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cárie dentária na primeira infância

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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA - UNIVAP 
CURSO DE ODONTOLOGIA 
 
LAÉRCIO DE PAULA NOVAES 
 
 
 
 
CÁRIE DENTÁRIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José dos Campos - SP 
 2017
LAÉRCIO DE PAULA NOVAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÁRIE DENTÁRIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Bacharelado em Odontologia da Universidade 
do Vale do Paraíba como parte dos requisitos 
para obtenção do grau de Bacharel. 
Orientador: Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego 
 
 
 
 
 
 
 
São José dos Campos - SP 
 2017
LAÉRCIO DE PAULA NOVAES 
 
 
 
CÁRIE DENTÁRIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA 
 
Monografia aprovada como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em 
Odontologia, da Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, SP, pela 
seguinte banca examinadora: 
 
 
 
Presidente: Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego (Univap) 
Orientador: Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego (Univap) 
Membro Interno: Profª. Drª. Ilene Cristine Rosia Cesar (Univap) 
Membro Interno: Profª. Drª.Letícia Vargas Freire Martins Lemos (Univap) 
 
 
Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego do Curso de Odontologia Univap, 
04 de dezembro de 2017 
 
 
 
 
 
São José dos Campos - SP 
2017
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
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DEDICATÓRIA 
Dedico este trabalho a DEUS, por não desistir 
de completar sua obra em minha vida.
AGRADECIMENTOS 
 
 
“Se pude ver mais longe foi porque me apoiei em ombros gigantes” 
 Albert Einstein 
 
 
 Aos meus pais Sebastião Inácio (in memorian) e Maria Raimunda que tanto 
fizeram. Agradeço por ensinarem valores como caráter, dignidade, segurança, 
consciência, amor e limites. Meu sucesso é tão somente reflexo da educação que 
recebi. 
 A minha esposa Maria Paula, por apoiar meus sonhos com muito amor, 
companheirismo, dedicação e paciência nos momentos difíceis e nos períodos de 
ausência. 
 Ao meu filho Pierre por alegrar os meus dias, suas brincadeiras e inocência me 
fazem sentir o mais puro e verdadeiro amor. 
 Aos meus sogros, Paulo Leal e Antônia Mércia, por terem me acolhido como 
filho e serem tão presentes em minha vida. 
 Ao meu orientador, professor Marcos Rego, pois pude compartilhar um pouco 
da sua grande sabedoria, ensinamentos, exemplo de conduta, caráter e verdadeira 
dedicação à arte de ensinar. Agradeço pelo incentivo, compreensão, amizade e 
paciência. 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Introdução: Durante as últimas décadas, estudos apontam vários fatores 
influenciáveis à saúde bucal, como o estilo de vida, padrões de dieta, características 
regionais e sócio-econômicas que podem resultar na doença cárie na primeira 
infância; principalmente aquelas que encontram dificuldades no acesso ao serviço 
odontológico, tanto público como privado. Objetivo: Neste estudo objetivou-se, por 
meio de revisão de literatura, analisar a presença da doença cárie na primeira 
infância. Metodologia: A presente monografia foi realizada por meio de 
levantamento bibliográfico, com o auxílio de bases de dados das plataformas 
PUBMED, SciELO, LILACS, MedLine, BVS, em busca de artigos publicados nos 
últimos 15 anos. Foram obtidos artigos científicos, que abordavam a prevalência e 
etiologia do desenvolvimento da doença cárie na primeira infância e suas possíveis 
conseqüências. As palavras-chave nas línguas portuguesa e inglesa foram 
“criança/children“, “cáries/caries“ e “odontologia preventiva/preventive dentistry“, 
“infância/childhood” Resultados: Foram pesquisados 23 artigos científicos, que 
abordavam a prevalência e associações da doença cárie na primeira infância. Sabe-
se que o impacto na redução de cárie é resultado de investimentos em ações de 
promoção e educação para a saúde, transcendendo a oferta de serviços de ordem 
apenas curativa, enfatizando assim a importância da reorientação das concepções e 
práticas no campo da odontologia. Sendo assim, a política de saúde bucal para a 
rede pública deve estar engajada nestes princípios para que se construa uma 
consciência sanitária, a fim de desenvolver o processo de controle social da mesma. 
O fator etiológico determinante da doença cárie em crianças é a dieta cariogênica e 
presença de biofilme. Assim, a higiene bucal, a qual objetiva o controle do biofilme, 
deve ser um foco da motivação de prevenção desta doença, além de orientações, 
auxílio e supervisão dos pais e profilaxia profissional periódica. Conclusão: O 
grande obstáculo para o sucesso no controle da cárie na primeira infância tem sido a 
falta de comprometimento das famílias. 
 
Palavras chave: Crianças. Cáries. Odontologia preventiva, Infância. 
 
 
ABSTRACT 
 
Introduction: During the last decades, studies point to several factors influencing 
oral health, such as lifestyle, dietary patterns, regional and socioeconomic 
characteristics resulting in early childhood caries disease; Especially those who find 
difficulties in accessing the dental service, both public and private. Objective: This 
study aimed to analyze the presence of caries disease in early childhood by 
reviewing the literature. Results: A total of 23 scientific articles were searched, which 
addressed the prevalence and associations of caries disease in early childhood. It is 
known that the impact on caries reduction is the result of investments in health 
promotion and education actions, transcending the provision of curative services, 
emphasizing the importance of reorienting conceptions and practices in the field of 
dentistry. Therefore, the oral health policy for the public network must be engaged in 
these principles in order to build a sanitary awareness in order to develop the 
process of social control of it. The determinant etiologic factor of caries disease in 
children is the cariogenic diet and the presence of biofilm. Thus, oral hygiene, which 
aims to control the biofilm, should be a focus of the motivation to prevent this 
disease, as well as guidelines, parental guidance and supervision, and periodic 
professional prophylaxis. Conclusion: The major obstacle to successful early 
childhood caries control has been the lack of family involvement. 
 
 
Key words:. Children, Caries, Preventive, Dentistry, childhood 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAURAS 
 
 
MEDLINE Medical Literature Analysisand Retrieval System Online 
PUBMED Motor de buscas para acesso ao Banco de Dados da MEDLINE 
SCIELO Scientific Electronic Library Online 
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde 
BVS Biblioteca Virtual em Saúde 
OMS Organização Mundial de Saúde 
ECC Early Childhood Caries 
UBS Unidades Básicas de Saúde 
AEO Academia Européia de Odontopediatria 
EUA Estados Unidos da América 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 01 Lesão de mancha branca – estágio inicial.................................. 19 
Figura 02 Cárie de mamadeira em estágio inicial....................................... 20 
Figura 03 Cárie da primeira infância........................................................... 20 
Figura 04 Cárie de mamadeira grau avançado........................................... 21 
Figura 05 Arcada superior com cárie de mamadeira.................................. 22 
Figura 06 Mandíbula ................................................................................... 22 
Figura 07 Formas Precoces........................................................................ 23 
Figura 08 Cárie Crônica.................................................................................. 24 
Figura 09 Dedeira............................................................................................ 25 
Figura 10Modelos diversos de escova........................................................... 26 
Figura 11 Técnica de colocação de dentifrícios................................................. 27 
Figura 12 Crianças e adultos – Utilização de fio dental.......................................27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 
1.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 13 
1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 13 
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 14 
2.1 Definição ............................................................................................................ 14 
2.2 Epidemiologia .................................................................................................... 14 
2.3 Causas................................................................................................................ 15 
2.4 Classificação ..................................................................................................... 16 
2.4.1 Lesão de mancha branca ............................................................................... 18 
2.4.2 Cárie de mamadeira – Estágio inicial ........................................................... 19 
2.4.3 Lesões cariosas com cavitação .................................................................... 20 
2.4.4 Cárie de mamadeira grave ............................................................................. 21 
2.4.5 Cárie de mamadeira – Estágio avançado ..................................................... 21 
2.4.6 Desmineralização nos incisivos inferiores e cárie nos molares ................ 22 
2.4.7 Formas precoces ............................................................................................ 23 
2.4.8 Cárie crônica ................................................................................................... 23 
3 PREVENÇÃO ......................................................................................................... 25 
3.1 Dedeira ............................................................................................................... 25 
3.2 Orientações aos modelos de escovas infantis ............................................... 25 
3.3 Técnica transversal de colocação do dentifrício ............................................ 26 
3.4 Utilização do fio dental ..................................................................................... 27 
4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 28 
4.1 Método ................................................................................................................ 28 
4.1.1 Tipo de estudo ................................................................................................ 28 
4.2 Materiais ............................................................................................................. 29 
4.2.1 Instrumento para coleta de dados ................................................................ 29 
4.2.2 Coleta de dados .............................................................................................. 29 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 30 
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 33 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34 
 
 
11 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Ribeiro et al., (2004), relataram que a cárie é considerada uma doença 
infecto-contagiosa, multifatorial, desencadeada por microorganismos cariogênicos, 
substrato cariogênico e hospedeiro suscetível. Esses fatores interagem num 
determinado período de tempo, levando a um desequilíbrio no processo de 
desmineralização e remineralização entre a superfície dentária e o biofilme 
adjacente. A cárie dentária permanece como a doença infecciosa mais comum em 
crianças, estimando-se que, nos Estados Unidos, tenha uma prevalência cinco 
vezes maior que a da asma e sete vezes maior que a da rinite alérgica. Os 
principais microorganismos causadores da cárie são os estreptococos do grupo 
mutans, especialmente Streptococcus mutans e o Streptococcus sobrinus. Esses 
patógenos são capazes de colonizar a superfície do dente e produzir ácidos em 
velocidade superior à capacidade de neutralização do biofilme em ambiente abaixo 
do pH crítico (menor que 5,5), permitindo a dissolução do esmalte. O principal 
reservatório dos estreptococos do grupo mutans é a cavidade oral, e a infecção da 
criança depende do nível de infecção da mãe ou de outras pessoas que mais 
tiverem contato com ela. 
 Avila (2015), descreve um dos primeiros trabalhos sobre cárie dentária em 
crianças, publicado em 1927, quando médicos notaram um grande número de bebês 
com extensas lesões de cárie. Apesar de nesta época ainda não haver pesquisas 
relacionando a etiologia da cárie dentária com o tipo de alimentação, posteriormente, 
vários autores mostraram resultados ambíguos a respeito da relação entre 
amamentação e uso de mamadeira com a cárie dentária. 
Tonial et al., (2015), enfatizaram que a cárie dentária afeta grande parte da 
população infantil, é a doença crônica mais comum em crianças, devido à sua 
elevada prevalência e aos graves impactos na qualidade de vida e desenvolvimento, 
é considerado um problema de saúde pública e social. A dor causada pela cárie 
interfere no ato de comer e faz com que as crianças apresentem crescimento mais 
lento, baixo peso e distúrbios no sono; prejudica o rendimento escolar com sensível 
diminuição na atenção durante as atividades, podendo gerar déficit de aprendi-
zagem. 
Lemos (2013), analisaram segundo o levantamento epidemiológico realizado 
no Brasil pelo Ministério da Saúde em crianças na faixa etária entre 18 a 36 meses 
12 
apresentaram pelo menos um dente decíduo com experiência de cárie dentária, 
sendo que aos 5 anos de idade, quase 60% das crianças apresentaram a doença. 
Por esse motivo, o ministério da saúde considerou a cárie na primeira infância um 
problema de saúde pública. Consideraram cárie na Primeira Infância quando um ou 
mais dentes decíduos encontram-se comprometidos com lesão cariosa em qualquer 
estágio de desenvolvimento, sejam elas cavitadas ou não, perdidos devido à cárie 
ou restaurados antes dos 71 meses de idade. A cárie na primeira infância apresenta 
associações com alimentação noturna e higiene noturna inadequada. 
Cangussu et al., (2016), descreveram que a cárie precoce na infância se 
constitui em importante problema de saúde em muitos países e também no Brasil. A 
presença desta doença em crianças de pouca idade pode adquirir características 
destrutivas específicas, tendo como conseqüências indesejáveis, dentre outras, a 
ocorrência de dor e infecção. Estas, por sua vez, podem determinar um padrão 
inadequado de alimentação, comprometendo o desenvolvimento físico da criança. 
Nunes e Perosa (2017), constataram que em 2010 no Brasil, segundo a 
Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, 53,4% das crianças apresentavam cárie aos 
cinco anos, com uma prevalência menor na região sudeste. Os autores constataram 
maior prevalência de cárie em grupos de baixa renda, possivelmente pela influência 
de tipos de dieta alimentar, pior nível de auto cuidado e baixa procura de atendimen-
to preventivo, piores condições de higiene bucal e dificuldade de acesso a serviços 
odontológicos para a população mais carente. 
A estimulação de higiene bucal na população sócio economicamentemais 
baixa, por meio da educação, pode ser um instrumento de transformação social, 
reformulação de hábitos, aceitação de novos valores e melhora da autoestima. 
Portanto, a comunicação verbal é um meio simples e direto para modificar o 
comportamento do indivíduo e levá-lo a exercer um controle satisfatório do biofilme 
dental. Em programas de educação para prevenção da cárie em crianças, os pais 
são convidados a auxiliar seus filhos na escovação e na fixação do aprendizado em 
ambiente familiar, uma vez que são educadores e incentivadores importantíssimos 
na formação de hábitos de higiene de seus filhos. 
 
 
13 
1.1 Objetivo Geral 
 
O objetivo do presente trabalho foi discutir por meio de revisão de literatura 
aspectos de importância no estudo, prevenção e controle da cárie dentária na 
primeira infância. 
 
 
1.2 Objetivos Específicos 
 
- Identificar as causas da doença cárie na primeira infância; 
- Conhecer os fatores que predispõem as lesões cariosas; 
- Promover hábitos saudáveis das crianças e cuidadores; 
- Sensibilizar os pais quanto à promoção da saúde bucal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 Definição 
 
 Ribeiro et al., (2004), consideraram a cárie uma doença infecto-contagiosa 
multifatorial, desencadeada por microorganismos cariogênicos, substrato 
cariogênico e hospedeiro suscetível. A saliva é o principal sistema de defesa do 
hospedeiro contra a cárie, remove alimentos e bactérias, mantém um sistema 
tampão contra os ácidos produzidos, age como um reservatório de cálcio e fosfato, 
necessários para a remineralização do esmalte. As situações individuais que 
diminuem o fluxo salivar e, conseqüentemente, sua capacidade tampão, tal como 
ocorre durante o sono das crianças aumentam a suscetibilidade do dente à cárie. A 
presença de flúor não impede o surgimento da cárie, mas é extremamente eficiente 
em reduzir a sua progressão, devendo ser enfatizado o controle da placa dental e da 
dieta para maximizar o efeito desse mineral. A freqüência diária de escovação 
dentária com dentifrício fluoretado e a escovação antes de dormir se tornam 
importantes medidas para o controle da doença, pois mantêm a concentração de 
flúor na saliva por um período maior. Assim, a cárie começa com a infecção primária 
pelos estreptococos, seguida pelo acúmulo destes dentro do biofilme em 
concentrações patogênicas, secundária à exposição freqüente e prolongada a uma 
dieta cariogênica. Por fim, a fermentação de açúcares pelos estreptococos no 
interior da placa dental causa a desmineralização do esmalte, resultando na 
cavitação das estruturas dentárias. 
 
 
2.2 Epidemiologia 
 
Volpato e Figueiredo (2005), relataram que em programas de educação para 
prevenção da cárie em crianças, os pais são convidados a auxiliar seus filhos na 
escovação e na fixação do aprendizado em ambiente familiar, uma vez que são 
educadores incentivadores importantíssimos na formação de hábitos de higiene de 
seus filhos. 
Segundo Guedes-Pinto, (2003), a educação do paciente em Odontopediatria 
é um dos pontos mais altos que se tem dentro da filosofia preventiva. Os aspectos 
15 
preventivos englobam diagnóstico cuidadoso, organização eficaz do plano de 
tratamento, procedimentos cirúrgicos conservadores, planejamento e desenho 
correto dos aparelhos protéticos, consideração e compreensão em relação aos 
pacientes. A busca pela promoção de saúde bucal deve estar centrada em 
diagnósticos precisos e ações educativas conduzidas por odontólogos, pais e 
educadores direcionadas as crianças, sem qualquer distinção de raça, religião, sexo 
ou deficiência. 
Tonial et al., (2015), verificaram que a presença de cárie precoce na infância 
apresentou impacto na qualidade de vida relacionada à saúde bucal. As crianças 
que apresentavam cárie dentária grave obtiveram um somatório maior nos escores 
nos domínios relacionados à autoimagem, interação social e domínio das funções, 
em relação às crianças livres de cárie. 
 
 
2.3 Causas 
 
Ribeiro et al., (2004), com base no fato de que a cárie de estabelecimento 
precoce tem afetado crianças menores de três anos, a doença atualmente é 
considerada um problema de Saúde Pública. Sua etiologia é complexa e resulta da 
interação de vários fatores, tais como: alto consumo de carboidratos fermentáveis, 
negligência na higiene bucal, baixo nível socioeconômico familiar e nível limitado de 
instrução escolar da mãe. Estudos relatam que as ações educativas foram capazes 
de gerar nas mães envolvidas habilidades para o autocuidado e estimular hábitos 
saudáveis em suas crianças. 
Volpato et al., (2005), descreveram que os fatores comportamentais que 
determinam má higiene oral também podem contribuir para estabelecimento do 
consumo inadequado de alimentos cariogênicos. A comunicação verbal é um meio 
simples e direto para modificar o comportamento do indivíduo e levá-lo a exercer um 
controle satisfatório do biofilme dental. 
Hanan et al., (2012), relataram que a dieta infantil influencia a escolha de 
alimentos numa fase tardia da vida, onde tem sido demonstrada uma correlação 
entre o uso de bebidas açucaradas, de chupetas com mel na infância e o consumo 
de lanches açucarados em anos posteriores. Desta forma, o efeito da prática de 
16 
alimentação infantil sobre a ocorrência da cárie dental em dentes decíduos tem 
merecido a atenção de muitos pesquisadores. A influência da televisão no 
comportamento alimentar das crianças é relevante, sendo extremamente importante 
o papel mediador dos pais neste processo de influência. Em todos os alimentos 
industrializados analisados, houve índices elevados de açúcares nas suas 
composições, sendo as papinhas de maçã e pêra (Nestlé®) as que apresentaram a 
maior concentração de açúcares redutores em glicose (34,22% e 22,34%, 
respectivamente) e o Biscoito Bono® sabor chocolate e o bolinho de baunilha 
recheio de chocolate Bauducco®, os que apresentaram as maiores concentrações 
de sacarose (52,83% e 39,34%, respectivamente). Tais valores expressivos 
corroboram com estudos que obtiveram a concentração de 3,7 a 83,4% de sacarose 
em doces, chocolates, bebidas, balas e medicamentos, de 31,9 a 34,9 g de 
carboidrato nas papinhas de frutas Nestlé® investigadas e de 32,03% para biscoito 
waffer e 74,63% para achocolatado. O açúcar refinado (sacarose) é um produto 
concentrado que o organismo não necessita, ao contrário, rejeita pelos transtornos 
que causa na química do corpo. 
Rodrigues (2008), analisou uma pesquisa feita no Brasil, onde 304 gestantes 
do município de Salvador-BA, de nível socioeconômico-cultural baixo foram 
entrevistadas. Os resultados demonstraram que 70,7% conheciam o problema cárie 
dentária. Quando questionadas quanto às causas das doenças bucais, 59,9% 
atribuíram à falta de higiene. Dentre as entrevistadas, 52,2% acreditavam que os 
dentes não nascem para durar a vida toda. Como método utilizado para a prevenção 
de cárie, 82,9% citaram ser a escovação e 53,5% sabiam da existência de um 
elemento que previne essa enfermidade. Quanto aos dentes decíduos, 79,3% 
responderam que não há necessidade de tratá-los, porque “vai cair e nascer outro 
no lugar”. 
 
 
2.4 Classificação 
 
Frota (2009), descreve que a Academia Americana de Odontopediatria 
sugeriu, para o termo cárie precoce (Early Childhood Caries ECC), a seguinte 
definição: presença de um ou mais dentes cariados (incluindo tanto lesões cavitadas 
como as não cavitadas), ausentes (devido à cárie) ou restaurados, em crianças com 
17 
até 71 meses de idade. A cárie precoce é considerada um sério problema de saúde, 
com maior prevalência em grupos de baixo nível sócio-econômico, mas também 
observada na população em geral. A cárie de primeira infância afeta cerca de 6% 
das crianças com menos de 3 anos de idade. Os pais devem ser informados quanto 
aos prováveis efeitosnegativos da utilização da mamadeira noturna com líquidos 
açucarados, concomitante à higiene deficiente, a importância da dieta equilibrada, o 
uso do flúor e os cuidados quanto à higiene bucal, assim como a necessidade da 
visita ao cirurgião-dentista quando do irrompimento dos primeiros dentes decíduos, 
tornar-se-á mais fácil impedir o estabelecimento de maus hábitos. 
Hebling et al., (2002), descreveram a relevância que os medicamentos infantis 
na forma líquida contendo açúcares em sua composição apresentam potencial 
cariogênico. Em 1953, James & Pafitl estudaram os efeitos locais de certos 
medicamentos sobre os dentes, os quais promoviam a queda do pH do meio e 
conseqüentemente, com apenas dez dias de utilização medicamentosa, contendo 
açúcares, desde que o paciente negligencie a higiene bucal, o mesmo pode ser 
capaz de promover a desmineralização do esmalte. 
Scalioni et al., (2012), relataram que lesões cariosas estão fortemente ligada 
à influência de fatores comportamentais, com ênfase para a participação da dieta no 
processo cariogênico. A intensidade da cárie em crianças pré-escolares parece ser 
resultado da frequente ingestão de açúcar, que permite a produção repetitiva de 
ácido pelas bactérias cariogênicas que se aderem aos dentes. Torna-se, assim, 
necessária a identificação dos hábitos de risco (alimentos propriamente ditos ou 
momentos de ingestão), por meio da obtenção de um diário alimentar do paciente, a 
fim de que sejam propostas alterações capazes de auxiliar na modificação do 
padrão de progressão vigente da doença. 
Pimentel, Alves e Tostes (2012), enfatizaram que a redução da prevalência e 
incidência de cárie dentária e as mudanças na distribuição e padrão da doença nos 
últimos anos têm sido bem documentadas. Estudos epidemiológicos no Brasil 
confirmam a baixa prevalência de cárie dentária em algumas regiões mais 
desenvolvidas socioeconomicamente, porém diferenças regionais na prevalência e 
gravidade da cárie são ainda marcantes. Considerando o maior acesso das crianças 
brasileiras às medidas de prevenção, atenção maior tem que ser dada aos métodos 
de diagnóstico e decisão de tratamento. Embora, a prevalência de cárie tenha 
18 
diminuído nos últimos anos há disparidade entre regiões e muitas crianças ainda 
apresentam cárie e com grande severidade. 
Pereira (2014), ressalva que devido às desigualdades sociais existentes, a 
qualidade de vida está associada aos indicadores de desenvolvimento social. 
Assumindo um caráter com várias dimensões que abrangem os setores: educação, 
saúde, habitação, transporte, trabalho e lazer que são chamadas de medidas de 
qualidade de vida. 
É consensual entre diversos autores que estudos sobre saúde bucal e 
qualidade de vida estão intimamente ligados e deveria abordar quatro aspectos: 
funcional, social, estético e psicológico. Segundo Brasil Sorridente 2014, a promoção 
de saúde vem sido entendida como uma excelente estratégia de enfrentamento dos 
principais problemas de saúde bucal, portanto são propostas articulações de 
saberes técnicos e populares com recursos comunitários e públicos para o 
enfrentamento das doenças e resolutividade dos problemas, porém por muitas vezes 
a promoção em saúde bucal tem sido negligenciada pelos profissionais e o apoio e 
instrução tem sido limitado, o que dificulta o desenvolvimento desta prática. 
 
 
2.4.1 Lesão de mancha branca 
 
Piedade (2014) descreveu que o diagnóstico do esmalte afetado pela lesão 
incipiente, manchas brancas opacas, com ou sem perda de solução de continuidade, 
principalmente nas superfícies externas dos incisivos superiores, inclusive nas 
crianças menores de um ano e meio. Com o aparecimento de manchas brancas, 
deve-se observar se são brilhantes, lisas, indicando lesão inativa já em casos de 
lesões rugosas e opacas, caracterizando cárie. 
 
 
 
 
 
 
Figura: 1 - Lesão de mancha branca – Estágio inicial 
19 
 
Fonte: Walter, 2014 
 
 
2.4.2 Cárie de mamadeira – Estágio inicial 
 
 Diferentes estágios da cárie de mamadeira nos dentes anteriores, as lesões 
iniciais não são reconhecidas pelo leigo como doença cárie. 
 Avila (2015), relatou um estudo realizado na Índia, composto por uma 
amostra de 1500 crianças de 8 a 48 meses, detectou-se que aquelas crianças que 
faziam uso de mamadeira com conteúdo adoçado ou aleitamento em livre demanda 
apresentavam aumento significativo de lesões cariosas. O grupo de crianças 
aleitadas exclusivamente no peito e em livre demanda apresentou uma prevalência 
de cárie de 29,6%, valor esse maior que a prevalência de cárie nas crianças que não 
amamentavam em livre demanda (26,7%). A prevalência de crianças com cárie que 
usavam mamadeira durante a noite foi ainda maior (40,7%). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
Figura: 2 - Cárie de mamadeira em estágio inicial 
 
Fonte: Hubertus, 2002 
 
 
2.4.3 Lesões cariosas com cavitação 
 
Na primeira infância, a cárie dentária pode ser definida como uma doença 
crônica, multifatorial, contagiosa, de natureza agressiva que se manifesta de forma 
súbita com destruição rápida da coroa e, na maioria das vezes envolvendo muitos 
dentes, a ponto de evoluir para quadros tão severos que interferem negativamente 
no crescimento e no desenvolvimento das crianças afetadas. 
 
Figura: 3 - Cárie da primeira infância 
 
Fonte: Walter, 2014 
 
21 
2.4.4 Cárie de mamadeira grave 
 
O defeito circundante levou a uma fratura da coroa do dente 51, com 
exposição da polpa. Até este ponto, os pais “não tinham observado nada de anormal 
nos dentes”. Assim que a cárie de mamadeira se estabelece, a progressão de suas 
lesões é muito rápida através da fina camada de esmalte até a dentina. 
 
Figura: 4 - Cárie de mamadeira grave 
 
Fonte: Hubertus, 2002 
 
 
2.4.5 Cárie de mamadeira – Estágio avançado 
 
Paciente de 3 anos e meio com Incisivos e superfícies oclusais dos molares 
decíduos destruídos pelas cáries. 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
Figura: 5 – Arcada superior com cárie de mamadeira 
 
Fonte: Hubertus, et al., 2002 
 
 
2.4.6 Desmineralização nos incisivos inferiores e cárie nos molares 
 
O mesmo paciente da figura 5, ao contrário dos molares, os dentes anteriores 
ainda não foram atingidos pela cárie. Entretanto as primeiras desmineralizações já 
são visíveis clinicamente. As diferenças na incidência entre da metade direita ou 
esquerda demonstram preferência por dormir deitado de lado: o liquido cariogênico 
escorre para um lado. 
 
Figura: 6 – Mandíbula 
 
Fonte: Hubertus,et al., 2002 
 
 
23 
2.4.7 Formas precoces 
 
Em condições favoráveis ao estabelecimento de cáries já durante a erupção 
dos dentes (uso de medicamentos ou chupetas adoçadas com mel), as lesões 
podem iniciar pelas bordas incisais ou pelas superfícies palatinas. Os pais, ao 
observarem essas lesões, pensam: “os dentes já erupcionaram assim”, “ a criança 
tem dentes macios”, “ isto é conseqüência dos antibióticos”, a existência de uma 
maior predisposição à cárie por hipomineralização do esmalte formada na fase 
perinatal é discutida. 
 
Figura:7 – Formas precose 
 
Fonte: Hubertus, 2002 
 
 
 2.4.8 Cárie crônica 
 
Em cáries de processo muito lento ou estagnadas, pode haver pigmentações 
secundárias. Isto é mais alarmante para muitos pais do que uma lesão ativa, de 
coloração clara. 
 
 
 
24 
Figura: 8 - Cárie crônica 
 
Fonte: Hubertus, 2002 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
3 PREVENÇÃO 
 
3.1 Dedeira 
 
Com o irrompimento dos primeiros molares decíduos, a higienização deve ser 
realizada com escova de dente de tamanho compatível com a cavidade bucal dos 
bebês. 
 
Figura: 9 - Dedeira 
 
Fonte: Walter, 2014 
 
 
3.2 Orientações aos modelos de escovas infantis 
 
Existem diversas técnicas de escovação. Para osbebês, uma das técnicas 
mais difundidas é a de Fones, considerada simples e, portanto, de fácil execução. 
Nela, são realizados movimentos circulares em todas as faces dos dentes, com 
exceção das faces incisais e oclusais. 
 
 
 
26 
Figura: 10 – Modelos diversos de escovas 
 
Fonte: Walter, 2014 
 
 
3.3 Técnica transversal de colocação do dentifrício 
 
Vale lembrar os cuidados necessários para se diminuir os riscos de ingestão 
de doses excessivas de dentifrícios fluoretados, pelos bebês. Assim, a escovação 
deve ser realizada por um adulto, colocando o dentifrício no sentido transversal da 
escova, sempre em pequena quantidade. Na figura (A) a técnica longitudinal de 
colocação do dentifrício não deve ser utilizada. Figura (B) técnica correta. 
 Cury e Tenuta (2012), revisaram onde o uso de dentifrício fluoretado é 
seguro quanto à toxicidade aguda do fluoreto; Dentifrício fluoretado é fator de risco 
de fluorose dental, mas a dose à qual crianças são submetidas tem sido 
superestimadas; Em regiões de água fluoretada, fluorose dental não pode ser 
prevenida pelo uso de dentifrício sem flúor ou de baixa concentração; Em 
populações expostas a dentifrício fluoretado, a fluorose decorrente não afeta a 
qualidade de vida dos acometidos, mesmo naquelas já em risco devido à ingestão 
de flúor pela água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
Figura: 11 - Técnica de colocação do dentifrício 
 
Fonte: Walter, 2014 
 
 
3.4 Utilização do fio dental 
 
Outro aspecto de fundamental importância é o uso do fio dental, indicado para 
limpeza dos espaços interdentais. Este deve ser incentivado desde a época dos 
primeiros dentes, normalmente os incisivos centrais inferiores. 
 
Figura: 12 – Criança e adulto utilizando fio dental 
 
Fonte: Walter, 2014 
 
 
 
 
 
28 
4 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Foi realizado um levantamento bibliográfico em busca de artigos publicados 
nos últimos 20 anos. Foram obtidos artigos científicos, que abordavam a prevalência 
e etiologia da cárie dentária na primeira infância. 
 
 
4.1 Método 
 
 
4.1.1 Tipo de estudo 
 
Diz respeito a uma pesquisa descritiva, retrospectiva, desenvolvida por meio 
de uma revisão bibliográfica de literatura, de publicações identificadas em periódicos 
e revistas eletrônicas, livros, bem como em base de dados eletrônicas. 
Quanto à metodologia empregada para o desenvolvimento deste trabalho, 
optou-se pela revisão de literatura, constituindo uma síntese do estado do 
conhecimento sobre o tema abordado, sendo também descritiva como 
caracterização de condições e processos fisiológicos relacionados à cárie e aos 
hábitos de higiene na infância. 
O presente estudo tratou-se de uma revisão da literatura, com o objetivo de 
associar um conjunto de pesquisas a respeito da temática específica, debatendo as 
teorias e identificando os estados patológicos, bem como as prescrições práticas de 
intervenções. Dessa maneira, busca contribuir de forma positiva para o 
desenvolvimento da literatura já disponível. 
 
 
 
 
29 
4.2 Materiais 
 
 Optou-se pela consulta de base de dados eletrônica, pela facilidade de 
acesso, bem como pela possibilidade de contato com maior diversidade de 
autores e com produção científica mais recente. A busca de informações deu-se a 
partir da escolha de sites de caráter científico, como Scielo (ScientificElectronic 
Library), Medline (Medical LiteratureAnalysisandRetrieval System Online), LILACS 
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BVS (Biblioteca 
Virtual em Saúde), além do DATASUS (Banco de Dados do Ministério da Saúde). 
 
 
4.2.1 Instrumento para coleta de dados 
 
Foram usadas palavras-chave relacionadas ao tema abordado, na língua 
portuguesa e inglesa como “Crianças/Childrens”, “Odontologia/Dentistry”, “Promoção 
à Saúde/Health Promotion”, “Cárie na Infância/Childhood Caries”. Após seleção dos 
artigos, baseando-se como critérios de inclusão a atualidade e pertinência com o 
tema, foram realizadas o fichamento do material selecionado, síntese e 
delimitação das idéias centrais das publicações consultadas, construindo-se 
assim os eixos da fundamentação da pesquisa. 
 
 
4.2.2 Coleta de dados 
 
Durante os meses de agosto de 2016 a setembro de 2017 foram realizadas 
as coletas dos dados. Após a seleção do material, foram analisados os resumos, 
discussões, resultados, e posteriormente, os artigos na íntegra para verificar se 
cumpriram ao objetivo do estudo. Após leitura detalhada dos artigos e inclusão no 
estudo, com base nos achados e dados encontrados, procedeu-se à confecção do 
texto cientifico e os resultados serão relacionados nos resultados e discussões. 
 
30 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Foram pesquisados 23 artigos científicos, que abordavam a prevalência e 
associações da doença cárie dentária na primeira infância. 
Rodrigues (2008), pesquisou se a cárie é uma doença e se ela é 
transmissível, os autores perceberam que a maioria das participantes acreditam que 
a cárie é uma doença, porém não é transmissível. A afirmação de que a cárie é uma 
doença está de acordo com inúmeros trabalhos da literatura, sendo, inclusive, de 
caráter multifatorial. Em relação à transmissibilidade da cárie, observa-se no 
presente estudo que as mães se encontram desinformadas a esse respeito; Onde a 
transmissibilidade ocorre de mãe para filho pelo contato físico direto, beijo, ato de 
assoprar a comida, uso compartilhado de talheres, copos, entre outros meios de 
contaminação. 
Blank, (2012), verificou a indicação quanto ao uso de dentifrícios com flúor, 
mais de dois terços dos respondentes à enquete afirmaram que não recomendam ou 
o fazem apenas para crianças com mais de seis anos de idade, o que assinala o 
desconhecimento das recomendações correntes das autoridades acadêmicas 
quanto à ênfase que deve ser dada à ação do flúor tópico – em quantidades 
controladas e supervisionadas – na prevenção da cárie em todas as crianças que 
tenham dentes. Nesse contexto, o pediatra e o dentista podem estabelecer 
conexões, para dar à criança o melhor atendimento possível, cujo foco e intensidade 
se basearão na avaliação permanente do risco de cárie. 
Cury e Tenuta (2012), constataram nos EUA um aumento da prevalência de 
fluorose dentária, desencadeando a realização de pesquisas em todo mundo com a 
preocupação de determinar o risco que o uso abrangente de dentifrício fluoretado 
poderia provocar nas populações expostas. Essa preocupação, país que já convive 
naturalmente com a fluorose devido ao efeito sistêmico da exposição à água 
fluoretada, serviu de alerta para outros países como o Brasil, que elegeu a 
fluoretação da água como meio coletivo para controlar a cárie em sua população. 
Em países europeus, onde a população está exposta a dentifrícios 
fluoretados, a maior prevalência de fluorose é observada onde há água fluoretada. 
31 
Em acréscimo, crianças australianas expostas a água e dentifricios 
fluoretados durante os três primeiros anos de vida, o risco de apresentar fluorose é 
duas vezes maior pela exposição à água do que ao dentifrício. 
Entretanto, esse assunto com relação aos dentifrícios fluoretados não tem 
sido tratado com base nas melhores evidências científicas disponíveis, a prova 
disso, é a falta de consenso entre instituições e países quanto às recomendações de 
sua utilização na primeira infância. A Academia Européia de Odontopediatria 
recomenda que crianças nas faixas etárias de 6 a 24 meses, 2 a 6 anos e aquelas 
maiores que 6 utilizem respectivamente cremes dentais com 500, 1000 e 1450 ppm 
de flúor. 
Hanan et al. (2012), ressaltam que todos os açúcares comuns da dieta 
alimentar são utilizados no metabolismo de energia de muitas bactérias do biofilme, 
portanto, estando sujeitos aserem fermentados por esses microrganismos. Dentre 
os açúcares, a sacarose é a que apresenta maior potencial cariogênico, devido ao 
pequeno tamanho de suas moléculas e a sua facilidade de difusão pelo biofilme. 
Os autores constatam associações significativas entre consumo de sacarose, 
refrigerantes e alimentos sólidos cariogênicos com prevalência da doença cárie em 
crianças. O açúcar refinado (sacarose) é um produto concentrado que o organismo 
não necessita, ao contrário, rejeita pelos transtornos que causa na química do corpo. 
A outra metade da sacarose, a frutose, servirá para produzir um acetato, a matéria-
prima para a montagem das moléculas de colesterol. O corpo passa, então, a ter 
falta de cálcio, de magnésio, de zinco, de selênio, entre outros nutrientes protetores, 
colocando em risco a saúde das crianças. 
Castro et al., (2013), analisaram que o fator que influência a qualidade de vida 
de um indivíduo é a escolaridade, onde a maioria possui apenas o primeiro grau 
completo, não tem curso superior e conseqüentemente, oportunidades de emprego. 
Não há perspectiva de futuro melhor para esta população, a maioria conclui o ensino 
médio e vai para o trabalho na roça, não conseguem adquirir casa própria, o que 
causa impacto negativo em sua qualidade de vida, pois ficam desmotivados com o 
seu cuidado em geral, negligenciando sua saúde bucal, inclusive, a saúde bucal das 
crianças pelas quais são responsáveis. 
Lemos (2013), enfatiza que a prática de hábitos corretos alimentares na 
primeira infância é muito importante, não só pelo fato de evitar o aparecimento de 
32 
lesões cariosas, mas também por constituir a base para os futuros hábitos dietéticos, 
tornando-se um importante indicador do risco de cárie. 
Afonso e Castro (2014), estudaram o delineamento dos cuidados com higiene 
bucal dos pais ou responsáveis por alunos de um estabelecimento público 
educativo, em que o nível de escolaridade não foi determinante na construção de 
hábitos de higiene bucal saudáveis. O número de mães que aceitaram a participar 
do projeto foi expressivamente maior. Atribui-se a elas um papel fundamental nos 
cuidados com os filhos, pois, normalmente, são elas que acompanham as 
necessidades dos mesmos. Assim, confirma-se a importância de integrar as mães 
nos projetos de saúde bucal direcionados às crianças. Hoje, o Brasil está entre os 
países cuja população tem baixa incidência de cárie. Metade das crianças brasileiras 
com 12 anos não tem lesões de cárie, e 17,5 milhões de brasileiros passaram a ir ao 
dentista entre 2003 e 2008. O levantamento epidemiológico do Ministério da Saúde 
mostrou que a melhora na saúde bucal do brasileiro é reflexo do Programa Brasil 
Sorridente. 
 Nunes e Perosa (2017), analisaram a prevalência de crianças com cárie de 
certas amostras e relataram ter sido superior ao estipulado pela Organização 
Mundial de Saúde. A diversidade de resultados talvez se deva à idade dos sujeitos, 
a diferenças metodológicas, mas, principalmente, a ações preventivas odontológicas 
muito diversas nas cidades em que se realizaram as pesquisas. Para facilitar o 
monitoramento e a adesão aos programas de atenção em saúde bucal, tanto 
curativos, preventivos como educativos, eles precisam ocorrer em contextos que 
atendam crianças pequenas, nos centros de saúde, nas creches e pré-escolas. Por 
exemplo, nas creches do município onde se realizou o estudo, não havia uma 
programação de ações preventivas ou atendimento odontológico de rotina. 
 Guarienti et al. (2009), acreditam que o impacto na redução da cárie é 
resultado de investimentos em ações de promoção e educação para a saúde, no 
nível coletivo e individual, transcendendo a oferta de serviços de ordem apenas 
curativa, enfatizando a importância da reorientação das concepções e práticas no 
campo da odontologia. O grande desafio da Odontologia moderna é atuar educando 
a população, promovendo informações necessárias ao desenvolvimento de hábitos 
bucais e manutenção da saúde. A política de saúde para a rede pública deve estar 
engajada nestes princípios para que se construa uma consciência sanitária, a fim de 
desenvolver o processo de controle social da mesma. 
33 
6 CONCLUSÃO 
 
O grande obstáculo para o sucesso no controle da cárie na primeira infância 
tem sido a falta de interesse das famílias. Portanto, para promover saúde oral infantil 
é imprescindível a conscientização, rotinas e hábitos de higiene, comprometimento e 
assiduidade dos responsáveis aos programas de prevenção, se possível, desde a 
gestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
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