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Enfª Residente Helena Colares Intoxicação Exógena Descrição Intoxicação exógena é o conjunto de efeitos nocivos representados por manifestações clínicas ou laboratoriais que revelam o desequilíbrio orgânico produzido pela interação de um ou mais agentes tóxicos com o sistema biológico. (MS, 2019) Agente tóxico Agente tóxico é uma substância química, quase sempre de origem antropogênica, capaz de causar dano a um sistema biológico, alterando uma ou mais funções, podendo provocar a morte. De modo geral, a intensidade da ação do agente tóxico será proporcional à concentração e ao tempo de exposição. (MS, 2019) Região Total de casos Região Norte 4.896 Região Nordeste 29.485 Região Sudeste 66.148 Região Sul 24.763 Região Centro-Oeste 10.149 TOTAL 135.441 Notificações de Intoxicação Exógena segundo Região/UF de notificação DATASUS, 2017 18.28% Agente tóxico Notificações Medicamento 62.199 Drogas de abuso 18.516 Ign/Branco 12.976 Alimento e bebida 9.841 Prod. uso domiciliar 7.433 Raticida 5.322 Agrotóxico agrícola 5.238 Outro 3.983 Prod. químico 3.757 Agrotóxico doméstico 1.950 Cosmético 1.531 Prod. veterinário 1.310 Planta tóxica 996 Agrotóxico saúde pública 224 Metal 165 TOTAL 135.441 Notificações segundo Agente Tóxico DATASUS, 2017 45.92% 13.67% 9.58% Circunstância Notificações Tentativa de suicídio 51.496 Acidental 24.949 Abuso 19.318 Ign/Branco 13.547 Uso Habitual 8.280 Ingestão de alimento 5.457 Automedicação 3.832 Uso terapêutico 2.823 Erro de administração 1.670 Outra 1.636 Ambiental 1.171 Violência/homicídio 909 Tentativa de aborto 222 Prescrição médica 131 TOTAL 135.441 Notificações segundo Circunstância DATASUS, 2017 38.02% 18.42% 14.26% 10.00% Faixa etária com maior número de notificações 20-39 anos 55.084 Notificações por sexo F M 55.95% 44.01% DATASUS, 2017 40.67% Sexo Feminino Masculino Ignorado 75792 59611 38 Fases da intoxicação Exposição Corresponde ao contato do agente tóxico com o organismo Nessa fase é importante considerar, entre outros fatores, a via de incorporação do agente tóxico, a dose ou concentração do mesmo, suas propriedades físico-químicas, bem como o tempo durante o qual se deu a exposição A suscetibilidade da população exposta é também fator importante a ser considerado (MS, 2019) Fases da intoxicação Toxicocinétca Corresponde ao período de “movimentação” do agente tóxico no organismo Nesta fase destacam-se os processos de absorção, distribuição, armazenamento, biotransformação e eliminação do agente tóxico ou de seus metabólitos pelo organismo As propriedades físico-químicas das substâncias químicas determinam o grau de acesso aos órgãos-alvo, assim como a velocidade de eliminação do organismo Portanto, a toxicocinética da substância também condiciona a biodisponibilidade (MS, 2019) Fases da intoxicação 3. Toxicodinâmica Compreende a interação entre as moléculas das substâncias químicas e os sítios de ação, específicos ou não, dos órgãos, podendo provocar desde leves distúrbios até mesmo a morte (MS, 2019) Fases da intoxicação 4. Clínica Nesta fase há evidências de sinais e sintomas, ou ainda alterações patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas, caracterizando os efeitos nocivos provocados pela interação da substância química com o organismo (MS, 2019) Fases da intoxicação Subclínico – quando ainda não existem as manifestações clínicas, mas existe história de contato direto ou indireto com as substâncias químicas Clínico – neste momento os sinais e sintomas, quadros clínicos e síndromes são evidentes e determinarão as ações de saúde a serem adotadas (MS, 2019) Tipos de intoxicação Intoxicação aguda As intoxicações agudas são decorrentes de uma única exposição ao agente tóxico ou mesmo de sucessivas exposições, desde que ocorram num prazo médio de 24 horas, podendo causar efeitos imediatos sobre a saúde O estabelecimento da associação causa/efeito é mais evidente, uma vez que se conhece o agente tóxico Manifesta-se através de um conjunto de sinais e sintomas, que se apresentam de forma súbita, alguns minutos ou algumas horas após a exposição excessiva de um indivíduo ou de um grupo de pessoas (MS, 2019) Tipos de intoxicação Intoxicação crônica Pode manifestar-se por meio de inúmeras doenças, que atingem vários órgãos e sistemas, com destaque para os problemas neurológicos, imunológicos, endocrinológicos, hematológicos, dermatológicos, hepáticos, renais, malformações congênitas, tumores, entre outros Os efeitos danosos sobre a saúde humana aparecem no decorrer de repetidas exposições, que normalmente ocorrem durante longos períodos de tempo Os quadros clínicos são indefinidos, inespecíficos, sutis, gerais, de longa evolução e muitas vezes irreversíveis (MS, 2019) Atendimento inicial intra-hospitalar O paciente intoxicado frequentemente representa uma emergência de início agudo, com comprometimento de múltiplos órgãos, se assemelhando frequentemente a pacientes politraumatizados Além do tradicional ABC de reanimação, no paciente intoxicado são necessárias outras medidas gerais de desintoxicação, como a descontaminação e administração de antídotos Deve-se sempre tentar identificar o agente tóxico, mas sua busca não deve nunca retardar o início das medidas terapêuticas vitais para o paciente (SES-DF, 2006) (SES-DF, 2006) Paciente com suspeita de intoxicação Inconsciente ou consciente com insuficiência respiratória Assegurar permeabilidade das vias aéreas Garantir acesso periférico calibroso Monitorização multiparamétrica História e exame físico Agente tóxico identificado ou quadro clínico sugestivo Acionar CIAT Iniciar tratamento Síndromes toxicológicas O conhecimento das síndromes toxicológicas é essencial para o reconhecimento do agente intoxicante A síndrome toxicológica é uma constelação de sinais e sintomas que sugerem uma classe específica de envenenamento (SES-DF, 2006) Síndrome estimulante Inquietação Verborreia Atividade motora excessiva Tremor Insônia Taquicardia Alucinações Síndrome sedativa-hipnótica Sedação Confusão mental Delírio Alucinação Coma Parestesias Disestesias Diplopia Visão turva Lentificação da fala Ataxia Nistagmo Opiáceos Alteração do estado mental Miose Bradipnéia Dispnéia Bradicardia Diminuição dos ruídos abdominais Hipotermia (SES-DF, 2006) Síndrome colinérgica Salivação Lacrimejação Liberação esfincteriana Diarréia Emese Broncorréia Bradicardia Síndrome anticolinérgica Hipertermia Íleo Rubor Taquicardia Retenção urinária Pele seca Visão turva Midríase Diminuição dos ruídos abdominais Mioclonia Coreatetose Psicose Alucinações Convulsão Coma (SES-DF, 2006) (HC-FMRP-USP, 2016) Anamnese Os 5 Ws Who: “quem” - Identificar o paciente, suas condições, patologias de base e uso de medicamentos 2. What: “o quê” - Identificar o agente tóxico 3. Where: “onde” - Via e local da exposição 4. When: “quando” - Horário do evento 5. Why: “porque” - Motivo e circunstância da exposição (SES-DF, 2006) Exame físico O exame físico deve ser detalhado e orientado quanto aos aspectos toxicológicos, facilitando o reconhecimento de uma síndrome toxicológica Sinais neurológicos específicos Tamanho pupilar Sinais vitais Motilidade intestinal Secreções salivares Secreções brônquicas Temperatura corporal Odores (SES-DF, 2006) Tratamento (SES-DF, 2006) Descontaminação A descontaminação deve ser feita o mais breve possível para: Diminuir a exposição a tóxicos e toxinas Prevenir a lesão Evitar ou diminuir a lesão Reduzir a absorção (SES-DF, 2006) (SES-DF, 2006) (SES-DF, 2006) (SES-DF, 2006) (SES-DF, 2006) (SES-DF, 2006) (SES-DF, 2006) (SES-DF, 2006) (SES-DF, 2006) (SES-DF, 2006) Referências http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinannet/cnv/Intoxbr.def http://portalsinan.saude.gov.br/intoxicacao-exogena http://www.hcrp.usp.br/revistaqualidade/uploads/Artigos/210/210.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/04/Protocolo-de-urgencia-e-emergencia-da-SES.pdf
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