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AULA 04 CONTABILIDADE GERAL (Demonstrações Contábeis)

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AULA 04 CONTABILIDADE GERAL (EGT0024)
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
DEFINIÇÃO
Conjunto completo das demonstrações contábeis. Balanço patrimonial. Demonstração de resultados.
PROPÓSITO
Sistematizar as demonstrações contábeis como o balanço patrimonial e a demonstração de resultados do exercício.
OBJETIVOS
Módulo 1
Identificar o conjunto completo das demonstrações contábeis e suas características gerais
Módulo 2
Identificar os itens do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado
Módulo 3
Formular o Balanço Patrimonial
Módulo 4
Formular a Demonstração de Resultado
INTRODUÇÃO
O conjunto completo das demonstrações contábeis oferece uma visão ampla da entidade. Neste tema, veremos em detalhes duas dessas demonstrações: o balanço patrimonial e a demonstração de resultados do exercício.
MÓDULO 1
Identificar o conjunto completo das demonstrações
contábeis e suas características gerais
CONJUNTO COMPLETO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O conjunto de pronunciamentos a ser aplicado à entidade depende de seu formato societário e de seu porte. O quadro abaixo apresenta as alternativas aplicáveis no caso brasileiro.
Tipo de Entidade	Porte da Entidade	Conjunto de Normas Aplicáveis
Sociedades por Ações e Empresas de Grande Porte	Ativo Total > R$ 240 milhões ou Receita > R$ 300 milhões	CPC completo
Pequenas e Médias Empresas	Ativo Total < R$ 240 milhões ou Receita entre R$ 3,6 milhões e R$ 300 milhões	CPC PME ou CPC completo
Empresa de Pequeno Porte ou Microempresa	Receita < R$ 3,6 milhões	Escrituração simplificada (ITG 1000), ou CPC completo/CPC PME
Ao final de cada exercício social, a administração deve elaborar o conjunto completo de demonstrações contábeis, conforme o conjunto de normas a que a entidade esteja submetida.
O conjunto completo de demonstrações contábeis compreende:
Balanço patrimonial;
Demonstração do Resultado do Exercício;
Demonstração do Resultado Abrangente;
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
Demonstração de Fluxo de Caixa;
Demonstração de Valor Adicionado;
Notas Explicativas.
Cada demonstração contábil apresenta a entidade sob uma perspectiva única e apenas o conjunto das demonstrações fornece uma visão completa da entidade. Veja os diferentes aspectos abordados por cada demonstração contábil.
 Clique nas barras para ver as informações.
BALANÇO PATRIMONIAL (BP)
Demonstração de estoque. Apresenta informações sobre a posição financeira da entidade em uma data específica. É obrigatório para todas as empresas.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)
Demonstração de fluxo. Apresenta informações sobre o desempenho da entidade, segundo o Regime de Competência, ao longo de um período específico. É obrigatório para todas as empresas.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE (DRA)
Demonstração de fluxo. Amplia o alcance da DRE para além do período considerado, contemplando Outros Resultados Abrangentes que se espera que sejam realizados em períodos futuros. É obrigatório para todas as empresas.
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)
Demonstração de fluxo. Detalha a variação do Patrimônio Líquido no período, a partir da variação de cada um de seus componentes.
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)
Demonstração de fluxo. Detalha a variação da rubrica lucros e prejuízos acumulados, no Patrimônio Líquido. A entidade pode optar por inclui-la na DMPL. É obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas tributadas com base no Lucro Real.
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC)
Demonstração de fluxo. Apresenta informações sobre o desempenho da entidade, segundo o Regime de Caixa, ao longo de um período específico. É obrigatória para as sociedades abertas e para as fechadas cujo Patrimônio Líquido seja maior ou igual a R$ 2 milhões.
DEMONSTRAÇÃO DE VALOR ADICIONADO (DVA)
Demonstração de fluxo. Apresenta informações sobre a geração e distribuição de riqueza da entidade. É obrigatória para as sociedades abertas.
NOTAS EXPLICATIVAS
Informa sobre as políticas contábeis adotadas pela entidade e detalha informações das demonstrações contábeis
NOTAS EXPLICATIVAS
As Notas Explicativas contêm informação adicional em relação à apresentada nas demonstrações contábeis. Oferecem detalhamentos ou segregações de itens divulgados nas demonstrações contábeis, bem como informação acerca de itens que não se enquadram nos critérios de reconhecimento nas demonstrações contábeis. As Notas Explicativas são exaustivamente demandadas pelo conjunto dos pronunciamentos contábeis, sendo exemplos:
O detalhamento das classes de ações que compõem o capital social;
A descrição da natureza e da finalidade de cada reserva dentro do patrimônio líquido;
A prestação de informações sobre as políticas contábeis específicas utilizadas na elaboração das demonstrações contábeis;
A declaração de conformidade com os Pronunciamentos Técnicos, Orientações e Interpretações do CPC;
A prestação de informações sobre passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos;
A prestação de informações sobre divulgações não financeiras, por exemplo, os objetivos e as políticas de gestão do risco financeiro da entidade;
Os critérios de avaliação dos elementos patrimoniais;
Os ajustes de exercícios anteriores;
Os eventos subsequentes.
Assista ao vídeo abaixo para entender melhor cada uma das demonstrações contábeis.
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO
O Relatório da Administração não é uma demonstração contábil, mas é um documento legal obrigatório. O relatório complementa as demonstrações contábeis e notas explicativas, observada a devida coerência com a situação nelas espelhada, formando um quadro completo do desempenho da administração na gestão e alocação dos recursos da entidade.
De acordo com a Lei 6.404/76, o relatório da administração deve ser publicado juntamente com as demonstrações financeiras do encerramento do exercício social precisando conter informações sobre:
Aquisição de debêntures de sua própria emissão;
Política de reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos constantes de acordo de acionistas;
Negócios sociais e principais fatos administrativos ocorridos no exercício;
Relação dos investimentos em sociedades coligadas e/ou controladas evidenciando as modificações ocorridas durante o exercício.
EXEMPLO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PUBLICADAS
O conjunto das Demonstrações Contábeis das sociedades de capital aberto é público e pode ser acessado na B3 (Bolsa de Valores) ou no sítio das próprias empresas.
ASPECTOS GERAIS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Finalidade das demonstrações contábeis
Demonstrações contábeis de propósito geral, ou simplesmente demonstrações contábeis, são aquelas cujo propósito reside no atendimento das necessidades informacionais de usuários externos que não se encontram em condições de obter informações por si mesmos.
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade.
O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil aos usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.
As demonstrações contábeis também buscam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados.
Para satisfazer esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade sobre:
Ativos;
Passivos;
Patrimônio líquido;
Receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;
Alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles;
Fluxos de caixa.
Você sabia
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis a prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conjunto completo de demonstrações contábeis
O conjunto completo
de demonstrações contábeis inclui:
 Clique nas barras para ver as informações.
BALANÇO FINAL DO PERÍODO
Balanço patrimonial ao final do período;
RESULTADO DO PERÍODO
Demonstração do resultado do período;
Demonstração do resultado abrangente do período;
MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
FLUXOS DE CAIXA
Demonstração dos fluxos de caixa do período;
NOTAS EXPLICATIVAS
Notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e outras informações elucidativas;
Informações comparativas com o período anterior, conforme especificado nos itens 38 e 38A;
BALANÇO INÍCIO DO PERÍODO
Balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente ou proceder à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou quando proceder à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis;
COMPARAÇÃO ENTRE O PERÍODO ANTERIOR E ATUAL
A menos que um Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação do CPC permita ou exija de outra forma, a entidade deve divulgar informação comparativa com respeito ao período anterior para todos os montantes apresentados nas demonstrações contábeis do período corrente.
A entidade deve apresentar como informação mínima dois balanços patrimoniais, duas demonstrações do resultado e do resultado abrangente, duas demonstrações do resultado (se apresentadas separadamente), duas demonstrações dos fluxos de caixa, duas demonstrações das mutações do patrimônio líquido e duas demonstrações do valor adicionado (se apresentadas), bem como as respectivas notas explicativas.
MUDANÇA NA POLÍTICA CONTÁBIL, DEMONSTRAÇÃO RETROSPECTIVA OU RECLASSIFICAÇÃO
A entidade deve apresentar um terceiro balanço patrimonial no início do período anterior, adicional aos comparativos mínimos das demonstrações contábeis exigidas no item 38A se:
Aplicar uma política contábil retrospectivamente e fizer uma reapresentação retrospectiva de itens nas suas demonstrações contábeis ou reclassificar itens de suas demonstrações contábeis.
A aplicação retrospectiva, a reapresentação retrospectiva ou a reclassificação tiver efeito material sobre as informações do balanço patrimonial no início do período anterior.
ALINHAMENTO COM A ESTRUTURA CONCEITUAL (CPC 00)
As demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade. Para apresentação adequada, é necessária a representação fidedigna dos efeitos das transações, outros eventos e condições de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas como estabelecidos no CPC 00 – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.
Presume-se que a aplicação dos pronunciamentos técnicos, interpretações e orientações do CPC, com divulgação adicional quando necessária, resulta em demonstrações contábeis que se enquadram como representação apropriada.
A entidade cujas demonstrações contábeis estão em conformidade com os Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC deve declarar de forma explícita e sem reservas essa conformidade nas notas explicativas.
Atenção
A entidade não deve afirmar que suas demonstrações contábeis estão de acordo com esses Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações a menos que cumpra todos os seus requisitos.
FREQUÊNCIA DE APRESENTAÇÃO
O conjunto completo das demonstrações contábeis deve ser apresentado pelo menos anualmente (inclusive informação comparativa). Quando se altera a data de encerramento das demonstrações contábeis da entidade e as demonstrações contábeis são apresentadas para um período mais longo ou mais curto do que um ano, a entidade deve divulgar, além do período abrangido pelas demonstrações contábeis:
A razão para usar um período mais longo ou mais curto;
O fato de que não são inteiramente comparáveis os montantes comparativos apresentados nessas demonstrações.
CONSISTÊNCIA DE APRESENTAÇÃO
A apresentação e a classificação de itens nas demonstrações contábeis devem ser mantidas de um período para outro, salvo se:
For evidente, após uma alteração significativa na natureza das operações da entidade ou uma revisão das respectivas demonstrações contábeis, que outra apresentação ou classificação seja mais apropriada, tendo em vista os critérios para a seleção e aplicação de políticas contábeis contidos no Pronunciamento Técnico CPC 23;
Outro Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação do CPC requerer alteração na apresentação.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A adoção do conjunto completo dos CPCs é obrigatória para os seguintes tipos de sociedade:
Pequenas e médias empresas
Sociedades por ações e empresas de grande porte
Empresas de pequeno porte
Microempresas
Comentário
Parabéns! A alternativa "B" está correta.
A adoção do CPC completo é obrigatória para entidades complexas como sociedades por ações e empresas de grande porte.
2. Assinale a afirmativa correta:
A Demonstração de Fluxo de Caixa é obrigatória para todas as sociedades anônimas.
A Demonstração do Valor Adicionado é obrigatória para todas as sociedades abertas e para as fechadas com patrimônio líquido acima de R$ 2 milhões.
As notas explicativas detalham as informações apresentadas nas demonstrações contábeis.
O Relatório de Administração faz parte do conjunto completo das demonstrações contábeis.
Comentário
Parabéns! A alternativa "C" está correta.
As Notas Explicativas contêm informação adicional em relação à apresentada nas demonstrações contábeis, detalham ou segregam itens divulgados nas demonstrações contábeis, bem como informação acerca de itens que não se enquadram nos critérios de reconhecimento nas demonstrações contábeis.
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 Identificou o conjunto completo das demonstrações contábeis e suas características gerais.
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MÓDULO 2
Identificar os itens do Balanço Patrimonial
e da Demonstração de Resultado
ITENS DO BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial reporta em uma certa data a situação econômica e financeira da entidade, em termos de ativos e passivos, e os recursos aportados pelos sócios no negócio, o patrimônio líquido.
Abaixo, uma sugestão de Balanço Patrimonial adaptada de Cavalcanti (2016). As rubricas elencadas são comentadas na sequência.
BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31.12.X0 E 31.12.X1
Nota Explicativa	31.12.X1	31.12.X0
ATIVO		2950	3750
ATIVO CIRCULANTE		1300	1800
Caixa e Equivalentes de Caixa	(1)	100	200
Outros Ativos Financeiros	(2)	200	100
Contas a Receber	(3)	150	250
Estoques	(4)	250	150
Impostos Correntes	(5)	300	200
Despesas Antecipadas	(6)	200	400
Ativos Mantidos para Venda	(7)	100	500
ATIVO NÃO CIRCULANTE		1650	1950
Outros Ativos Financeiros	(8)	150	200
Impostos Diferidos Ativos	(9)	200	250
Outros Ativos	(10)	250	300
Investimentos	(11)	300	350
Imobilizado	(12)	350	400
Intangível	(13)	400	450
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO		2950	3750
PASSIVO CIRCULANTE		1300	1550
Fornecedores / Contas a Pagar	(14)	250	300
Empréstimos a Pagar	(15)	200	250
Outros Passivos Financeiros	(16)	300	350
Provisões	(17)	250	300
Outros Passivos	(18)	300	350
PATRIMÔNIO LÍQUIDO		1650	2200
Capital Social	(19)	1200	1400
Reservas de Capital	(20)	100	200
Reservas de Lucros	(21)	100	200
Ajustes de Avaliação Patrimonial	(22)	100	200
Participação de Não Controladores	(23)	150	200
 Clique nas barras para ver as informações.
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
Tema abordado no CPC 03(R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa. Segundo o pronunciamento, caixa compreende numerário em espécie, depósitos bancários disponíveis e equivalentes de caixa. Trata-se de aplicações financeiras de curto prazo e elevada liquidez, que podem ser prontamente conversíveis em caixa com risco desprezível de mudança de valor. Os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa de curto prazo.
OUTROS ATIVOS FINANCEIROS
Tema abordado
no CPC 48 – Instrumentos Financeiros. Outros ativos financeiros compreendem principalmente:
Derivativos;
Demais instrumentos financeiros avaliados pelo valor justo;
Direitos mensurados pelo custo amortizado, como operações de crédito.
CONTAS A RECEBER
As contas a receber de clientes contemplam as vendas a prazo de mercadorias, produtos e serviços da entidade. As contas a receber de clientes são apresentadas no Balanço Patrimonial deduzidas da provisão para créditos de liquidação duvidosa.
ESTOQUES
Tema abordado no CPC 16(R1) – Estoques. Segundo o pronunciamento, estoques abrangem principalmente:
Mercadorias compradas de terceiros e destinadas à venda;
Produtos acabados produzidos pela entidade e destinados à venda;
Produtos que se encontram em processo de fabricação;
Matérias-primas destinadas ao processo de fabricação.
Estoques são mensurados pelo menor valor entre o custo e o valor líquido realizável.
O valor de custo dos estoques é determinado pelo método PEPS ou pelo método do custo médio ponderado.
O valor líquido realizável corresponde ao preço de venda deduzido dos custos estimados para conclusão da produção e realização da venda.
IMPOSTOS CORRENTES
Os impostos correntes ativos estão relacionados a impostos pagos antecipadamente ou recuperáveis em operações de compras. Os impostos correntes passivos compreendem aos valores devidos aos governos federal, estadual e municipal, relacionados principalmente com a tributação sobre receitas e lucros da entidade. Trata se, em geral, de IR, CSLL, PIS, Cofins, ICMS etc.
DESPESAS ANTECIPADAS
Compreendem:
Seguros pagos antecipadamente;
Aluguéis pagos antecipadamente;
Pagamentos antecipados de serviços a fornecedores;
Adiantamentos concedidos a funcionários;
Depósitos judiciais.
ATIVOS CLASSIFICADOS COMO MANTIDOS PARA VENDA E OPERAÇÃO DESCONTINUADA
Tema abordado no CPC 31 – Ativos Classificados como Mantidos para Venda e Operação Descontinuada. A finalidade dessa rubrica é destacar os grupos de ativos cujo valor contábil deve ser recuperado por meio de transação de venda e não por meio do uso contínuo. Para isso, é exigido que a venda seja altamente provável e que os ativos estejam disponíveis para venda imediata.
IMPOSTOS DIFERIDOS
Tema abordado no CPC 32 – Tributos sobre o Lucro. Trata-se do crédito tributário decorrente de diferenças temporárias e base fiscal negativa, relacionados ao imposto de renda e à contribuição social.
Segundo Cavalcanti (2016), impostos diferidos ativos e passivos são mensurados pelas alíquotas aplicáveis no período em que se espera a ocorrência de liquidação do passivo ou realização do ativo com base nas alíquotas previstas na legislação tributária vigente no final de cada período de apuração.
A mensuração dos impostos diferidos ativos e passivos reflete as consequências fiscais que resultariam da forma pela qual a entidade espera, no final de cada período, recuperar ou liquidar o valor contábil desses ativos e passivos.
O imposto de renda e a contribuição social correntes e diferidos são reconhecidos como despesa ou receita no resultado do período, exceto quando estão relacionados a itens registrados em outros resultados abrangentes ou diretamente no patrimônio líquido.
INVESTIMENTOS
Tema abordado no CPC 18(R2) – Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto e no CPC 19(R2) – Negócios em Conjunto. Trata-se de investimentos em participações societárias que podem ser coligadas, controladas ou investimentos em empreendimentos em conjunto.
ATIVOS IMOBILIZADOS
Tema abordado no CPC 27 – Ativo Imobilizado. Representam bens físicos destinados à manutenção das atividades da entidade e compreendem terrenos, edificações, veículos, imobilizações em andamento, móveis e utensílios, equipamentos etc. São mensurados ao custo deduzidos de depreciação e perda por redução ao valor recuperável.
ATIVOS INTANGÍVEIS
Tema abordado no CPC 04(R1) – Ativos Intangíveis. Ativo intangível é um ativo identificável, sem substância física, controlado pela entidade e capaz de gerar benefícios econômicos futuros.
Em geral, são direitos, tais como: ágio na aquisição de investimentos, patentes, marcas, direitos autorais, softwares etc.
São mensurados pelo custo deduzido da amortização e perda por redução ao valor recuperável.
FORNECEDORES/CONTAS A PAGAR
Tema abordado no CPC 48 – Instrumentos Financeiros. Representam dívidas oriundas de compras a prazo de bens e serviços. São registradas pelo seu valor nominal e não há incidência de juros.
EMPRÉSTIMOS A PAGAR
Tema abordado no CPC 48 – Instrumentos Financeiros. Representam dívidas oriundas da captação de recursos junto a entidades financeiras e são mensurados pelo custo amortizado, observando a apropriação de encargos financeiros segundo o regime de competência.
OUTROS PASSIVOS FINANCEIROS
Tema também abordado no CPC 48 – Instrumentos Financeiros. Compreendem derivativos e demais passivos financeiros designados ao valor justo tendo como contrapartida o resultado.
PROVISÕES
Tema abordado no CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Provisões estão relacionadas a processos trabalhistas, tributários e cíveis, em que a entidade é ré.
As provisões são reconhecidas para obrigações presentes resultantes de eventos passados em que seja possível estimar os valores de forma confiável e cuja liquidação seja provável.
O valor reconhecido como provisão é a melhor estimativa sob as condições requeridas para liquidar a obrigação no final de cada período, considerando-se os riscos e as incertezas relativos à obrigação.
OUTROS PASSIVOS
Dentre outros, compreendem adiantamentos recebidos de clientes para entrega futura de bens e serviços.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O patrimônio líquido representa os recursos investidos no negócio pelos proprietários e, normalmente, contempla os seguintes grupos de contas:
Capital social;
Reservas de capital;
Reservas de lucros;
Ajustes de avaliação patrimonial
Ações em tesouraria.
ITENS DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
A Demonstração do Resultado informa o lucro ou prejuízo apurado pela entidade em um dado período.
Dica
Quando as receitas excedem as despesas, há lucro; do contrário, prejuízo.
Os principais grupos de contas do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado estão previstas no CPC 26(R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis.
Abaixo, uma sugestão de Demonstração de Resultado adaptado de Cavalcanti (2016). As rubricas elencadas são comentadas na sequência.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31.12.X0 E 31.12.X1
Nota Explicativa	31.12.X1	31.12.X0
OPERAÇÕES CONTINUADAS			
Receita	(1)	120.000	130.000
Custo das Vendas	(2)	(65.000)	(70.000)
LUCRO BRUTO		55.000	60.000
Despesas com Vendas	(3)	(25.000)	(25.000)
Despesas Gerais e Administrativas	(4)	(20.000)	(20.000)
Outras Receitas e Despesas	(5)	10.000	5.0000
Resultado de Equivalência Patrimonial	(6)	15.000	10.000
RESULTADO ANTES DAS RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS		35.000	30.000
Receitas Financeiras	(7)	5.000	10.000
Despesas Financeiras	(8)	(20.000)	(15.000)
RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO		20.000	25.000
Tributos sobre o Lucro (34%)	(9)	(6.800)	(8.500)
RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS		13.200	16.500
OPERAÇÕES DESCONTINUADAS			
Lucro do Exercício Proveniente das Operações Descontinuadas		0	0
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO		13.200	16.500
Lucro Líquido do Exercício Atribuível a:			
Proprietários da Controladora (75%)	(10)	9.900	12.375
Participações não Controladoras	(11)	3.300	4.125
LUCRO POR AÇÃO (100.000 ações)		0,132	0,165
 Clique nas barras para ver as informações.
RECEITAS
Originalmente, o tema era abordado no CPC 30(R1) – Receitas. A partir de 01.01.2018, o CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente substituiu e revogou alguns documentos, entre eles, o CPC 30.
Receitas correspondem ao aumento nos benefícios econômicos durante o período contábil, originado no curso das atividades usuais da entidade, na forma de fluxos de entrada ou aumentos nos ativos ou redução nos passivos que resultam em aumento no patrimônio
líquido, e que não sejam provenientes de aportes dos participantes do patrimônio.
CUSTO DAS VENDAS
O custo da venda inclui:
O custo das mercadorias compradas dos fornecedores e vendidas aos clientes;
O custo dos produtos elaborados pela entidade e vendidos aos clientes;
O custo dos serviços prestados para terceiros, o que inclui salários, encargos sociais etc.
DESPESAS DE VENDAS
Representam os gastos incorridos para efetuar a venda de mercadorias, produtos e serviços da entidade, tais como:
Despesas com transporte das mercadorias e produtos, associadas às vendas;
Despesas com comissão de vendedores;
Despesas com propaganda e publicidade.
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Representam gastos incorridos com as áreas administrativas da entidade. São custos indiretos incorridos no processo de fabricação de produtos, prestação de serviços e comercialização de mercadorias. São exemplos:
Depreciação do ativo imobilizado;
Salários e encargos sociais da administração;
Honorários dos administradores;
Aluguéis;
Entre outros.
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
São receitas e despesas que não decorrem diretamente da atividade operacional da empresa, tais como:
Receita de aluguéis de imóveis;
Ganho ou perda na venda de investimentos;
Ganho ou perda na venda de ativos imobilizados e intangíveis;
Ganho ou perda na marcação a mercado de instrumentos financeiros mensurados pelo valor justo tendo como contrapartida o resultado.
RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
Tema abordado no CPC 18(R2) – Investimento em Coligada, Controlada e Empreendimento em Conjunto.
O resultado da equivalência patrimonial é a receita ou despesa decorrente de investimentos em outras sociedades.
É mensurado inicialmente pelo custo e, a partir daí, é ajustado para refletir a participação detida pela entidade no Patrimônio Líquido das investidas.
RECEITAS FINANCEIRAS
Representam os ganhos auferidos pela entidade em consequência da aplicação de recursos em ativos financeiros, em geral remunerados por juros, tais como:
Rendimentos decorrentes de títulos públicos ou privados;
Rendimentos de operações de crédito;
Entre outros.
DESPESAS FINANCEIRAS
Trata-se dos gastos incorridos pela entidade em decorrência da utilização de passivos financeiros, tais como:
Juros de empréstimos bancários;
Variação cambial de empréstimos em moeda estrangeira;
Entre outros.
TRIBUTOS SOBRE O LUCRO
Tema abordado no CPC 32 – Tributos sobre o Lucro.
São dois os tributos incidentes sobre o lucro na legislação brasileira: o imposto de renda (IR) e a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL).
O reconhecimento dos tributos devidos observa o regime de competência e é realizado à medida que o lucro é apurado.
OPERAÇÕES DESCONTINUADAS
Tema abordado no CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operações Descontinuadas. Operação descontinuada é o componente da entidade que tenha sido alienado ou esteja classificado como mantido para venda. As operações descontinuadas são alocadas em linha específica da Demonstração do Resultado com o propósito de destacar que os reflexos desse componente são não recorrentes.
LUCRO
Tema abordado no CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis. Quando se tratar de demonstração consolidada, o lucro deve ser desagregado em lucro da sociedade controladora e lucro dos acionistas não controladores.
O lucro por ação, abordado no CPC 41 – Resultado por Ação, exige a apresentação das informações sobre o lucro por ação quando a entidade for listada em mercado público ou quando estiver em processo de registro na CVM para listar suas ações em mercado público.
No vídeo a seguir conheceremos melhor os itens do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Adaptado de Cavalcanti (2016) – A Entidade comprou de terceiros um software para gerenciar todas as operações de compra de tesouraria. Sobre contabilidade de produção, o valor pago na compra de software deve ser classificado no seguinte grupo de contas:
Ativo intangível
Ativo imobilizado
Propriedades para investimentos
Investimentos em coligadas
Comentário
Parabéns! A alternativa "A" está correta.
Ativo intangível é um ativo identificável, sem substância física, controlado pela entidade e capaz de gerar benefícios econômicos futuros. Um software é um exemplo de intangível.
2. Adaptado de Cavalcanti (2016) – A entidade dispõe de dois ônibus para transportar seus funcionários administrativos até a zona industrial onde está localizada sua fábrica. Os gastos incorridos com o transporte, tais como combustível, impostos, motorista etc., devem ser classificados no seguinte grupo de contas:
Outras despesas das operações continuadas
Despesas com vendas
Custo das vendas
Despesas gerais e administrativas
Comentário
Parabéns! A alternativa "D" está correta.
Despesas gerais e administrativas são custos indiretos incorridos no processo de fabricação de produtos.
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E, com isso, você:
 Identificou os itens do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado.
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MÓDULO 3
Formular o Balanço Patrimonial
Em consonância com CPC 26(R1), o balanço patrimonial deve apresentar, respeitada a legislação, as seguintes contas:
Caixa e equivalentes de caixa;
Clientes e outros recebíveis;
Estoques;
Ativos financeiros (exceto os mencionados nas alíneas caixa e equivalentes de caixa, clientes e outros recebíveis e propriedades para investimento);
Ativos classificados como disponíveis para venda e ativos à disposição para venda;
Investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
Propriedades para investimento;
Imobilizado;
Intangível;
Contas a pagar comerciais e outras;
Provisões;
Obrigações financeiras (exceto as referidas nas alíneas provisões e obrigações financeiras);
Obrigações e ativos relativos à tributação corrente;
Impostos diferidos ativos e passivos;
Participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro do patrimônio líquido;
Capital integralizado e reservas e outras contas atribuíveis aos proprietários da entidade.
A relação apresentada lista os itens que são suficientemente diferentes na sua natureza ou função para assegurar uma apresentação individualizada no balanço patrimonial.
A LISTA NÃO É EXAUSTIVA E NOVAS CONTAS DEVEM SER INCLUÍDAS NO BALANÇO PATRIMONIAL SEMPRE QUE O TAMANHO, NATUREZA OU FUNÇÃO DE UM ITEM SEJA RELEVANTE NA COMPREENSÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA DA ENTIDADE.
A nomenclatura das contas pode ser modificada de acordo com a natureza da entidade e de suas transações, no sentido de fornecer informação que seja relevante na compreensão da posição financeira e patrimonial da entidade.
Exemplo
Uma instituição financeira pode ter que modificar a nomenclatura referida no sentido de fornecer informação relevante no contexto das operações de instituições financeiras.
Nesse sentido, a entidade deve considerar a inclusão de novas contas no balanço patrimonial sempre que os valores envolvidos, sua natureza, ou ainda a função do item contribuam para a melhor compreensão de sua posição financeira.
Outro aspecto que deve ser considerado é que não há padrões rígidos para a nomenclatura utilizada nas contas nem para sua agregação. As entidades são diferentes e essa diferença deve ser capturada pela disposição das informações no balanço, que devem ser ajustadas segundo as particularidades do segmento econômico em que atuam. Dessa forma, a comunicação da posição financeira da entidade será realizada com maior precisão.
Para ilustrar, tomemos o caso das instituições financeiras. Nesse segmento, informações associadas à liquidez são de importância central e a disposição dos ativos em ordem decrescente (ou crescente) de liquidez permite que o usuário da informação entenda rapidamente a situação da entidade. Para esse segmento econômico em especial, a disposição de ativos em circulantes e não circulantes, conforme apresentado na sequência, não fornece a melhor informação possível.
DISTINÇÃO ENTRE CIRCULANTE E NÃO CIRCULANTE
A entidade deve apresentar ativos
circulantes e não circulantes, e passivos circulantes e não circulantes, como grupos de contas separados no balanço patrimonial, exceto quando uma apresentação baseada na liquidez proporcionar informação mais relevante.
Quando essa exceção for aplicável, todos os ativos e passivos devem ser apresentados por ordem de liquidez.
É IMPORTANTE DESTACAR QUE A PRIORIDADE É SEMPRE A INFORMAÇÃO, LOGO O FORMATO DEVE SER AQUELE QUE PROPORCIONAR A MELHOR INFORMAÇÃO.
Nesse sentido, caso a instituição desenvolva atividades que combinem a necessidade de apresentar os ativos, tanto segundo a ordenação circulantes e não circulantes quanto segundo a liquidez, a opção pela apresentação em base mista, ou seja, considerando ambas as opções, será a melhor maneira de comunicar a informação contábil.
ATIVO CIRCULANTE
O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer um dos seguintes critérios:
Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
Está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
Espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço;
É caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes.
ATIVO NÃO CIRCULANTE
O ativo não circulante deve ser subdividido em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.
CICLO OPERACIONAL
Quando a entidade fornece bens ou serviços dentro de um ciclo operacional claramente identificável, a classificação separada de ativos e passivos circulantes e não circulantes no balanço patrimonial proporciona informação útil ao distinguir os ativos líquidos que estejam continuamente em circulação como capital circulante dos que são utilizados nas operações de longo prazo da entidade.
ESSA CLASSIFICAÇÃO TAMBÉM DEVE DESTACAR OS ATIVOS CUJA REALIZAÇÃO É ESPERADA DENTRO DO CICLO OPERACIONAL CORRENTE, BEM COMO OS PASSIVOS QUE DEVAM SER LIQUIDADOS DENTRO DO MESMO PERÍODO.
O ciclo operacional da entidade é o tempo entre a aquisição de ativos para processamento e sua realização em caixa ou seus equivalentes.
Dica
Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável, pressupõe-se que sua duração seja de doze meses.
PASSIVO CIRCULANTE
O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer um dos seguintes critérios:
Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;
Está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
Deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço;
A entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
TODOS OS OUTROS PASSIVOS DEVEM SER CLASSIFICADOS COMO NÃO CIRCULANTES.
Alguns passivos circulantes, tais como contas a pagar comerciais e algumas apropriações por competência relativas a gastos com empregados e outros custos operacionais, são parte do capital circulante usado no ciclo operacional normal da entidade.
Atenção
Tais itens operacionais são classificados como passivos circulantes mesmo que estejam para ser liquidados em mais de doze meses após a data do balanço patrimonial.
O mesmo ciclo operacional normal se aplica à classificação dos ativos e passivos da entidade.
Relembrando
Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável, pressupõe-se que a sua duração seja de doze meses.
EXCEÇÕES
Outros passivos circulantes não são liquidados como parte do ciclo operacional normal, mas a sua liquidação está prevista para o período de até doze meses após a data do balanço, ou esses passivos estão essencialmente mantidos com a finalidade de serem negociados.
Exemplo
Exemplos disso são alguns passivos financeiros que atendem à definição de mantidos para negociação.
Exemplo:
A Cia ABC realizou uma série de operações ao longo de X1, as quais permitiram a elaboração do Balancete de Verificação apresentado abaixo. Observe a elaboração do Balanço Patrimonial a partir deste documento-base.
Conta	Saldos Devedores	Saldos Credores
Bancos	33.000	
Capital Social		100.000
Instalações	20.000	
Veículos	15.000	
Mercadorias	5.000	
Fornecedores		5.000
Despesas c/ Salários	8.000	
Salários a Pagar		8.000
Despesas com Encargos sociais sobre salários	3.000	
Encargos sociais sobre salários a pagar		3.000
Máquinas e Equipamentos	10.000	
Despesa de Depreciação	2.000	
Depreciação Acumulada		2.000
Perdas por Desvalorização		2.000
Despesas de Perdas por Desvalorização	2.000	
Intangível	20.000	
Despesa de Amortização	5.000	
Amortização Acumulada		5.000
Receita de Vendas		30.000
Clientes	30.000	
Seguros a Vencer	8.000	
Despesa de Seguros	2.000	
Duplicatas Descontadas		10.000
(-) Despesas a Apropriar	2.000	
Ações em Tesouraria	10.000	
Bancos		10.000
Provisão para Devedores Duvidosos		3.000
Despesa de Provisão para Devedores Duvidosos	3.000	
Total	178.000	178.000
Atenção
Para evitar, por hora, a elaboração da Demonstração do Resultado, as rubricas de receita e despesa foram consolidadas na rubrica Apuração do Resultado e o lucro do período, no valor de $5.000,00, foi destinado à Reserva de Lucros, conforme evidenciado no Balanço Patrimonial abaixo.
CIA ABC – BALANÇO PATRIMONIAL – 20X1
Ativo	Passivo
Ativo Circulante	Passivo Circulante
Bancos	23.000	Fornecedores	5.000
Marcadorias	5.000	Duplicatas Descontadas	10.000
Clientes	30.000	(-) Despesas a Apropriar	(2.000)
(-) Provisão para Devedores Duvidosos	(3.000)	Salários a Pagar	8.000
Seguros a Vencer	8.000	Encargos Sociais a Pagar	3.000
Ativo Não Circulante	PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Veículos	15.000	Capital Social	100.000
Máquinas e Equipamentos	10.000	Reservas de Lucros	5.000
Instalações	20.000	(-) Ações em Tesouraria	(10.000)
(-) Depreciação Acumulada	(2.000)		
(-) Perdas por Desvalorização	(2.000)		
Intangível	20.000		
(-) Amortização Acumulada	(5.000)		
Total	119.000	Total	119.000
Aprenda mais sobre Balanço Patrimonial no vídeo abaixo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Adaptado de Iudícibus e Marion (2016) – Identifique a alternativa que relaciona as contas classificadas no ativo circulante de uma entidade.
Estoque de matérias-primas, máquinas e equipamentos, caixa, duplicatas a receber.
Estoque de produtos prontos, caixa, duplicatas a receber, estoques de matérias-primas.
Estoque de matérias-primas, marcas e patentes, caixa, duplicatas a receber.
Caixa, bancos, duplicatas a receber, estoques de matérias-primas, marcas e patentes.
Comentário
Parabéns! A alternativa "B" está correta.
Máquinas e equipamentos pertencem ao imobilizado; marcas e patentes pertencem ao intangível.
2. Adaptado de Iudícibus e Marion (2016) – O ativo não circulante subdivide-se em:
Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.
Investimentos, Ativo Circulante e Ativo Imobilizado.
Investimentos, Ativo Imobilizado e Ativo Diferido.
Investimentos, Ativo Imobilizado e Resultados de Exercícios Futuros.
Comentário
Parabéns! A alternativa "A" está correta.
Com a Adoção das normas internacionais de contabilidade, o Ativo Permanente deixou de existir e foi substituído pelo Ativo Não Circulante, que incorporou o Ativo Realizável a Longo Prazo. Além disso, o Ativo Diferido foi transformado em Ativo Intangível.
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MÓDULO 4
Formular a Demonstração de Resultado
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE
Em consonância com o CPC 26(R1), a demonstração do resultado e outros resultados abrangentes (demonstração do resultado abrangente) deve apresentar, além das seções da demonstração do resultado e de outros resultados abrangentes:
O total do resultado (do período);
Total de outros resultados abrangentes;
Resultado abrangente do período, que é o total do resultado e de outros resultados abrangentes. Se
a entidade apresenta a demonstração do resultado separada da demonstração do resultado abrangente, ela não deve apresentar a demonstração do resultado incluída na demonstração do resultado abrangente.
Além dos itens requeridos em outros pronunciamentos, a demonstração do resultado do período deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas, obedecidas também às determinações legais:
 Clique nas barras para ver as informações.
RECEITAS
Receitas, apresentando separadamente receita de juros calculada utilizando o método de juros efetivos;
Ganhos e perdas decorrentes do não reconhecimento de ativos financeiros mensurados pelo custo amortizado;
FINANCIAMENTO
Custos de financiamento;
Perda por redução ao valor recuperável (incluindo reversões de perdas por redução ao valor recuperável ou ganhos na redução ao valor recuperável);
RESULTADOS
Parcela dos resultados de empresas investidas, reconhecida por meio do método da equivalência patrimonial;
Se o ativo financeiro for reclassificado da categoria de mensuração ao custo amortizado de modo que seja mensurado ao valor justo por meio do resultado, qualquer ganho ou perda decorrente da diferença entre o custo amortizado anterior do ativo financeiro e seu valor justo na data da reclassificação;
Se o ativo financeiro for reclassificado da categoria de mensuração ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes de modo que seja mensurado ao valor justo por meio do resultado, qualquer ganho ou perda acumulado reconhecido anteriormente em outros resultados abrangentes que sejam reclassificados para o resultado;
LUCRO
Tributos sobre o lucro;
VALOR
Um único valor para o total de operações descontinuadas;
RUBRICAS
Em atendimento à legislação societária brasileira vigente na data da emissão deste Pronunciamento, a demonstração do resultado deve incluir ainda as seguintes rubricas:
Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos;
Lucro bruto;
Despesas com vendas gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;
Resultado antes das receitas e despesas financeiras;
Resultado antes dos tributos sobre o lucro;
Resultado líquido do período.
OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES
Outros Resultados Abrangentes devem apresentar rubricas para valores de:
 Clique no botão para ver as informações.
Outros resultados abrangentes (excluindo valores previstos na alínea seguinte e sabendo que os subtópicos não configuram uma alínea) classificados por natureza e agrupados naquelas que, de acordo com outros pronunciamentos:
Não serão reclassificados subsequentemente para o resultado do período;
Serão reclassificados subsequentemente para o resultado do período, quando condições específicas forem atendidas;
 Clique no botão para ver as informações.
Participação em outros resultados abrangentes de coligadas e empreendimentos controlados em conjunto contabilizados pelo método da equivalência patrimonial, separados pela participação nas contas que, de acordo com outros pronunciamentos:
Não serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período;
Serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período, quando condições específicas forem atendidas.
Os componentes dos outros resultados abrangentes podem ser apresentados:
Líquidos dos seus respectivos efeitos tributários; ou
Antes dos seus respectivos efeitos tributários, sendo apresentado em montante único o efeito tributário total relativo a esses componentes.
Exemplo (adaptado de Cavalcanti (2016)):
A Cia XYZ levantou o seguinte Balancete de Verificação no encerramento de seu exercício social, em 31.12.X2.
Conta	Saldos Devedores	Saldos Credores
Capital Social		10.000
Reservas de Lucros		10.271
Clientes	7.689	
Receita de Vendas		81.742
Fornecedores		5.712
Compras de Mercadorias	62.101	
Despesas de Aluguel	880	
Despesas de Eletricidade	246	
Despesas de Salários	8.268	
Despesa de Devedores Duvidosos	247	
Provisão para Devedores Duvidosos		326
Estoque de Mercadorias (31.12.20X1)	9.274	
Despesas de Seguros	172	
Despesas de Escritório	933	
Bancos	3.730	
Veículos	8.000	
Despesas com Veículos	861	
Móveis e Utensílios	10.000	
Depreciação Acumulada de Veículos		3.200
Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios		1.150
Total	112.401	112.401
Informações Adicionais:
A provisão para devedores duvidosos deve ser aumentada em $390,00;
Os estoques finais em 31.12.X2 são de $9.884,00;
Em dezembro de 20X2, foi pago aluguel de $40,00, referente a janeiro de 20X3;
Em 31.12.X2, existem contas de luz no valor de $85,00, ainda não pagas e correspondentes a 12.X2;
Os veículos e os móveis e utensílios são depreciados pelo método da linha reta com base em taxas de depreciação anuais de 20% e 10%, respectivamente;
A alíquota de impostos sobre o lucro é de 34%.
CÁLCULOS PRELIMINARES
 Clique nas barras para ver as informações.
APURAÇÃO DO CMV
CMV = Einicial + C - Efinal
CMV = 9.274 + 62.101 – 9.884
CMV = $61.491
CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO
DepreciaçãoVeículos = 8.000 x 20%
DepreciaçãoVeículos = $1.600,00
DepreciaçãoMóveis = 10.000 x 10%
DepreciaçãoMóveis = $1.000,00
LANÇAMENTOS ADICIONAIS EM RAZONETES
Despesa de Devedores Duvidosos
247(SI)	
390(a)	
Provisão de Devedores Duvidosos
3.730(SI)	326(SI)
390(a)
CMV
9.274(b)	9.884(b.2)
62.101(b.1)	
61.491	
Estoques de Mercadorias
9.274(SI)	9.274(b)
9.884(b.2)	
Compras
62.101(SI)	62.101(b.1)
Despesa de Eletricidade
246(SI)	
85(d)	
Aluguel a Vencer
40(c)	
Despesa de Seguros
880(SI)	40(c)
Contas a Pagar
85(d)
Despesa Depreciação Veículos
1.600(e.1)	
Dep. Acumulada Veículos
3.200(SI)
1.600 (e.1)
Despesa Depreciação Móveis e Utensílios
1.000(e.2)	
Dep. Acumulada Móveis e Utensílios
1.150(SI)
1.000(e.2)
CÁLCULO DA TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO (IR E CSLL)
Cálculo da Tributação sobre o Lucro	Despesas	Receitas
Receita na Venda de Mercadorias		81.742
Despesa de Aluguel	(840)	
Despesa de Eletricidade	(331)	
Despesa de Salários	(8.268)	
Despesa de Devedores Duvidosos	(637)	
Despesa de Seguro	(172)	
Despesas de Escritório	(933)	
Despesas de Veículos	(861)	
Custo das Mercadorias Vendidas	(61.491)	
Despesa de Depreciação de Veículos	(1.600)	
Despesa de Depreciação de Móveis e Utensílios	(1.000)	(76.133)
Lucro antes do IR da CSLL		5.609
Alíquota dos Impostos		34%
Impostos sobre o Resultado		1.907
LANÇAMENTO COMPLEMENTAR
Despesa de Impostos sobre o Resultado
1.907(g)	
Impostos sobre o resultado a Pagar
1.907(g)
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO APÓS INFORMAÇÕES ADICIONAIS E DETERMINAÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO
Conta	Saldos Devedores	Saldos Credores
Capital Social		10.000
Reservas de Lucros		10.271
Clientes	7.689	
Receita de Vendas		81.742
Fornecedores		5.712
Despesas de Aluguel	840	
Despesas de Eletricidade	331	
Despesas de Salários	8.268	
Despesa de Devedores Duvidosos	637	
Provisão para Devedores Duvidosos		716
Estoque de Mercadorias (31.12.20X2)	9.884	
Despesas de Seguros	172	
Despesas de Escritório	933	
Bancos	3.730	
Veículos	8.000	
Despesas com Veículos	861	
Móveis e Utensílios	10.000	
Depreciação Acumulada de Veículos		4.800
Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios		2.150
Custo das Mercadorias Vendidas	61.491	
Aluguel a Vencer	40	
Contas a Pagar		85
Despesa de Depreciação de Veículos	1.600	
Despesa de Depreciação de Móveis e Utensílios	1.000	
Despesa de Imposto sobre o Resultado		
Impostos sobre o Resultado a Pagar		
Total	115.476	115.476
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
Receita na Venda de Mercadorias		81.742
Custo das Mercadorias Vendidas		(61.491)
Lucro Bruto		20.251
Despesas		
Despesa de Aluguel	(840)	
Despesa de Eletricidade	(331)	
Despesa dos Salários	(8.268)	
Despesa de Devedores Duvidosos	(637)	
Despesa de Seguro	(172)	
Despesas de Escritório	(933)	
Despesa de Veículos	(861)	
Despesa de Depreciação de Veículos	(1.600)	
Despesa de Depreciação de Móveis e Utensílios	(1.000)	(14.642)
Resultado antes dos Impostos sobre o Lucro		5.609
Impostos sobre o Resultado Lucro		(1.907)
Lucro Líquido do Exercício		3.702
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo	Passivo
Ativo Circulante	20.627	Passivo Circulante	7.704
Bancos	3.730	Fornecedores	5.712
Contas a receber	7.689	Contas a Pagar	85
Provisão para
Devedores Duvidosos	(716)	Impostos a Pagar	(1.907)
Mercadorias	9.884		
Aluguel a Vencer	40		
Ativo Não Circulante	11.050	PATRIMÔNIO LÍQUIDO	23.973
Veículos	8.000	Capital Social	10.000
(-) Depreciação Acumulada de Veículos	(4.800)	Reservas de Lucros	13.973
Móveis e Utensílios	10.000		
(-) Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios	(2.150)		
Total	31.677	Total	31.677
Assista ao vídeo abaixo para aprender mais sobre Demonstração do Resultado do Exercício.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Adaptado de Cavalcanti (2016) – A entidade produz e comercializa cosméticos e decidiu contratar uma atriz famosa para fazer propaganda na televisão. Os gastos com a atriz, com a produção e com a divulgação do comercial deveriam ser contabilizados no seguinte grupo de contas:
Despesas com vendas
Custo das vendas
Despesas gerais e administrativas
Despesas pagas antecipadamente no Balanço Patrimonial
Comentário
Parabéns! A alternativa "A" está correta.
Representam os gastos incorridos para efetuar a venda de mercadorias, produtos e serviços da entidade. Despesas de propaganda são exemplos de despesas com vendas.
2. Relativamente ao Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) e às Despesas com Vendas, pode-se afirmar que:
O primeiro afeta o Resultado Operacional Líquido, enquanto o segundo afeta o Resultado Operacional Bruto.
Ambos afetam o Resultado Operacional Líquido, mas só o segundo afeta o Resultado Operacional Bruto.
O primeiro afeta o Resultado Operacional Bruto e ambos afetam o Resultado Operacional Líquido.
Ambos afetam o Resultado Operacional Bruto, mas só o segundo afeta o Resultado Operacional Líquido.
Comentário
Parabéns! A alternativa "C" está correta.
Basta observar a construção da DRE:
.
.
.
Receita Operacional Líquida
(-) CMV
Resultado Operacional Bruto (Lucro Bruto)
(-) Despesas Operacionais (Despesas com Vendas, entre outras)
Resultado Operacional Líquido
.
.
.
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CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A preparação de relatórios financeiros representa a culminância do processo contábil. É a etapa em que os eventos econômicos, devidamente reconhecidos e mensurados, são comunicados aos usuários finais da informação contábil.
Visitamos os dois principais relatórios financeiros. O balanço patrimonial, relatório que compila os saldos contábeis ao final do período, é uma demonstração de estoques, uma fotografia. A demonstração de resultado é o relatório que apresenta o desempenho financeiro no período, é uma demonstração de fluxos, um filme.
A combinação de ambos permite entender com clareza a fotografia no início do período (balanço patrimonial do final do exercício anterior), os eventos que sucederam no exercício (demonstração de resultado) e, por fim, a fotografia ao final do período (balanço patrimonial do exercício).
Além da visão macro do propósito desses dois relatórios financeiros, mergulhamos na sua constituição micro, detalhando os componentes desses dois relatórios e o papel de cada item nos respectivos relatórios financeiros.

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