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Tratamentos disponíveis · Fármacos: Desde sua introdução, há mais de 30 anos a levodopa permanece como o padrão de referência no tratamento da doença com o qual as novas terapias são comparadas. A levodopa após penetrar a barreira hematoencefálica é convertida em dopamina pela dopa descarboxilase exercendo seus efeitos principalmente no núcleo estriado. Embora seja a principal droga no tratamento da DP, o uso prolongado e a estimulação pulsátil dopaminérgica acumulam evidências de serem os responsáveis, pelo menos em parte, para a ocorrência das complicações motoras tardias da doença. Entre outros medicamentos que são utilizados como adjuvantes ao tratamento estão a selegilina (e mais modernamente a razagilina), que bloqueia a metabolização central da dopamina através do bloqueio da monoamina oxidadse B (MAO); anti colinérgicos como o biperideno o triexifenidil; inibidores da catecol orto metil transferase (COMT) como o entacapone e o tolcapone (mais modernamente o opicapone); medicamentos que aumentam a síntese e a liberação de dopamina na fenda sináptica como a amantadina; além de antidepressivos tricíclicos, mio relaxantes e analgésicos. Mais modernamente, têm sido utilizados os agonistas dopaminérgicos em especial os novos agonistas como a cabergolina, o ropinirol e o pramipexol (sendo lançado também pela indústria farmacêutica a rotigotina, medicamento passível de uso por via transdérmica), que são drogas que estimulam diretamente os receptores dopaminérgicos simulando os efeitos da dopamina. (ANDRADE, A.O. et al. In: LEITE, C.R.M. (Org.), 2017) · Cirurgia: Antes da introdução da estereotaxia, a cirurgia na DP consistia em ressecção do córtex motor ou pré motor, como proposto por Bucy e Buchanan em 1932. Porém foi com Russel Meyers, na Universidade de Iowa, que as observações cirúrgicas que levaram a definição dos alvos foram realizadas, que mais tarde se tornariam alvos em cirurgia estereotática. Como na época não havia medicação efetiva para o tratamento da DP, cirurgia, muitas vezes aventureira, era indicada. No entanto, como o próprio Meyers relatou, a mortalidade atingia 15,7%. Em contraste, uma década após a cirurgia estereotática ser introduzida, Spigel e Wycis, relatataram mortalidade de 2%. Após isso, Riechert e Mundinger relatam mortalidade de menos de 1%, taxa que prevalece até os dias atuais. Assim, a indicação mais comum para cirurgia estereotática, antes da era da levodopa, era a DP. Dessa forma, os pacientes eram referidos para cirurgia em fase mais precoce do que hoje, embora com mais sintomas devido à ausência de tratamento farmacológico na ocasião. No final da década de 50, a maioria dos cirurgiões estereotáticos seguiram os conceitos de Hassler e Riechert em relação ao alvo tálamo, já que na época, o principal sintoma da DP era tremor (o sintoma precoce da doença). Foi estimado que, em 1965, aproximadamente 25.000 procedimentos estereotáticos foram realizados com o intuito de tratar DP. Porém, em 1968 isso mudou drasticamente, uma vez que, com a introdução da levodopa, tais procedimentos caíram em esquecimento e desuso. Foi quando, somente em 1992, Laitinen ressurge com a ideia de cirurgia estereotática para tratamento de DP sob a forma de palidotomia. Baseado nos efeitos adversos do uso crônico da levodopa, tais como discinesia e flutuações motoras, a palidotomia tem novamente seu uso amplamente difundido e com resultados relevantes. Ainda, em 1992, com os trabalhos de Benabid, criou-se o conceito e popularizou-se a utilização de estimulador cerebral profundo (DBS) subtalámico como tratamento das complicações motoras da DP. Desta forma, o uso de DBS tornou-se cada vez mais popularizado, especificamente nas duas últimas décadas na Europa e, desde 2002 nos Estados Unidos, quando o seu uso foi aprovado. Desde então, diversos trabalhos provaram a eficácia de tal procedimento para o tratamento sintomático da DP. (ANDRADE, A.O. et al. In: LEITE, C.R.M. (Org.), 2017) · Terapia por reabilitação: Em associação ao tratamento médico são aconselhados aos indivíduos acometidos com a DP os cuidados fisioterapêuticos [88, 89]. A fisioterapia é empregada como tratamento paralelo aos medicamentos e/ou a cirurgia utilizada na DP. (ANDRADE, A.O. et al. In: LEITE, C.R.M. (Org.), 2017). A atuação da Terapia Ocupacional na doença de Parkinson Embora ainda não exista cura, existem várias maneiras de controlar os sintomas. A preservação de uma vida profissional e social ativas ajuda no sucesso do tratamento. Considerando estes aspectos, a Terapia Ocupacional possui inúmeros recursos para melhorar a rotina e a capacidade funcional dos pacientes, seja nas atividades de vida diária e prática, de trabalho e de lazer, promovendo independência, estimulando a cognição e consequentemente melhorando a qualidade de vida. (COFFITO, 2018) O papel do terapeuta ocupacional reside em auxiliar o paciente a manter seu usual nível de autocuidado, trabalho e lazer ao máximo de tempo possível. Quando isso não é mais possível, terapeutas ocupacionais devem ajudar na adaptação do ambiente físico e social, no desenvolvimento e valorização de novos papéis e atividades. (DIXON et al., 2007 apud CRUZ et al, 2019) Em uma revisão sistemática, Foster, Bedekar e Tickle-Degnen (2014) apud CRUZ, D.M.C et al (2016) identificaram três grandes categorias de intervenção dos terapeutas ocupacionais na DP: · exercício ou atividade física (treinamento de resistência progressiva, mobilização articular; treinamento de estabilidade e equilíbrio, treinamento de marcha); · pistas, estímulos e objetos para melhorar as tarefas e o desempenho ocupacional (intervenções para DP visando enriquecer ou adaptar o ambiente promovendo o aumento da capacidade de resposta do cérebro aos estímulos ambientais e ao contexto de ação); · autogestão e estratégias cognitivo-comportamentais (intervenções individualizadas focadas na promoção de iniciativas de bem-estar e controle pessoal ajudando os participantes a melhorar a qualidade de vida) Intervenções: · Exercícios Físicos: ações que exercitam a coordenação motora, a função manual, a estimulação cognitiva. (CRUZ, D.M.C et al, 2016) · Estimulação da independência em AVD: para as AVD, ensinar estratégias compensatórias e uso de dispositivos de tecnologia assistiva, quando necessário. · Adaptação do ambiente: o objetivo é a redução de riscos de quedas. (CRUZ, D.M.C et al, 2016) · Orientações para a realização de atividades em domicílio: estimulação da atividade de escrita e alongamentos da musculatura intrínseca da mão. (CRUZ, D.M.C et al, 2016) · O terapeuta ocupacional pode utilizar dispositivos tecnológicos, sugerir mudanças ambientais e facilitar a execução de tarefas diversas tornando-as mais efetivas, seguras, econômicas, confortáveis e prazerosas. (ALMEIDA; CRUZ, 2009 apud CRUZ et al, 2019) · A Terapia Ocupacional pode explorar vários recursos no tratamento da Doença de Parkinson, mas um deles vem chamando a atenção em todo o mundo: o uso de animais. Trata-se de uma abordagem utilizada há muitos anos como coadjuvante em tratamentos de saúde. No Brasil, há registros desde 1950, quando a médica psiquiatra Nise da Silveira, passou a utilizar gatos como “co-terapeutas” em seus atendimentos com doentes mentais. Atualmente, entidades de saúde aproveitam o recurso no tratamento de pacientes com diversas patologias, entre elas o Parkinson. Um dos recursos usados no tratamento é chamado de Intervenção Assistida por Animais – IAA em que oferece estímulos ao paciente: táteis, visuais, olfativos, auditivos; com o objetivo de promover a auto-estima e autoconfiança; trabalhar a motricidade fina e grossa; trabalhar questões relacionadas com motivação, concentração e atenção; estabelecer vínculo afetivo, promover a socialização e interação sensorial, entre outros. (COFFITO, 2018) · Na APPP (Associação Paranaense dos Portadores de Parkinsonismo), é aplicado essa intervenção e é citado como benefícios: a diminuição de ansiedade, nervosismo e estresse, a socialização, maior estímulo da cognição e memória e melhorado padrão motor. Durante o tratamento são realizados exercícios de memória, raciocínio lógico, socialização, treino de marcha, estimulação da coordenação fina, habilidades manuais, alongamento e relaxamento, estimulação sensorial, atividades lúdicas, jogos e sessões temáticas. Após o atendimento, os pacientes e auto-avaliam e relatam melhora, que pode ser referente ao tremor, lentidão, rigidez, equilíbrio, dor ou estado emocional. (COFFITO, 2018) ANDRADE, A.O. et al. Sinais e Sintomas Motores da Doença de Parkinson: Caracterização, Tratamento e Quantificação. In: LEITE, C.R.M. (Org.). Novas tecnologias aplicadas à saúde: integração de áreas transformando a sociedade. Mossoró – RN, EDUERN, p. 195-227, 2017. CARVALHO, C.E.A.; SILVA, T.P. Doença de Parkinson: o tratamento terapêutico ocupacional na perspectiva dos profissionais e dos idosos. Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, v. 27, n. 2, p. 331-344, 2019. COFFITO. A atuação da Terapia Ocupacional na doença de Parkinson. 2018. CRUZ, D.M.C.; MONZELI, G.A.; TONIOLO, A.C. Intervenção em terapia ocupacional com um sujeito com doença de Parkinson. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 2, p. 387-395, 2016. Tópicos Tratamentos disponíveis · Fármacos · Cirurgia · Terapia por reabilitação A atuação da Terapia Ocupacional na doença de Parkinson O papel do terapeuta ocupacional reside em auxiliar o paciente a manter seu usual nível de autocuidado, trabalho e lazer ao máximo de tempo possível. Quando isso não é mais possível, terapeutas ocupacionais devem ajudar na adaptação do ambiente físico e social, no desenvolvimento e valorização de novos papéis e atividades. (DIXON et al., 2007 apud CRUZ et al, 2019) Intervenções · Exercícios Físicos · Estimulação da independência em AVD · Adaptação do ambiente · Orientações para a realização de atividades em domicílio · Intervenção Assistida por Animais – IAA · O terapeuta ocupacional pode utilizar dispositivos tecnológicos, sugerir mudanças ambientais e facilitar a execução de tarefas diversas tornando-as mais efetivas, seguras, econômicas, confortáveis e prazerosas. (ALMEIDA; CRUZ, 2009 apud CRUZ et al, 2019) Referências ANDRADE, A.O. et al. Sinais e Sintomas Motores da Doença de Parkinson: Caracterização, Tratamento e Quantificação. In: LEITE, C.R.M. (Org.). Novas tecnologias aplicadas à saúde: integração de áreas transformando a sociedade. Mossoró – RN, EDUERN, p. 195-227, 2017. CARVALHO, C.E.A.; SILVA, T.P. Doença de Parkinson: o tratamento terapêutico ocupacional na perspectiva dos profissionais e dos idosos. Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, v. 27, n. 2, p. 331-344, 2019. COFFITO. A atuação da Terapia Ocupacional na doença de Parkinson. 2018. CRUZ, D.M.C.; MONZELI, G.A.; TONIOLO, A.C. Intervenção em terapia ocupacional com um sujeito com doença de Parkinson. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 2, p. 387-395, 2016.
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