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Chagas – DEE / UFCG 43 Capítulo II Circuitos com Acoplamentos Magnéticos Estuda-se neste capítulo elementos de acoplamento magnético e circuitos que contêm esses elementos. Ao contrário dos resistores, capacitores e indutores não acoplados, tais dispositivos não possuem uma característica que possa ser associada a um só elemento físico, pois o acoplamento magnético resulta do compartilhamento das linhas de indução entre dois ou mais indutores fisicamente próximos. O estudo dos circuitos magneticamente acoplados serve de base para a teoria de máquinas elétricas, transformadores e demais equipamentos magnetoelétricos. 1. Revisão de Conceitos Fundamentais 1.1. Fluxo de Enlace Fluxo de enlace ou fluxo concatenado em um enrolamento é o produto do número de espiras desse enrolamento, N, pelo fluxo que efetivamente o atravessa, ou seja: N (2.1) No sistema internacional de unidades, é medido em Weber - espiras (Wb - t). Nos casos reais, o fluxo sofre dispersão, ou seja, não é enlaçado por todas as espiras do enrolamento. Assim, diferentes fluxos, 1, 2, ...,n, podem ser enlaçados por diferentes espiras, sendo o fluxo de enlace dado por: nnNNN ...2211 (2.2) São mostradas na Fig. 2.1 oito linhas de fluxo que atravessam uma bobina de cinco espiras, onde se supõe que cada linha corresponde a 1 Wb. Duas dessas linhas atravessam apenas uma espira, contribuindo com um fluxo concatenado de 2 Wb-espiras. Outras duas linhas atravessam três espiras, contribuindo com 6 Wb-espiras. As quatro linhas restantes atravessam todas as cinco espiras, contribuindo com 20 Wb-espiras. Assim, o fluxo concatenado total é de 28 Wb-espiras. Se todas as linhas de fluxo atravessassem todas as espiras do enrolamento, o fluxo concatenado total seria de 8 Wb x 5 espiras = 40 Wb – espiras. Assim, o fluxo de dispersão no indutor da Fig. 2.1 é de 12 Wb-espiras. Chagas – DEE / UFCG 44 Fig. 2.1. Linhas de fluxo que atravessam uma bobina. 1.2. Indutância Própria É considerado um indutor constituído por N espiras enroladas em torno de um núcleo de material ferromagnético, o qual é mostrado na Fig. 2.2; S é a área de seção reta e l é o comprimento médio da trajetória do fluxo magnético no núcleo. Fig. 2.2. Indutor com núcleo de material magnético. A lei de Faraday estabelece que uma variação de implica em uma força eletromotriz auto- induzida nos terminais do enrolamento, v, dada por: dt dN dt Nd dt dv )( (2.3) A expressão (2.3) também pode ser escrita como: dt id di d dt dv (2.4) Se este enrolamento encontra-se em um meio não magnético, d/di é constante, ou seja: idi dL (2.5) Chagas – DEE / UFCG 45 O parâmetro L é definido como sendo a indutância própria do enrolamento. No sistema internacional de unidades, é medida em Henry (H); assim, resulta a expressão: dt idLv (2.6) A relação entre a densidade de fluxo ou indução magnética, B, e o campo magnético H é definida como sendo a permeabilidade magnética do material, : H B (2.7) Pode-se também escrever: BSNN (2.8) Pela lei circuital de Ampére, tem-se: H N liiN dlH . (2.9) O produto N i é denominado força magnetomotriz, medida em Ampéres - espiras. Assim, de (2.5), (2.7), (2.8) e (2.9), resulta: l SNL 2 (2.10) Vê-se que a indutância própria é um parâmetro que depende apenas das dimensões geométricas da bobina e do núcleo (área de seção reta e comprimento), número de espiras e permeabilidade do material magnético. Das expressões (2.5) e (2.8), conclui-se que o efeito de dispersão do fluxo tende a reduzir a indutância própria da bobina. Este fato é evitado no projeto de equipamentos através da uniformização e redução do passo dos enrolamentos, dispostos em camadas, e da utilização de núcleos magnéticos constituídos por materiais de alta permeabilidade, de modo a minimizar a dispersão das linhas de fluxo No projeto de um indutor, quando se quer aumentar L através do aumento da seção reta do núcleo e do número de espiras, encontram-se restrições em relação a tamanho e custo. Outra restrição é relacionada à permeabilidade do material do núcleo. Os materiais magnéticos encontrados na natureza apresentam a propriedade da saturação, a qual se manifesta do modo indicado na Fig. 2.3. Ao magnetizar o material da curva b a partir do estado de desmagnetização total, observa-se que o modo de variação da indução, B, em função do campo magnético aplicado, H, somente pode ser considerado linear até o ponto P1. A partir deste ponto, cai bruscamente. Isto ocorre com uma liga ferro-silício ou uma liga amorfa, por exemplo. Na mesma figura também é mostrada a curva de magnetização B - H de um material Chagas – DEE / UFCG 46 não magnético (curva a), como o ar. Pelas equações (2.8) e (2.9), deduz-se que a curva de magnetização - i de um indutor apresenta-se semelhante à curva B - H. Fig. 2.3. ( a ) Material não-magnético; ( b ) material magnético. Observa-se que, além de certo valor de campo aplicado (ponto P2), são necessários incrementos cada vez maiores de H (ou de i) para uma mesma variação de B (ou de ). Isto implica em grandes variações nos valores da permeabilidade e na indutância L. Este fato leva a definir permeabilidade diferencial e indutância diferencial através das seguintes expressões: dH dBH )( (2.11) di diL )( (2.12) As expressões (2.11) e (2.12) correspondem, respectivamente, às inclinações das curvas B - H e - i, as quais se reduzem significativamente à medida que H e i aumentam. Neste capítulo somente serão considerados os indutores lineares. 1.3. Indutância Própria e Energia Armazenada Considera-se que a bobina da Fig. 2.4 possui resistência R e indutância L. Fechando a chave em t = 0, com i(0) = 0 e (0) = 0, pode-se escrever: dt diRv (2.13) O termo e = d/dt corresponde à força eletromotriz auto-induzida na bobina (também denominada força contra eletromotriz), a qual possui uma polaridade determinada pela lei de Lenz. Assim, a força eletromotriz auto-induzida manifesta-se de forma tal a produzir um fluxo Chagas – DEE / UFCG 47 magnético que tende a contrariar as variações do fluxo associado à corrente imposta pela fonte. Se i está crescendo, o sentido de e se estabelece de modo que o terminal superior da bobina da Fig. 2.4 apresenta sinal positivo e o terminal inferior apresenta sinal negativo. Se i está decrescendo, os sinais apresentam-se invertidos. Fig. 2.4. Energização de uma bobina de resistência R e indutância L. Multiplicando ambos os membros de (2.13) por i dt: didtiRdtiv 2 (2.14) Considerando o período dt, o termo v i dt é a energia fornecida ao circuito pela fonte, o termo R i2dt é a energia dissipada pelo resistor e i d é a energia dWm armazenada no campo magnético da bobina isolada, estacionária e não deformável, ou seja: didWm (2.15) A energia total armazenada é dada por: m diWm 0 (2.16) Se o meio não contém materiais ferromagnéticos, L é constante. Considera-se I como sendo a corrente de regime permanente do circuito. Como = L i, tem-se: I m ILdiiLW 0 2 2 1 (2.17) 2. Indutância Mútua 2.1. Definição São mostradas na Fig. 2.5 duas bobinas próximas, 1 e 2, sendo a bobina 1 percorrida por uma corrente variável i1, de modo a se estabelecer um fluxo magnético 1, o qual possui as seguintes componentes: d1, que atravessa apenas a bobina 1, e m1, que atravessa as bobinas1 e 2. d1 e m1 são denominados, respectivamente, fluxo de dispersão e fluxo de acoplamento. Supõe-se inicialmente a bobina 2 em aberto. Chagas – DEE / UFCG 48 Fig. 2.5. Bobinas magneticamente acopladas. Sendo 1 = m1 + d1, os fluxos de enlace nas bobinas 1 e 2, produzidos por i1, são: 11111 iLN (2.18) 112121 iMN mm (2.19) O coeficiente de proporcionalidade M12 é denominado indutância mútua. Como no caso da indutância própria, ela depende da permeabilidade magnética do meio e das dimensões geométricas das bobinas. Além disso, M12 depende do posicionamento relativo das bobinas. No Sistema Internacional de Unidades, a indutância mútua é expressa em Henrys (H). 2.2. Indutância Mútua e Energia Armazenada Considerando duas bobinas estacionárias e magneticamente acopladas, colocadas num meio de permeabilidade constante, supõe-se o seguinte procedimento: a. Liga-se uma fonte à bobina 1, aumentando-se a corrente i1, de 0 a I1, com a bobina 2 em aberto; após isto, com I1 mantida constante, liga-se outra fonte à bobina 2, aumentando- se a corrente i2 de 0 a I2. b. Liga-se a fonte à bobina 2, aumentando-se a corrente i2, de 0 a I2, com a bobina 1 em aberto; após isto, com I2 mantida constante, liga-se outra fonte à bobina 1, aumentando- se a corrente i2 de 0 a I1. No procedimento ( a ), a energia armazenada na bobina 1 devido ao aumento de i1 é: 1 ' 1 0 2 111110 11 2 1)( I ILiLdidi (2.20) Como a corrente na bobina 2 cresce de 0 a I2, com I1 mantida constante, ambas as bobinas armazenarão energia. A energia armazenada na bobina 2 face ao aumento de i2 é: Chagas – DEE / UFCG 49 ' 2 0 22 di Caso os fluxos de enlace estejam no mesmo sentido ou em oposição, tem-se: 112222 IMiL (2.21) Como I1 é constante, pode-se escrever: 222 diLd (2.22) Logo, a energia armazenada na bobina 2 é: 2 ' 2 0 2 222220 22 2 1)( I ILiLdidi (2.23) Para os fluxos de enlace no mesmo sentido ou em oposição, tem-se para 1: 221111 iMIL (2.24) 2211 diMd (2.25) A energia armazenada na bobina 1 devido ao aumento de i2 é: 2 '' 1 0 212122110 11 )( I IIMdiMIdI (2.26) A energia total armazenada nas duas bobinas, Wm, após o procedimento ( a ) é dada pela soma de (2.20), (2.23) e(2.26), ou seja: 2121 2 22 2 11 2 1 2 1 IIMILILWm (2.27) Obviamente, se for realizado o procedimento ( b ), a energia total armazenada resultará em: 2112 2 22 2 11 ' 2 1 2 1 IIMILILWm (2.28) É fácil entender que Wm’= Wm, pois a quantidade total de energia armazenada no campo magnético do sistema independe da ordem segundo a qual as correntes são incrementadas. Assim, resulta: 2112 MM (2.29) 3. Coeficiente de Acoplamento No circuito da Fig. 2.6, m1 e m2 são os fluxos de acoplamento das bobinas 1 e 2. d1 e d2 são os fluxos de dispersão. Considerando i2 = 0, a tensão induzida na bobina 2 é dada por: dt d Nv m122 (2.30) Da expressão (2.19), N2m1 = M12i1; assim: Chagas – DEE / UFCG 50 dt idMv 12 (2.31) Fig. 2.6.Bobinas magneticamente acopladas. Igualando (2.30) e (2.31): 1 1 2 di dNM m (2.32) Se as bobinas se encontram em um meio onde não ocorre saturação magnética, pode-se considerar que m1 varia linearmente com i1; assim: 1 1 2 i NM m (2.33) Considerando agora i1 = 0 e uma corrente i2 circulando na bobina 2, o fluxo criado por esta bobina que atravessa a bobina 1 está associado à indutância mútua M, dada por: 2 2 1 i NM m (2.34) Define-se coeficiente de acoplamento entre as bobinas 1 e 2 como sendo a relação entre o fluxo compartilhado pelas duas bobinas e o fluxo produzido por cada uma delas, ou seja: 2 2 1 1 mmk (2.35) Por outro lado: 111 dm (2.36) 222 dm (2.37) Como m1 1 e m2 2, tem-se que 0 k 1. De (2.33) e (2.34), obtém-se: 11 2 2 2 2 1 1 1 2 2 2 1 1 1 2 2 2 1 1 1 2 2 LLk i N i Nk i kN i kN i N i NM mm (2.38) Chagas – DEE / UFCG 51 21 LLkM (2.39) 4. Polaridades de Enrolamentos 4.1. Corrente Induzida Na análise de circuitos contendo indutores acoplados magneticamente, é indispensável que se tenha informação acerca dos sentidos dos enrolamentos dos indutores, uma vez que isto influi diretamente nas polaridades das tensões associadas ao fenômeno da indução mútua. A Fig. 2.7(a) mostra o enrolamento 1 ligado a uma fonte e o enrolamento 2 ligado a uma carga passiva. A corrente i1 é suposta crescente no sentido indicado. O efeito produzido na bobina 1 consiste no surgimento de uma tensão v1 associada à indutância própria. Conforme foi visto anteriormente, esta tensão, denominada força eletromotriz auto-induzida, apresenta um sentido determinado pela lei de Lenz, estabelecendo-se de forma a se opor ao aumento de i1. ( a ) ( b ) Fig. 2.7. Influência dos sentidos dos enrolamentos nos sinais das tensões induzidas. O fluxo crescente 1, associado a i1, também atravessa a bobina 2, produzindo, pela lei de Lenz, um fluxo 2 cujo sentido é tal que se opõe ao crescimento de 1. Se os terminais da bobina 2 não se acham em aberto, surgirá na mesma uma corrente i2 cujo sentido é determinado pela regra da mão direita. Esta corrente acha-se associada a uma tensão induzida v2, com o sentido indicado em (a). A tensão v2 é chamada força eletromotriz induzida, a qual é causada pela indutância mútua entre as duas bobinas. Na Fig. 2.7(b), o sentido do enrolamento 2 é oposto ao enrolamento 2 da Fig. 2.7(a). Supondo i1 crescendo no sentido indicado e usando o raciocínio descrito anteriormente, conclui-se que o sentido da força eletromotriz induzida v2 é oposto ao mostrado na Fig. 2.7(a). Entretanto, não é prático representar os circuitos mostrando os sentidos dos enrolamentos, uma vez que isto implica em detalhes que sobrecarregam os diagramas. Para contornar o problema, são utilizadas as representações simplificadas da Fig. 2.8. Chagas – DEE / UFCG 52 Tais simplificações consistem no seguinte: dois terminais de um par de bobinas magneticamente acopladas que apresentam mesma polaridade devem ser marcados com um ponto. Esses terminais de mesma polaridade são ditos correspondentes. ( a ) ( b ) Fig. 2.8. Representação simplificada das polaridades relativas dos enrolamentos. Na Fig. 2.9 acham-se mostrados exemplos que mostram a aplicação da regra do ponto para determinação da polaridade da tensão mútua. Assim, é estabelecida a convenção a seguir. ▪ Se uma corrente entra pelo terminal da bobina marcado com um ponto, a polaridade de referência da tensão induzida na segunda bobina é positiva no terminal da segunda bobina marcado com um ponto. ▪ Se uma corrente sai pelo terminal da bobina marcado com um ponto, a polaridade de referência da tensão induzida na segunda bobina é negativa no terminal da segunda bobina marcado com um ponto. ( a ) ( b ) ( c ) ( d ) Fig. 2.9. Exemplos mostrando a aplicaçãoda regra do ponto. Chagas – DEE / UFCG 53 4.2. Correntes Impostas por Fontes em Ambos os Enrolamentos Em relação à Fig. 2.7, considerando os terminais de mesma polaridade já identificados com pontos, supõe-se que ambos os enrolamentos são agora percorridos com correntes impostas por fontes externas, com os sentidos indicados na Fig. 2.10. Fig. 2.10. Determinação dos sentidos dos fluxos produzidos por correntes de diferentes sentidos. Neste caso, os sentidos das correntes no enrolamento 2 já não dependem do fenômeno de indução mútua, mas das polaridades das fontes. Para os sentidos das correntes nos enrolamentos, os sentidos dos fluxos por elas produzidos são determinados através da regra da mão direita. Assim, constata-se o seguinte fato: ▪ quando ambas as correntes entram ou saem nos terminais de mesma polaridade, elas criam fluxos no mesmo sentido; ▪ quando uma corrente entra num terminal com ponto e a outra sai, os fluxos são opostos. 4.3. Teste de Polaridade – Método do Golpe Indutivo Uma forma simples de determinar em laboratório as polaridades dos enrolamentos consiste na utilização da montagem da Fig. 2.11, seguindo-se o procedimento descrito a seguir. ▪ Marca-se um ponto no lado superior do enrolamento primário. No enrolamento secun- dário, liga-se um voltímetro CC (preferencialmente, do tipo com escala de zero central). Chagas – DEE / UFCG 54 ▪ Fecha-se a chave e observa-se o sentido de deslocamento do ponteiro. Se o sentido for horário, o ponto no enrolamento secundário é marcado no terminal ligado ao borne positivo do voltímetro; caso contrário, o ponto é marcado no terminal ligado ao borne negativo. Fig. 2.11. Montagem para determinação de polaridades (método do golpe indutivo). 5. Circuitos com Acoplamento Elétrico e Magnético 5.1. Considerações Gerais Até aqui, somente foram considerados indutores com acoplamento puramente magnético. A partir de agora serão também considerados indutores eletricamente acoplados. Inicialmente, são consideradas ligações de dois indutores em série e em paralelo. Posteriormente, serão analisadas configurações mais gerais, as quais incluem resistores e capacitores. O funcionamento em regime permanente senoidal permite o emprego da análise fasorial. Assim, as expressões v = L di / dt e v = M di / dt serão substituídas por V = j LI e V = j MI, sendo j L e j M as reatâncias própria e mútua, respectivamente. 5.2. Indutores em Série Dois indutores magneticamente acoplados e ligados em série são mostrados na Fig. 2.12. ( a ) ( b ) Fig. 2.12. Indutores magneticamente acoplados ligados em série. Para as configurações ( a ) e ( b ), tem-se, respectivamente: Chagas – DEE / UFCG 55 IV )( 21 MjLjMjLj (2.40) )2( 21 MLLjI/ VZ (2.41) Isto sugere que, para os casos ( a ) e ( b ), as indutâncias equivalentes são, respectivamente: MLLL 221 (2.42) MLLL 221 (2.43) 5.3. Indutores em Paralelo O problema agora é determinar um indutor equivalente à associação de dois indutores em paralelo. Na Fig. 2.13 são mostradas duas situações possíveis. ( a ) ( b ) Fig. 2.13. Indutores magneticamente acoplados ligados em paralelo. Aplicando a lei de Kirchhoff das malhas no circuito da Fig. 2.13(a), rearranjando os termos e colocando em forma matricial: 2211 )( IIIV MjLj (2.44) )()(0 12222121 IIIIII MjLjMjLj (2.45) 2 1 211 11 )2()( )( 0 I IV MLLjMLj MLjLj (2.46) Pela regra de Cramer: )2()( )( )2(0 )( 211 11 21 1 1 MLLjMLj MLjLj MLLj MLj V I (2.47) VI )( )2( 2 21 21 1 MLLj MLL (2.48) A impedância vista dos terminais da fonte é: Chagas – DEE / UFCG 56 )2( )( 21 2 21 1 MLL MLLj I VZ (2.49) A indutância equivalente da associação é dada por: )2( )( 21 2 21 MLL MLLL (2.50) Uma análise semelhante em relação à Fig. 2.13( b ) fornece: )2( )( 21 2 21 MLL MLLL (2.51) 5.4. Exemplos Exemplo 1 - No circuito da Fig. 2.14, pede-se que se faça a marcação das polaridades dos indutores com pontos, bem como o cálculo da tensão sobre o capacitor. Fig. 2.14. Circuito do Exemplo 1. Solução - Considera-se a corrente penetrando no terminal superior da bobina esquerda e coloca-se aí um ponto. Pela regra da mão direita, o sentido do fluxo correspondente é de baixo para cima. Considera-se agora o fluxo produzido pela corrente da bobina da direita orientado de cima para baixo, no mesmo sentido do fluxo anterior. Para que isso ocorra, a corrente nesta bobina tem de penetrar no terminal superior. Logo, esse terminal deve também ser marcado com um ponto, pois, conforme foi anteriormente afirmado, se as correntes entram ambas em terminais correspondentes, elas produzem fluxos no mesmo sentido. Assim, o circuito é redesenhado como mostra a Fig. 2.15. Convencionando as correntes de malha como o indicado e aplicando a lei de Kirchhoff das malhas, obtém-se: 1221 102)()55(10 IIII jjj Chagas – DEE / UFCG 57 )(2)55(2)()55(10-10 212221 IIIIII jjjjj Fig. 2.15. Circuito redesenhado do Exemplo 1. Simplificando e colocando em forma de matriz: 10-10 10 61035 3555 2 1 jjj jj I I A primeira matriz desta equação (quadrada e simétrica) é denominada matriz impedância de malha. Aplicando a regra de Cramer e calculando VC: 0114 1 01,1 61035 3555 6101010 3510 je jj jj jj j I 024114 1 1,1001,11010 0 jj C eexjj IV Exemplo 2: No circuito da Fig. 2.16, determinar Z, de modo que haja máxima transferência de potência nos terminais AB. Fig. 2.16. Circuito do Exemplo 2. Solução - Inicialmente, será determinado o circuito equivalente de Thévenin da Fig. 2.17, visto dos terminais ab. A impedância ZT é dada por Chagas – DEE / UFCG 58 N T I VZT Fig. 2.17. Circuito equivalente de Thévenin. A tensão VT é a tensão dos terminais ab em aberto, como é mostrado na Fig. 2.18. A corrente IN é a corrente em um curto-circuito nos terminais ab, como ilustra a Fig. 2.19. Fig. 2.18. Circuito com terminais AB em aberto. Fig. 2.19. Circuito com terminais AB em curto-circuito. Para o circuito da Fig. 2.18, são escritas as seguintes equações: IIIIIIV )265(410485 jjjjj 265 j VI 265 1414410 j jjjjT VIIIV Para o circuito da Fig. 2.19, tem-se: Chagas – DEE / UFCG 59 11111 4)(10)(485 IIIIIII V jjjj NN 11 4)(100 III jj N 6450 14 j VI N É importante observar que um curto-circuito nos terminais do indutor não implica em sua eliminação. Isto se deve ao fato de que há uma tensão induzida nos terminais do mesmo, face ao efeito da indutância mútua. Simplificando e eliminando I1, resulta: 09,6206,3 )6450(/14 )265(14 j N T e jj jj V /V I VZT De acordo com o teorema da máxima transferência de potência, o valor da impedância Z para que haja máxima transferência de potência ativa para a carga é Z = Z*, ou seja: 09,6206,3 jeZ Exemplo 3 - No circuito da Fig. 2.20, determinar o valor do coeficiente de acoplamento entre os indutores, sendo V = 20 V e 32 W a potência no resistor de 10 . Fig. 2.20. Circuito do Exemplo 3. Solução - Escrevendo as equações de malha do circuito, obtém-se: 1221 10)(820 IIII mXjj )(5)(80 122212 IIIIII mm XjjXjj Eliminando I2, chega-se aj m m e IX Xj 11 2 2020 213 )8( 810 I , > 0 Para o módulo da corrente I1, tem-se: 789,110/32/1 RPI Das duas últimas expressões, pode-se tirar: Chagas – DEE / UFCG 60 ocos 55,26 789,1 2010 555,26 789,1 20 213 )8(8 2 o m m sen X X Isto resulta na seguinte equação: 025102 mm XX 5mX O coeficiente de acoplamento k é: 79,058/5 xk Exemplo 4: No circuito da Fig. 2.21, calcular as potências complexas nos indutores. Fig. 2.21. Circuito do Exemplo 4. Solução - Para as equações de malha do circuito, tem-se: 211 1124 III jj 12 124 II jj 4 4 21 112 2 1 I I jj jj 2353,09412,01 jI 8824,14706,02 jI A tensão no indutor de 2 é: 4706,01176,211 211 jjj IIV As potências complexas requeridas são: 9412,08824,1111 j *IVS 5294,78824,14 22 j *IS Observa-se que as potências ativas (partes reais de S1 e S2) são diferentes de zero. Porém, a soma das mesmas é nula. Isso é válido para qualquer número de indutores acoplados. Chagas – DEE / UFCG 61 6. Construção da Matriz Impedância de Malha por Inspeção No exemplo do item anterior, aplicou-se a lei de Kirchhoff para determinação das correntes de malha. A partir das mesmas, construiu-se uma equação matricial do tipo: )xm()xm()mxm( 11 VIZ (2.52) onde m é o número de malhas consideradas. Na formação dessa equação devem ser considerados os acoplamentos magnéticos em indutores, o que constitui um fato novo. Neste item, a montagem de (2.52) será sistematizada de modo direto, sem a aplicação da lei de Kirchhoff das malhas. Para isto, adota-se o procedimento descrito a seguir. ▪ Determina-se o número de equações de malha necessárias e suficientes para a solução do problema, m, correspondente à dimensão da equação matricial, dado por: m = r - n + 1 (2.53) onder é o número de ramos principais e n é o número de nós principais do circuito. ▪ Escolhe-se as malhas de acordo com os requisitos do problema e estabelece-se os sentidos das correntes Ik ( k = 1, ..., m ). O vetor [ I ] da equação (2.52) será formado por essas correntes. ▪ O vetor [ V ] da equação (2.52) é formado pela soma algébrica das forças eletromotrizes do laço considerado, atribuindo-se sinal mais àquelas em que a corrente de malha sai do terminal positivo e sinal menos quando a referida corrente sai do terminal negativo. ▪ A matriz quadrada e simétrica [ Z ] é denominada matriz impedância de malha; a mesma é formada do seguinte modo: ▪ os elementos da diagonal principal, Zkj, k = j, são formados pela soma simples das impedân- cias próprias dos elementos do laço mais a soma algébrica do dobro da reatância indutiva mútua de cada par de indutores que pertence a este laço; nesta soma, o sinal de cada termo é determinado através da regra do ponto, considerando-se o sentido da corrente de malha. ▪ os elementos não pertencentes à diagonal principal, Zkj ,k j, são formados pela soma das impedâncias próprias dos elementos comuns aos laços j e k , tendo o valor desta soma sinal positivo se as correntes apresentarem mesmo sentido e sinal negativo em caso contrário, mais a soma algébrica das reatâncias indutivas mútuas de cada par de indutores formado por um indutor percorrido pela corrente Ij e um outro percorrido pela corrente Ik.; nesta soma algébrica, o sinal de cada termo é também determinado pela regra do ponto, considerando-se os sentidos de Ij e Ik. Chagas – DEE / UFCG 62 Exemplo 5 - No circuito da Fig. 2.15, determinar a equação matricial para o cálculo das correntes de malha, usando o método de montagem de [ Z ] por inspeção. Solução - Aplicando o procedimento sugerido, tem-se: ▪ Número de equações de malha: da equação (2.53), r = 3, n = 2 e m = 3 – 2 + 1 = 2. ▪ As malhas e os sentidos das correntes são indicados na Fig. 2.15. ▪ O vetor coluna V é: TT j 101010 V ▪ A matriz Z é formada do seguinte modo: 35255 610225555 551055 2112 22 11 jjj jjxjj jjj ZZ Z Z Isto resulta em: 10-10 10 61035 3555 2 1 jjj jj I I Exemplo 6 - No circuito da Fig. 2.22, determinar a equação matricial para o cálculo das correntes de malha, usando: (a) o método de montagem de das matrizes pela lei de Kirchhoff; (b) o método da inspeção. Fig. 2.22. Circuito do Exemplo 6. Solução -(a) Primeiro, emprega-se a lei de Kirchhoff. Com os sentidos das correntes indica- dos, tem-se para as três malhas: )(32342)(3)(2410 32213221211 IIIIIIIIIII jjjjjjjj 3212332 121322132212 33)(34)(3 )(22)(323)(43)(20 IIIIIII IIIIIIIIIIII jjjjj jjjjjjjj )(34433)(35)(48 - 23213212323 IIIIIIIIIII jjjjjjjj Chagas – DEE / UFCG 63 Simplificando e colocando em notação matricial: 8- 0 10 1537 316 7612 3 2 1 I I I jjj jjj jjj ( b ) Aplicando o método de montagem de Z por inspeção, tem-se: ▪ Número de equações de malha: da equação (2.53), r = 3, n = 2 e m =3 - 2 + 1 = 2. ▪ As malhas e os sentidos das correntes são indicados na Fig. 2.22. ▪ O vetor coluna V é: TT 8010 V ▪ A matriz [ Z ] é formada segundo o algoritmo anteriormente descrito, ou seja: 7340 334334 632232 153254 1323222432 123224 1331 3223 2112 33 22 11 jjjj jjjjjj jjjjjj jjxjj jjxjxjxjjj jjxjj ZZ ZZ ZZ Z Z Z Estes resultados coincidem com aqueles anteriormente obtidos. 7. Circuitos Equivalentes sem Acoplamentos Magnéticos Em algumas aplicações, é necessário substituir circuitos magneticamente acoplados por equivalentes em que os componentes apresentem acoplamento puramente elétrico. Para o circuito da Fig. 2.23, pode-se escrever: 12111 )( VII MjLjR (2.54) 21222 )( VII MjLjR (2.55) 2 1 2 1 22 11 V V I I LjRMj MjLjR (2.56) Fig. 2.23. Indutores com acoplamento puramente magnético. Chagas – DEE / UFCG 64 Para o circuito da Fig. 2.24, sem acoplamentos magnéticos, tem-se: 121111 )(])([ VI-II MjMLjR (2.57) 212222 )(])([ VI-II MjMLjR (2.58) Fig. 2.24. Circuito equivalente ao da Fig. 2.23, sem acoplamento magnético. Este par de equações também pode ser reduzido à equação matricial (2.56), indicando a equivalência dos circuitos da Fig. 2.23 e da Fig. 2.24. Obviamente, este segundo circuito só será fisicamente realizável se M L1 e M L2. Exemplo 7 -( a ) Determinar a reatância indutiva Xm do circuito da Fig. 2.25 sabendo que a potência no resistor de 5 é de 45,2 W; ( b ) desenvolver o circuito elétrico equivalente, calculando I2 a partir do valor conhecido de Xm; ( c ) repetir os cálculos considerando o ponto de marcação de polaridade no terminal inferior do indutor de j10 . Fig. 2.25. Circuito do Exemplo 6. Solução - ( a ) Por inspeção, equação das correntes de malha do circuito é: 0 50 105 54 2 1 I I jXj Xjj m m A corrente I2 é dada por: 222 6530 50 )105()54( 50 105 54 0 5054 m m m m m m m Xj Xj Xjj Xj jXj Xjj Xj j I Chagas – DEE / UFCG 65 O módulo da corrente I2 é: 35/2,45/2 RPI A Assim, tem-se: 3 65)30( 50 222 m m X X 04612530409 24 mm XX Esta equação fornece as raízes Xm = 18 e Xm = 4. As raízes com sinal menos não possuem significado físico, assim como a raiz 18, pois esta última corresponde a um coeficiente de acoplamento k > 1 (verificar). Assim, tem-se Xm =4 . ( b ) O circuitoelétrico equivalente, com indutores sem acoplamento magnético, é mostrado na Fig. 2.26. Para o mesmo ser fisicamente realizável, é necessário que 0 < Xm< 5. Fig. 2.26. Circuito equivalente ao da Fig. 2.25, com indutores sem acoplamento magnético. Por inspeção, tem-se: 0 50 1054 454 2 1 I I jj jj 01,12 2 363,094,26514 200 1054 454 04 5054 jej j j jj jj j j I ( c ) Na Fig. 2.25, considerando o ponto de marcação de polaridade no terminal inferior do indutor de j10 , tem-se: 0 50 1054 454 2 1 I I jj jj 09,167 2 363,094,26514 200 1054 454 04 5054 jej j j jj jj j j I Chagas – DEE / UFCG 66 É importante observar que, com a inversão da polaridade, o determinante do denominador não muda de sinal. Em relação ao determinante do numerador, como não há fonte no lado 2 do circuito, o mesmo resulta em um complexo de mesmo módulo, porém de sinal trocado. Assim, a corrente apresenta-se defasada de 180° em relação ao caso anterior. Invertendo o sentido da corrente I2 no circuito da Fig. 2.25, chega-se ao mesmo resultado do circuito sem acoplamento elétrico (verificar). 8. O Transformador Ideal 8.1. Descrição Geral Um núcleo de material magnético é mostrado na Fig. 2.27, em torno do qual há um enrolamento ligado a uma fonte de tensão e outro ligado a uma impedância. A Fig. 2.28 indica as variações da indução no núcleo em função do tempo e em função da intensidade de campo (real e simplificada). Neste caso, são feitas as considerações descritas a seguir. ▪ As resistências dos enrolamentos são muito pequenas, podendo ser consideradas nulas. ▪ Os fluxos de dispersão nos enrolamentos são desprezíveis, ou seja, o coeficiente de acoplamento magnético k é igual a 1. ▪ No caso real, as perdas no núcleo são proporcionais à área da curva característica B - H mostrada na Fig. 2.28(b) (laço de histerese). Em corrente alternada, essas perdas compreendem não apenas as perdas por histerese, como também as perdas por correntes parasitas. No caso analisado, essas perdas são consideradas nulas, o que resulta na curva singular linearizada por partes da Fig. 2.28(c). ▪ A permeabilidade do núcleo (inclinação da curva B - H ) é suposta infinita dentro da faixa de valores assumidos pela indução magnética B. Logo, se a região saturada da curva B – H não for alcançada (Bm Bs), a intensidade de campo magnético H necessária para magnetizar o núcleo é praticamente nula. Fig. 2.27.( a ) Transformador idealizado; ( b ) representação simplificada do circuito. Chagas – DEE / UFCG 67 ( a ) ( b ) ( c ) Fig. 2.28. Transformador idealizado; ( a ) variação da indução B; ( b ) característica B - H real; ( c ) característica B - H aproximada. As duas últimas suposições são cada vez mais próximas do comportamento dos materiais magnéticos desenvolvidos mais recentemente, pois os mesmos apresentam laços de histerese cada vez mais estreitos (baixas perdas) e com inclinações acentuadamente elevadas na região não saturada (elevados valores de ). 8.2. Equações Básicas Na Fig. 2.27, considerando uma fonte de tensão senoidal alimentando o enrolamento primário, o fluxo produzido no mesmo é enlaçado pelo secundário, de modo a induzir uma tensão v2 neste último. Como não há dispersão de fluxo, 1 = 2 = ; assim: dt/dNv 11 (2.59) dt/dNv 22 (2.60) Dividindo (2.59) e (2.60) membro a membro: aNNvv 2121 // (2.61) Assim, de um enrolamento para o outro, é promovida uma alteração no valor da tensão determinada por um fator igual à relação direta do número de espiras dos enrolamentos. Aplicando a lei circuital de Ampére no circuito da Fig. 2.27(a): 0.2211 dlHiNiN (2.62) O sinal menos do segundo termo do primeiro membro deve-se ao fato de que o fluxo no secundário acha-se em oposição ao fluxo do primário. A integral é igual a zero pelo fato de que H é nulo na região não saturada, como é mostrado na Fig. 2.28(c); assim, resulta: aNNii /1// 1221 (2.63) Chagas – DEE / UFCG 68 Assim, de um enrolamento para o outro, a corrente é transformada segundo um fator igual à relação inversa do número de espiras dos enrolamentos. Multiplicando (2.61) e (2.63) membro a membro, obtém-se: 2211 iviv (2.64) Isto quer dizer que, no transformador ideal, a potência de entrada é igual à potência de saída (as perdas foram consideradas nulas). No caso real, o transformador é um dispositivo que apresenta perdas muito baixas, com rendimentos superiores a 95%. O desenvolvimento da tecnologia de materiais magnéticos tem proporcionado rendimentos superiores a 99%. Considerando o regime senoidal, se V2 e I2 são os fasores de v2 e i2, tem-se para a impedância no secundário: 222 IVZ / (2.65) A impedância vista do primário é: 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 1 212 221 1 1 1 ZZI V I V I VZ a N N N N )N/N( )N/N( (2.66) Assim, uma impedância Z2 ligada ao secundário de um transformador é vista do primário como sendo uma impedância Z2 multiplicada pelo quadrado da relação entre os números de espiras do primário e do secundário. Este resultado é útil em algumas situações, quando se deseja refletir todas as impedâncias para o mesmo lado, a fim de facilitar a análise. Na Fig. 2.29 é mostrada uma aplicação prática do princípio de reflexão de impedâncias, que consiste em utilizar um transformador monofásico entre a fonte e a carga, com o objetivo de promover casamento de impedâncias para que ocorra máxima transferência de potência. ( a ) ( b ) Fig. 2.29. Uso do transformador para casamento de impedâncias. Assim, a resistência vista do primário, RL’, é dada por: 12 2 2 2 2 1 2 2 2 2 1 212 221 1 1 2 )/( )/( RRaR N N N N NN NNR' I V I V I V (2.67) Chagas – DEE / UFCG 69 A relação de espiras do transformador necessário para o casamento de impedâncias é: 2 1 2 1 R R N Na (2.68) Por exemplo, a impedância de entrada de um alto-falante normalmente é da ordem de 8 . Se a impedância de saída do amplificador for igual a 800 , o transformador a ser interposto para o casamento deve possuir uma relação de espiras a = (800/8)1/2 = 10. No caso em que as impedâncias não são puramente resistivas, deve-se ter: Z1 = a2Z2* (2.69) Observa-se que, ao se refletir a impedância Z2 para o lado do primário do transformador ideal, o ângulo de fase não se altera, de modo que a equação (2.69) não é obedecida. O problema pode ser contornado colocando-se um capacitor em paralelo com Z2 (por que não em série?), como é descrito no Exemplo 7, mais adiante. Se a tensão aplicada ao enrolamento primário é uma senóide, pode-se dizer o mesmo em relação à indução no núcleo magnético. Assim, se B = Bmsen t, tem-se: tcosBSN dt dBSN dt dv m 111 (2.70) Como = 2 f , tem-se para o valor eficaz da tensão no primário: mm BfSNBSNfV 111 44,42/2 (2.71) Esta equação é de importância fundamental no projeto de transformadores. O valor da indução de pico, Bm, é normalmente escolhido no ponto de joelho da curva de magnetização B - H do material, o qual estabelece a transição do estado não-saturado para o estado saturado. O mesmo é uma característica do material utilizado no núcleo. Valores típicos de Bm são 1 Tesla para ligasferro-silício de grãos não-orientados (pequenos transformadores) e 1,5 Tesla para ligas de ferro-silício de grãos orientados (transformadores de redes elétricas). Desta forma, dadas a frequência de operação, as tensões nominais dos enrolamentos e o tipo de material utilizado no núcleo, pode-se determinar o produto N.S relacionado a cada enrolamento do transformador. O cálculo dos valores de N e de S é feito a partir de considerações particulares de projeto do transformador. Exemplo 8 - Calcular a relação de espiras do transformador, a = N1/ N2, e a capacitância C, de modo que haja máxima transferência de potência para a carga do circuito mostrado na Fig. 2.30. Chagas – DEE / UFCG 70 Fig. 2.30. Uso de transformador e capacitor para casamento de impedâncias. Solução - Para ocorrer máxima transferência de potência para a carga é necessário que: 1 2* 2 * 2 2 1 YYZ Z aa 21 1 1020 1 2 * j a j Cj Desenvolvendo esta expressão, resulta: 22 2001005001020 ajaCj 45,02,02,02 aa 1,0402,020020050010 2 CxaC mF26,0 602 1,0 2 1,0 C xf C Exemplo 9 - Considerando o exemplo anterior, sabe-se que o núcleo magnético do transfor- mador possui uma área de seção reta de 4 cm2. Calcular os números de espiras N1 e N2, sabendo que o núcleo é constituído de uma liga ferro-silício de grãos não orientados. Solução - Para o material considerado, pode-se considerar Bm = 1 Tesla; assim, tem-se: 56 0,16010444,4 2/12 44,4 4 1 1 xxxxBfS VN m Se o primário deve ter 56 espiras, o número de espiras do secundário é: espiras.124 45,0 561 2 a NN 8.3. Considerações sobre Polaridades Com base nas convenções adotadas na análise de indutores magneticamente acoplados, são mostradas na Fig. 2.31 as regras para os sinais das tensões e das correntes nos transforma- dores ideais. Essas regras são enunciadas a seguir. Chagas – DEE / UFCG 71 ▪ Se as tensões dos enrolamentos, v1 e v2 , forem ambas positivas ou ambas negativas nos ter- minais marcados com ponto, usa-se o sinal positivo na equação que relaciona as tensões com os números de espiras; caso contrário, usa-se o sinal negativo. ▪ Se as correntes dos enrolamentos, i1 e i2 , entrarem ambas ou saírem ambas nos terminais marcados com ponto, usa-se o sinal negativo na equação que relaciona as correntes com os números de espiras; caso contrário, usa-se o sinal positivo. Fig. 2.31. Convenções para os sinais das tensões e das correntes nos transformadores. Foi visto que, se ambas as correntes entram ou saem dos terminais marcados, os fluxos em ambos os enrolamentos acham-se no mesmo sentido; assim, N1I1 + N2I2 = 0. Em ( b ) e ( c ), uma corrente entra e a outra sai dos terminais marcados, indicando que os fluxos são opostos, ou seja, N1I1 - N2I2 = 0. Exemplo 10 - Determinar a potência média associada à fonte de corrente senoidal do circuito da Fig. 2.32. Fig. 2.32. Circuito do Exemplo 10. Chagas – DEE / UFCG 72 Solução - Em circuitos que contêm transformadores ideais, é recomendável usar-se análise de malhas. É mostrado na Fig. 2.33 o circuito equivalente usado na solução do problema. Fig. 2.33. Circuito equivalente ao da Fig. 2.32. Para este circuito, são escritas as seguintes equações: )(2060300 2111 IIVI 22112 40)(200 I VIII As outras duas equações necessárias à solução do problema correspondem às condições impostas pelo transformador ideal, as quais são: V2 = ( N2 / N1 ) V1 = ( 100 / 400 ) V1 = V1 / 4 I2 = - ( N1 / N2 ) I1 = - ( 400 / 100 ) I1 = - 4 I1 Com as quatro equações, determinam-se as tensões e correntes: V1 = 260 V, V2 = 65 V, I1 = 0,24 A, I2 = -1,0 A. A tensão nos terminais da fonte de corrente é: V5A= V1 + 20 ( I1 – I2 ) = 260 + 20 x [ 0,25 – ( - 1 )] = 285 V. A convenção aqui adotada consiste em associar sinal positivo à potência fornecida pela fonte. Assim, a potência associada à fonte de corrente é: P5A= V5AI5A = 285 x5 = 1425 W. Exemplo 11 - Calcular a relação de espiras do transformador da Fig. 2.34 para que se tenha a máxima potência dissipada no resistor de 400 . Fig. 2.34. Circuito do Exemplo 11. Chagas – DEE / UFCG 73 Solução - Tomando o equivalente de Norton para a fonte, tem-se o circuito da Fig. 2.35(b), onde o transformador e a carga de 400 são vistos como uma impedância Zeq. Fig. 2.35. Circuitos equivalentes ao da Fig. 2.34. Para que haja máxima transferência de potência, deve-se ter Zeq = 14,4 k; assim: I1 = 288 / ( 2 x 14,4 x 103 ) = 0,01 A Assim, para o transformador e a carga, tem-se o circuito reduzido da Fig. 2.36. Fig. 2.36. Circuito reduzido do Exemplo 11. Para a tensão de entrada do circuito e a corrente na carga, pode-se escrever: V1 + V2= 288 / 2 = 144 V I1 + I2 = V2 / 400 As relações de tensão e de corrente do transformador são: V1 / V2= N1 / N2 = a( V1 + V2 ) / V2= a +1 I1 / I2= N2 / N1 = 1 / a ( I1 + I2 ) / I1= a +1 ( V1 + V2 ) = ( a +1 ) V2 = 144 ( I1 + I2 ) = 0.01 ( a + 1 ) = V2 / 400 Assim, são obtidas duas equações com duas variáveis, V2 e a. Eliminando V2, resulta: ( a +1 )2 = 144 / ( 400 x 0.01 ) = 36a = N1 / N2 = 5 Exemplo 12 - Determinar o valor de RL no circuito da Fig. 2.37 para que a potência dissipada seja máxima. Determinar também o valor dessa potência. Chagas – DEE / UFCG 74 Fig. 2.37. Circuito do Exemplo 12. Solução - O resistor variável dissipará potência máxima quando RL = RT, sendo RT a impe- dância de Thévenin vista dos terminais aos quais o resistor acha-se ligado. A mesma é igual a RT= VT / IN, sendo VT e IN calculadas nos circuitos da Fig. 2.38. ( a ) ( b ) Fig. 2.38. Circuitos usados nos cálculos de VT e de IN no Exemplo 12. O circuito da Fig. 2.38(a) pode ainda ser simplificado, obtendo-se o circuito da Fig. 2.39, para o qual pode ser escrito: I1 = 180 / [ 5 + 5 x ( 1 / 2 )2 ] = 28,8 A V1 = 180 - 5 x 28,8 = 36 V Fig. 2.39. Simplificação do circuito da Fig. 2.38(a). Do circuito da Fig. 2.38(a): Chagas – DEE / UFCG 75 V2 = ( N2 / N1 ) xV1 = ( 200 / 100 ) x 36 = 72 V I2 = ( N1 / N2 ) xI1 = ( 100 / 200 ) x 28,8 = 14,4 A VT = Vab = 1 x 28,8 + 36 – 72 + 2 x 14,4 = 21,6 V Do circuito da Fig. 2.38( b ): 180 = 4 I1’ + ( I1’ – IN) + V1’ V2’ = 2 ( I2’ – IN ) + 3 I2’ -V1’ + (IN –I1’) + 2 (IN –I2’) +V2’ = 0 V1’/V2’ = N1 / N2 = 1 / 2 ( I1’ – IN) / ( I2’ – IN) = N2 / N1 = 2 Este sistema fornece IN = 10 A; logo: RL= RT = VT / IN = 21,6 / 10 = 2,16 A potência dissipada no resistor é: PL = ( VT / 2 )2 / RL = ( 21,6 / 2 )2 / 2,16 = 54 W 9. Transformadores Especiais 9.1. Transformadores com Múltiplos Enrolamentos Esses transformadores são constituídos por um núcleo magnético em torno do qual há três ou mais enrolamentos. Em eletrônica, é comum se utilizar transformadores com um primário ligado a uma fonte e dois secundários alimentando cargas diferentes. Nas redes elétricas, um transformador pode ter o enrolamento primário energizado por uma linha de transmissão de alta tensão, enquanto o secundário é ligado a um alimentador de distribuição de média tensão, e um terceiro enrolamento (terciário) alimenta bancos de capacitores para correção do fator de potência ou um sistema de distribuição local. É mostrada na Fig. 2.40 a forma mais elementar de um transformador de três enrolamentos. Fig. 2.40. ( a ) Transformador de três enrolamentos; ( b ) representação simplificada. Chagas – DEE / UFCG 76 Considerando uma permeabilidade infinita no núcleo magnético e aplicando a lei circuital de Ampére, tem-se: 0. 332211 iNiNiNdlH (2.72) 332211 iNiNiN (2.73) Exemplo 13 - Um transformador de três enrolamentos apresenta os seguintes dados: ▪ Primário: 300 kVA, 600 espiras.▪ Secundário: 150 kVA, 200 espiras. ▪ Terciário: 200 kVA, 100 espiras. O secundário alimenta uma carga resistiva no limite de sua capacidade, com tensão de 2 kV. O terciário alimenta um reator de indutância variável. Calcular a corrente no primário no caso em que o terciário opera em plena carga. Solução - Ajustando o reator até que o terciário esteja em plena carga, obtém-se: I3 = S3 / V3= S3 / [ (N3 / N2 ) V2 ] = 200 / [ (100/200) x 2 ] = 200 A I2 = S2 / V2= 150 / 2 = 75 A Assim, tem-se: 321 100200600 III 250002000015000)200(10075200100200600 22321 jxxI II I1 = 25000 / 600 = 41,7 A A corrente primária nominal é: I1N = S1N / V1N = S1N / [ (N1 / N2 ) V2N ] = 300 / [ (600 / 200) x 2 ] = 50 A Vê-se que, mesmo com o secundário e o terciário funcionando a plena carga, isto não ocorre com o primário. É importante observar que este tipo de transformador não deve ser confundido com o transformador com derivação (ou tape) central no secundário, mostrado na Fig. 2.41. Fig. 2.41. ( a ) Transformador com derivação central no secundário;( b ) representação simplificada. Chagas – DEE / UFCG 77 Este último destina-se principalmente a fontes de alimentação usadas em circuitos eletrônicos que requerem tensões auxiliares de + 15 V (CC) e -15 V (CC). Neste caso, as duas seções do enrolamento secundário são ligadas a uma ponte retificadora de onda completa. 9.2. Autotransformadores Considerando o transformador convencional da Fig. 2.42, é suposto que o mesmo tenha seus enrolamentos ligados do modo indicado na Fig. 2.43. Fig. 2.42. Transformador convencional (isolado). Um transformador convencional promove transferência de energia de uma região do espaço para outra sem necessidade de ligação elétrica. Este processo se realiza por meio de um fluxo magnético compartilhado pelos enrolamentos primário e secundário. Fig. 2.43. Modificação de um transformador convencional para autotransformador. A ligação da Fig. 2.43 constitui um autotransformador, o qual é um transformador onde o enrolamento primário é dividido em duas seções, uma com N1 espiras e outra com N2 espiras, e o secundário composto pelo enrolamento de N2 espiras. Observa-se que, além do acoplamento magnético existente entre os enrolamentos, existe uma ligação metálica entre os mesmos. Assim, a diferença fundamental entre o autotransformador e o transformador convencional Chagas – DEE / UFCG 78 consiste no fato de que a energia é transferida de um enrolamento para o outro não apenas por um campo magnético, mas também por condução de cargas elétricas. Para o autotransformador, pode-se escrever: baa vvvvdt dNv 211 (2.74) bvdt dNv 22 (2.75) Colocando (2.74) e (2.75) em termos de fasor e dividindo membro a membro, obtém-se: a N N b ba 2 1 V VV (2.76) Assim, para as tensões, a relação de transformação é: a N N b a 11 2 1 V V (2.77) Aplicando a lei circuital de Ampére no circuito da Fig. 2.42: 1 2 2 1 2211 0. N NNN I I IIdlH (2.78) Como I1 = Ia e I2 = Ib - I1 = Ib – Ia ,obtém-se: 1 2 N N ab a II I (2.79) Assim, a relação de transformação de correntes do autotransformador é: 1 1 1/ 1 2121 2 aNNNN N b a I I (2.80) Como as perdas nos enrolamentos e no núcleo do transformador convencional da Fig. 2.41 são consideradas nulas, pode-se escrever: ** IVIVS 2211 (2.81) Para o autotransformador da Fig. 2.43 pode-se escrever para as potências complexas no primário e no secundário: ***** a IVSIVIVIVVIVS 121211121 )( aa (2.82) a **** b SIVSIVIVIIVIVS 121222 * 212 )(bb (2.83) O termo V1I1*corresponde à parcela que é transmitida do primário para o secundário pelo efeito de acoplamento magnético (potência transformada). O termo V2I1*corresponde à parcela que é transmitida pelo efeito de condução elétrica (potência transmitida). Chagas – DEE / UFCG 79 Dividindo (2.82) por S, resulta: 11111 1 2 11 12 aV V IV IV S S * * a (2.84) Conclui-se que o autotransformador é capaz de transmitir uma potência maior que o transformador convencional. Isto se deve ao fato de que o autotransformador transfere parte da potência de entrada por condução. Tal constatação permite dizer que, sob o ponto de vista de economia, é mais vantajoso usar o autotransformador. Para o mesmo valor de potência transmitida, o uso do autotransformador implica em menos ferro empregado no núcleo, uma vez que apenas parte dessa potência é transmitida por acoplamento magnético. Isto implica em redução de peso, tamanho e custo do núcleo. Consequentemente, as perdas por histerese e por correntes de Foucault são menores. Apesar dessas vantagens apresentadas pelos autotransformadores, pergunta-se: por que os transformadores isolados são mais usados? A resposta pode ser dada pela análise da Fig. 2.44. Se há abertura do circuito no ponto indicado (ação de arcos voltaicos no interior do tanque, por exemplo), ocorre aplicação de 13800/3 V no secundário, implicando em danos imediatos às cargas ligadas a este lado, bem como risco de vida para os usuários do sistema elétrico. Fig. 2.44. Autotransformador abaixador com abertura no enrolamento secundário. Isso faz com que os autotransformadores tenham sua aplicação limitada à interligação de sistemas que não apresentem tensões nominais significativamente diferentes, de relações entre si não muito superiores a 2. Nos sistemas elétricos de potência, eles são comumente empregados na interligação de redes de 230 kV e 345 kV, ou de 345 kV e 500 kV, proporcionando mais economia que os transformadores convencionais. Chagas – DEE / UFCG 80 Outra desvantagem é que os surtos de tensão decorrentes de descargas atmosféricas ou operações de chaveamento propagam-se com mais facilidade através dos enrolamentos, face à ligação metálica entre eles. É mostrada na Fig. 2.45 a forma de ligação de um autotransformador destinado a elevar a tensão. O seu equacionamento fica a cargo do leitor. ( a ) ( b ) Fig. 2.45. ( a ) Autotransformador elevador; ( b ) representação simplificada. Há também autotransformadores onde a tensão secundária pode ser variada de modo contínuo, como é o caso dos variadores de tensão ou variacs. Esses dispositivos apresentam pequenas potências (normalmente, até 10 kVA). São usados em aplicações de laboratório. Como é mostrado na Fig. 2.46, eles possuem núcleo de forma toroidal, em torno do qual desliza uma escova de carvão. Assim, o número de espiras pode ser alterado, funcionando como elemento abaixador ou elevador de tensão. Fig. 2.46. Autotransformador de saída variável (variac). Chagas – DEE / UFCG 81 Exemplo 14 - ( a ) Mostrar que a impedância vista dos terminais a – b do circuito da Fig. 2.47 é dada por: Lab a ZZ 2)1( . ( b ) Mostrar que se a polaridade de um dos enrolamentos for invertida, tem-se Lab a ZZ 2)1( , onde a = 21 / NN . Fig. 2.47. Circuito do Exemplo 14. Solução: ( a ) Para a impedância vista do secundário, pode-se escrever: 21 22 II V I V Z L L Para a impedância vista do primário, Zab: 1 2 1 22 1 21 )1( I V I VV I VV Zab a a Pode-se ainda escrever: LL ZI V I V II V II V Z )1( 1 1 1 2 1 2 11 2 21 2 a aa Assim, resulta: Lab ZZ 2)1( a ( b ) Invertendo a polaridade do enrolamento 2, tem-se: 21 22 II V I V Z L L 1 2 1 22 1 21 )1( I V I VV I VV Zab a a LL ZI V I V II V II V Z )1( 1 1 1 2 1 2 11 2 21 2 a aa Chagas – DEE / UFCG 82 Assim, a impedância vista do lado do primário é: Lab ZZ 2)1( a Exemplo 15 - Calcular a relação de espiras do autotransformador do Exemplo 11, utilizando agora o método de reflexão de impedâncias. Solução - Tomando o equivalente de Norton para a fonte, tem-se o circuito da Fig. 2.35( b ), onde o transformador e a carga de 400 são vistos como uma impedância Zeq, dada por: 36400/14400)1()1(400 22 aaeqZ a = 5 Bibliografia [ 1 ] Alexander, C. K.; Sadiku, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos, 5ª ed., McGraw-Hill, 2008. [ 2 ] Bessonov, L. Applied Electricity for Engineers, 2 nd. ed, MIR Publishers, Moscou, 1973. [ 3 ] Desoer, C. A.; Kuh, E. S. Basic Circuit Theory, McGraw-Hill, 1969. [ 4 ] Edminister, J. A. Circuitos Elétricos, Coleção Schaum, Makron - McGraw-Hill, 1991. [ 5 ] Hayt Jr., W. H.; Kemmerly, J. C. Análise de Circuitos em Engenharia, McGraw-Hill, 1975. [ 6 ] Kinariwala, B.; Kuo, F. F.; Tsao, N. Linear Circuits and Computation, John Wiley, 1973. [ 7 ] MIT, Magnetic Circuits and Transformers, The M.I.T. Press, 1943. [ 8 ] Nilsson, J. W.; Riedel, S. Circuitos Elétricos, 5ª ed., Addison-Wesley, 1996. [ 9 ] Slemon, G. R. 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