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MODELO TRANSTEÓRICO Profa. Ana Paula Q Mello 2019 1 • Desenvolvido pelos pesquisadores norte-americanos James O. Prochaska e Carlo Di-Clemente; • Década de 80; • Mediante estudos com tabagistas; • Existência de princípios básicos que explicariam a estrutura da mudança de comportamento que ocorria na presença ou não de psicoterapia • Atualmente, está sendo adotado em outros comportamentos, como alcoolismo, uso de drogas, prática de atividade física, etc. Modelo Transteórico T O R A L ; S L A T E R , 2 0 0 7 . 2 Considerado um instrumento promissor de auxílio à compreensão da mudança comportamental relacionada à saúde; Utiliza 5 estágios de mudança: • Pré-contemplação; • Contemplação; • Decisão; • Ação; • Manutenção. Modelo Transteórico TORAL; SLATER, 2007. 3 Pré-contemplação Mudança comportamental: • Não foi considerada pelo indivíduo; • Não foram realizadas alterações no comportamento; • Não há intenção de adotá- las num futuro próximo (considerando-se, geralmente, seis meses). Causas possíveis: • Falta de informações corretas sobre as consequências de seu comportamento; • Frustação; • Não acredita em sua capacidade de modificar o seu comportamento. Portanto: Apresenta maior resistência; Pouca motivação; Não reconhecem suas práticas alimentares inadequadas. TORAL; SLATER, 2007. 4 Contemplação Mudança Comportamental • Começa a considerar a mudança comportamental; • Pretende-se alterar o comportamento no futuro, mas ainda não foi estabelecido um prazo para tal mudança. Causas possíveis: • Reconhece que o problema existe e os benefícios da mudança; • Está decidido a superá-lo, mas não apresenta um comprometimento decisivo. Portanto: reconhece que tem um padrão alimentar pouco saudável Barreiras - alimentação adequada: tempo, preço, habilidade e paladar TORAL; SLATER, 2007. 5 Decisão ou Preparação Mudança Comportamental • Pretende alterar seu comportamento num futuro próximo, como no próximo mês; • Geralmente, após ter superado tentativas anteriores frustradas; • São realizadas pequenas mudanças e um plano de ação é adotado; • Não assume um compromisso sério referente à mudança. Portanto: Expressão característica desse estágio: “na próxima segunda feira, começarei a dieta”. TORAL; SLATER, 2007. 6 • Correspondem aqueles que alteraram de fato seu comportamento, suas experiências ou seu ambiente de modo a superar as barreiras antes percebidas; • Tais mudanças são visíveis e ocorreram recentemente, como nos últimos seis meses; • Trata-se de um estágio que exige grande dedicação e disposição para evitar recaídas. TORAL; SLATER, 2007. Ação Por exemplo: diminui o consumo de frituras. - Visando a melhora do perfil lipídico, passa a reconhecer os primeiros benefícios da modificação de suas práticas. 7 Manutenção • Já modificou seu comportamento e mantém por mais de seis meses. ATENÇÃO: evitar e/ou prevenir recaídas e consolidar os ganhos obtidos durante a ação. Não se trata de um estágio estático. Exemplo: Adulto que passou por uma reeducação alimentar e adotou uma dieta saudável há mais de um ano. TORAL; SLATER, 2007. 8 Estratégias de intervenção propostas para cada estágio de mudança, visando a modificação do comportamento alimentar Estágio Foco da intervenção O que fazer? O que não fazer? Pré- contemplação o conhecimento sobre alimentação saudável e a consciência do indivíduo sobre sua prática alimentar inadequada. Oferecer informações sobre recomendações nutricionais e os benefícios de uma dieta adequada; Prover o indivíduo de ferramentas para avaliar sua própria alimentação. Não assumir que a mudança de comportamento será rápida, diante da grande resistência e pouca motivação do indivíduo. BERTOLIN, M.N.T.; VILLAR, B.S. Aplicação do Modelo Transteórico em Estudos de Nutrição. In: GARCIA, R.W.D.; MANCUSO, A.M.C. Mudanças Alimentares e Educação Nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Cap.7; p.198-206. 9 Estratégias de intervenção propostas para cada estágio de mudança, visando a modificação do comportamento alimentar Estágio Foco da intervenção O que fazer? O que não fazer? Contemplação a confiança na própria habilidade do indivíduo para adotar as recomendações nutricionais em sua alimentação. Identificar quais são as barreiras que impedem a mudança, segundo o indivíduo, e traçar meios para superá-las. Não criticar a ambivalência do indivíduo: diversas barreiras podem ser apresentadas em diferentes momentos. BERTOLIN, M.N.T.; VILLAR, B.S. Aplicação do Modelo Transteórico em Estudos de Nutrição. In: GARCIA, R.W.D.; MANCUSO, A.M.C. Mudanças Alimentares e Educação Nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Cap.7; p.198-206. 10 Estratégias de intervenção propostas para cada estágio de mudança, visando a modificação do comportamento alimentar Estágio Foco da intervenção O que fazer? O que não fazer? Preparação Definir o plano de ação que será implementado nos próximos 30 dias. Estimular o alcance de objetivos específicos, sem sobrecarregar o indivíduo com várias metas. Não menosprezar pequenas mudanças realizadas pelo indivíduo em sua alimentação. BERTOLIN, M.N.T.; VILLAR, B.S. Aplicação do Modelo Transteórico em Estudos de Nutrição. In: GARCIA, R.W.D.; MANCUSO, A.M.C. Mudanças Alimentares e Educação Nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Cap.7; p.198-206. 11 Estratégias de intervenção propostas para cada estágio de mudança, visando a modificação do comportamento alimentar Estágio Foco da intervenção O que fazer? O que não fazer? Ação Treinar as habilidades do indivíduo para alterar o comportamento por mais tempo. Fornecer materiais individualizados e estratégias práticas, envolvendo suporte social (relacionamento de auxílio à mudança) e recompensas. Não oferecer apenas informações gerais, considerando que o indivíduo já está colocando em prática uma alimentação saudável. BERTOLIN, M.N.T.; VILLAR, B.S. Aplicação do Modelo Transteórico em Estudos de Nutrição. In: GARCIA, R.W.D.; MANCUSO, A.M.C. Mudanças Alimentares e Educação Nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Cap.7; p.198-206. 12 Estratégias de intervenção propostas para cada estágio de mudança, visando a modificação do comportamento alimentar Estágio Foco da intervenção O que fazer? O que não fazer? Manutenção Desenvolver a habilidade do indivíduo para enfrentar novas dificuldades. Estimular a manutenção dos objetivos alcançados. Não assumir que a ação inicial será permanente, nem criticar recaídas. BERTOLIN, M.N.T.; VILLAR, B.S. Aplicação do Modelo Transteórico em Estudos de Nutrição. In: GARCIA, R.W.D.; MANCUSO, A.M.C. Mudanças Alimentares e Educação Nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Cap.7; p.198-206. 13 Estratégia nutricional para cada estágio de mudança de comportamento alimentar 14 Pré-contemplação/ Contemplação Decisão Ação Matutenção Atendimento em grupo Mensagem educativa sobre a importância da alimentação saudável Palestras educativas sobre doenças específicas Atendimento em grupo Palestras com debates Demonstração da importância da alimentação saudável Consulta individualizada Dietas personalizadas Ensino sobre como interpretar os rótulos alimentares Consulta individualizada Fornecimento de informações mais práticas Fornecimento de receitas e oferta oficinas culinárias Algoritmo – Estágio de Mudança de Comportamento Alimentar 15 Você tem ingestão hídrica adequada? ( ) Sim – responde abaixo ( ) Não – responde abaixo Você apresenta esse comportamento há mais de 6 meses? ( ) Sim () Não (manutenção) (ação) Você pretende iniciar a ingestão adequada nos próximos meses? ( ) Sim ( ) Não (decisão) (responde abaixo) Você considera a ingestão hídrica importante para a sua qualidade de vida? ( ) Sim ( ) Não (comtemplação) (pré-contemplação) Considerações Finais À medida que o indivíduo modifica seu comportamento, são identificados processos de mudança, tais como: 1. aumento da consciência, 2. alívio, 3. auto-reavaliação, 4. autolibertação, 5. relacionamentos de auxílio, 6. condicionamento contrário, 7. administração de contingências (ocorrências), 8. controle dos estímulos, 9. liberação social. 16 Considerações Finais No equilíbrio de decisões, o indivíduo avalia os prós e os contras da mudança de comportamento. A auto-eficácia envolve a confiança que o indivíduo tem em si mesmo para superar situações de desafio em sua mudança comportamental e a habilidade de enfrentar as tentações contrárias a uma modificação saudável 17 Considerações Finais • Estudo na União Européia observou que os indivíduos no estágio de pré-contemplação consideravam o sabor dos alimentos como o fator mais importante, enquanto que no estágio de manutenção os indivíduos consideravam a saúde como fator principal; • Isso sugere que aqueles em pré-contemplação podem ser beneficiados principalmente com mensagens educativas que demonstrem a importância de uma dieta saudável; • No estágio de manutenção, a estratégia pode ser o fornecimento de informações mais detalhadas e práticas, como receitas saudáveis e conhecimentos específicos sobre nutrição. TORAL; SLATER, 2007. 18 Leitura Complementar 21 Capítulo 6 Atividade Um adolescente com excesso de peso foi encaminhado para um ambulatório de Nutrição e, de acordo com a anamnese alimentar, verificou-se elevado consumo de refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados e frituras, além de baixo consumo de produtos lácteos, frutas e verduras. Na mesma entrevista, a adolescente também relatou que se sentia bem e não tinha intenção de mudar seu comportamento alimentar. Porém, foi à consulta devido encaminhamento médico. RESPOSTA: PRÉ-CONTEMPLATIVO 22
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