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HEMATOLOGIA CLINICA

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HEMATOLOGIA 
ANEMIAS 
Diminuição do número de glóbulos vermelhos e/ou da 
concentração de Hemoglobina no Sangue Periférico. 
Normalmente a Hemoglobina para: 
• Meninos é maior ou igual a 14g/dl 
• Meninas é maior que 12g/dl 
A avaliação da anemia deve ser realizada com cautela, 
pois os “valores normais” do hematócrito e da 
dosagem de hemoglobina podem variar de acordo com 
fatores biológicos como idade, gênero, altitude, 
tabagismo, gravidez. 
Classificações 
Classificação Fisiopatológica 
• Anemia regenerativa 
São aquelas cuja causa é periférica, por 
exemplo, hiper-hemólise. A medula 
permanece normal podendo, portanto, 
aumentar a sua atividade conforme o caso, na 
tentativa de compensar as perdas. 
Nessa situação observamos um aumento de 
Reticulócitos (Reticulocitose) no sangue 
indicando hiperplasia medular. 
• Anemia Arregenerativa 
Apresentam causa “central” em que o órgão 
produtor de células, a medula óssea, é 
comprometido e resulta em eritropoese 
ineficaz. Ex: Deficiência de ferro e vitamina 
B12, ou Insuficiência da medula óssea como 
aplasias e neoplasias. 
• Anemia Hemorrágica 
Causada por perca de sangue; a hemorragia 
pode ser aguda ou crônica (lesão ulcerativa no 
tubo gastrointestinal) 
• Não Hematológica 
Comprometimento que não é hematológico, 
mas causa anemia. Ex: disfunção renal 
Classificação morfológica das anemias: Avalia 
Anisocitose e Anisocromia 
A morfologia do eritrócito (tamanho e coloração) pode 
ser uma forma de classificação. Nesse caso deve se 
levar em conta os índices hematimétricos. 
• Anemia Normocítica e Normocrômica: 
eritrócitos de tamanho e coloração normal, 
anemias da fase de diferenciação e fase de 
circulação. 
o VCM: 80 - 100 fL 
o HCM ≥ 27 pg 
o CHCM ≥ 32% 
• Anemias Microcíticas e Hipocrômicas: 
eritrócitos menores e com coloração mais clara 
que o normal, anemias da fase de 
hemoglobinização. 
o VCM < 80 
o HCM < 27 pg 
o CHCM < 31% (OMS) 
• Anemia Macrocítica e Normocrômica: 
eritrócitos maiores e com coloração normal, 
anemias da fase de proliferação. 
o VCM > 100 fL 
 
Avaliação laboratorial pelo hemograma e reticulócitos: 
Hemoglobina – Hematócrito (OMS) 
VCM: Microcítica, Normocítica, Macrocítica 
CHCM: Normocrômica, Hipocrômica (< 31%)**** 
RDW: Homogênea, Heterogênea 
HDW: Índice de Anisocromia 
VCM x RDW: Etiologia presuntiva 
Reticulócitos: Produção da Série Vermelha 
Verificar também: Leucograma e Plaquetograma. 
HEMOGRAMA 
Exame com alto valor diagnóstico, no qual podemos 
avaliar alterações eritrocitárias, leucocitárias e 
plaquetárias. O Hemograma é composto pelo: 
• Eritrograma; 
• Leucograma; 
• Plaquetograma. 
ERITROGRAMA 
Fornece a contagem global dos eritrócitos, os valores 
hematimétricos e a análise morfológica das células 
vermelhas. 
Valores Hematimétricos 
Eritrócitos: automatizado ou em Câmara de Neubauer. 
Os eritrócitos do sangue periférico são contados pelo 
aparelho (impedância) e o resultado é dado em µL 
(microlitro) ou mm³ (milímetro cúbico). 
Valores de Normalidade (VN): 
• Homem: 4.500.000 a 5.500.000/ mm³ 
• Mulher: 4.000.000 a 5.000.000/ mm³ 
Hemoglobina: obtida pelo método da 
cianometahemoglobina em espectrofotômetro ou 
equipamento hematológico 
VN: Homem: 14 a 16 g/dL; Mulher: 12 a 14 g/dL 
Hematócrito: É a proporção de eritrócitos circulantes 
em relação à quantidade total de sangue do indivíduo, 
ou seja, exprime o percentual do volume ocupado 
pelos glóbulos vermelhos. Seu valor é expresso em 
porcentagem. 
Atualmente, na automação, o hematócrito é um 
parâmetro derivado do número e do volume dos 
eritrócitos, ou seja, Hematócrito = Eritrócitos x VCM 
Valores de referência para adultos: 
• Masculino: 40 – 50%; 
• Feminino: 35 – 45%. 
 
Cálculo dos Índices Hematimétricos 
 
Histograma de Hemácias 
 
RDW – Grau da Anisocitose 
Red Distribution Width (RDW): Coeficiente de 
variação de distribuição do volume das hemácias nos 
equipamentos hematológicos automatizados. 
Quando o valor está elevado no hemograma significa 
que os glóbulos vermelhos têm um tamanho superior 
ao normal, podendo ser visto no esfregaço sanguíneo 
hemácias muito grandes e muito pequenas. Quando o 
valor é abaixo do valor de referência, normalmente não 
apresenta significado clínico, somente se além do RDW 
outros índices estiverem também abaixo do valor 
normal. 
• VN: 11,5 a 14,5% 
• Representa a variabilidade da população 
eritrocitária. 
• Obtido a partir da curva de distribuição das 
hemácias de acordo com seu tamanho. 
• População homogênea a curva de distribuição 
é simétrica e o seu pico corresponde ao VCM. 
RDW-CV (medido como Coeficiente de Variação) e 
RDW-SD (medido como Desvio Padrão) 
 
 
Valores de Normalidade 
 
 
Índices de anemia 
 
Critérios para o uso de “cruzes” 
Critério Qualitativo: 
• 1+: alteração discreta 
• 2+: alteração observada em pequena 
quantidade 
• 3+: alteração observada em moderada 
quantidade 
• 4+: alteração intensa observada na maioria 
das células 
Critério Quantitativo (SBPC): 
• 0+: alteração observada em até 5% 
• 1+: alteração observada de 6 a 25% 
• 2+: alteração observada de 26 a 50% 
• 3+: alteração observada de 51 a 75% 
• 4+: alteração observada de 76 a100% 
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/08/serie-
vermelha-do-hemograma.html 
Poiquilocitose 
Acantócitos 
Hemácias que contém de 2 a 20 espículas, com causa 
provável da expansão da dupla camada lipídica que 
constitui a membrana do eritrócito. 
• Acantocitose hereditária 
• Doenças Hepáticas Graves 
• Esplenectomizados 
 
Equinócito hemácia crenada 
• Numerosas projeções espinhosas pequenas, 
uniforme que contornam todo o corpo celular. 
• Anemia Hemolítica Microangiopática. 
• Anemia hemolítica por drogas 
• Talassemias 
• Desidratação, queimaduras. 
• Doença Hepática. 
• Artefato. 
Esferócitos 
Hemácia pequena, esférica, com coloração uniforme 
sem centro claro. São células que perderam 
membrana, sem perda equivalente de citosol. 
• Anemia hemolítica autoimune 
• Esferocitose hereditária 
• Hb C 
• Esplenectomia 
• Queimadura 
Drepanócito 
Hemácia alongada em forma de foice 
• Anemia falciforme 
Codócitos - Hemácias em alvo 
Hemoglobina está concentrada no centro da célula 
formando um perfeito alvo. Consequência de excesso 
de membrana em relação ao volume do citoplasma. 
• Hb S, C e E 
• Talassemias 
• Doença hepática 
• Anemia ferropriva 
• Esplenectomia 
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/08/serie-vermelha-do-hemograma.html
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/08/serie-vermelha-do-hemograma.html
Eliptócitos 
Hemácia alongada em forma de bastonete. Alteração 
associada ao citoesqueleto dos eritrócitos 
• Eliptocitose hereditária 
• Talassemias 
• Anemia perniciosa 
• Anemia ferropriva 
Estomatócitos 
Deformação do centro claro da hemácia em forma de 
boca, raramente tem significado clínico. 
• Doenças hepáticas 
• Sangue de RN 
• Estomatocitose 
hereditária 
• Tratamento 
dacriócitos - Hemácias em lágrima 
Estão presentes quando existe fibrose de medula 
óssea ou diseritropoese severa 
• Anemia megaloblástica 
• Mielofibrose com 
metaplasia mielóide 
• Transplante 
Formação de Roleaux 
Empilhamento de eritrócitos 
• Aumento das globulinas 
plasmáticas 
• Mieloma múltiplo 
• Aumento do fibrinogênio 
Aglutinação dos Eritrócitos 
Formação de aglomerados 
irregulares de células 
Presença de crioaglutininas ou 
autocrioaglutininas da classe IgM 
Policromasia 
Alteração tintorial coloração azul-
acinzentada dos eritrócitos, 
revelando a existência de células 
jovens na circulação. 
Reticulócitos 
• Eritrócitos jovens que 
contêm restos de Ácido 
Nucleico Ribossomal 
• Último estágio de 
maturação da série 
eritróide na M.O. 
Conteúdo dos reticulócitos 
• Mitocôndrias 
• Ribossomos 
• Centríolos e remanescentes do Complexo de 
Golgi 
Maturação• Processo de autofagia 
• Síntese de 1/3 do total de hemoglobina, 
contendo grande quantidade de receptores de 
transferrina. 
Inclusões Eritrocitárias 
Pontilhado basófilo 
 
 
 
 
Corpúsculo de Howell Jolly 
 
Corpúsculo de Pappenhaimer 
 
 
 
 
 
Anéis de Cabot 
 
 
 
 
 
Cristais de HBC 
 
Parasitas 
 
 
 
 
 
 
LEUCOGRAMA 
Avalia as alterações quantitativas e morfológicas dos 
leucócitos. 
Contagem é realizada em Câmara de Neubauer e 
Analisador hematológico; 
Valor de Normalidade (VN): 4.000 - 10.000/mm³ 
(adultos) 
 
 
 
ANEMIA FERROPRIVA OU FERROPÊNICA 
(POUCO FERRO) 
Caracterizada pela diminuição do ferro nos depósitos 
corpóreo 
Anemia ferropênica não está associada apenas a 
alimentação e ingestão correta do ferro, algumas 
pessoas possuem a deficiência no ferro mesmo se 
alimentando corretamente. 
Anemia mais frequente no mundo 
• 37% da população mundial (WHO, 2007); 
• Mais frequente nos países subdesenvolvidos; 
• Incidência maior nas mulheres em idade fértil 
e crianças. 
Revisão 
Qual é a quantidade média de ferro absorvido em 
pessoas saudáveis? 
Uma dieta normal contém de 13 a 18 mg de ferro, dos 
quais somente 1 a 2 mg serão absorvidos na forma 
inorgânica ou na forma heme. 
O Ferro total do organismo varia de 2 a 4 g sendo que 
75% estão nas hemácias, ligadas ao grupo Heme; e 25% 
armazenadas nas proteínas (Ferritina e Hemossiderina) 
ou ligado à Transferrina (circulante no plasma). 
É importante ressaltar que o ferro não é excretado, 
apenas através de sangramentos ou descamação de 
células, nunca está presente na urina, por isso é 
importante absorver pouco. 
Quais são as fontes de ferro para eritropoese? Em 
qual proporção? 
• 2/3 do ferro para a eritropoese vem da 
hemocaterese 
• 1/3 do ferro vem da alimentação 
Quais são os alimentos ricos em ferro (férrico e 
ferroso)? 
Existem dois tipos de ferro: 
Ferro heme: é um ferro ferroso (Fe²) 
• É proveniente do animal 
• Já vem em forma de HEME, ou seja, associado 
à protoporfirina IX. 
Ferro não heme: é um ferro férrico (Fe³) 
• Possui origem vegetal 
• Ferro encontrado na forma livre, ou seja, sem 
fazer parte do grupo HEME. 
• Se encontra na forma oxidada, como ferro 
férrico. 
Absorção do Ferro 
Faça um esquema do enterócito e especifique quais 
são as proteínas da membrana apical responsáveis em 
absorver o Fe3+ e o Heme. Inclua no esquema do 
enterócito as proteínas da membrana basal 
responsáveis em absorver o Fe2+ e explique as três 
etapas para absorção do ferro: 1) captação e 
internalização na membrana apical do enterócito; 2) 
deslocamento intracelular, e 3) transporte para o 
plasma. 
O corpo humano não é capaz de absorver o ferro como 
forma de ferro férrico (Fe³) apenas como ferro ferroso 
(Fe²). Para que o ferro férrico possa entrar no 
enterócito precisa sofrer a ação da enzima Citocromo 
B duodenal, que vai fazer a redução do ferro férrico 
para o ferro ferroso. Esse ferro reduzido entra no 
enterócito pelo receptor DMT-1 (transportador de 
metal divalente), diferentemente do ferro heme que 
entra pelo receptor HCP1. 
Existe competição pelo DMT-1 com outros íons 
divalentes, podendo atrapalhar na absorção do ferro, 
como, por exemplo, o cálcio. 
O ferro dentro do enterócito tem dois caminhos, ou 
pode sair da célula e ir para a corrente sanguínea, ou 
ficar armazenado dentro do enterócito. 
 
Armazenamento: O ferro ferroso é oxidado a ferro 
férrico e se associa a proteína Apoferritina formando a 
Ferritina (Fe³ + Apoferritina), ou seja, o ferro pode ficar 
armazenado na forma de ferritina. Nessa forma pode 
ficar armazenado no enterócito, no hepatócito e no 
macrófago principalmente. 
Saída da célula: O ferro ferroso pode sair do enterócito 
pela Ferroportina, que é uma proteína 
transmembrana, e ir para o plasma sanguíneo. Quando 
o ferro ferroso for absorvido para o plasma ele sofre 
oxidação para ferro férrico e se associa a transferrina 
(glicoproteína plasmática), que irá transportar o ferro 
até a medula óssea. 
• Para a Ferroportina funcionar corretamente 
ela é controlada por duas outras proteínas,TRF 
e HFE. 
• Pessoas que possuem deleção no gene que 
codificam essas proteínas perdem o controle 
da ferroportina e ocorre muita absorção de 
ferro, que se acumula nos tecidos. 
O que é Hemossiderina? 
A Hemossiderina é uma ferritina que já sofreu muitas 
oxidações, ela fica imobilizada, insolúvel e não 
consegue ser transformada. 
O fígado é o maior depósito de ferro de todo o corpo. 
Os macrófagos armazenam muito ferro devido a sua 
ação no sistema reticulo endotelial. 
A presença da vitamina C no intestino melhora a 
absorção de ferro. Isto porque leva à mudança do 
estado de oxidação do ferro, de íon férrico para íon 
ferroso, tornando a absorção dele mais fácil. 
 
Biossíntese do HEME 
Heme = Protoporfirina IX + átomo de ferro ferroso 
A protoporfirina IX faz parte 
do grupo heme e é sintetizada 
na mitocôndria, possui quatro 
anéis pirrólicos (um anel com 
um nitrogênio), 4 metilas, 2 
vinilas, 2 grupamentos de 
proprionato. 
A biossítese do heme ocorre nas células precursoras 
das hemácias, a partir do eritroblasto policromático e 
segue até os reticulocitos, na fase da Eritropoese 
denominada de Hemoglobinização. Durante essa fase 
é importante a presença do Ferro e da Vitamina B6. 
 
Parte da síntese do HEME ocorre nas mitocôndrias e 
parte no citosol. Diversas enzimas estão envolvidas na 
formação do heme. Tem como primeiro estágio a 
formação do ácido aminolevulínico a partir da 
condensação da glicina com a succinil Co-A, reação 
catalisada pela ALA Sintase que requer a participação 
da vitamina B6 como coenzima. 
Se não houver Vitamina B6, não há início do processo 
de síntese do HEME. 
Patofisiologia 
Como ocorre o controle de ferro intracelular e 
sistêmico? 
Controle Intracelular do Ferro 
• O RNAm produto da tradução da ALA SINTASE 
contém elementos reguladores do ferro (IRE) 
na sua extremidade 5', que interagem com 
proteínas reguladoras do ferro (IRP). 
• A formação do complexo IRE-IRP impede a 
tradução do RNAm da ALA SINTASE. 
• A afinidade do IRP ao IRE depende da 
quantidade de ferro dentro da célula. 
• ↑ ferro, a ligação IRP-IRE não ocorre o que 
permite a tradução da ALAS-2 
• ↓ ferro, a ligação IRP-IRE ocorre bloqueando 
a tradução, abolindo a expressão e atividade 
da ALAS-2. Esse mesmo processo induz a 
síntese de TfR (receptor de transferrina). 
 
Controle Sistêmico do Ferro 
O controle sistêmico se dá pela Hepicidina que é um 
hormônio proteico responsável por bloquear a 
ferroportina. Quando essa se liga a ferroportina, a 
célula internaliza (endocita) e degrada a ferroportina. 
 
A produção e liberação de Hepcidina ocorre ou quando 
há uma grande quantidade de ferro ou quando tem 
alguma infecção/inflamação. Quadros de anemia 
bloqueiam a produção de Hepcidina. 
ADC (anemia de doença crônica) 
ADC resulta da ativação dos sistemas imune e 
inflamatório e leva a uma excessiva liberação de 
citocinas e proteínas de fase aguda. As principais 
citocinas envolvidas na fisiopatogênese da ADC são: 
interferon gama, fator de necrose tumoral alfa, IL-1, IL-
6 e IL-10. 
Patofisiologia 
• anormalidades no metabolismo e utilização 
prejudicada do ferro; 
• produção inadequada e bloqueio da resposta 
dos progenitores eritróides à eritropoetina; 
• redução da sobrevida das hemácias; 
• proliferação e diferenciação alteradas dos 
progenitores eritróides. 
 
Anemia Sideroblástica 
Anemia sideroblástica ou 
anemia refratária com 
sideroblastos em anel (ARSA) 
é uma anemia causada pela 
ineficiente produção de 
hemoglobina, apesar de uma dieta com ferro 
suficiente. 
O ferro se acumula nas mitocôndrias ao redor do 
núcleo das células precursoras dos glóbulos vermelhos 
(eritroblastos) formando sideroblastos em anel. 
Patofisiologia 
• Pode sergenética ou adquirida. 
• Nas formas hereditárias é caracterizada por 
marcante microcitose e hipocromia 
• As mutações mais comuns ocorrem no gene da 
ALA-S que se situa no cromossomo X. 
• A forma primária adquirida mais comum é um 
subtipo de mielodisplasia. 
 
Hemocromatose 
A hemocromatose é caracterizada por sobrecarga de 
ferro no parênquima celular. 
 
Causas – anemia ferropênica 
Perda sanguínea crônica: 
• Uterina: Menstruações abundantes, miomas; 
• Gastrointestinal: úlcera péptica, varizes 
esofagianas, hemorroidas, medicamentos, 
gastrectomia parcial, carcinomas, colites, 
diverticulites parasitoses; 
• Hematúria, hemoglobinúria. 
Aumento da demanda: 
• Prematuridade; 
• Crescimento; 
• Gravidez; 
• Terapia com EPO. 
Mal absorção: 
Enteropatia induzida por glúten, gastrectomia, uso de 
medicamentos que agridem o trato gastrointestinal. 
Exames laboratoriais 
• Hemograma + esfregaço; 
• Reticulócitos; 
• Saturação da transferrina; 
• Ferro sérico; 
• CTLF/TIBC (capacidade total de ligação do 
ferro); 
• Ferritina sérica; 
• Aspirado de Medula Óssea (quando 
necessário). 
Hemograma 
Anemia leve a moderada (início da doença): 
• Índices hematimétricos normais; 
• Anemia normocítica normocrômica. 
Anemia moderada a grave: 
• Microcíticas (VCM < 80 fL) e Hipocrômicas 
(CHCM < 31%); 
• Trombocitose; 
• Leucometria normal; 
• RDW-CV (> 16%); Hemácias normais e 
pequenas, aumentam o RDW 
• Número de Reticulócitos: normal ou 
diminuído. 
Na anemia ferropriva há a presença de hemácias 
Microcíticas e Hipocrômicas (menor produção de Hb) 
isso estimula as células tubulares a secretarem 
Eritropoietina que irá até a medula aumentar o 
processo de mitose. A hemácia por conta desse 
aumento de mitose tende a ficar menor. 
Sintomas 
• Diminuição da capacidade de trabalho 
• Hipoxemia: hipofunção miocárdica e pulmonar 
• Hipotrofia de papilas linguais 
• Coiloníquia 
• Intolerância ao frio 
• Distúrbios de comportamento: principalmente 
notados em crianças 
• Distúrbios da imunidade: sem evidências 
Tratamento 
• Tratar a causa da depleção de ferro 
(endovenoso ou via oral) 
• Cirurgia (hemorroida) 
• Correção de dieta 
• Suplementos minerais 
Perfil de ferro 
Compartimento funcional: 
• Hemograma 
• Zincoprotoporfirina (ZPP) 
• Ferro sérico 
• Receptor soluvel de transferrina (s)TfR 
• Reticulócitos 
Compartimento de transporte: 
• Transferrina sérica 
• Capacidade total de ligação do ferro à 
transferrina (TIBC) 
• Saturação da transferrina (ST): relação ferro 
sérico/TIBC 
Compartimento de estoque: 
• Pesquisa de ferro na medula óssea 
• Ferritina sérica 
 
Ferro sérico (60 -150 µg/dL) 
Mede o Ferro ligado à Transferrina; 
Normal: 
• Adultos maiores de 12 anos: 
• Masculino= 65 -175 ug/dL 
• Feminino = 50 -170 ug/dL. 
Baixo ( < 30µg/dL) 
Anemia de Doença Crônica < 50ug/dL, 
Talassemias e Anemia Sideroblástica = ferro normal 
ou aumentado. 
Ferritina Sérica ( 20-200ng/mL ) 
Bom parâmetro para avaliar os depósitos de ferro, mas 
é proteína de fase aguda (aumenta nos processos 
inflamatórios); 
Primeiro valor a se alterar, junto com a diminuição do 
estoque de Ferro da Medula Óssea. 
Normal : 
• Adultos maiores de 20 anos: 
• Masculino= 30 -400 ng/mL 
• Feminino= 13 -150 ng/mL 
Diminuída: < 10-15 ng/mL 
> 50: fala contra o diagnóstico de Anemia Ferropriva 
Anemia de Doença Crônica: 30-200 
Talassemias e Anemia Sideroblástica: 50-300. 
CTLF/TIBC (Capacidade Total de Ligação do Ferro) 
Soma de todos os sítios de ligação de todas as 
moléculas de transferrina circulantes. Não sofre 
influência direta das alterações do Ferro. 
Normal: 228 - 428 ug/dL ou 40,8 -76,6 umol/L 
Elevada: exclusivamente pelo aumento da produção de 
transferrina pelo fígado; 
Baixa: anemia crônica (causas não ferropênicas). 
Saturação da Transferrina ( Normal > 16%) 
Espelha os sítios da “massa total de Transferrina” que 
estão ocupados pelo ferro: Ferro / CTLF; 
A Transferrina pode transportar até 2 átomos de ferro; 
Normal: 20 - 40% 
Anemia Ferropriva < 15% 
Anemia de Doença Crônica: 10 - 20% 
Fases de instalação 
1) Depleção de Ferro: afeta os depósitos. RDW 
aumentado e Ferritina diminuída, Hb, VCM, HCM, 
CHCM normais. 
2) Eritropoiese deficiência de Ferro: eritropoiese ferro-
deficiente, alterações bioquímicas de insuficiência de 
Ferro, Hb e VCM começam a diminuir. 
3) Anemia ferropriva (Instalada): Hb diminuída, RDW 
aumentado, Hipocromia (HCM e CHCM diminuídos); 
prejuízos funcionais. 
ANEMIA MEGALOBLÁSTICA 
Utilidades do Folato e Vitamina B12 
O folato é necessário para a síntese de precursores 
purínicos de DNA. 
A vitamina B12 é necessária para a conversão de Metil 
Tetraidrofolato em Tetraidrofolato que será também 
usado na síntese de DNA. 
Anemias Megaloblásticas 
As anemias megaloblásticas constituem um grupo de 
anemias em que os eritroblastos da medula óssea 
mostram uma anormalidade característica: Atraso da 
maturação do núcleo em relação à do citoplasma por 
conta da deficiência de Vit. B12 / Ácido fólico 
Defeito básico: síntese defeituosa de DNA 
Macrocitose > 100 fL 
Anemias Não Megaloblásticas 
• Doenças hepáticas 
• Abuso de Álcool 
• Mielodisplasias 
• Anemia Aplásica 
• Uso de medicamentos citotóxicos 
VCM altos: falso-positivos 
• Crioaglutininas 
• Reticulocitose 
• Leucocitose 
• Análise tardia da amostra 
CARÊNCIA DE B12 OU COBALAMINA 
• Deficiência dietética – Vegetarianos restritos 
• Má-absorção por doenças gástricas ou 
intestinais (Doença celíaca, Ressecção do 
delgado, Doença inflamatória intestinal) 
• Anemia Perniciosa 
• Defeito na produção de Fator Intrínseco ( FI ) 
• Gastrectomia 
• Infestação por Taenia de peixe 
(Diphyllobothrium lattum) 
Anemia Perniciosa 
Gastrite atrófica –2 tipos: 
Causada por gastrite tipo A (auto-imune) 
• Anticorpo anti célula parietal (90%) 
• Anticorpo anti FI (75% - soro, saliva e suco 
gástrico) 
 
Causada por gastrite tipo B (não imune) 
• Infecção pelo Helicobacter pylori. 
• Destruição das células do antro 
• ↓ níveis de gastrina 
• ↓ secreção de ácido clorídrico 
• Acloridria 
Cirurgia: Gastrectomia 
• Anemia megaloblástica após 2-10 anos da 
cirurgia 
• Deficiência é de 10 - 40% das pessoas, e o grau 
de deficiência depende do tipo de cirurgia. 
• Associação frequente com ferropenia –anemia 
dimórfica. 
CARÊNCIA DE FOLATO (VITAMINA B9) 
Dieta inadequada (50µg na criança e 100µg no adulto, 
a quantidade mínima recomendada na dieta do adulto 
é de 400 µg) 
Anemia megaloblástica da gravidez e a anemia 
megaloblástica do lactente são os dois tipos mais 
frequentes dessa deficiência. 
• Hemólise 
• Alcoolismo 
• Idade avançada 
• Doenças intestinais associadas à má absorção, 
pobreza e desnutrição 
• Deficiências de folato são resultantes da 
associação de mais de um mecanismo 
DIAGNÓSTICO DA ANEMIA MEGALOBLÁSTICA 
Quadro Clínico 
• Deficiências de vitamina B12 e de folatos são 
clinicamente indistinguíveis 
• Além das manifestações de anemia (fraqueza, 
palidez, dispneia, claudicação intermitente) 
são importantes os sintomas gastrointestinais 
• Graus variados de palidez, com pele cor de 
limão (combinação de palidez com leve 
icterícia) são comuns. 
• Anemia perniciosa - perda de papilas da 
língua, que fica lisa, brilhante e intensamente 
vermelha (“língua careca”). 
• Deficiência de vitamina B12 - quadro 
neurológico que auxilia na diferenciação. 
Sangue Periférico 
• Anemia 
• Macro-ovalócitos (VCM 
>115fL); 
• Algumas hemácias em lágrima 
(dacriócitos); 
• Pontilhado basófilo 
• Corpúsculo de Howell-Jolly 
• Eritroblastos megaloblásticos; 
• Pancitopenia: diminuição da quantidade de 
leucócitos, eritrócitos e plaquetas. 
• Hipersegmentação de neutrófilos 
o ≥5% de neutrófilos com ≥ 5 lobos 
(regra dos 5) → desvio à direita 
o Qualquer neutrófilo com ≥ 6 lobos jáé 
significativo (desvio à direita) 
o A hipersegmentação de neutrófilos 
não é mascarada pela carência de 
ferro concomitante; 
Medula Óssea 
• Hiperplásica com substituição de tecido 
adiposo e extensão para ossos longos 
• Aumento de Pró-eritroblastos e Eritroblastos 
Basófilos. Parada de maturação em EB 
• Eritroblastos gigantes (Megaloblastos) 
 
Diagnóstico Laboratorial 
• ↓Hb, Ht, Hemácias 
• ↓Plaquetas e leucócitos 
• ↑VCM 
• ↑RDW 
• ↑LDH 
 
ANEMIA APLÁSTICA 
Essa doença é condição resultante de aplasia de 
medula óssea onde há substituição de tecido 
hematopoiético por tecido adiposo, caracterizando 
uma pancitopenia, em que o número de precursores 
medulares está diminuído, trazendo como 
consequência aumento da susceptibilidade a 
infecções, problemas relacionados a anemia e 
problemas na coagulação. 
• Aplasia medular global: comprometimento de 
todas as linhagens 
• Aplasia pura: uma única linhagem 
hematopoiética, não havendo grandes 
alterações das demais células 
 
Diagnóstico Laboratorial 
 
Biópsia de Medula 
 
ANEMIAS HEMOLÍTICAS OU REGENERATIVAS 
Anemia hemolítica é definida como redução na 
sobrevida dos eritrócitos em razão do aumento do seu 
sequestro. 
• Medula Óssea (MO) “eficaz” – hiperplasia 6 a 
8x para tentar compensar 
• Anemia Hemolítica pode não ser observada até 
que a sobrevida das hemácias seja inferior a 30 
dias 
• Reticulocitose – coloração de Azul de cresil 
brilhante 
• Policromasia: coloração levemente basofílica 
quando faz a coloração normal. 
Essas anemias podem ser divididas em: Corpusculares 
(congênitas) e adquiridas. 
Congênitas 
Caracterizada por mutação gênica na produção de 
proteínas de: 
• Membrana (Membranopatia) – Alterações de 
proteínas do citoesqueleto e dos antígenos 
eritrocitários. 
• Hemoglobina (hemoglobinopatias) – 
alterações na estrutura da hemoglobina como, 
por exemplo, nas Talassemias e Anemia 
Falciforme. 
• Enzimas (enzimopatia) – alteração nas 
enzimas como, por exemplo, G6PD 
Congênitas de modo geral geram poiquilocitose. 
Adquirida 
• Infecções – Ex: malária (causa hemólise) 
• Agentes Químicos – Veneno 
• Agentes Físicos 
• Imune – Anticorpos autoimunes; Transfusão 
sanguínea. 
• HPN – Hemoglobinúria paroxística noturna 
Fisiopatologia da Hemólise 
Hemólise Extravascular 
Remoção das hemácias pelos Macrófagos do Sistema 
Reticuloendotelial (SRE) – Macrófago, baço e fígado. 
A hemácia quando se torna senil passa a apresentar na 
sua membrana alguns marcadores como diminuição 
da banda três e expressão de fosfatidilserina que 
serão reconhecidos pelos macrófagos do SRE 
ocorrendo a Fagocitose. 
• A Globina será 
degradada em 
aminoácidos, que 
serão utilizados 
para a produção 
de proteínas. 
• O ferro irá 
para o sangue se 
ligando a 
transferrina e será 
reutilizado para a 
eritropoese. 
• Protoporfirina 
será transformada em bilirrubina que irá ser 
conjugada no fígado. 
Quando o quadro de Hemólise está acentuado, haverá 
uma maior concentração de bilirrubina indireta na 
circulação o que irá provocar um quadro de Icterícia. 
Hemólise intravascular 
Ocorre lise das Hemácias por traumas ou por ação do 
complemento que irá lisar as células por via clássica ou 
alternativa e isso irá causar: 
Hemoglobinemia 
Presença de hemoglobina livre no plasma, essa Hb não 
possui capacidade de fazer troca gasosa e rapidamente 
é filtrada pelo rim, se acumulando na urina e gerando 
um quadro de Hemoglobinúria. 
Hemoglobinúria 
É a presença de Hemoglobina na Urina, e é um 
mau sinal quando encontrada, pois indica 
hemólise intravascular. 
A hemoglobina livre no plasma pode se ligar a 
Haptoglobina, que é uma proteína presente no plasma 
que se liga a hemoglobina e a transporta até o fígado, 
onde será degradada. 
Quando se tem um quadro de Hemólise intravascular, 
a Haptoglobina plasmática irá se apresentar BAIXA pois 
ela está ocupada ligada na Hb. 
A hemólise intravascular pode ter ocorrido por: 
Transfusão incompatível 
Quando ocorre uma transfusão incompatível um dos 
métodos para minimizar esse quadro é fazer o Plasma 
aferese, que consiste na troca de plasma do indivíduo 
com o da bolsa, para limpar o sangue do paciente que 
está cheio de sistema complemento agindo. 
Características clínicas 
• Palidez de mucosas 
• Icterícia 
• Esplenomegalia, hepatomegalia – Pode 
ocorrer por conta do aumento de fagocitose, 
ou do aumento de produção (Metaplasia 
Mieloide) 
• Urina pode torna-se escura pelo excesso de 
urobilinogênio 
• Urina pode tornar-se vermelha pelo excesso de 
hemoglobina 
• Cálculos vesiculares de pigmento (bilirrubina). 
Achados laboratoriais 
 Aumento da destruição 
• ↑ BI 
• ↑ urobilinogênio, hemoglobinúria (hemólise 
intravascular) 
• ↓ Haptoglobina sérica (principalmente na 
hemólise intravascular) 
Aumento da produção 
• Reticulocitose 
• Hiperplasia eritróide da MO. 
Alterações e sinais de danos nas He 
• Morfologia: microesferócitos, eliptócitos, 
fragmentos etc. 
• Fragilidade osmótica, auto-hemólise etc. 
 
..Reticulocitose Eritroblastos Policromasia 
ANEMIAS HEMOLÍTICAS CONGÊNITAS 
Sistemas de grupos sanguíneos relacionados com 
quadros de poiquilocitose: 
• Esferócitos – Fenótipo Diego 
• Estomatócitos - Fenótipo Rh nulo/Rh null 
• Acantócitos – KX: Mc Fenótipo McLoad 
• Eliptócitos - Gerbich: Fenótipo Leach 
Esferocitose Hereditária 
A Esferocitose hereditária (EH) é 
um tipo de anemia de que resulta 
de alterações quantitativas e/ou 
qualitativas das proteínas da 
membrana do eritrócito. Possui 
forma esférica e sem halo claro central. 
• Anemias hemolíticas mais comuns em 
europeus do norte (caucasianos) 
• 1 a cada 2.000 a 5.000 nascimentos 
• Transmissão autossômica dominante 
• ↓ deformabilidade e possui predisposição a 
aprisionamento esplênico 
• Fragilidade osmótica aumentada 
As proteínas do esqueleto proteico interagem com a 
bicamada lipídica e com as proteínas 
transmembranares fornecendo assim à membrana do 
eritrócito rigidez e integridade. Alterações de 
determinadas proteínas da membrana como a 
anquirina, espectrinas, banda 3 e proteína 4.2 estão 
na origem da diminuição da resistência osmótica dos 
esferócitos e na deficiência de área de superfície. 
 
Hemograma 
• Esfregaço sanguíneo: esferócitos, mas 
raramente aparecem acantócitos e 
fragmentos. 
• CHCM > 36% (50% dos pacientes) - 
hipercromia 
• Reticulocitose de 5 a 20% 
• Hb normal ou reduzida 
• VCM e HCM normais 
• RDW aumentado 
Curva de Fragilidade Osmótica 
Para verificação da Esferocitose pode também ser feito 
um Teste de fragilidade osmótica eritrocitária, onde 
se mistura eritrócitos com concentrações variadas de 
soro fisiológico a fim de verificar a fragilidade da 
hemácia na lise. Esferócitos possuem aumento de 
fragilidade devido à diminuição da relação 
volume/superfície. 
 
Eliptocitose Hereditária 
• Herança autossômica dominante 
• Anormalidades de proteínas do esqueleto de 
membrana do eritrócito; Ausência de Gerbich 
ou alteração na espectrina. 
• Ovalocitose do Sudeste da Ásia. He são rígidas 
e resistem a invasão de Plasmodium 
• A sobrevida dos eliptócitos é próxima ao 
normal 
• Pacientes anêmicos são minoria. 
• Os casos com anemia grave apresentam 
esferócitos, fragmentos de eritrócitos e 
policromasia (reticulócitos e RDW elevados) 
• Forma de bastão 
• Hemoglobina fica 
concentrada nas pontas: 
“distribuição de haltere”. 
• Também pode ser feito o Teste de fragilidade 
osmótica eritrocitária 
 
 
Hemograma 
• Reticulocitose 
• Esfregaço: esferócitos, acantócitos ou 
hemácias pinçadas. 
• ↑ CHCM 
• VCM normal ou diminuído – Analisadores 
Hematológicos não são capazes de notar essa 
alteração. 
Estomatocitose hereditária 
Hemácias caracterizadas por uma área central livre de 
Hb com formato semelhante a um cigarro ou salsicha.A doença é causada por diversos defeitos da 
membrana; a deficiência da proteína estomatina leva a 
um aumento da permeabilidade dos cátions Na e K, o 
que resulta em um aumento de sódio intracelular e 
água. A célula incha, o CHCM diminui e o VCM pode ser 
maior que 150fl nas hemácias mais edemaciadas. Em 
esfregações secos ao ar, as células inchadas têm uma 
área de palidez semelhante a uma boca; em 
preparações molhadas, as células são uniconcavas e 
aparecerem em formato de taça. 
 
Causas adquiridas de estomatocitose não são 
associadas com vazamento de cátions da membrana. 
Anemias hemolíticas adquiridas 
Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) 
A HPN é uma anemia hemolítica adquirida, 
considerada rara devido a sua baixa incidência, 
afetando cerca de 2 a 6 indivíduos por milhão de 
habitantes. 
Desenvolve-se devido a uma mutação no gene PIG-A, 
localizada no cromossomo X que impede ou diminui 
significativamente a síntese da proteína de 
ancoragem: glicosilfosfatidil inositol (GPI). 
A GPI é importante para ancorar os antígenos 
eritrocitários e outras proteínas das hemácias como, 
por exemplo, CD55 que tem função de proteger a 
hemácia de ataque do complemento e a CD59 que 
inibe a formação de complexo ataque pelo sistema 
complemento na membrana. 
Quando o paciente possui uma diminuição ou 
impedimento da síntese de GPI, dentre suas funções 
perdidas, está a incapacidade da atuação das proteínas 
reguladoras do sistema complemento, CD55 E CD59, 
tornando as células mais sensíveis a esta via da 
imunidade inata, por qualquer uma das três vias do 
complemento. Quando o complemento age, a hemácia 
é lisada (Hemólise INTRAVASCULAR) liberando 
Hemoglobina que será filtrada pelos rins, e se 
acumulando na urina tendo um quadro de 
Hemoglobinúria. 
 
Diagnóstico Laboratorial 
• ↓Hb 
• ↑Reticulocitose 
• Hemoglobinúria intermitente 
• Teste de Ham positivo (pH 6,2) 
• ↑BI 
• ↑LDH 
• ↓ Haptoglobina 
o Citometria de fluxo: ↓ expressão de 
CD55 e CD59 
HEMOGLOBINOPATIAS 
A Hemoglobina é um tetrâmero formado por quatro 
subunidades: 
• Duas alfas 
• Duas betas 
Onde em cada 
Globina está presente 
o Grupo HEME. 
No organismo humano fisiologicamente há a presença 
de três tipos de Hemoglobina: 
• HbA – 2 α e 2 β (Presente de 95 a 98% nas 
hemácias) 
• HbA2 – 2 α e 2 δ (Presente de 2 a 4 % nas 
hemácias; geralmente 2,5%) 
• HbF – 2 α e 2 ϫ (Presente de 0 a 1% nas 
hemácias; geralmente 0,5%) 
A subunidade α é codificada por dois genes do 
cromossomo 16 
A subunidade β é codificada por um gene do 
cromossomo 11 
• A subunidade gama e delta também são 
codificadas pelo cromossomo 11. 
 
As hemoglobinas podem ter tanto alterações 
quantitativas quanto qualitativas. 
Quantitativa: produz menos da proteína do que 
deveria, ou seja, é um defeito na síntese de globinas. 
Ex: Talassemia (Alfa talassemia e Beta talassemia) 
Qualitativas: Proteína em quantidades normais, porém 
a proteína tem uma alteração na sua estrutura, ou seja, 
defeito estrutural. Ex: HbS, HbC, HbD. 
• Substituição da cadeia α: 
o HbM (Histidina pela Tirosina na 
posição 58) 
o HbO (Ácido glutâmico pela lisina na 
posição 116) 
• Substituição da cadeia β: 
o HbS (Ácido glutâmico pela Valina na 
posição 6) 
o HbC (Ácido glutâmico pela Lisina na 
posição 6) 
o HbD (Ácido glutâmico pela Glicina na 
posição 121) 
o HbE (Ácido glutâmico pela lisina na 
posição 26) 
Persistência hereditária de HbF 
É um terceiro tipo de Hemoglobinopatia 
É caracterizado pela persistência de HbF na vida adulta 
(assintomático). 
Mutações que fazem com que a hemoglobina fetal seja 
produzida em bastante quantidade durante a vida 
adulta. 
A 2,3 bisfosfoglicerato se liga na cadeia Beta e diminui 
a afinidade da Hb pelo oxigênio, liberando-o nos 
tecidos. A Hb Fetal possui maior afinidade pelo 
oxigênio e a 2,3 bisfosfoglicerato tem pouca afinidade 
pelas cadeias gama, então a Hb só depende do pH para 
deixar o oxigênio no tecido, então o processo de 
distribuição no oxigênio no tecido é prejudicada. 
Anemia Falciforme 
É uma Hemoglobinopatia hereditária 
caracterizada pela presença de uma 
hemoglobina anormal denominada de HbS 
(alteração qualitativa). 
Alteração da estrutura da Hb provocada por um erro 
estrutural na síntese da beta globina. 
A mutação que produz a HbS, ocorre no cromossomo 
11 no gene que codifica a cadeia beta globina. A 
mutação consiste na troca de um Ácido glutâmico por 
uma Valina na posição 6 da beta globina. 
O ácido glutâmico possui carga negativa, enquanto a 
valina possui carga neutra. 
Teoria da seleção ambiental 
Hemácias falcizadas apresentam maior Resistência à 
malária 
• Indivíduos normais (HbAA): morte por malária 
• Indivíduos falcêmicos (HbSS): morte por 
anemia falciforme 
• Indivíduos portadores (HbAS): sobrevivência 
Doença hereditária nas formas: 
• Homozigota (HbSS): Anemia falciforme 
• Heterozigota (HbSS, SC, Sβ): Doença falciforme 
o Pessoas que possuam 1 alelo “S” e 
outro alelo mutado podendo ser S ou 
outro como por exemplo o “C”, são 
denominados de Doentes falciformes. 
• Heterozigota (HbAS): Traço falcêmico 
o Possui 1 Alelo S e outro Alelo normal. 
 
 
Processo de Falcização 
Quando há baixa tensão de oxigênio na hemácia, a 
hemoglobina S sofre uma modificação na sua 
conformação molecular devido à presença do 
aminoácido valina, que interage com o receptor 
fenilalanina e leucina de outra molécula de 
hemoglobina S, se ligando. Conforme os HbS vão se 
ligando devido à falta de oxigênio vão formando 
polímeros. Esses polímeros em quantidade passam 
então a deformar a membrana da hemácia que fica 
com o formato de foice. 
A polimerização do HbS impede o oxigênio de se ligar, 
ele então fica na forma livre sendo oxidado e formando 
íons superóxidos. 
Os íons superóxidos atacam a membrana das hemácias 
destruindo ácidos graxos, e oxidam as moléculas de 
HbS, que irão se agrupar formando o corpúsculo de 
Heinz. 
A precipitação dos Corpos de Heinz em direção a 
membrana, alteram a proteína Banda 3 e a disposição 
da Fosfatidilserina da Membrana que passa a ser 
expressa. Os macrófagos reconhecem a fosfatidilserina 
e fagocitam as hemácias, levando a pessoa a um 
quadro de Anemia. 
 
Aspectos principais da doença 
Oclusão vascular devido à forma das hemácias 
Hemólise no baço 
• Redução da sobrevida dos eritrócitos (10 - 30 
dias) 
• Aparecimento do quadro anêmico 
• Atração eletrodinâmica entre eritrócitos 
• Formação de microtrombos capazes de 
provocar a oclusão vascular e necrose tecidual. 
 
Manifestações clínicas 
• Quadro anêmico se inicia nos primeiros meses 
de vida, quando ocorre a substituição da HbF 
pela HbS. 
• Hemólise crônica: Icterícia e esplenomegalia 
• Indivíduo pouco desenvolvido e com 
deformações ósseas 
• Crises aplásticas: baixa resistência a infecções 
e ulcerações (úlceras nas extremidades das 
pernas são comuns, causadas por estase 
vascular e isquemia local). 
• Priapismo (Ereção dolorosa) 
• Crises de oclusão vascular 
• Crises de sequestro visceral: pulmões, fígado, 
baço. Infartos esplênicos são comuns (auto-
esplenectomia) 
• Dactilite na mão e no pé (inchaço com 
inflamação). 
Crises de Falcização 
Doente Falciforme não hemolisa todo dia, quando a 
hemácia sofre alteração na sua forma devido a 
desoxigenação, ela sofre alteração das proteínas de 
membrana e passa a expressar fosfatidilserina que vai 
ser reconhecida pelos fagócitos. Os fagócitos começam 
um processo inflamatório liberando citocinas e 
causando vasoconstrição. A vasoconstrição faz com 
que as hemácias falciformes oclusem o vaso, tendo 
uma crise vasoclusiva. 
Fatores desencadeantes das crises vasoclusivas: 
• Desoxigenação: altitude, cirurgia, parto, estase 
circulatória, exposição ao frio, exercício 
violento etc. (auxiliam na polimerização da 
HbS) 
• Infecção; 
• Acidose; 
• Desidratação;Transfusão 
O gatilho para fazer transfusão em pacientes 
falcêmicos, são os sintomas clínicos e não a anemia. 
Fatores que levam a transfusão: 
Crise de Falcização 
Um paciente falciforme só recebe transfusão quando 
está em crise de Falcização. Isso porque a transfusão 
não traz apenas benefícios. Como o sistema imune está 
muito ativado pode gerar aloimunização as hemácias 
transfundidas, aumentando a rejeição nos próximos 
transplantes. 
De modo geral o perfil do falcêmico é da seguinte 
forma: 
• HbS (76%) 
• HbA2 (4,0%) 
• HbF (20%) 
Quando o paciente tem uma HbS menor que 60%, 
menor são as chances de ter crise falcêmicas. 
Para diminuir de 76% para 60% pode ser feito uma 
série de transfusões com sangria, ou por aférese, onde 
a máquina separa as hemácias falcêmicas e introduz as 
hemácias normais da bolsa. 
Gestante 
Profilática (Antes de entrar em crise) 
Características laboratoriais da HbS 
• Poiquilocitose e Anisocitose marcadas 
• Reticulocitose 
• Redução da Haptoglobina sérica 
• Aumento da bilirrubina indireta 
• Presença de corpos de Howell-Jolly nos 
eritrócitos 
• Policromasia (Presença de 
precursores eritróides) 
• Hemácias falcizadas 
• Ferro, Ferritina normais ou 
aumentado 
• Hiperplasia da medula óssea. 
Talassemias 
 
 
 
 
 
 
Hemoglobinopatia C 
Defeito genético da 
hemoglobina por substituição 
de ÁCIDO GLUTÂMICO por 
LISINA na 6ª posição da 
cadeia da β-globina 
Há discreta anemia 
hemolítica , com formação de grande número de 
hemácias em alvo, células com forma romboidal e 
esferócitos; 
A anemia é discreta a moderada e o VCM e HCM são 
diminuídos, com aumento da CHCM. O RDW, HDW e 
os Reticulócitos estão aumentados; 
HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO 
Megacariócito 
• São células grandes 
que apresentam cerca de 100µ 
de diâmetro 
• Possui núcleo 
lobulado que vai de 4 até 8 
lobos. 
• Citoplasma de 
contorno irregular e bem 
granuloso 
 Em indivíduos saudáveis existem aproximadamente de 
um a quatro megacariócitos para cada 1000 células 
nucleadas na medula óssea. 
A trombopoetina produzida no rim e no fígado e a IL-
11 estimulam a unidade formadora de colônia GEMM 
a fazer a diferenciação para Megacarioblasto, que 
posteriormente vai dar origem ao megacariócito. 
Plaqueta 
As plaquetas são fragmentos celulares não nucleados 
originados a partir de parte do citoplasma do 
Megacariócito. 
• Possuem grânulos na sua estrutura que 
também são provenientes do citoplasma do 
Megacariócito. 
• São células pequenas, apresentam de 2 a 4µ. 
• Vida média de 9-10 dias 
• Níveis normais de plaquetas no sangue: 
150.000 a 450.000 mm3 
• Atuam na coagulação 
As plaquetas possuem função de aderir e agregar, e 
por esse motivo acabam sendo consumidas. 
Coagulação 
Mecanismos bioquímicos com finalidade de consolidar 
o tamponamento do vaso através da deposição de 
redes de fibrinas. 
Atuam na coagulação: plaquetas e proteínas 
plasmáticas, onde as plaquetas se unem as proteínas 
para formar o coágulo que dentro do corpo humano é 
denominado de trombo. 
Pessoas que possuem déficit dessas proteínas 
plasmáticas, vão ter extravasamento de liquido do vaso 
sanguíneo para o tecido e isso vai causar edema. A 
coagulação é um processo importante na hemostasia. 
Hemostasia 
É o processo pelo qual o organismo mantém o sangue 
fluído dentro do compartimento vascular sendo capaz 
de estancar o sangramento após uma lesão. 
Consiste no equilíbrio entre os agentes pró-
coagulantes presentes na hemostasia primária e na 
secundária, agentes anticoagulantes que estão 
presentes na fase de inibição e os agentes fibrinolíticos 
(quebram fibrina). 
Participam desse processo de Hemostasia: 
• Plaquetas 
• Fatores pró-coagulantes 
• Agentes anticoagulantes 
• Agentes fibrinolíticos 
Na hemostasia existe a hemostasia primária e a 
hemostasia secundária. 
Hemostasia primária 
As fases da hemostasia primária podem ser definidas 
como Adesão, secreção, agregação. 
Quando ocorre uma lesão no vaso sanguíneo, a 
primeira ação deflagrada pelo corpo humano é fazer 
uma vasoconstricção no local, diminuindo o aporte 
sanguíneo. Por conta da lesão ocorre uma exposição de 
colágeno que é proveniente do tecido muscular 
rompido. Esse colágeno é capaz de ser reconhecido 
pela proteína plasmática denominada de FVW (Fator 
de Von Willebrand). O FVW se liga a esse colágeno 
formando um complexo capaz de ser reconhecido 
pelas plaquetas. As Plaquetas se ligam no FVW através 
da sua glicoproteína de membrana GP Ib/IX e GP Ia/IIa 
promovendo o processo de Adesão plaquetária. As 
plaquetas ligadas a FVW são ativadas e começam a 
fazer uma degranulação onde ocorre secreção de 
Tromboxana 2 , ADP, Serotonina (5-HT) que vão 
recrutar mais plaquetas pro local. As plaquetas na sua 
membrana possuem a glicoproteína GP IIb/IIIa que 
promove a ligação entre plaquetas e entre as plaquetas 
e o fibrinogênio. O fibrinogênio vai se ligando com as 
plaquetas aderidas no complexo e outras que foram 
recrutadas, sendo depositado entre elas. As plaquetas 
vão se ligando formando uma agregação plaquetária. 
A GP Ia/IIa pode se ligar direto ao colágeno, também 
ativando a adesão. 
 
 
 
 
 
 
Hemostasia secundária 
É uma cascata de coagulação, dividia em três vias, a via 
intrínseca, a via extrínseca e a via comum, que não se 
aplicam exatamente assim in vivo. 
Essas 3 vias são mais utilizadas para a analise do 
Coagulograma, que é um exame para avaliar o estado 
de coagulação no pacientes. 
Na lesão vascular existem duas coisas que vão ocorre 
simultaneamente: exposição do colágeno e ligação 
deste com o FVW e expressão do Fator tecidual que 
corresponde a hemostasia secundária. 
In vivo: 
In vivo o processo de hemostasia secundária ocorre em 
três passos principais: 
1- Iniciação 
Inicia-se com a expressão do fator tecidual devido à 
lesão vascular. O Fator tecidual se junta ao fator 7 e 
promove sua ativação, agora chamado de 7a. O 7a em 
conjunto com o Fator tecidual atua ativando o fator 10 
e o Fator 9. O fator 10 passa a ser 10a, que se une e 
ativa o fator 5, e o Fator 9 passa a ser 9a. O fator 10 
ativado + 5 ativado se unem e formam um complexo 
denominado de complexo pró-trombinase que irá 
converter pró-trombina (fator II) em trombina (fator 
IIa). 
2- Amplificação 
A trombina produzida na iniciação em pequenas 
quantidades é capaz de ativar de três formas a 
produção de mais trombina. Esse processo é conhecido 
como Amplificação. 
A Trombina é capaz de ativar os fatores 5, 8 e 11 que 
irão fazer a amplificação da produção de trombina. 
3- Propagação: 
Fator 5 ativado se junta ao fator 10 ativado formando 
o complexo pro-trombinase, que irá converter pró-
trombina em trombina. O fator 8 ativado se junta ao 
fator 9 ativado (pelo FT + 7a) formando o Complexo 
Tenase que será responsável por ativar o fator 10, que 
se une e ao fator 5, formando o Complexo pró-
trombinase que irá produzir mais trombina. 
Ou seja, na propagação ocorre a formação do 
Complexo Tenase e do Complexo pró-trombinase 
levando a conversão de pró-trombina em trombina . A 
trombina irá converter fibrinogênio onde as plaquetas 
estão ligadas em fibrina, formando dessa forma um 
coágulo. 
 
 
 
 
De modo geral, os fatores pró-coagulantes são 
produzidos no Fígado com exceção do fator 8 e o FVW 
(produzido pelas células endoteliais, e megacariócitos). 
Existem alguns fatores que são VITAMINA K 
DEPENDENTES, são estes: II, VII, IX e X 
Resumo do processo de coagulação: 
 
 
 
 
Inibição (Finalização) 
O sistema de coagulação é contido e inibido por 
anticoagulantes específicos, como TFPI, proteína C, 
proteína S e antitrombina III. 
TFPI 
A fase de inicial da coagulação é controlada pelo TFPI 
que atua inibindo o complexo FT/FVIIa. O maior sitio 
de produção do TFPI é a célula endotelial. 
Proteína C 
A proteína C ativada em combinaçãocom a proteína S 
(cofator da proteína C) inibem os fatores Va e VIIIa que 
são necessários para sustentar a formação de 
trombina na coagulação. 
 
Antitrombina III: 
É a maior inibidora dos fatores de coagulação incluindo 
trombina, fator IXa e Xa. Heparina é um 
anticoagulante que potencializa a Antitrombina. 
Fibrinólise 
É o processo de quebra da fibrina em fragmentos 
solúveis pela plasmina para a recanalização do vaso, 
geralmente ocorre de 24 às 48h após a formação do 
coágulo. 
Ativador do plasminogênio tecidual converte a pró-
enzima plasminogênio em plasmina que será 
responsável por lisar à rede de fibrina. 
Com excesso de plasmina é liberada a antiplasmina 
que se liga a plasmina impedindo o aparecimento de 
fibrinólise generalizada. Esta proteína está presente 
na circulação em concentração plasmática 10 vezes 
maior do que a plasmina. Proporção de 10:1. 
Quando a plasmina quebra a fibrina formam-se os PDF 
(Produto de degradação de Fibrina). Essas PDF 
funcionam como um marcador, pois toda vez que está 
aumentada no sangue é aumentada a proteína 
plasmática denominada de Dímero D. 
Dímero D: aumentado é um marcador de trombose, 
pois significa que a coagulação e a fibrinólise foram 
ativadas intensamente. Não é um marcador muito 
preciso. 
Fator 5 de Leiden 
Mutação no fator cinco, que vira um super fator 5 e não 
consegue ser inibido por nenhum dos agentes 
anticoagulantes, pessoas com essa síndrome tem mais 
pré-disposição a trombose. 
Obs: 
• Coágulo vermelho: Bastante hemácia junto da 
coagulação ocorre em trombose venosa 
• Coágulo branco: Coágulo apenas com plaqueta 
e fibrina. 
COAGULOGRAMA 
É dividido em 3 etapas/exames: 
1- Tempo de Protrombina (TP) 
Avalia a via extrínseca e comum da coagulação com 
participação dos fatores VII, X, V, II e I. Consiste no 
intervalo de Tempo que demora ativar a Protrombina 
Padronizado com o International Normalized Ratio 
(INR) para evitar variações de reagentes 
2- Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado 
(TTPa) 
Avalia a via intrínseca e via comum da coagulação 
composta pelos fatores XII, XI, IX, VIII, X, V, II, I, pré-
calicreína, cininogênio. 
3- Tempo de Trombina (TT) 
Resultado é reflexo da via comum X, V, II e I – tempo 
de formação do coágulo. Este teste mede a velocidade 
de conversão de fibrinogênio em fibrina. 
 
COAGULOPATIAS 
• São caracterizadas por doenças decorrentes de 
alterações quantitativas e/ou qualitativas de 
um ou mais fatores da coagulação e/ou 
plaquetas. 
• Estas doenças geralmente caracterizam-se 
pela ocorrência de sangramentos que pode 
variar em relação à gravidade e causa 
(espontânea ou traumática), porém podem 
também ser diagnosticadas apenas por 
alterações laboratoriais. 
• O conhecimento dos mecanismos básicos da 
coagulação é de extrema importância para 
uma correta investigação diagnóstica em casos 
suspeitos de coagulopatias. 
Dentro das coagulopatias temos problemas 
relacionados à hemostasia primária: que podem ser 
problemas quantitativos ou qualitativos. 
Hemostasia secundária: fatores da coagulação que 
pode ser quantitativo ou qualitativo. 
Trombocitopenia ou plaquetopenia 
Consiste na diminuição do número de plaquetas, ou 
seja, é uma patologia quantitativa da hemostasia 
primária. 
A Plaquetopenia é considerada em valores menores 
que 150 mil e pode ser causada devido a Insuficiência 
na produção ou aumento no consumo, ou ainda 
distribuição anormal de plaquetas e Perda dilucional. 
Valores ≤ 20 mil plaquetas necessitam de transfusão. 
Insuficiência na Produção: 
• Leucemia, Aplasia medular, falta de 
trombopoetina (Sintetizada no Fígado e nos 
rins) e IL-11, dengue. 
Aumento do consumo 
• Auto anticorpos Anti-plaqueta 
• Reação cruzada de Anticorpos que reagem com 
a plaqueta 
Distribuição anormal de plaquetas 
• Retenção de plaquetas em um baço com 
megalia (esplenomegalia) 
Perda dilucional 
Transfusão maciça do sangue conservados em 
pacientes com hemorragia. 
Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) 
Púrpura (sintoma): Petéquias 
Causada devido ao consumo excessivo de plaquetas, 
tendo redução das plaquetas que formam trombos. 
Ocorre nas formas hereditária e adquirida. 
PTT Hereditária 
Deficiência da enzima ADAMTS13 devido a mutações 
no gene produtor. Acredita-se que há mais de 50 
mutações ADAMTS13 causadoras da PTT hereditária. 
No plasma, as moléculas de alto peso molecular de 
Fator de Von Willebrand (vWF) são clivados pela 
ADAMTS13 os deixando em pequenos fragmentos 
funcionais. 
Na PTT há uma deficiência no gene da enzima 
ADAMTS13, consequentemente, o FvW, não vai ser 
clivado permanecendo uma molécula grande que irá 
aderir mais ao endotélio sem a exposição de colágeno, 
aumentando a adesão e agregação plaquetária, 
consumindo a plaqueta e formando TROMBOS. 
PTT Adquirida 
Formação de auto anticorpo contra a ADAMTS13 
inibindo a sua ação. 
Auto-anticorpo IgG inibidor da ADAMTS13 
bloqueando a clivagem dos do FvW de alto peso 
molecular. 
Cadeias de vWF ancoram-se nas células endoteliais, e 
as plaquetas aderem por meio da glicoproteína Ib (GP 
1b). Formando TROMBOS plaquetários grandes e 
oclusivos com consumo de plaqueta. 
Diagnóstico Laboratorial 
Hemograma: 
• Trombocitopenia 
• Esquizócitos 
LDH ↑ 
Testes de coagulação normais (Pois não é um 
problema na hemostasia secundária) 
ADAMTS13 ausente ou ↓ ↓ no plasma. 
 
 
 
 
 
Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) 
Diminuição do número de plaquetas devido à 
produção de um auto anticorpo. Geralmente é 
idiopática. 
Associação com Lúpus Eritematoso Sistêmico, infecção 
por vírus (HIV, HCV), leucemia linfocítica crônica, 
doença de Hodgkin e anemia hemolítica autoimune. 
Reação cruzada: entre anticorpos feitos pra vírus e 
bactérias e as plaquetas 
• Sensibilização de plaquetas com anticorpos: 
remoção prematura da circulação. 
• Anticorpos contra glicoproteína IIb/IIIa ou Ib 
Dados Laboratoriais 
Hemograma: 
• Trombocitopenia 
• Macroplaquetas - Medula tenta compensar a 
perda, aumentando a proliferação e liberando 
Macroplaquetas. 
Mielograma: 
• Megacariócitos: normal ou ↑ 
Presença de anticorpos específicos antiglicoproteínas 
na superfície das plaquetas ou no soro: 
• GPIIb-GPIIIa ou GPIb 
Distúrbios da Função Plaquetária 
Alteração qualitativa nas plaquetas que estão em 
quantidades normais no plasma sanguíneo. 
Distúrbios hereditários 
Trombastenia (Doença de Glanzmann) 
• ↓GPIIb (redução) da membrana da plaqueta 
(gene no cromossomo 17) 
• Comprometimento na agregação 
Síndrome de Bernard Soulier 
• Plaquetas maiores que o normal e ↓GPIb 
(gene no cromossomo 23). 
• Comprometimento na adesão. Grau variável 
de trombocitopenia 
Em ambos: Contagem normal de plaquetas com 
sangramento aumentado 
Doença de Von Willebrand 
Distúrbio hemorrágico resultante de defeito 
quantitativo e/ou qualitativo do Fator de Von 
Willebrand (vWF). 
• É o distúrbio hemorrágico hereditário mais 
comum. 
• Pode ser adquirida, secundária a doenças 
malignas 
• Pode ser por causas genéticas 
o Congênita 
o Caráter autossômico 
o Mutações no gene que codifica o vWF 
Três tipos de Doença de Von Willebrand: 
• Tipo 1: Deficiência quantitativa parcial 
• Tipo 2: Anormalidade funcional ou qualitativa 
o 4 subtipos: 2A, 2B, 2M e 2N 
• Tipo 3: Deficiência quantitativa total (ausência 
de FvW) 
O FATOR 8 da cascata de coagulação, não fica livre no 
plasma sanguíneo, pois é carregado pelo FvW. Se 
ocorre redução de FvW consequentemente tem-se 
também redução do fator 8. 
Diagnóstico Laboratorial 
• Tempo de sangramento alongado. 
• Fator VIII REDUZIDO: – Fazer dosagem da 
capacidade de ligação ao fator VIII (vWF:FVIIIB) 
• TTPA pode estar alongado (FVIII também fica 
comprometido). 
• FvW REDUZIDO: nos tipos quantitativos (1 e 3), 
e no tipo qualitativo (tipo 2) o FvW é normal ou 
limítrofe.Hemofilias 
As Hemofilias são alterações na hemostasia 
secundária 
Hemofilia A 
A hemofilia A é um transtorno de coagulação, ligado à 
deficiência na produção de fator VIII da coagulação. 
• É uma doença recessiva ligada ao 
cromossomo X, logo o sexo masculino é mais 
frequentemente afetado, pois só tem um 
cromossomo X. 
É o tipo mais comum de hemofilia, representando 85% 
a 90% dos casos. 
• Severa: se o nível de fator VIII está abaixo de 
1% do normal. 
• Moderada: se o nível está entre 1 a 5% do 
normal. 
• Leve: se o nível está entre 5 a 40% do normal. 
Apresenta 
• TTPA prolongado (via intrínseca) 
• Diminuição de FVIII 
• FvW normal 
Causa Hemartrose ou artropatia hemofílica, que é um 
edema na articulação devido a deficiência de 
coagulação. 
 
Hemofilia B 
A hemofilia B é uma doença causada pela mutação no 
gene do fator IX. É o segundo maior tipo de hemofilia. 
• TTPA prolongado 
• Diminuição de Fator IX. 
Trombofilia 
Trombofilia é uma predisposição para desenvolver 
trombose 
Tríade de Virchow 
São três pilares que juntos aumentam a probabilidade 
de trombose 
1- Lesão endotelial (placa de ateroma) – 
liberação de colágeno 
2- Fluxo sanguíneo (hipertensão, redução de NO) 
3- Hipercoagulabilidade Ex: fator cinco de Leiden 
A Trombofilia pode ser hereditária ou adquirida. 
 
Exercícios

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