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2019.1-GRD-CIV-0320 Mecânica dos Solos II MECÂNICA DOS SOLOS II Fluxo de água em solos Engenharia Civil Engenharia Civil • Considerações Iniciais • Conservação da energia (Equação de Bernoulli) • Lei de Darcy • Equação da continuidade • Extensão da lei de Darcy para o caso de fluxo tridimensional • Capilaridade nos solos Considerações Iniciais Fluxo de água nos solos: aborda o escoamento da agua nos solos e suas implicações em obras de engenharia; Quais são as consequências da ocorrência de águas subterrâneas no comportamento das obras de engenharia? A agua pode ser considerada incompressível e sem resistência ao cisalhamento. Exerce pressões nos poros do solo (pode levar um maciço ao colapso); A agua ocupa a maior parte ou a totalidade dos vazios do solo. Se desloca devido a diferenças de potenciais; Estudo de percolação: Cálculo de vazões (água que se infiltra em escavações), análise de recalques, estudos de estabilidade de maciços, dimensionamentos de sistemas de drenagem, etc. Considerações Iniciais Barragens de terra Fonte: http://www.ebanataw.com.br/talude/dimensionamento.htm Considerações Iniciais Barragens de terra Fonte: http://www.ebanataw.com.br/talude/dimensionamento.htm Considerações Iniciais Barragens de terra Fonte: http://www.ebanataw.com.br/talude/dimensionamento.htm Fluxo de água através do solo Solo é um material permeável → os vazios são interconectados e independente da compacidade a água percola por entre os grãos; O fluxo se dá em um trajeto sinuoso; Em Geotecnia se considera que o fluxo de A para B se dá em linha reta e com velocidade constante. Conceito de carga Para o estudo do movimento de água e necessário conhecer seu ESTADO DE ENERGIA, ou seja, seu POTENCIAL. A ENERGIA POTENCIAL TOTAL que faz mover um fluido através de um meio poroso é constituída pela soma dos seguintes potenciais: a) ENERGIA DE GRAVIDADE OU ELEVAÇÃO: fluxo da cota mais elevada para as mais baixas; b) ENERGIA DE PRESSÃO: fluxo do ponto de maior pressão para o de menor pressão; c) ENERGIA ELETROSTATICA: fluxo do potencial mais elevado para o menor (positivo para negativo); d) ENERGIA TÉRMICA: fluxo de maior temperatura para o de menor temperatura; e) ENERGIA DE NATUREZA FÍSICO-QUIMICA: atuam diretamente sobre as partículas. Química: diferença de concentração de sais, do maior para o menor. Conceito de carga A percolação provoca um conjunto de ações sobre o solo que podem ser classificadas como: Levantamento (ou levitação) – perda de peso por pressão ascendente devido a água; Carreamento (“piping”) – arrastamento pelas forças de percolação; Erosão – arrastamento e arrancamento por trações devido à lâmina d’agua. Daí a necessidade de obras de proteção contra essas ações: exemplo filtros e drenos. Teorema de Bernoulli Energia livre é a capacidade de realizar trabalho. Fluxo ocorre somente quando existe uma diferença de energia entre dois pontos, do ponto de maior energia para o de menor energia; Escoamento de líquidos (regime laminar ou turbulento) em dutos ou canais a céu aberto; Ao longo de qualquer linha de escoamento, a energia total (h total) é igual a soma das energias de posição (ou potencial Z), piezométrica (u/ϒw) e cinética (v²/2g) g vu Zh w total 2 2 Onde, htotal é a energia total do fluido; z é a cota do ponto considerado com relação a um dado referencial padrão (DATUM); u é o valor da pressão neutra; v é o módulo da velocidade de fluxo da partícula de água e g é o valor da aceleração da gravidade terrestre, geralmente admitido como sendo igual a 10 m/s². Teorema de Bernoulli Equação de Bernoulli: se aplica ao fluxo de água através do solo (energia ou carga total de um ponto no fluido); Conceito de carga: energia por unidade de massa* (ML/M=L); Em condutos fechados e canais abertos se considera a carga cinética; Carga total (h) = carga cinética + carga de pressão + carga de posição; Em solos: Velocidade de fluxo << velocidade critica (fluxo laminar); Em solos a carga cinética é desprezível em relação à carga piezométrica (v=0,01m/s → v²/2g ~0), logo: w total u Zh A carga altimétrica (z) é a diferença de cota entre o ponto considerado e o nível de referência. A carga piezométrica é a pressão neutra no ponto, expressa em altura de coluna d`água dividida pelo peso específico da água. Cargas atuantes em uma seção de escoamento Fonte: Machado e Carvalho (2018) Lei de Darcy Escoamento laminar: trajetórias retas e paralelas; Escoamento turbulento: interferência entre as partículas; Velocidade crítica: abaixo desta, toda a tendência à turbulência é absorvida pela viscosidade da água → no. Reynolds = 2000 Solos: considera-se condições médias de poros na seção transversal; Solos finos : laminar; Solos grossos (pedregulho) : pode ocorrer fluxo turbulento; Darcy (1856): estudou as propriedades de fluxo de água através de uma camada de filtro de areia LEI DE DARCY Lei de Darcy Fonte: Machado e Carvalho (2018) Lei de Darcy A lei de Darcy pode ser expressa ainda como: V=Q/A Q=k.i.A A velocidade (V) da lei de Darcy representa a velocidade de descarga e não a velocidade real de percolação (Vp) da água através dos poros. A água percola através da área transversal de vazios (porosidade). n= Av/At Como n varia 0-1 → Vp > V Vp = V/n Onde, Q = vazão A = área da seção transversal da amostra de solo perpendicular à direção de fluxo V = velocidade de descarga Validade da Lei de Darcy Validade da lei de Darcy: Fluxo laminar Solos finos até areias médias Fatores que influem no coeficiente de permeabilidade: Características do fluido que percola e tipo de solo Temperatura (> T → < viscosidade → > k): k a 20ºC Índice de vazios (e=Vv/Vs) → os solos finos, embora possuam índices de vazios geralmente superiores àqueles alcançados pelos solos grossos, apresentam valores de coeficiente de permeabilidade bastante inferiores a estes Grau de saturação (solos não saturados < k) Permeabilidade Segundo Casagrande: Capilaridade Os solos são constituídos de partículas sólidas, água e vazios ou poros. Estes poros alinhados formam inúmeros canais capilares muito finos, que aspiram a água como faz uma pessoa aspirando uma bebida através de um canudo. A força que provoca uma subida capilar é uma força de sucção. Ela permite à água de um lençol freático subir vários metros até a raiz dos vegetais e até as fundações das obras. A água sobe tanto mais quanto mais finos forem os canais capilares. O que quer dizer, quanto menor diâmetro tiverem os grão de solo. Ascensão capilar ch cwhu ch cwh Ascensão capilar em solos hc Ascensão capilar em solos hc Capilaridade É a propriedade que os líquidos apresentam de atingirem, em tubos de pequenos diâmetros, pontos acima do nível freático. Os fenômenos de capilaridade estão associados diretamente à tensão superficial, a qual é resultante da ação da energia superficial livre existente na superfície do líquido. Tensão Superficial e Membrana Contrátil Tensão superficial: - Resulta da existência de forças de atração de curto alcance entre as moléculas (Van der Waals); - A distância limite de atuação é de 5x10-6cm; - Interior do líquido: moléculas em equilíbrio; - Superfície: as moléculas são atraídas para o interior do líquido pela resultante das forças de coesão Vapor As moléculas da s uperfície s ão puxadas para o interior da mas s a líquida Líquido Moléculas no interior da mas s a líquida s ão atraídas igualmente em todas as direções Contração da superfície do líquido: MEMBRANA CONTRÁTIL (água, mercúrio) CapilaridadeNo caso da membrana contrátil se apresentar curva, passa a existir uma força capilar resultante, responsável pelos fenômenos de ascensão capilar. Definição do ângulo de contato (ângulo de molhamento): Ângulo formado entre o plano tangente à superfície líquida na linha de contato e a parede do recipiente - Se a resultante entre F1 e F2 for normal à superfície do líquido (F2 = 2F1) → o menisco não apresenta curvatura (θ =90º); - Se F2 < 2F1: menisco côncavo, θ < 90º → água; - Se F2 > 2 F1: menisco convexo , θ >90º → (mercúrio) Tensão Superficial e Membrana Contrátil Molhabilidade Tendência de um fluido deslocar um outro numa superfície sólida; A molhabilidade e a tensão de adesão variam de acordo com os fluidos e a superfície sólida envolvida. Lei de Fluxo Generalizada Fonte: Machado e Carvalho (2018) Lei de Fluxo Generalizada Lei de Fluxo Generalizada Lei de Fluxo Generalizada Lei de Fluxo Generalizada Lei de Fluxo Generalizada Lei de Fluxo Generalizada Fonte: Machado e Carvalho (2018) Fluxo Estacionário Bidimensional Rede de Fluxo Elementos obtidos da rede de fluxo: Vazão total, poro-pressões, gradientes hidráulicos, velocidades aparentes e vazões localizadas; Canais de fluxo: trecho compreendido entre duas linhas de fluxo. A vazão em cada canal de fluxo é constante e igual para todos os canais; Perda de carga entre duas equipotenciais: queda de potencial; Traçado a mão livre das linhas de fluxo e equipotenciais, sendo que estas se interceptam em ângulos de 90º, formando elementos aproximadamente quadrados; Linhas de fluxo e equipotenciais formam figuras basicamente quadradas em solos isotrópicos e homogêneos. Domínio do fluxo: região sujeita a percolação; Fluxo não confinado: aquele que tem como uma das fronteiras uma superfície livre ou freática (u=0 ou H=z). Rede de Fluxo Qualquer que seja o método adotado para determinação da rede de fluxo é necessário definir previamente as condições limites ou de contorno do escoamento: superfície de entrada (equipotencial de carga máxima) superfície de saída (equipotencial de carga mínima) linha de fluxo superior linha de fluxo inferior Fonte: Machado e Carvalho (2018) Rede de Fluxo Fonte: Machado e Carvalho (2018) Rede de Fluxo Fonte: Machado e Carvalho (2018) Canal de fluxo de uma rede com vazão constante e perda de carga h, constante entre suas equipotenciais. Considerar a largura de 1m normal ao papel. Rede de Fluxo Propriedades Básicas de uma Rede de Fluxo: • As linhas de fluxo e as linhas equipotenciais são perpendiculares entre si, isto é, sua intersecção ocorre a 90º. • A vazão em cada canal de fluxo é constante e igual para todos os canais. • As linhas de fluxo não se interceptam, pois não é possível ocorrerem duas velocidade diferentes para a mesma partícula de água em escoamento. • As linhas equipotenciais não se interceptam, pois não é possível se ter duas cargas totais para um mesmo ponto. • A perda de carga entre duas equipotenciais consecutivas quaisquer é constante. Rede de Fluxo Vantagens: • Uma solução é sempre possível de ser obtida; • Não requer nenhum equipamento; • Ajuda a desenvolver a compreensão do problema de fluxo. Procedimento: A solução é obtida por tentativas iniciando-se com um pequeno número de linhas e obedecendo-se as condições limites. A maior qualidade e menor tempo gasto no traçado é conseguido através do treino. 1. Delimitar a zona de fluxo que se deseja estudar, analisando suas condições de fronteira (determinação das linhas de fluxo e equipotenciais limites). 2. Usualmente, é suficiente traçar a rede com um número de canais de fluxo entre 3 a 5. O uso de muitos canais de fluxo dificulta o traçado e desvia a atenção de aspectos essenciais. Rede de Fluxo 3. Traçar duas famílias de curvas ortogonais entre si que satisfaçam as condições de fronteira e que constituam uma solução ótima com elementos aproximadamente “quadrados”. 4. Deve-se observar sempre a aparência de toda rede, sem tratar de corrigir detalhes antes que toda a rede esteja aproximadamente bem traçada. Rede de Fluxo Exemplo: Cortina de estacas prancha • Número de quedas de potencial: 12 • Número de linhas de fluxo: 6 • Número de canais de fluxo: 5 Elementos Obtidos na Rede de Fluxo Exercício Conhecida a rede de escoamento, calcule, em litros por segundo, a quantidade de água que percola abaixo da cortina. (resp.: 1 l/s) d f n n HkQ * Fonte: Exercício do Caputo – Vol. 3 Exercício Para a barragem de concreto sobre um solo não coesivo mostrada na figura, tendo k= 2X10-3 cm/s, pede-se determinar a quantidade de água que escoa por dia, sob a barragem. (resp.: 12,2 l/dia) d f n n HkQ * Fonte: Exercício do Caputo – Vol. 3
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