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DIREITOS SOCIAIS TATIANA ZEFERINO GONÇALVES Curso de Serviço Social Turma 0752 MORADIA CARTILHA APRESENTAÇÃO No Brasil, muitas famílias vivem sem condições básicas de sobrevivência e sem moradia, tendo que buscar abrigo em espaços públicos urbanos, vivendo em situação de rua. Em contra partida, o Estado busca alternativas para minimizar e erradicar a problemática. Assim, essa cartilha apresenta aos leitores uma reflexão sobre o direito à moradia, sobre os programas de habitação popular e sobre as pessoas sem moradia. FONTE:PIXABAY.COM SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 04 OBJETIVO .............................................................................................................. 05 A HISTÓRIA DA MORADIA. ............................................................................................ 06 DIREITO À MORADIA .................................................................................................. 08 PROGRAMAS HABITACIONAIS ........................................................................................ 10 OS(AS) SEM MORADIA ..................................................................................................12 CONCLUSÃO ............................................................................................................14 BIBLIOGRAFIAS ........................................................................................................ 16 INTRODUÇÃO Cotidianamente saímos de nossas casas com destino ao trabalho, escola, espaços de lazer, casa de amigos e familiares, dentre outros. Assim, a moradia é espaço de proteção e acolhimento, necessário para a sobrevivência individual e/ou coletiva. Sabemos que o direito à moradia, a uma habitação salubre e segura, é de fundamental importância para a sobrevivência. No entanto, a moradia só́ passou a ser um direito constitucional no ano de 2000, por meio da Emenda Constitucional Nº 26. Cabe destacar que o direito à moradia não é necessariamente o direito a uma casa própria, mas sim a um teto, um abrigo em condições adequadas para preservar a intimidade pessoal dos membros da família (art. 5, X e XI), uma habitação digna e adequada. (BERTRAMELLO, 2020, s/p). No entanto, a falta de moradia ainda é realidade para muitos brasileiros que são abrigados e busca-la nas rua e outros espaços públicos. OBJETIVO Apresentar aos leitores uma reflexão sobre o direito à moradia, tendo como base a Constituição Federal. A HISTÓRIA DA MORADIA No início do século XX os trabalhadores que estavam nas cidades enfrentavam problemas semelhantes, obrigados a viver em cortiços ou habitações precárias, o que fez com que a moradia se tornasse um dos principais problemas enfrentados pelos trabalhadores pobres (ANDRADE, 2019, p. 12). Nesse período as habitações consistiam em locais insalubres, coletivos, com preços elevados e em um negócio lucrativo para os que construíam vilas operárias com o intuito de explorar o imigrante. [...] a forma inicial de moradia do imigrante pobre, no período da imigração em massa, em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, era extremamente precária. A pobreza não permitia outra coisa senão viver em cortiço [...] O cortiço permitiu utilizar terrenos de pouco valor, geralmente situados nas várzeas, que ficavam inundadas durante as chuvas de verão (FAUSTO, 1998, p. 39). O contexto político e social brasileiro, envolvendo os(as) trabalhares(as), só começa a ser modificado no final da década de 1980, quando o país passou por um processo de “redemocratização”, em que a sociedade civil e principalmente os movimentos sociais se mobilizaram na defesa da igualdade e da garantia de direitos. Com base nessa mobilização, surgiu a Constituição brasileira de 1988, cujo artigo Art. 6º destaca a moradia como direito. social (BRASIL, 2006). INSERIR IMAGEMQUE REPRESENTE O ASSUNTO DESENVOLVIDO NESTE ITEM FONTE:pixabay.com DIREITO À MORADIA O direito à moradia foi inserido no Art. 6º da Constituição Federal por meio de Emenda Constitucional, a de número 26, de 14 de fevereiro de 2000. Embora já se cogitasse de sua fundamentalidade pelo disposto no artigo 23 da Constituição Federal (BRASIL, 2006). O direito à moradia não é necessariamente direito a uma casa própria, mas sim a um teto, um abrigo em condições adequadas para preservar a vida e a intimidade pessoal dos membros da família (art. 5, X e XI), uma habitação digna e adequada. (BERTRAMELLO, 2020, s/p). O Art. 23 - IX também destaca que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico. (BRASIL, 2006). Dessa forma, a garantia do direito à moradia possibilita, acima de tudo, a existência de um espaço de sobrevivência. FONTE:PIXABAY.COM PROGRAMAS HABITACIONAIS Tendo como base O Art. 23 – IX, da Constituição Federal (BRASIL, 2006), que determina a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em promover programas de construção de moradias, é que surgem os programas de habitação popular. No entanto, A maioria desses programas têm servido para concentrar a população pobre em seus “guetos” servindo como mecanismo de confinamento social e cultural. Como exemplo temos os conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, construídos normalmente em áreas periféricas ou fora das cidades, dificultando ainda mais o acesso aos centros urbanos, centros comerciais ou locais de trabalho Tratar-se da nova ação do governo para fixá-los na linha da pobreza está na regularização e pacificação das favelas. As favelas foram criadas pela pobreza, pela falta de recursos que impossibilitavam a população pobre de ter uma vida diferenciada e com melhores condições de habitação, regularizar as favelas é afirmar que a condição de melhoria é utópica e que não há outra opção para o pobre senão a de aceitar sua condição miserável, dependente de programas e projetos sociais do governo. (ANDRADE, 2019, p. 40). FONTE:PIXABAY.COM OS(AS) SEM MORADIA Por onde andamos, principalmente nos espaços de maior circulação de pessoas, vemos as pessoas em situação de rua desenvolvendo atividades variadas: furtando, roubando, mendigando, fazendo malabarismos, vendendo doces ou dormindo. Elas já se tonaram parte da cena urbana e nos comportamos como se elas pertencessem ao espaço, como se a rua fosse sua moradia. Precisamos ressignificar a rua, pois ela não é, e nem deve ser, casa e nem lugar de moradia e sobrevivência. Precisamos entender que a saída da casa, tomando a rua como lugar de vida ou moradia, esconde muitos significantes que não estão visíveis na aparência e nem no comportamento dos que estão em situação de rua. (ANDRDDE, 2019, p. 08) O Estado precisa executar politicas públicas de qualidade que possibilitem a saída das pessoas das ruas e o direito à moradia se trona primordial nessa situação. FONTE: Fábio Andrade,2019 CONCLUSÃO Ao tratar dos direitos sociais, especificamente o direito à moradia; percebe-se que a negação de direitos ainda é latente no Brasil. Convivemos cotidianamente com a negação e violação de direitos sociais, o que faz com que grande parte da população lute cotidianamente para sobreviver. Em sua defesa o Estado justifica sua ineficiência no argumento da escassez de recursos financeiros. “De um lado, existe a obrigação do Estado de garantir a todos os direitos sociais. De outro, a discricionariedade com que administra seus recursos no planejamento e execução de públicas voltadas a este mister”. (BERTRAMELLO, 2020, s/p). É preciso, urgentemente, que o Estado assuma seu papel legal de mantenedor de vida. Para isso, precisa implementar políticas publicas de qualidade que garantam direitos e promovam a justiça social. Muitas pessoas vivem expropriadas do direito à cidade e à terra, sendo submetidas à violência e perseguição,sobretudo do Estado que deveria garantir direitos sociais fundamentais à vida como segurança, à alimentação, à saúde e àmoradia. FábioAndrade FONTE: Andrade(2019) BIBLIOGRAFIAS ANDRADE, Fábio santos de. Crianças e adolescentes em situação de rua no Brasil: Táticas de sobrevivência e ocupação do espaço público urbano. Jundiaí - SP: Paco Editorial, 2019. BERTRAMELLO, Rafael. Os direitos sociais: conceito, finalidade e teorias. Disponível em: https://rafaelbertramello.jusbrasil.com.br/artigos/121943093/os-direitos-sociais-conceito-finalidade-e-teorias. Acessado em 30 de mai. de 2020. BRASIL. Constituição da República Federativa: Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nº 1/92 a 52/2006 e pelas Emendas Constitucionais da Revisão nº 1 a 6/94. Brasília: Senado Federal, 2006. FAUSTO, Boris. Imaginação: Cortes e continuidades. In: NOVAES, Fernando A. (org.). História da vida privada no Brasil: Contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. NICOLAU, Raísa Tavares Pessoa. Os direitos sociais na Constituição de 1988 e a possibilidade de sua judicialização. Conteúdo Jurídico. 2019. Disponível em: http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/53657/os- direitos-sociais-na-constituio- de-1988-e-a-possibilidade-de-sua-judicializaode sua judicialização. Acessado em 30 de mai. de 2020. TELLES, Vera da Silva. Direitos sociais: afinal do que se trata? 2. reimp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. Assembleia Geral da ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. (217[III] A). Paris: 1948. http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/53657/os-direitos-sociais-na-constituio-