Prévia do material em texto
Enem Semana 5 Agora vai! Enem 2020 1 Biologia Lipídios Resumo Lipídios são moléculas orgânicas apolares, já que não apresentam em suas moléculas polos com cargas. Por conta disso, são insolúveis em água (hidrofóbicos), porém solúveis em compostos orgânicos, como por exemplo no etanol. São formados basicamente por um álcool e ácidos graxos. Eles apresentam diversas funções e estão presentes em diferentes partes do nosso organismo: • Membrana celular: A membrana é formada por uma bicamada de fosfolipídios, sendo que a região do fosfato é polar e fica em contato com o meio externo e com o meio intracelular, e a região lipídica é apolar e voltada para o interior da membrana. A membrana celular animal é a única que possui o lipídio colesterol em sua composição, ajudando a manter a fluidez da membrana. Representação esquemática de uma bicamada fosfolipídica, da membrana celular. • Energia: Os lipídios são uma fonte secundária de energia para o metabolismo celular. Para isso, ocorre o processo de gliconeogênese, liberando glicose para que as células possam fazer a respiração celular. • Hormônios: Participam da composição de hormônios esteroides, como o estrogênio, a progesterona e a testosterona. • Bile: Participam da formação dos sais biliares, que formam a bile, importante para a emulsificação de gorduras no duodeno, facilitando a digestão destes alimentos pelas enzimas liberadas no local. • Transporte de vitaminas lipossolúveis: As vitaminas lipossolúveis são aquelas que se dissolvem em compostos lipídicos, como gordura por exemplo, e elas são absorvidas junto com os lipídios ao longo do trato intestinal. As vitaminas lipossolúveis são as A, D, E e K. • Isolante: Funcionam como isolante térmico (protegendo contra baixas temperaturas, mantendo o calor no corpo), mecânico (absorvem impactos) e elétrico (não conduz eletricidade, estando por exemplo nos neurônios para formar a bainha de mielina). • Impermeabilizantes: Ajudam a reduzir a desidratação ou passagem de água, como por exemplo as ceras. Esquema de um neurônio, célula do tecido nervoso que apresenta a bainha de mielina. 2 Biologia Os lipídios podem ser encontrados no nosso organismo em diferentes grupos: carotenoides, cerídeos, esteroides, fosfolipídios e glicerídeos. • Carotenoides: São moléculas formadas apenas por álcool e formam pigmentos lipossolúveis, com coloração amarela, laranja ou avermelhada. O betacaroteno é um pigmento alaranjado e utilizado na síntese da vitamina A. • Cerídeos: São ésteres, formados pela união de um ácido graxo com um álcool, e são comumente chamados de ceras. São densos e muito insolúveis em água, ajudando a evitar a perda de água. São exemplos a cutina das plantas, a cera de abelha e a cera de ouvido. • Esteroides: Formados por hidrocarbonetos e se diferenciam pelas suas ramificações e grupos funcionais. O principal esteroide é o colesterol, cujo grupo funcional é um álcool, e que só existe em animais. O colesterol é precursor de vitamina D, ajuda na constituição da bile e formam hormônios sexuais. Representação química de três hormônios sexuais, formados por esteroides. • Fosfolipídios: São lipídios associados a uma molécula de ácido fosfórico. Formam todas as membranas presentes em uma célula, tendo o fosfato hidrofílico e o lipídio como hidrofóbico • Glicerídeos: Os principais são os triglicerídeos, onde há uma molécula de glicerol com três moléculas de ácidos graxos. São os óleos e as gorduras. Os óleos, líquidos à temperatura ambiente, apresentam uma estrutura insaturada (com uma ligação dupla na molécula), enquanto as gorduras, sólidas em temperatura ambiente, apresentam ácidos graxos saturados (apenas com ligações simples na molécula). Essas são as formas para armazenamento de energia. Representação química de moléculas de ácidos graxos saturado, insaturado cis e insaturado trans. 3 Biologia Os ácidos graxos insaturados podem ser classificados em monoinsaturados (com apenas uma ligação dupla), como o azeite de oliva, ou poli-insaturados (com mais de uma ligação dupla ao longo da cadeia), como o ômega 3. Colesterol O colesterol é um lipídio esteroide exclusivo de células animais, tendo em sua estrutura um radical de hidrocarbonetos apolar. Representação química (A) e esquemáticas (B, C) de uma molécula de colesterol, indicando também as estruturas polares, apolares e os anéis esteroides. O colesterol pode ser sintetizado no fígado ou ingerido através da alimentação (apenas alimentos de origem animal). Para serem transportados no sangue, e também para transportar outros lipídios para o corpo, eles formam as lipoproteínas, que são associações de colesterol, triglicerídeos e proteínas do tipo apoproteína. As lipoproteínas variam de densidade e de tamanho, e podem ser o VLDL, LDL e HDL. Moléculas de lipoproteínas e seus componentes • VLDL: Do inglês “very low density lipoprotein”, traduzido literalmente em lipoproteína de muito baixa densidade. Possui um grande tamanho e é produzido no fígado para transportar principalmente triglicerídeos pelo corpo. Junto com o LDL, quando está em altas quantidades no organismo é um dos responsáveis pela formação de placas de ateroma, que entopem os vasos sanguíneos. Quando perdem os triglicerídeos para os tecidos, a molécula de VLDL se transforma em uma molécula de LDL. • LDL: Do inglês “low density lipoprotein”, traduzido literalmente em lipoproteína de baixa densidade. Eles ficam circulando no sangue para fazer o transporte de lipídios (colesterol e triglicerídeos), levando a gordura do fígado para o corpo. Porém, devido a sua baixa densidade, podem se prender às paredes dos vasos sanguíneos e causar entupimento. É conhecido popularmente como “mau” colesterol. 4 Biologia Vasos sanguíneos em condição normal e quando há acúmulo de colesterol na parede dos vasos. • HDL: Do inglês “high density lipoprotein”, traduzido literalmente em lipoproteína de alta densidade, é uma molécula capaz de absorver os cristais de colesterol que estão depositados nas artérias, removendo-os e transportando-os de volta ao fígado para ser eliminado. É conhecido popularmente como “bom” colesterol. Esquema da ação das lipoproteínas no nosso organismo. Proteínas no nosso organismo. 5 Biologia Exercícios 1. A fluidez da membrana celular é caracterizada pela capacidade de movimento das moléculas componentes dessa estrutura. Os seres vivos mantêm essa propriedade de duas formas: controlando a temperatura e/ou alterando a composição lipídica da membrana. Neste último aspecto, o tamanho e o grau de insaturação das caudas hidrocarbônicas dos fosfolipídios, conforme representados na figura, influenciam significativamente a fluidez. Isso porque quanto maior for a magnitude das interações entre os fosfolipídios, menor será a fluidez da membrana. Representação simplificada da estrutura de um fosfolipídio Assim, existem bicamadas lipídicas com diferentes composições de fosfolipídios, como as mostradas de I a V. Qual das bicamadas lipídicas apresentadas possui maior fluidez? a) I b) II c) III d) IV e) V 2. “Dentre os tipos de esteróides, grupo particular de lipídios, é o mais abundante nos tecidos animais. Está na composição da membrana plasmática das células animais. É produzido em nosso próprio corpo, principalmente no fígado. Trata-se de composto químico, precursor da vitamina D e dos hormônios estrógeno e testosterona.” O texto refere-se a a) Caroteno. b) Colesterol. c) Triglicerídeo. d) Glicogênio. e) Glicerol. 6 Biologia 3. O colesterol é um tipo de lipídio muito importante para o homem, apesar de ser conhecido principalmente por causar problemas cardíacos, como a aterosclerose. Esse lipídio pode ser adquirido pelo nosso corpo através de dieta ou ser sintetizado em nosso fígado. Entre as alternativas a seguir, marque aquela que indica o tipo de lipídio no qual o colesterolenquadra-se. a) glicerídios. b) ceras. c) carotenoides. d) fosfolipídios. e) esteroides. 4. A ingestão de alimentos muito gordurosos leva a um aumento no nível de colesterol no sangue, fazendo com que este seja considerado um vilão para a saúde das pessoas. No entanto, em quantidades adequadas, o colesterol é necessário ao organismo humano porque: a) Acelera a velocidade das reações biológicas. b) É um precursor dos hormônios insulina e glucagon. c) Constitui a principal fonte de energia celular. d) Faz parte da estrutura da membrana biológica de células. e) É o principal composto utilizado na fermentação 5. As moléculas mais utilizadas pela maioria das células para os processos de conversão de energia e produção de ATP (trifosfato de adenosina) são os carboidratos. Em média, um ser humano adulto tem uma reserva energética na forma de carboidratos que dura um dia. Já a reserva de lipídeos pode durar um mês. O armazenamento de lipídeos é vantajoso sobre o de carboidratos pelo fato de os primeiros terem a característica de serem: a) isolantes elétricos. b) pouco biodegradáveis. c) saturados de hidrogênios. d) majoritariamente hidrofóbicos. e) componentes das membranas. 6. Há alguns meses, foi lançado no mercado um novo produto alimentício voltado para o consumidor vegetariano: uma bebida sabor iogurte feita à base de leite de soja. À época, os comerciais informavam tratar-se do primeiro iogurte totalmente isento de produtos de origem animal. Sobre esse produto, pode- se dizer que é isento de: a) colesterol e carboidratos. b) lactose e colesterol. c) proteínas e colesterol. d) proteínas e lactose. e) lactose e carboidratos 7 Biologia 7. O colesterol é um esteroide que constitui um dos principais grupos de lipídios. Com relação a esse tipo particular de lipídio, é correto afirmar que: a) O colesterol é encontrado em alimentos tanto de origem animal como vegetal (por ex: manteigas, margarinas, óleos de soja, milho, etc.) uma vez que é derivado do metabolismo dos glicerídeos. b) Na espécie humana, o excesso de colesterol aumenta a eficiência da passagem do sangue no interior dos vasos sanguíneos, acarretando a arteriosclerose. c) O colesterol participa da composição química das membranas das células animais e é precursor dos hormônios sexuais masculino (testosterona) e feminino (estrógeno). d) Nas células vegetais, o excesso de colesterol diminui a eficiência dos processos de transpiração celular e da fotossíntese. e) O colesterol sempre é danoso ao organismo vivo seja ele animal ou vegetal. 8. Acredita-se que 75% das mortes no mundo são causadas por doenças crônicas, como diabetes, câncer e complicações cardíacas (Diet, nutrition and the prevention of cronic diseases). A comida, sobretudo a industrializada, tem sido apontada como a principal causa dessas enfermidades. A molécula de colesterol, considerada prejudicial em grandes quantidades, e as moléculas constituintes dos lipídios considerados “bons” para a saúde, são, respectivamente, a) colesterol HDL; ácidos graxos insaturados. b) colesterol HDL; ácidos graxos saturados. c) colesterol HDL; ácidos graxos poli-insaturados. d) colesterol LDL; ácidos graxos saturados. e) colesterol LDL; ácidos graxos linoleico e oleico. 9. O uso de óleos vegetais na preparação de alimentos é recomendado para ajudar a manter baixo o nível de colesterol no sangue. Isso ocorre porque esses óleos: a) têm pouca quantidade de glicerol. b) são pouco absorvidos no intestino. c) são pobres em ácidos graxos saturados. d) têm baixa solubilidade no líquido extracelular. e) dissolvem o colesterol. 8 Biologia 10. Os lipídios são considerados grandes vilões da saúde humana, o que não é verdade. É preciso lembrar de que esses compostos desempenham importantes funções biológicas. Com relação aos lipídios pode-se afirmar corretamente que a) os fosfolipídios revestem a membrana dos neurônios, facilitando a condução do impulso nervoso. b) as gorduras são predominantemente de origem animal e têm cadeia insaturada, enquanto os óleos são predominantemente saturados. c) os carotenoides, presentes em certos vegetais, são precursores da vitamina D, cuja carência causa o raquitismo. d) os esteroides são derivados do colesterol e alguns deles atuam com papel hormonal. e) alguns deles como a queratina e a melanina têm papel estrutural enquanto outros, como a cortisona, têm ação anti-inflamatória. 9 Biologia Gabarito 1. B O maior número de insaturações diminui as interações entre os fosfolipídios, aumentando a fluidez da membrana. Cadeias menores também tendem a ser mais fluidas do que maiores. 2. B O colesterol é um lipídio do tipo esteróide, componente importante dos hormônios sexuais e da vitramina D. 3. E O colesterol é um lipídio do tipo esteróide, importante na composição da membrana celular animal e de hormônios sexuais. 4. D O colesterol participa da formação da membrana celular dos animais. 5. D Por serem hidrofóbicos, os lipídios não se dissolvem nem são excretados com facilidade. 6. B A lactose está presente no leite, normalmente o de vaca utilizado na produção de iogurtes. Além disso, o colesterol é constituinte da membrana celular animal, e a ausência de derivados animais também leva a ausência deste composto. 7. C O colesterol é importante na formação das membranas celulares de células animais, além de compor os chamados hormônios esteroides, como testosterona e progesterona. 8. E O LDL é o colesterol ruim, que pode se acumular nas paredes dos vasos sanguíneos, dificultando o fluxo. Já os ácidos mono e poli-insaturados são considerados bons para a saúde (ex.: olho de soja, azeite de oliva). 9. C Os óleos de origem vegetal apresentam grande quantidade de ácidos graxos insaturados, ou seja, possui uma ligação dupla entre a sequência de carbonos. 10. D Os esteroides são um grupo de lipídios que formam os hormônios sexuais. 1 Biologia Relações ecológicas desarmônicas Resumo A ecologia pode ser dividida em dois ramos de estudos: a ecobiose, que estuda a relação dos seres vivos com o meio ambiente e a alelobiose, que são as relações ecológicas dos seres vivos entre eles. As relações ecológicas podem ser harmônicas (nenhum dos indivíduos são prejudicados) ou desarmônicas (pelo menos um dos indivíduos é prejudicado). Ainda, podem ser intraespecíficas (mesma espécie) ou interespecíficas (espécies diferentes). São utilizados os símbolos de positivo + (para indicar uma vantagem na relação), de negativo – (para indicar um prejuízo para o indivíduo) e o 0 (representando uma indiferença na relação, ou seja, não se afeta nem positivamente nem negativamente). Veja a seguir uma tabela, resumindo as principais relações ecológicas desarmônicas: Relações desarmônicas Intraespecíficas Canibalismo (+,-) Competição (-,-) Interespecíficas Amensalismo (0,-) Parasitismo (+,-) Herbivoria (+,-) Predatismo (+,-) Esclavagismo (+,-) Competição (-,-) Relações Desarmônicas Intraespecíficas Canibalismo (+,-): Nesta relação, um ser se alimenta de outro da mesma espécie. Pode estar relacionado a comportamentos reprodutivos, como em alguns artrópodes como o louva-deus e a viúva-negra (onde as fêmeas se alimentam dos machos após a cópula para obter energia para o desenvolvimento dos filhotes). Pode ocorrer também canibalismo por conta de estresse, devido ao aumento exagerado da população, observado como exemplo em algumas populações de ursos polares devido à baixa disponibilidade de alimento pela perda de habitat. Louva-deus fêmea comendo a cabeça de um louva-deus macho, em uma relação de canibalismo 2 Biologia Relações Desarmônicas InterespecíficasParasitismo (+,-): Um ser parasita se beneficia do outro, chamado de hospedeiro. Nesta relação, não é interessante para o parasita matar o seu hospedeiro, pois como o parasita depende das atividades metabólicas do outro, caso o hospedeiro morra, o parasita também irá morrer. Os parasitas podem viver fora do corpo do hospedeiro (ectoparasitas, como piolhos e pulgas) ou dentro do corpo (endoparasitas, como a solitária ou o bicho geográfico). Todos os vírus são classificados como parasitas. Nas plantas, podemos classificar os parasitas como holoparasitas (não realizam fotossíntese, e parasitam roubando a seiva elaborada, com glicose, de seu hospedeiro, como o cipó-chumbo) ou hemiparasitas (realizam fotossíntese, mas parasitam o hospedeiro roubando a seiva bruta, com água e sais minerais, como a erva- de-passarinho). Amensalismo (0,-): Também conhecido como antibiose. Uma espécie causa prejuízos para o desenvolvimento ou mesmo para a sobrevivência de outra espécie. Dentre os exemplos podemos citar o fungo Penicillium que secreta uma substância que inibe o desenvolvimento de bactérias e é usado como antibiótico, e também a maré vermelha, onde a super proliferação de algas dinoflageladas libera toxinas na água, e isso afeta a fauna marinha, podendo levar alguns organismos a morte. O fungo, em seu metabolismo usual, libera certas substâncias que são tóxicas para as bactérias, causando prejuízo a elas. Carrapato é um exemplo de ectoparasita. Competição intraespecífica (-,-): relação em que dois seres da mesma espécie competem por recursos (ex.: água, alimento, luz), espaço ou para a reprodução. Nesta relação ambos saem perdendo mesmo que haja um vencedor devido ao esforço e gasto energético e de tempo que um ser teve para ganhar a competição. Dois cervos machos da mesma espécie competindo por um recurso. Pela biologia deste animal, podemos supor que eles estão competindo por território ou por fêmeas para copular. Esquema indicando como ocorre o parasitismo entre plantas, pela entrada da raiz no tronco da hospedeira. 3 Biologia Também temos os animais que são parasitoides, que causam indiretamente a morte de seu hospedeiro. Estes animais depositam ovos nos hospedeiros e esses ovos se desenvolvem. Quando os ovos eclodem, as larvas comem o hospedeiro para obter nutrientes, levando a sua morte. Os parasitoides são bastante estudados para realizar controle biológico de pragas em plantações. Herbivoria (+.-): Ocorre quando um animal se alimenta se uma planta ou de parte dela. Os elefantes são exemplos de animais herbívoros, ou seja, aqueles que só realizam a herbivoria. Predatismo (+,-): Também visto como predação. Ocorre quando um ser vivo de uma espécie mata o outro de outra espécie para se alimentar. Esclavagismo (+,-): Quando um ser vivo se aproveita das atividades, do trabalho ou de produtos produzidos por outros seres vivos. São exemplos as aves fragatas, que roubam peixes capturados por gaivotas para se alimentar, os cucos, onde ovos de cucos são colocados em ninhos de outras aves para que outros indivíduos cuidem e alimentem os filhotes. Cuco (maior, esquerda) sendo alimentado pela “mãe adotiva” (menor, direita) em uma relação de esclavagismo. Himenóptero parasitoide colocando ovos no hospedeiro. Leoa predando uma zebra. Elefante em seu habitat alimentando-se 4 Biologia Competição interespecífica (-,-): Assim como a competição intraespecífica, a competição entre organismos de espécies diferentes é prejudicial para todos os envolvidos devido ao custo energético. A competição aqui pode ocorrer por sobreposição de nicho ecológico, como exemplo animais carniceiros, como as hienas e os urubus, competindo pelo resto de uma carne. Quando há competição, podemos ter o princípio de Gause, também chamado de princípio da exclusão competitiva. Nesses casos, espécies com grande sobreposição de nicho apresentam uma competição intensa. Nesses casos, podemos observar um dentre os três diferentes resultados: ● Uma das espécies é extinta do local; ● Uma das espécies migra para outro habitat; ● Uma ou todas as espécies alteram seu nicho ecológico para evitar a competição. Para evitar a competição, cada espécie de passarinho realiza seu nicho em locais diferentes de uma mesma árvore. Abutre e coiote competindo por uma carcarça 5 Biologia Exercícios 1. As cutias, pequenos roedores das zonas tropicais, transportam pela boca as sementes que caem das árvores, mas, em vez de comê-las, enterram-nas em outro lugar. Esse procedimento lhes permite salvar a maioria de suas sementes enterradas para as épocas mais secas, quando não há frutos maduros disponíveis. Cientistas descobriram que as cutias roubam as sementes enterradas por outras, e esse comportamento de “ladroagem” faz com que uma mesma semente possa ser enterrada dezenas de vezes. Disponível em: http://chc.cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012. Essa “ladroagem” está associada à relação de: a) sinfilia. b) predatismo. c) parasitismo. d) competição. e) comensalismo. 2. No Brasil, cerca de 80% da energia elétrica advém de hidrelétricas, cuja construção implica o represamento de rios. A formação de um reservatório para esse fim, por sua vez, pode modificar a ictiofauna local. Um exemplo é o represamento do Rio Paraná, onde se observou o desaparecimento de peixes cascudos quase que simultaneamente ao aumento do número de peixes de espécies exóticas introduzidas, como o mapará e a corvina, as três espécies com nichos ecológicos semelhantes. PETESSE, M. L.: PETRERE JR., M. Ciência Hoje. São Paulo, n. 293, v. 49. jun, 2012 (adaptado). Nessa modificação da ictiofauna, o desaparecimento de cascudos é explicado pelo(a) a) redução do fluxo gênico da espécie nativa. b) diminuição da competição intraespecífica. c) aumento da competição interespecífica. d) isolamento geográfico dos peixes. e) extinção de nichos ecológicos. 3. Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se atraírem para o acasalamento. O macho reconhece a fêmea de sua espécie e, atraído por ela, vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo de vaga-lume, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai os machos de outro tipo, o Photinus, fingindo ser desse gênero. Quando o macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris, muito maior que ele, é atacado e devorado por ela. A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do gênero Photinus, é um exemplo de: a) comensalismo. b) inquilinismo. c) cooperação. d) predatismo. e) mutualismo. 6 Biologia 4. Sr. José Horácio, um morador de Ipatinga, MG, flagrou uma cena curiosa, filmou-a e mandou-a para um telejornal. Da ponte de um lago no parque da cidade, pessoas atiravam migalhas de pão aos peixes. Um socozinho (Butorides striata), ave que se alimenta de peixes, recolhia com seu bico algumas migalhas de pão e as levava para um lugar mais calmo, à beira do lago e longe das pessoas. Atirava essas migalhas “roubadas” no lago e, quando os peixes vinham para comê-las, capturava e engolia esses peixes. Sobre os organismos presentes na cena, pode-se afirmar que a) o socozinho é um parasita, os homens e os peixes são os organismos parasitados. b) o socozinho é um predador, que pode ocupar o terceiro nível trófico dessa cadeia alimentar. c) o homem é produtor, os peixes são consumidores primários e o socozinho é consumidor secundário. d) os peixes e o socozinho são consumidores secundários, enquanto o homem ocupa o último nível trófico dessa cadeia alimentar. e) os peixes são detritívoros e o socozinho é consumidor primário 5. Os macacos vermelhos do Quênia apresentam tempo de vida em torno de 4 a 5 anos no ambientenatural e podem viver até 20 anos em cativeiro. Uma possível explicação para este fato poderia ser a ausência, em cativeiro, de uma das relações ecológicas abaixo relacionadas. Assinale a relação ecológica cuja ausência em cativeiro pode explicar corretamente este fato: a) Predatismo. b) Inquilinismo. c) Mutualismo. d) Simbiose. e) Comensalismo. 6. Existem certas espécies de árvores que produzem substâncias que, dissolvidas pela água das chuvas e levadas até o solo, vão dificultar muito o crescimento de outras espécies vegetais, ou até mesmo matar as sementes que tentam germinar. Esse tipo de comportamento caracteriza o a) mutualismo. b) comensalismo. c) saprofitismo. d) amensalismo. e) protocooperação 7 Biologia 7. As figuras 1 e 2 mostram curvas de crescimento de duas espécies de protozoários, A e B. Em 1, as espécies foram cultivadas em tubos de ensaio distintos e, em 2, elas foram cultivadas juntas, em um mesmo tubo de ensaio. Considerando que as condições do meio foram as mesmas em todos os casos, a explicação mais plausível para os resultados mostrados é: a) a espécie A é predadora de B. b) a espécie B é predadora de A. c) a espécie A é comensal de B. d) a espécie B é comensal de A. e) as espécies A e B apresentam mutualismo. 8. O Assinale a alternativa correta a respeito da relação de parasitismo. a) Os parasitas sempre levam o hospedeiro à morte. b) Os hospedeiros nunca apresentam as formas assexuadas dos parasitas. c) Não existem parasitas no reino vegetal. d) Os parasitas sempre vivem no interior do corpo dos hospedeiros. e) Essa relação sempre traz prejuízos ao hospedeiro. 8 Biologia 9. A avoante, também conhecida como arribaçã (Zenaida auriculata noronha) é uma ave migratória que se desloca no Nordeste, acompanhando o ritmo das chuvas, encontrando-se ameaçada de extinção, em decorrência da caça indiscriminada. A relação do homem com esta ave é: a) harmônica, intra-específica e de predação b) desarmônica, intra-específica e de comensalismo c) harmônica, inter-específica e de parasitismo d) desarmônica, inter-específica e de predação e) harmônica, intra-específica e de inquilinismo 10. Em um experimento, foram cultivados separadamente Paramecium caudatum e Paramecium aurelia. Ambos desenvolveram-se, mas o P. aurelia cresceu muito mais rapidamente que o P. caudatum. Entretanto, quando juntas, em um mesmo meio, o P. aurelia multiplicou-se muito mais rapidamente e eliminou o P. caudatum. (CHEIDA, L. E. Biologia integrada. São Paulo: FTD, 2002) O experimento descrito acima foi muito importante na formulação do Princípio de Gause ou Princípio da Exclusão Competitiva. Uma das consequências da competição entre duas populações de espécies diferentes, com o mesmo nicho ecológico, é: a) A extinção de uma das populações e a sobrevivência da outra; b) A permanência de ambas num espaço comum, sem interferências recíprocas; c) O fortalecimento dos limites dos nichos preexistentes, sem possibilidade de readaptações destes; d) Emigração das duas populações, deixando o nicho do local vago; e) Extinção de ambas, assim que uma delas emigre. 9 Biologia Gabarito 1. D A “ladroagem” entre cotias determina uma competição intraespecífica por alimento entre elas. 2. C O aumento de espécies exóticas fará com que elas compitam com as nativas por recursos, nutrientes, espaço, etc. 3. D Vagalumes do gênero Photuris se alimenta do macho do gênero Photinus, um caso de predação. 4. B O socozinho preda o peixe, podendo se tornar um consumidor secundário se este peixe por consumidor primário, assim ocupando o terceiro nível trófico. 5. A A predação poderia controlar a população de macacos, fazendo com que eles não conseguissem viver por tanto tempo. 6. D Quando uma espécie inibe o desenvolvimento de outra, porém sem ter um ganho efetivo com isso, trata- se de um caso de amensalismo. 7. B A figura 2 mostra que quando estão juntos a espécie B pode ser a predadora da A, fazendo diminuir a população desta, uma relação (+ ; -). 8. E No parasitismo, sempre o hospedeiro terá prejuízos, pois é uma relação (+ ; -), onde o parasita não tem a intenção necessariamente de levar o hospedeiro a morte. 9. D A predação é uma relação (+ ; -) entre espécies diferentes em que a presa sempre será impactada negativamente. 10. A Quando ocorre o princípio de Gause, pela competição interespecífica, uma das populações é vencedora, porém a outra pode ter como consequência a sua extinção. 1 Filosofia Metafísica de Aristóteles Resumo Um dos maiores pensadores de todos os tempos, Aristóteles foi, durante a juventude, o mais brilhante discípulo de Platão, pensador com o qual estudou durante o período de vinte anos. Sua filosofia, entretanto, pode ser considerada essencialmente um anti-platonismo. De fato, não obstante manter até sua morte uma profunda admiração pelo mestre, Aristóteles considerava que as bases do pensamento platônico, em especial a Teoria das Ideias, estavam profundamente equivocadas. Daí, aliás, a célebre frase que lhe é atribuída: “Sou amigo de Platão, mas sou mais amigo da verdade”. Como se sabe, para Platão, a realidade está dividida em dois níveis: o mundo das Ideias ou mundo inteligível, onde se encontram as essências imutáveis das coisas; e o mundo sensível, onde se encontram as coisas concretas e materiais, reflexos imperfeitos de suas essências. Em outras palavras, toda a filosofia de Platão repousava sobre a separação entre, de um lado, as coisas, e, de outro, suas essências. Ora, para Aristóteles, tal separação soava absurda, pois contraria o próprio significado da palavra “essência”. De fato, essência é aquilo que faz com que uma coisa seja o que ela é e não outra. Ou seja, a essência de uma coisa é a sua característica primordial, aquilo que a define, aquilo que a faz ser o que ela é e que, portanto, caso ela perca, ela deixará de ser o que é. Pois bem, se as essências fossem separadas das coisas, isto significaria que as características primordiais das coisas não estariam nas próprias coisas, mas fora delas. Isso faz algum sentido? Segundo Aristóteles, não. Daí que o ponto de partida de seu pensamento não é a defesa da separação da realidade em dois níveis, tal como propunha Platão, mas sim a afirmação da unidade inseparável entre essência e coisa. Não há dois mundos, um de essências e outro de coisas. O que há é uma única realidade, onde as coisas e suas essências se encontram juntas. Esta tese central da ontologia aristotélica, conhecida como teoria da substância, é o ponto a partir do qual podemos compreender toda a ontologia aristotélica. Segundo Aristóteles, toda coisa é uma substância, ou seja, é uma realidade que subsiste em si mesma. Isto, inclusive, é o que diferencia as coisas de suas características. Enquanto a característica subsiste apenas na coisa, a coisa subsiste por si mesma. Por exemplo, Pedro subsiste em si mesmo, mas a sua cor de pele só subsiste através dele e não em si mesma. Toda a filosofia de Aristóteles parte da análise que ele faz dos elementos que constituem as substâncias. Dentre as características que compõem uma substância, podemos distinguir dois tipos: a essência (ou forma) e os acidentes. A essência de uma coisa, como vimos, é a sua característica primordial, aquilo que a define, que a faz ser o que é. Por sua vez, os acidentes são todas as características de uma coisa que não lhe são essenciais, ou seja, são as características secundárias, aquelas que a substância pode perder ou ganhar sem deixar de ser o que é. Assim, por exemplo, na substância João, que é um ser humano, a essência é racionalidade e os acidentes são todas as demais características de João, tais como sua altura, cortede cabelo, cor de pele etc. Depois de analisar as partes componentes da substância, Aristóteles procura compreender como elas se transformam. Aristóteles define a mudança como uma passagem da potência ao ato. No linguajar aristotélico, potência é uma possibilidade de ser que a substância tem, mas que ela não está realizando em dado momento. Por outro lado, ato é aquilo que a substância realmente é em dado momento. 2 Filosofia Por exemplo, quando Maria vai de casa para o colégio, ela realizou uma mudança, pois modificou o lugar onde estava presente. Tal mudança se deu quando aquilo que era mera potência, possibilidade (estar no colégio) se tornou ato, realidade. O ser em potência é aquele que é apenas enquanto possibilidade; o ser em ato é aquele que é como realidade, efetivamente. Mudar é transferir algo do domínio do possível para o domínio do real. Com sua teoria do ato e potência, Aristóteles procurou explicar que mudar não é simplesmente se tornar algo diferente do que se é (tal como pensavam os pré-socráticos). Mais que isso, mudar é se tornar algo diferente do que se é, mas que é possível, que é compatível com a própria natureza. Por fim, para explicar como se dá a mudança das substâncias e como ela subsistem, é preciso saber quais são os elementos que fazem com que algo passe de potência a ato. Os princípios responsáveis pela existência das substâncias e que realizam suas mudanças são chamados por Aristóteles de causas. Segundo o filósofo, há ao todo quatro causas: • Causa formal: é a característica primordial da substância, a sua forma. Por exemplo, no caso de uma cadeira, a causa formal é a essência da cadeira. • Causa material: é a matéria da substância, aquilo que de que ela é feita. No caso da cadeira, por exemplo, é a madeira. • Causa eficiente: é aquilo que produz a substância, que a põe no ser, que a faz existir. No caso do exemplo da cadeira, é o carpinteiro. • Causa final: é a finalidade da substância, aquilo para que ela foi feita, o seu propósito. No caso da cadeira, a causa final é servir como assento. De modo didático, podemos dizer que as quatro causas respondem a quatro perguntas: O que é? De que foi feito? Quem fez? Para que serve? 3 Filosofia Exercícios 1. "Todos os homens, por natureza, desejam conhecer. Sinal disso é o prazer que nos proporcionam os nossos sentidos; pois, ainda que não levemos em conta a sua utilidade, são estimados por si mesmos; e, acima de todos os outros, o sentido da visão". Mais adiante, Aristóteles afirma: "Por outro lado, não identificamos nenhum dos sentidos com a Sabedoria, se bem que eles nos proporcionem o conhecimento mais fidedigno do particular. Não nos dizem, contudo, o porquê de coisa alguma". Fonte: ARISTÓTELES, Metafísica. Tradução de Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969, p. 36 e 38. Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a metafísica de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir. I. Para Aristóteles, o desejo de conhecer é inato ao homem. II. O desejo de adquirir sabedoria em sentido pleno representa a busca do conhecimento em mais alto grau. III. O grau mais alto de conhecimento manifesta-se no prazer que sentimos em utilizar nossos sentidos. IV. Para Aristóteles, a sabedoria é a ciência das causas particulares que produzem os eventos. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) I e II b) II e IV c) I, II e III d) I, III e IV e) II, III e IV 2. Aristóteles rejeitou a dicotomia estabelecida por Platão entre mundo sensível e mundo inteligível. No entanto, acabou fundindo os dois conceitos em um só. Esse conceito é a) a forma, aquilo que faz com que algo seja o que é. É o princípio de inteligibilidade das coisas. b) a matéria, enquanto princípio indeterminado de que o mundo físico é composto, e aquilo de que algo é feito. c) a substância, enquanto aquilo que é em si mesmo e enquanto é suporte dos atributos. d) o Ato Puro ou Primeiro Motor Imóvel, causa incausada e causa primeira e necessária de todas as coisas. e) Acidente, enquanto característica mutável das coisas, mas que as definem e as identificam no mundo 4 Filosofia 3. “A substância, no sentido o mais fundamental, primeiro e principal do termo, é o que não se afirma de um sujeito, nem ocorre num sujeito; por exemplo, o homem individual ou o cavalo individual.” ARISTÓTELES. Categorias, V.2 a, p. 11-14. André é um homem branco, tem dois metros de altura, e hoje se encontra sentado na esquina, lendo um romance que o emociona a cada página. Considerando os textos acima, é correto afirmar que a) o conceito aristotélico de substância expressa uma crítica ao abstracionismo da ideia platônica e, segundo Aristóteles, podemos afirmar que o essencial na descrição de “André” é o fato de que hoje ele se emocionou na sua leitura. b) o conceito aristotélico de substância é um outro nome para ideia platônica e, segundo Aristóteles, podemos afirmar que “André” participa da ideia de homem. c) o conceito aristotélico de substância expressa uma crítica à teoria das ideias de Platão e, segundo Aristóteles, podemos considerar “André” como substância, homem como sua espécie e os outros atributos da sua descrição como acidentais. d) o conceito aristotélico de substância é uma ideia cuja existência encontramos em um mundo inteligível diferente do sensível e, segundo Aristóteles, podemos considerar “André” como uma ideia e os outros atributos da sua descrição como as imagens que o complementam. e) O conceito aristotélico de substância é uma recuperação do pensamento pré-socrático, já que afirma que a existência depende de uma manifestação física conectada com a natureza, mostrando como a substância engloba os conceitos de arché e physis. 4. “Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a potência e o ato”, indicam-se dois modos de ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato.” REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p. 349. A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles, assinale a alternativa correta. a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua capacidade de se transformar em algo diferente dele mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em-ato) em relação à estátua (ser-em-potência). b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência explica o movimento percebido no mundo sensível. Tudo o que possui matéria possui potencialidade (capacidade de assumir ou receber uma forma diferente de si), que tende a se atualizar (assumindo ou recebendo aquela forma). c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o ser-em-ato. Isto ocorre porque o movimento verificado no mundo material é apenas ilusório, e o que existe é sempre imutável e imóvel. d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo sensível (das coisas materiais) e a potência se encontra tão-somente no mundo inteligível, apreendido apenas com o intelecto. e) Ato e potência são o reconhecimento do conflito e da contradição na matéria. Por isso, afirmamos que a corrente filosófica aristotélica tem características agonistas, já que estipula uma relação dialética onde o devir sempre transforma o ser. 5 Filosofia 5. “É pois manifesto que a ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que conhecemos cada coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se em quatro sentidos: no primeiro, entendemos por causa a substância e a essência (o “porquê” reconduz-se pois à noção última, e o primeiro “porquê” é causa e princípio);a segunda causa é a matéria e o sujeito; a terceira é a de onde vem o início do movimento; a quarta causa, que se opõe à precedente, é o “fim para que” e o bem (porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e movimento).” ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. De Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril S. A. Cultural, 1984. p.16. (Coleção Os Pensadores.). Adaptado. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que indica, corretamente, a ordem em que Aristóteles apresentou as causas primeiras. a) Causa final, causa eficiente, causa material e causa formal. b) Causa formal, causa material, causa final e causa eficiente. c) Causa formal, causa material, causa eficiente e causa final. d) Causa material, causa formal, causa eficiente e causa final. e) Causa material, causa formal, causa final e causa eficiente 6. “Chamo de princípio de demonstração às convicções comuns das quais todos partem para demonstrar: por exemplo, que todas as coisas devem ser afirmadas ou negadas e que é impossível ser e não ser ao mesmo tempo.” ARISTÓTELES. Metafísica, 996b27-30. Em sua Metafísica, Aristóteles apresenta um conjunto de princípios lógico-metafísicos que ordenam a realidade e nosso conhecimento acerca dela. Dentre eles está o princípio de não contradição, o qual a) indica que afirmações contraditórias são lógica e metafisicamente aceitáveis, pois a contradição faz parte da realidade. b) estabelece que é possível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias. c) afirma que é impossível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias. d) é normativo, ou moral; portanto, deve ser rejeitado como antimetafísico, ou seja, não caracteriza a realidade. e) Só os elementos primordiais podem ser mais de uma coisa ao mesmo tempo nas mesmas condições e, mesmo assim, serem considerados iguais. 6 Filosofia 7. “Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último.” ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002. Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à a) adoção da experiência do senso comum como critério de verdade. b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas. c) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade. d) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade. e) compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente. 8. A filosofia de Aristóteles representou uma nova interpretação sobre o problema do ser. Nesse sentido, Aristóteles define a ciência como a) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento que se fundamenta apenas na compreensão do mundo inteligível porque as ideias, enquanto entidades metafísicas, não mudam. b) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento pelas causas, capaz de compreender a natureza do devir e superar os enganos da opinião. c) conhecimento relativo porque o ser é mobilidade, eterno fluxo e a verdade não pode, portanto, ser absoluta. d) conhecimento relativo porque a ciência, enquanto produção do homem, é determinada pelo desenvolvimento histórico. e) Conhecimento dogmático, já que apresenta versões indubitáveis da realidade, não podendo ser confrontada por nenhuma outra forma de conhecimento. 9. “[...] após ter distinguido em quantos sentidos se diz cada um [destes objetos], deve-se mostrar, em relação ao primeiro, como em cada predicação [o objeto] se diz em relação àquele.” Aristóteles, Metafísica. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002. De acordo com a ontologia aristotélica, a) a metafísica é “filosofia primeira” porque é ciência do particular, do que não é nem princípio, nem causa de nada. b) o primeiro entre os modos de ser, ontologicamente, é o “por acidente”, isto é, diz respeito ao que não é essencial. c) a substância é princípio e causa de todas as categorias, ou seja, do ser enquanto ser d) a substância é princípio metafísico, tal como exposto por Platão em sua doutrina e) O ser pode assumir diversas formas e, mesmo assim, será uno, pleno e permanente 7 Filosofia 10. "Logo, o que é primeiramente, isto é, não em sentido determinado, mas sem determinações, deve ser a substância. Ora, em vários sentidos se diz que uma coisa é primeira, e em todos eles o é a substância: na definição, na ordem de conhecimento, no tempo." ARISTÓTELES. METAFÍSICA. (1028830-35). TRADUÇÃO DE LEONEL VALLANDRO. PORTO ALEGRE. GLOBO. 1969. P.147-148. De acordo com o pensamento de Aristóteles, marque a alternativa INCORRETA. a) Para Aristóteles, o conhecimento somente é possível tendo por objeto as substâncias, pois dos acidentes não é possível se fazer ciência. b) A substância, ao contrário do acidente, é a categoria por meio da qual sabemos o que uma coisa é, pois é a partir da substância que definimos uma coisa. c) Pode-se dizer que, para a metafísica aristotélica, a substância é a característica necessária de uma coisa, uma vez que nos indica em que sentido uma coisa é. d) Segundo a metafísica aristotélica, a definição de cada ser é apreendida pela ordenação e classificação de suas características acidentais. e) Acidentes são todas as características imputáveis a algo, mas que não as definem, não sendo essenciais para o ser 8 Filosofia Gabarito 1. A Para Aristóteles, a busca pelo conhecimento é algo que faz parte da própria natureza humana, iniciando- se e manifestando-se primeiramente através dos sentidos, que captam as substâncias, realidades particulares. A partir desta captação inicial dos sentidos, degrau primeiro do conhecimento, o homem vai então, mediante o poder de abstração do seu intelecto, obtendo sabedoria, isto é, apreendendo os princípios universais que regem a realidade. 2. C Aristóteles criticou durante a metafísica do seu mestre Platão pois considerava o dualismo da Teoria das Ideias algo inaceitável. De fato, como pode a essência de uma coisa estar separada da própria coisa? Foi então que, superando o dualismo, Aristóteles propôs uma nova metafísica, na qual se compreende que o mundo é constituído pelas substâncias, realidades particulares e autossuficientes, no interior das quais se encontram as respectivas essências. 3. C Segundo Aristóteles, em crítica à teoria das Ideias de Platão, toda coisa (realidade que subsiste por si mesma) é uma substância. Por sua vez, no interior de cada substância, podem-se distinguir dois tipos de características: a essência, característica primordial da substância, que a define (no caso do homem, por exemplo, a racionalidade) e os acidentes, características secundárias, que compõem a substância, mas que ela pode perder ou adquirir sem deixar de ser o que é. No caso da questão, a substância André é da espécie humana pois sua essência é humana. Entretanto, André não deixaria de ser André caso sua pele mudasse de cor ou caso começasse a andar pela rua: essas são características acidentais. 4. B Para Aristóteles, toda mudança é sempre uma passagem da potência (possibilidade de ser, o que não existe, mas que não é contraditório que exista, que pode existir) ao ato (aquilo que existe efetivamente). Em outras palavras, para que algo mude e se torne real, primeiro necessitavaser possível. 5. C A causa formal ou forma é a essência da substância, a característica primordial que a define. A causa material ou matéria é de que a substância é feita, o que a compõe. A causa eficiente é quem ou o que fez, produziu a substância. A causa final é o propósito, objetivo da substância. 6. C Seguindo a afirmação de Parmênides, Aristóteles alia lógica e ontologia no seu pensamento metafísico. Aqui há uma delimitação de existência. Se algo é “A” (por exemplo, água), então dois objetos “A”, submetidos às mesmas condições ao mesmo tempo sempre reagirão da mesma forma. Essa afirmação delimita a possibilidade de variação do comportamento das coisas à interação no mundo. Se tenho dois copos de vidro cheios de água e os coloco ao mesmo tempo no freezer, os dois demandarão o mesmo tempo para congelar. 7. E Aristóteles, tal como Platão, é acima de tudo um exemplo de vida dedicada à filosofia, isto é, de alguém que dedicou-se radicalmente à busca do conhecimento por meio da razão. 9 Filosofia 8. B Assim como Platão, Aristóteles discordava dos sofistas e acreditava que é possível obter um conhecimento objetivo e absolutamente seguro. Entretanto, diferente de seu mestre, Aristóteles não pensava que para isso é necessário buscar alcançar uma realidade superior e inteligível, onde as essências se encontram separadas das coisas. Ao contrário, na ontologia aristotélica, as essências se encontram no interior das próprias coisas que participam do devir, isto é, da mudança. 9. C Aristóteles criticou durante a metafísica do seu mestre Platão pois considerava o dualismo da Teoria das Ideias algo inaceitável. De fato, como pode a essência de uma coisa estar separada da própria coisa? Foi então que, superando o dualismo, Aristóteles propôs uma nova metafísica, ciência universal na qual se compreende que o mundo é constituído pelas substâncias, realidades particulares e autossuficientes, no interior das quais se encontram as respectivas essências. 10. D Segundo Aristóteles, em crítica à teoria das Ideias de Platão, toda coisa (realidade que subsiste por si mesma) é uma substância. Por sua vez, no interior de cada substância, podem-se distinguir dois tipos de características: a essência, característica primordial da substância, que a define e que pode ser usada como sinônima dela, e os acidentes, características secundárias, que compõem a substância, mas que ela pode perder ou adquirir sem deixar de ser o que é, e que portanto não a definem. 1 Física Queda Livre e Lançamento vertical para cima Exercícios 1. Um garoto, na sacada de seu apartamento, a 20 metros de altura, deixa cair um biscoito, quando tem então a ideia de medir o tempo de queda desse biscoito. Desprezando a resistência do ar e adotando g = 10m/s², qual o tempo gasto pelo corpo para chegar ao térreo? a) 1s b) 2s c) 4s d) 8s 2. Abandonando um corpo do alto de uma montanha de altura H, este corpo levará 9 segundos para atingir o solo. Considerando g = 10 m/s², qual a altura da montanha? a) 280m b) 310m c) 405m d) 500m 3. Em um local onde o efeito do ar é desprezível, um objeto é abandonado, a partir do repouso, de uma altura H acima do solo. Seja H1 a distância percorrida na primeira metade do tempo de queda e H2 a distância percorrida na segunda metade do tempo de queda. Qual a razão H1 / H2? a) 1 3 b) 1 2 c) 2 d) 3 4. Um pequeno objeto é largado do 15° andar de um edifício e cai, com atrito do ar desprezível, sendo visto 1s após o lançamento passando em frente à janela do 14° andar. Em frente à janela de qual andar ele passará 2 s após o lançamento? Admita g = 10m/s². a) 13° andar b) 8° andar c) 9° andar d) 11° andar 2 Física 5. Um objeto cai, a partir do repouso, de cima de uma superfície, chegando ao solo em 4 s. A velocidade desse objeto, imediatamente antes de tocar o solo, em km/h, é igual a: a) 180 km/h b) 72 km/h c) 90 km/h d) 144 km/h 6. Um objeto é solto de uma posição alta e leva 3,0 s para atingir a velocidade de 15,0 m/s. A aceleração de gravidade nesse local é de: a) 5,0m/s² b) 6,0m/s² c) 7,0m/s² d) 10,0m/s² 7. Um ponto material, lançado verticalmente para cima, atinge a altura de 45 m. Qual a velocidade de lançamento? Adote g = 10m/s² a) 20𝑚/𝑠 b) 25𝑚/𝑠 c) 30𝑚/𝑠 d) 35𝑚/𝑠 8. Uma pedra é lançada para cima, a partir do topo de um edifício de 60 m com velocidade inicial de 20 m/s. Desprezando a resistência do ar, qual a velocidade da pedra ao atingir o solo, em m/s? (g=10m/s²). a) 35 b) 40 c) 45 d) 50 9. Um projétil de brinquedo é arremessado verticalmente para cima, da beira da sacada de um prédio, com uma velocidade inicial de 10 m/s. O projétil sobe livremente e, ao cair, atinge a calçada do prédio com uma velocidade de módulo igual a 30 m/s. Quanto tempo o projétil permaneceu no ar, supondo o módulo da aceleração da gravidade igual a 10 m/s² e desprezando os efeitos de atrito sobre o movimento do projétil. a) 2s b) 6s c) 8s d) 4s 3 Física 10. Partindo do repouso, duas pequenas esferas de aço começam a cair, simultaneamente, de pontos diferentes localizados na mesma vertical, próximos da superfície da Terra. Desprezando a resistência do ar, a distância entre as esferas durante a queda irá: a) aumentar. b) diminuir. c) permanecer a mesma. d) aumentar, inicialmente, e diminuir, posteriormente. 4 Física Gabarito 1. B 𝑠 = 𝑠𝑜 + 𝑣𝑜. 𝑡 + ½ 𝑔. 𝑡 ² 20 = 0 + 0. 𝑡 + ½ .10 𝑡 ² 20 = 0 + 10 ÷ 2 𝑡 ² 20 = 5 𝑡² 20 ÷ 5 = 𝑡 ² 𝑡 ² = 4 𝑡 = 2𝑠 2. C Calculando a velocidade de queda do corpo 𝑣 = 𝑣0 + 𝑔. 𝑡 𝑣 = 0 + 10.9 𝑣 = 90𝑚 𝑠 Agora vamos calcular a altura da montanha ℎ = 𝑣0 2 2. 𝑔 ℎ = 90² 2.10 ℎ = 405𝑚 3. A 𝑠 = 𝑠𝑜 + 𝑣𝑜. 𝑡 + 1 2 𝑔. 𝑡 ² Instante t: H1 = 1 2 g.t ² (1) Instante 2t: H1 + H2 = 1 2 g.(2t)² H1 + H2 = 2gt² (2) Agora vamos substituir (1) em (2) 1 2 𝑔. 𝑡² + 𝐻2 = 2𝑔𝑡² 𝐻2 = 3 2 𝑔. 𝑡 ² (3) Comparando (3) e (1) temos: 𝐻2 = 3 𝐻1 𝐻1 𝐻2 = 1 3 5 Física 4. D Calculando a velocidade do objeto no 14° andar: 𝑣 = 𝑣𝑜 + 𝑔. 𝑡 𝑣 = 0 + 10.1 𝑣 = 10 𝑚/𝑠 Calculando agora a altura de cada andar... 𝑣 ² = 𝑣𝑜² + 2𝑔. 𝛥𝑠 10 ² = 0 + 2.10. 𝛥𝑠 100 = 20 𝛥𝑠 100 ÷ 20 = 𝛥𝑠 𝛥𝑠 = 5𝑚 Após dois segundos de movimento, teremos: 𝑠 = 𝑠𝑜 + 𝑣𝑜𝑡 + 1 2 𝑔. 𝑡 ² 𝑠 = 5.0. 𝑡 + 1 2 .10. 2 ² 𝑠 = 0 + 10/2 .2 ² 𝑠 = 10/2 .4 𝑠 = 5 .4 𝑠 = 20 𝑚 Portanto, podemos concluir que, como o objeto percorreu 20m em 2s, ele estará passando pela janela do 11° andar. 5. D A aceleração da gravidade tem valor constante. Dessa forma, o movimento de queda livre pode ser entendido como um Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV). Com isso, podemos calcular a velocidade do objeto durante a queda com a equação a seguir: 𝑣 = 𝑔. 𝑡 Tomando os dados fornecidos pelo enunciado do exercício, teremos a seguinte igualdade: 𝑣 = 10.4 = 40𝑚 𝑠 = 40. 3,6 = 144𝑘𝑚/ℎ Na resolução acima, multiplicamos 40 m/s pelo fator 3,6 para converter a unidade de m/s para km/h, resultando em uma velocidade de 144km/h 6. A A equação capaz de relacionar a velocidade e o tempo da queda livre com a aceleração da gravidade é: 𝑣 = 𝑔. 𝑡 Tomando os dados fornecidos pelo enunciado do exercício, teremos: 15 = 𝑔. 3 𝑔 = 15 3 = 5𝑚/𝑠² A aceleração da gravidade nesse local é de 5,0 m/s². 6 Física 7. C 𝑉² = 𝑉0² + 2. 𝑔. ∆𝑠 0 = 𝑉0² + 2. (−10). (45) 𝑉0² = 900 𝑉0 = √900 𝑉0 = 30𝑚/𝑠 8. B Colocando a origem no ponto de lançamento, a pedra sobe, atinge a alturamáxima e quando chega ao solo ocupa a posição S = – 60m (instante em que ela chega ao solo) 𝑆 = 𝑉0. 𝑡 – 𝑔. 𝑡² 2 −60 = 20𝑡 – 5𝑡² 𝑡² − 4𝑡 − 12 = 0 𝑡 = 6𝑠 (𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑎 𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎 𝑎𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜) velocidade dela quando chega ao solo (t=6s) 𝑉 = 𝑉0 – 𝑔𝑡 𝑉 = 20 – 10.6 𝑉 = −40𝑚/𝑠 Em módulo 𝑉 = 40𝑚/𝑠 9. D Atinge o solo com velocidade de -30m/s, pois já está em movimento retrogrado 𝑉 = 𝑉0 – 𝑔. 𝑡 −30 = 10 – 10. 𝑡 𝑡 = 4𝑠 10. C Como em cada instante elas tem a mesma aceleração e consequentemente a mesma velocidade, elas percorrem a mesma distância no mesmo tempo 1 Física Lançamento vertical para cima Resumo O lançamento vertical é um movimento unidimensional no qual se desconsidera o atrito com o ar. Esse tipo de movimento ocorre quando um corpo é lançado na direção vertical e para cima. O movimento descrito pelo projétil é retardado pela aceleração da gravidade até que ele atinja a sua altura máxima. Após essa altura, o movimento passa a ser descrito como uma queda livre. Figura 01 – Lançamento vertical para cima Note que, se o corpo tem um movimento de subida, para e começa a descer. Esse “parar” significa velocidade nula (v = 0) e ele acontece no ponto mais alto. Logo: 𝑉𝑛𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎𝑙𝑡𝑜 = 0 Nesse lançamento, vamos separa-lo em dois momentos: A subida e a descida. Duranta a trajetória de subida, temos: • Uma trajetória orientada para cima. • Uma velocidade no mesmo sentido da trajétoria (v > 0). • Uma aceleração no sentido oposto a trajétoria (g < 0). • Velocidade inicial não nula (𝑉0 ≠ 0) • Velocidade final nula (𝑉 ≠ 0) Com isso, podemos descrever as equações do lançamento vertical para cima, durante a subida: 𝑉0 = 𝑔𝑡 𝐻 = 𝑉0𝑡 − 𝑔𝑡2 2 𝑉0 2 = 2𝑔𝐻 Duranta a trajetória de descida, temos: • Uma trajetória orientada para baixo. • Uma velocidade no mesmo sentido da trajétoria (v > 0). • Uma aceleração no mesmo sentido da trajétoria (g > 0). • Velocidade inicial nula (𝑉0 = 0) • Velocidade final não nula (𝑉 ≠ 0) 2 Física Note que essa descrição é exatamente a descrição de uma queda livre, logo, a parte da descida do lançamento vertical para baixo é uma queda livre. Obs: Caso o ponto inicial esteja no mesmo plano do ponto final, como o caso da figura 02, onde o menino arremeça uma bola para cima e a bola volta para a mão dele. Podemos dizer também que: 𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎 = 𝑡𝑑𝑒𝑠𝑐𝑖𝑑𝑎 3 Física Exercícios 1. Num parque da cidade, uma criança lança uma bola verticalmente para cima, percebendo a sua trajetória de subida e descida e, depois, recebe-a em suas mãos. O lançamento dessa bola poderá ser representado pelo gráfico posição versus tempo em que a origem dos eixos coincide com as mãos da criança. Ao considerar a posição da bola em função do tempo assinale o gráfico que descreve corretamente o seu movimento a partir das mãos da criança. a) b) c) d) e) 2. Um menino, estando em repouso, joga uma garrafa cheia de água verticalmente para cima com velocidade escalar de 4,0 m/s a partir de uma altura de 1,0 m em relação ao chão. Ele, então, começa a correr em trajetória retilínea a uma velocidade de 6,0 m/s. A que distância, em metros, do ponto de partida, o menino está quando a garrafa bate no chão? Dado: g= 10 m/s² a) 1,0 b) 3,0 c) 4,0 d) 6,0 e) 10 4 Física 3. Considere que uma pedra é lançada verticalmente para cima e atinge uma altura máxima H Despreze a resistência do ar e considere um referencial com origem no solo e sentido positivo do eixo vertical orientado para cima. Assinale o gráfico que melhor representa o valor da aceleração sofrida pela pedra, desde o lançamento até o retorno ao ponto de partida. a) b) c) d) e) f) 4. Ao término de uma formatura da EEAR, um terceiro sargento recém-formado, para comemorar, lançou seu quepe para cima na direção vertical, até uma altura de 9,8 metros. Adotando g=10 m/s² e desconsiderando o atrito com o ar, a velocidade de lançamento, em m/s foi de a) 8 b) 14 c) 20 d) 26 5. Dois objetos A e B de massas 400g e 800g respectivamente, são lançados a partir do solo verticalmente para cima, ao mesmo tempo e com velocidades iniciais idênticas. Em um contexto no qual a resistência do ar é desprezada, analise as afirmativas que seguem. I. O objeto A atingirá uma altura que será o dobro da atingida pelo objeto B II. A aceleração de A é a mesma de B III. O objeto A atingirá a altura máxima antes do objeto B IV. Os dois objetos gastarão o mesmo tempo para atingir a altura máxima. Está correto apenas o que se afirma em: a) II e IV. b) I e IV. c) III e IV. d) I e II. e) II e III. 5 Física 6. Na formação escolar é comum tratarmos de problemas ideais, como lançamentos verticais de objetos nos quais se despreza a resistência do ar. Mas podemos também abordar um problema destes sem esta simplificação. Um objeto é lançado verticalmente pra cima, a partir do solo, com velocidade 20 m/s. Na subida este objeto sofre uma perda de 15% em sua energia mecânica devido às forças dissipativas. Adotando-se g=10m/s² a altura máxima que será atingida por este objeto em relação ao solo será, em metros, de: a) 17 b) 10 c) 25 d) 8 e) 150 7. Em função da diferença de massa entre a Terra e a Lua, a gravidade aqui é cerca de seis vezes a encontrada na Lua. Desconsidere quaisquer forças de atrito. Um objeto lançado da superfície da Terra com uma dada velocidade inicial 𝑣𝑇 atinge determinada altura. O mesmo objeto deve ser lançado a uma outra velocidade 𝑣𝐿 caso seja lançado do solo lunar e atinja a mesma altura. A razão entre a velocidade de lançamento na Terra e a de lançamento na Lua, para que essa condição seja atingida é, aproximadamente, a) 6 b) 10 c) √10 d) √6 8. Numa prova de atletismo, um atleta de 70 kg consegue saltar por cima de uma barra colocada paralelamente ao solo, a 3,2 m de altura. Para conseguir esse feito é preciso que, no momento em que deixa o solo, a componente vertical da velocidade do atleta, em m/s, tenha módulo de (adote g=10ms²): a) 9,5 b) 9,0 c) 8,5 d) 8,0 e) 7,5 6 Física 9. De um ponto localizado a uma altura h do solo, lança-se uma pedra verticalmente para cima num local onde g=10m/s². A figura a seguir representa, em gráfico cartesiano, como a velocidade escalar da pedra varia, em função do tempo, entre o instante do lançamento (t = 0) e o instante em que chega ao solo (t = 3s). Em que instante a pedra retoma ao ponto de partida? a) 8s b) 4s c) 2s d) 1s 10. Numa operação de salvamento marítimo, foi lançado um foguete sinalizador que permaneceu aceso durante toda sua trajetória. Considere que a altura h, em metros, alcançada por este foguete, em relação ao nível do mar, é descrita por ℎ = 10 + 5𝑡 – 𝑡² , em que t é o tempo, em segundos, após seu lançamento. A luz emitida pelo foguete é útil apenas a partir de 14 m acima do nível do mar. O intervalo de tempo, em segundos, no qual o foguete emite luz útil é igual a: a) 3 b) 4 c) 5 d) 6 7 Física Gabarito 1. A A posição em função do tempo de um objeto em lançamento vertical varia quadraticamente, indicando o gráfico de uma parábola, sendo o movimento de subida retardado e a descida acelerado. O movimento é retilíneo uniformemente retardado na subida até a altura máxima atingida pelo objeto e a descida passa a ser acelerada sendo em ambos os trechos a aceleração igual à da gravidade. 2. D Sabendo-se que o tempo total de permanência da garrafa no ar é o mesmo tempo que o menino usa para se afastar do ponto dequeda, então usando a equação da posição vertical para o lançamento vertical abaixo, temos: ℎ = ℎ0 + 𝑣0. 𝑡 − 𝑔. 𝑡2 2 0 = 1 + 4. 𝑡 − 5. 𝑡2 𝑡′ = −0,2𝑠 (𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑡𝑎𝑑𝑜) 𝑡′′ = 1𝑠 Logo, como a velocidade do menino é de 6,0 m/s no tempo em que a garrafa permanece no ar ele se desloca 6m 3. C A aceleração deste movimento é unicamente devida à gravidade. Como o referencial positivo aponta para cima, a aceleração da gravidade será negativa e constante, portanto, teremos um gráfico típico de constante (reta horizontal) com valor negativo (reta abaixo da abscissa). 4. B 𝑣2 = 𝑣0 2 + 2. 𝑎. Δ𝑆 0 = 𝑣0 2 + 2. 𝑔. Δℎ −𝑣0 2 + 2. (−10). 9,8 𝑣0 2 = 196 𝑣0 = 14 𝑚/𝑠 5. A I. Falsa. Sendo as velocidades iniciais iguais e cada um tendo como aceleração a gravidade, ambas vão atingir a altura máxima e chegar ao solo ao mesmo tempo. II. Verdadeira. Ambos estão sujeitos à ação da gravidade. III. Falsa. Como já mencionado em [I], os dois corpos chegam juntos na altura máxima. IV. Verdadeira. Os movimentos são idênticos 6. A 𝑣2 = 𝑣0 2 + 2. 𝑎. Δ𝑆 0 = 202 − 2.10. ℎ 20ℎ = 400 ℎ = 20 𝑚 No entanto ele perdeu 15% de energia mecânica devido à força dissipativas, ou seja, ele irá subir 15% a menos do modelo ideal que não possui forças dissipativas. ℎ = 20 . 0,85 ℎ = 17𝑚 8 Física 7. D Utilizando a equação de Torricelli: 𝑣2 = 𝑣0 2 + 2. 𝑎. Δ𝑆 Para a altura máxima, obtemos: 02 = 𝑣𝑇 2 − 2. 𝑔. 𝐻𝑚𝑎𝑥 𝑣𝑇 2 = 2𝑔𝐻𝑚𝑎𝑥 02 = 𝑣𝐿 2 − 2. 𝑔 6 . 𝐻𝑚𝑎𝑥 𝑣𝐿 2 = 2𝑔𝐻𝑚𝑎𝑥 3 ( 𝑣𝑇 𝑣𝐿 ) 2 = 2𝑔𝐻𝑚𝑎𝑥 2𝑔𝐻𝑚𝑎𝑥 3 = 6 𝑣𝑇 𝑣𝐿 = √6 8. D Um movimento vertical independe da massa altura máxima=3,2m e nela V=0 𝑉² = 𝑉0² – 2. 𝑔. ℎ𝑚𝑎𝑥 0² = 𝑉0² – 2.10.3,2 𝑉0 = √64 𝑉0 = 8 𝑚/𝑠 9. C Pelo diagrama a partícula precisa de 1 s para atingir a altura máxima (v = 0), que é o ponto onde a reta intercepta o eixo t. Será necessário mais 1 s para pedra retornar ao ponto de partida, pois o tempo de subida é igual ao ponto de descida 10. A Cálculo dos instantes em que ele passa pela altura de 14m, ou seja, S=14m 𝑆 = 10 + 5𝑡 – 𝑡² 14 = 10 + 5𝑡 – 𝑡² 𝑡² – 5𝑡 + 4 = 0 t=1s (subida) e t’=4s (descida) ele estará acima de 14m (luminosidade útil) entre os instantes 1s e 4s 𝛥𝑡 = 4 – 1 = 3𝑠 1 Física Troca de Calor Resumo Equilíbrio térmico Dois últimos pontos a ressaltar neste resumo são o equilíbrio térmico e os mecanismos de transferência de energia por calor. Note que o termômetro de mercúrio (ou qualquer termômetro) depende do seguinte fato fundamental: quando colocamos dois objetos em contato um com o outro e esperamos tempo suficiente, eles tendem a atingir a mesma temperatura. Dizemos então que eles estão em equilíbrio térmico e a energia fora transferida de um ao outro, por meio do processo calor. Para dois ou mais corpos, vale a seguinte expressão: Ou seja, a soma das quantidades de calor entre os corpos deve ser nula. Normalmente, o corpo que está a uma temperatura mais elevada deve ceder calor para o corpo que está a uma temperatura mais baixa. Transferência de calor Processos de transferências de calor são classificados em três categorias, de acordo com o mecanismo envolvido: ● Condução é a transferência de energia por calor por contato molecular: moléculas que movem rapidamente colidem com moléculas mais lentas, cedendo parte de sua energia no processo. ● Convecção é o movimento global de um fluido (líquido ou gás), geralmente devido à tendência de materiais quentes de se expandirem e subirem em um campo gravitacional (ex. A água quente que vai do fundo da panela quente até a superfície mais fria, esquentando toda a água no meio do caminho). ● Radiação é a emissão de ondas eletromagnéticas, em grande parte na faixa do infravermelho para objetos à temperatura ambiente, mas na faixa da luz visível para objetos bem mais quentes como a superfície do Sol. 2 Física Exercícios 1. (Enem 2013) Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de elevar a temperatura da água até 70°C. No entanto, a temperatura ideal da água para um banho é de 30°C. Por isso, deve-se misturar a água aquecida com a água à temperatura ambiente de um outro reservatório, que se encontra a 25°C. Qual a razão entre a massa de água quente e a massa de água fria na mistura para um banho à temperatura ideal? a) 0,111. b) 0,125. c) 0,357. d) 0,428. e) 0,833. 2. (Uerj 2014) Um sistema é constituído por uma pequena esfera metálica e pela água contida em um reservatório. Na tabela, estão apresentados dados das partes do sistema, antes de a esfera ser inteiramente submersa na água. Partes do sistema Temperatura inicial (°C) Capacidade térmica (cal/°C) Esfera metálica 50 2 Água do reservatório 30 2000 A temperatura final da esfera, em graus Celsius, após o equilíbrio térmico com a água do reservatório, é cerca de: a) 20 b) 30 c) 40 d) 50 3. (Pucrj 2017) Dois blocos metálicos idênticos de 1kg estão colocados em um recipiente e isolados do meio ambiente. Se um dos blocos tem a temperatura inicial de 50ºC e o segundo a temperatura de 100ºC qual será a temperatura de equilíbrio, em ºC dos dois blocos? a) 75 b) 70 c) 65 d) 60 e) 55 3 Física 4. (G1 - ifpe 2016) No preparo de uma xícara de café com leite, são utilizados 150 mL (150g) de café, a 80ºC e 50 mL (50g) de leite, a 20ºC. Qual será a temperatura do café com leite? (Utilize o calor específico do café = calor específico do leite = 1,0 cal/g ºC) a) 65ºC b) 50ºC c) 75ºC d) 80ºC e) 90ºC 5. (Uftm 2011) Dona Joana é cozinheira e precisa de água a 80 ºC para sua receita. Como não tem um termômetro, decide misturar água fria, que obtém de seu filtro, a 25 ºC, com água fervente. Só não sabe em que proporção deve fazer a mistura. Resolve, então, pedir ajuda a seu filho, um excelente aluno em física. Após alguns cálculos, em que levou em conta o fato de morarem no litoral, e em que desprezou todas as possíveis perdas de calor, ele orienta sua mãe a misturar um copo de 200 mL de água do filtro com uma quantidade de água fervente, em mL, igual a a) 800. b) 750. c) 625. d) 600. e) 550. 6. (Unifor 2014) O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo. O Brasil ainda é um dos maiores exportadores desta rubiácea. Ao saborear uma xícara desta bebida em uma cafeteria da cidade, André verificou que a xícara só estava morna. O café foi produzido a 100,00°𝐶. A xícara era de porcelana cujo calor específico 𝑐𝑥 = 0,26𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e sua temperatura antes do contato com o café era de 25,00°𝐶. Considerando o calor específico do café de 𝑐𝑐 = 1,0𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, a massa da xícara 𝑚𝑥 = 50,00𝑔 e a massa do café 𝑚𝑐 = 150,00𝑔, a temperatura aproximada da xícara detectada por André, supondo já atingido o equilíbrio térmico e considerando não ter havido troca de calor com o ambiente, era: a) 94,00ºC b) 84,00 ºC c) 74,00ºC d) 64,00 ºC e) 54,00ºC 4 Física 7. (G1 - ifsul 2016) Um Físico acorda pela manhã em um dia muito frio e vai logo preparar seu café. Para tanto, ele utiliza uma xícara de alumínio que tem massa igual a 200,0 g e está a uma temperatura igual a 5,0ºC Ele coloca dentro dessa xícara 300,0g de café inicialmente a 90,0ºC. Considerando as trocas de calor apenas entre a xícara e o café e sabendo-se que o calor específico do alumínio é 0,2 cal/g ºC e que o calor específico do café é 1,0 cal/g ºC, qual é a temperatura final do conjunto (xícara e café) ao atingir o equilíbrio térmico? a) 85,0ºC b) 80,0ºCc) 75,0ºC d) 70,0ºC e) 90,0ºC 8. (Ufpe 2011) Um estudante precisa de três litros de água a temperatura de 37 ºC. Ele já dispõe de dois litros de água a 17 ºC. A que temperatura, em ºC, ele deve aquecer o litro de água a ser misturado com o volume já disponível? Considere a existência de trocas térmicas apenas entre os volumes de água na mistura. a) 60,0ºC b) 65,0ºC c) 77,0ºC d) 70,0ºC e) 80,0ºC 9. (Upf 2012) Dois blocos metálicos A e B, ambos de materiais diferentes, são colocados em contato no interior de um calorímetro ideal, de modo a isolá-los de influências externas. Considerando que a massa do bloco A (mA) é igual ao dobro da massa do bloco B (mB), o calor específico do bloco A (cA) é igual à metade do calor específico do bloco B (cB) e a temperatura inicial do bloco A (TA) é igual ao triplo da temperatura inicial do bloco B (TB), pode-se afirmar que, quando alcançado o equilíbrio térmico do sistema, a temperatura de equilíbrio (Teq) será igual a: a) TB b) 2 TB c) 3 TB d) 4 TB e) 5 TB 10. (Ufpr 2010) Uma montanhista utiliza em suas escaladas uma caneca com massa igual a 100 g e feita de um material com calor específico de 910 J/(kg.ºC). Num certo momento, ela coloca 200 g de chá à temperatura inicial de 80 ºC em sua caneca, que se encontra à temperatura ambiente de 10 ºC. Despreze a troca de calor com o ambiente e considere que o calor específico do chá é igual ao da água, isto é, 1,0 cal/(g.ºC). Determine a temperatura do chá após o sistema ter atingido o equilíbrio térmico. a) 73,16ºC b) 75,5ºC c) 64,0ºC d) 93,7ºC e) 72,0ºC 5 Física Gabarito 1. B Considerando o sistema termicamente isolado, temos: ( ) ( )água1 água2 quente água fria água Quente Quente fria fria Q Q 0 m c 30 70 m c 30 25 m m5 1 0,125. m 40 8 m + = − + − = = = 2. B A análise dos dados dispensa cálculos. A capacidade térmica da esfera metálica é desprezível em relação à da água contida no reservatório, portanto, a temperatura da água praticamente não se altera, permanecendo em cerca de 30 °C. Mas, comprovemos com os cálculos. Considerando o sistema água- esfera termicamente isolado: ( ) ( ) esf água esf esf água águaQ Q 0 C T C T 0 2 T 50 2.000 T 30 0 2 T 100 2.000 T 60.000 0 60.100 2.002 T 60.100 0 T 30,0998 C 2.002 T 30 C. + = + = − + − = − + − = − = = = = 3. A 1 2 1 2 Q Q 0 m c m c 0Δθ Δθ + = + = Como os dois blocos são idênticos, tanto a massa, como o calor específico são os mesmos, logo: 1 2 e 1 e 2 e e 0 ( 50) ( 100) 0 2 150 75 C Δθ Δθ θ θ θ θ + = − + − = = = 4. A ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) café leite café leite Q Q 0 m c m c 150 1 T 80 50 1 T 20 0 3T 240 T 20 0 4T 260 T 65 C. Δθ Δθ+ = + − + − = − + − = = = 5. E O somatório dos calores trocados é nulo. ( ) ( )1 2 1 1 2 2 2 2 2 Q Q 0 m c T m c T 0 200 80 25 m 80 100 0 20m 11.000 m 550 g. + = + = − + − = = = 6 Física 6. A Dados: x x x c c cm 50g; c 0,26cal / g C; 25 C; m 150g; c 1cal / g C; 100 C.θ θ= = = = = = Trata-se de sistema termicamente isolado. Então: ( )( ) ( )( ) xícara café x x x c c cQ Q 0 m c m c 0 50 0,26 25 150 1 100 0 0,26 6,5 3 300 0 3,26 306,5 94 C. Δθ Δθ θ θ θ θ θ θ + = + = − + − = − + − = = 7. B Como o enunciado sugere que o sistema seja termicamente isolado, o somatório dos calores trocados deve ser nulo. ( ) ( ) ( ) ( ) xícara café xícara café Q Q 0 mc T mc T 0 272 200 0,2 T 5 300 1 T 90 0 0,4T 2 3T 270 0 T 3,4 T 80,0 C. Δ Δ+ = + = − + − = − + − = = = 8. C Dados: 1C = 2C; 2C = C; 1T = 17 ºC; T = 37 ºC. Como o sistema é termicamente isolado: ( ) ( ) ( ) ( )1 2 1 1 2 2Q Q 0 C T T C T T 0 2C 37 17 C 37 T 0 40 37 T T 77 ºC. + = − + − = − + − = = − = 9. B Dados: mA = 2 mB; cA = cB/2; TA = 3 TB. Como o sistema é termicamente isolado, o somatório dos calores trocados entre os dois corpos é nulo. ( ) ( ) A B A A A B B B B B B B B B B B B B Q Q 0 m c T m c T 0 c 2m T 3T m c T T T 3T T T 0 2 2T 4T T 2T . Δ Δ+ = + = − + − − + − = = = 10. A Dados: m1 = 100 g = 0,1 kg ; c1 = 910 J/kg.°C; T1 = 10 °C; T2 = 80 °C; m2 = 200 g = 0,2 kg; c2 = 1 cal/g.°C = 4.200 J/kg.°C. O sistema é termicamente isolado. Então: Qcaneca + Qchá = 0 m1 c1 (T – T1) + m2 c2 (T – T2) = 0 0,1(910)(T – 10) + 0,2(4.200) (T – 80) 91 T – 910 + 840 T – 67.200 931 T = 68.110 T 73,16 °C. 1 Geografia Geopolítica na Guerra Fria Resumo Continuando no conteúdo sobre Guerra Fria, esse conflito ocorreu de forma indireta e as respectivas potências nunca entraram em conflito direto. Tal condição decorre do que ficou conhecido como Destruição Mútua Assegurada, em inglês, Mutual Assured Destruction (MAD – loucura). A capacidade nuclear dessas duas superpotências era tão grande que um conflito direto significaria destruição de todo o planeta pela utilização desse arsenal. Assim, o conflito desenvolveu-se a partir da criação de órgãos internacionais associados às potências e através da busca por áreas de influência. No campo militar, a Organização do Tratado do Atlântico Norte correspondia à aliança criada pelos Estados Unidos, que, em caso de ataque, garantia a defesa dos países membros. O Pacto de Varsóvia era o proporcional criado pela União Soviética. No campo econômico, a União Soviética criou o Conselho para Assistência Econômica Mútua (Comicon), com o objetivo de fortalecer a economia dos países socialistas do Leste Europeu. Economicamente, os Estados Unidos ficaram conhecidos por lançar diversos planos econômicos, como o Plano Marshall, para a Europa, e o Plano Colombo, para o Japão e os Tigres Asiáticos. Tais disputas representaram um grande gasto econômico para essas potências. No caso americano, esse gasto possibilitou a Terceira Revolução Industrial, enquanto para os soviéticos, que investiram no setor bélico, não significou um grande desenvolvimento e resultou no fim da União Soviética, em 1991. A queda do Muro de Berlim, em 1989, é outro fato destacado por muitos historiadores para simbolizar o fim da Guerra Fria. 2 Geografia Exercícios 1. A nova des-ordem geográfica mundial: uma proposta de regionalização “O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um emaranhado de zonas, redes e “aglomerados”, espaços hegemônicos e contra-hegemônicos que se cruzam de forma complexa na face da Terra. Fica clara, de saída, a polêmica que envolve uma nova regionalização mundial. Como regionalizar um espaço tão heterogêneo e, em parte, fluido, como é o espaço mundial contemporâneo?” HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C.W. A nova des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006. O mapa procura representar a lógica espacial do mundo contemporâneo pós-União Soviética, no contexto de avanço da globalização e do neoliberalismo, quando a divisão entre países socialistas e capitalistas se desfez e as categorias de “primeiro” e “terceiro” mundo perderam sua validade explicativa. Considerando esse objetivo interpretativo, tal distribuição espacial aponta para a) a estagnação dos Estados com forte identidade cultural. b) o alcance da racionalidade anticapitalista. c) a influência das grandes potências econômicas. d) a dissolução de blocos políticos regionais. e) o alargamento da força econômica dos países islâmicos. 3 Geografia 2. Em dezembro de 1998, um dos assuntos mais veiculados nos jornais era o que tratava da moeda única europeia. Leia a notícia destacada abaixo. “O nascimento do Euro, a moeda única a ser adotada por onze países europeus a partir de 1º de janeiro,