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Gestão ambiental e desenvolvimento sustentável - livro

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Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
Gestão Ambiental e 
Desenvolvimento 
Sustentável 
Cláudio Augusto Vieira Rangel 
2ª
 E
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çã
o 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Texto: Claudio Augusto Vieira Rangel 
Revisão Ortográfica: Marcus Vinícius da Silva 
Projeto Gráfico:, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos, Marcos Antonio Lima da Silva 
Editoração: Andreza Nacif 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói 
 
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins CRB 7/4990 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da A ssociação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mant enedora 
 
 R196g Rangel, Cláudio Augusto Vieira. 
 Gestão ambiental e desenvolvimento sustentável / Cláudio Augusto 
Vieira Rangel ; revisão de Natália Barci de Souza e Marcus Vinícius da Silva. 
1. ed. – Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2012. 
 156 p. : Il 
 1. Gestão ambiental. 2. Proteção ambiental. 3. Política ambiental. 4. 
Desenvolvimento sustentável. 5. Poluição. 6. Administração ambiental. I. 
Souza, Natália Barci de. II. Silva, Marcus Vinícius da. III. Título. 
CDD 363.7
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
 
 
Informações sobre a disciplina 
 
 
Carga horária: 90 horas (60h Teóricas e 30h práticas) 
Créditos: 04 
 
Ementa: A relevância da ecologia à conservação ambiental. Alguns tipos de 
poluição ambiental e a violação dos direitos humanos. Ambientes degradados. Os 
instrumentos de Gestão Ambiental. Como elaborar um projeto de Gestão 
Ambiental. A prática da Gestão Ambiental. O conceito de Desenvolvimento 
Sustentável. 
 
Objetivo geral: Repassar subsídios fundamentais ao entendimento da importância 
da Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável. Com o repasse destes 
subsídios, aprenderemos sobre: os conceitos de ecologia, ecossistemas e 
interações; exemplificar sobre poluição e danos ambientais; explicar sobre como 
elaborar projetos e utilizar instrumentos de intervenção sócio-ambiental, gestão e 
desenvolvimento sustentável; promover nos alunos a mudança de paradigmas e a 
motivação para atuar nesta área tão necessária à nossa sobrevivência e à 
conservação do máximo de qualidade de vida para os nossos filhos, netos e futuras 
gerações. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
 
Conteúdo programático: 
 
Unidade 1 – Ecologia e Meio Ambiente 
 
O conceito de Ecologia. 
Definição de Ecossistema e Meio Ambiente. 
Os Níveis Hierárquicos. 
O Ecossistema Global, os Ecossistemas Regionais e Locais. 
Compartimentos Naturais e Urbanizados. 
Interações Ecológicas: Intraespecíficas e Interespecíficas. 
A Cadeia Alimentar e a Produção de Alimento e Energia Natural. 
Os Ciclos Biogeoquímicos – exemplos mais importantes. 
Equilíbrio Ecológico. 
A Relevância da Ecologia à Conservação dos Ambientes Organizados. 
 
 
Unidade 2 – O Estado dos Ambientes 
 
Ambientes Brasileiros e suas Características. 
Áreas Desmatadas e Desertificadas. 
Ambientes Aquáticos Erodidos. 
Ambientes Marinhos Costeiros e Oceânicos Degradados. 
Aterros Sanitários. 
O Efeito Estufa. 
O Aquecimento Global. 
Mudanças Climáticas. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
 
Unidade 3 – Poluição Ambiental e Danos à Qualidade de Vida 
 
Poluição Ambiental Natural. 
Poluição Ambiental Antrópica. 
Desigualdade Social e Pobreza. 
Violência. 
Direitos Humanos. 
 
 
Unidade 4 – Instrumentos de Gestão Ambiental e Elaboração de um Projeto 
de Intervenção Sócio-Ambiental 
 
Legislação Ambiental. 
Auditoria Ambiental. 
Análise Ambiental (EIA, AIA, RIMA e Monitoramento Ambiental). 
Educação Ambiental. 
Direito Ambiental. 
Políticas Públicas. Audiência Pública. 
A Pesquisa sobre o Ambiente que sofrerá a Intervenção Sócio-Ambiental. 
O Planejamento da Ação de Intervenção. 
A Otimização de Projetos pela Conservação Ambiental e Qualidade de Vida. 
 
Unidade 5 – Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
Princípios Norteadores da Gestão Ambiental. 
Associações de Administração Ambiental. 
Compromissos. Planos de Ações. 
Função Social e Ações Participativas. 
Desenvolvimento Econômico. 
Desenvolvimento Sustentável. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
 
Referências 
 
Bibliografia Básica: 
 
DIAS, Genebaldo F. Educação Ambiental. Princípios e Práticas. 8ª ed. 
São Paulo: Gaia, 2003. 
 
GÜNTER, Fellenberg. Introdução aos problemas da poluição 
ambiental. 2ª ed. São Paulo: EPU: Universidade de São Paulo, 1980. 
 
LOPES, Sônia. Bio. Volume Único. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999. 
 
 
Bibliografia Complementar: 
 
DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. 3ª ed. São 
Paulo, 1995. 
DREW, D. Processos interativos homem-meio ambiente. 5ª edição Ed. 
Bertrand Brasil, 2002. 
ODUM, Eugene P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. 
 
SEIFFERT, Mari Elizabete B. Gestão Ambiental: instrumentos, esferas de 
ação e educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
PENNA, Carlos G. O Estado do Planeta. Sociedade de Consumo e 
Degradação Ambiental. Rio de Janeiro: Record, 1999. 
 
 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
 
Palavra da Reitora 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio 
dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço 
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio 
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se 
responsável pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso materialdidático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
 
 
Sumário 
 
Apresentação da disciplina ................................................................................................ 11 
Plano da disciplina .............................................................................................................. 13 
Unidade 1 – Ecologia e Meio Ambiente ......................................................................... 15 
Unidade 2 – O Estado dos Ambientes .............................................................................. 37 
Unidade 3 – Poluição Ambiental e Danos à Qualidade de Vida .................................. 71 
Unidade 4 – Instrumentos de Gestão Ambiental e Elaboração de um Projeto 
de Inversão Sócio-Ambiental............................................................................................. 104 
Unidade 5 – Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável ................................ 127 
Considerações finais ........................................................................................................... 145 
Conhecendo o autor ........................................................................................................... 147 
Referências ........................................................................................................................... 149 
Anexos ................................................................................................................................ 151 
 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
11 
 
 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
12 
 
 
Apresentação da Disciplina 
 
 
Prezado aluno, 
 
É com grande alegria que desejo a você um bom aprendizado, o qual o 
possibilite a satisfazer suas expectativas sobre a disciplina de Gestão Ambiental e 
Desenvolvimento Sustentável. 
Por muito tempo, o homem, a espécie Homo sapiens, utilizou os recursos 
naturais como se eles fossem infinitos. O manejo dos elementos da natureza 
disponíveis foi praticado de forma irracional, pois pareciam ilimitados. Portanto, a 
raça humana não se sentia motivada a conhecer melhor sobre o meio ambiente de 
sua moradia. Nós utilizávamos os alimentos sem conhecermos a nossa “casa”, o 
nosso sistema de vida. Trata-se de uma postura psicológica e sócio-ambiental que 
sempre se repete, porque foi necessário termos a nossa sobrevivência ameaçada 
para nos sentirmos impelidos a aprimorar a nossa sensibilidade, através da 
curiosidade. 
É óbvio, caro aluno, que isto não ocorreu radicalmente, em tão pouco tempo. 
A História da Ciência existe para fundamentar esta afirmação. Para cada 
necessidade, outra curiosidade. Foi assim que surgiu a Ecologia, a ciência da 
biologia que estuda os seres vivos e o ambiente onde eles vivem, como, também, 
os processos que envolvem a inter-relação existente entre os organismos e os seus 
ambientes. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
13 
 
As limitações naturais de várias regiões do Planeta Terra, que tem 97,5 % do 
seu espaço físico ocupado por água salgada (água marinha), forçaram o homem a 
se fixar em lugares específicos, compatíveis com as suas demandas. Começaram 
então as primeiras atividades econômicas: a agricultura, a pecuária e a criação de 
animais domésticos. Surgiram novas organizações mais requintadas como as 
indústrias e outras produções nocivas ao equilíbrio ecológico. A relação humana 
com a natureza tornou-se predatória, afetando a biodiversidade e as quatro 
camadas globais do nosso planeta. Conforme o uso inadequado das nossas 
propriedades materiais e imateriais, destruímos o nosso “cantinho” e provocamos a 
poluição ambiental. 
Após muitos estudos, vários eventos científicos foram organizados até 
chegarmos à Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o 
Desenvolvimento, por exemplo, realizada no Rio de Janeiro, com o propósito de se 
fundar “uma associação” através da qual os países pudessem melhor administrar 
todas as organizações existentes: naturais e antrópicas, a administração consciente, 
a Gestão Ambiental, com o repasse do conhecimento sobre a administração limpa 
do mundo globalizado, que prioriza a defesa da natureza, do desenvolvimento 
racional. O Desenvolvimento Sustentável que visa perpetuar todas as espécies 
através da preservação pela conservação. Lembre-se: C:\Documents and 
Settings\Rolim\My Documents\MY WEBS\GESTAOWEB\index1.htm(...) “o que 
acontecer com a terra acontecerá com os filhos da terra. O homem não teceu a teia 
da vida, ele é apenas um fio. O que ele fizer à teia estará fazendo a si mesmo”, chefe 
Seattle (índio americano)(ANO). Porque nós somos parte deste grande 
ecossistema. 
 
Bons estudos! 
 
 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
14 
 
 
Plano da Disciplina 
 
A disciplina Gestão Ambiental do Desenvolvimento Sustentável tem como 
objetivo apresentar subsídios fundamentais ao entendimento da importância da 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável. Ensinar sobre os conceitos de 
ecologia, ecossistemas e interações; exemplificar sobre poluição e danos 
ambientais; explicar sobre como elaborar projetos e utilizar instrumentos de 
intervenção sócio-ambiental, gestão e desenvolvimento sustentável; 
De maneira didática, dividimos o nosso conteúdo em cinco unidades, visando 
fornecer uma visão crítica visando promover, a mudança de paradigmas e a 
motivação para atuar nesta área tão necessária à nossa sobrevivência e à 
conservação do máximo de qualidade de vida para os nossos filhos, netos e futuras 
gerações. 
 
Unidade 1 – Ecologia e Meio Ambiente 
Nesta unidade, estudaremos os conceitos sobre Ecologia, Ecossistemas, Meio 
Ambiente e Interações Ecológicas, que explicam sobre as inter-relações 
ecossistêmicas e equilíbrio ecológico. 
Objetivo: Identificar os processos ecológicos responsáveis pelo bom 
funcionamento dos ambientes naturais e alterados por ação antrópica. 
 
Unidade 2 – O Estado dos Ambientes 
 Nesta unidade, encontraremos alguns dos mais importantes biomas 
encontrados no Brasil, bem como algumas definições de ordem ecológica. 
Objetivo : Conhecer os Ecossistemas Brasileiros 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
15 
 
Unidade 3 – Poluição Ambiental e Danos à Qualidade de Vida 
 Nesta unidade estudaremos a poluição ambiental enfocando, 
inicialmente, a poluição natural e, posteriormente, a promovida por ação 
antropogênica. 
Objetivo: Identificar os tipos de poluição ambiental que alteram as interações, 
interferindo nocivamente nos processos metabólicos, ecológicos e psicossociais. 
 
Unidade 4 – Instrumentos de Gestão Ambiental e Elaboração de um Projeto 
de Intervenção Sócio-Ambiental 
 
Nesta unidade abordaremos instrumentosde legislação, auditoria, análise e 
direito ambiental. 
Objetivo : Conhecer a legislação ambiental e as atividades que envolvam, o 
respeito, a preservação e o desenvolvimento do ambiente, garantindo longevidade 
e segurança às gerações futuras. 
 
Unidade 5 – Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 Nesta unidade, estudaremos os processos e diretrizes que podem nos 
levar a uma melhor compreensão sobre os caminhos da humanidade em relação 
ao desenvolvimento sustentável. 
Objetivo : Compreender o conceito de desenvolvimento sustentável na 
esfera do desenvolvimento econômico, sem, contudo comprometer a saúde do 
ambiente, aumentando as perspectivas administrativas, os compromissos e ações 
em prol de um desenvolvimento real e comprometido com a sociedade, futuras 
gerações e, sobretudo, com o ambiente. 
 
Bons Estudos 
 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
16 
Ecologia e Meio Ambiente 
O conceito de Ecologia; 
Definição de Ecossistema e Meio Ambiente; 
Os Níveis Hierárquicos; 
O Ecossistema Global e os Ecossistemas Regionais e Locais; 
Compartimentos Naturais e Urbanizados; 
Interações Ecológicas: Intraespecíficas e Interespecíficas; 
A Cadeia Alimentar: a Produção de Alimento e Energia Natural; 
Os Ciclos Biogeoquímicos – exemplos mais importantes; 
Equilíbrio Ecológico; 
A Relevância da Ecologia à Conservação dos Ambientes 
Organizados. 
1 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
17 
 
Nesta unidade, estudaremos os conceitos sobre Ecologia, Ecossistemas, Meio 
Ambiente e Interações Ecológicas, que explicam sobre as inter-relações 
ecossistêmicas e sobre o equilíbrio ecológico Também abordaremos nesta 
unidade, o conhecimento sobre os processos dos ambientes (ou organizações), 
sejam os processos e os ambientes naturais ou urbanizados. Pois é indispensável 
para todos os profissionais que almejam trabalhar com gestão ambiental e 
desenvolvimento sustentável. 
 
Objetivo da unidade: 
 
 Identificar os processos ecológicos responsáveis pelo bom 
funcionamento dos ambientes naturais e alterados por ação 
antrópica. 
 
Plano da unidade: 
 
O conceito de Ecologia; 
Definição de Ecossistema e Meio Ambiente; 
Os Níveis Hierárquicos; 
O Ecossistema Global e os Ecossistemas Regionais e Locais; 
Compartimentos Naturais e Urbanizados; 
Interações Ecológicas: Intraespecíficas e Interespecíficas; 
A Cadeia Alimentar: a Produção de Alimento e Energia Natural; 
Os Ciclos Biogeoquímicos – exemplos mais importantes; 
Equilíbrio Ecológico; 
A Relevância da Ecologia à Conservação dos Ambientes Organizados. 
Bons estudos 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
18 
 
O Conceito de Ecologia 
 
Segundo Odum (1988), a palavra ecologia deriva do grego oikos, com o 
sentido de “casa” e logos, que tem o significado de “estudo”. Ecologia, então, 
significa o estudo do “ambiente da casa” com todos os organismos contidos nela e 
todos os processos funcionais que a tornam habitável. Assim, é a ciência que 
estuda as relações que ocorrem entre os seres vivos e deles com o ambiente onde 
vivem. Como também a influência que um exerce sobre o outro. Do conhecimento 
que temos sobre o lugar onde vivemos depende a nossa sobrevivência. 
 
 
Definições de Ecossistema e Meio Ambiente 
 
Ecossistema 
É o sistema composto por dois fatores: os bióticos, que são os seres vivos e os 
abióticos, que são os elementos sem vida, os quais compõem os ambientes onde 
os seres vivem. Os elementos abióticos são os ambientes geográficos e os fatores 
físico-químicos, são: a terra, o mar e a atmosfera, todos os compostos químicos e os 
processos físicos que ocorrem. Com certeza, os ambientes geográficos são 
ambientes físicos. Mas eu preferi me referir aos ambientes como geográficos 
porque quis utilizar o termo físico para os processos. Aliás, os processos físicos 
podem ser exemplificados pela erosão, pela maré e pelo vento. Os compostos 
químicos são responsáveis pela nutrição do solo, dos vegetais e dos animais 
(inclusive a nossa), além de fazerem parte da ciclagem de nutrientes, energia 
produzida e serem carreados por lixiviação, por exemplo. Neste momento, estou 
descrevendo sobre ecossistemas naturais, mas os ambientes urbanizados, que 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
19 
 
sofreram a interferência do homem também são ecossistemas. Portanto, são 
ambientes com tudo que neles está contido e neles acontece. Como as 
organizações são ambientes complexos que nós utilizamos para ordenar as nossas 
ações, com o objetivo de conquistarmos algo que desejamos. Os ecossistemas 
naturais também podem ser denominados de organizações. Neles, os objetivos são 
a produção de alimento, a sobrevivência, o equilíbrio ecológico etc. 
 
 
 
Meio Ambiente 
 
É composto por todas as organizações que existem no nosso planeta Terra. 
Com tudo que nelas está contido e nelas acontecem. A mente é considerada um 
ambiente, do meio ambiente. Com a mente, objetivamos internalizar e consolidar 
os conhecimentos que nos tornam mais inteligentes e capazes de enfrentarmos o 
mercado de trabalho. O nosso corpo, indústrias e empresas também são meios 
ambientes. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
20 
 
 
Níveis Hierárquicos 
 
Na ecologia, Odum (1988), define os níveis hierárquicos da seguinte 
maneira: 
 
Componentes Bióticos: Genes – Células – Órgãos – Organismos – Populações – 
Comunidades + Componentes Abióticos: Matéria – Energia = Biossistemas: 
Sistemas – Sistemas – Sistemas – Sistemas – Sistemas – Ecossistemas Genéticos 
Celulares Orgânicos Organismos Populacionais 
 
Os Ecossistemas Global, Regional e Local 
 
 Global: é o maior de todos, o Planeta Terra, como também são os 
continentes, os mares, os países e os estados. 
 Regional: pode ser um município, como o de São Gonçalo ou a 
cidade do Rio de Janeiro. 
 Local: pode ser exemplificado como o bairro da Tijuca, a Reserva dos 
Trapicheiros e a rua onde moramos. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
21 
 
Compartimentos Naturais e Urbanizados 
 
 Compartimentos naturais: são os ecossistemas naturais, que não 
sofreram a interferência antrópica. 
 Compartimentos urbanizados: são os ecossistemas que foram alterados 
pela raça humana, onde edificações foram construídas. 
 
Conhecer termos que constantemente são aplicados 
facilita a prática e o entendimento sobre gestão ambiental e o 
desenvolvimento sustentável. 
 
 
Interações Ecológicas: Intraespecíficas e Interespecíficas 
 
 Interações intraespecíficas: são as relações que existem entre 
organismos da mesma espécie. 
 Interações interespecíficas: são as relações que existem entre 
organismos de espécies diferentes. 
As relações que se estabelecem entre os seres vivos possuem a 
importância ecológica de manter o meio ambiente ou as organizações naturais em 
perfeito funcionamento. As condições ambientais como os fatores físicos e 
químicos, citados anteriormente, podem ser limitantes à produção de alimento e 
energia necessários à sobrevivência de todas as espécies vegetais e animais. Isto 
acontece quando o ambiente não está “nutrido” de material necessário aos 
processos responsáveis pelo equilíbrio ecológico. Segundo Lopes (1999), estas 
relações podem ser harmônicas (quando nenhum organismo é prejudicado, seja 
da mesma espécie ou não) ou não harmônicas (quando pelo menos um dos 
Antrópica - Ação 
direta ou 
indiretamente 
provocada pelo 
homem. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
22 
organismos é prejudicado atravésdas inter-relações que ocorrem). Mas, é 
necessário ressaltar que o prejuízo temporário promovido por processos naturais 
 
não afeta definitivamente, um 
compartimento ecológico. Quando um 
ciclo de processos se finaliza, este fator 
biológico, traduzido pelas relações 
biológicas, também é responsável por 
outros ciclos que ocorrerão. O meio 
ambiente é dinâmico e se renova 
constantemente. 
 
O importante para a disciplina é que 
as inter-relações que existem através das 
relações entre as espécies representam 
um fator biológico importante, é um dos 
fatores que explica sobre a saúde 
ambiental. 
 
 
 
 
 
A Cadeia Alimentar: A Produção de Alimento e Energia 
Natural 
 
A cadeia alimentar é justamente composta por todas as espécies que 
existem no nosso planeta. Em cada ambiente, uma cadeia alimentar diferente 
acontece, formando uma grande rede de ligações intraespecíficas e 
interespecíficas, que compõem a teia alimentar. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
23 
 
Vamos entender melhor a diferença entre cadeia alimentar e teia 
alimentar? 
O ciclo de produção alimentar e de energia necessários às funções 
vitais dos seres vivos começa com os vegetais. São as plantas que realizam a 
primeira produção, a produção primária, através da fotossíntese. Pela fotossíntese, 
com a ajuda da irradiação solar, o vegetal transforma o carbono inorgânico em 
carbono orgânico, que é utilizado para a formação de açúcares. Estes açúcares mais 
outros produtos que são sintetizados nas células vegetais são importantes ao 
metabolismo das plantas. As plantas são responsáveis pela produção primária da 
cadeia alimentar. Elas são chamadas de produtores primários, pois são o primeiro 
nível trófico desta cadeia. Os níveis 
tróficos subsequentes são: os 
consumidores primários, que são os 
animais herbívoros (os que se alimentam 
de vegetais), seguidos pelos 
consumidores secundários, que se 
alimentam destes animais herbívoros e, 
prosseguindo, os consumidores terciários, 
quaternários e quantos forem necessários 
ao ciclo de produção. A cadeia alimentar 
é, portanto, o conjunto de níveis tróficos. 
O conjunto de várias cadeias 
alimentares compõe a teia alimentar dos 
ecossistemas. Subsequentemente, a 
grande teia alimentar da Terra. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
24 
 
 
 
Existem seres que além de serem herbívoros são carnívoros. Nós somos um 
exemplo deles. 
Mas, por que é tão importante sabermos sobre estes conceitos? 
As inter-relações existentes entre os seres vivos possibilitam a inter-relação 
dos mesmos com o meio ambiente onde vivem. Nós, os seres vivos, somos 
exemplos de um dos fatores que influencia na qualidade ambiental: o fator 
biológico. A nossa “movimentação” interfere na ciclagem dos compostos químicos. 
Assim como os processos físicos interferem na nossa “movimentação”. Trata-se da 
influência que o fator biótico exerce sobre o fator abiótico e vice-versa. 
 
Os Ciclos Biogeoquímicos – Exemplos Mais Importantes 
 
Os ciclos biogeoquímicos ocorrem nos ambientes por causa dos fatores 
bióticos e abióticos. A coexistência da interação entre estes fatores contribui para a 
ciclagem dos nutrientes e materiais que circulam pelos sistemas terra, água e 
atmosfera. Dentro da climatologia, por exemplo, estes sistemas são os 
subsistemas do sistema climatológico. Para a ecologia, são ecossistemas do 
maior ecossistema: o Planeta Terra. Os ciclos biogeoquímicos são, então, as 
consequências das interações que existem entre todos os fatores e processos dos 
ecossistemas. Sejam por causas naturais ou causas provocadas pelo homem. 
Quando a interferência é humana, o prejuízo para nós mesmos pode ser 
irreversível. É o que veremos na unidade sobre poluição ambiental. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
25 
 
Por enquanto, serão discutidos os cinco ciclos mais conhecidos: o ciclo da 
água, do carbono, do oxigênio, do nitrogênio e do fósforo. 
 
O Ciclo da Água 
 
Assim como 97,5% do Planeta Terra é ocupado pela água marinha, em 
torno de 70% do nosso corpo é composto por água, que também predomina nos 
outros seres. A água é uma substância indispensável para nossa sobrevivência. É 
um diluente que possibilita vários processos químicos. Ela pode ser ingerida 
quando a bebemos ou através dos alimentos. O excesso de água ingerido pode ser 
eliminado por excreção, transpiração e outros processos, como os metabólicos das 
células e a evaporação. 
Para Lopes (1999), na fase fotoquímica da fotossíntese, as células das 
plantas realizam a quebra da molécula de água sob a ação da luz (fotólise) e o 
oxigênio é liberado para a atmosfera. É assim que nós temos o nosso oxigênio tão 
essencial para nossa sobrevivência como um produto final da água absorvida 
pelas plantas e, não do gás carbônico. Na fase química do metabolismo celular, 
quando as plantas respiram, há a união do carbono atmosférico com as moléculas 
orgânicas (presentes nos cloroplastos das plantas). Os carboidratos são formados e 
a água é liberada para o meio através da respiração e transpiração. Este é um dos 
exemplos de água disponibilizada para o meio ambiente. Após a transpiração, a 
água é evaporada. Mas, por favor, não confundam água transpirada com o orvalho 
que encontramos nas folhas pela manhã, porque são gotículas de água 
condensadas e depositadas nas superfícies das folhas. Esta condensação ocorre 
principalmente durante a noite, as gotículas costumam se aglomerar em cima de 
qualquer superfície fria. 
As plantas transpiram e a água transpirada se evapora. Nós suamos e o 
nosso suor evapora. Os animais, como o cavalo, por exemplo, transpiram e a água 
que eles transpiram também evapora. Temos, então, a evapotranspiração. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
26 
 
As águas das superfícies dos solos, dos rios, lagunas, lagos, lagoas e 
mares se evaporam para a atmosfera, se condensam e voltam para as superfícies 
sólidas e meios aquáticos, frequentemente, em forma de chuvas. É a evaporação e 
a precipitação se processando nos ambientes conforme os fatores climáticos 
(rotação e translação da Terra, irradiação solar, radiação da luz solar, temperatura, 
ventos etc.). 
As águas liberadas pelos seres vivos, evaporadas dos ambientes 
terrestres e aquáticos, condensadas na atmosfera e precipitadas como chuvas 
formam o ciclo da água. 
 
 
O Ciclo do Carbono 
 
O carbono é encontrado na atmosfera e dissolvido na água em pequenas 
proporções, como gás carbônico (CO2). É retirado da atmosfera e dos ambientes 
aquáticos pela fotossíntese e liberado novamente através da respiração. 
Os organismos mortos que se acumulam no solo também participam do ciclo 
do carbono, pois eles são decompostos por micro-organismos que oxidam este 
material orgânico e devolvem o gás carbônico para a atmosfera. 
A combustão de fósseis, que têm o carvão e o petróleo como exemplos 
representativos, é outro processo de liberação do gás carbônico. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
27 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
28 
 
O Ciclo do Oxigênio 
 
O oxigênio é um elemento químico da natureza muito importante para 
a nossa sobrevivência, porque dele dependemos para a realização da nossa 
respiração. Este gás se apresenta principalmente na atmosfera com a fórmula de 
O2. 
Está presente na camada de ozônio como O3. A importância da 
camada de ozônio é filtrar a radiação dos raios ultravioletas. 
Muitos compostos orgânicos e inorgânicos, como a água (H2O) e o gás 
carbônico (CO2), possuem o oxigênio como umelemento químico de suas 
composições. 
Luz invisível que é nociva à nossa saúde quando é radiada com muita 
intensidade. O excesso desta luz pode provocar o câncer de pele. 
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O Ciclo do Nitrogênio 
 
O nitrogênio ocorre na atmosfera como o gás N2, é muito abundante. Porém, 
os seres vivos só conseguem aproveitá-lo por dois processos frequentes na 
natureza: os processos de fixação e posteriormente nitrificação, pelas bactérias, 
cianobactérias e fungos, que podem viver livremente no solo ou associados às 
raízes de plantas. Quando associadas pela biofixação, transformam o N2 
atmosférico em amônia (NH3), que é a forma utilizável pelos seres vivos. A amônia é 
incorporada pelos aminoácidos das plantas onde vivem. E este é um exemplo de 
relação interespecífica, através da qual a planta se beneficia com a biofixação. 
A amônia sintetizada pelos biofixadores associados é transformada em nitrito 
e, depois, nitrato pelas bactérias nitrificantes (Nitrossomonas e Nitrobacter), que são 
as biofixadoras, as quais vivem livremente no solo. Estas bactérias são autotróficas 
quimiossintetizantes, ou seja, são organismos capazes de produzir o seu próprio 
alimento através de processos puramente químicos, que não dependem da 
irradiação solar. Ao contrário da fotossíntese realizada pelas plantas, que também 
são autotróficas, mas precisam da luz do sol para realizar o processo de produção 
de alimento e energia. A fotossíntese foi descrita anteriormente para explicar sobre 
a produção primária. Lembram? A quimiossíntese das bactérias autotróficas 
nitrificantes se processa como descrito neste parágrafo. A energia da nitrificação 
descrita é utilizada para a síntese de substâncias orgânicas. O nitrogênio do nitrato 
é utilizado para a síntese de proteínas, aminoácidos e ácidos nucléicos. As 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
30 
proteínas são formadas pela união de vários aminoácidos, que possuem o 
nitrogênio como NH2. Elas, as proteínas, estão presentes nas membranas das 
células, que são as membranas plasmáticas, também chamadas de membranas 
citoplasmáticas, porque elas envolvem o citoplasma das células. 
Os ácidos nucléicos, como o ácido desoxirribonucléico - o DNA - e o ácido 
ribonucléico - o RNA -, participam da codificação genética da seguinte maneira: no 
núcleo, o DNA possui os genes com as informações genéticas; ele se duplica 
formando duas novas moléculas de DNA, que possuem o mesmo material genético 
da molécula-mãe; estas novas moléculas, por sua vez, garantem a transmissão 
deste material genético idêntico para duas novas células resultantes do processo 
de divisão celular; o RNA é formado por vários nucleotídeos que compõem os 
ácidos nucléicos, que ajudam na transcrição da informação genética quando 
ocorre a reprodução. O nitrogênio está presente no RNA através das bases 
nitrogenadas. 
Outras substâncias nitrogenadas, como a ureia e o ácido úrico, as proteínas 
degradadas do corpo dos organismos mortos, são transformadas em amônia 
novamente pelas bactérias e pelos fungos decompositores. A amônia volta para o 
ciclo. 
Após um novo processo de nitrificação, o nitrogênio, como o gás N2, é 
devolvido para a atmosfera reiniciando o ciclo do nitrogênio. 
 
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O Ciclo do Fósforo 
 
Os fosfatos inorgânicos são encontrados nas rochas fosfálicas, no solo e 
nas plantas. O fósforo das rochas fosfálicas é dissolvido e carreado pelas chuvas, 
que o transportam para os solos e para o lençol freático através da percolação. 
Desta forma, ele chega aos mares. Neles, encontramos outra fonte de fósforo: os 
peixes. Quando os consumimos ingerimos todo o fósforo que precisamos para os 
nossos ossos, os fosfatos inorgânicos que as plantas utilizam para produzir os 
compostos químicos importantes à manutenção da vida são incorporados à 
biomassa vegetal e depois voltam a ser inorgânicos através dos consumidores 
herbívoros. Quando inorgânico, é encontrado nos solos e nele ficam depositados 
como parte dos nutrientes existentes. As florestas absorvem este nutriente muito 
importante para a construção dos organismos e o crescimento dos vegetais, os 
animais voltam a consumi-los, com o consumo das plantas, para depois voltarem 
ao solo e mares. Assim, se processa a ciclagem do fósforo, que não possui fase 
gasosa e, portanto, não é encontrado na atmosfera. 
 
Os ciclos biogeoquímicos são responsáveis pela ciclagem de muitos 
outros nutrientes dispostos nos ecossistemas como variadas formas químicas, 
orgânicas e inorgânicas. Sem eles, como ficaria a biosfera? Os processos biológicos, 
geológicos, geográficos, químicos, físicos e climatológicos participam destes ciclos 
quando possibilitam a ocorrência dos mesmos. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
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Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
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O Equilíbrio Ecológico 
 
Após o acesso ao conhecimento sobre todos os conceitos relativos aos 
processos ecossistêmicos, através do qual percebemos sobre a relevância de cada 
fator ambiental, podemos dizer que o equilíbrio ecológico é, resumidamente, o 
sinônimo de perfeita interação entre os processos biológicos, geológicos, físicos e 
químicos. A natureza é perfeita e sábia. Movimenta-se nas terras, se propaga nos 
mares e flui na atmosfera produzindo formatos e sons que traduzem a sua serena e 
turbulenta produção ao mesmo tempo, por causa dos seus mistérios recônditos, 
batimentos de ondas e trovoadas. Mas não se iludam. Não é desequilíbrio 
ecológico! São os processos que se manifestam em sintonia com as causas e efeitos 
dos ambientes, com equilíbrio ecológico. 
 
A Relevância da Ecologia À Conservação dos Ambientes 
Organizados 
 
Conhecer todos os ambientes organizados naturalmente e pela ação humana, 
nos torna seres cientes sobre todos os processos que envolvem e interferem em 
nossas vidas. Significa identificarmos as intervenções que são positivas e as que são 
negativas à melhoria e à preservação dos ambientes organizados. Porque preservar 
é sobreviver aos impactos ambientais negativos que já ocorreram e conservar 
todas as qualidades que continuam existindo, visando melhorar a qualidade de 
vida para o nosso futuro. 
 
link 
 
Ambiente Brasil 
 
www.ambientebrasil.com.br 
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34 
 
 Este portal tem a missão de estimular a ampliação do conhecimento 
ambiental e a formação de uma consciência crítica sobre os problemas e soluções 
para o meio ambiente, idealizando a obtenção de conhecimentos de forma 
organizada, sistemática e com velocidade, através de ambientes que orientam, 
informam e oferecem facilidades. A proposta de trabalho do Portal é servir de elo 
entre o presente e o futuro, antecipando soluções para as organizações e trazendo 
conforto às pessoas, atender toda a comunidade brasileira, com interesse 
específico em Meio Ambiente e oferecer produtos e serviços com soluções práticas, 
imediatas e customizadas, visando à melhoria de gestão e a qualidade exigida pela 
demanda. 
Nesta unidade, você estudou sobre exemplos de relações ecológicas entre os 
vegetais, animais e deles com o meio ambiente onde vivem e sobre os processos 
físico-químicos que envolvem as inter-relações. Tantas informações só podem ser 
tão importantes para entendermos sobre todos os processos que norteiam a nossa 
sobrevivência e as interações ecológicas. Estudamos também conceitos muito 
relacionados com saúde pública e qualidade ambiental. 
A aprendizagem sobre os seres vivos e os seus ambientes é necessária para 
nossa próximaunidade relativa à poluição ambiental. 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo 
a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-
aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois às envie 
através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
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Exercícios – Unidade 1 
 
 
1) Podemos afirmar que todos os compartimentos são ecológicos, sejam eles 
ambientes ____________ ou ____________. 
 
a) naturais - degradados 
b) degradados - urbanizados 
c) naturais - conservados 
d) naturais - urbanizados 
e) conservados - urbanizados 
 
 
2) Atualmente a produção de energia tem sido uma questão muito importante 
para a nossa sociedade. O petróleo é um exemplo representativo de qual elemento 
químico? 
 
a) Oxigênio. 
b) Nitrogênio. 
c) Carbono. 
d) Fósforo. 
e) Enxofre. 
 
3) Os processos físicos ecossistêmicos que interferem no mecanismo ambiental 
podem ser exemplificados da seguinte maneira: 
 
a) correntes de água e ventos. 
b) excreção e absorção. 
c) ventos e produção energética. 
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d) erosão e metabolismo celular. 
e) ingestão e percolação. 
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4) As proteínas de transporte participam de vários processos de transmissão de 
compostos químicos Qual o lugar que elas se situam na célula? 
 
a) Núcleo. 
b) Membrana Nuclear. 
c) Organelas. 
d) Membrana Plasmática. 
e) Citoplasma. 
 
 
5) O fator biológico pode ser definido como: 
 
a) percolação da água. 
b) rotação da Terra. 
c) condensação. 
d) interação entre os seres vivos. 
e) a presença de O2 na atmosfera. 
 
6) Em vários ambientes ocorre a cadeia alimentar. O conjunto das cadeias 
alimentares forma a teia alimentar, através da qual as relações interespecíficas 
podem ser definidas como: 
 
a) relações de sobrevivência. 
b) relações neutras. 
c) relações entre organismos de espécies diferentes. 
d) relações prejudiciais a um dos organismos. 
e) relações entre organismos da mesma espécie. 
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7) A sequência trófica de uma cadeia alimentar pode ser exemplificada da seguinte 
maneira: 
 
a) girafa, leão e árvore. 
b) produtores, consumidores herbívoros e consumidores carnívoros. 
c) microanimais, microvegetais e peixes. 
d) Micro-organismos, peixes e ação humana. 
e) aves, peixes herbívoros e fitoplâncton. 
 
8) Os consumidores herbívoros fazem o fósforo voltar primeiramente para: 
 
a) a atmosfera. 
b) o solo. 
c) as rochas. 
d) as plantas. 
e) o mar. 
 
9) Escolha um ecossistema em sua moradia e descreva os elementos naturais, 
interações e processos que conseguir identificar. 
 
 
 
 
10) Explique o equilíbrio ecológico. 
 
 
 
 
 
 
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O Estado dos Ambientes 
Ambientes Brasileiros e suas Características; 
Áreas Desmatadas e Desertificadas; 
Ambientes Aquáticos Erodidos; 
Aterros Sanitários; 
O Efeito Estufa; 
O Aquecimento Global; 
As Mudanças Climáticas. 
2 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
43 
 
 
Nesta unidade, encontraremos alguns dos mais importantes biomas 
encontrados no Brasil, bem como algumas definições de ordem ecológica, tais 
como: desertificação, tipos de aterros sanitários, situação de degradação em 
ambientes costeiros, efeito estufa, aquecimento global, enfim, uma série de 
informações que ao longo do curso lhe propiciarão condições de intervir em prol 
da melhoria das condições de vida dos seres vivos e, consequentemente, ampliar o 
leque de oportunidades de sobrevivência de todas as espécies. 
 
Objetivo da unidade: 
 
 Conhecer os Ecossistemas Brasileiros 
 
Plano da unidade: 
 
Ambientes Brasileiros e suas Características; 
Áreas Desmatadas e Desertificadas; 
Ambientes Aquáticos Erodidos; 
Aterros Sanitários; 
O Efeito Estufa; 
O Aquecimento Global; 
As Mudanças Climáticas. 
 
Bons estudos. 
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Ambientes Brasileiros e suas Características 
 
Ao iniciar esta unidade, falaremos de alguns ambientes encontrados no Brasil, 
pois assim compreenderemos melhor as situações que estes se encontram e, 
consequentemente, poderemos avaliar seu estado de maneira mais abrangente. 
Começaremos pela vegetação, que possui uma grande variedade no Brasil. 
Porém essa vegetação vem sendo muito explorada desde o período colonial. A 
vegetação original tornou-se a primeira fonte de riqueza do país. A extração do 
pau-brasil representou também o início de um processo desordenado de utilização 
da cobertura vegetal, que praticamente levou à extinção da mata atlântica. Essa 
ação devastadora é marcante, sobretudo, nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e 
parte do Centro-Oeste. Atualmente, o desmatamento atinge principalmente a 
Amazônia. 
Podemos classificar a vegetação brasileira, em escala regional, em 
Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Matas de 
Araucária e de Cocais, além dos Campos, Restingas e Mangues. Estima-se que 10% 
das espécies vegetais do planeta vivam nas paisagens brasileiras, mas essa 
vegetação vem sendo consumida por desmatamentos, queimadas e poluição. 
 
Floresta Amazônica 
A Floresta Amazônica é uma típica floresta tropical, com grande diversidade 
de espécies vegetais e animais. Ocupa 5,5 milhões de km2 dos quais 60% estão em 
território brasileiro e nela vivem e se reproduzem mais de um terço das espécies 
existentes no planeta. Das 100 mil espécies de plantas que ocorrem em toda a 
América Latina, 30 mil estão na Amazônia e, desse total, 2.500 espécies de árvores 
(um terço da madeira tropical do mundo). A Amazônia também abriga muita água: 
o Rio Amazonas é a maior bacia hidrográfica do mundo e cobre uma extensão 
aproximada de 6 milhões de km2, cortando a região para desaguar no Oceano 
Atlântico, lançando no mar, a cada segundo, cerca de 175 milhões de litros de 
água. Esse número corresponde a 20% da vazão conjunta de todos os rios da terra. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
45 
 
 O seu solo, na grande maioria, é pobre em nutrientes. Pode parecer 
contraditório que uma floresta tão rica possa sobreviver sobre um solo pobre. Isso 
se explica pelo fato de ocorrer um ciclo fechado de nutrientes. Quase todos os 
minerais estão acumulados no vegetal. No solo existe uma camada em 
decomposição formada por folhas, galhos e animais mortos, que rapidamente são 
convertidos em nutrientes e novamente absorvidos pelas raízes. Portanto, a 
floresta vive do seu próprio material orgânico. Se a água das chuvas caísse 
diretamente sobre o solo, tenderia a lavá-lo, retirando os sais minerais. Na floresta, 
porém, a queda das gotas é amortecida pela densa folhagem, o que reduz a perda 
de nutrientes. Tais fatos tornam o desmatamento um grande vilão, pois reduz a 
folhagem da floresta, levando ao empobrecimento da terra, isso sem contar com os 
demais seres vivos como os insetos, que se encontram em todos os estratos da 
floresta, animais rastejadores, os anfíbios, répteis, aves e mamíferos, enfim, todos 
que de forma direta sustentam o equilíbriocíclico que sofre alterações drásticas em 
virtude do desmatamento. 
 Embora o Brasil tenha uma das mais modernas legislações ambientais do 
mundo, elas não têm sido suficiente para bloquear a devastação da floresta. O 
Brasil tem sua riqueza natural constantemente ameaçada. A exploração de 
produtos tradicionais como o guaraná, o látex e a castanha-do-pará pode ocorrer 
de forma a não interferir no equilíbrio ecológico e a garantir a sobrevivência de 
comunidades da floresta. Outros problemas são o extrativismo mineral e as 
queimadas, práticas realizadas muitas vezes com o fim de adequar áreas da floresta 
à pecuária. Daí, chegamos a problemas mais graves: a insuficiência de pessoal 
dedicado à fiscalização, as dificuldades em monitorar extensas áreas de difícil 
acesso, a fraca administração das áreas protegidas e a falta de envolvimento das 
populações locais. Solucionar essa situação depende da forma pela qual os fatores 
políticos, econômicos, sociais e ambientais serão articulados. 
 Outra forma de destruição tem sido os alagamentos para a implantação 
de usinas hidrelétricas A atividade mineradora também trouxe graves 
consequências ambientais, como a erosão do solo e a contaminação dos rios com o 
mercúrio. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
46 
 
Mata Atlântica 
 
 A Mata Atlântica, atualmente, predomina na costa brasileira, onde 
planaltos e serras impedem a passagem da massa de ar, provocando chuva. Ela é 
uma floresta de clima tropical quente e úmido, sendo considerada uma das 
grandes prioridades para a conservação de biodiversidade em todo o continente 
americano. Sua cobertura florestal se apresenta reduzida a cerca de 7,6% da área 
original, que apresentava aproximadamente uma extensão de 1.306.421 km2. Mais 
de 70% da população brasileira vive em áreas de Mata Atlântica, que apresenta 
muitas das características da Floresta Amazônica. A diferença mais marcante é a 
topografia que, no caso da Mata Atlântica é mais íngreme e variável. 
 Na época do descobrimento do Brasil, a Mata Atlântica tinha uma área 
equivalente a um terço da Amazônia; cobria 1 milhão de km2 ou 12% do território 
nacional, estendendo-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Apesar da 
devastação sofrida, a riqueza de espécies animais e vegetais que ainda se abrigam 
na Mata Atlântica é incrível. Em alguns trechos de floresta, os níveis de 
biodiversidade são considerados os maiores do planeta. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
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 Ocorreu à predatória do Pau-brasil a partir do século XVI, utilizado para 
tintura e construção, depois a implantação do ciclo da cana-de-açúcar, onde 
extensos trechos de mata Atlântica foram derrubados para dar lugar aos canaviais. 
No século XVIII, foram as jazidas de ouro que atraíram para o interior um grande 
número de portugueses. A imigração levou a novos desmatamentos, eles 
estenderam-se até os limites com o Cerrado, para a implantação de agricultura e 
pecuária. 
 No século seguinte, foi a vez do café, provocando a marcha ao sul do Brasil 
e, então, chegou a vez da extração da madeira. No Espírito Santo, as matas foram 
derrubadas para o fornecimento de matéria-prima para a indústria de papel e 
celulose. Em São Paulo, a implantação do Polo Petroquímico de Cubatão tornou-se 
conhecida internacionalmente como exemplo de poluição urbana. 
 A Mata Atlântica abrange as bacias dos rios Paraná, Uruguai, Paraíba do 
Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco. A mata possui espécies imponentes de 
árvores, como o jequitibá-rosa, assim como outras espécies que também se 
destacam nesse cenário tais como: o pinheiro-do-paraná, o cedro, as figueiras, os 
ipês, a braúna e o pau-brasil, entre muitas outras. 
 Grande parte das espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção é 
originária da Mata Atlântica, como os micos-leões, a lontra, a onça-pintada, o tatu-
canastra e a arara-azul-pequena. Fora dessa lista vivem na área gambás, 
tamanduás, preguiças, antas, veados, cotias, quatis etc. É também em grande parte 
através da Mata Atlântica que se garante o abastecimento de água para mais de 
120 milhões de brasileiros. Seus remanescentes regulam o fluxo dos mananciais 
hídricos, asseguram a fertilidade do solo, controlam o clima, protegem escarpas e 
encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso. 
Essa região possui ainda belíssimas paisagens, verdadeiros paraísos tropicais, cuja 
proteção é essencial ao desenvolvimento do ecoturismo, importante atividade 
econômica presente em muitos projetos de desenvolvimento sustentável. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
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Cerrado 
O cerrado apresenta uma formação típica de área tropical com duas estações 
marcantes, um inverno seco e um verão chuvoso. Sua área de ocorrência 
predominante encontra-se no Brasil Central. O solo, deficiente em nutrientes e com 
alta concentração de alumínio, dá à mata uma aparência seca. Apesar de não haver 
falta de água, as plantas têm raízes capazes de retirar água do solo a mais de 15m 
de profundidade. A vegetação é predominantemente arbustiva, com árvores 
retorcidas e folhas recobertas por pêlos. O cerrado apresentava toda a sua beleza 
de flores exóticas e plantas medicinais desconhecidas da medicina tradicional 
como arnica, catuaba, jurubeba, sucupira e angico. Encontram-se ainda gramíneas 
e cerradão, um tipo mais denso de cerrado, já misturado com formações florestais. 
Embora tradicionalmente esteja associado à pecuária, vem sendo ocupado pela 
monocultura de soja, responsável pela descaracterização dessa cobertura, já que 
ocupou originalmente cerca de 25% do território brasileiro. O equilíbrio desse 
sistema, cuja biodiversidade pode ser comparada à Amazônica, é de fundamental 
importância para a estabilidade dos demais ecossistemas brasileiros. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
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Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais sofreu 
alterações com a ocupação humana. Um dos impactos ambientais mais graves na 
região foi causado pelos garimpos, que contaminaram os rios com mercúrio e que 
provocou o assoreamento dos cursos de água. A erosão causada pela atividade 
mineradora tem sido tão intensa que em alguns casos chegou até mesmo a 
impossibilitar a própria extração do ouro rio abaixo. Nos últimos anos, contudo, a 
expansão da agricultura e da pecuária vem representando o maior fator de risco 
para o Cerrado. A partir de 1950, tratores começaram a ocupar sem restrições os 
habitats dos animais. São aproximadamente 2 milhões de km2 espalhados por 10 
estados brasileiros, a segunda maior formação vegetal brasileira, superado apenas 
pela floresta Amazônica. 
O Cerrado é um campo tropical no qual a vegetação herbácea coexiste com 
mais de 420 espécies de árvores e arbustos esparsos. A estação seca é bem 
pronunciada, podendo durar de 5 a 7 meses. Os rios não secam, porém a sua vazão 
diminui. 
A vegetação do Cerrado tem aspectos que costumam ser interpretados como 
adaptações aos ambientes secos (xeromorfismo), apresentando assim, árvores e 
arbustos com galhos tortuosos, folhas endurecidas, cascas grossas; as superfícies 
das folhas são muitas vezes brilhantes, outras vezes recobertas por pêlos, porém 
outras plantas, contraditoriamente, têm características de lugares úmidos: folhas 
largas, produção de flores e brotos em plena estação seca. 
 A fauna encontrada na região também recebe pouca atenção no que 
concerne à sua conservação e proteção. 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
50 
 
O processo de desmatamento realizado até então,se não for contido poderá 
resultar no fim do cerrado em períodos não muito distantes. Esta situação está 
causando a fragmentação de áreas e comprometendo seriamente os processos 
que mantêm a sua biodiversidade. Porém o Cerrado tem a seu favor o fato de ser 
cortadas por três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins, 
São Francisco e Prata), favorecendo a manutenção de uma biodiversidade 
surpreendente. Estima-se que a flora da região possua 10 mil espécies de plantas 
diferentes (muitas delas usadas na produção de cortiça, fibras, óleos, artesanato, 
além do uso medicinal e alimentício). Isso sem contar as 400 espécies de aves, os 67 
gêneros de mamíferos e os 30 tipos de morcegos catalogados na área. O número 
de insetos é surpreendente: apenas na área do Distrito Federal há 90 espécies de 
cupins, 1.000 espécies de borboletas e 500 tipos diferentes de abelhas e vespas. 
 
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51 
 
Pantanal 
 
O Pantanal constitui-se em um dos mais valiosos patrimônios naturais do 
Brasil, sendo a maior área úmida continental do planeta, com cerca de 150 mil km2, 
situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, ambos 
estados do Brasil. Além de também englobar o norte do Paraguai e o leste da 
Bolívia (que é chamado de charco boliviano), considerado pela UNESCO Patrimônio 
Natural Mundial e Reserva da Biosfera. 
A região é uma planície fluvial influenciada por rios que drenam a bacia do 
Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância, 
influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Charco e Mata 
Atlântica. 
 O Pantanal encontra-se sob o jugo das águas. A chuva divide a vida em 
dois períodos bem distintos, na época da seca entre os meses de maio a outubro, 
aproximadamente. A paisagem sofre mudanças radicais, no baixar das águas são 
descobertos campos, bancos de areia, ilhas sobre a superfície, onde fica exposta 
uma fina camada de lama humífera (mistura de areia, restos de animais e vegetais, 
sementes e humus) propiciando grande fertilidade ao solo. O equilíbrio desse 
ecossistema depende basicamente do fluxo de entrada e saída de enchentes que, 
por sua vez, está diretamente ligado à pluviosidade regional. 
Com o início do semestre chuvoso nas regiões altas (a partir de novembro), 
sobe o nível de água do Rio Paraguai, provocando as enchentes. O mesmo ocorre 
paralelamente com os afluentes do Paraguai que atravessam o território brasileiro 
cortando uma extensão de 700 km. As águas vão se espalhando e cobrindo, 
continuamente vastas extensões em busca de uma saída natural, que só é 
encontrada centenas de quilômetros adiante, no encontro do Rio com o Oceano 
Atlântico, fora do território brasileiro. As cheias chegam a cobrir até 2/3 da área 
pantaneira. A planície é levemente ondulada, pontilhada por raras elevações 
isoladas, geralmente chamadas de serras e morros, rica em depressões rasas. Seus 
limites são marcados por variados sistemas de elevações como chapadas, serras e 
maciços. É cortada por grande quantidade de rios dos mais variados portes, todos 
pertencentes à Bacia do Rio Paraguai. Os principais rios são: Cuiabá, Aquidauana, 
Piquiri, Taquari, São Lourenço, Miranda e Apa. O Pantanal é circundado do lado 
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brasileiro (norte, leste e sudeste) por terrenos de altitude entre 600 e 700 metros; 
estende-se a oeste até os contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao 
sul pelas planícies pampeanas centrais. 
As primeiras chuvas da estação caem sobre um solo seco e poroso, além der 
ser facilmente absorvidas. De novembro a abril, as chuvas caem torrenciais nas 
cabeceiras dos rios da Bacia do Paraguai, ao norte. Com o constante 
umedecimento da terra, a planície rapidamente se torna verde devido à rebrotação 
de inúmeras espécies resistentes à falta d'água dos meses precedentes. 
Esse grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a baixa 
declividade da planície e a dificuldade de escoamento das águas pelo alagamento 
do solo são responsáveis por inundações nas áreas mais baixas, formando baías de 
centenas de quilômetros quadrados. O que confere à região um aspecto de imenso 
mar interior. 
Entre a vegetação variada encontram-se inúmeras espécies de animais 
adaptados a essa região de aspectos tão contraditórios. Essa imensa variedade de 
vida, traduzida em constante movimento de formas, cores e sons é um dos mais 
belos espetáculos da Terra. 
Por causa dessa alternância entre períodos secos e úmidos, a paisagem 
pantaneira nunca é a mesma, mudando todos os anos: leitos dos rios mudam seus 
traçados; as grandes baías alteram seus desenhos. 
No Pantanal já foram catalogadas mais de 2.000 espécies de insetos voadores 
(borboletas), cerca de 80 espécies de mamíferos, sendo os principais a onça-
pintada, capivara, lobinho, veado-campeiro, veado catingueiro, lobo-guará, 
macaco-prego, cervo do pantanal, bugio, porco do mato, tamanduá, cachorro-do-
mato, anta, preguiça, ariranha, suçuarana, quati, tatu etc. Há 650 espécies de aves 
(no Brasil inteiro estão catalogadas cerca de 1800). A mais espetacular é a arara-
azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (a ave símbolo 
do Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas, jaburus, beija-flores (os menores 
chegam a pesar dois gramas), socós (espécie de garça de coloração castanha), 
jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas. Há 
uma infinidade de répteis, sendo o principal o jacaré (jacaré-do-pantanal e jacaré-
de-coroa), cobras (sucuri, jiboia, cobras-d’água e outras), lagartos (camaleão, 
calango-verde) e quelônios (jabuti e cágado). 
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Quando o período da vazante começa, uma grande quantidade de peixes fica 
retida em lagoas ou baías, não retornando para aos rios. Durante meses, aves e 
animais carnívoros (jacarés, ariranhas etc) desfrutam, portanto, de um farto 
banquete. As águas continuam baixando mais e mais e nas lagoas, agora bem 
rasas, peixes como o dourado, pacu e traíra podem ser apanhados com as mãos 
pelos homens. Aves grandes e pequenas são vistas planando sobre as águas, 
formando um espetáculo de grande beleza. A fauna pantaneira é muito rica, 
provavelmente a mais rica do planeta. 
A vegetação do Pantanal não é homogênea e há um padrão diferente de flora 
de acordo com o solo e a altitude. Nas partes mais baixas, predominam as 
gramíneas, que são áreas de pastagens naturais para o gado. A pecuária é a 
principal atividade econômica do Pantanal. 
Entre os problemas ambientais do Pantanal estão os desequilíbrios ecológicos 
provocados pela pecuária extensiva, que destrói a vegetação nativa; a pesca e a 
caça predatórias de muitas espécies de peixes e do jacaré; o garimpo de ouro e 
pedras preciosas, que gera erosão, assoreamento e contaminação das águas dos 
rios Paraguai e São Lourenço; o turismo descontrolado que produz o lixo, esgoto e 
que ameaça a tranquilidade dos animais, além de outras ocorrências secundárias. 
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Caatinga 
 
 A palavra Caatinga vem do tupi, significa "mata branca". Encontrada 
somente no Brasil, ocupa uma área de cerca de 750.000 km2, cerca de 11% do 
território nacional, englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, 
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e 
parte do Norte de Minas Gerais (Sudeste do Brasil). Os cerca de 20 milhões de 
brasileiros que vivem nos 800 mil km2 de Caatinga tinham a falsa ideia de que o 
bioma não seriahomogêneo, como se acreditava antigamente. Ele seria o 
resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata 
Atlântica ou a Floresta Amazônica, além do cerrado. 
 A Caatinga é composta de plantas xerófilas, próprias de clima seco e 
árido, adaptadas a pouca quantidade de água. As plantas da Caatinga apresentam 
várias adaptações que permitem a sobrevivência na estação seca. As folhas são 
muitas vezes reduzidas, como nas cactáceas, nas quais se transformam em 
espinhos. O mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos é bem rápido, a 
queda das folhas na estação seca representa também um modo de reduzir a área 
exposta à transpiração. Algumas plantas possuem raízes praticamente na superfície 
do solo para absorver o máximo da chuva. O solo da caatinga é fértil quando 
irrigado. Em virtude do baixo índice pluviométrico da região sertaneja, as plantas 
que produzem cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas dependem de 
irrigação artificial, possibilitada pela construção de canais e açudes. 
Quanto à flora, foram registradas cerca de 1000 espécies, estimando-se que 
haja um total de 2000 a 3000 plantas. Entre as de potencialidade frutífera, 
destacam-se o umbú, o araticum, o jatobá, o murici e o licuri, e entre as espécies 
medicinais encontram-se a aroeira, a braúna, o quatro-patacas, o pinhão, o velame, 
o marmeleiro, o angico, o sabiá, o jericó, entre outras. Com relação à fauna, foram 
identificadas 45 espécies de répteis, 17 de anfíbios, 120 de mamíferos, 695 de aves, 
além de pouco se conhecer em relação aos invertebrados. 
 As precipitações são relativamente baixas, podendo ocorrer de maneira 
bastante irregular. A estação da seca é superior a sete meses por ano. Os rios 
normalmente secam no verão, exceto o São Francisco, que é perene. 
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Segundo estimativas, cerca de 70% da caatinga já se encontra alterada pelo 
homem. 
 
 É uma floresta aciculifoliada (folhas em forma de agulha, finas e 
alongadas), própria do clima subtropical, existente na Região Sul e em trechos do 
estado de São Paulo. Tem na Araucária angustifólia ou pinheiro do paraná, a 
espécie dominante, cujo fruto é o pinhão. Como atingem altura de mais de 30m e 
possuem formação aberta, as araucárias oferecem certa facilidade à circulação. Isso, 
associado ao grande número de pinheiros existentes, fez com que as florestas 
dessa formação se tornassem a principal fonte produtora de madeira do país, o que 
levou ao seu desaparecimento quase total. 
 Seu principal produto, o pinho, tem ampla e variada aplicação econômica 
na indústria de móveis, na construção civil e na indústria de papel e celulose; se 
volta principalmente para os pinos e os eucaliptos, menos nobres, porém mais 
exploráveis em curto intervalo de tempo. 
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Matas de Araucária e de Cocais 
A Mata das Araucárias ou pinheiros do 
paraná, de porte alto e copa em forma de 
guarda-sol, estendia-se do sul de Minas 
Gerais e São Paulo até o Rio Grande do Sul, 
formando cerca de 100.000 km2 de matas 
de pinhais. Na sua sombra cresciam 
espécies como a imbuia, o cedro, a canela, 
entre outras. 
A Mata de Cocais encontra-se 
localizada entre a Amazônia e a Caatinga 
nos estados do Maranhão, Piauí e norte do 
Tocantins. Suas florestas são dominadas 
pelas palmeiras babaçu e carnaúba, além 
do buriti e da oiticica, que são florestas 
secundárias, isto é, cresceram após o 
desmatamento. O babaçu domina o 
ambiente e está sendo destruído em ritmo 
intenso pelas pastagens, mas pode 
sobreviver pela velocidade com que se 
reproduz e pelos produtos que são 
extraídos dele (cera, óleo - utilizado pela indústria de alimentos e cosméticos - 
fibras, glicerina etc.), de alto valor para a sobrevivência da população local. 
Os Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins são os que concentram as maiores 
extensões de matas onde predominam os babaçus, formando muitas vezes 
agrupamentos homogêneos bastante densos e escuros, tal a proximidade entre os 
grandes coqueiros. 
 
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Campos 
Nos campos (considerados por muitos como um tipo de cerrado, assim como 
as savanas africanas), a vegetação é constituída principalmente de plantas 
herbáceas (com predominância da família das gramíneas, tais como grama, milho, 
aveia, cevada, trigo e outras), havendo poucos arbustos e podendo ser 
encontrados em diversas áreas descontínuas do país, onde aparecem com 
características bastante diversas. Existem alguns tipos de plantas trepadoras e 
parasitas que se servem das árvores para irem subindo e alcançar a luz; muitas 
vezes estas trepadeiras desenvolvem-se tanto que acabam por estrangular as 
árvores onde se enrolam. Elas são normalmente chamadas de lianas e atingem um 
desenvolvimento tão grande, que quem as vê, diria que se trata de uma autentica 
árvore. Há lianas com cerca de 200 metros de comprimento. 
Os campos também fazem parte da paisagem brasileira. Esse tipo de 
vegetação é encontrado em dois lugares distintos: os campos de terra firme são 
característicos do norte da Amazônia, Roraima, Pará e ilhas do Bananal e de Marajó, 
enquanto os campos limpos são típicos da região sul. 
Eles são amplamente utilizados para a produção de arroz, milho, trigo e soja, e 
às vezes em associação com a criação de gado. A desatenção com o solo, 
entretanto, leva à desertificação, registrada em diferentes áreas do Rio Grande do 
Sul. 
 
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Restingas 
De acordo com a resolução 07, de 23 de julho de 1996, do CONAMA, entende-
se por vegetação de restinga o conjunto das comunidades vegetais, 
fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha. Área sujeita à 
influência de fatores ambientais como marés, ventos, chuvas e ondas, o que faz 
com que seja uma região dinâmica. Parte da vegetação é considerada pioneira, 
colonizando espaços abertos em outras áreas, iniciando o processo de sucessão. É 
uma região de baixa diversidade de espécies, com uma distribuição homogênea, 
ou seja, sem dominância de qualquer tipo de espécie. O substrato das praias é 
formado por areia de origem marinha e conchas e, é periodicamente, inundado 
pela maré, o que limita o desenvolvimento de certos tipos de plantas e a 
ocorrência de certos grupos de animais. O solo das dunas é arenoso e seco, 
sofrendo ação dos ventos que o remodelam constantemente. Pode receber 
borrifos das ondas, mas raramente se torna úmido. As dunas funcionam como área 
de descanso e alimentação e rota migratória para alguns falcões (peregrino) e 
águias, maçaricos, entre muitas outras aves como saíras, tucanos, arapongas, bem-
te-vis, macucos, jacus, saíra peruviana e a papa-mosca de restinga, ambos 
endêmicos. Em áreas alteradas, as aves migratórias desaparecem e surgem as 
oportunistas (coruja-buraqueira, anu branco, gavião carrapateiro), seu solo é 
arenoso de origem marinha e seca, podendo acumular água da chuva em 
determinadas épocas do ano. 
 Quanto à vegetação, encontraremos no início apenas algas e fungos 
microscópicos, em seguida plantas com estolões e rizomas que podem formar 
touceiras e raramente algum arbusto. O estrato herbáceo ocorre somente nas 
dunas e o arbustivo varia entre 1 e 1,5 m de altura com diâmetro máximo de 3 cm. 
As epífitas ocorrem no estrato arbustivo, são elas: bromélias, fungos, líquens, 
musgos e orquídeas. A vegetação de restinga pode ser subdividida em três regiões: 
Escrube, floresta baixa de restinga e Brejo de restinga. 
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Mangues 
 
O manguezal é um bioma adaptado às condições adversas de salinidade e 
fluxo de marés. Este ecossistema é uma zona de transição entre mar e terra firme, 
onde o solo é rico em material orgânico, baixo teor de oxigênio, lodoso e salgado. 
A sua vegetação é arbórea, no entanto lenhosa. É um local bastante propício para 
que os animais se alimentem direta ou indiretamente dos nutrientes, minerais e 
material orgânico, sendo este utilizado para a reprodução das espécies e proteção. 
 Estima-se que haja hoje em todo mundo cerca de 20 milhões de hectares 
de mangue, contudo, estão seriamente ameaçados pela expansão urbana, obras de 
engenharia, lixões, indústrias, aterros, marinas, cultivo de camarão, poluição, entre 
outros fatores. Os mangues estão localizados em regiões costeiras tropicais e 
subtropicais do planeta, nas desembocaduras de rios e em litorais protegidos pela 
ação direta do mar. Um exemplo é a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. 
O ecossistema manguezal não se restringe à orla marítima. Ele pode penetrar 
quilômetros no continente, seguindo o curso de rios cujas águas se misturam com 
o mar durante as marés cheias, tais como em Belém (PA) e São Luiz (MA), onde sua 
vegetação típica penetra até 40 km pelo interior. 
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 No manguezal, em geral, a vegetação é composta basicamente de 
vegetações do gênero Rhizophoras sp, Lagunculareae sp e Avicennia sp. Ocorre 
ainda um fenômeno em que as raízes respiratórias, chamadas de pneumatóforos 
(suas extremidades afloram perpendicular ao solo), crescem eretas emergindo do 
solo alagado para obter gás oxigênio necessário à respiração. 
 O mangue não apresenta vegetação rasteira, no entanto, encontram-se 
algumas espécies de epífitas, tais como orquídeas e bromélias. 
 
Áreas Desmatadas e Desertificadas 
 
A ocupação do litoral ocorreu através do estabelecimento de pequenos 
núcleos de povoamento que iniciaram um processo de transformação através do 
desmatamento das áreas naturais, principalmente a restinga, transformando-as em 
áreas urbanizadas. Recentemente, a urbanização ocorreu para fins de lazer, com o 
estabelecimento de moradias temporárias, condomínios de elevado padrão ou 
prédios, em geral ocupando também áreas de manguezais. 
 As mais importantes consequências dessa ocupação referem-se à 
eliminação da vegetação natural, ao estímulo dos processos erosivos, às mudanças 
nas características de drenagem por cortes e aterros (que exigem material de 
empréstimo, obtido a partir da escavação de morros situados na planície litorânea). 
Sem mencionar a geração de lixo, de esgoto doméstico (em geral sem o 
tratamento adequado e problemas de drenagens pelo afloramento do lençol 
freático nas áreas planas do litoral). Além do aumento na procura por recursos 
naturais nas áreas situadas no interior, causando desmatamentos e conseqüente 
perda das características naturais do ambiente. Em alguns casos, tudo isso ocasiona 
o processo de eliminação de rios e córregos, o que em contrapartida empobrece o 
solo e direciona o ecossistema para um processo de desertificação que, na maioria 
dos casos, é irreversível. 
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 Podemos definir a desertificação como o processo de destruição do 
potencial produtivo da terra nas regiões de clima árido, semiárido e subúmido 
seco. Esse problema vem sendo detectado há mais de setenta anos em regiões de 
todo planeta, se destacando nos Estados Unidos. Além disso, muitas outras 
situações consideradas como graves problemas de desertificação foram sendo 
detectadas ao longo do tempo em várias regiões do planeta, tais como Ásia, 
Europa, América Latina, África e Austrália, oferecendo exemplos de como o homem 
utilizou de forma indiscriminada e predatória, destruindo os recursos e 
transformando terras férteis em desertos ecológicos e econômicos. 
 À medida que o estudo sobre a origem dos desertos evoluiu, surgiram 
conceitos a respeito do assunto. Observe: Deserto é uma região de clima árido, 
onde o potencial de evaporação é maior que a precipitação média anual. Este se 
caracteriza por apresentar solos ressequidos; cobertura vegetal esparsa, presença 
de plantas xerófilas e temporárias. O processo de desertificação ocorre em mais de 
100 países do mundo, por isso é considerado um problema global. O Brasil possui 
quatro áreas que evidenciam o processo de desertificação, chamadas núcleos de 
desertificação, onde ocorre intensa degradação. Elas somam aproximadamente 19 
mil km2 e se localizam nos municípios de Gilbués, no Piauí; Seridó, no Rio Grande 
do Norte; Irauçuba, no Ceará e Cabrobó, em Pernambuco. As regiões áridas, 
semiáridas e subúmidas secas, também chamadas de terras secas, ocupam mais de 
37% de toda a superfície do planeta, abrigando mais de 1 bilhão de pessoas, ou 
seja, 1/6 da população mundial, cujos indicadores são de baixo nível de renda, 
baixo padrão tecnológico, baixo nível de escolaridade e ingestão de proteínas 
abaixo dos níveis aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Vale 
ressaltar que a evolução desses lugares ocorre cada uma de modo específico. 
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Ambientes Aquáticos Erodidos 
 
 Os ecossistemas aquáticos possuem uma importância muito grande no 
contexto ambiental, pois, além de fornecer subsídios para as populações terrestres, 
recebe na maioria dos casos o esgoto doméstico das populações litorâneas e do 
seu entorno. Outro fator de degradação é o comprometimento das cadeias 
alimentares em face dos organismos diretamente envolvidos nesse processo. Uma 
pesquisa de campo referendada por especialistas do governo do Estado de São 
Paulo acaba de constatar, na região de Campinas, que a degradação dos recursos 
hídricos provoca um desequilíbrio intenso nas cadeias alimentares. Constatou-se 
que a emissão desordenada de poluentes domésticos e industriais no leito dos rios 
compromete de forma irreversível, sobretudo os organismos que ocupam a base 
das cadeias alimentares destes ambientes, comprometendo assim o equilíbrio das 
espécies. Isso sem mencionar a degradação dos índices de potabilidade da água 
nessas regiões como, por exemplo, em ambientes rurais onde espécies endêmicas 
tornam-se intolerantes à agressão ambiental, como o lambari-de-rabo-amarelo, 
que só sobrevive nos trechos de regiões rurais. Em contrapartida, houve uma 
“explosão” populacional de espécies resistentes que nem sempre são interessantes 
na cadeia alimentar local. 
 Os ambientes estuarinos representam uma parte intermediadora entre a 
superfície continental e o mar aberto, promovendo como conseqüência a emissão 
de poluentes gerados pelas populações humanas – como os rejeitos urbanos, 
agrícolas e industriais que são transportados para ambientes marinhos por meio do 
escoamento superficial dos rios ou pela atmosfera. Acidentes nas estradas de alta 
rodagem próximas ao litoral, envolvendo caminhões de carga, transportadores de 
ácidos, óleos vegetais, grãos, entre outros, são contribuintes da poluição marinha, 
uma vez que grande parte do material despejado com o acidente é indiretamente 
carreada para o mar. Os poluentes também podem ser lançados diretamente nos 
ambientes marinhos, como no caso de rejeitos de atividades petrolíferas, lavagens 
de porões de navios e despejo de barcaças, provocando o desenvolvimento ou 
surgimento de espécies exóticas vindas de outros continentes, como é o caso das 
águas de lastro, usadas para, entre outras coisas, equilibrar o transporte de 
substâncias nos tanques dos navios. Desta forma, os mares e os estuários 
acumulam subprodutos da atividade antrópica e a situação é agravada pelo fato da 
maioria dos centros urbanos localizarem-se

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