria maior cobertura de solo. Começamos a trabalhar com a braquiária em 1986 especialmente em consórcio milho e sorgo”, relembra o pesquisador Lourival Vilela. A expansão no consórcio se deu com a criação, em 2001, do sistema Santa Fé – um dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
A braquiária tem como principais características resistência às cigarrinhas-das-pastagens, alta produção de forragem, persistência, boa capacidade de rebrota, tolerância ao frio, à seca e ao fogo. Exige solos bem drenados, de média a alta fertilidade onde produz de 8 a 20 toneladas de matéria seca por hectare, por ano.
Mucuna-Preta
É uma leguminosa anual de primavera-verão com hábito de crescimento indeterminado (trepadora). Controla bem o desenvolvimento de ervas daninhas e é má hospedeira de nematoides de galha, cisto e reniforme. Espécie muito rústica, indicada para recuperação de solos degradados. Uma excelente opção para adubação verde e fixação de nitrogênio.
A mucuna-preta é a mais difundida em áreas de Cerrado, possivelmente, pela maior disponibilidade de sementes e uso mais comum nas demais regiões do Brasil. A mucuna-preta desenvolve-se bem em condições de deficiência hídrica, não possui reação fotoperiódica, suporta temperaturas elevadas, podendo ser cultivada do início até final do período de chuva em áreas de Cerrado. Suporta sombreamento, não tolera encharcamento nem geadas. Por apresentar baixa ou nula sensibilidade ao fotoperíodo e ao déficit hídrico, a mucuna-preta praticamente não tem sua produção de fitomassa reduzida com a mudança da época de semeadura do início para o final da estação chuvosa. Assim, essa espécie apresenta potencial elevado para sistemas de produção em que a sua semeadura é realizada mais tardiamente em áreas de Cerrado, como no final da época de chuva.
Aveia Preta
A aveia preta é uma gramínea de inverno com dois sistemas radiculares, um seminal e outro de raízes permanentes. O colmo é cilíndrico, ereto e glabro, composto de uma série de nós e entre-nós. As folhas inferiores apresentam bainha, lígula obtusa e margem denticulada, com lâmina de 0,14 a 0,40 m de comprimento.
A aveia preta caracteriza-se por crescimento vigoroso e tolerância à acidez nociva do solo, causada pela presença de alumínio. É a forrageira anual de inverno mais usada para pastejo no inverno, no Sul do Brasil.
Com elevada rusticidade, esta gramínea possui alta capacidade de produção de massa verde. A aveia preta caracteriza-se por crescimento vigoroso e tolerância à acidez nociva do solo, causada pela presença de alumínio. É a forrageira anual de inverno mais usada para pastejo no inverno, no Sul do Brasil. A semeadura da aveia preta ocorre logo após a colheita da soja, geralmente em março e abril e permite acumular cerca de 6,0 t MS ha-1.
A espécie atua também como um agente importante para o controle da sanidade de algumas pragas. Algumas vantagens importantes da Aveia Preta para o solo: Redução de populações de plantas espontâneas; Rusticidade - pouco exigente em fertilidade; Crescimento vegetal vigoroso; Tolerância à acidez nociva do solo pelo alumínio; Controle de podridão comum, Bipolaris sorokiniana e mal-do-pé, Gaemannomyces graminis var. Tritici; Utilização em agricultura orgânica: cobertura de canteiros, pomares e forragens.
Nabo Forrageiro
O nabo forrageiro é uma planta muito vigorosa, que em 60 dias cobre cerca de 70 % do solo. Seu sistema radicular é pivotante, bastante profundo, atingindo mais de 2 metros. Seu florescimento ocorre dá aos 80 dias após o plantio, atingindo sua plenitude aos 120 dias. A altura da planta varia d e 1,00 a 1,80 metros, e devido ao seu rápido crescimento, compete com as ervas daninhas invasoras desde o início, diminuindo os gastos com herbicidas ou capinas, o que facilita a cultura seguinte. Não há ocorrência de pragas ou de doenças que mereçam controle.
A planta possui um crescimento inicial rápido e elevada capacidade de reciclar nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, desenvolvendo-se razoavelmente em solos fracos com problemas de acidez. Por isso, é importante para a rotação de culturas. Além disso possui um para a rotação de culturas. Além disso, possui um longo período de floração (mais de 30 dias), mostrando-se muito útil à criação de abelhas, com produção de mel de boa qualidade.
Tremoço
É uma leguminosa anual de outono-inverno com excelentes resultados de ganhos de produtividade na cultura do milho em sucessão. Tem uma exigência mediana em fertilidade do solo. É boa produtora de biomassa e fornecimento de nitrogênio. Massa verde 20-30 t/há, massa seca 2-3 t/há.
ChicharroO Chícharo, do latim Cicer, e uma planta leguminosa anual, cujas raízes se adaptam perfeitamente a terrenos calcários e pobres da Serra, não sendo necessário grandes cuidados com o amanho da terra. Embora a sua origem seja discutível, pode considerar-se como segura o seu primeiro aparecimento no Mediterrâneo Oriental: Grécia, Turquia e Síria de onde se expandiram, com relativa rapidez, para os diversos países dos cinco continentes habitados. Tendo entrado em Portugal pelo SuI, foi trazido para as Beiras pelas populações nos seus movimentos sazonais.
O Chícharo foi sempre sinónimo de pobreza e rudeza, considerado a "carne dos pobres". Teve um papel importante na alimentação nomeadamente nos anos 30 e 40, sobretudo no Sul do país e Beiras, no qual as populações pobres baseavam as suas refeições. (A classe rica alimentava com estes leguminosos os animais bovinos e caprinos) 
Apesar da sua relativa riqueza em lipídios, hidratos de carbono, fósforo e potássio, quando generalizado a toda a população, começou a ser acompanhado de carne e peixe. Hoje, apesar de não ser amado pelos jovens, aparece, como valorização de um produto tradicional, nomeadamente na estação fria, em prestigiados restaurantes ou nos diversos festivais de gastronomia.
Trevo Vesiculoso
 	O trevo vesiculoso, recomendada para formação de pastagens cultivadas consorciadas e para sobressemeadura em pastagens naturais na região sul do Brasil. De modo geral, o trevo vesiculoso, quando consorciado com gramíneas ou sobressemeado em campos naturais, incrementa a qualidade dessas pastagens por possuir boa digestibilidade e elevados teores de proteína. Além disso, por ser uma leguminosa, através da simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, fixa nitrogênio atmosférico, reduzindo a necessidade de adubações nitrogenadas com o passar do tempo. A cultivar de trevo vesiculoso foi selecionada para produção de forragem, sendo recomendada para compor consórcios com gramíneas forrageiras de inverno, em áreas mais altas e bem drenadas de toda a região sul do Brasil. Por ser anual, pode ser mais facilmente utilizada para compor sistemas de integração lavoura-pecuária, aportando qualidade à forragem produzida e incorporando nitrogênio ao sistema. 
O trevo vesiculoso destaca-se por produzir forragem durante períodos mais longos do que os trevos anuais (BALL et al., 2007). Como apresenta ressemeadura natural, persiste no solo por muitos anos. Resiste bem à seca e apresenta alta produção de forragem, mas na primavera é mais tardio que os demais trevos. Pode ser usado com sucesso no melhoramento do campo natural, juntamente com aveia preta ou com azevém, a lanço, após gradagem. Essa prática, no entanto, só é indicada em solos sem acidez nociva.
Centeio
É uma gramínea cultivada em grande escala para colheita de grãos e forragem. Tem parentesco com o trigo e a cevada. O grão de centeio é utilizado para fazer farinha, ração, cerveja, alguns tipos de whisky e grande parte das vodcas, além de ser muito utilizado na produção de pão de centeio. O centeio foi introduzido no Brasil por imigrantes alemães e polacos no século XIX e, até hoje, o cultivo é realizado em grande parte por descendentes de europeus
O centeio é uma opção de cultivo de Inverno no Brasil, destacando-se, em relação aos outros cereais de estação fria, pela rusticidade e capacidade de adaptação em condições de ambiente menos favoráveis O seu cultivo ainda está aquém das potencialidades, as estatísticas oficiais dão conta que ocupa anualmente ao redor de quatro mil hectares A área ocupada diminuiu nas últimas cinco décadas, provavelmente em razão do subsídio estendido à cultura de trigo da extinção de moinhos coloniais de centeio, da reduzida pesquisa e da incidência de doenças.
O centeio é uma gramínea pertencente à família Poaceae, do gênero Secale e seu nome científico de espécie é Secale cereale. Apenas uma espécie, o próprio centeio, para este gênero. Obedecendo à uma árvore filogenética, o trigo e a cevada têm algum parentesco com o centeio. Morfologicamente, a espécie possui uma raque firme, apresenta grãos grandes e seu ciclo é anual. Ainda se diferencia das demais culturas de inverno por não apresentar uma característica constante quanto à maturação, espigamento e tipo de planta. Sendo assim, no inverno é possível observar espigas longas, apenas duas flores férteis e três anteras grandes, e dois grãos por cada espigueta presente. Nesta situação, há muita produção de pólen. Suas folhas apresentam um tom de verde-azulado, que pode variar e tendenciar a cor para um acinzentado.
Triticale
Apresenta rusticidade e tolerância a condições desfavoráveis de acidez do solo, em especial com referência à toxicidade de alumínio, e são bastante tolerantes ao déficit hídrico, podendo ser cultivados em regiões classificadas como ecologicamente marginais à cultura de trigo.
Triticale (X Triticosecale wittmack) é um importante cereal, sendo o primeiro cultivado que foi “fabricado” pelo homem, diferenciando-se dos demais por não ter sido criado pelo processo natural evolucionário, e sim por cientistas. O triticale é originário do cruzamento entre trigo e centeio, com a intenção de unir nesta nova espécie as características favoráveis de seus parentais.
No início, era utilizado exclusivamente para a alimentação animal, foi aos poucos sendo utilizado na alimentação humana. A Árvore do Conhecimento Triticale oferece informações sobre a produção de Triticale, abrangendo as fases de pré-produção, produção e pós-produção, além do acesso a recursos de informação na íntegra.
Panicum maximum
A sua primeira cultivar foi o capim colonião, um dos mais conhecidos e utilizados para a formação de pastos. A partir dele, evoluiu-se para outros cultivares, estes superiores em produção, teor de proteína, resistência a pragas e doenças e outros, repercutindo positivamente nos resultados da pecuária nacional. 
Ao longo do tempo, o aprimoramento do gênero Panicum se estendeu gerando novas cultivares, a exemplo do Massai, Mombaça, Tanzânia, Aruanã, BRS Zuri e a BRS Tamani. Todas são excelentes opções de forragem, mas cada uma possui especificações e características que as qualificam para contextos distintos:
Panicum maximum cv. mombaça, cv. BRS Tamani e cv. Tanzânia
Capins com elevado teor de proteína.
Panicum maximum cv massai
Capim com tolerância maior a seca e aos solos de baixa/média fertilidade.
Panicum maximum cv BRS Zuri e cv. Aruanã
Capins com excelente digestibilidade e boa tolerância ao frio (no caso da Aruanã).
Arachis pintoi Cv
O amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krapov. & W.C. Greg.) é uma leguminosa herbácea tropical perene nativa do Brasil, de crescimento rasteiro, estolonífera cm 20 a 40 cm de altura. Possui raiz pivotante que cresce em média até cerca de 30 cm de profundidade. A floração é indeterminada e contínua, com as inflorescências axilares em espiga. É uma planta rústica, que aceita sombreamento, geadas e se adapta a condições de seca e a solos pobres. Tem melhor desenvolvimento em locais úmidos e quentes com alta intensidade de chuva. Tem grande importância na produção de forragem em pastos consorciados com gramíneas sob sistemas pecuários intensivos na américa latina e na Austrália.
 	As sementes de Amendoim Forrageiro ocorrem em todo território nacional, resistente a climas frios e não exigente a solo. O Amendoim Forrageiro tem ciclo perene e seu desenvolvimento é rápido obtendo-se uma excelente cobertura do solo.
Paspalum atratum cv
 	O capim Pojuca é perene, de crescimento ereto, atingindo altura superior a 1,5 metros. As folhas são tenras, com a metade superior dobrada para baixo. A reprodução é apomítica e, na região central do Brasil, o florescimento ocorre de meados de fevereiro a meados de março. Indicado para áreas úmidas de baixadas sujeitas a alagamento temporário, ou mesmo para localidades com altas precipita coes pluviométricas. A forragem apresenta boa composição química, alta digestibilidade, e bem aceita pelos animais e tem melhor qualidade do que a da braquiária humificara indicandoalto valor forrageiro, o que potencialmente pode proporcionar alto desempenho animal em pastejo.
Pueraria phaseoloides
A puerária (Pueraria phaseoloides) é uma leguminosa forrageira que ocupa posição de destaque na pecuária da região amazônica devido, em especial, às suas características agronômicas, tais como: adaptação aos solos ácidos e de baixa fertilidade e à sua agressividade, que lhe confere capacidade competitiva em relação às plantas invasoras.
Essa espécie é relevante na produtividade das pastagens, pois incorpora N atmosférico aos sistemas solo-planta e melhora a alimentação do rebanho. Apresenta bom desempenho sob sombreamento, sendo utilizada como cultivo de cobertura do solo em plantações de seringueira e dendê, em toda a região.
A semeadura da puerária deve ser feita em linhas de 0,5 a 1,0m de largura, à profundidade menor que 2,5cm. A semeadura em linhas visa facilitar as limpezas para controle das invasoras, também pode ser feita manualmente ou utilizando-se implementos agrícolas disponíveis no comércio.
Ervilha Comum
As ervilhas comuns são cientificamente conhecidas com Pisum Sativum, sendo uma planta anual, ou seja, com um ciclo de vida de um ano. O peso médio de uma ervilha varia entre os 0.1 e 0.40 gramas, sendo utilizadas na gastronomia enlatadas, frescas, congeladas ou até secas. Existem normalmente dois tipos de ervilhas que são consumidos, a ervilha-torta, sendo utilizados o grão e a vagem, e também a ervilha de debulhar, que como o nome indica, apenas permite o consumo do grão.
As ervilhas estão geralmente disponíveis a partir da Primavera até ao início do Inverno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, L.A.S. Qualidade da aplicação de fungicidas protetores. In: ______. Fungicidas protetores: fundamentos para o uso racional. Campinas: Camopi, 2003. p 121-32.
AGEITEC, Agência Embrapa de Informação e Tecnológica. Nabo Forrageiro. Disponível em http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/. Acesso em 24 de agosto de 2020.
AGEITEC, Agência Embrapa de Informação e Tecnológica. Sorgo. Disponível em http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/. Acesso em 24 de agosto de 2020.
AGEITEC, Agência Embrapa de Informação e Tecnológica. Milheto. Disponível em http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/. Acesso em 24 de agosto de 2020.
AGROLINK, Agrolinkfito. Disponível em https://www.agrolink.com.br/agrolinkfito. Acesso em 25 de agosto de 2020.
DERPSCH, R.; CALEGARI, A. Plantas para adubação verde de inverno. Londrina: IAPAR, 1992. 80 p. (IAPAR. Circular, 73).
EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Plantas de Cobertura. Disponível em www.embrapa.br. Acesso em 24 de agosto de 2020.
EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Plantas de cobertura de solo para sistema plantio direto. Disponível em www.embrapa.br. Acesso em 23 de agosto de 2020.
EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Comunicado Técnico, 38. Disponível em www.embrapa.br. Acesso em 24 de agosto de 2020.
EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Soja Perene. Disponível em www.embrapa.br. Acesso em 24 de agosto de 2020.
EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Soja Perene em Pastagens. Disponível em www.embrapa.br. Acesso em 24 de agosto de 2020.

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