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HEMATOLOGIA ANEMIAS Diminuição do número de glóbulos vermelhos e/ou da concentração de Hemoglobina no Sangue Periférico. Normalmente a Hemoglobina para: • Meninos é maior ou igual a 14g/dl • Meninas é maior que 12g/dl A avaliação da anemia deve ser realizada com cautela, pois os “valores normais” do hematócrito e da dosagem de hemoglobina podem variar de acordo com fatores biológicos como idade, gênero, altitude, tabagismo, gravidez. Classificações Classificação Fisiopatológica • Anemia regenerativa São aquelas cuja causa é periférica, por exemplo, hiper-hemólise. A medula permanece normal podendo, portanto, aumentar a sua atividade conforme o caso, na tentativa de compensar as perdas. Nessa situação observamos um aumento de Reticulócitos (Reticulocitose) no sangue indicando hiperplasia medular. • Anemia Arregenerativa Apresentam causa “central” em que o órgão produtor de células, a medula óssea, é comprometido e resulta em eritropoese ineficaz. Ex: Deficiência de ferro e vitamina B12, ou Insuficiência da medula óssea como aplasias e neoplasias. • Anemia Hemorrágica Causada por perca de sangue; a hemorragia pode ser aguda ou crônica (lesão ulcerativa no tubo gastrointestinal) • Não Hematológica Comprometimento que não é hematológico, mas causa anemia. Ex: disfunção renal Classificação morfológica das anemias: Avalia Anisocitose e Anisocromia A morfologia do eritrócito (tamanho e coloração) pode ser uma forma de classificação. Nesse caso deve se levar em conta os índices hematimétricos. • Anemia Normocítica e Normocrômica: eritrócitos de tamanho e coloração normal, anemias da fase de diferenciação e fase de circulação. o VCM: 80 - 100 fL o HCM ≥ 27 pg o CHCM ≥ 32% • Anemias Microcíticas e Hipocrômicas: eritrócitos menores e com coloração mais clara que o normal, anemias da fase de hemoglobinização. o VCM < 80 o HCM < 27 pg o CHCM < 31% (OMS) • Anemia Macrocítica e Normocrômica: eritrócitos maiores e com coloração normal, anemias da fase de proliferação. o VCM > 100 fL Avaliação laboratorial pelo hemograma e reticulócitos: Hemoglobina – Hematócrito (OMS) VCM: Microcítica, Normocítica, Macrocítica CHCM: Normocrômica, Hipocrômica (< 31%)**** RDW: Homogênea, Heterogênea HDW: Índice de Anisocromia VCM x RDW: Etiologia presuntiva Reticulócitos: Produção da Série Vermelha Verificar também: Leucograma e Plaquetograma. HEMOGRAMA Exame com alto valor diagnóstico, no qual podemos avaliar alterações eritrocitárias, leucocitárias e plaquetárias. O Hemograma é composto pelo: • Eritrograma; • Leucograma; • Plaquetograma. ERITROGRAMA Fornece a contagem global dos eritrócitos, os valores hematimétricos e a análise morfológica das células vermelhas. Valores Hematimétricos Eritrócitos: automatizado ou em Câmara de Neubauer. Os eritrócitos do sangue periférico são contados pelo aparelho (impedância) e o resultado é dado em µL (microlitro) ou mm³ (milímetro cúbico). Valores de Normalidade (VN): • Homem: 4.500.000 a 5.500.000/ mm³ • Mulher: 4.000.000 a 5.000.000/ mm³ Hemoglobina: obtida pelo método da cianometahemoglobina em espectrofotômetro ou equipamento hematológico VN: Homem: 14 a 16 g/dL; Mulher: 12 a 14 g/dL Hematócrito: É a proporção de eritrócitos circulantes em relação à quantidade total de sangue do indivíduo, ou seja, exprime o percentual do volume ocupado pelos glóbulos vermelhos. Seu valor é expresso em porcentagem. Atualmente, na automação, o hematócrito é um parâmetro derivado do número e do volume dos eritrócitos, ou seja, Hematócrito = Eritrócitos x VCM Valores de referência para adultos: • Masculino: 40 – 50%; • Feminino: 35 – 45%. Cálculo dos Índices Hematimétricos Histograma de Hemácias RDW – Grau da Anisocitose Red Distribution Width (RDW): Coeficiente de variação de distribuição do volume das hemácias nos equipamentos hematológicos automatizados. Quando o valor está elevado no hemograma significa que os glóbulos vermelhos têm um tamanho superior ao normal, podendo ser visto no esfregaço sanguíneo hemácias muito grandes e muito pequenas. Quando o valor é abaixo do valor de referência, normalmente não apresenta significado clínico, somente se além do RDW outros índices estiverem também abaixo do valor normal. • VN: 11,5 a 14,5% • Representa a variabilidade da população eritrocitária. • Obtido a partir da curva de distribuição das hemácias de acordo com seu tamanho. • População homogênea a curva de distribuição é simétrica e o seu pico corresponde ao VCM. RDW-CV (medido como Coeficiente de Variação) e RDW-SD (medido como Desvio Padrão) Valores de Normalidade Índices de anemia Critérios para o uso de “cruzes” Critério Qualitativo: • 1+: alteração discreta • 2+: alteração observada em pequena quantidade • 3+: alteração observada em moderada quantidade • 4+: alteração intensa observada na maioria das células Critério Quantitativo (SBPC): • 0+: alteração observada em até 5% • 1+: alteração observada de 6 a 25% • 2+: alteração observada de 26 a 50% • 3+: alteração observada de 51 a 75% • 4+: alteração observada de 76 a100% https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/08/serie- vermelha-do-hemograma.html Poiquilocitose Acantócitos Hemácias que contém de 2 a 20 espículas, com causa provável da expansão da dupla camada lipídica que constitui a membrana do eritrócito. • Acantocitose hereditária • Doenças Hepáticas Graves • Esplenectomizados Equinócito hemácia crenada • Numerosas projeções espinhosas pequenas, uniforme que contornam todo o corpo celular. • Anemia Hemolítica Microangiopática. • Anemia hemolítica por drogas • Talassemias • Desidratação, queimaduras. • Doença Hepática. • Artefato. Esferócitos Hemácia pequena, esférica, com coloração uniforme sem centro claro. São células que perderam membrana, sem perda equivalente de citosol. • Anemia hemolítica autoimune • Esferocitose hereditária • Hb C • Esplenectomia • Queimadura Drepanócito Hemácia alongada em forma de foice • Anemia falciforme Codócitos - Hemácias em alvo Hemoglobina está concentrada no centro da célula formando um perfeito alvo. Consequência de excesso de membrana em relação ao volume do citoplasma. • Hb S, C e E • Talassemias • Doença hepática • Anemia ferropriva • Esplenectomia https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/08/serie-vermelha-do-hemograma.html https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/08/serie-vermelha-do-hemograma.html Eliptócitos Hemácia alongada em forma de bastonete. Alteração associada ao citoesqueleto dos eritrócitos • Eliptocitose hereditária • Talassemias • Anemia perniciosa • Anemia ferropriva Estomatócitos Deformação do centro claro da hemácia em forma de boca, raramente tem significado clínico. • Doenças hepáticas • Sangue de RN • Estomatocitose hereditária • Tratamento dacriócitos - Hemácias em lágrima Estão presentes quando existe fibrose de medula óssea ou diseritropoese severa • Anemia megaloblástica • Mielofibrose com metaplasia mielóide • Transplante Formação de Roleaux Empilhamento de eritrócitos • Aumento das globulinas plasmáticas • Mieloma múltiplo • Aumento do fibrinogênio Aglutinação dos Eritrócitos Formação de aglomerados irregulares de células Presença de crioaglutininas ou autocrioaglutininas da classe IgM Policromasia Alteração tintorial coloração azul- acinzentada dos eritrócitos, revelando a existência de células jovens na circulação. Reticulócitos • Eritrócitos jovens que contêm restos de Ácido Nucleico Ribossomal • Último estágio de maturação da série eritróide na M.O. Conteúdo dos reticulócitos • Mitocôndrias • Ribossomos • Centríolos e remanescentes do Complexo de Golgi Maturação• Processo de autofagia • Síntese de 1/3 do total de hemoglobina, contendo grande quantidade de receptores de transferrina. Inclusões Eritrocitárias Pontilhado basófilo Corpúsculo de Howell Jolly Corpúsculo de Pappenhaimer Anéis de Cabot Cristais de HBC Parasitas LEUCOGRAMA Avalia as alterações quantitativas e morfológicas dos leucócitos. Contagem é realizada em Câmara de Neubauer e Analisador hematológico; Valor de Normalidade (VN): 4.000 - 10.000/mm³ (adultos) ANEMIA FERROPRIVA OU FERROPÊNICA (POUCO FERRO) Caracterizada pela diminuição do ferro nos depósitos corpóreo Anemia ferropênica não está associada apenas a alimentação e ingestão correta do ferro, algumas pessoas possuem a deficiência no ferro mesmo se alimentando corretamente. Anemia mais frequente no mundo • 37% da população mundial (WHO, 2007); • Mais frequente nos países subdesenvolvidos; • Incidência maior nas mulheres em idade fértil e crianças. Revisão Qual é a quantidade média de ferro absorvido em pessoas saudáveis? Uma dieta normal contém de 13 a 18 mg de ferro, dos quais somente 1 a 2 mg serão absorvidos na forma inorgânica ou na forma heme. O Ferro total do organismo varia de 2 a 4 g sendo que 75% estão nas hemácias, ligadas ao grupo Heme; e 25% armazenadas nas proteínas (Ferritina e Hemossiderina) ou ligado à Transferrina (circulante no plasma). É importante ressaltar que o ferro não é excretado, apenas através de sangramentos ou descamação de células, nunca está presente na urina, por isso é importante absorver pouco. Quais são as fontes de ferro para eritropoese? Em qual proporção? • 2/3 do ferro para a eritropoese vem da hemocaterese • 1/3 do ferro vem da alimentação Quais são os alimentos ricos em ferro (férrico e ferroso)? Existem dois tipos de ferro: Ferro heme: é um ferro ferroso (Fe²) • É proveniente do animal • Já vem em forma de HEME, ou seja, associado à protoporfirina IX. Ferro não heme: é um ferro férrico (Fe³) • Possui origem vegetal • Ferro encontrado na forma livre, ou seja, sem fazer parte do grupo HEME. • Se encontra na forma oxidada, como ferro férrico. Absorção do Ferro Faça um esquema do enterócito e especifique quais são as proteínas da membrana apical responsáveis em absorver o Fe3+ e o Heme. Inclua no esquema do enterócito as proteínas da membrana basal responsáveis em absorver o Fe2+ e explique as três etapas para absorção do ferro: 1) captação e internalização na membrana apical do enterócito; 2) deslocamento intracelular, e 3) transporte para o plasma. O corpo humano não é capaz de absorver o ferro como forma de ferro férrico (Fe³) apenas como ferro ferroso (Fe²). Para que o ferro férrico possa entrar no enterócito precisa sofrer a ação da enzima Citocromo B duodenal, que vai fazer a redução do ferro férrico para o ferro ferroso. Esse ferro reduzido entra no enterócito pelo receptor DMT-1 (transportador de metal divalente), diferentemente do ferro heme que entra pelo receptor HCP1. Existe competição pelo DMT-1 com outros íons divalentes, podendo atrapalhar na absorção do ferro, como, por exemplo, o cálcio. O ferro dentro do enterócito tem dois caminhos, ou pode sair da célula e ir para a corrente sanguínea, ou ficar armazenado dentro do enterócito. Armazenamento: O ferro ferroso é oxidado a ferro férrico e se associa a proteína Apoferritina formando a Ferritina (Fe³ + Apoferritina), ou seja, o ferro pode ficar armazenado na forma de ferritina. Nessa forma pode ficar armazenado no enterócito, no hepatócito e no macrófago principalmente. Saída da célula: O ferro ferroso pode sair do enterócito pela Ferroportina, que é uma proteína transmembrana, e ir para o plasma sanguíneo. Quando o ferro ferroso for absorvido para o plasma ele sofre oxidação para ferro férrico e se associa a transferrina (glicoproteína plasmática), que irá transportar o ferro até a medula óssea. • Para a Ferroportina funcionar corretamente ela é controlada por duas outras proteínas,TRF e HFE. • Pessoas que possuem deleção no gene que codificam essas proteínas perdem o controle da ferroportina e ocorre muita absorção de ferro, que se acumula nos tecidos. O que é Hemossiderina? A Hemossiderina é uma ferritina que já sofreu muitas oxidações, ela fica imobilizada, insolúvel e não consegue ser transformada. O fígado é o maior depósito de ferro de todo o corpo. Os macrófagos armazenam muito ferro devido a sua ação no sistema reticulo endotelial. A presença da vitamina C no intestino melhora a absorção de ferro. Isto porque leva à mudança do estado de oxidação do ferro, de íon férrico para íon ferroso, tornando a absorção dele mais fácil. Biossíntese do HEME Heme = Protoporfirina IX + átomo de ferro ferroso A protoporfirina IX faz parte do grupo heme e é sintetizada na mitocôndria, possui quatro anéis pirrólicos (um anel com um nitrogênio), 4 metilas, 2 vinilas, 2 grupamentos de proprionato. A biossítese do heme ocorre nas células precursoras das hemácias, a partir do eritroblasto policromático e segue até os reticulocitos, na fase da Eritropoese denominada de Hemoglobinização. Durante essa fase é importante a presença do Ferro e da Vitamina B6. Parte da síntese do HEME ocorre nas mitocôndrias e parte no citosol. Diversas enzimas estão envolvidas na formação do heme. Tem como primeiro estágio a formação do ácido aminolevulínico a partir da condensação da glicina com a succinil Co-A, reação catalisada pela ALA Sintase que requer a participação da vitamina B6 como coenzima. Se não houver Vitamina B6, não há início do processo de síntese do HEME. Patofisiologia Como ocorre o controle de ferro intracelular e sistêmico? Controle Intracelular do Ferro • O RNAm produto da tradução da ALA SINTASE contém elementos reguladores do ferro (IRE) na sua extremidade 5', que interagem com proteínas reguladoras do ferro (IRP). • A formação do complexo IRE-IRP impede a tradução do RNAm da ALA SINTASE. • A afinidade do IRP ao IRE depende da quantidade de ferro dentro da célula. • ↑ ferro, a ligação IRP-IRE não ocorre o que permite a tradução da ALAS-2 • ↓ ferro, a ligação IRP-IRE ocorre bloqueando a tradução, abolindo a expressão e atividade da ALAS-2. Esse mesmo processo induz a síntese de TfR (receptor de transferrina). Controle Sistêmico do Ferro O controle sistêmico se dá pela Hepicidina que é um hormônio proteico responsável por bloquear a ferroportina. Quando essa se liga a ferroportina, a célula internaliza (endocita) e degrada a ferroportina. A produção e liberação de Hepcidina ocorre ou quando há uma grande quantidade de ferro ou quando tem alguma infecção/inflamação. Quadros de anemia bloqueiam a produção de Hepcidina. ADC (anemia de doença crônica) ADC resulta da ativação dos sistemas imune e inflamatório e leva a uma excessiva liberação de citocinas e proteínas de fase aguda. As principais citocinas envolvidas na fisiopatogênese da ADC são: interferon gama, fator de necrose tumoral alfa, IL-1, IL- 6 e IL-10. Patofisiologia • anormalidades no metabolismo e utilização prejudicada do ferro; • produção inadequada e bloqueio da resposta dos progenitores eritróides à eritropoetina; • redução da sobrevida das hemácias; • proliferação e diferenciação alteradas dos progenitores eritróides. Anemia Sideroblástica Anemia sideroblástica ou anemia refratária com sideroblastos em anel (ARSA) é uma anemia causada pela ineficiente produção de hemoglobina, apesar de uma dieta com ferro suficiente. O ferro se acumula nas mitocôndrias ao redor do núcleo das células precursoras dos glóbulos vermelhos (eritroblastos) formando sideroblastos em anel. Patofisiologia • Pode sergenética ou adquirida. • Nas formas hereditárias é caracterizada por marcante microcitose e hipocromia • As mutações mais comuns ocorrem no gene da ALA-S que se situa no cromossomo X. • A forma primária adquirida mais comum é um subtipo de mielodisplasia. Hemocromatose A hemocromatose é caracterizada por sobrecarga de ferro no parênquima celular. Causas – anemia ferropênica Perda sanguínea crônica: • Uterina: Menstruações abundantes, miomas; • Gastrointestinal: úlcera péptica, varizes esofagianas, hemorroidas, medicamentos, gastrectomia parcial, carcinomas, colites, diverticulites parasitoses; • Hematúria, hemoglobinúria. Aumento da demanda: • Prematuridade; • Crescimento; • Gravidez; • Terapia com EPO. Mal absorção: Enteropatia induzida por glúten, gastrectomia, uso de medicamentos que agridem o trato gastrointestinal. Exames laboratoriais • Hemograma + esfregaço; • Reticulócitos; • Saturação da transferrina; • Ferro sérico; • CTLF/TIBC (capacidade total de ligação do ferro); • Ferritina sérica; • Aspirado de Medula Óssea (quando necessário). Hemograma Anemia leve a moderada (início da doença): • Índices hematimétricos normais; • Anemia normocítica normocrômica. Anemia moderada a grave: • Microcíticas (VCM < 80 fL) e Hipocrômicas (CHCM < 31%); • Trombocitose; • Leucometria normal; • RDW-CV (> 16%); Hemácias normais e pequenas, aumentam o RDW • Número de Reticulócitos: normal ou diminuído. Na anemia ferropriva há a presença de hemácias Microcíticas e Hipocrômicas (menor produção de Hb) isso estimula as células tubulares a secretarem Eritropoietina que irá até a medula aumentar o processo de mitose. A hemácia por conta desse aumento de mitose tende a ficar menor. Sintomas • Diminuição da capacidade de trabalho • Hipoxemia: hipofunção miocárdica e pulmonar • Hipotrofia de papilas linguais • Coiloníquia • Intolerância ao frio • Distúrbios de comportamento: principalmente notados em crianças • Distúrbios da imunidade: sem evidências Tratamento • Tratar a causa da depleção de ferro (endovenoso ou via oral) • Cirurgia (hemorroida) • Correção de dieta • Suplementos minerais Perfil de ferro Compartimento funcional: • Hemograma • Zincoprotoporfirina (ZPP) • Ferro sérico • Receptor soluvel de transferrina (s)TfR • Reticulócitos Compartimento de transporte: • Transferrina sérica • Capacidade total de ligação do ferro à transferrina (TIBC) • Saturação da transferrina (ST): relação ferro sérico/TIBC Compartimento de estoque: • Pesquisa de ferro na medula óssea • Ferritina sérica Ferro sérico (60 -150 µg/dL) Mede o Ferro ligado à Transferrina; Normal: • Adultos maiores de 12 anos: • Masculino= 65 -175 ug/dL • Feminino = 50 -170 ug/dL. Baixo ( < 30µg/dL) Anemia de Doença Crônica < 50ug/dL, Talassemias e Anemia Sideroblástica = ferro normal ou aumentado. Ferritina Sérica ( 20-200ng/mL ) Bom parâmetro para avaliar os depósitos de ferro, mas é proteína de fase aguda (aumenta nos processos inflamatórios); Primeiro valor a se alterar, junto com a diminuição do estoque de Ferro da Medula Óssea. Normal : • Adultos maiores de 20 anos: • Masculino= 30 -400 ng/mL • Feminino= 13 -150 ng/mL Diminuída: < 10-15 ng/mL > 50: fala contra o diagnóstico de Anemia Ferropriva Anemia de Doença Crônica: 30-200 Talassemias e Anemia Sideroblástica: 50-300. CTLF/TIBC (Capacidade Total de Ligação do Ferro) Soma de todos os sítios de ligação de todas as moléculas de transferrina circulantes. Não sofre influência direta das alterações do Ferro. Normal: 228 - 428 ug/dL ou 40,8 -76,6 umol/L Elevada: exclusivamente pelo aumento da produção de transferrina pelo fígado; Baixa: anemia crônica (causas não ferropênicas). Saturação da Transferrina ( Normal > 16%) Espelha os sítios da “massa total de Transferrina” que estão ocupados pelo ferro: Ferro / CTLF; A Transferrina pode transportar até 2 átomos de ferro; Normal: 20 - 40% Anemia Ferropriva < 15% Anemia de Doença Crônica: 10 - 20% Fases de instalação 1) Depleção de Ferro: afeta os depósitos. RDW aumentado e Ferritina diminuída, Hb, VCM, HCM, CHCM normais. 2) Eritropoiese deficiência de Ferro: eritropoiese ferro- deficiente, alterações bioquímicas de insuficiência de Ferro, Hb e VCM começam a diminuir. 3) Anemia ferropriva (Instalada): Hb diminuída, RDW aumentado, Hipocromia (HCM e CHCM diminuídos); prejuízos funcionais. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Utilidades do Folato e Vitamina B12 O folato é necessário para a síntese de precursores purínicos de DNA. A vitamina B12 é necessária para a conversão de Metil Tetraidrofolato em Tetraidrofolato que será também usado na síntese de DNA. Anemias Megaloblásticas As anemias megaloblásticas constituem um grupo de anemias em que os eritroblastos da medula óssea mostram uma anormalidade característica: Atraso da maturação do núcleo em relação à do citoplasma por conta da deficiência de Vit. B12 / Ácido fólico Defeito básico: síntese defeituosa de DNA Macrocitose > 100 fL Anemias Não Megaloblásticas • Doenças hepáticas • Abuso de Álcool • Mielodisplasias • Anemia Aplásica • Uso de medicamentos citotóxicos VCM altos: falso-positivos • Crioaglutininas • Reticulocitose • Leucocitose • Análise tardia da amostra CARÊNCIA DE B12 OU COBALAMINA • Deficiência dietética – Vegetarianos restritos • Má-absorção por doenças gástricas ou intestinais (Doença celíaca, Ressecção do delgado, Doença inflamatória intestinal) • Anemia Perniciosa • Defeito na produção de Fator Intrínseco ( FI ) • Gastrectomia • Infestação por Taenia de peixe (Diphyllobothrium lattum) Anemia Perniciosa Gastrite atrófica –2 tipos: Causada por gastrite tipo A (auto-imune) • Anticorpo anti célula parietal (90%) • Anticorpo anti FI (75% - soro, saliva e suco gástrico) Causada por gastrite tipo B (não imune) • Infecção pelo Helicobacter pylori. • Destruição das células do antro • ↓ níveis de gastrina • ↓ secreção de ácido clorídrico • Acloridria Cirurgia: Gastrectomia • Anemia megaloblástica após 2-10 anos da cirurgia • Deficiência é de 10 - 40% das pessoas, e o grau de deficiência depende do tipo de cirurgia. • Associação frequente com ferropenia –anemia dimórfica. CARÊNCIA DE FOLATO (VITAMINA B9) Dieta inadequada (50µg na criança e 100µg no adulto, a quantidade mínima recomendada na dieta do adulto é de 400 µg) Anemia megaloblástica da gravidez e a anemia megaloblástica do lactente são os dois tipos mais frequentes dessa deficiência. • Hemólise • Alcoolismo • Idade avançada • Doenças intestinais associadas à má absorção, pobreza e desnutrição • Deficiências de folato são resultantes da associação de mais de um mecanismo DIAGNÓSTICO DA ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Quadro Clínico • Deficiências de vitamina B12 e de folatos são clinicamente indistinguíveis • Além das manifestações de anemia (fraqueza, palidez, dispneia, claudicação intermitente) são importantes os sintomas gastrointestinais • Graus variados de palidez, com pele cor de limão (combinação de palidez com leve icterícia) são comuns. • Anemia perniciosa - perda de papilas da língua, que fica lisa, brilhante e intensamente vermelha (“língua careca”). • Deficiência de vitamina B12 - quadro neurológico que auxilia na diferenciação. Sangue Periférico • Anemia • Macro-ovalócitos (VCM >115fL); • Algumas hemácias em lágrima (dacriócitos); • Pontilhado basófilo • Corpúsculo de Howell-Jolly • Eritroblastos megaloblásticos; • Pancitopenia: diminuição da quantidade de leucócitos, eritrócitos e plaquetas. • Hipersegmentação de neutrófilos o ≥5% de neutrófilos com ≥ 5 lobos (regra dos 5) → desvio à direita o Qualquer neutrófilo com ≥ 6 lobos jáé significativo (desvio à direita) o A hipersegmentação de neutrófilos não é mascarada pela carência de ferro concomitante; Medula Óssea • Hiperplásica com substituição de tecido adiposo e extensão para ossos longos • Aumento de Pró-eritroblastos e Eritroblastos Basófilos. Parada de maturação em EB • Eritroblastos gigantes (Megaloblastos) Diagnóstico Laboratorial • ↓Hb, Ht, Hemácias • ↓Plaquetas e leucócitos • ↑VCM • ↑RDW • ↑LDH ANEMIA APLÁSTICA Essa doença é condição resultante de aplasia de medula óssea onde há substituição de tecido hematopoiético por tecido adiposo, caracterizando uma pancitopenia, em que o número de precursores medulares está diminuído, trazendo como consequência aumento da susceptibilidade a infecções, problemas relacionados a anemia e problemas na coagulação. • Aplasia medular global: comprometimento de todas as linhagens • Aplasia pura: uma única linhagem hematopoiética, não havendo grandes alterações das demais células Diagnóstico Laboratorial Biópsia de Medula ANEMIAS HEMOLÍTICAS OU REGENERATIVAS Anemia hemolítica é definida como redução na sobrevida dos eritrócitos em razão do aumento do seu sequestro. • Medula Óssea (MO) “eficaz” – hiperplasia 6 a 8x para tentar compensar • Anemia Hemolítica pode não ser observada até que a sobrevida das hemácias seja inferior a 30 dias • Reticulocitose – coloração de Azul de cresil brilhante • Policromasia: coloração levemente basofílica quando faz a coloração normal. Essas anemias podem ser divididas em: Corpusculares (congênitas) e adquiridas. Congênitas Caracterizada por mutação gênica na produção de proteínas de: • Membrana (Membranopatia) – Alterações de proteínas do citoesqueleto e dos antígenos eritrocitários. • Hemoglobina (hemoglobinopatias) – alterações na estrutura da hemoglobina como, por exemplo, nas Talassemias e Anemia Falciforme. • Enzimas (enzimopatia) – alteração nas enzimas como, por exemplo, G6PD Congênitas de modo geral geram poiquilocitose. Adquirida • Infecções – Ex: malária (causa hemólise) • Agentes Químicos – Veneno • Agentes Físicos • Imune – Anticorpos autoimunes; Transfusão sanguínea. • HPN – Hemoglobinúria paroxística noturna Fisiopatologia da Hemólise Hemólise Extravascular Remoção das hemácias pelos Macrófagos do Sistema Reticuloendotelial (SRE) – Macrófago, baço e fígado. A hemácia quando se torna senil passa a apresentar na sua membrana alguns marcadores como diminuição da banda três e expressão de fosfatidilserina que serão reconhecidos pelos macrófagos do SRE ocorrendo a Fagocitose. • A Globina será degradada em aminoácidos, que serão utilizados para a produção de proteínas. • O ferro irá para o sangue se ligando a transferrina e será reutilizado para a eritropoese. • Protoporfirina será transformada em bilirrubina que irá ser conjugada no fígado. Quando o quadro de Hemólise está acentuado, haverá uma maior concentração de bilirrubina indireta na circulação o que irá provocar um quadro de Icterícia. Hemólise intravascular Ocorre lise das Hemácias por traumas ou por ação do complemento que irá lisar as células por via clássica ou alternativa e isso irá causar: Hemoglobinemia Presença de hemoglobina livre no plasma, essa Hb não possui capacidade de fazer troca gasosa e rapidamente é filtrada pelo rim, se acumulando na urina e gerando um quadro de Hemoglobinúria. Hemoglobinúria É a presença de Hemoglobina na Urina, e é um mau sinal quando encontrada, pois indica hemólise intravascular. A hemoglobina livre no plasma pode se ligar a Haptoglobina, que é uma proteína presente no plasma que se liga a hemoglobina e a transporta até o fígado, onde será degradada. Quando se tem um quadro de Hemólise intravascular, a Haptoglobina plasmática irá se apresentar BAIXA pois ela está ocupada ligada na Hb. A hemólise intravascular pode ter ocorrido por: Transfusão incompatível Quando ocorre uma transfusão incompatível um dos métodos para minimizar esse quadro é fazer o Plasma aferese, que consiste na troca de plasma do indivíduo com o da bolsa, para limpar o sangue do paciente que está cheio de sistema complemento agindo. Características clínicas • Palidez de mucosas • Icterícia • Esplenomegalia, hepatomegalia – Pode ocorrer por conta do aumento de fagocitose, ou do aumento de produção (Metaplasia Mieloide) • Urina pode torna-se escura pelo excesso de urobilinogênio • Urina pode tornar-se vermelha pelo excesso de hemoglobina • Cálculos vesiculares de pigmento (bilirrubina). Achados laboratoriais Aumento da destruição • ↑ BI • ↑ urobilinogênio, hemoglobinúria (hemólise intravascular) • ↓ Haptoglobina sérica (principalmente na hemólise intravascular) Aumento da produção • Reticulocitose • Hiperplasia eritróide da MO. Alterações e sinais de danos nas He • Morfologia: microesferócitos, eliptócitos, fragmentos etc. • Fragilidade osmótica, auto-hemólise etc. ..Reticulocitose Eritroblastos Policromasia ANEMIAS HEMOLÍTICAS CONGÊNITAS Sistemas de grupos sanguíneos relacionados com quadros de poiquilocitose: • Esferócitos – Fenótipo Diego • Estomatócitos - Fenótipo Rh nulo/Rh null • Acantócitos – KX: Mc Fenótipo McLoad • Eliptócitos - Gerbich: Fenótipo Leach Esferocitose Hereditária A Esferocitose hereditária (EH) é um tipo de anemia de que resulta de alterações quantitativas e/ou qualitativas das proteínas da membrana do eritrócito. Possui forma esférica e sem halo claro central. • Anemias hemolíticas mais comuns em europeus do norte (caucasianos) • 1 a cada 2.000 a 5.000 nascimentos • Transmissão autossômica dominante • ↓ deformabilidade e possui predisposição a aprisionamento esplênico • Fragilidade osmótica aumentada As proteínas do esqueleto proteico interagem com a bicamada lipídica e com as proteínas transmembranares fornecendo assim à membrana do eritrócito rigidez e integridade. Alterações de determinadas proteínas da membrana como a anquirina, espectrinas, banda 3 e proteína 4.2 estão na origem da diminuição da resistência osmótica dos esferócitos e na deficiência de área de superfície. Hemograma • Esfregaço sanguíneo: esferócitos, mas raramente aparecem acantócitos e fragmentos. • CHCM > 36% (50% dos pacientes) - hipercromia • Reticulocitose de 5 a 20% • Hb normal ou reduzida • VCM e HCM normais • RDW aumentado Curva de Fragilidade Osmótica Para verificação da Esferocitose pode também ser feito um Teste de fragilidade osmótica eritrocitária, onde se mistura eritrócitos com concentrações variadas de soro fisiológico a fim de verificar a fragilidade da hemácia na lise. Esferócitos possuem aumento de fragilidade devido à diminuição da relação volume/superfície. Eliptocitose Hereditária • Herança autossômica dominante • Anormalidades de proteínas do esqueleto de membrana do eritrócito; Ausência de Gerbich ou alteração na espectrina. • Ovalocitose do Sudeste da Ásia. He são rígidas e resistem a invasão de Plasmodium • A sobrevida dos eliptócitos é próxima ao normal • Pacientes anêmicos são minoria. • Os casos com anemia grave apresentam esferócitos, fragmentos de eritrócitos e policromasia (reticulócitos e RDW elevados) • Forma de bastão • Hemoglobina fica concentrada nas pontas: “distribuição de haltere”. • Também pode ser feito o Teste de fragilidade osmótica eritrocitária Hemograma • Reticulocitose • Esfregaço: esferócitos, acantócitos ou hemácias pinçadas. • ↑ CHCM • VCM normal ou diminuído – Analisadores Hematológicos não são capazes de notar essa alteração. Estomatocitose hereditária Hemácias caracterizadas por uma área central livre de Hb com formato semelhante a um cigarro ou salsicha.A doença é causada por diversos defeitos da membrana; a deficiência da proteína estomatina leva a um aumento da permeabilidade dos cátions Na e K, o que resulta em um aumento de sódio intracelular e água. A célula incha, o CHCM diminui e o VCM pode ser maior que 150fl nas hemácias mais edemaciadas. Em esfregações secos ao ar, as células inchadas têm uma área de palidez semelhante a uma boca; em preparações molhadas, as células são uniconcavas e aparecerem em formato de taça. Causas adquiridas de estomatocitose não são associadas com vazamento de cátions da membrana. Anemias hemolíticas adquiridas Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) A HPN é uma anemia hemolítica adquirida, considerada rara devido a sua baixa incidência, afetando cerca de 2 a 6 indivíduos por milhão de habitantes. Desenvolve-se devido a uma mutação no gene PIG-A, localizada no cromossomo X que impede ou diminui significativamente a síntese da proteína de ancoragem: glicosilfosfatidil inositol (GPI). A GPI é importante para ancorar os antígenos eritrocitários e outras proteínas das hemácias como, por exemplo, CD55 que tem função de proteger a hemácia de ataque do complemento e a CD59 que inibe a formação de complexo ataque pelo sistema complemento na membrana. Quando o paciente possui uma diminuição ou impedimento da síntese de GPI, dentre suas funções perdidas, está a incapacidade da atuação das proteínas reguladoras do sistema complemento, CD55 E CD59, tornando as células mais sensíveis a esta via da imunidade inata, por qualquer uma das três vias do complemento. Quando o complemento age, a hemácia é lisada (Hemólise INTRAVASCULAR) liberando Hemoglobina que será filtrada pelos rins, e se acumulando na urina tendo um quadro de Hemoglobinúria. Diagnóstico Laboratorial • ↓Hb • ↑Reticulocitose • Hemoglobinúria intermitente • Teste de Ham positivo (pH 6,2) • ↑BI • ↑LDH • ↓ Haptoglobina o Citometria de fluxo: ↓ expressão de CD55 e CD59 HEMOGLOBINOPATIAS A Hemoglobina é um tetrâmero formado por quatro subunidades: • Duas alfas • Duas betas Onde em cada Globina está presente o Grupo HEME. No organismo humano fisiologicamente há a presença de três tipos de Hemoglobina: • HbA – 2 α e 2 β (Presente de 95 a 98% nas hemácias) • HbA2 – 2 α e 2 δ (Presente de 2 a 4 % nas hemácias; geralmente 2,5%) • HbF – 2 α e 2 ϫ (Presente de 0 a 1% nas hemácias; geralmente 0,5%) A subunidade α é codificada por dois genes do cromossomo 16 A subunidade β é codificada por um gene do cromossomo 11 • A subunidade gama e delta também são codificadas pelo cromossomo 11. As hemoglobinas podem ter tanto alterações quantitativas quanto qualitativas. Quantitativa: produz menos da proteína do que deveria, ou seja, é um defeito na síntese de globinas. Ex: Talassemia (Alfa talassemia e Beta talassemia) Qualitativas: Proteína em quantidades normais, porém a proteína tem uma alteração na sua estrutura, ou seja, defeito estrutural. Ex: HbS, HbC, HbD. • Substituição da cadeia α: o HbM (Histidina pela Tirosina na posição 58) o HbO (Ácido glutâmico pela lisina na posição 116) • Substituição da cadeia β: o HbS (Ácido glutâmico pela Valina na posição 6) o HbC (Ácido glutâmico pela Lisina na posição 6) o HbD (Ácido glutâmico pela Glicina na posição 121) o HbE (Ácido glutâmico pela lisina na posição 26) Persistência hereditária de HbF É um terceiro tipo de Hemoglobinopatia É caracterizado pela persistência de HbF na vida adulta (assintomático). Mutações que fazem com que a hemoglobina fetal seja produzida em bastante quantidade durante a vida adulta. A 2,3 bisfosfoglicerato se liga na cadeia Beta e diminui a afinidade da Hb pelo oxigênio, liberando-o nos tecidos. A Hb Fetal possui maior afinidade pelo oxigênio e a 2,3 bisfosfoglicerato tem pouca afinidade pelas cadeias gama, então a Hb só depende do pH para deixar o oxigênio no tecido, então o processo de distribuição no oxigênio no tecido é prejudicada. Anemia Falciforme É uma Hemoglobinopatia hereditária caracterizada pela presença de uma hemoglobina anormal denominada de HbS (alteração qualitativa). Alteração da estrutura da Hb provocada por um erro estrutural na síntese da beta globina. A mutação que produz a HbS, ocorre no cromossomo 11 no gene que codifica a cadeia beta globina. A mutação consiste na troca de um Ácido glutâmico por uma Valina na posição 6 da beta globina. O ácido glutâmico possui carga negativa, enquanto a valina possui carga neutra. Teoria da seleção ambiental Hemácias falcizadas apresentam maior Resistência à malária • Indivíduos normais (HbAA): morte por malária • Indivíduos falcêmicos (HbSS): morte por anemia falciforme • Indivíduos portadores (HbAS): sobrevivência Doença hereditária nas formas: • Homozigota (HbSS): Anemia falciforme • Heterozigota (HbSS, SC, Sβ): Doença falciforme o Pessoas que possuam 1 alelo “S” e outro alelo mutado podendo ser S ou outro como por exemplo o “C”, são denominados de Doentes falciformes. • Heterozigota (HbAS): Traço falcêmico o Possui 1 Alelo S e outro Alelo normal. Processo de Falcização Quando há baixa tensão de oxigênio na hemácia, a hemoglobina S sofre uma modificação na sua conformação molecular devido à presença do aminoácido valina, que interage com o receptor fenilalanina e leucina de outra molécula de hemoglobina S, se ligando. Conforme os HbS vão se ligando devido à falta de oxigênio vão formando polímeros. Esses polímeros em quantidade passam então a deformar a membrana da hemácia que fica com o formato de foice. A polimerização do HbS impede o oxigênio de se ligar, ele então fica na forma livre sendo oxidado e formando íons superóxidos. Os íons superóxidos atacam a membrana das hemácias destruindo ácidos graxos, e oxidam as moléculas de HbS, que irão se agrupar formando o corpúsculo de Heinz. A precipitação dos Corpos de Heinz em direção a membrana, alteram a proteína Banda 3 e a disposição da Fosfatidilserina da Membrana que passa a ser expressa. Os macrófagos reconhecem a fosfatidilserina e fagocitam as hemácias, levando a pessoa a um quadro de Anemia. Aspectos principais da doença Oclusão vascular devido à forma das hemácias Hemólise no baço • Redução da sobrevida dos eritrócitos (10 - 30 dias) • Aparecimento do quadro anêmico • Atração eletrodinâmica entre eritrócitos • Formação de microtrombos capazes de provocar a oclusão vascular e necrose tecidual. Manifestações clínicas • Quadro anêmico se inicia nos primeiros meses de vida, quando ocorre a substituição da HbF pela HbS. • Hemólise crônica: Icterícia e esplenomegalia • Indivíduo pouco desenvolvido e com deformações ósseas • Crises aplásticas: baixa resistência a infecções e ulcerações (úlceras nas extremidades das pernas são comuns, causadas por estase vascular e isquemia local). • Priapismo (Ereção dolorosa) • Crises de oclusão vascular • Crises de sequestro visceral: pulmões, fígado, baço. Infartos esplênicos são comuns (auto- esplenectomia) • Dactilite na mão e no pé (inchaço com inflamação). Crises de Falcização Doente Falciforme não hemolisa todo dia, quando a hemácia sofre alteração na sua forma devido a desoxigenação, ela sofre alteração das proteínas de membrana e passa a expressar fosfatidilserina que vai ser reconhecida pelos fagócitos. Os fagócitos começam um processo inflamatório liberando citocinas e causando vasoconstrição. A vasoconstrição faz com que as hemácias falciformes oclusem o vaso, tendo uma crise vasoclusiva. Fatores desencadeantes das crises vasoclusivas: • Desoxigenação: altitude, cirurgia, parto, estase circulatória, exposição ao frio, exercício violento etc. (auxiliam na polimerização da HbS) • Infecção; • Acidose; • Desidratação;Transfusão O gatilho para fazer transfusão em pacientes falcêmicos, são os sintomas clínicos e não a anemia. Fatores que levam a transfusão: Crise de Falcização Um paciente falciforme só recebe transfusão quando está em crise de Falcização. Isso porque a transfusão não traz apenas benefícios. Como o sistema imune está muito ativado pode gerar aloimunização as hemácias transfundidas, aumentando a rejeição nos próximos transplantes. De modo geral o perfil do falcêmico é da seguinte forma: • HbS (76%) • HbA2 (4,0%) • HbF (20%) Quando o paciente tem uma HbS menor que 60%, menor são as chances de ter crise falcêmicas. Para diminuir de 76% para 60% pode ser feito uma série de transfusões com sangria, ou por aférese, onde a máquina separa as hemácias falcêmicas e introduz as hemácias normais da bolsa. Gestante Profilática (Antes de entrar em crise) Características laboratoriais da HbS • Poiquilocitose e Anisocitose marcadas • Reticulocitose • Redução da Haptoglobina sérica • Aumento da bilirrubina indireta • Presença de corpos de Howell-Jolly nos eritrócitos • Policromasia (Presença de precursores eritróides) • Hemácias falcizadas • Ferro, Ferritina normais ou aumentado • Hiperplasia da medula óssea. Talassemias Hemoglobinopatia C Defeito genético da hemoglobina por substituição de ÁCIDO GLUTÂMICO por LISINA na 6ª posição da cadeia da β-globina Há discreta anemia hemolítica , com formação de grande número de hemácias em alvo, células com forma romboidal e esferócitos; A anemia é discreta a moderada e o VCM e HCM são diminuídos, com aumento da CHCM. O RDW, HDW e os Reticulócitos estão aumentados; HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO Megacariócito • São células grandes que apresentam cerca de 100µ de diâmetro • Possui núcleo lobulado que vai de 4 até 8 lobos. • Citoplasma de contorno irregular e bem granuloso Em indivíduos saudáveis existem aproximadamente de um a quatro megacariócitos para cada 1000 células nucleadas na medula óssea. A trombopoetina produzida no rim e no fígado e a IL- 11 estimulam a unidade formadora de colônia GEMM a fazer a diferenciação para Megacarioblasto, que posteriormente vai dar origem ao megacariócito. Plaqueta As plaquetas são fragmentos celulares não nucleados originados a partir de parte do citoplasma do Megacariócito. • Possuem grânulos na sua estrutura que também são provenientes do citoplasma do Megacariócito. • São células pequenas, apresentam de 2 a 4µ. • Vida média de 9-10 dias • Níveis normais de plaquetas no sangue: 150.000 a 450.000 mm3 • Atuam na coagulação As plaquetas possuem função de aderir e agregar, e por esse motivo acabam sendo consumidas. Coagulação Mecanismos bioquímicos com finalidade de consolidar o tamponamento do vaso através da deposição de redes de fibrinas. Atuam na coagulação: plaquetas e proteínas plasmáticas, onde as plaquetas se unem as proteínas para formar o coágulo que dentro do corpo humano é denominado de trombo. Pessoas que possuem déficit dessas proteínas plasmáticas, vão ter extravasamento de liquido do vaso sanguíneo para o tecido e isso vai causar edema. A coagulação é um processo importante na hemostasia. Hemostasia É o processo pelo qual o organismo mantém o sangue fluído dentro do compartimento vascular sendo capaz de estancar o sangramento após uma lesão. Consiste no equilíbrio entre os agentes pró- coagulantes presentes na hemostasia primária e na secundária, agentes anticoagulantes que estão presentes na fase de inibição e os agentes fibrinolíticos (quebram fibrina). Participam desse processo de Hemostasia: • Plaquetas • Fatores pró-coagulantes • Agentes anticoagulantes • Agentes fibrinolíticos Na hemostasia existe a hemostasia primária e a hemostasia secundária. Hemostasia primária As fases da hemostasia primária podem ser definidas como Adesão, secreção, agregação. Quando ocorre uma lesão no vaso sanguíneo, a primeira ação deflagrada pelo corpo humano é fazer uma vasoconstricção no local, diminuindo o aporte sanguíneo. Por conta da lesão ocorre uma exposição de colágeno que é proveniente do tecido muscular rompido. Esse colágeno é capaz de ser reconhecido pela proteína plasmática denominada de FVW (Fator de Von Willebrand). O FVW se liga a esse colágeno formando um complexo capaz de ser reconhecido pelas plaquetas. As Plaquetas se ligam no FVW através da sua glicoproteína de membrana GP Ib/IX e GP Ia/IIa promovendo o processo de Adesão plaquetária. As plaquetas ligadas a FVW são ativadas e começam a fazer uma degranulação onde ocorre secreção de Tromboxana 2 , ADP, Serotonina (5-HT) que vão recrutar mais plaquetas pro local. As plaquetas na sua membrana possuem a glicoproteína GP IIb/IIIa que promove a ligação entre plaquetas e entre as plaquetas e o fibrinogênio. O fibrinogênio vai se ligando com as plaquetas aderidas no complexo e outras que foram recrutadas, sendo depositado entre elas. As plaquetas vão se ligando formando uma agregação plaquetária. A GP Ia/IIa pode se ligar direto ao colágeno, também ativando a adesão. Hemostasia secundária É uma cascata de coagulação, dividia em três vias, a via intrínseca, a via extrínseca e a via comum, que não se aplicam exatamente assim in vivo. Essas 3 vias são mais utilizadas para a analise do Coagulograma, que é um exame para avaliar o estado de coagulação no pacientes. Na lesão vascular existem duas coisas que vão ocorre simultaneamente: exposição do colágeno e ligação deste com o FVW e expressão do Fator tecidual que corresponde a hemostasia secundária. In vivo: In vivo o processo de hemostasia secundária ocorre em três passos principais: 1- Iniciação Inicia-se com a expressão do fator tecidual devido à lesão vascular. O Fator tecidual se junta ao fator 7 e promove sua ativação, agora chamado de 7a. O 7a em conjunto com o Fator tecidual atua ativando o fator 10 e o Fator 9. O fator 10 passa a ser 10a, que se une e ativa o fator 5, e o Fator 9 passa a ser 9a. O fator 10 ativado + 5 ativado se unem e formam um complexo denominado de complexo pró-trombinase que irá converter pró-trombina (fator II) em trombina (fator IIa). 2- Amplificação A trombina produzida na iniciação em pequenas quantidades é capaz de ativar de três formas a produção de mais trombina. Esse processo é conhecido como Amplificação. A Trombina é capaz de ativar os fatores 5, 8 e 11 que irão fazer a amplificação da produção de trombina. 3- Propagação: Fator 5 ativado se junta ao fator 10 ativado formando o complexo pro-trombinase, que irá converter pró- trombina em trombina. O fator 8 ativado se junta ao fator 9 ativado (pelo FT + 7a) formando o Complexo Tenase que será responsável por ativar o fator 10, que se une e ao fator 5, formando o Complexo pró- trombinase que irá produzir mais trombina. Ou seja, na propagação ocorre a formação do Complexo Tenase e do Complexo pró-trombinase levando a conversão de pró-trombina em trombina . A trombina irá converter fibrinogênio onde as plaquetas estão ligadas em fibrina, formando dessa forma um coágulo. De modo geral, os fatores pró-coagulantes são produzidos no Fígado com exceção do fator 8 e o FVW (produzido pelas células endoteliais, e megacariócitos). Existem alguns fatores que são VITAMINA K DEPENDENTES, são estes: II, VII, IX e X Resumo do processo de coagulação: Inibição (Finalização) O sistema de coagulação é contido e inibido por anticoagulantes específicos, como TFPI, proteína C, proteína S e antitrombina III. TFPI A fase de inicial da coagulação é controlada pelo TFPI que atua inibindo o complexo FT/FVIIa. O maior sitio de produção do TFPI é a célula endotelial. Proteína C A proteína C ativada em combinaçãocom a proteína S (cofator da proteína C) inibem os fatores Va e VIIIa que são necessários para sustentar a formação de trombina na coagulação. Antitrombina III: É a maior inibidora dos fatores de coagulação incluindo trombina, fator IXa e Xa. Heparina é um anticoagulante que potencializa a Antitrombina. Fibrinólise É o processo de quebra da fibrina em fragmentos solúveis pela plasmina para a recanalização do vaso, geralmente ocorre de 24 às 48h após a formação do coágulo. Ativador do plasminogênio tecidual converte a pró- enzima plasminogênio em plasmina que será responsável por lisar à rede de fibrina. Com excesso de plasmina é liberada a antiplasmina que se liga a plasmina impedindo o aparecimento de fibrinólise generalizada. Esta proteína está presente na circulação em concentração plasmática 10 vezes maior do que a plasmina. Proporção de 10:1. Quando a plasmina quebra a fibrina formam-se os PDF (Produto de degradação de Fibrina). Essas PDF funcionam como um marcador, pois toda vez que está aumentada no sangue é aumentada a proteína plasmática denominada de Dímero D. Dímero D: aumentado é um marcador de trombose, pois significa que a coagulação e a fibrinólise foram ativadas intensamente. Não é um marcador muito preciso. Fator 5 de Leiden Mutação no fator cinco, que vira um super fator 5 e não consegue ser inibido por nenhum dos agentes anticoagulantes, pessoas com essa síndrome tem mais pré-disposição a trombose. Obs: • Coágulo vermelho: Bastante hemácia junto da coagulação ocorre em trombose venosa • Coágulo branco: Coágulo apenas com plaqueta e fibrina. COAGULOGRAMA É dividido em 3 etapas/exames: 1- Tempo de Protrombina (TP) Avalia a via extrínseca e comum da coagulação com participação dos fatores VII, X, V, II e I. Consiste no intervalo de Tempo que demora ativar a Protrombina Padronizado com o International Normalized Ratio (INR) para evitar variações de reagentes 2- Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPa) Avalia a via intrínseca e via comum da coagulação composta pelos fatores XII, XI, IX, VIII, X, V, II, I, pré- calicreína, cininogênio. 3- Tempo de Trombina (TT) Resultado é reflexo da via comum X, V, II e I – tempo de formação do coágulo. Este teste mede a velocidade de conversão de fibrinogênio em fibrina. COAGULOPATIAS • São caracterizadas por doenças decorrentes de alterações quantitativas e/ou qualitativas de um ou mais fatores da coagulação e/ou plaquetas. • Estas doenças geralmente caracterizam-se pela ocorrência de sangramentos que pode variar em relação à gravidade e causa (espontânea ou traumática), porém podem também ser diagnosticadas apenas por alterações laboratoriais. • O conhecimento dos mecanismos básicos da coagulação é de extrema importância para uma correta investigação diagnóstica em casos suspeitos de coagulopatias. Dentro das coagulopatias temos problemas relacionados à hemostasia primária: que podem ser problemas quantitativos ou qualitativos. Hemostasia secundária: fatores da coagulação que pode ser quantitativo ou qualitativo. Trombocitopenia ou plaquetopenia Consiste na diminuição do número de plaquetas, ou seja, é uma patologia quantitativa da hemostasia primária. A Plaquetopenia é considerada em valores menores que 150 mil e pode ser causada devido a Insuficiência na produção ou aumento no consumo, ou ainda distribuição anormal de plaquetas e Perda dilucional. Valores ≤ 20 mil plaquetas necessitam de transfusão. Insuficiência na Produção: • Leucemia, Aplasia medular, falta de trombopoetina (Sintetizada no Fígado e nos rins) e IL-11, dengue. Aumento do consumo • Auto anticorpos Anti-plaqueta • Reação cruzada de Anticorpos que reagem com a plaqueta Distribuição anormal de plaquetas • Retenção de plaquetas em um baço com megalia (esplenomegalia) Perda dilucional Transfusão maciça do sangue conservados em pacientes com hemorragia. Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) Púrpura (sintoma): Petéquias Causada devido ao consumo excessivo de plaquetas, tendo redução das plaquetas que formam trombos. Ocorre nas formas hereditária e adquirida. PTT Hereditária Deficiência da enzima ADAMTS13 devido a mutações no gene produtor. Acredita-se que há mais de 50 mutações ADAMTS13 causadoras da PTT hereditária. No plasma, as moléculas de alto peso molecular de Fator de Von Willebrand (vWF) são clivados pela ADAMTS13 os deixando em pequenos fragmentos funcionais. Na PTT há uma deficiência no gene da enzima ADAMTS13, consequentemente, o FvW, não vai ser clivado permanecendo uma molécula grande que irá aderir mais ao endotélio sem a exposição de colágeno, aumentando a adesão e agregação plaquetária, consumindo a plaqueta e formando TROMBOS. PTT Adquirida Formação de auto anticorpo contra a ADAMTS13 inibindo a sua ação. Auto-anticorpo IgG inibidor da ADAMTS13 bloqueando a clivagem dos do FvW de alto peso molecular. Cadeias de vWF ancoram-se nas células endoteliais, e as plaquetas aderem por meio da glicoproteína Ib (GP 1b). Formando TROMBOS plaquetários grandes e oclusivos com consumo de plaqueta. Diagnóstico Laboratorial Hemograma: • Trombocitopenia • Esquizócitos LDH ↑ Testes de coagulação normais (Pois não é um problema na hemostasia secundária) ADAMTS13 ausente ou ↓ ↓ no plasma. Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) Diminuição do número de plaquetas devido à produção de um auto anticorpo. Geralmente é idiopática. Associação com Lúpus Eritematoso Sistêmico, infecção por vírus (HIV, HCV), leucemia linfocítica crônica, doença de Hodgkin e anemia hemolítica autoimune. Reação cruzada: entre anticorpos feitos pra vírus e bactérias e as plaquetas • Sensibilização de plaquetas com anticorpos: remoção prematura da circulação. • Anticorpos contra glicoproteína IIb/IIIa ou Ib Dados Laboratoriais Hemograma: • Trombocitopenia • Macroplaquetas - Medula tenta compensar a perda, aumentando a proliferação e liberando Macroplaquetas. Mielograma: • Megacariócitos: normal ou ↑ Presença de anticorpos específicos antiglicoproteínas na superfície das plaquetas ou no soro: • GPIIb-GPIIIa ou GPIb Distúrbios da Função Plaquetária Alteração qualitativa nas plaquetas que estão em quantidades normais no plasma sanguíneo. Distúrbios hereditários Trombastenia (Doença de Glanzmann) • ↓GPIIb (redução) da membrana da plaqueta (gene no cromossomo 17) • Comprometimento na agregação Síndrome de Bernard Soulier • Plaquetas maiores que o normal e ↓GPIb (gene no cromossomo 23). • Comprometimento na adesão. Grau variável de trombocitopenia Em ambos: Contagem normal de plaquetas com sangramento aumentado Doença de Von Willebrand Distúrbio hemorrágico resultante de defeito quantitativo e/ou qualitativo do Fator de Von Willebrand (vWF). • É o distúrbio hemorrágico hereditário mais comum. • Pode ser adquirida, secundária a doenças malignas • Pode ser por causas genéticas o Congênita o Caráter autossômico o Mutações no gene que codifica o vWF Três tipos de Doença de Von Willebrand: • Tipo 1: Deficiência quantitativa parcial • Tipo 2: Anormalidade funcional ou qualitativa o 4 subtipos: 2A, 2B, 2M e 2N • Tipo 3: Deficiência quantitativa total (ausência de FvW) O FATOR 8 da cascata de coagulação, não fica livre no plasma sanguíneo, pois é carregado pelo FvW. Se ocorre redução de FvW consequentemente tem-se também redução do fator 8. Diagnóstico Laboratorial • Tempo de sangramento alongado. • Fator VIII REDUZIDO: – Fazer dosagem da capacidade de ligação ao fator VIII (vWF:FVIIIB) • TTPA pode estar alongado (FVIII também fica comprometido). • FvW REDUZIDO: nos tipos quantitativos (1 e 3), e no tipo qualitativo (tipo 2) o FvW é normal ou limítrofe.Hemofilias As Hemofilias são alterações na hemostasia secundária Hemofilia A A hemofilia A é um transtorno de coagulação, ligado à deficiência na produção de fator VIII da coagulação. • É uma doença recessiva ligada ao cromossomo X, logo o sexo masculino é mais frequentemente afetado, pois só tem um cromossomo X. É o tipo mais comum de hemofilia, representando 85% a 90% dos casos. • Severa: se o nível de fator VIII está abaixo de 1% do normal. • Moderada: se o nível está entre 1 a 5% do normal. • Leve: se o nível está entre 5 a 40% do normal. Apresenta • TTPA prolongado (via intrínseca) • Diminuição de FVIII • FvW normal Causa Hemartrose ou artropatia hemofílica, que é um edema na articulação devido a deficiência de coagulação. Hemofilia B A hemofilia B é uma doença causada pela mutação no gene do fator IX. É o segundo maior tipo de hemofilia. • TTPA prolongado • Diminuição de Fator IX. Trombofilia Trombofilia é uma predisposição para desenvolver trombose Tríade de Virchow São três pilares que juntos aumentam a probabilidade de trombose 1- Lesão endotelial (placa de ateroma) – liberação de colágeno 2- Fluxo sanguíneo (hipertensão, redução de NO) 3- Hipercoagulabilidade Ex: fator cinco de Leiden A Trombofilia pode ser hereditária ou adquirida. Exercícios
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