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Fundamentos da Enfermagem 2Capítulo 
CAPÍTULO 
RESERVADO PARA TITULO
Fundamentos da Enfermagem
Atena Editora 
2019
Michelle Thais Migoto
(Organizadora)
2019 by Atena Editora 
Copyright da Atena Editora 
Editora Chefe: Profª Drª Antonella Carvalho de Oliveira 
Diagramação e Edição de Arte: Geraldo Alves e Natália Sandrini 
Revisão: Os autores 
Conselho Editorial 
Prof. Dr. Alan Mario Zuffo – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Prof. Dr. Álvaro Augusto de Borba Barreto – Universidade Federal de Pelotas 
Prof. Dr. Antonio Carlos Frasson – Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Prof. Dr. Antonio Isidro-Filho – Universidade de Brasília 
Profª Drª Cristina Gaio – Universidade de Lisboa 
Prof. Dr. Constantino Ribeiro de Oliveira Junior – Universidade Estadual de Ponta Grossa 
Profª Drª Daiane Garabeli Trojan – Universidade Norte do Paraná 
Prof. Dr. Darllan Collins da Cunha e Silva – Universidade Estadual Paulista 
Profª Drª Deusilene Souza Vieira Dall’Acqua – Universidade Federal de Rondônia 
Prof. Dr. Eloi Rufato Junior – Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Prof. Dr. Fábio Steiner – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul 
Prof. Dr. Gianfábio Pimentel Franco – Universidade Federal de Santa Maria 
Prof. Dr. Gilmei Fleck – Universidade Estadual do Oeste do Paraná 
Profª Drª Girlene Santos de Souza – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia 
Profª Drª Ivone Goulart Lopes – Istituto Internazionele delle Figlie de Maria Ausiliatrice 
Profª Drª Juliane Sant’Ana Bento – Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
Prof. Dr. Julio Candido de Meirelles Junior – Universidade Federal Fluminense 
Prof. Dr. Jorge González Aguilera – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Profª Drª Lina Maria Gonçalves – Universidade Federal do Tocantins 
Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federal do Rio Grande do Norte 
Profª Drª Paola Andressa Scortegagna – Universidade Estadual de Ponta Grossa 
Profª Drª Raissa Rachel Salustriano da Silva Matos – Universidade Federal do Maranhão 
Prof. Dr. Ronilson Freitas de Souza – Universidade do Estado do Pará 
Prof. Dr. Takeshy Tachizawa – Faculdade de Campo Limpo Paulista 
Prof. Dr. Urandi João Rodrigues Junior – Universidade Federal do Oeste do Pará 
Prof. Dr. Valdemar Antonio Paffaro Junior – Universidade Federal de Alfenas 
Profª Drª Vanessa Bordin Viera – Universidade Federal de Campina Grande 
Profª Drª Vanessa Lima Gonçalves – Universidade Estadual de Ponta Grossa 
Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme – Universidade Federal do Tocantins 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG) 
F981 Fundamentos da enfermagem [recurso eletrônico] / Organizadora 
Michelle Thais Migoto. – Ponta Grossa (PR): Atena Editora, 
2019. – (Fundamentos da Enfermagem; v. 1) 
Formato: PDF 
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader 
Modo de acesso: World Wide Web 
Inclui bibliografia. 
ISBN 978-85-7247-114-5 
DOI 10.22533/at.ed.145221202 
1. Enfermagem. 2. Enfermagem – Prática. I. Migoto, Michelle
Thais. II. Série. 
CDD 610.73 
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422 
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de 
responsabilidade exclusiva dos autores. 
2019 
Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos 
autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. 
www.atenaeditora.com.br 
APRESENTAÇÃO 
A obra Fundamentos de Enfermagem, publicação da Editora Atena, foi organizado 
em três volumes com o objetivo de trazer estratégias que implementem a qualidade da 
assistência à saúde, sobretudo da atuação da Enfermagem. 
No volume 1, será apresentado 28 capítulos que discorrem sobre pesquisas 
relativas à temática de saúde materna e infantil. Ela envolve assuntos sobre a 
promoção e manutenção do bem-estar físico e social das mulheres que perpassam o 
período gestacional. Inclui o período pré-natal, a assistência ao parto humanizado, ao 
recém-nascido e a lactentes. 
Em relação ao atendimento pré-natal a obra busca refletir sobre a importância 
da educação em saúde as gestantes, ações para as práticas alimentares e o cuidado 
à mulher. Destaca como assuntos importantes as situações de alto risco, como a 
hipertensão arterial durante a gestação, condição importante e prevalente as mulheres 
na atualidade. 
Reforça as estratégias que qualificam o pré-natal, implementando a qualidade da 
assistência, e assim favorecer a chegada de um parto saudável, com destaque para 
as práticas humanizadas como a consulta pré-parto, o parto domiciliar, as estratégias 
não-farmacológicas de alívio da dor e a evitabilidade do trauma perineal. 
Todavia, estas condições refletem sobre a situação de saúde do recém-nascido, 
que pode evoluir para condições normais de adaptação extra-uterina, como também 
as condições de risco e adoecimento que o levam a necessitar de internação em 
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. 
E ainda, para favorecer a qualidade de vida de recém-nascidos, a promoção ao 
aleitamento materno deve ser fortemente incentivada tanto a mães de recém-nascido 
nascidos a termo, como sobretudo os prematuros. Destaca-se além do incentivo, a 
estrutura para o aleitamento materno de prematuros que necessita da adaptação de 
instituição pelo funcionamento dos bancos de leite. Ainda neste volume uma breve 
reflexão em torno de assuntos como o aborto, o luto e as emergências.
Michelle Thais Migoto
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 1
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE DIREITOS DAS GESTANTES COMO 
FERRAMENTA DE EMPODERAMENTO FEMININO
Julia Souza Da Silva 
Jane Baptista Quitete 
Thamara Canto Reis 
Alex Peixoto 
Julianne De Lima Sales
DOI 10.22533/at.ed.1452212021
CAPÍTULO 2 ................................................................................................................ 6
PRÁTICAS ALIMENTARES NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DA 
ETNOENFERMAGEM
Aline Amorim da Silveira
Everton Ferreira Lemos
DOI 10.22533/at.ed.1452212022
CAPÍTULO 3 .............................................................................................................. 16
ALIMENTOS GRAVÍDICOS: CUSTEIO DO PRÉ NATAL DA GESTANTE POR VIA JUDICIAL A LUZ 
DA LEI 11.804/2008
Gabriel Barbosa Ramos
Iara Barbosa Ramos
Pamella Aline Miranda Teodoro
Claudio Francisco Bernardinis Junior
Diane Xavier dos Santos
DOI 10.22533/at.ed.1452212023
CAPÍTULO 4 .............................................................................................................. 27
TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO CUIDADO A MULHER QUE VIVE UM PROCESSO 
REPRODUTIVO DE ALTO RISCO
Edilene Gianelli Lopes
Renata Cristina Teixeira
Rosa Lúcia Rocha Ribeiro
DOI 10.22533/at.ed.1452212024
CAPÍTULO 5 .............................................................................................................. 41
A HIPERTENSÃO ARTERIAL MATERNA DURANTE A GESTAÇÃO PODE INDUZIR HIPERTENSÃO 
NA PROLE? 
Sonia Regina Jurado 
Maria Eduarda Pascoaloto da Silva
DOI 10.22533/at.ed.1452212025
CAPÍTULO 6 .............................................................................................................. 50
SÍNDROME HIPERTENSIVA ESPECIFICA DA GRAVIDEZ (SHEG): FATORES DE RISCO DURANTE 
O CICLO GRAVÍTICO PUERPERAL
Lizandra Leal De Sousa
Jessica Karine Baginski
Danielly Souza Simão
Larissa Inajosa De Moraes
Alessandra Inajosa Lobato
DOI 10.22533/at.ed.1452212026
CAPÍTULO 7 .............................................................................................................. 56
A REDUÇÃO DA SÍNTESE DE ÓXIDO NÍTRICO DURANTE GESTAÇÃO PREJUDICA A 
MICROVASCULATURA CARDÍACA NEONATAL
Sonia Regina Jurado 
Maria Eduarda Pascoaloto da Silva
DOI 10.22533/at.ed.1452212027
CAPÍTULO 8 ..............................................................................................................68
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTAÇÃO DE ALTO RISCO: ESTUDO DE CASO
Cristiane de Paula Lucio
Mirane Morais
Thamara de Souza Campos Assis
DOI 10.22533/at.ed.1452212028
CAPÍTULO 9 .............................................................................................................. 76
 IMPLANTAÇÃO DA CONSULTA DE 37ª SEMANAS DE GESTAÇÃO PELA ENFERMEIRA OBSTETRA
Stella Maris Baron Beggi Ribeiro 
DOI 10.22533/at.ed.1452212029
CAPÍTULO 10 ............................................................................................................ 89
ANÁLISE DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL PARA O DESFECHO DO PARTO SAUDÁVEL
Gracimary Alves Teixeira
Alessandra Vasconcelos de Sena
Pamela Cândido de Morais
Tassia Regine de Morais Alves
Jovanka Bittencourt Leite de Carvalho 
DOI 10.22533/at.ed.14522120210
CAPÍTULO 11 ............................................................................................................ 99
PARTO DOMICILIAR PLANEJADO: FENOMENOLOGIA HEIDEGGERIANA COMO POSSIBILIDADE 
PARA O CUIDADO DA ENFERMAGEM OBSTÉTRICA
Ludimila Brum Campos
Anna Maria de Oliveira Salimena 
Thais Vasconselos Amorim
Zuleyce Maria Lessa Pacheco
Valdecyr Herdy Alves
Ívis Emília de Oliveira Souza
DOI 10.22533/at.ed.14522120211
CAPÍTULO 12 .......................................................................................................... 111
RELATO DE EXPERIÊNCIA: “SENSIBILIZAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM PARA UMA 
ATENÇÃO HUMANIZADA NA ASSISTÊNCIA AO PARTO E NASCIMENTO”
Claudia Conceição Coelho do Nascimento 
Bianca Gomes da Silva 
Marcia Villela Bittencourt
Catia Regina Di’matteu Paulo 
Claudia Lima Oliveira
DOI 10.22533/at.ed.14522120212
CAPÍTULO 13 .......................................................................................................... 122
MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS NO CONTROLE DA DOR NO TRABALHO DE PARTO E 
PARTO: UMA AÇÃO DO ENFERMEIRO 
Marjorie Max Elago 
Luana de Oliveira Silva 
Suelen Garcia 
Viviane Lourenço
DOI 10.22533/at.ed.14522120213
CAPÍTULO 14 .......................................................................................................... 136
PLANEJAMENTO E GESTÃO EM SAÚDE DA MULHER: HUMANIZAÇÃO DO PARTO E DO 
NASCIMENTO
Marcella Leal Crispim de Carvalho
Lacita Menezes Skalinski
DOI 10.22533/at.ed.14522120214
CAPÍTULO 15 .......................................................................................................... 152
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PUÉRPERAS SOBRE O TRABALHO DE PARTO VIVIDO 
Michelle Araújo Moreira
Thaís Lima Ferreira
DOI 10.22533/at.ed.14522120215
CAPÍTULO 16 .......................................................................................................... 167
TRAUMA PERINEAL ASSOCIADO AO PESO DO RECÉM-NASCIDO E POSIÇÃO MATERNA NO 
PARTO
Márcia Juliana Mello da Silva
Maria Cristina Gabrielloni 
Flavia Westphal
Patrícia de Souza Melo
Márcia Massumi Okada
Mariana Mafra Sarmento Santos
DOI 10.22533/at.ed.14522120216
CAPÍTULO 17 .......................................................................................................... 181
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DA ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO NO MUNICÍPIO DE RIO 
DAS OSTRAS/RJ
Julianne de Lima Sales
Virginia Maria de Azevedo Oliveira Knupp
Daniela Pereira Martins
Jane Baptista Quitete
DOI 10.22533/at.ed.14522120217
CAPÍTULO 18 .......................................................................................................... 188
HIPERBILIRRUBINEMIA NO NEONATAL: TRATAMENTO COM FOTOTERAPIA 
Lizandra Leal De Sousa
Jessica Karine Baginski
Danielly Souza Simão
Larissa Inajosa De Moraes
Alessandra Inajosa Lobato
DOI 10.22533/at.ed.14522120218
CAPÍTULO 19 .......................................................................................................... 193
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM NEONATO COM OSTEOGÊNESE 
IMPERFEITA E SUA FAMÍLIA INTERNADO EM UMA UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS 
NEONATAL
Nataly Mesquita Cardoso
Marisa Rufino Ferreira Luizari
Renata Teles da Silva
Luciane Figueiredo Mendes
DOI 10.22533/at.ed.14522120219
CAPÍTULO 20 .......................................................................................................... 204
IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO BANCO DE LEITE HUMANO PARA NEONATOS INTERNADOS 
EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Cleciana Bezerra de Sá
Gabriele da Silva Santos
Itayanne Santos de Jesus
Samilla Leal do Nascimento
Suelen Nunes Valverde
Rosália Teixeira Luz
DOI 10.22533/at.ed.14522120220
CAPÍTULO 21 .......................................................................................................... 214
A YOGA COMO RECURSO TERAPÊUTICO JUNTO AO APOIO À AMAMENTAÇÃO: UMA REVISÃO 
INTEGRATIVA
Camila Clara Viana de Aguiar
Valdecyr Herdy Alves
Maria Bertilla Lutterabch Riker
Giovanna Rosario Soanno Marchiori
Felipe de Castro Felicio
DOI 10.22533/at.ed.14522120221
CAPÍTULO 22 .......................................................................................................... 229
ORIENTAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO NA IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO PARA 
PRIMIGESTAS COM BEBES INTERNADOS EM utiN’S
Cristiane França de Oliveira 
Adriana da Mata Silva Macário
Bertha Lúcia Costa Borges da Silva
Glauce Sueline de Siqueira
Felipe César Veloso de Oliveira 
Ivonete Moreira Afonso Teixeira 
DOI 10.22533/at.ed.14522120222
CAPÍTULO 23 .......................................................................................................... 244
BOAS PRÁTICAS EM ALEITAMENTO MATERNO EM UM AMBULATÓRIO PEDIÁTRICO
Eliza Cristina Macedo
Juliana Oliveira Diogo Cardoso
Karinne Antunes Cardoso Cicero 
Luana Pacheco De Moraes Barbosa Leite.
Leila Rangel da Silva
Inês Maria Meneses dos Santos
Melina Nascimento Silveira
Maria Natália Ramos
DOI 10.22533/at.ed.14522120223
CAPÍTULO 24 .......................................................................................................... 249
PERFIL DA AMAMENTAÇÃO EM LACTANTES ATENDIDAS NA REDE BÁSICA DE SAÚDE DO 
MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ – RO
Francieli Carniel 
Isabele Ferreira Lisboa
Jaqueliny dos Reis Vaz
DOI 10.22533/at.ed.14522120224
CAPÍTULO 25 .......................................................................................................... 262
LUTO MATERNO – BASES PARA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA
Jannyne Dos Santos Zuzarte 
Jaci Santos Galo
Inês Maria Meneses Dos Santos 
Danielle Alves Mendonça Coutinho 
 Suzielly Ramos Barbosa Lima Xavier 
Camila Muniz Frossard
DOI 10.22533/at.ed.14522120225
CAPÍTULO 26 .......................................................................................................... 264
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NA GESTANTE: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
Ana Laura Biral Cortes
Andreia Pereira Escudeiro
Jaci Santos Galo
Zenith Rosa Silvino
Priscila da SilvaLopes Pereira
DOI 10.22533/at.ed.14522120226
CAPÍTULO 27 .......................................................................................................... 274
PERCEPÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM FRENTE AO ABORTAMENTO LEGAL 
NURSING PROFESSIONAL PERCEPTION BEYOND LEGAL ABORTION
Emília Cervino Nogueira
Aline Carla da Rocha Souza
Danielly de Sousa Cavalcante
DOI 10.22533/at.ed.14522120227
CAPÍTULO 28 .......................................................................................................... 289
VIVÊNCIAS DE ACADÊMICOS ACERCA DA UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS NÃO INVASIVAS 
DURANTE O TRABALHO DE PARTO EM UMA MATERNIDADE NA AMAZÔNIA: CUIDADOS 
SUSTENTADOS PELA TEORIA AMBIENTALISTA DE FLORENCE NIGHTINGALE
Rosilda Alves da Silva Isla Chamilco
Ingrid Souza Reis Santos
Raissa dos Santos Flexa
Larissa Duarte Ferreira
DOI 10.22533/at.ed.14522120228
SOBRE A ORGANIZADORA ................................................................................... 296
Fundamentos da Enfermagem 1Capítulo 1
CAPÍTULO 1
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE 
DIREITOS DAS GESTANTES COMO FERRAMENTA 
DE EMPODERAMENTO FEMININO
Julia Souza Da Silva 
Universidade Federal Fluminense – Rio das 
Ostras - RJ
Jane Baptista Quitete 
UniversidadeFederal Fluminense – Rio das 
Ostras - RJ
Thamara Canto Reis 
Universidade Federal Fluminense – Rio das 
Ostras - RJ
Alex Peixoto 
Universidade Federal Fluminense – Rio das 
Ostras - RJ
Julianne De Lima Sales
Universidade Federal Fluminense – Rio das 
Ostras - RJ
RESUMO: O empoderamento das gestantes 
deve ser construído durante toda a gestação, 
permitindo que ela tenha conhecimento dos 
seus direitos e saiba como reivindicar caso 
este não seja cumprido. É imprescindível 
informar que o corpo feminino é preparado 
para parir e o quanto mais natural for este 
momento maior serão os benefícios para ela 
e seu bebê. Deste modo, o objeto de estudo 
foi definido como: Conhecimento de gestantes 
acerca de seus direitos sociais e trabalhistas. 
O objetivo geral deste estudo é: Avaliar o 
conhecimento de gestantes acerca de seus 
direitos sociais e trabalhistas. São objetivos 
específicos: Realizar atividade de educação 
em saúde às mulheres usuárias dos serviços 
do Sistema Único de Saúde (SUS) do município 
de Casimiro de Abreu sobre direitos sociais e 
trabalhistas. Trata-se de uma pesquisa de 
natureza qualitativa, descritiva e exploratória, 
realizada em três unidades de Estratégia 
de Saúde da Família (ESF) do município de 
Casimiro de Abreu, baixada litorânea do estado 
do Rio de Janeiro. Os resultados sugerem que 
os conhecimentos sobre os direitos sociais 
e trabalhistas das gestantes, na população 
avaliada, é independente de fatores como 
idade, escolaridade, idade gestacional ou 
números de consultas. Neste sentido concluiu-
se que as atividades de educação em saúde 
tornam-se aliadas dos profissionais de saúde na 
construção de uma população mais informada 
e capaz de reivindicar os seus direitos como 
também cumprir os seus deveres perante a 
sociedade a qual estão inseridos.
PALAVRAS-CHAVES: Gestante, Saúde da 
mulher, Educação em saúde. 
ABSTRACT: Empowerment of pregnant women 
should be built throughout the entire pregnancy, 
in order to allow them to be aware of their rights 
and know how to claim if it is not fulfilled. It is 
essential to inform that the female body is 
prepared to give birth and the more natural this 
moment is the greater will be the benefits for her 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 1 2
and her baby. Therefore, the object of this study was defined as: Knowledge of pregnant 
women about their social and labor rights. The general objective is: To evaluate the 
knowledge of pregnant women about their social and labor rights. The specific objectives 
are: To carry out health education activities on social and labor rights for women that are 
users of the Sistema Único de Saúde (SUS) of the municipality of Casimiro de Abreu. 
This is a qualitative, descriptive and exploratory research carried out in three Estratégia 
de Saúde da Família (ESF) units in the municipality of Casimiro de Abreu, at the state 
of Rio de Janeiro. The results suggest that the knowledge about the social and labor 
rights of pregnant women in the population evaluated is independent of factors such 
as age, schooling, gestational age or numbers of appointments. In this regard, it was 
concluded that health education activities become allied to health professionals in the 
development of a more informed population that’s capable of claiming their rights as 
well as fulfilling their duties to the society to which they are inserted.
KEYWORDS: Pregnant woman, Women’s health, Health education.
1 | INTRODUÇÃO
O empoderamento das gestantes deve ser construído durante toda a gestação, 
permitindo que ela tenha conhecimento dos seus direitos e saiba como reivindicar 
caso este não seja cumprido. É imprescindível empoderar que o corpo feminino 
foi preparado para parir e o quanto mais natural for este momento maior serão os 
benefícios para ela e seu bebê. A Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da 
Mulher reafirma e assegura uma assistência integral e humanizada a população, 
comprometendo-se a garantir acesso às ações e aos serviços de saúde nos três níveis 
de assistência; acolhimento respeitoso e participação nos processos de decisão em 
todos os momentos do atendimento (BRASIL, 2004). Com esse novo olhar humanizado 
e no intuito de garantir o acesso integral à saúde da mulher em todas as suas fases da 
vida, começaram a surgir políticas públicas que buscavam atender a mulher de acordo 
com a necessidade especifica do momento de vida. Nesta nova perspectiva de ofertar 
um atendimento especializado e digno para as mulheres, e fazer com que esta tenha 
conhecimento e atuação na sua vida e saúde, surgiu o conceito de empoderamento, 
que segundo seu significado se refere ao ato de dar ou conceder poder a si próprio 
ou para outrem. A partir do seu sentido figurado, empoderar representa a ação de 
atribuir domínio ou poder sobre determinada situação, condição ou característica, 
dar ou adquirir poder ou mais poder (HOLANDO, 2008). A motivação para realização 
desta pesquisa surgiu no decorrer das atividades acadêmicas da autora, onde pode 
perceber, mesmo que por um curto período, que gestantes e puérperas desconheciam 
os seus direitos e apresentavam muitas dúvidas sobre o que é correto e permitido por 
lei. A maioria das dúvidas estavam relacionadas: ao direito de ter um acompanhante 
no momento do parto; licença maternidade; amamentação; consultas e exames de 
pré-natal; procedimentos que podem ser realizados no momento do parto; entre outras 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 1 3
dúvidas que poderiam ser sanadas em atividades educativas coletivas promovidas 
pela equipe de saúde dos serviços. Ademais, veicular informação para que as mulheres 
gestantes é uma ferramenta de empoderamento sobre os seus direitos e sobre a sua 
saúde. Fornecer informações ajudará as gestantes na tomada de decisões de forma 
critica e não baseadas em conhecimento empírico. Sendo assim, surgiram alguns 
questionamentos que delinearam a realização desta pesquisa: A mulher gestante 
tem conhecimento dos direitos que lhe são concedidos por lei? O conhecimento das 
gestantes sobre os direitos sociais e trabalhistas tem alguma relação com o nível de 
escolaridade destas? Todas as gestantes que trabalham com carteira assinada tem 
conhecimento dos seus direitos trabalhistas? A gestante estudante tem conhecimento 
dos direitos específicos a ela? Objetivo: Avaliar o conhecimento de gestantes acerca 
de seus direitos sociais e trabalhistas
2 | MÉTODO
Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, descritiva e exploratória, 
realizada em três unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município 
de Casimiro de Abreu, baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro. As unidades 
de saúde foram escolhidas por já terem sido campo de estudo prático e de estágio 
supervisionado da pesquisadora durante o Curso de Graduação em Enfermagem da 
Universidade Federal Fluminense (UFF), Campus Rio das Ostras/RJ. As unidades 
escolhidas para a realização da pesquisa foram: ESF Palmital, ESF Autoepsom 
Diniz de Carvalho e ESF Pastor Odino Miranda. Vale ressaltar que esta pesquisa foi 
apresentada à direção das unidades de saúde, tendo sido aceita. A coleta dos dados 
ocorreu entre os meses de março e abril de 2017. A data e horário para a realização 
da coleta de dados foi agendada previamente com os enfermeiros responsáveis pelas 
unidades, visto que a coleta de dados ocorreu antes e após uma atividade educativa, 
sobre direitos da gestante, destinada as participantes da pesquisa e realizada pela 
pesquisadora. Utilizou-se como recurso didático/pedagógico slides apresentados 
em retroprojetor e os testes aplicados, além dos Termos de Consentimento Livre 
Esclarecido (TCLEs), sendo que uma cópia foi disponibilizada para cada participante. As 
participantes da pesquisa foram gestantes que realizavam suas consultas de pré-natal 
nas unidades selecionadas, maiores de 18 anos independente nível de escolaridade 
e idade gestacional. Para a coleta dos dados foi utilizado um instrumento de coleta de 
dados do tipoquestionário preenchido pelas participantes do estudo. O questionário 
foi aplicado em dois momentos, antes e após a realização da atividade educativa, e 
enquadrava 21 afirmações utilizando a escala de Likert, Neste as gestantes pontuavam 
os seus conhecimentos de 1 a 5, sendo 1 - desconheço totalmente, 2 – desconheço 
parcialmente, 3 – indeciso, 4 - conheço parcialmente, 5 - conheço totalmente. As 
afirmações do questionário foram elaboradas com o apoio de atuais documentos 
legais sobre direitos trabalhistas e sociais das mulheres gestantes. Esta pesquisa foi 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 1 4
submetida a apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário 
Antônio Pedro em dezembro de 2016 sob CAAE nº 65897916.8.0000.5243. A análise 
dos dados foi realizada logo após o início da coleta dos dados e utilizou como 
referencial teórico Bardin (1979). Os dados coletados foram comparados antes e 
após a aplicação da atividade educativa, e analisados sob a ótica das variáveis: idade, 
nível de escolaridade e profissão, idade gestacional e quantidade de consultas de pré-
natal. Esta produção acadêmica está inserida na linha de pesquisa: “Direitos sexuais 
e reprodutivos na atenção ao parto e nascimento”, do Grupo de pesquisa denominado 
Laboratório de Estudos sobre Mulheres e Enfermagem/LEME/REN/Campus Rio das 
Ostras. 
3 | RESULTADOS
A atividade educativa durou cerca de duas horas, participaram das atividades 
de exposição dialogada 13 gestantes, as mesmas tinham entre 18 e 35 anos tento 
uma idade média de 25 anos. Dentre as profissões das gestantes que participaram 
das atividades 8 (oito) eram do lar, 1(uma) auxiliar administrativa, 1(uma) balconista, 
1 (uma) operadora de caixa, 1 (uma) jardineira e 1 (uma) babá. Apesar de 5 (cinco) 
gestantes terem profissões, apenas 3 (três) tinham vínculo empregatício por carteira 
assinada, tendo 2 (duas) trabalho informal. Todas as gestantes eram alfabetizadas os 
anos de estudos variavam entre 5 a 11 anos, tendo uma média de 8.6 anos de estudos. 
Dentre as gestantes que participaram da pesquisa quatro eram primíparas e nove 
eram multíparas, sendo que seis haviam sido submetidas somente parto por cesárea, 
duas ao parto normal e uma ao parto normal e cesárea. A idade gestacional variou 
entre 6 e 40+3 semanas, tendo gestantes que estavam em sua primeira consulta de 
pré-natal e outras que estavam na 12ª consulta. Em relação aos testes aplicados, 
em um total de 273 (duzentos e setenta e três) respostas pré (azul) e pós (vermelho) 
testes. Pode-se identificar que nas respostas pré-teste havia 46 (quarenta e seis) 
desconheço totalmente (1), 14 (quatorze) desconheço parcialmente (2), 20 (vinte) 
indeciso (3), 34 (trinta e quatro) conheço parcialmente (4) e 159 (cento e cinquenta 
e nove) conheço totalmente (5). Já nas respostas pós-teste pode-se identificar uma 
mudança nas respostas das gestantes sendo 7 (sete) desconheço totalmente (1),1 
(um) desconheço parcialmente (2), 0 (zero) indeciso (3), 0 (zero) conheço parcialmente 
(4) 265 (duzentos e sessenta e cinco) conheço totalmente (5). Os resultados dos pós-
testes comprovaram que a mudança no conhecimento da gestante pode ocorrer de 
forma simplificada com a realização de grupos onde as gestantes esclarecem dúvidas 
recebem novos conhecimentos. Foi comprovado que este conhecimento independe de 
fatores como idade, escolaridade, idade gestacional ou números de consultas tratando-
se, portanto, de um assunto que deve ser sempre abordado independentemente do 
histórico social, cultural e racial da mulher. 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 1 5
4 | CONCLUSÃO
O desenvolvimento do estudo possibilitou comprovar a hipótese da pesquisa de 
que as gestantes em sua maioria desconhecem os conhecimentos básicos a respeito 
dos seus direitos, e de que uma atividade de educação em saúde pode contribuir 
para a mudança deste quadro sendo realizadas primordialmente durante o pré-natal 
por ser o momento em que as gestantes mantêm o contato por mais tempo com os 
serviços de saúde. A relevância da temática deste estudo evidencia-se a necessidade 
da investigação das causas do déficit de informações das gestantes durante o 
acompanhamento pré-natal e quais são as possíveis ações que os profissionais de 
saúde que atuam na porta de entrada dos serviços podem exercer para suprir as 
necessidades de informações das gestantes atendidas no Sistema Único de Saúde 
(SUS). Neste sentido as atividades de educação em saúde tornam-se aliadas dos 
profissionais de saúde na construção de uma população mais informada e capaz de 
reivindicar os seus direitos como também cumprir os seus deveres perante a sociedade 
a qual estão inseridos. Contribuições e/ou implicações para a enfermagem obstétrica: 
A pesquisa apontou o quanto pode ser relevante a atuação da enfermagem obstétrica 
no que diz respeito as atividades de educação em saúde, em especial na construção 
do empoderamento das gestantes acerca de seus direitos sociais, educacionais e 
trabalhistas como uma ferramenta de cidadania das usuárias
REFERÊNCIAS 
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução de Luis Antero Reto e Augusto Pinheiro. São Paulo: 
Edições 70. Livraria Martins Fontes; 1979.
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HOLANDO, A. B. Dicionário Aurélio. Curitiba: Positivo Editora; 2008. 
Fundamentos da Enfermagem 6Capítulo 2
PRÁTICAS ALIMENTARES NO CICLO GRAVÍDICO 
PUERPERAL: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DA 
ETNOENFERMAGEM
CAPÍTULO 2
Aline Amorim da Silveira
Everton Ferreira Lemos
RESUMO: A gestação e o puerpério constituem 
um período repleto de significados e é 
marcado por cuidados alimentares específicos. 
O objetivo deste estudo é de analisar as 
práticas alimentares de mulheres gestantes 
e puérperas e compreender as influências 
culturais neste período. Trata-se de um estudo 
qualitativo, do tipo etnoenfermagem, utilizando 
como referencial teórico a Teoria Cultural 
do Cuidado, proposto por Leninger (1985)1. 
Foram entrevistadas seis mulheres, gestantes 
e puérperas, e os resultados, advindo da 
transculturalidade, identificou a autonomia 
das mulheres desde a seleção, preparação 
e distribuição dos alimentos à família, 
destacando o preparo de acordo com o gostos 
e preferências do esposo e filhos; Mudanças 
de hábitos cotidianos, permitindo ao homem o 
protagonismo dos afazeres doméstico em meio 
ao novo cenário de vida; A globalização como 
ruptura das reuniões familiares durante as 
principais refeições; Identificação de mudanças 
alimentares para o período do ponto de vista 
nutricional; Mudanças de hábitos alimentares 
após o enfrentamento de morbidades adquiridas; 
Dicotomia entre os alimentos que contribui para 
o restabelecimento da saúde da mulher e a 
promoção de cuidados com os bebês. Estes 
achados, poderão contribuir para a assistência 
de enfermagem com uma visão holística, no 
que tange as práticas, o comportamento e os 
hábitos alimentares.
PALAVRAS - CHAVE: Alimentação; Gestação; 
Puerpério
ABSTRACT: Pregnancy and the postpartum 
period represent a period full of meanings and 
is marked by specific nutritional care. The aim 
of this study is to analyze the eating habits of 
pregnant women and mothers and understand 
the cultural influences in this period. This is a 
qualitative study of ethnonursing type, using as 
theoretical reference the Cultural Theory care 
proposed by Leninger (1985). six women were 
interviewed, pregnant and postpartum women, 
and the results arising from the transculturality 
identified the empowerment of women from 
the selection, preparation and distribution of 
food to the family, highlighting the preparation 
according to the tastes and preferences of 
the spouse and children; daily habits change, 
allowing the man the role of domestic chores 
amid the new scenario of life; Globalization 
as a rupture of family meetings during main 
meals; Identification offood changes for the 
period from the nutritional point of view; eating 
habits change after coping acquired morbidities; 
Dichotomy between food that contributes to 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 2 7
restoring the health of women and the promotion of care for the babies. These findings 
may contribute to nursing care with a holistic view, regarding the practices, behavior 
and eating habits.
KEYWORDS Food; Pregnancy; Puerperium
RESUMEN: La gestación y el puerperio constituyen un período repleto de significados 
y está marcado por cuidados alimentarios específicos. El objetivo de este estudio es 
analizar las prácticas alimentarias de mujeres gestantes y puérperas y comprender 
las influencias culturales en este período. Se trata de un estudio cualitativo, del tipo 
etnoenfermagen, utilizando como referencial teórico la Teoría Cultural del Cuidado, 
propuesto por Leninger (1985) 1. Se entrevistó a seis mujeres, gestantes y puérperas, 
y los resultados, proveniente de la transculturalidad, identificaron la autonomía de las 
mujeres desde la selección, preparación y distribución de los alimentos a la familia, 
destacando la preparación de acuerdo con los gustos y preferencias del esposo e 
hijos; Cambios de hábitos cotidianos, permitiendo al hombre el protagonismo de los 
quehaceres domésticos en medio del nuevo escenario de vida; La globalización como 
ruptura de las reuniones familiares durante las principales comidas; Identificación de 
cambios alimentarios para el período desde el punto de vista nutricional; Cambios de 
hábitos alimentarios después del enfrentamiento de morbilidad adquirida; Dicotomía 
entre los alimentos que contribuye al restablecimiento de la salud de la mujer y la 
promoción de cuidados con los bebés. Estos hallazgos, pueden contribuir a la 
asistencia de enfermería con una visión holística, en lo que se refiere a las prácticas, 
el comportamiento y los hábitos alimentarios.
PALABRAS CLAVE: Alimentación; Gestación; Puerperio
1 | INTRODUÇÃO
A gestação e o puerpério constituem um período de muitos significados e é 
marcado por cuidados alimentares específicos com atitudes que se modificam ao 
passar dos dias, seja ele antes ou depois do parto2.
Neste sentido, o comer torna-se um ato complexo e não significa apenas a 
ingestão de nutrientes, envolvendo valores culturais específicos3. Há um sistema de 
valores, de símbolos e significados que estão associados à dimensão do comer e que 
precisam ser compreendidos pelos profissionais de saúde, para melhor desenvolver 
as ações de acordo com cada necessidade, seja ela no ciclo gravídico puerperal, ou 
em pacientes submetidos a restrições alimentares.
Para Roberto da Matta (1986)4 existe uma distinção entre o que é comida e o que 
é alimento, em que “comida não é apenas uma substância alimentar, mas é também 
um modo, um estilo e um jeito de alimentar-se. [...] E o jeito de comer pode definir não 
apenas aquilo que é ingerido, mas também aquele que o ingere” (p. 56).
De acordo com Canesqui e Garcia (2005)5, se os profissionais de saúde desejam 
compreender como os saberes, representações e discursos fazem sentido para a 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 2 8
ação, será sempre importante, por um lado, reporta-los às necessidades cotidianas 
das pessoas e, de outro, às características e aos valores do seu grupo social e às suas 
relações sociais. Essa dicotomia, entre presente e passado, nos faz ter o interesse em 
aprofundar o conhecimento sobre as práticas alimentares de mulheres gestantes e 
(ou) puérpera, que vivenciam uma fase de constantes mudanças.
A importância deste estudo reside em seu potencial conhecimento advindo da 
transculturalidade, contribuindo para que a assistência de enfermagem realizada 
com mulheres gestantes e puérperas seja com uma visão holística, no que tange as 
práticas, o comportamento e os hábitos alimentares.
Nesta perspectiva o presente estudo tem por objetivo analisar as práticas 
alimentares, durante o ciclo gravídico puerperal, de mulheres gestantes e (ou) 
puérperas atendidas no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossiam/ HUMAP- 
EBSERH.
O objetivo do presente artigo é analisar as práticas alimentares, durante o ciclo 
gravídico puerperal, de mulheres gestantes e (ou) puérperas atendidas no Hospital 
Universitário Maria Aparecida Pedrossiam/ HUMAP- EBSERH.
2 | METODOLOGIA
Por meio da Teoria Cultural do Cuidado proposto por Leninger (1985), foi realizado 
um estudo com abordagem qualitativa, denominado Etnoenfermagem com mulheres 
gestantes e (ou) puérperas, sob a ótica de identificar as práticas alimentares das 
gestantes e ou puérperas, e apreender quais as influências culturais estão presentes 
no ciclo gravídico puerperal destas mulheres1.
Os cenários da pesquisa, foram o Centro Obstétrico e Alojamento conjunto do 
Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossiam (HUMAP/NHU-EBSERH), em 
Campo Grande, Mato Grosso do Sul e os domicílios das participantes. Foram elegidas 
mulheres, acima de 18 anos, grávidas ou no puerpério, que livremente aceitaram a 
participar das fases de observações participantes do estudo (primeira, segunda e 
terceira abordagem), as quais foram assistidas no período de dezembro de 2015 a 
fevereiro de 2016.
A escolha das mulheres foi realizada aleatoriamente conforme o censo diário 
disponível para assistência no HUMAP. As mulheres foram inicialmente abordadas 
(fase de observação participante - primeira abordagem) durante internação e/ou 
acolhimento, e após a apresentação da proposta do estudo e aceite delas, foram 
coletadas informações em instrumento próprio e realizados agendamentos de visitas 
domiciliares fase de observação (vínculo) e fase observação - participante - terceira 
abordagem).
Para a primeira abordagem foi utilizado um instrumento estruturado, com 
busca de informações sócio demográficas e obstétrica (Apêndice A). Para as visitas 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 2 9
domiciliares, foi utilizado instrumento semiestruturado (Apêndice B), e com a técnica 
de entrevista individual, com a utilização de gravador e diário de campo, foram colhidas 
as narrativas referente aos objetivos propostos.
Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, o número de sujeitos não é prioridade, 
mas sim, a intensidade das relações entre o pesquisador, os sujeitos participantes 
e os cenários da pesquisa. Desta forma, houve saturação dos dados coletados 
após a entrada da sexta participante, pois as informações obtidas por meio deste 
método atingiram esgotamento de dados, e muitas observações e relatos tornaram-se 
repetitivos.
Os dados colhidos na primeira fase foram organizados, analisados e apresentados 
de forma descritivas. Os dados da segunda fase registradas por meio de diário de 
campo, contribuiu para a apresentação do ambiente, da relação entre pesquisador 
- entrevistada e demais situações em que o gravador não foi possível identificar. 
Os dados semiestruturados, por meio das narrativas, foram transcritos na íntegra e 
realizado refinamento do conteúdo por meio de expressões-chaves exemplificadoras 
de ideias centrais e categorizados de acordo com a semelhança dos temas.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade 
Federal de Mato Grosso do Sul, sob número de parecer Nº 1.371.467
/2015.
3 | RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram abordadas oito mulheres, destas seis participaram das três fases da 
pesquisa. As demais, tiveram apenas a abordagem inicial e após tentativa por meio 
telefônico para agendamento da segunda e terceira fase não foram localizadas, e 
assim excluídas da análise. As narrativas colhidas foram divididas em temas centrais 
observados com maior frequência, como posicionamentos e valores no que se refere 
à prática da alimentação no ciclo gravídico e puerperal, e apresentados nos itens 
seguintes.
3.1 Alimentação familiar
A alimentação não é apenas a ingestão de quantidades de nutrientes e calorias 
para manter o funcionamento corporal em nível adequado. Antropólogos afirmamque 
o comer envolve a seleção, escolhas, ocasiões e rituais, com ideias e significados, 
interpretações de experiências e situações5.
Neste sentido os hábitos de consumo representam uma dimensão do “espaço 
social alimentar”, devendo ser estudados em sua totalidade, o que significa investigar 
não somente o registro de quantidades e frequências dos alimentos consumidos, mas 
as formas de cozinhar e de consumir6.
Comumente, em quase todas as sociedades do ocidente, tem sido atribuída 
à mulher a responsabilidade pela seleção, preparo e distribuição dos alimentos no 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 2 10
interior da família6.
“(...)Eu, sempre eu, eu compro, compro verdura, de verdura só tomate e alface, eu 
compro arroz, feijão, macarrão, carne e frango”. (E4)
Entretanto, é possível destacar que o novo cenário de vida, vivenciado por estas 
mulheres, sendo este o ciclo gravídico puerperal, possibilitou identificar a presença do 
homem na seleção e até mesmo no preparo destes alimentos para a família.
“(...) Agora, nesse primeiro mês de puerpério, eu faço a listinha, e ele vai, mais 
geralmente eu que gosto de ir, mas não tem problema, se não dá pra eu ir ele vai, 
tranquilamente, e
compra. Ele adora ir em sacolão, comprar fruta, verdura, legume...”. (E3)
“(...) E a noite geralmente ele quem faz” (E3)
“(...) Eu e meu esposo, uma vez ou outra que eu vou sozinha, mas a maioria das 
vezes sou eu e ele”. (E6)
No estudo realizado por Teykal e Rocha-Coutinho (2007), essa discussão sobre o 
novo cenário de vida, é possível identificar a dicotomia entre o pai tradicional, ou seja, 
aquele que não participa do cuidado com os filhos e o “novo” pai, que reflete a imagem 
do “novo” homem, de forma mais participativo nos afazeres domésticos e também nos 
cuidados e educação dos filhos, assim como em algumas situações presenciadas que 
evidenciam a presença dele na contribuição da seleção e origem dos alimentos7.
As mulheres, por sua vez, durante o preparo dos alimentos, normalmente 
realizam essa tarefa levando em consideração o gosto do marido e dos filhos e não o 
seu próprio gosto6.
“(...) Normalmente é eu, que já conheço um pouco mais os gostos, já opto pelo que 
ele quer de melhor né, mais fruta, bastante legume, bastante salada”. (E2)
A rotina alimentar das entrevistadas e de sua família, em sua maioria é composta 
por cinco a seis refeições diárias, entre elas o café da manhã, lanche, almoço, lanche 
da tarde e jantar. No decorrer das entrevistas, foi observado que as refeições em 
reuniões familiares ocorrem em menor frequência.
“(...) ele trabalha, e aí vem no horário de almoço, a gente almoça, à tarde quando 
ele volta, sempre tem que fazer lanche porque ele já volta com fome” (E1).
“No almoço só almoça eu e o bruno (esposo) os outros já comeram (familiares), 
porque ele chega tarde do serviço (E5).
A maioria das entrevistadas destacaram que durante a semana, as refeições da 
manhã e da tarde, não são realizadas junto aos membros do domicílio, uma vez que, 
a jornada de trabalho do chefe da família, da gestante, ou atividade escolar dos filhos, 
não permitem essa reunião.
“(...) Bom, de segunda a sexta normalmente eu almoço sozinha”. (E2)
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 2 11
“(...) Almoço sozinha e a janta é com ele”. (E3).
“(...) Quando eu to em casa eu almoço sozinha, porque meu marido ta trabalhando, 
mas durante a janta, ele já ta em casa aí eu janto com ele” (E4).
“O almoço é no meu trabalho, eles oferecem almoço, então almoço com minhas 
colegas de serviço, a janta é intercalado, por questão do serviço do meu esposo, o 
lanche é sozinha mesmo” (E6).
Moreira (2010), discute que a globalização tem contribuído para a hegemonia das 
culturas alimentares e consequente individualização do comportamento alimentar8. 
Para Collaço (2004), nos grandes centros urbanos, há uma tendência em que a 
refeição familiar, símbolo da vida doméstica, tenderá a ser semanal, e uma possível 
sincronização familiar para a realização da refeição deverá ocorrer no final de semana 
e, diariamente, quando a família se reunir para comer, será provavelmente para jantar9.
3.2 Alimentação e saúde na perspectiva do ciclo gravídico puerperal
Com o intuito de avaliar as práticas alimentares relacionadas a saúde durante 
o período gravídico puerperal, foi abordada questões que exemplificam as situações 
de mudanças alimentares no período. Questionadas sobre essa necessidade de 
mudanças, elas destacam:
“Com certeza, (...) eu tomava muito refrigerante, como a médica me passou que 
não podia, então tem que, seguir a recomendação da medica, é bom né” (E1)
“É com certeza, mas eu não consegui (risadas), (...)Eu acho que eu deveria ter 
deixado de tomar refrigerante, não deixei, deveria ter deixado de comer um pouco 
de doce, mas não consegui porque, eu sinto muita vontade de comer chocolate” 
(E4)
“ É procurar ser o mais saudável possível” (...) é tentei acrescentar mais fruta, 
porque antes não comia muita fruta, antes de eu saber que tava grávida, as vezes 
eu pulava o café da manhã, só o almoço aí não tinha lanche eu pulava só pra janta, 
ai não tinha janta eu comia uma besteirinha, agora alimentação é regrada café da 
manhã. Almoço um lanchinho e a janta (E6)
Em meio as narrativas, foi possível destacar que as mulheres vêem a 
necessidade de mudanças nos hábitos alimentares, substituindo alimentos do ponto 
de vista nutricional menos saudável por alimentos mais saudáveis. De modo geral, a 
preocupação por mudanças é perceptível, embora a tomada decisão em modificar os 
hábitos alimentares torna-se um ponto chave para discussão.
Jungues et al., (2014), discute que a não realização das refeições nos horários 
certos e a recusa de uma dieta saudável pode estar relacionado as mulheres que não 
aceitaram socialmente a gestação, simbolizando um desejo oculto de inviabiliza-la10.
Por outra perspectiva, as mudanças nos hábitos alimentares por dieta mais 
saudáveis, podem ocorrer após situações de pré-disposição às morbidades (ex. 
Diabetes Mellitus ou Hipertensão Arterial Sistêmica).
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 2 12
“ (...)eu tive problema com pressão, “diabetes”, tava meio alta, mas eu não tive 
caso de hipertensão nem diabetes na gestação, ela só oscilava bastante, então 
por isso que as vezes eu deixava um pouco a comida, optava pela salada e pelas 
frutas por causa disso, porque eu tava adquirindo muito peso e a bebe não” (E2).
Na presente narrativa, é possível destacar o processo saúde doença, o que 
permeia a interpretação sobre o desequilíbrio estabelecido pela má alimentação e sua 
influência no surgimento de co-morbidades. É importante destacar, que a situação 
de enfrentamento de doença ou pré-disposição, leva o indivíduo a reflexão sobre 
mudanças pontuais e longitudinais para o restabelecimento da saúde.
(...) comia muito fruta, manga, laranja, maçã, a bebê cresceu bastante por causa 
disso, muita fruta, muito legumes, na gestação, isso porque eu tive problema com 
pressão, diabetes, tava meio alta. Então eu tive que deixar um pouco as gordices, 
pizzas, massas, fritura, tudo que é muito gorduroso pra optar por uma alimentação 
mais light, saladas e legumes (E2).
De acordo com a VI Diretriz de Hipertensão Arterial Sistêmica (SBC, 2009a), a HAS 
na gestação é classificada em categorias de pré-eclâmpsia, eclâmpsia; pré- eclâmpsia 
superposta à hipertensão crônica; e hipertensão gestacional. A sua gravidade, no que 
tange à saúde materno fetal, poderá induzir as alterações metabólicas e vasculares, 
além do aumenta o risco de insuficiência placentária e consequentemente crescimento 
intrauterino restrito (CIUR)11.
Por outro lado, o Diabetes Mellitus, quando instalada na gestação pode promover 
o polidramismo nas gestantes e no feto a presença da macrossomia e hiperinsulinemia 
fetal12. Além de outras complicações como hiperbilirrubinemia, hipocalemia e retardo 
de crescimento intrauterino13.
Sobre os alimentos que foram considerados prazerosos por elas, como: “sorvete, 
pizzas,bolo de chocolate e refrigerante” (E1; E2; E5) tiveram destaque nas narrativas, 
sendo comuns nos hábitos alimentares. No entanto do ponto de vista nutricional, este 
padrão alimentar é preocupante, visto que pode levar ao excesso de peso e a maior 
probabilidade de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)14, além das possíveis 
complicações para com o concepto13, 11.
Em contrapartida, algumas entrevistadas destacaram alimentos como frutas, 
verduras e carnes, como sendo alimentos prazerosos e saudáveis.
“Gosto muito de frutas, frutinhas mais caras, mais gostosas, ameixa, melão, 
acontecia de eu trocar uma refeição da janta, por várias frutas, almoço também, 
já aconteceu muito de eu almoçar tarde por optar de comer né, duas, três, quatro 
laranja, as vezes até uma manga junto”. (E2)
“repolho refogado, couve flor, brócolis e carne com limao” (E6)
Dos alimentos menos prazerosos, destacam:
“Não como fígado, (...) jiló, abobora cabotiã, couve...(E2)
“Eu não gosto de jeito nenhum de beterraba, jiló, mais sei que tenho que comer 
e encaro como remédio” (E3). “Beterraba, cenoura, tudo quanto é verdura” (E5) 
“coisa amarga, (...) jiló (E6)
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 2 13
3.3 Alimentação, símbolos e crenças sobre alimentação
Os estudos de comunidade, destacado por Roberto da Matta (1986), enfoca 
a dimensão cultural da alimentação, manifestada por meio de crenças e tabus 
(proibições) associadas à gestação, ao parto e ao pós-parto4. Para Silva (2007), os 
tabus podem ser permanentes ou temporários, envolvendo restrições nos ciclos de 
vida ou associados a aspectos sociais e religiosos14.
Conforme as narrativas analisadas as restrições permearam momentos 
entre a gestação e o puerpério. Os relatos mostraram restrições relacionados ao 
comprometimento do concepto.
“Ai eu já ouvi umas coisa aí, de mamão aí eu fui ver que era conversa, porque fui 
pesquisar. Disseram que o mamão papaia, continha uma substancia que poderia 
ser abortiva. Aí falaram sobre café, chá mate leão, que é uma coisa que eu gosto 
muito, eu tive que parar, ou então beber bem pouquinho. (...) Ah! cafeína, não 
sei se é o sistema neurológico, refrigerante, questão dos ossos, do bebê, cólicas, 
essas coisas assim.... (E6).
As narrativas também destacaram restrições alimentares relacionadas a alimentos 
considerados, por elas, não saudáveis (frituras, massas, embutidos, e outros...) porém, 
envolvendo questões biomédicas para a interpretação desta proibição, durante a 
gestação e o puerpério.
No puerpério, evidenciou a existência de mudanças alimentares, permitindo 
associar a boa recuperação da puérpera, aumento do leite e o bem-estar do bebê. 
Neste sentido, a restrição de certos alimentos e a utilização de outros contribuem para 
esta nova fase de vida.
“No puerpério a gente escuta muito né, proibido, até me falaram eu vou te confessar 
que eu não to comendo, feijão, pra mim é um martírio. Não to comendo, durante 30 
dias, ta sendo um sacrifício. Me contaram que pode ser que dê muitos gazes, então 
eu prefiro não arriscar”. (E3)
Para Carraro (1997), o puerpério, na linguagem popular, é conhecido como o 
período do resguardo, pós-parto, dieta, quarentena, durando cerca de quarenta dias e 
é repleto de grande significação cultural15.
No que tange a produção do leite, símbolo do vínculo materno infantil, as 
narrativas analisadas permitiram discutir sobre a existência de alimentos que ajudam 
melhorar a quantidade de leite produzido.
“Acho que não vi aqui ainda, “pucheiro com fubá”. Fica mais grosso, aí diz que dá 
mais leite” (E1).
“Uma tia me passou, que é bom comer bastante canjica, fizeram uma panelada de 
canjica pra mim e eu comi até acabar aquela canjica, comi uns seis dias seguidos, 
até acabar, porque diz que aumenta o leite, então vamos comer” (E3).
A existência de alimentos que ajudam a recuperação da puérpera e estimula 
a produção do leite materno, também foi descrito em estudo etnográfico, realizado 
por Lemos et al. (2014)16, com mulheres indígenas de Mato Grosso do Sul, a qual 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 2 14
relatam o frango criado pela própria família, sendo o mais indicado para o consumo 
das puérperas, crianças, idosos e portadores de patologias, e o chá mate queimado 
com carvão para o aumento do leite.
Narrativas semelhantes foi identificada neste estudo, a qual aborda o frango 
caipira, como o mais indicado para uma melhor recuperação pós parto.
Não que tenham me falado, mas que eu tenha visto, tipo minha irmã teve neném e 
minha mãe não fazia outro tipo de comida pra ela a não ser caldo, caldo de frango 
caipira. (E4).
CONCLUSÕES
Este estudo identificou, por meio da transculturalidade, aspectos fundamentais 
das práticas alimentares relatadas pelas mulheres na gestação e puerpério.
Os relatos evidenciaram a autonomia das mulheres desde a seleção, preparação 
e distribuição dos alimentos à família, destacando o preparo de acordo com o gostos 
e preferências do esposo e filhos.
A existência de mudanças de hábitos cotidianos, a qual permitiu o homem tornar-
se o protagonista nos afazeres doméstico, ou ainda, auxiliar em conjunto com as 
mulheres na seleção e preparo dos alimentos, caracterizou um novo modo de vida 
contemporânea, permitindo a inserção do homem nos cuidados com a família.
A ruptura das reuniões familiares semanais durante as principais refeições, como 
consequência da globalização.
A identificação da necessidade de mudanças alimentares no ciclo gravídico 
puerperal, do ponto de vista nutricional, e as mudanças propriamente ditas, são 
elementos importantes para discussão, já que muitas vezes elas ocorrem após o 
enfrentamento de morbidades e não por reeducação alimentar, com vistas a prevenção.
Além disso a dicotomia entre os alimentos que contribui para o restabelecimento 
da saúde da mulher e a promoção de cuidados com os bebês são elementos repletos 
de valores simbólicos.
Estes achados, poderão contribuir para a assistência de enfermagem com uma 
visão holística, no que tange as práticas, o comportamento e os hábitos alimentares.
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Fundamentos da Enfermagem 16Capítulo 3
ALIMENTOS GRAVÍDICOS: CUSTEIO DO PRÉ NATAL 
DA GESTANTE POR VIA JUDICIAL A LUZ DA LEI 
11.804/2008
CAPÍTULO 3
Gabriel Barbosa Ramos
Universidade para o Desenvolvimento do Estado 
e da Região do Pantanal - UNIDERP, CAMPO 
GRANDE-MS
Iara Barbosa Ramos
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – 
UFMS, CAMPO GRANDE-MS
Pamella Aline Miranda Teodoro
Centro Universitário Anhanguera de Campo 
Grande, CAMPO GRANDE-MS
Claudio Francisco Bernardinis Junior
Centro Universitário da Grande Dourados - 
Unigran, CAMPO GRANDE-MS
Diane Xavier dos Santos
Centro Universitário Anhanguera de Campo 
Grande, CAMPO GRANDE-MS
RESUMO: A lei 11.804/2008 dispõe que a 
gestante possui a legitimidade ativa para 
propor uma ação alimentícia visando o amparo 
financeiro durante o seu pré-natal, podendo 
ser arcadas inclusive despesas como de 
enfermeiros obstetras e ginecologista para 
um acompanhamento específico a cada 
caso. A pesquisa teve o intuito de analisar 
as jurisprudências, acórdãos e artigos que 
possuem o tema de pensão alimentícia durante 
a gestação da requerente. Trata-se de uma 
pesquisa qualitativa que foi fundamentada e 
baseada no estudo dos julgamentos pelos 
nossos tribunais, doutrinas que baseiam nas 
decisões favoráveis as gestantes no início de 
sua gestação. Os alimentos de que trata esta lei 
compreenderão os valores suficientes para cobrir 
as despesas adicionais do período de gravidez 
e que sejam dela decorrentes, da concepção 
ao parto, inclusive os referentes à alimentação 
especial, assistência obstetrícia e psicológica, 
exames complementares, internações, parto, 
medicamentos, além de outras que o juiz 
considere pertinentes. Esta legislação permite 
a gestante que possui complicações na sua 
gestação e que é classificada como gestação 
de risco, solicite por ação judicial o custeio dos 
cuidados especiais pelo obstetra e juntamente 
com enfermeiro obstetra, tanto pelos cuidados 
especiais quanto pelos medicamentos e 
vitaminas essenciais para o perfeito nascimento 
da prole, a assistência é essencial para não 
ocorrer abortos espontâneos, sendo que a 
assistência da pensão durante a gestação 
é necessário, pois somente a judicialização 
de medicamentos para ser custeada pelo 
Estado não são suficientes, pois a gestante 
necessidade de apoio dos profissionais da área 
de obstetrícia.
PALAVRAS-CHAVE: Alimentos, Gravídicos, 
Pensão e Gravidez.
ABSTRACT: The law 11,804 / 2008 establishes 
that the pregnant woman has the active 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 3 17
legitimacy to propose a food action aiming at the financial support during her prenatal 
care, which may include expenses such as obstetricians and gynecologists for a 
specific follow-up in each case. The research had the aim to assess the jurisprudence, 
judgments and articles that have the theme of payment of alimony during the gestation 
of the applicant. It is a qualitative research that was grounded and based on the study 
of the judgments by our courts, doctrines that are based on the favorable decisions 
to the pregnant women in the beginning of their gestation. The foods covered by this 
law will include the sufficient values to cover the additional expenses of the period of 
pregnancy from conception to birth, including those referring to special diet, obstetrical 
and psychological care, complementary examinations, hospitalizations, childbirth, 
medicines, as well as others that the judge considers pertinent. This legislation allows 
the pregnant woman who has complications in her gestation and who is classified 
as a pregnancy of risk, request for judicial action the cost of special care by the 
obstetrician and along with the obstetrician nurse, both for the special care and for the 
medicines and essential vitamins for the perfect childbirth care, assistance is essential 
to avoid spontaneous abortions, and the assistance of the pension during pregnancy 
is necessary, since only the judicialisation of medicines to be financed by the State is 
not enough, since the pregnant need for support from the professionals of the area of 
obstetrics.
KEYWORDS: Legal aspects; Legal Assistance; Prenatal-Care 
1 | INTRODUÇÃO
A saúde materno-infantil é um dos eixos mais importantes da assistência do 
pré-natal. A qualidade da assistência dos profissionais de saúde e dos serviços de 
saúde são fatores de decisão de continuidade e permanência da gestante. Inclusive 
em relação no que tange a redução dos casos de mortalidade materna e perinatal 
(MEDEIROS JUNIOR et al., 2014; ALVES et. al., 2016; RAMOS et al., 2018).
No que tange a parte jurídica, a gestante tem garantias constitucionais próprias e 
se bem assessorada juridicamente durante a gestação acerca dos seus direitos, tem 
sua própria integridade física resguardada assim como para o nascituro (BANDEIRA, 
AURELIANO, VIEIRA, 2017).
Entende-se por nascituro, o ser humano já concebido, considerando o seu 
nascimento como certo e por isso possui seus direitos previstos em lei, tendo o 
artigo 2º do Código Civil (BRASIL, 2002) “A personalidade civil da pessoa começa 
do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do 
nascituro.”
Dessa forma, o nascituro, mediante a lei n° 11.804 de 5 de Novembro de 2008, 
tendo sua genitora como representante legal, terá seus direitos assegurados, desde o 
início da gestação.
As instituições de saúde, públicas e privadas devem garantir a gestante assistência 
livre de agravos e/ou complicações, tendo a família, o sistema de saúde e também as 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 3 18
esferas jurídicas participação no sucesso deste período (CARVALHO FILHA et al., 
2017).
Conforme Sílvio Rodrigues (2003, p. 308) os alimentos, como objeto de Direito 
seria uma prestação recebida por uma pessoa, em dinheiro ou em outra maneira 
de subsistência, para que possa atender às necessidades essências. Sendo assim, 
a palavra tem uma “expressão” muito mais abrangente do que na linguagem mais 
esdrúxula, em que significa o necessário para o sustento. Trata-se não só do sustento, 
mas, como também do vestuário, habitação, assistência médica em caso de doença, 
enfim de todo o necessário para atender às necessidades da vida; e, em se tratando 
de criança, abrange o que for preciso para sua instrução.
Assim como todo processo, os alimentos gravídicos trazem em seu escopo 
procedimentos especiais na própria lei nº 11.804/08, com o intuito de beneficiar a 
gestante e facilitar o acesso daquelas gestantes que tem receio de entrar na justiça 
com o medo de prejudicar-se com possível indenização por danos morais, pelo suposto 
pai, haja vista que é baseada nos indícios da paternidade.
O presente artigo tem como escopo a pesquisa sobre a alteração legislativa dos 
Alimentos Gravídicos da Lei n° 11.804 de 5 de Novembro de 2008, atribuindo direito 
à gestante para pleitear alimentos gravídicos, para a sua subsistência e da sua futura 
prole, consequentemente é uma inovação que visa à proteção do nascituro até antes 
de sua concepção, garantindo assim, o seu desenvolvimento saudável.
A lei nº 11.804/2008 dispõe que a gestante possui a legitimidade ativa para propor 
uma ação alimentícia visando o amparo financeiro durante o seu pré-natal, podendo 
ser arcadas inclusive despesas como de enfermeirosobstetras e ginecologista 
para um acompanhamento específico a cada caso. Tem como pressuposto jurídico 
a existência da paternidade e os critérios para sua concessão a necessidade da 
gestante e a possibilidade do suposto pai. Os alimentos gravídicos durarão todo o 
período da gravidez da futura prole e serão convertidos em pensão alimentícia no caso 
do nascimento com vida da criança. Restará somente para o seu o direito de reposta 
a ser exercido no prazo de 5(cinco) dias.
A Lei nº 11.804/2008 que trata do assunto dos alimentos gravídicos em seu art. 
2 da referida lei já se auto-define, sendo tratada como uma norma que compreende 
os valores suficientes para cobrir os gastos decorrentes do período de gestação, da 
concepção do nascituro ao parto, inclusive as referentes à alimentação especial, 
no caso de exemplos como gestantes que têm a restrição de lactose, sendo que 
devem cobrir os gastos do leite especial, assistência médica e psicológica, exames 
complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas 
e terapêuticas indispensáveis, além de outras que o juiz considere necessários para a 
concepção perfeita do nascituro.
É importante ressaltar, a inovação dessa nova lei dos alimentos gravídicos 
preencheu a lacuna na legislação anterior, sendo na fase de gestação quase impossível 
o auxílio-benefício em conta da gravidez, pois os exames periciais como, teste de 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 3 19
DNA, o resultado só sai, praticamente depois do nascimento.
2 | MÉTODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória realizada por meio de revisão 
bibliográfica. Baseada em lei própria, artigos correlacionados ao deslinde do processo 
alimentar. O período de consulta bibliográfica aconteceu de março de 2018 a agosto 
de 2018.
O levantamento do material bibliográfico, foram obrigatoriamente cumpridas às 
etapas como: seleção de publicações relevantes para a pesquisa, segundo o critério 
de inclusão; leitura seletiva, sendo visada aos objetivos da pesquisa; leitura analítica: 
análise comparativa das publicações escolhidas; leitura interpretativa, sendo abordada 
com maior precisão a efetiva razão da referida lei; raciocínio analítico, sendo ligados 
os conhecimentos já obtidos com as realizações da lei. Esse estudo foi elaborado 
segundo a normalização da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), NBR 
14724, NBR 6023.
3 | RESULTADOS
3.1 Definição de alimentos 
Alimentos são prestações para a satisfação das necessidades básicas de quem 
não pode provê-las unicamente. Têm por finalidade fornecer a um parente, cônjuge ou 
companheiro o necessário para à sua subsistência. Quanto ao conteúdo, abrangem 
o indispensável ao sustento, vestuário, habitação, assistência médica e instrução 
(BRASI, 2002; OLIVEIRA; BRITO, 2017).
Conforme Wald (2002, p.42):
A finalidade dos alimentos é assegurar o direito à vida, substituindo a assistência 
da família à solidariedade social que une os membros da coletividade, pois as 
pessoas necessitadas, que não tenham parentes, ficam, em tese, sustentadas pelo 
Estado.
Conforme Sílvio Rodrigues (2003, p. 308) os alimentos, como objeto de Direito, 
seria a prestação dada a uma pessoa, em dinheiro ou em espécie, para que possa 
atender às necessidades essências. Sendo assim, a palavra tem uma “expressão” muito 
mais abrangente do que na linguagem mais esdrúxula, em que significa o necessário 
para o sustento. Trata-se não só do sustento, mas, como também do vestuário, 
habitação, assistência médica em caso de doença, enfim de todo o necessário para 
atender às necessidades da vida; e, em se tratando de criança, abrange o que for 
preciso para sua instrução.
Em sentido amplo é a expressão denominativa que compreende não só os 
gêneros alimentícios, mas sim também os materiais necessários a manter a dupla 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 3 20
troca orgânica que constitui a vida vegetativa, incluindo remédios, vestuário e também 
a habitação.
Na visão jurídica, os alimentos seriam a obrigação recíproca de parentes 
prestarem ajuda de subsistência entre si. Assim, como os cônjuges ou companheiros 
também podem usufruir desse benefício, que nada mais é da garantia da mínima 
qualidade de vida prestada pelo aquele que detêm um maior poder aquisitivo para 
aquele que é insuficientemente incapaz de conseguir subsistência sozinha (OLIVEIRA; 
BRITO, 2017).
Têm caráter temporário, pois assim que a outra parte beneficiada consiga 
readequar um padrão sustentável de vida, esses alimentos terão um fim, assim como, à 
maioridade do filho menor, ou outros fatos modificativos como o ingresso na faculdade 
que requer ajuda alimentícia.
3.2 Definição dos alimentos gravídicos
A palavra gravidez tem a origem do latim gravis, e do adjetivo (pesado, cheio, 
carregado, prenhe, grave), assim embora controvertido até ao nome, a etimologia da 
palavra, conforme Dicionário Aurélio online (2018), significa a fase da gestação da 
mulher.
De expressão em sua nomenclatura, “gravídicos”, surgiu a complementação da 
lacuna que existia no ordenamento jurídico na parte do dever de subsidiar a alimentação 
e entre outras necessidades básicas vitais da futura prole.
Importante diferenciar os alimentos gravídicos do instituto da pensão alimentícia, 
vez que aquele se refere à destinação de simples comprovação de paternidade, 
entendida pelo juízo, e sendo esse o instituto de caráter de parentesco, casamento ou 
da união estável para a obtenção de proventos necessários à vida humana.
Venosa (2004, p.317) comenta sobre a legitimidade para a propositura da ação 
investigatória: 
São legitimados ativamente para essa ação o investigante, /geralmente menor, 
e o Ministério Público. O nascituro também pode demandar a paternidade, 
como autoriza o art. 1.609, parágrafo único (art. 26 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, repetindo disposição semelhante do parágrafo único do art. 357 do 
Código Civil de 1.916).
A referida lei 11.804/2008 dispõe que, a partir de agora, a gestante, também, 
começa a ter legitimidade ativa para propor uma ação de alimentos que visa o amparo 
monetário/financeiro às despesas do período de gravidez, sendo no final de sua 
gravidez, ou seja, concebido a prole, essa “pensão” para suas despesas, tornar-se-á 
pensão alimentícia para seu filho. 
A Lei nº 11.804/2008 que trata do assunto dos alimentos gravídicos em seu art. 2 
da referida lei já define e explique a sua existência:
Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir 
as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 3 21
concepção ao parto, inclusive as referentes à alimentação especial, assistência 
médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos 
e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, 
além de outras que o juiz considere pertinentes. 
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das 
despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando a contribuição 
que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de 
ambos. (BRASIL, 2008, p.1)
3.3 Histórico dos alimentos gravídicos
Os direitos dos alimentos estão integrados na base da Constituição federal em 
seu artigo 229 que impõe aos pais “o dever de assistir, criar educar os filhos menores” 
(BRASIL, 1988, pág. 69).
No Código Civil, em seus artigos 1.694 à 1.710, sucinta a abrangência também, 
da prestação alimentar, a obrigação entre pais e filhos e entre familiares, conforme o 
art. 1694 que diz:
Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os 
alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição 
social, inclusive para atender às necessidades de sua educação (BRASIL, 2007, 
pág. 301).
Nessas legislações são relacionadas somente por filiações de parentescos, 
sendo essa nova lei 11.804 sendo comparada com relaçõesde filiações, pelo menos 
no tocante de responsabilidade de alimentar.
3.4 Princípios e normas relacionadas à gestante
A Constituição Federal no art. 227, § 6º determina a igualdade substancial 
entre os filhos, proibindo toda e qualquer conduta discriminatória, materializando, de 
certo modo, o princípio da pessoa humana, iniciando uma nova fase de valores nas 
relações de parentesco, evidenciando o liame existente entre pais e filhos, eliminando 
o sistema do Código Civil de 1916, que privilegiava apenas os filhos nascidos dentro 
da relação do casamento, pois aparenta conter certa discriminação pelos filhos fora 
do casamento. 
A lei 10.804/2008 surge como mais uma norma na legislação em defesa dos 
direitos das gestantes sem suficiência de recursos de subsistência, destarte ressaltar 
a enorme importância para o direito da família que havia essa “lacuna”, no período 
de gestação. Porém, maior que o direito da gestante consiste na ideia de proteger o 
direito da criança como garantidor do direito à vida do feto. 
Não resta qualquer dúvida, pois, que a Lei dos Alimentos Gravídicos reflete, 
igualmente, em todo o seu teor a ética do cuidado, porque consegue dá ao nascituro o 
que é realmente dele, principalmente o direito à vida, para que ele possa dar seguimento 
ao seu destino após o seu nascimento. 
Destarte ressaltar o caso dos filhos socioafetivos que, embora não mencionados 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 3 22
em nenhum texto legal, apenas em doutrinas e algumas jurisprudências, merecem a 
mesma proteção e não podem ser discriminados em relação aos filhos biológicos.
Conforme a Lei nº 9.263/1996, a gestante tem direito a acompanhamento 
especializado durante a gravidez, a referida norma ainda garante que o Sistema 
Único de Saúde é obrigado a garantir que o parto seja saudável e de preferência que 
seja normal, inclusive garantia de acompanhamento no pós-parto com assistência do 
estado de risco puerperal.
A Lei n. 11.634/2007 impõe sobre o conhecimento prévio da maternidade 
que será utilizada no parto e da maternidade substituta nos casos de imprevistos e 
complicações do pré-natal.
A Lei nº 10.048/00 discorre sobre o atendimento prioritário à gestante e à lactante 
em hospitais, órgãos e empresas públicas e em bancos. 
A Portaria n. 569 /2000 do MS (Ministério da Saúde) cria o Programa de 
Humanização no Pré-natal e Nascimento, na esfera pública do Sistema Único de Saúde. 
Traz o embasamento técnico de qualidade da gestação, obrigação das unidades de 
saúde ao acompanhamento digno da gestante, diminuição de riscos da futura prole 
e da gestante com estipulação de um número mínimo de seis consultas de pré-natal. 
3.5 Procedimentos para os alimentos gravídicos
Procedimentos são as sequências de atos no processo, sendo específicos os 
procedimentos que levam consigo o fato de ser unicamente daquele processo, ou 
seja, meio utilizado unicamente para o ingresso da finalidade una de obtenção de um 
processo também específico.
Assim como todo processo, os alimentos gravídicos trazem em seu escopo 
procedimentos especiais na própria lei 11.804/08, com o intuito de beneficiar ainda 
mais a gestante e facilitar o acesso daquelas gestantes que tem receio de entrar na 
justiça com o medo de prejudicar-se com possível indenização por danos morais, haja 
vista que essa lei da mesma maneira que auxilia e beneficia a gestante, também 
prejudica o suposto pai.
O procedimento previsto na Lei 11.804/08, para ter a garantia e aplicação dos 
alimentos gravídicos à gestante, serão: Foro competente: Domicílio do alimentado, no 
caso, a autora da ação; Pressuposto exigido: Indícios de paternidade (podendo ser via 
testemunhal ou fotos comprobatórias); Critérios: Conforme a necessidade da gestante 
contra a possibilidade financeira do suposto pai; Duração: Somente no período da 
gravidez, uma vez que ocorrido o nascimento com vida, a pensão se converterá 
em pensão alimentícia, sendo esse processo realizado por outros procedimentos; 
Resposta do réu: Prazo de 5 dias; Incidência dos alimentos: Devidos desde o despacho 
da petição inicial.
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 3 23
3.6 Posicionamento contrário dos alimentos gravídicos
Pela nova legislação, um homem, poderá ser obrigado a efetuar o pagamento 
de pensão de Alimentos Gravídicos, por simples “indícios de paternidade” (artigo 6° 
da lei 11.804). Destarte ressaltar, num exemplo hipotético, uma mulher oriunda de 
um relacionamento frustrado com seu antigo parceiro e mantendo relações afetivas 
com outras pessoas, por fotos, irá conseguir comprovar os indícios de paternidade, 
vejamos nesse exemplo o homem, não é realmente o pai, mas, irá pagar tal pensão 
erroneamente, com cerceamento de defesa.
Conforme o artigo vetado n° 10 da Lei 11.804:
Em caso de resultado negativo do exame pericial de paternidade, o autor 
responderá, objetivamente, pelos danos materiais e morais causados ao réu. 
Este artigo vetado nº 10 da Lei dos Alimentos Gravídicos nº 11.804/2008, relatava 
no caso negativo do exame pericial do suposto pai, geraria uma indenização 
pela ação proposta, independentemente da existência de culpa, porém, foi vetado por 
causa da acessibilidade que a mulher gestante não teria, pois, isso evitaria um “temor” 
para várias mulheres na propositura da ação, sendo que fosse negativa a paternidade, 
geraria uma indenização para o suposto pai.
3.7 Impacto dos alimentos gravídicos no ordenamento jurídico
É importante ressaltar, a inovação dessa nova lei dos Alimentos gravídicos 
preencheu a lacuna na legislação anterior, sendo na fase de gestação quase impossível 
o auxílio-benefício em conta da gravidez, pois os exames periciais como, teste de 
DNA, o resultado só sai, praticamente depois do nascimento.
A concepção contemporânea das relações de parentesco e de filiação deu 
novo sentido no assunto de responsabilidade, sejam da mãe ou do suposto pai. 
Constitucionalmente, a igualdade proporcional entre o homem e a mulher, na prática, 
está longe de ser alcançado, pois o homem/pai não pode se eximir ou fugir de sua 
responsabilidade paterna, nem muito menos a mãe.
A análise imparcial de cada caso é que vai dizer como proceder e decidir. Não 
podemos generalizar todos os casos, cada caso possui fatos diferentes, mesmo todos 
possuírem o mesmo destino.
4 | DISCUSSÃO
No deslinde arrolar do presente trabalho, envolvendo a entrada em vigor desde 
novembro de 2008, da lei que trata dos Alimentos Gravídicos, apesar do nome um 
pouco tanto estranho, diz respeito ao custeio do suposto pai para a genitora da futura 
prole. Assunto muito polêmico que teve repercussão geral no país mesmo antes de 
sua real eficácia, pois trata de alguns pontos muito delicados. Não é a primeira lei que 
Fundamentos da Enfermagem Capítulo 3 24
trata de assunto da futura prole como sendo protegida por aquele que tem o direito de 
alimentar, pois senão cabe ao Estado a garantia desse provimento.
Porém, a grande lacuna como sempre existiu em nossas legislações, ocorre no 
art. 6º da Lei 11.804, pois aí cita a expressão indícios de paternidade, como forma de 
prova questionável, haja vista que faltou um artigo explicando melhor o que poderiam 
ser esses indícios de paternidade, sendo sempre indícios na área criminal a mais 
severa.
Logicamente a lei é revestida de mais pura boa fé, concordando com a mãe a 
participação efetiva do suposto pai, sendo proporcionalmente igual às despesas, no 
caso da mãe não suportar com os gastos médicos e úteis para o nascimento de seu 
filho, o suposto pai arcará com as despesas, garantindo assim o seguro da dignidade 
da criança.
Maria Berenice Dias, (2008, p. 66) relata:
Ainda que inquestionável a responsabilidade parental desde a concepção, o 
silêncio do legislador sempre gerou dificuldade para a concessão de alimentos ao 
nascituro. Raras vezes a Justiça teve a oportunidade de reconhecer a obrigação 
alimentar antes do nascimento, pois a Lei de Alimentos exige prova do parentesco 
ou da obrigação. O máximo a que

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