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Aula 04 (Prof. Luiz
Claudio Santos)
Regimento Interno p/ Senado Federal
(Analista Legislativo) Com Videoaulas -
Pré-Edital 2020
Autores:
Miguel Gerônimo Netto, Luiz
Claudio Santos
Aula 04 (Prof. Luiz Claudio
Santos)
31 de Maio de 2020
03874490602 - Marden Gomes Dias
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Sumário 
Senadores ........................................................................................................................................ 3 
1 – Da Inviolabilidade e das Imunidades Parlamentares .............................................................. 3 
1.1 – Imunidades Parlamentares ............................................................................................... 4 
1.2 – Prerrogativas Parlamentares .......................................................................................... 10 
1.3 – Incompatibilidades ......................................................................................................... 14 
1.4 – Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores ............................................................... 16 
2 – Da Perda do Mandato e da Renúncia ................................................................................... 16 
2.1 – Perda de Mandato ......................................................................................................... 16 
2.2 – Renúncia ao Mandato .................................................................................................... 25 
3 – Das Licenças, da Vacância e da Convocação de Suplente ................................................... 26 
3.1 – Das Licenças ................................................................................................................... 26 
3.2 – Da Convocação de Suplente .......................................................................................... 34 
3.3 – Das Vagas e Nova Eleição .............................................................................................. 36 
4 – Da Posse e Dos Assentamentos ........................................................................................... 37 
4.1 – Da Posse ......................................................................................................................... 37 
4.2 – Do Nome Parlamentar e Dos Assentamentos ................................................................ 44 
5 – Do Exercício, das ausências e da Remuneração ................................................................... 45 
5.1 – Do Exercício ................................................................................................................... 45 
5.2 – Das Ausências ................................................................................................................ 47 
5.3 – Da Remuneração ............................................................................................................ 49 
6 – Do Uso da Palavra ................................................................................................................ 50 
7 – Das Medidas Disciplinares .................................................................................................... 56 
Representação Externa .................................................................................................................. 59 
Considerações Finais ..................................................................................................................... 65 
Miguel Gerônimo Netto, Luiz Claudio Santos
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Questões Comentadas .................................................................................................................. 66 
Lista de Questões .......................................................................................................................... 73 
Gabarito ......................................................................................................................................... 77 
Resumo Estratégico ....................................................................................................................... 78 
Mapas Mentais e Quadros ............................................................................................................. 87 
 
 
Miguel Gerônimo Netto, Luiz Claudio Santos
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SENADORES 
Neste capítulo aprenderemos sobre os Senadores, conforme previsto no Título II do Regimento 
Interno do Senado Federal (RISF, arts. 4º a 45). Boa parte do conteúdo contempla o denominado 
“estatuto dos congressistas”, que é o conjunto de prerrogativas e vedações que a Constituição 
Federal confere aos Deputados e Senadores no exercício de suas funções parlamentares. 
Jurisprudência 
O Supremo Tribunal Federal (STF), em 8/5/2019, no 
julgamento das ADIs 5.823, 5.824 e 5.825, por 6x5 votos, 
seguiu o entendimento do Relator da ADI 5823, ministro 
Marco Aurélio, de que “as regras da Constituição Federal relativas à imunidade 
dos deputados federais são aplicáveis aos deputados estaduais”. 
1 – Da Inviolabilidade e das Imunidades Parlamentares 
Optei por não seguir a sequência dos dispositivos do RISF para apresentar primeiramente o 
“estatuto dos congressistas”. Assim, a parte final da aula focará exclusivamente as disposições 
regimentais do Título II do RISF não abordadas quando da explicação do estatuto dos 
congressistas. 
Então, tendo em vista a enorme similaridade entre os dispositivos da CF/88 e os do RISF sobre o 
assunto, optei por abordar o conteúdo referente ao “estatuto dos congressistas” sob a ótica da 
Constituição Federal e, paralelamente, reproduzir o texto do RISF correspondente e apresentar 
observações quanto a semelhanças e diferenças. Assim, após a transcrição de dispositivos da 
CF/88, incluirei os dispositivos do RISF, que serão destacadas por meio do sombreamento do 
texto em azul. As explicações serão baseadas nas normas da CF, na jurisprudência do STF e na 
doutrina. Então, apenas quando necessário, incluirei comentários específicos às disposições do 
Regimento Interno do Senado Federal para ressaltar eventuais diferenças. Tenha certeza de que 
essa abordagem facilitará bastante o aprendizado e dará muita segurança a você na análise 
comparativa do assunto na CF/88 e no RISF. A parte do conteúdo não contemplada no estatuto 
dos congressistas será examinada sob a ótica do RISF apenas. 
Vamos, então, começar essa aprendizagem. 
As prerrogativas parlamentares não podem ser vistas como um privilégio pessoal, mas sim como 
uma garantia da independência do próprio Parlamento e da sua existência. É o instituto que 
resguarda os parlamentares da ingerência dos outros Poderes da República e garante que a 
função parlamentar seja exercida livremente, com independência. 
Por isso, não é permitido que qualquer parlamentar abra mão de quaisquer das prerrogativas e 
imunidades, elas são irrenunciáveis! O ato que diminua qualquer de suas prerrogativas não surtirá 
efeito no ordenamento jurídico. 
Miguel Gerônimo Netto, Luiz Claudio Santos
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A doutrina costuma dividir o estudo do estatuto dos congressistas em 3 partes: (i) imunidades 
parlamentares; (ii) prerrogativas parlamentares; e (iii) incompatibilidades. 
1.1 – Imunidades Parlamentares 
Como falei anteriormente, as imunidades são prerrogativas outorgadas aos membros do 
Congresso Nacional pelo constituinte originário, para que eles possam exercer o mandato 
parlamentar de maneiraindependente e com liberdade de manifestação. 
As imunidades podem ser divididas em duas espécies diferentes: (a) imunidade material; ou (b) 
imunidade formal. 
a) Imunidade material 
A imunidade material (também denominada de imunidade real ou substantiva ou, ainda, de 
inviolabilidade) está prevista no artigo 53, caput, da Constituição Federal e não consta 
reproduzida no RISF: 
CF/88 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por 
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
Dessa forma, o parlamentar é inviolável, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, 
palavras e votos proferidos em razão das suas funções parlamentares, no exercício do mandato 
eletivo. Assim, há doutrinadores que consideram que a Constituição Federal protege o 
congressista contra a responsabilização penal, civil, administrativa/disciplinar e política por 
essas manifestações. Lenza (2019) comenta tratar-se de “irresponsabilidade geral”. 
Opiniões, palavras e votos de Deputados e Senadores possuem nexo de causalidade com 
atividade parlamentar. Vejam, o parlamentar estará protegido por imunidade material sempre que 
essas manifestações tenham relação com o desempenho do mandato, ou sejam proferidas em 
decorrência dele, mesmo que esteja fora das dependências do Congresso Nacional. Se as 
manifestações forem proferidas no recinto da Casa legislativa, o STF já julgou que há uma 
presunção absoluta de que existe uma pertinência com a atividade parlamentar (PET 3.686/DF, 
rel. Min. Celso de Mello, 28.08.2006). 
Então, não cabe questionar o teor dos pronunciamentos no interior do Congresso Nacional 
(presunção absoluta de pertinência); independente do que o parlamentar falar, ele sempre estará 
protegido pela imunidade material (inviolabilidade). Agora, se o pronunciamento do congressista 
for realizado fora do ambiente da Casa Legislativa, deverá ser averiguado se há conexão com o 
exercício do mandato ou da atividade parlamentar. 
A imunidade é absoluta, permanente e de ordem pública (não pode ser renunciada). É afastado 
qualquer tipo crime contra a honra (como a calúnia, difamação e injúria) e é repelida a 
possibilidade de obrigação de reparação de dano civil, inclusive após o fim do mandato. Essa 
imunidade descaracteriza o tipo penal e, por isso, o parlamentar não pode ser condenado. 
Miguel Gerônimo Netto, Luiz Claudio Santos
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Para que você visualize melhor, apresentarei um exemplo: o Senador F, que é radicalmente contra 
a cota para negros no serviço público, faz um discurso no plenário de cunho racista e 
preconceituoso contra o projeto de regula a matéria. Mesmo em casos extremos como esse, o 
parlamentar é resguardado penal, civil, disciplinar ou politicamente pelas suas opiniões, palavras 
e votos. Por outro lado, caso se dirija a uma criança num parque público que tenha acabado de 
empurrar sua filha e diga em desfavor do pequenino palavras que exprimam seu racismo e 
preconceito, estará sujeito às sanções decorrentes do crime de racismo, pois, nesse caso, agiu 
como cidadão comum, sem qualquer relação com o exercício do mandato parlamentar, e, 
portanto, estará sujeito ao direito comum. 
Controle Político 
Na esfera política, como o parlamentar não poderá ser destituído pelos eleitores ou pelo partido 
que o elegeu em decorrência de suas opiniões, palavras e votos, a única alternativa para tentar 
minimizar os abusos e excessos é a própria Casa coibi-los com a representação por quebra de 
decoro parlamentar e outros instrumentos regimentais. Por exemplo, de acordo com o Código 
de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, são procedimentos incompatíveis com o 
decoro parlamentar, puníveis com a perda do mandato: 1) abusar das prerrogativas constitucionais 
asseguradas aos membros do Congresso Nacional; 2) a percepção de vantagens indevidas, tais 
como doações, ressalvados brindes sem valor econômico; e 3) a prática de irregularidades graves 
no desempenho do mandato ou de encargos decorrentes (RISF, art. 32, § 1º; e Resolução nº 20, 
de 1993, arts. 5º e 11, II). 
Jurisprudência 
Como afirmou o ministro Barroso, “a imunidade cível e 
penal do parlamentar federal tem por objetivo viabilizar o 
pleno exercício do mandato. O excesso de linguagem 
pode configurar, em tese, quebra de decoro, a ensejar 
o controle político” (Pet 5.647, j. 22.09.2015, DJE de 26.11.2015) (apud Lenza, 
2019). 
Vale registrar que a imunidade material (ou inviolabilidade) protege apenas aquele que estiver no 
exercício do mandado. O titular ou o suplente que não estejam desempenhando as funções 
parlamentares (por exemplo, parlamentar licenciado para exercer o cargo de ministro de Estado 
ou suplente aguardando ser convocado) não estão protegidos por essas prerrogativas. 
Cabe acrescentar, ainda, que a reprodução jornalística integral ou em síntese fiel das opiniões, 
palavras e votos proferidos por congressista está também resguardada de responsabilização. 
Quero ainda destacar que a imunidade material não protege o parlamentar de manifestações 
político-eleitorais, como, por exemplo, ofensa a adversário político em campanha eleitoral. 
b) Imunidade formal 
A imunidade formal (também denominada imunidade processual) está prevista no artigo 53, §§ 2º 
a 5º, da Constituição Federal: 
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CF/88 
Art. 53. .......................................................................................................................... 
....................................................................................................................................... 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não 
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos 
serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo 
voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após 
a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, 
por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus 
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo 
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. 
Atenção com esse tema. Pois, desde a famosa ação penal 470 do “mensalão”, vários 
parlamentares foram presos nos últimos anos em decorrência de condenação penal transitada em 
julgado e o STF mudou seu entendimento em alguns aspectos. Por conta disso, esse tema está 
em evidência e tem grande possibilidade de aparecer no dia da sua prova, ok? 
A imunidade formal protege o parlamentar: (i) contra a prisão a partir da diplomação pela Justiça 
Eleitoral (antes mesmo de o parlamentar tomar posse); e (ii) abre a possibilidade de a Casa 
Legislativa sustar a tramitação da ação penal em curso por crime cometido após a diplomação. 
Diploma nada mais é do que um atestado expedido pela 
Justiça Eleitoral que garante que aquele candidato foi 
eleito regularmente. A partir desse momento, será 
assegurada a imunidade formal referente à prisão. 
A lógica constitucional é a seguinte, a supremacia do interesse 
público recomenda que o parlamentar não seja afastado de sua atividade por uma atividade 
arbitrária de outro Poder da República ou em razão de perseguições políticas. Portanto, a fim de 
evitar esses desvios, a CF/88 prevê a imunidade formal,que traz dois privilégios processuais 
claros: 
1º. Impossibilidade de ser preso (CF, art. 53, § 2º): 
➢ Desde a expedição do diploma pela justiça eleitoral o parlamentar não poderá sofrer 
restrição em sua liberdade por meio da prisão penal ou processual (prisão temporária, 
prisão por flagrante por crime afiançável, prisão preventiva, prisão por pronúncia, ou 
prisão por sentença penal condenatória recorrível) ou prisão civil por dívidas 
(inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e depositário infiel). 
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➢ Entretanto, existem 2 exceções em que o parlamentar poderá ser preso: 
i. No caso de prisão em flagrante de crime inafiançável o parlamentar poderá ser 
preso, mas, mesmo nesse caso, a manutenção da prisão dependerá de autorização 
da Casa Legislativa. Nessa hipótese, os autos deverão ser remetidos em 24 horas à 
Casa respectiva para que, por maioria absoluta dos seus membros e voto aberto, 
decida se o parlamentar permanecerá ou não preso (CF, art. 53). Vejam que 
estamos diante de uma avaliação política sobre a prisão. 
ii. Na hipótese de o parlamentar sofrer condenação criminal transitada em julgado 
(em que não há mais possibilidade de recurso). Esse caso será explicado para você 
com mais detalhes no tópico sobre perda de mandato (CF, art. 55, VI). O que precisa 
saber por enquanto é que o STF entende que o parlamentar poderá ser preso por 
condenação criminal transitada em julgado, mesmo que a respectiva Casa não casse 
seu mandato. Nesse caso, a prisão não implica a perda automática do mandato 
(STF, AP 565 de 2013). Essa foi a experiência da Câmara dos Deputados, em 2013, 
com o então Deputado N.D, parlamentar condenado criminalmente que manteve 
o mandato após a condenação e prisão, sendo inicialmente apenas afastado por 
impossibilidade de comparecer aos trabalhos legislativos por permanecer preso). 
Meses após a prisão é que a Câmara, num segundo processo, desta vez com 
votação aberta por força da EC nº 76/2013, decidiu pela perda do mandato do 
então Deputado. 
2º. Possibilidade de a Casa legislativa respectiva sustar o andamento da ação penal (CF, art. 
53, §§ 3º a 5º). 
➢ Em relação à possibilidade de a Casa sustar o andamento da ação penal, a imunidade 
formal só alcança os crimes praticados após a diplomação do candidato. 
➢ A denúncia do Ministério Público Federal (se ação pública) ou a queixa-crime (se ação 
privada) será oferecida diretamente ao STF. 
➢ Quando o STF receber denúncia contra Deputado ou Senador e instaurar o processo 
criminal contra o parlamentar (independentemente de haver prévia licença da Casa 
respectiva) por crime cometido após a diplomação, dará ciência à Casa Legislativa a que 
pertencer o parlamentar. 
Antes da Emenda Constitucional nº 35/2001, para que um 
processo fosse instaurado contra um parlamentar, era necessária 
autorização prévia da respectiva Casa. Como vimos, agora, só 
existe a possibilidade de a Casa, ulteriormente, sustar a 
tramitação da ação penal. 
Cuidado! Os examinadores adoram fazer essa confusão com os 
candidatos. 
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➢ Para que seja sustada a ação penal, é necessária a provocação de um partido político com 
representação na respectiva Casa. Esse partido terá que fazer um pedido de sustação 
da ação penal à Mesa da respectiva Casa (a Mesa não pode fazer nada de ofício, depende 
da provocação do partido político). Vejam que esse pedido poderá ser feito a qualquer 
hora até a decisão final do STF (não há prazo para o pedido de sustação). 
➢ Recebido o pedido de sustação pela Mesa Diretora, a respectiva Casa terá o prazo 
improrrogável de 45 dias para apreciar o pedido, pelo voto da maioria absoluta dos seus 
membros em votação aberta. 
 
O prazo de 45 dias é para a Casa apreciar do pedido de 
sustação, após o seu recebimento. O partido político tem até a 
decisão final do STF para provocar a Mesa com o pedido de 
sustação. 
➢ Se a Casa decidir pela sustação do andamento da ação, ocorrerá 
a suspensão da prescrição, enquanto perdurar o mandato (CF, art. 53, § 5º). Findo o 
mandato, o prazo prescricional volta a correr e a ação penal retomará seu curso normal. 
O Regimento Interno do Senado Federal estabelece que, 
ao final da legislatura, será arquivado pedido de 
sustação de processo contra Senador em andamento no 
Supremo Tribunal Federal (RISF, art. 332, VII). 
Para facilitar, veja o esquema que criei: 
Quadro 1 – Imunidade Formal 
Imunidade formal: contra a prisão 
Crimes cometidos antes da diplomação Aplica-se a imunidade formal 
Crimes cometidos após a diplomação Aplica-se a imunidade formal 
Imunidade formal: sustação da ação penal 
Crimes cometidos antes da diplomação Não há imunidade formal 
Crimes cometidos após a diplomação Aplica-se a imunidade formal 
 
Jurisprudência 
Medidas cautelares diversas da prisão: O STF, em 
11/10/2017, na ADI 5526, decidiu por maioria que: 
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“o Poder Judiciário dispõe de competência para impor, por autoridade própria, 
as medidas cautelares a que se refere o art. 319 do Código de Processo Penal.” 
Exemplo: a suspensão do exercício do mandato e, por consequência, da função 
de Presidente da Câmara dos Deputados, aplicada em 2016 ao então Deputado 
Eduardo Cunha. Objetivo desse tipo de medida: garantir a aplicação da lei penal, 
a investigação ou a instrução criminal e evitar a prática de infrações penais; 
“se encaminhará à Casa Legislativa a que pertencer o parlamentar, para os fins a 
que se refere o art. 53, § 2º, da Constituição, a decisão pela qual se aplique 
medida cautelar, sempre que a execução desta impossibilitar, direta ou 
indiretamente, o exercício regular de mandato parlamentar”. 
Nesse caso, a votação deve ser ostensiva (aberta) e nominal. 
Subsistência das imunidades durante o estado de sítio 
Por fim, após discorrer sobre as imunidades parlamentares e todas as suas características, trago 
para você uma última informação quanto à subsistência das imunidades durante o estado de sítio. 
Vou explicar, o artigo 53, § 8º, da CF, que diz: 
CF/88 
Art. 53. 
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de 
sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da 
Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso 
Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. 
RISF 
Art. 36. As imunidades dos Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo 
ser suspensas mediante voto de dois terços dos membros da Casa, nos casos de atos 
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a 
execução da medida (Const., art. 53, § 8º). 
O estado de sítio é uma situação excepcionalíssima que poderá ser decretada em caso de, por 
exemplo, comoção grave de repercussão nacional ou estado de guerra. 
Em regra, as imunidades dos parlamentares serão mantidas durante o tempo que perdurar o 
estado de sítio. 
Excepcionalmente, elas poderão ser suspensas apenas para os atos praticados fora do recinto 
do Congresso Nacional e incompatíveis com a medida. Essa suspensão deve ser aprovada por 
2/3 dos membros da Casa. 
Assim, a imunidade dos parlamentares no interior do Congresso Nacional é absoluta e não pode 
ser diminuída ou mitigada nem na hipótese de estado de sítio.Miguel Gerônimo Netto, Luiz Claudio Santos
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Pedido de Suspensão das imunidades durante Estado 
de Sítio. Atos: 
– Praticados fora do recinto do Congresso; 
– Incompatíveis com o Estado de Sítio. 
Votação no Senado: Secreta (RISF, art. 291, I, “d”). 
1.2 – Prerrogativas Parlamentares 
A Constituição Federal trouxe 3 prerrogativas para resguardar atuação dos parlamentares: (a) 
prerrogativa de foro – CF, art. 53, § 1º; (b) sigilo da fonte – CF, art. 53, § 6º; (c) incorporação às 
forças armadas – CF, art. 53, § 7º. 
CF/88 
Art. 53. 
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos 
a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
[...] 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre 
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem 
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. 
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora 
militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa 
respectiva. 
[...] 
 
Abuso de prerrogativas é incompatível como decoro 
parlamentar 
É incompatível com o decoro parlamentar o abuso das 
prerrogativas asseguradas ao Senador e a percepção de 
vantagens indevidas, além dos casos definidos no regimento 
interno (CF, art. 55, § 1º; e RISF, art. 32, § 1º). 
Compete ao Presidente velar pelo respeito às prerrogativas do Senado e às 
imunidades dos Senadores (RISF, art. 48, II); 
 
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a) Prerrogativa de foro 
A prerrogativa de foro em razão da função (também chamada de “prerrogativa especial em razão 
da função” ou de “foro privilegiado”) determina que os deputados e senadores serão julgados 
pelo STF desde a expedição do diploma pela Justiça Eleitoral (CF, art. 53, § 1º). Os Deputados 
Estaduais serão julgados perante o Tribunal de Justiça do Estado. 
Em harmonia com esse entendimento, a CF/88 determina que compete ao STF processar e julgar 
os membros do Congresso Nacional nas infrações penais comuns (CF, art. 102, I, “b”). 
Inicialmente, falarei do alcance da prerrogativa de foro. 
A competência do STF atrai todos os tipos de crimes comuns, desde os mais simples (como, por 
exemplo, crime de lesão corporal) até os crimes dolosos contra a vida (afastando a competência 
do júri popular). Inclusive os crimes eleitorais são processados e julgados pelo STF (e não pelo 
TSE). 
O STF, inclusive, já julgou que os inquéritos policiais contra congressistas devem ser instaurados 
perante o STF, que ordenará à polícia judiciária as providências necessárias para obtenção do 
conjunto probatório para instruir a ação penal (INQ 1.504/DF, rel. Min. Celso de Mello, 
17.06.1999). A autoridade policial não pode sequer indiciar o suspeito que seja congressista, tem 
necessariamente que solicitar autorização prévia do STF (INQ QO 2.411/MT). 
Entretanto, a prerrogativa de foro é restrita às ações de natureza penal e, por isso, não contempla 
ações de natureza cível. 
Mutação Constitucional do Foro por Prerrogativa de 
Função 
Jurisprudência do STF na AP 937, relator Min. Roberto 
Barroso (Decisão em 03.05.2018) 
“(i) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos 
durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas; e 
(ii) Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de 
intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar 
e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a 
ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo”. 
Pois bem, visto o alcance do foro privilegiado, vamos falar um pouco mais de suas características: 
➢ O termo inicial da prerrogativa de foro de congressistas é a expedição do diploma pela 
Justiça Eleitoral. 
➢ A partir desse momento, os crimes comuns cometidos durante o exercício do cargo e 
relacionados às funções desempenhadas serão processados e julgados pelo STF. 
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“Quanto à restrição do alcance do foro privilegiado para 
parlamentares federais, decidiu o Supremo Tribunal Federal, 
por maioria de votos, que o foro por prerrogativa de função 
conferido aos deputados federais e senadores aplica-se 
somente a crimes cometidos no exercício do cargo e em razão 
das funções a ele relacionadas. Desse modo, o foro por 
prerrogativa de função dos parlamentares federais na Corte Suprema ficou restrito aos 
casos de crimes comuns cometidos após a diplomação e relacionados ao cargo” (Uadi 
Lâmmego Bulos, Curso de Direito Constitucional, 2019, p. 1133) 
➢ O termo final para a prerrogativa de foro é o término do mandato (ADI 2.797, rel. Min. 
Sepúlveda Pertence, 15.09.2005). Encerrado o mandato do congressista, os processos 
serão remetidos à justiça comum. Da mesma maneira, caso o ex-parlamentar cometa crime 
após o encerramento do mandato, não será aplicada a prerrogativa de função (Súmula 
451 do STF). 
➢ “Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para 
apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais 
não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o 
cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo” (AP 937, em 03/05/2018). 
➢ O parlamentar licenciado para exercer cargo no Executivo perde as imunidades, mas 
mantém a prerrogativa de foro; 
➢ Não se aplica a prerrogativa de foro nem as imunidades aos suplentes dos parlamentares 
que não estiverem no exercício do mandato. Se os suplentes assumirem a titularidade 
ou entrarem em exercício provisório (como, por exemplo, quando assumem o mandato 
em razão de licença do titular), serão garantidas a eles as prerrogativas de foro e 
imunidades, enquanto permanecerem no exercício do mandato. 
DESMEMBRAMENTO DO PROCESSO 
Agora, surge a seguinte dúvida: se um cidadão comum praticar um crime em coautoria com um 
parlamentar, quem será competente para o julgamento? É o que aconteceu no “mensalão”, em 
que, dos 38 réus, apenas 3 eram parlamentares. Assim, o STF entendeu que em caso de corréus 
(crime praticado em concurso de pessoas) se um deles fosse parlamentar, todos seriam julgados 
pelo STF e esse entendimento não violaria as garantias do juiz natural, ampla defesa e devido 
processo legal (Súmula 704 do STF). Por isso, no “mensalão”, foi negado o desmembramento da 
ação e todos os 38 réus foram julgados no STF. Posteriormente, o STF reformulou seu 
entendimento e passou a considerar que a regra é o desmembramento do processo, para que 
apenas permaneçam sob condição de julgamento perante o STF as autoridades com prerrogativa 
de foro. Assim, passou a ser excepcional a manutenção de foro perante o STF de pessoas sem 
tal prerrogativa. 
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"Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e 
do devido processo legal a atração por continência ou 
conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa 
de função de um dos denunciados" (Súmula 704 do 
Supremo Tribunal Federal). A decisão pela manutenção 
da unidade de processo e de julgamentoperante o Supremo Tribunal Federal ou 
pelo desmembramento da ação penal está sujeita a questões de conveniência e 
oportunidade, como permite o art. 80 do Código de Processo Penal. [Inq 3.412 
ED, rel. min. Rosa Weber, 1ªT, j. 11-9-2014, DJE 196 de 8-10-2014.] 
Todavia, sendo aprovada a sustação da ação penal pela Casa a que pertencer o parlamentar, o 
processo deverá ser separado com vistas a que o réu não parlamentar seja julgado pela justiça 
comum. Nesse caso, o desmembramento será motivado pela diferença do regime de prescrição, 
uma vez que estará suspenso o prazo prescricional apenas em relação ao parlamentar (cf. STF, Inq. 
1.107/MA, Rel. Min. Octavio Galotti). 
b) Sigilo da fonte 
A Constituição Federal estabelece no artigo 53, § 6º, que os deputados e senadores não são 
obrigados a testemunhar sobre informações que receberam ou foram prestadas em razão do 
exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. 
Trata-se de uma faculdade do parlamentar, ele tem a opção de não testemunhar, se quiser, sobre 
informações relativas ao exercício do mandato. 
Por óbvio, quando um congressista for convocado para testemunha sobre fatos que não tenham 
relação com a atividade parlamentar, ele não terá a prerrogativa de sigilo da fonte, ok? 
Muito bem, por fim, vamos deixar clara a diferença entre ser convocado como testemunha e como 
acusado: 
➢ Quando o parlamentar for convocado para testemunhar sobre fatos relativos à atividade 
parlamentar, poderá utilizar de sua prerrogativa de sigilo da fonte. 
➢ Entretanto, se o congressista for convocado para prestar depoimento como indiciado ou 
acusado, não poderá utilizar da prerrogativa de sigilo da fonte. Poderá até utilizar o 
direito constitucional de permanecer em silêncio, mas não o do sigilo da fonte, entendeu? 
(STF, INQ 2.839/SP, rel. Min. Celso de Mello, 05.10.2009). 
Em questão de 2018, a FCC considerou que a prerrogativa de 
sigilo da fonte é também conhecida como imunidade 
probatória. 
 
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Sigilo da fonte versus imunidade probatória 
Segundo a doutrina majoritária o conteúdo do 
art. 53, § 6º, da CF integra o chamado 
“Estatuto dos Congressistas”, que 
compreende a imunidade material (inviolabilidade), a imunidade formal 
(processual: prisão e processo ou, prisional e processual), as prerrogativas e os 
impedimentos. Se considerarmos diferentes autores, verificaremos que cada um 
escolhe a expressão de sua preferência para se referir à prerrogativa prevista no 
citado dispositivo, senão vejamos: José Afonso da Silva (Curso de Direito 
Constitucional Positivo) utiliza a expressão “Limitação ao dever de testemunhar”; 
Pedro Lenza (Direito Constitucional Esquematizado) menciona “sigilo da fonte”; 
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Constitucional Descomplicado) se 
referem a ela como “Desobrigação de testemunhar”; Uadi Lammêgo Bulos (Curso 
de Direito Constitucional) cunhou a expressão “Isenção do dever de 
testemunhar”; Alexandre de Moraes (Direito Constitucional), ao discorrer sobre o 
assunto, o faz sob a denominação “Parlamentar e obrigação de testemunhar”. Nas 
edições dessas obras que consultei, não encontrei qualquer referência ao disposto 
no art. 53, § 6º, da CF, como “imunidade probatória”. 
c) Incorporação às forças armadas 
A Constituição Federal prevê que a incorporação às forças armadas de deputados ou senadores, 
mesmo que militares, dependerá de prévia licença da respectiva Casa Legislativa (CF, art. 53, § 
7º). 
É uma prerrogativa dos congressistas que se configura como uma exceção, já que a prestação de 
serviço militar é uma obrigação imposta a todos pelo artigo 143 da CF/88. No caso de 
parlamentar, só será incorporado às forças armadas com licença prévia da Casa, mesmo que o 
parlamentar seja militar da reserva. 
Chegamos ao fim das prerrogativas parlamentares. O que você achou? São muitas as decisões do 
STF que influem na interpretação das prerrogativas constitucionais. Por isso, mantenha atenção, 
pois as bancas examinadoras gostam de colocar julgados na prova para selecionar apenas os 
melhores candidatos! Você está em ótima preparação apenas com o estudo deste material. 
1.3 – Incompatibilidades 
O RISF não contém dispositivo sobre as incompatibilidades, mas, como há previsão na 
Constituição Federal sobre o assunto, achei melhor incluí-lo na aula para completar a abordagem 
sobre o “estatuto dos congressistas”. 
O artigo 54 da Constituição Federal traz espécies de incompatibilidades e impedimentos para os 
Deputados e Senadores. As medidas ali previstas objetivam preservar a moralidade administrativa 
e afastar conflitos de interesse. Isso propicia a Deputados e Senadores condições de atuarem com 
independência e impessoalidade no desempenho de sua função parlamentar com vistas ao 
interesse público: o bem comum. 
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CF/88 
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: 
I - desde a expedição do diploma: 
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, 
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de 
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; 
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que 
sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior; 
II - desde a posse: 
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor 
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer 
função remunerada; 
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades 
referidas no inciso I, "a"; 
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere 
o inciso I, "a"; 
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. 
Na prova, as bancas basicamente cobram a literalidade deste artigo. Recomendo que você 
memorize, na medida do possível, todas essas informações. Fiz um mapa mental com os principais 
detalhes para facilitar a visualização e a memorização da matéria: 
Mapa Mental 1 – Incompatibilidades 
 
 
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1.4 – Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores 
O concurso de vocês para o Senado Federal cobrará o assunto Poder Legislativo. Então, apesar 
de nosso curso ser de Regimento Interno do Senado Federal, como estudamos o “estatuto dos 
congressistas”, optei por incluir dois parágrafos sobre o assunto em relação aos deputados 
estaduais, distritais e municipais, pois as bancas gostam de incluir essa abordagem nas provas de 
Direito Constitucional na parte referente ao Poder Legislativo. 
Quanto aos deputados estaduais e distritais, aplicam-se todas as regras estudadas nesta aula 
sobre imunidades material e formal, prerrogativa de foro, sigilo da fonte, incorporação às forças 
armadas e incompatibilidades, por determinação do artigo 27 da CF/88. 
Em 8/5/2019, no julgamento das ADIs 5.823, 5.824 e 5.825, O STF, por 6x5, seguiu o 
entendimento do Relator da ADI 5823, ministro Marco Aurélio, de que “as regras da Constituição 
Federal relativas à imunidade dos deputados federais são aplicáveis aos deputados estaduais”. 
Os vereadores, por sua vez, só possuem a imunidade material, sendo invioláveis por suas 
palavras, opiniões e votos no exercício do mandatoe na circunscrição do município (CF, art. 29, 
VIII). Prestem atenção que a imunidade material do vereador só é válida para a circunscrição do 
município, ficando suas manifestações expedidas fora do território municipal sujeitas à 
incriminação, ainda que diretamente relacionadas ao exercício do mandato. 
2 – Da Perda do Mandato e da Renúncia 
2.1 – Perda de Mandato 
O artigo 32 do Regimento Interno do Senado Federal dispõe sobre os casos de perda de mandato 
de Deputado. Essas disposições seguem o modelo previsto no art. 55 da Constituição Federal 
referente à perda de mandato de Deputado ou Senador. Então, apresentarei os dispositivos 
respectivos de cada uma dessas normas e, em seguida, as explicações devidas. 
CF/88 
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: 
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior 
[incompatibilidades]; 
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; 
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das 
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta 
autorizada; 
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; 
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; 
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VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. 
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no 
regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do 
Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. 
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara 
dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante 
provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso 
Nacional, assegurada ampla defesa. 
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da 
Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, 
ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla 
defesa. 
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à 
perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as 
deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. 
RISF 
Art. 32. Perde o mandato o Senador (Const., art. 55): 
I - que infringir qualquer das proibições constantes do art. 54 da Constituição; 
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; 
III - que deixar de comparecer à terça parte das sessões deliberativas ordinárias do 
Senado, em cada sessão legislativa anual, salvo licença ou missão autorizada; 
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; 
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral; 
VI - que sofrer condenação criminal em sentença definitiva e irrecorrível. 
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar o abuso das prerrogativas 
asseguradas ao Senador e a percepção de vantagens indevidas (Const., art. 55, § 
1º). 
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pelo Senado 
Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partido político 
representado no Congresso Nacional (Const., art. 55, § 2º). 
§ 3º Nos casos dos incisos III a V, a perda do mandato será declarada pela Mesa, 
de ofício ou mediante provocação de qualquer Senador, ou de partido político 
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa (Const., art. 55, § 
3º). 
§ 4º A representação será encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e 
Cidadania, que proferirá seu parecer em quinze dias úteis, concluindo: 
I - nos casos dos incisos I, II e VI, do caput, pela aceitação da representação para 
exame ou pelo seu arquivamento; 
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II - no caso do inciso III, do caput, pela procedência, ou não, da representação. 
§ 5º O parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, lido e publicado 
no Diário do Senado Federal e em avulso eletrônico, será: 
I - nos casos dos incisos I, II e VI, do caput, incluído na Ordem do Dia após o 
interstício regimental; 
II - no caso do inciso III, do caput, encaminhado à Mesa para decisão. 
Art. 33. Admitida a representação pelo voto do Plenário, o Presidente designará 
comissão composta de nove membros para instrução da matéria. 
§ 1º Recebida e processada, será fornecida cópia da representação ao acusado, 
que terá o prazo de quinze dias úteis, prorrogável por igual período, para 
apresentar, à comissão, sua defesa escrita. 
§ 2º Apresentada ou não a defesa, a comissão, após proceder às diligências que 
entender necessárias, emitirá parecer, concluindo por projeto de resolução, no 
sentido da perda do mandato ou do arquivamento definitivo do processo. 
§ 3º Para falar sobre o parecer, será concedida vista do processo ao acusado pelo 
prazo de dez dias úteis. 
Art. 34. O acusado poderá assistir, pessoalmente ou por procurador, a todos os 
atos e diligências, e requerer o que julgar conveniente aos interesses da defesa. 
Art. 35. O projeto de resolução, depois de lido no Período do Expediente, 
publicado no Diário do Senado Federal em avulso eletrônico, será incluído em 
Ordem do Dia e submetido à votação. 
 
Primeiramente, apresentarei considerações sob a ótica da Constituição Federal. Em relação ao 
previsto no RISF, destacarei apenas aquilo em que houver significativa diferença em relação às 
normas da CF/88. 
Assim sendo, nos casos dos incisos I, II e VI do art. 55 Constituição Federal, que são hipóteses de 
cassação do mandato, haverá um juízo político da Casa a que pertencer o parlamentar e, portanto, 
em regra, a perda do mandato não será automática (você aprenderá a exceção logo adiante). 
Para que o parlamentar perca o mandato, primeiramente deverá haver a provocação pela Mesa 
ou por partido político com representação no Congresso Nacional. Iniciado o processo que vise 
à perda do mandato, o parlamentar desfavorecido poderá exercer o direito à ampla defesa. Após 
o prazo para defesa, o Plenário da Casa legislativa respectiva decidirá o assunto, por maioria 
absoluta e voto aberto (ostensivo), garantida a ampla defesa. Então para que haja a perda do 
mandato, tem que ocorrer: (i) a provocação; (ii) ampla defesa; (iii) votação por maioria absoluta e 
voto aberto. Neste caso, estamos diante de uma decisão política, um juízo de conveniência da 
Casa e não da aplicação da norma jurídica. É um procedimento político de natureza constitutiva. 
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Constituição Federal: A redação do § 2º do art. 55 da CF/88 foi 
modificada pela Emenda Constitucional 76, de 21 de novembro 
de 2013. Anteriormente, a deliberação sobre a perda de 
mandato parlamentar era realizada em escrutínio secreto. 
Agora, com o novo texto constitucional trazido pela EC nº 
76/2013, no âmbito das Casas do Congresso Nacional, as 
deliberações sobre perda de mandato serão realizadas com 
voto aberto. 
Condenação criminal por sentença transitada em julgado 
Você percebeu que, nas hipóteses de cassação na Constituição Federal, em regra, a perda do 
mandato não será automática? Pois é, há exceção que provoca a perda automática do mandato. 
Em decisão monocrática (Ministro Barroso), seguida de decisão de uma das turmas do STF, há o 
entendimento de quea perda do mandato no caso de sentença criminal transitada em julgado, 
em regra, não é automática, mas será automática nas seguintes hipóteses: 
Sentença penal condenatória transitada em julgado cuja pena deva ser cumprida em regime 
fechado por prazo superior ao período remanescente do mandato. Essa situação impossibilita 
jurídica e fisicamente de exercer o mandato. 
Prisão em regime fechado que tenha como consequência a impossibilidade de o parlamentar 
comparecer a um terço das sessões ordinárias da Casa a que pertencer (CF, art. 55, III); 
Condenação que afaste o parlamentar do exercício do mandato por mais de 120 dias (CF, art. 
56, II). 
Do Mensalão para cá, o STF mudou algumas 
vezes seu entendimento sobre a perda do 
mandato em razão de sentença judicial 
transitada em julgado. Esse mais recente 
entendimento no STF (decisão monocrática e 
de uma das turmas) que apresentei ainda se encontra pendente de decisão do 
Pleno. 
Detalharei um pouco mais a situação do inciso II: “quebra de decoro parlamentar”? O § 1º do 
artigo 55 da CF/88 prevê que se incluem como práticas incompatíveis com o decoro parlamentar 
o abuso de suas prerrogativas ou o recebimento de vantagens indevidas. Perceba que esse é 
um rol meramente exemplificativo. A Constituição reconhece que o Regimento Interno de cada 
Casa poderá prever mais hipóteses que configurem quebra de decoro. O RISF apenas reproduz 
as duas hipóteses previstas na CF/88, mas o Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado 
considera procedimentos incompatíveis com o decoro parlamentar, puníveis com a perda do 
mandato: 1) abusar das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso 
Nacional; 2) a percepção de vantagens indevidas, tais como doações, ressalvados brindes sem 
valor econômico; e 3) a prática de irregularidades graves no desempenho do mandato ou de 
encargos decorrentes (RISF, art. 32, § 1º; e Resolução nº 20, de 1993, arts. 5º e 11, II). 
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De acordo com o STF as Casas legislativas podem instaurar processo por quebra de decoro por 
atos praticados na legislatura anterior, mas somente de quem já era detentor de mandato. 
Cumpre ressaltar que o entendimento jurisprudencial do STF, permite considerar atos praticados 
na legislatura anterior, mas não antes do exercício do mandato parlamentar. 
Jurisprudência 
Princípio da Unidade de Legislatura e Falta de Decoro 
Parlamentar 
“possibilidade jurídico-constitucional de qualquer das 
Casas do Congresso Nacional adotar medidas destinadas a reprimir, com a 
cassação do mandato de seus próprios membros, fatos atentatórios à dignidade 
do ofício legislativo e lesivos ao decoro parlamentar, mesmo que ocorridos no 
curso de anterior legislatura, desde que, já então, o infrator ostentasse a condição 
de membro do Parlamento.” (MS 24.458, Relator Min. Celso de Mello) 
Segundo a jurisprudência do STF, no caso de parlamentar que esteja exercendo o primeiro 
mandato na Casa legislativa, os atos por ele praticados antes do exercício do mandato não 
poderão ser considerados para fins de quebra de decoro. Assim, ainda que haja defensores desse 
procedimento, não há amparo para tal afirmativa no texto da CF e do RISF, nem ainda na 
jurisprudência do STF. 
Outro aspecto importante a considerar é se os princípios éticos e regras básicas de decoro 
parlamentar se aplicam aos titulares do mandato que se encontrem licenciados do exercício 
para o exercício de cargos no Executivo previstos no art. 56 da CF. Entende o STF que sim. 
Jurisprudência 
Congressista licenciado e Decoro Parlamentar 
O membro do Congresso Nacional que se licencia do 
mandato para investir-se no cargo de ministro de Estado 
não perde os laços que o unem, organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56, I). (...) 
ainda que licenciado, cumpre-lhe guardar estrita observância às vedações e 
incompatibilidades inerentes ao estatuto constitucional do congressista, assim 
como às exigências ético-jurídicas que a Constituição (CF, art. 55, § 1º) e os 
regimentos internos das Casas Legislativas estabelecem como elementos 
caracterizadores do decoro parlamentar. 
[MS 25.579 MC, rel. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, j. 19-10-2005, P, DJ de 24-8-
2007.] 
Nos incisos III, IV e V do art. 55 da Constituição Federal, hipóteses de extinção do mandato, a 
declaração da perda do mandado será realizada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou por 
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido representado no Congresso Nacional, 
assegurada a ampla defesa. Aqui, não há espaço para um juízo político de conveniência. Se 
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comprovados os fatos, a Mesa simplesmente deverá declarar a perda do mandato. É um 
provimento político de natureza declaratória. 
Preparei excelente quadro esquematizado para resumir essas informações sob a ótica da 
Constituição Federal e Jurisprudência do STF para você. Bom proveito! 
Quadro 2 – Perda de Mandato na ótica federal 
Perda de Mandato 
Decisão do Plenário Decisão da Mesa 
I - que infringir qualquer das proibições 
estabelecidas no artigo anterior 
[incompatibilidades]; 
III - que deixar de comparecer, em cada 
sessão legislativa, à terça parte das sessões 
ordinárias, salvo licença ou missão 
autorizada pela Casa respectiva; 
II - cujo procedimento for declarado 
incompatível com o decoro parlamentar; 
IV - que perder ou tiver suspensos os 
direitos políticos; 
VI - que sofrer condenação criminal em 
sentença transitada em julgado. 
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, 
nos casos previstos na constituição Federal; 
Decidida pela Câmara ou Senado por 
maioria absoluta em votação ostensiva 
(aberta): 
✓ mediante provocação de(a): 
• Mesa respectiva; ou 
• partido político representado no 
Congresso Nacional; 
assegurada ampla defesa. 
Declarada pela Mesa da Casa respectiva: 
✓ de ofício; ou 
✓ mediante provocação de: 
• qualquer de seus membros; ou 
• partido político representado no 
Congresso Nacional; 
✓ assegurada ampla defesa. 
✓ Juízo político 
✓ Em regra, a perda não é automática: 
• Provocação; 
• Ampla defesa; 
• Decisão. 
✓ Perda automática declarada pela Mesa 
no caso de condenação criminal em 
sentença transitada em julgado cuja 
pena seja em regime fechado: 
• por prazo superior ao período 
remanescente do mandato; 
• por mais de 120 dias; 
• que implique ausência a mais de 1/3 
das sessões ordinárias da sessão 
legislativa. 
✓ Não há margem para juízo de 
conveniência; 
✓ A Mesa é obrigada a declarar a perda do 
mandato; 
• Se comprovada qualquer das 
ocorrências dos incisos III a V. 
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Essas explicações foram em relação ao previsto na Constituição Federal, doutrina e jurisprudência 
e aplicáveis a Deputados e Senadores. Nos próximos parágrafos, explicarei procedimentos 
específicos do Senado Federal previstos no art. 32 de seu Regimento Interno. 
Nas seis hipóteses de perda de mandato previstas no art. 55 da CF/88 e no art. 32 do RISF, em 
tese, cabe representação em desfavor de Senador a ser apresentada por qualquer dos legitimados 
previstos na CF e no RISF, conforme o caso. Uma leitura pontual dos arts. 13 e 14 da Resolução 
nº 20, de 1993, do Senado Federal poderia induzir o leitor a que só cabe representação contra 
Senador nos casos de competência do Plenário. Mas, a previsão derepresentação contra Senador 
com vistas à perda do mandato é evidente nos casos que compete ao Plenário deliberar (incisos 
I, II e VI) e também no caso do inciso III em que cabe à Mesa declarar. Nesses casos, o Regimento 
estabelece que a representação será encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e 
Cidadania (RISF, art. 32, § 4º). 
Quanto aos casos dos incisos IV e V do art. 32 do RISF, há duas possibilidades de interpretação: 
A primeira é que o RISF não exige que a representação seja encaminhada à CCJ. A segunda, seria 
que não cabe representação nesses casos. A prática do Senado Federal contribui para esclarecer 
a interpretação adotada pela Casa. Em caso ocorrido em 2004, de perda ou suspensão de direitos 
políticos (inciso IV), houve representação e esta não foi encaminhada à CCJ (Representação nº 01 
de 2004). Na Representação nº 1 de 2005, em que a Justiça Eleitoral decretou a perda do mandato 
(inciso V), a Mesa do Senado definiu procedimento que incluía encaminhar à CCJ para consulta 
sobre o procedimento adotada pela Mesa (DSF, 9/11/2005, p. 38588-38589). Esse envio à CCJ 
ocorreu apenas por decisão da Mesa e não por determinação regimental. 
Quadro 3 – Representação contra Senador encaminhada à CCJ 
Competência do Plenário Competência da Mesa 
Parecer da CCJ, em 15 dias úteis: 
✓ Pela aceitação para exame; 
✓ Pelo arquivamento. 
Parecer da CCJ, em 15 dias úteis: 
✓ Pela procedência; 
✓ Pela improcedência. 
Lido 
Publicado no DSF e em avulso eletrônico 
Lido 
Publicado no DSF e em avulso eletrônico 
Incluído na Ordem do Dia, após interstício Encaminhado à Mesa para decisão 
Admissibilidade pelo Plenário, por 
maioria simples 
✓ Não Admitida → arquivo; 
✓ Admitida → Presidente designa 
comissão de 9 membros para 
instrução da matéria; 
Comissão: 
✓ Defesa escrita: 15 dias úteis, 
prorrogável por igual período; 
✓ Projeto de Resolução: 
▪ Perda do mandato; ou 
Decisão da Mesa (por maioria simples) 
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▪ Arquivamento definitivo do 
processo 
Plenário: 
✓ Perda do mandato só por maioria 
absoluta (41 Senadores). 
O Regimento não especifica a classificação da comissão composta de nove membros para 
instrução da matéria, mas essa comissão se enquadra como comissão interna, que é um subtipo 
de comissão temporária (RISF, arts. 33, caput; e 74, I). 
Quanto à possibilidade de não apresentação de defesa prevista no § 2º do art. 33 do RISF, o 
Regimento não prevê defensor dativo, que, nesse contexto, seria advogado nomeado pela 
Comissão para defender o acusado, pois segundo o Código de Processo Penal ninguém poderá 
ser julgado sem advogado. Essa medida resguardaria o Senado de questionamentos judiciais 
quanto à não observância do direito à ampla defesa e ao contraditório. A Resolução nº 20 de 1993, 
que institui o código de ética e decoro Parlamentar, prevê defensor dativo em caso de não 
apresentação de defesa no Conselho de Ética no exame de representação contra Senador: 
transcorrido o prazo sem apresentação de defesa, o Presidente do Conselho 
nomeará defensor dativo para oferecê-la, reabrindo-lhe igual prazo, ressalvado o 
direito do representado de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança ou a si 
mesmo defender-se, sem abertura de novo prazo para defesa (Resolução nº 20, 
de 1993, art. 15, II, “b”). 
O Regimento do Senado assegura ao acusado o direito de vista do processo pelo prazo de dez 
dias úteis. Essa medida garante acesso ao conteúdo do processo para poder falar sobre o parecer 
da comissão. Além disso, é assegurado ao acusado o direito de assistir, pessoalmente ou por 
procurador, a todos os atos e diligências, e requerer o que julgar conveniente aos interesses da 
defesa (RISF, arts. 33, § 3º; e 34). 
Perda de mandato por infidelidade partidária 
A Lei nº 9.096/95 (com redação dada pela Lei nº 13.165/2015), impõe a perda do mandato ao 
detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito. 
Apesar de a lei afirmar “detentor de mandato eletivo”, o entendimento é que essa regra de perda 
de mandato por infidelidade partidária se aplica apenas àqueles mandatários eleitos pelo sistema 
proporcional (Deputados federais, estaduais, distritais e vereadores). Logo, estão livres dessa 
regra, os detentores de mandato eleitos pelo princípio majoritário (Senadores, Presidente da 
República, Governadores, Prefeitos e respectivos Vices). 
Jurisprudência 
Inaplicabilidade da regra de perda do mandato por 
infidelidade partidária ao sistema eleitoral majoritário. (...) 
As decisões no MS 26.602, no MS 26.603 e no MS 
26.604 tiveram como pano de fundo o sistema proporcional, que é adotado para 
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a eleição de deputados federais, estaduais e vereadores. As características do 
sistema proporcional, com sua ênfase nos votos obtidos pelos partidos, tornam a 
fidelidade partidária importante para garantir que as opções políticas feitas pelo 
eleitor no momento da eleição sejam minimamente preservadas. Daí a 
legitimidade de se decretar a perda do mandato do candidato que abandona a 
legenda pela qual se elegeu. O sistema majoritário, adotado para a eleição de 
presidente, governador, prefeito e senador, tem lógica e dinâmica diversas da do 
sistema proporcional. As características do sistema majoritário, com sua ênfase na 
figura do candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança de 
partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art. 1º, 
parágrafo único; e art. 14, caput). 
[ADI 5.081, rel. min. Roberto Barroso, j. 27-5-2015, P, DJE de 19-8-2015.] 
Vide MS 26.604, rel. min. Cármen Lúcia, j. 4-10-2007, P, DJE de 3-10-2008 
Exceções à regra de perda de mandato por desfiliação partidária: 
1) EC nº 91/2016 – mudança de legenda partidária na “janela constitucional”, que facultou a 
mudança de partido no período de 19/2 a 19/3 de 2016; 
2) EC nº 97/2017 – mudança de legenda caso o partido não preencha os requisitos do art. 17, § 
3º da CF; 
CF 
Art. 17. [...] 
[...] 
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao 
rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: 
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por 
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da 
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma 
delas; ou 
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo 
menos um terço das unidades da Federação. 
[...] 
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste 
artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a 
outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins 
de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo 
de rádio e de televisão. 
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3) Lei nº 9.096/95 – três hipóteses: 
Vejam a transcrição do art. 22-A dessa lei e observem, ainda, as três exceções à essa regra: 
Lei nº 9.096/95 
Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem 
justa causa, do partido pelo qual foi eleito. 
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente 
asseguintes hipóteses: 
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; 
II - grave discriminação política pessoal; e 
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede 
o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou 
proporcional, ao término do mandato vigente. 
 
2.2 – Renúncia ao Mandato 
Para fins didáticos, convido você a separar as hipóteses de renúncia previstas no RISF da seguinte 
maneira: 1) expressa: escrita ou oral; e 2) tácita. 
Renúncia expressa escrita 
Nos termos do art. 29 do Regimento Interno do Senado Federal, a comunicação de renúncia à 
senatória ou à suplência deve ser dirigida por escrito à Mesa, com firma reconhecida, e 
independe da aprovação do Senado, mas somente tornar-se-á efetiva e irretratável depois de 
lida no Período do Expediente e publicada no Diário do Senado Federal 
Renúncia expressa oral 
O Regimento Interno do Senado Federal considera lícito ao Senador, ou ao Suplente em exercício, 
fazer em plenário, oralmente, a renúncia ao mandato, a qual tornar-se-á efetiva e irretratável 
depois da sua publicação no Diário do Senado Federal. 
Renúncia tácita 
De acordo com o RISF, considerar-se-á como tendo renunciado (RISF, arts. 4º, § 6º, e 5º, § 1º; e 
30): 
I - o Senador que não prestar o compromisso no prazo estabelecido neste Regimento; 
II - o Suplente que, convocado, não se apresentar para entrar em exercício no prazo estabelecido 
neste Regimento. 
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Os prazos para posse constam do tópico sobre o assunto, onde há um mapa mental com as 
informações esquematizadas. 
Nos casos de renúncia tácita, até o dia útil que se seguir à publicação da comunicação de vacância, 
que é feita pelo Presidente ao Plenário, qualquer Senador dela poderá interpor recurso para o 
Plenário, que deliberará, ouvida a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. 
Renúncia durante processo que vise a perda do mandato 
O § 4º do artigo 55 da CF/88 diz que a renúncia do parlamentar sujeito a processo que vise ou 
possa levar à perda do mandato terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais previstas 
nos §§ 2º e 3º do citado artigo, que especificam os casos em que a perda do mandato será 
declarada pelo Plenário e pela Mesa, respectivamente. 
Funciona assim, se o parlamentar renunciar ao mandato antes de ser instaurado o processo de 
perda do mandato, essa renúncia será plenamente válida! 
Agora, se o parlamentar renunciar após iniciado o processo de perda do mandato, esse pedido 
de renúncia será suspenso. Poderão ocorrer duas hipóteses: 
1º. A Casa, analisando o processo, decide declarar a perda do mandato do parlamentar. 
Nessa hipótese, uma vez que o congressista já perdeu o mandato, o pedido de renúncia 
ficará sem objeto e não terá qualquer efeito jurídico. 
2º. A Casa, analisando o processo, decide manter o mandato do parlamentar. Nesse caso, a 
declaração de renúncia produzirá seus efeitos e o parlamentar deixará de ter o direito de 
permanecer no exercício do mandato não pela declaração de perda decorrente das 
hipóteses previstas no art. 55, mas sim pela sua renúncia. 
Mas você pode perguntar: qual o motivo do parlamentar renunciar então, já que de qualquer 
maneira ele ficará sem o mandato? A resposta é simples. Se o parlamentar for cassado, ele fica 
inelegível por 8 anos contados a partir do fim da legislatura para a qual foi eleito. Se o 
congressista renunciar, ele poderá se eleger novamente nas próximas eleições. Então, o pedido 
de renúncia é tático para a vida política do parlamentar que pode ser cassado. Além disso, é 
melhor para a Casa legislativa que o parlamentar renuncie do que seus membros terem de cortar 
na própria carne ao declararem a perda de mandato de um dos seus pares. 
 
3 – Das Licenças, da Vacância e da Convocação de Suplente 
3.1 – Das Licenças 
A Constituição Federal contém hipóteses em que o parlamentar não perde seu mandato (CF, art. 
56). 
CF/88 
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Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: 
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário 
de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de 
missão diplomática temporária; 
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem 
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não 
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. 
§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções 
previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias. 
§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la 
se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. 
§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela 
remuneração do mandato. 
RISF 
Art. 28. As vagas, no Senado, verificar-se-ão em virtude de: 
I - falecimento; 
II - renúncia; 
III - perda de mandato. 
Art. 29. A comunicação de renúncia à senatória ou à suplência deve ser dirigida por 
escrito à Mesa, com firma reconhecida, e independe da aprovação do Senado, mas 
somente tornar-se-á efetiva e irretratável depois de lida no Período do Expediente 
e publicada no Diário do Senado Federal. 
Parágrafo único. É lícito ao Senador, ou ao Suplente em exercício, fazer em 
plenário, oralmente, a renúncia ao mandato, a qual tornar-se-á efetiva e irretratável 
depois da sua publicação no Diário do Senado Federal. 
Art. 30. Considerar-se-á como tendo renunciado (arts. 4º, § 6º, e 5º, § 1º): 
I - o Senador que não prestar o compromisso no prazo estabelecido neste 
Regimento; 
II - o Suplente que, convocado, não se apresentar para entrar em exercício no prazo 
estabelecido neste Regimento. 
Art. 31. A ocorrência de vacância, em qualquer hipótese, será comunicada pelo 
Presidente ao Plenário. 
Parágrafo único. Nos casos do art. 30, até o dia útil que se seguir à publicação da 
comunicação de vacância, qualquer Senador dela poderá interpor recurso para o 
Plenário, que deliberará, ouvida a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. 
[...] 
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Art. 38. Considerar-se-á como ausente, para efeito do disposto no art. 55, III, da 
Constituição, o Senador cujo nome não conste das listas de comparecimento das 
sessões deliberativas ordinárias. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, aplica-se o disposto no art. 13, não 
sendo, ainda, considerada a ausência do Senador nos sessenta dias anteriores às 
eleições gerais. 
Art. 39. O Senador deverá comunicar ao Presidente sempre que: 
I - ausentar-se do País; 
II - assumir cargo de Ministro de Estado, de Governador de Território, de Secretário 
de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou de chefe 
de missão diplomática temporária (Const., art. 56, I). 
Parágrafo único. Ao comunicar o seu afastamento, no caso do inciso I, o Senador 
deverá mencionar o respectivo prazo. 
Art. 40. A ausência do Senador, quando incumbido de representação da Casa ou, 
ainda, no desempenho de missão no País ou no exterior, deverá ser autorizada 
mediante deliberação do Plenário, se houver ônus para o Senado. 
§ 1º A autorização poderá ser: 
I - solicitada pelo interessado; 
II - proposta: 
a) pela Presidência,quando de sua autoria a indicação; 
b) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, no caso de missão a 
realizar-se no estrangeiro; 
c) pela comissão que tiver maior pertinência, no caso de missão a realizar-se no 
País; 
d) pelo líder do bloco parlamentar ou do partido a que pertença o interessado. 
§ 2º Na solicitação ou na proposta deverá ser mencionado o prazo de afastamento 
do Senador. 
§ 3º A solicitação ou proposta será lida no Período do Expediente e votada em 
seguida à Ordem do Dia da mesma sessão. 
§ 4º No caso do § 1º, I e II, d, será ouvida a Comissão de Relações Exteriores e 
Defesa Nacional ou a que tiver maior pertinência, sendo o parecer oferecido, 
imediatamente, por escrito ou oralmente, podendo o relator solicitar prazo não 
excedente a duas horas. 
§ 5º Os casos de licença serão decididos pela Mesa com recurso para o Plenário. 
Art. 41. Nos casos do art. 40, se não for possível, por falta de número, realizar-se a 
votação em duas sessões deliberativas ordinárias consecutivas, ou se o Senado 
estiver em recesso, o pedido será despachado pelo Presidente, retroagindo os 
efeitos da licença à data do requerimento. 
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Art. 42. O Senador afastado do exercício do mandato não poderá ser incumbido 
de representação da Casa, de comissão, ou de grupo parlamentar. 
Art. 43. Para os efeitos do disposto no art. 55, III, da Constituição, o Senador 
poderá: 
I - quando, por motivo de doença, se encontre impossibilitado de comparecer às 
sessões do Senado, requerer licença, instruída com laudo de inspeção de saúde 
(Const., art. 56, II); 
II - solicitar licença para tratar de interesses particulares, desde que o afastamento 
não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa (Const., art. 56, II). 
§ 1º (Revogado). 
§ 2º (Revogado). 
§ 3º É permitido ao Senador desistir a qualquer tempo de licença que lhe tenha 
sido concedida, salvo se, em virtude dela, haja sido convocado Suplente, quando a 
desistência somente poderá ocorrer uma vez decorrido prazo superior a cento e 
vinte dias. 
§ 4º A licença à gestante, a licença ao adotante e a licença paternidade, todas 
remuneradas, equivalem à licença por motivo de saúde de que trata o art. 56, II, da 
Constituição Federal. 
§ 5º Será concedida à Senadora gestante licença de cento e vinte dias, nos termos 
dos arts. 7º, XVIII, e 39, § 3º, ambos da Constituição Federal. 
§ 6º A licença à adotante, concedida à Senadora que adotar ou obtiver guarda 
judicial de criança, será: 
I - de cento e vinte dias, se a criança tiver até um ano de idade; 
II - de sessenta dias, se a criança tiver mais de um ano de idade; 
III - de trinta dias, se a criança tiver mais de quatro anos e até oito anos de idade. 
§ 7º Será concedida licença paternidade ou licença ao adotante de cinco dias ao 
Senador, respectivamente, pelo nascimento ou adoção de filho, nos termos dos 
arts. 7º, XIX, e 39, § 3º, e 10, § 1º, este último constante do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, todos da Constituição Federal. 
Art. 44. Considerar-se-á como licença concedida, para os efeitos do art. 55, III, da 
Constituição, o não comparecimento às sessões do Senador temporariamente 
privado da liberdade, em virtude de processo criminal em curso. 
Art. 44-A. Considerar-se-á como licença autorizada, para os fins do disposto no art. 
55, III, da Constituição, e no art. 38, parágrafo único, deste Regimento, a ausência 
às sessões de Senador candidato à Presidência ou Vice-Presidência da República, 
no período compreendido entre o registro da candidatura no Tribunal Superior 
Eleitoral e a apuração do respectivo pleito. 
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se aos candidatos que concorrerem ao segundo 
turno. 
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§ 2º Para os fins do disposto neste artigo o Senador deverá encaminhar à Mesa 
certidão comprobatória do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. 
CAPÍTULO XI DA CONVOCAÇÃO DE SUPLENTE 
Art. 45. Dar-se-á a convocação de Suplente nos casos de vaga, de afastamento do 
exercício do mandato para investidura nos cargos referidos no art. 39, II, ou de 
licença por prazo superior a cento e vinte dias (Const., art. 56, § 1º). 
Vimos no artigo 54 da CF/88 que os parlamentares não poderão ocupar cargo, função ou emprego 
nas entidades da administração direta ou indireta ou nas concessionárias de serviço público. Caso 
não observem essa proibição, poderão perder o mandato (CF, art. 55, I). 
Entretanto, a própria CF/88 traz exceções a essa regra: ela permite que os parlamentares se 
afastem do exercício do mandato e ocupem os cargos de (1) Ministro de Estado; (2) Governador 
de Território; (3) Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital; 
ou (4) chefe de missão diplomática temporária. 
Jurisprudência 
Caso o parlamentar opte por pedir licença e ocupar um 
desses cargos, serão suspensas suas imunidades 
parlamentares (STF. INQ 104/RS e HC 78.093/AM, rel. 
Min. Octavio Gallotti, 11.12.98). Entretanto, não serão 
suspensas suas prerrogativas, deveres e obrigações (MS 25.579-MC, rel. Min. 
Joaquim Barbosa, em 19.10.2005). 
As bancas adoram cobrar essas hipóteses em provas. Fique atento e memorize esses 4 casos 
especiais, ok? Mais uma vez, colocarei a matéria em formato de mapa mental para dar uma 
ajudinha para sua memória: 
Mapa Mental 2 – Não Perde o Mandato 
 
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O RISF exige que o Senador comunique ao Presidente sempre que se ausentar do País ou assumir 
quaisquer dos cargos previstos no art. 56, I, da CF/88. Nesse último caso, a comunicação é 
importante para que o Presidente tome conhecimento e possa convocar o Suplente do Senador 
(RISF, arts. 39 e 48, XVI). 
Além da hipótese de investidura em cargos no Executivo, a Constituição Federal prevê hipóteses 
de licença parlamentar (CF, arts. 53, § 7º; e 56, I e II), conforme demonstrado no quadro a seguir. 
Quadro 4 – Licenças de Senador previstas na Constituição 
Tipo Duração Observações 
Por motivo de 
doença 
sem limite 
fixado 
Caso se encontre impossibilitado de comparecer às 
sessões do Senado. 
Instruída com laudo de inspeção de saúde. 
Haverá convocação de Suplente se exceder 120 dias. 
Tratar de 
interesse 
particular 
Até 120 
dias por 
sessão 
legislativa 
Pode exceder 120 dias se o período incluir duas 
sessões legislativas. Nesse caso, haverá convocação 
de Suplente. 
Incorporação às 
Forças Armadas 
sem limite 
fixado 
A incorporação às Forças Armadas, de Deputados e 
Senadores, embora militares e ainda que em tempo 
de guerra, dependerá de licença prévia da Casa 
respectiva (CF, art. 53, § 7º). 
Em acréscimo às licenças de Senador previstas na Constituição Federal, o Regimento Interno do 
Senado Federal prevê as seguintes: Licença à gestante; Licença ao adotante (ou à adotante); 
Licença-paternidade. Essas licenças são remuneradas e equivalem à licença por motivo de saúde 
prevista no art. 56, II, da Constituição Federal (RISF, art. 43, §§ 4º, 5º e 7º). 
Quadro 5 – Licenças regimentais por nascimento ou adoção de filho 
Beneficiária(o) Tipo Prazo 
Senadora 
À gestante 120 dias 
À adotante 
(adoção ou 
guarda judicial) 
120 dias → criança até 1 ano de idade; 
60 dias → criança com mais de 1 ano de idade; 
30 dias → criança com mais de 4 anos

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