Buscar

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BODERLAINE - Psicanálise e Educação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
CENTRO DE ESTUDO E TREINAMENTO 
CURSO PSICANÁLISE CLÍNICA 
MARIA DO S. ANDRADE SILVA 
 
 
 
 
 
 
TRANTORNO DE PERSONALIDADE BODERLAINE (TPB) 
PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOLTA REDONDA/RJ 
ANO 2020 
2 
 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BODERLAINE (TPB) 
 
Diante do tema proposto a cerca da definição de um Transtorno ligado a alguém 
próximo, farei menção do Transtorno de Personalidade Boderlaine (TPB). 
Minha filha mais nova foi diagnosticada com esse Transtorno, por isso achei 
viável menciona-lo neste relato por ser algo que tenho vivido diariamente. 
Identificar uma pessoa com personalidade borderline não é difícil, pois os 
sintomas incomodam todos os que se relacionam com ela, especialmente 
familiares. O quadro engloba algumas manifestações típicas de vários 
transtornos psiquiátricos como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar. 
Em relação ao distúrbio afetivo, minha filha apresenta diversas sensações, por 
vezes conflitantes, muitas vezes manifestando tensão aversiva, incluindo raiva, 
tristeza, vergonha, pânico, terror e sentimentos crônicos de vazio e solidão. 
Outro aspecto é a exagerada reatividade no humor, e com frequência ela muda 
com grande rapidez de um estado a outro, passando por períodos de desconforto 
e tranquilidade ao longo de um dia. Além disso, a cognição também se apresenta 
alterada. A sintomatologia varia, há ideias superestimadas de estar mal, 
experiências de dissociação - despersonalização e perda da percepção da 
realidade - outros sintomas são semelhantes aos psicóticos, com episódios 
transitórios e circunscritos de ilusões e alucinações baseadas na realidade. 
Uma característica a ser observada com frequência nela é a impulsividade, 
reações alarmantes diante de episódios a que se refere como cobrança, com a 
definição final de interiorização (se esconde) e baixa autoestima. 
Ela também apresenta traços na forma de se relacionar, intensos e instáveis, 
cujos problemas mais comuns são o profundo medo de abandono, que tende a 
se manifestar em esforços desesperados para evitar ser deixada sozinha, e 
alternância entre extremos de idealização e desvalorização, havendo frequentes 
discussões, rompimentos, baseados em uma série de estratégias mal adaptadas 
que a irritam e assustam, ou seja, é frágil emocionalmente diante as pressões 
diárias da vida. 
3 
 
Infelizmente o risco de suicídio é real. O tratamento é continuo com 
acompanhamento psiquiátrico e psicoterapêutico com inteirações 
medicamentosas para diminuir os sintomas. 
O psiquiatra admoesta sobre a questão de uma observação maior acerca do 
diagnóstico, porque o mesmo confessa em momentos dúvidas acerca, mas não 
descarta o mesmo, e por isso introduziu a ação medicamentosa para o controle 
das reações a quais ela manifesta. 
Tenho visto êxito no tratamento tanto analítico como psiquiátrico. 
O tratamento psicanalítico é feito de acordo com os sentimentos e pensamentos 
que o paciente verbaliza, e da relação terapêutica com o analista. Diante desta 
visão, vejo que a Psicanálise pode entrar de forma a conseguir levar o paciente 
a se conhecer e compreender a possibilidade de controle das suas emoções. 
Diante deste Transtorno podemos entender que estamos lidando com pulsões, 
que precisam ser controladas pra que a pessoa não seja levada a cometer 
atrocidades consigo mesma, cito a questão da automutilação (ato praticado 
como forma de aliviar as sensações de dor). 
Os instintos são os elementos básicos da personalidade, são as forças que 
impulsionam o comportamento e determinam o seu rumo. Diante disso podemos 
compreender que o paciente Boderlaine necessita de descobrir seu lado forte e 
positivo, isso se dá trabalhando esses impulsos de forma a compreende-los ao 
paciente como fonte de motivação. 
O paciente com transtorno TPB apresenta uma relação intensa com o analista, 
sendo este um ponto positivo, já que este funciona como um objeto-subjetivo 
para ele, ou seja, o analista está constituindo o paciente enquanto sujeito; por 
essa razão, quando o analista se afasta o paciente se sente inexistente. Em um 
processo analítico com pacientes com esse transtorno é importante que o 
analista esteja atento às necessidades do paciente de receber atenção total e se 
isso não ocorrer, saber acolher e manejar a situação, pois isso pode gerar uma 
quebra de confiança na relação terapêutica. 
O paciente com TPB teme ser invadido por ideias do outro, deixando assim, de 
ser ele mesmo, isso pode ocorrer na clínica, quando o borderline deixa de ouvir 
4 
 
seu objeto analítico. O analista deve ficar atento a movimentos transferenciais 
associados a essas questões, pois o paciente pode receber algumas 
observações como ataque ao seu self não constituído. Por isso a análise se dá 
ao longo de vários anos, respeitando o tempo singular do paciente no processo 
dessa constituição. 
Vale ressaltar que, em Psicanálise, não se trabalha com generalizações, por isso 
não generalizamos o paciente com TPB, sabendo que cada indivíduo é único e 
singular. Além disso, destaca-se, mais uma vez, a prática clínica do Psicanalista 
com estes pacientes, principalmente em relação à importância de uma escuta 
analítica para a condução do tratamento, não se fixando no diagnóstico 
estabelecido, já que se trabalha com as questões que surgem durante a análise, 
através dos pensamentos e sentimentos que eles verbalizam. 
Pode-se concluir, enfim, que o paciente com TPB precisa de acolhimento 
emocional, afinal de contas estamos lidando com um “insuportável vazio”.

Outros materiais