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AGENTE_PF_2014__CONTABILIDADE

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 1 
NOÇÕES 
DE 
CONTABILIDADE 
 
CONCEITOS DE CONTABILIDADE 
 
A Contabilidade, desde seu aparecimento como conjunto ordenado de 
conhecimentos, com objeto e finalidades definidos, tem sido considerada 
como arte, como técnica ou como ciência, de acordo com a orientação 
seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-la no elenco das espécies do 
saber humano. 
Para nós, que a consideramos um conjunto de conhecimentos sistema-
tizados, com princípios e normas próprias, ela é, na acepção ampla do 
conceito de ciência, uma das ciências econômicas e administrativas. 
Sua finalidade é manter o registro e o controle do patrimônio das enti-
dades, com o fim de fornecer informações e interpretações sobre a compo-
sição e as variações desse patrimônio. 
Seu objetivo de estudo é, pois, o patrimônio, e seu campo de aplicação 
o das entidades econômico-administrativas, assim chamadas aquelas que, 
para atingirem seu objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam bens 
patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo, que pratica os atos 
de natureza econômica necessários a seus fins. 
Daí se conclui que somente os patrimônios ociosos, não-produtivos e 
não-administrados podem dispensar a ação controladora e informativa da 
Contabilidade. 
A Contabilidade alcança sua finalidade através do registro de todos os 
fatos relacionados com a formação, a movimentação e as variações do 
patrimônio administrado, vinculado à entidade, com o fim de assegurar seu 
controle e fornecer a seus administradores as informações necessárias à 
ação administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do patrimônio) 
e demais pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o estado 
patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para 
alcançar seus fins. 
Nos tempos modernos, com a formação das grandes empresas (socie-
dades abertas), a informação contábil passou a ser de interesse de grupos 
cada vez mais amplos, de indivíduos, que incluem não somente acionistas, 
mas também fornecedores, financiadores, banqueiros, poderes públicos 
(arrecadadores de impostos) e até empregados que participam do lucro das 
empresas. De forma indireta, mesmo a sociedade em geral é interessada 
na informação contábil, pois a vitalidade das empresas é assunto de rele-
vante interesse social. 
O registro de todas as ocorrências patrimoniais é feito pela Contabili-
dade através de técnica que lhe é própria, a que chamamos Escrituração. 
Como o simples registro dos fatos não é elemento suficiente de infor-
mação, a Contabilidade reúne os fatos registrados, também segundo pro-
cedimento próprio, em demonstrações expositivas, que recebem a designa-
ção genérica de demonstrações contábeis, e denominações específicas de 
inventários, balanços, demonstrações de resultados, de lucros acumulados, 
de origens e aplicações de recursos, de variações do patrimônio, e outras. 
Utiliza-se ainda, a Contabilidade, de mais uma técnica especializada, 
com o fim de confirmar a exatidão dos registros e das demonstrações 
contábeis — é a Auditoria, que constitui atualmente uma das mais impor-
tantes especializações do profissional da Contabilidade. 
Como algumas das demonstrações contábeis são sintéticas, oferecen-
do informações globais, de conjunto, que não esclarecem quanto à compo-
sição analítica do patrimônio e de suas variações, elas nem sempre atin-
gem os fins informativos a que se destinam. Daí a utilização, pela Contabili-
dade, de outra técnica especializada chamada genericamente de Análise 
de Balanços, que, utilizando métodos e processos específicos, permite 
decompor, comparar e interpretar o conteúdo das demonstrações contá-
beis, fornecendo informações analíticas e úteis não somente a administra-
dores e titulares do patrimônio, mas a todos os que com este mantêm 
relações de interesse. 
RESUMINDO AS NOÇÕES SOBRE A CONTABILIDADE, TEMOS: 
OBJETO: 
O patrimônio, que a Contabilidade estuda, analisa e controla, registran-
do e informando, através das demonstrações contábeis, todas as ocorrên-
cias nele verificadas. 
CAMPO DE APLICAÇÃO: 
O das entidades econômico-administrativas, sejam de fins lucrativos ou 
não. 
FINALIDADE: 
Assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informa-
ções sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como o resulta-
do das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar 
seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, culturais, 
esportivos, beneficentes ou outros). 
TÉCNICAS DE QUE SE UTILIZA PARA ATINGIR SUA FINALIDADE: 
• Registro dos fatos — Escrituração. 
• Demonstração expositiva dos fatos — Demonstrações Contábeis. 
• Confirmação dos registros e demonstrações contábeis — Auditoria. 
• Análise e interpretação das demonstrações contábeis — Análise 
de Balanços. 
Baseados nessas noções gerais, podemos chegar à seguinte conceitu-
ação de contabilidade: 
É a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e in-
terpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o 
registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o 
fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas 
variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza 
patrimonial. 
 O OBJETO DA CONTABILIDADE 
O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, constitui a matéria so-
bre a qual se exercem as funções contábeis. 
O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à 
entidade econômico-administrativa e constitui um meio indispensável para 
que esta realize seus objetivos. Para alcançá-los, a administração da 
entidade pratica atos de natureza econômica, produzindo variações aumen-
tativas e diminutivas na riqueza patrimonial. 
Para conhecer a situação do patrimônio em determinado momento, 
bem como suas variações e os efeitos da ação administrativa sobre a 
riqueza patrimonial, é que a Contabilidade registra, demonstra e analisa os 
fatos ocorridos no patrimônio, evidenciando seus aspectos específicos e 
quantitativos. 
O aspecto específico, também chamado qualitativo, considera as espé-
cies de bens, direitos e obrigações que compõem a riqueza patrimonial, tais 
como: dinheiro, mercadorias, móveis e contas a receber ou a pagar. O 
aspecto quantitativo evidencia a quantidade de cada um desses componen-
tes, monetariamente representada, como: caixa $ 500, mercadorias $ 1 
.000, móveis $ 200, contas a receber $ 100, e contas a pagar $ 1 50. 
As variações patrimoniais são qualitativamente representadas pelos di-
versos tipos de receitas e despesas e quantitativamente pelos seus respec-
tivos valores. 
O objeto da Contabilidade é, pois, o patrimônio, e em torno dele se de-
senvolvem suas funções, como meio para atingir sua finalidade. 
A FINALIDADE DA CONTABILIDADE 
A finalidade da Contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fa-
tos ocorridos no patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua 
composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorren-
te da gestão da riqueza patrimonial. 
Essas informações são indispensáveis à orientação administrativa, 
permitindo maior eficiência na gestão econômica da entidade e no controle 
dos bens patrimoniais. 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 2 
Não é somente à administração, entretanto, que interessa o controle do 
patrimônio e as informações e interpretações sobre sua composição e 
variações, mas também a terceiros, que têm interessesvinculados ao 
patrimônio, como investidores, fornecedores, financiadores, autoridades 
fiscais e demais pessoas ou entidades que mantêm relações econômicas 
ou financeiras com a entidade administrada. 
A Contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o 
mesmo papel que a História, na vida da humanidade. Sem ela não seria 
possível conhecer o passado nem o presente da vida econômica da entida-
de, não sendo também possível fazer previsões para o futuro nem elaborar 
planos para a orientação administrativa. 
OS MEIOS DE QUE SE UTILIZA A CONTABILIDADE 
Para atingir sua finalidade, a Contabilidade se utiliza das seguintes téc-
nicas contábeis: 
1 — Escrituração. 
2 — Demonstrações contábeis (inventários, balanços e outras). 
3 — Auditoria. 
4 — Análise de Balanços. 
A Escrituração é o registro dos fatos que ocorrem no patrimônio. Esse 
registro é feito em ordem cronológica, o que dá à Contabilidade caracterís-
tica de verdadeira história do patrimônio. Não se cinge a esse aspecto 
histórico, entretanto, sua função, pois os registros evidenciam a expressão 
monetária dos fatos e os selecionam de acordo com a natureza de cada 
um, proporcionando sua reunião em grupos homogêneos, que distinguem 
os diversos componentes do patrimônio e suas respectivas variações. 
O simples registro e seleção dos fatos, dado seu volume e heteroge-
neidade, não é elemento suficiente para atingir a finalidade informativa da 
Contabilidade. Daí serem esses fatos reunidos em demonstrações expositi-
vas que recebem a denominação genérica de demonstrações contábeis. 
Quando essas demonstrações têm em vista a exposição dos compo-
nentes patrimoniais, recebem o nome de Balanço Patrimonial. Quando 
visam a demonstrar as variações patrimoniais e o resultado econômico de 
um período administrativo, recebem a denominação de Demonstração do 
Resultado do Exercício.. Outros tipos de demonstrações existem, receben-
do denominações específicas, tais como Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos, Demonstração de Lucros Acumulados, Demons-
tração das Variações do Patrimônio Líquido, etc. 
Quando a demonstração é analítica e específica de determinados 
componentes patrimoniais, tem o nome de inventário. 
Para confirmar a exatidão dos registros e das demonstrações contá-
beis, a Contabilidade se utiliza também de uma técnica que lhe é própria, 
chamada Auditoria, que consiste no exame de documentos, livros e regis-
tros, obedecendo a normas especiais de procedimento, com o objetivo de 
verificar se as demonstrações contábeis representam, adequadamente, a 
posição econômico-financeira do patrimônio e os resultados do período 
administrativo, de acordo com os princípios de Contabilidade geralmente 
aceitos, aplicados de maneira uniforme em períodos sucessivos. 
 Como algumas das demonstrações contábeis são sintéticas e nem 
sempre esclarecem a composição analítica do patrimônio e de suas varia-
ções, a Contabilidade dispõe de mais uma técnica especializada, denomi-
nada Análise de Balanços, que permite decompor, comparar e interpretar 
essas demonstrações, oferecendo aos interessados na riqueza patrimonial 
dados analíticos e interpretação sobre os componentes do patrimônio e 
sobre os resultados da atividade econômica desenvolvida pela entidade. 
Conforme definidos e aprovados pelo Conselho Federal de Contabili-
dade, através da Resolução CFC n.º 750/93, os princípios são... 
Princípios fundamentais de Contabilidade 
Conforme definidos e aprovados pelo Conselho Federal de Contabili-
dade, através da Resolução CFC n.º 750/93, os princípios são: 
1. Princípio da Entidade 
O patrimônio da entidade não se confunde com o dos seus sócios, a-
cionistas ou proprietário individual. 
2. Princípio da Continuidade 
A vida da entidade é continuada. Por consequência, como as demons-
trações contábeis são estáticas, não podem ser desvinculadas dos perío-
dos anteriores e subsequentes. Ocorrendo a descontinuidade, o fato deve 
ser divulgado. 
3. Princípio da Oportunidade 
As mudanças nos ativos, passivos e na expressão contábil do patrimô-
nio líquido, devem ser reconhecidos formalmente nos registros contábeis, 
logo que ocorrerem, ainda que os seus valores sejam razoavelmente esti-
mados e as provas documentais posteriormente complementadas. 
4. Princípio do Registro pelo Valor Original 
Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores o-
riginais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente 
na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patri-
moniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decom-
posições no interior da Entidade. 
5. Princípio da Atualização Monetária 
Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem 
ser reconhecidos nos registros contábeis, através do ajustamento da ex-
pressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
6. Princípio da Competência 
As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resul-
tado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quando se 
correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 
7. Princípio da Prudência 
Determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e 
do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas 
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que 
alterem o Patrimônio Líquido. 
 
RESOLUÇÃO CFC Nº 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993 
Diário Oficial da União de 31.12.1993 
DISPÕE SOBRE OS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) 
Nota: Redação dada pela Resolução CFC nº 1.282/2010 
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas 
atribuições legais e regimentais, 
CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada 
para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, 
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) 
RESOLVE: 
CAPÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA 
Art. 1º. Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunci-
ados por esta Resolução. 
§ 1º. A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no 
exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas 
Brasileiras de Contabilidade (NBC). 
§ 2º. Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações con-
cretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos 
formais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) 
CAPÍTULO II 
DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO 
Art. 2º. Os Princípios de Contabilidade representam a essência das 
doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o enten-
dimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. 
Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência 
social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela Reso-
lução CFC nº. 1282/10) 
Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução 
CFC nº. 1282/10) 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 3 
I) o da ENTIDADE; 
II) o da CONTINUIDADE; 
III) o da OPORTUNIDADE; 
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC 
nº. 1282/10) 
VI) o da COMPETÊNCIA; e 
VII) o da PRUDÊNCIA. 
SEÇÃO I 
O PRINCÍPIO DA ENTIDADE 
Art. 4º. O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto 
da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da 
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios 
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de 
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, 
com ou sem fins lucrativos. Por consequência,nesta acepção, o Patrimônio 
não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de 
sociedade ou instituição. 
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recí-
proca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios 
autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de nature-
za econômico-contábil. 
SEÇÃO II 
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continu-
ará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos 
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação 
dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) 
SEÇÃO III 
O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE 
Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensura-
ção e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informa-
ções íntegras e tempestivas. 
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e 
na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua rele-
vância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a 
confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 
1282/10) 
SEÇÃO IV 
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL 
Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os 
componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos 
valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 
§ 1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em 
graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a 
serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos 
recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os 
passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos 
em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em 
caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o 
passivo no curso normal das operações; e 
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os 
componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações 
decorrentes dos seguintes fatores: 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa 
ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou 
ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demons-
trações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para 
liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma 
forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equi-
valentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para 
liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da 
Entidade; 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descon-
tado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado 
pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são 
mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida 
de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso 
normal das operações da Entidade; 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um 
passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma 
transação sem favorecimentos; e 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo 
da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis medi-
ante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes 
patrimoniais. 
§ 2º. São resultantes da adoção da atualização monetária: 
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não 
representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; 
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das 
transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em 
moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os 
valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimô-
nio Líquido; e 
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão 
somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, medi-
ante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a 
variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. 
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) 
Nota: o artigo 8º, seu § único, e os incisos I, II e III, que tratavam do 
Princípio da Atualização Monetária foram revogados pela Resolução CFC 
nº. 1282/10. 
SEÇÃO VI 
O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA 
Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das tran-
sações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se refe-
rem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. 
O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação 
de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC 
nº. 1282/10). 
SEÇÃO VII 
O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA 
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor va-
lor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sem-
pre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação 
das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de 
certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às 
estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e 
receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam 
subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração 
e apresentação dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Reso-
lução CFC nº. 1282/10) 
Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infra-
ção nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de 
maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do 
Contabilista. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) 
Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra 
em vigor a partir de 1º de janeiro de 1994. 
Brasília, 29 de dezembro de 1993. 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 4 
PATRIMÔNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS, ATIVO, 
PASSIVO E SITUAÇÃO LÍQUIDA. EQUAÇÃO FUNDAMEN-
TAL DO PATRIMÔNIO. 
 O PATRIMÔNIO 
1. Conceito e Definição 
Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pes-
soa, avaliado em moeda. Sendo assim, pode ser visualizado da seguinte 
maneira: 
Patrimônio 
Bens 
Direitos 
Obrigações 
1.1Bens 
Bens são objetos capazes de satisfazer as necessidades humanas e 
suscetíveis de avaliação econômica. Ao entrar em um supermercado, por 
exemplo, encontramos inúmeros objetos, como balcões, vitrinas, 
equipamentos emissores de cupons fiscais e uma infinidade de 
mercadorias expostas para venda em gôndolas, prateleiras, displays etc. 
Todos esses objetos são os bens que o supermercado possui. 
Do ponto de vista contábil, bens são todos os objetos que uma 
empresa possui, seja para uso, troca seja para consumo. Para exemplificar, 
tomemos por modelo uma empresa que comercialize calçados, assumindo 
que ela possua somente os seguintes bens: balcão, prateleira, vitrina, 
equipamento emissor de cupom fiscal, espelho, calçados para venda 
(mercadorias), papel para embalagem, material para limpeza da loja, meio 
quilo de pó de café e uma pequenaquantia em dinheiro. Nesse caso, 
temos: 
 
BENS DE USO BENS DE 
TROCA 
BENS DE CONSUMO 
Balcão 
Prateleira 
Vitrina 
Equipamento emissor 
de cupom fiscal 
Espelho 
Calçados 
paro venda 
Dinheiro 
Papel para embalagem 
Material para limpeza 
0,5kg de pó de café 
Os bens podem ser classificados de várias maneiras, de acordo com o 
contexto em que se inserem. A classificação que mais nos interessa neste 
momento é a que os divide em materiais e imateriais. 
Os bens materiais, como o próprio nome diz, são aqueles que 
possuem corpo, matéria. Por sua vez, dividem-se em bens móveis, os que 
podem ser removidos do seu lugar, por exemplo, mesas, veículos, 
computadores, dinheiro, mercadorias etc., e bens imóveis, os que não 
podem ser deslocados de seu lugar natural. Exemplo: terrenos, edifícios 
etc. 
Os bens imateriais correspondem àqueles que, embora considerados 
bens, não possuem corpo ou matéria. São determinados gastos que a 
empresa faz, os quais, pela sua natureza, devem ser considerados parte 
integrante do patrimônio e, por esse motivo, são registrados pela 
contabilidade como bens. Não tendo muita variedade, os mais comuns são: 
a.Fundo de comércio: suponhamos que uma empresa de comércio de 
calçados, tenha decidido ampliar os negócios, abrindo uma filial. 
Para isso, comprou, à vista, por $50.000, um imóvel onde estava 
instalada uma empresa concorrente. Vamos assumir que o antigo 
proprietário tenha cobrado $ 30.000 pelo valor de mercado que era 
igual ao valor registrado nos livros contábeis da empresa, e $ 
20.000 pelo ponto comercial ou seja, pela clientela que já estava 
formada. Neste caso, a empresa de comércio de calçados, 
registrará na contabilidade, $ 30.000 como bem material com o 
título de Imóveis e $20.000 como bem imaterial, com o título de 
Fundo de Comércio. 
b.Marcas e Patentes: são valores gastos com o registro ou com a 
compra de uma marca (nome comercial ou industrial) ou de uma 
patente de invenção. Para que a empresa possa usufruir com 
exclusividade de todos os direitos reservados pela legislação para 
o uso desses bens imateriais, é preciso que essa marca ou patente 
esteja devidamente registrada no Instituto Nacional da Propriedade 
Industrial (lNPI). 
Nota: Veja dois sinônimos que são comuns nos meios comerciais para 
representar bens materiais e bens imateriais: bem material é o mesmo que 
bem tangível e bem imaterial, que bem intangíveL 
1.2Direitos 
Direitos são os valores que a empresa tem para receber de terceiros. 
Terceiros, neste caso, correspondem a todas as pessoas que se 
relacionam com a empresa, como os clientes. 
Os direitos originam-se não só das vendas de mercadorias a prazo, 
como também das vendas a prazo de outros bens ou serviços, ou ainda em 
decorrência de outras transações, como é o caso de aluguel de bens 
móveis ou imóveis, empréstimos de dinheiro efetuados a terceiros etc. 
Os direitos, normalmente, aparecem registrados nos livros contábeis da 
empresa com o nome do elemento representativo do respectivo direito, 
seguido da expressão “a Receber”. Exemplos: 
ELEMENTOS EXPRESSÃO 
Duplicatas a Receber 
Promissórias a Receber 
Aluguéis a Receber 
 
1.3Obrigações 
Obrigações representam os valores que a empresa tem para pagar a 
terceiros. Nesse caso, terceiros são: fornecedores, bancos, empregados, 
governo etc. 
As obrigações podem se originar não só das compras de mercadorias a 
prazo, como também das compras a prazo de outros bens ou serviços ou 
ainda em decorrência de outras transações, como é o caso de aluguel de 
bens móveis ou imóveis, de empréstimos de dinheiro captados em 
estabelecimentos bancários etc. 
As obrigações aparecem, habitualmente, registradas nos livros 
contábeis das empresas com o nome do elemento representativo da 
respectiva obrigação, seguido da expressão “a Pagar”. Exemplos: 
ELEMENTOS EXPRE
SSÃO 
Duplicatas a Pagar 
Promissórias a Pagar 
Aluguéis a Pagar 
Salários a Pagar 
Impostos a Pagar 
 
2 Aspectos Qualitativo e Quantitativo do Patrimônio 
Vimos que o patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações. 
A contabilidade estuda o patrimônio em seus aspectos qualitativos e 
quantitativos. Os aspectos qualitativos tratam dos componentes do 
patrimônio segundo a espécie de cada um, enquanto os aspectos 
quantitativos referem-se ao valor com que cada elemento possa ser 
expresso em moeda. 
 
Veja como o Conselho Federal de Contabilidade comenta os aspectos 
qualitativos quantitativos (Item 1.2 do Apêndice à Resolução CFC nº 
774/1994, que trata dos princípios fundamentais de contabilidade.): 
“Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos 
elementos que compõem, como dinheiro, valores a receber ou a pagar 
expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias 
etc. 
 
A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau 
de particularização que permita a perfeita compreensão do 
componente patrimonial. Assim, quando falamos em máqui-
nas, ainda estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja 
expressão poderá ser de muita utilidade, em determinadas 
análises. Mas a contabilidade, quando aplicada a um patri-
mônio particular, não se limitará às ‘máquinas’ como catego-
ria mas se ocupará de cada máquina em particular, na sua 
condição do componente patrimonial, de forma que não pos-
sa ser confundida com qualquer outra máquina mesmo de ti-
po idêntico. 
 
O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes 
patrimoniais em valores, o que demanda que a contabilidade assuma 
posição sobre o que seja ‘valor’ porquanto os conceitos sobre a matéria são 
extremamente variados.” 
 
Acompanhe o seguinte raciocínio: possuo uma empresa com o 
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Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 5 
seguinte patrimônio: 
Patrimônio 
Bens 
Direitos 
Obrigações 
 
Pois bem, da forma pela qual o patrimônio foi apresentado, você 
consegue imaginai o tamanho da minha empresa? É evidente que não. 
Então, vamos agora representá-lo ressaltando o aspecto qualitativo: 
Patrimônio 
Bens 
• Dinheiro 
• Móveis 
• Veículos 
Direitos 
• Duplicatas a receber 
• Aluguéis a cobrar 
Obrigações 
• Duplicatas a pagar 
• Impostos a Pagar 
 
Ressaltado o aspecto qualitativo, os elementos componentes do 
patrimônio foram devidamente qualificados, isto é, especificados. Tais 
informações permitem ter uma noção mais precisa do tamanho do 
patrimônio da empresa. No entanto, elas ainda não são suficientes, pois 
algumas perguntas continuam sem respostas: Quanto de dinheiro possuo? 
Qual o valor dos meus veículos? Quanto de duplicatas tenho para receber? 
Quanto de duplicatas tenho para pagar? Enfim, qual é o valor do meu 
patrimônio? Daí a necessidade de ressaltar o segundo aspecto, veja: 
Patrimônio 
Bens 
• Dinheiro ............................................ 10.000 
• Móveis .............................................. 15.000 
• Veículos ............................................ 50.000 
Direitos 
• Duplicatas a receber ........................ 
• Aluguéis a cobrar ............................. 
Obrigações 
• Duplicatas a pagar ........................... 
• Impostos a Pagar ............................ 
 
Finalmente, após ressaltados os aspectos qualitativo e quantitativo, 
ficou mais fácil avaliar o tamanho do Patrimônio da minha empresa, pois 
agora você conhece o quê e quanto minha empresa possui em bens, 
direitos e obrigações. 
 
Os aspectos qualitativos e quantitativos levados em conta na 
apresentação das demonstrações elaboradas a partir dos registros 
contábeis permitem a mensuração do patrimônio bem como o 
conhecimento dos elementos que o compõem.3 Representação Gráfica do Patrimônio 
Para tornar mais fácil e didático o que é patrimônio (ponto de partida 
para entender com clareza todo o mecanismo que envolve o processo 
contábil), vamos representá-lo por meio de um gráfico em forma de “T”: 
 
 
 
 
 
O “T”, como vemos, tem dois lados: no esquerdo, colocamos os bens e 
os direitos; e no direito, as obrigações. Então, a representação gráfica do 
patrimônio fica assim: 
 
PATRIMÔNIO 
Bens Obrigações 
Direitos 
 
 
Nessa representação gráfica, temos, de um lado, os bens e os direitos, 
que formam o grupo dos elementos positivos; e, do outro lado, as 
obrigações, que formam o grupo dos elementos negativos. 
 
PATRIMÔNIO 
ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS 
Bens Obrigações 
Caixa (dinheiro) Duplicatas a Pagar 
Estoque de Mercadorias Aluguéis a Pagar 
Móveis e Utensílios Impostos a Pagar 
Direitos Salários a Pagar 
Duplicatas a Receber 
Promissórias a Receber 
 
O lado esquerdo do gráfico é chamado lado positivo, pois os bens e os 
direitos representam, para a empresa, sua parte positiva (é o que ela tem 
efetivamente — bens; e o que ela tem para receber — direitos). 
 
O lado direito é o lado negativo, pois as obrigações representam a 
parte negativa da empresa (é o que ela tem para pagar). 
 
Os elementos positivos são denominados ainda componentes ativos e 
seu conjunto forma o Ativo. De forma semelhante, os elementos negativos 
são componentes passivos e seu conjunto forma o Passivo. 
PATRIMÔNIO 
ATIVO PASSIVO 
Bens Obrigações 
Caixa (dinheiro) Duplicatas a Pagar 
Estoque de Mercadorias Aluguéis a Pagar 
Móveis e Utensílios Impostos a Pagar 
Direitos Salários a Pagar 
Duplicatas a Receber 
 
4 Situação liquida Patrimonial 
Situação líquida patrimonial é a diferença entre o Ativo (bens e direitos) 
e o Passivo (obrigações). 
NOTA: Até agora, conforme nosso propósito, limitamo-nos a esclarecer 
o que é Ativo e Passivo, bem como o posicionamento dos bens, direitos e 
das obrigações no gráfico representativo do patrimônio. Deixamos de lado, 
porém, o aspecto quantitativo, isto é, o valor de cada um desses elemen-
tos. Para que a representação gráfica do patrimônio esteja completa, é 
preciso representar os elementos que o compõem com seus respectivos 
valores. Isso é o que faremos a seguir. 
 
Por que estudar as situações líquidas agora? Para atender a um gran-
de objetivo: acrescentar ao seu conhecimento mais um grupo de elementos 
na representação gráfica do patrimônio. 
 
Esse novo grupo, que se chama Patrimônio Líquido, juntamente com 
os bens, com os direitos e com as obrigações, completará a já conhecida 
representação gráfica do patrimônio, permitindo que o total do lado 
esquerdo seja igual ao total do lado direito, dando-lhe forma de equação. 
Entretanto, para compreender melhor esse novo grupo de elementos 
(Patrimônio Líquido), vamos estudar antes as situações líquidas 
patrimoniais possíveis. 
NOTAS: A partir daqui, passaremos a representara patrimônio por meio 
do mesmo gráfico em forma de “T”, porém com o título apropriado de 
Balanço Patrimonial. 
 
1- O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis exigidas 
pela Lei nº 6.404/1976 das sociedades por ações, ele deve exprimir, com 
clareza, a situação do patrimônio da empresa em um dado momento. 
 
Para efeito didático, neste tópico, deixaremos de especificar os bens, 
os direitos e as obrigações, apresentando apenas suas somas. 
 
4.1Situações líquidas patrimoniais possíveis 
4.1.1 Ativo maior que o Passivo 
Exemplo: 
Bens ........................................ 200 
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Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 6 
Direitos .................................... 100 
Obrigações .............................. 180 
Neste caso, teremos: 
• Ativo (bens + direitos) ............ (+) 300 
• Passivo (obrigações) ............. ( - ) 180 
• Diferença ................................ (+) 120 
 
OBSERVAÇÃO: E Antes de cada valor, colocamos um sinal. O Ativo, 
contendo bens e direitos, é positivo; logo, sinal (+). O Passivo, contendo 
obrigações, é negativo; logo sinal (—). 
 
No gráfico representativo do patrimônio, a situação líquida patrimonial 
deve ser colocada sempre do lado direito. Ela é somada ou subtraída das 
obrigações, de modo que iguale o lado do Passivo ao lado do Ativo, para 
manter o equilíbrio entre os dois lados, dando ao gráfico forma de equação. 
 
Veja: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens ......................... 200 Obrigações ............... 180 
Direitos ................... 100 (+) Situação líquida .. 120 
Total ......................... 300 Total ......................... 300 
 
Neste caso, a situação líquida poderá ser denominada de situação 
líquida positiva; situação líquida ativa ou situação líquida superavitária. 
 
Suponhamos que o proprietário dessa empresa, neste momento, 
decida liquidá-la: vendendo os bens ao preço que custaram, apurará $200; 
recebendo todos os direitos no valor de $ 100, acumulará em mãos o 
montante de $ 300; pagando todas as obrigações no valor de $ 100, restará 
para ele a soma de $ 120. Por isso, dizemos que a importância de $ 120 
corresponde à situação líquida superavitária, isto é, o quanto a soma dos 
elementos positivos (ativos) superou a soma dos elementos negativos 
(passivos). 
 
Veja outras maneiras de expressar a situação líquida positiva: 
ATIVO > PASSIVO → Situação Líquida Bens + Direito Obrigações positiva 
 
Ativo maior que zero e Passivo maior que zero: situação liquida maior 
que zero. 
 
4.1.2 Ativo menor que o Passivo 
Exemplo: 
Bens ........................................ 200 
Direitos .................................... 100 
Obrigações .............................. 340 
Neste caso, teremos: 
• Ativo (bens + direitos) ............ (+) 300 
• Passivo (obrigações) ............. ( - )340 
• Diferença ................................ ( - ) 40 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens ......................... 200 Obrigações ............... 340 
Direitos ................... 100 (-) Situação líquida .. 40 
Total ......................... 300 Total ......................... 300 
 
Neste caso, a situação líquida pode ser denominada de situação 
líquida negativa, situação líquida passiva; situação líquida deficitária ou, 
ainda, de passivo a descoberto. 
 
Suponhamos que o proprietário da empresa, neste momento, decida 
liquidá-la: vendendo os bens ao preço de custo, apurará $ 200. Recebendo 
todos os direitos no valor de $ 100, acumulará em mãos o montante de $ 
300. Como para saldar seus compromissos precisará de 340, valor das 
obrigações, e tendo levantado apenas $300 com a liquidação, faltarão $40. 
Portanto, a situação líquida é deficitária, ou seja, o total dos elementos 
positivos é insuficiente para saldar os compromissos assumidos pela 
empresa. 
 
A expressão “Passivo a Descoberto” traduz a insuficiência do Ativo 
para cobrir todo o Passivo. 
 
Veja outras maneiras de expressar essa situação: 
ATIVO < PASSIVO → Situação Líquida Bens + Direito Obrigações negativa 
 
Ativo maior que zero, Passivo maior que zero e situação líquida menor 
que zero. 
 
4.1.3Ativo igual ao Passivo 
Exemplo: 
Bens ........................................ 200 
Direitos .................................... 100 
Obrigações .............................. 180 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens ......................... 200 Obrigações ............... 300 
Direitos ................... 100 
Total ......................... 300 Total ......................... 300 
Neste caso, o Ativo é inteiramente absorvido pelas obrigações,e a 
situação líquida é nula, inexistente. 
 
Observe que se o proprietário pretendesse liquidar essa empresa, 
nesse momento, tudo o que apuraria com a venda dos bens e com o 
recebimento dos direitos seria necessário para cobrir as obrigações, não 
restando nada para ele. 
 
Veja outras maneiras de expressar essa situação: 
ATIVO = PASSIVO → Situação Líquida Bens + Direito Obrigações nula 
 
Ativo maior que zero, Passivo maior que zero e situação líquida igual a 
zero. 
 
OBSERVAÇÃO: Além dessas três situações apresentadas, podem 
ocorrer mais duas: Ativo igual à situação líquida e situação líquida igual ao 
passivo. Porém, não as comentamos minuciosamente por serem variantes 
das situações líquidas positiva e negativa, já estudadas. 
Ativo igual à situação líquida 
 
Não há obrigações, existindo apenas elementos positivos. Nesse caso, 
a situação líquida é positiva. 
 
Essa situação é comum quando a empresa encontra-se na fase de 
constituição, em que o Ativo e a situação líquida são maiores que zero, 
porém o Passivo é igual a zero. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens ......................... 80 (+) Situação líquida .. 100 
Direitos ................... 20 
Total ......................... 100 Total ......................... 100 
 
Situação líquida igual ao Passivo 
Não há Ativo, apenas obrigações. Nesse caso, a situação líquida é 
negativa: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
 Obrigações ............... 200 
 (-) Situação líquida .. (200) 
Total ......................... 0 Total ......................... 0 
 
Essa situação é comum quando a empresa encontra-se na fase de 
liquidação, quando o Ativo é igual a zero, o Passivo é maior que zero e a 
situação líquida é menor que zero. 
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NOTA: Conforme se pôde observar, o Ativo e o Passivo nunca serão 
menores que zero, ~ podendo assumir as situações tanto de igual quanto 
de superior a zero; entretanto, a situação líquida poderá assumir as três 
situações: menor, igual ou maior que zero 
 
5 Equação Básica do Patrimônio 
A equação básica do patrimônio, também conhecida por equação 
fundamental do patrimônio é a que evidencia o patrimônio em situação 
normal, ou seja, em situação líquida positiva. É expressa da seguinte 
maneira: 
ATIVO = PASSIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA 
 
6 Patrimônio liquido 
Patrimônio Líquido é o quarto grupo de elementos patrimoniais que, 
juntamente com os bens, com os direitos e com as obrigações, completará 
a demonstração contábil denominada Balanço Patrimonial. Assim, no 
Balanço Patrimonial temos os seguintes elementos: 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens Obrigações 
Direitos Patrimônio Líquido 
 
Até aqui, estudamos três dos quatro grupos de componentes do 
patrimônio: bens, direitos e obrigações e seus elementos. Pois bem, agora, 
veremos os elementos que compõem o grupo do Patrimônio Líquido: 
a. Capital; 
b. Reservas; 
c.Prejuízos Acumulados. 
•Capital é a importância, normalmente em dinheiro, que o proprietário 
de uma empresa possui para iniciar o seu negócio. Esse capital 
inicial poderá ser composto somente por dinheiro, ou dinheiro e 
outros bens como Móveis e Utensílios, Veículos, Mercadorias etc. 
Durante a vida normal das empresas, o capital pode ser 
aumentado com novas somas colocadas pelos titulares ou pela 
incorporação de parte dos lucros auferidos pelas próprias 
empresas. 
•Reservas são parcelas do lucro apurado pelas empresas que ficam 
retidas (retiradas, reservadas) para determinados fins, como é o 
caso da Reserva para Investimentos, que normalmente é utilizada 
para ampliação das instalações da empresa, abertura de filiais etc. 
•Prejuízos Acumulados correspondem ao resultado negativo apurado 
pela empresa na movimentação do patrimônio. 
 
 O principal objetivo das empresas é o lucro. No final de cada exer-
cício social (período em que a empresa opera — geralmente igual a um 
ano), a movimentação do patrimônio poderá resultar em lucro ou em preju-
ízo. Quando o resultado corresponder a prejuízo, ele poderá ser amortiza-
do (pago) pelo titular ou pelos sócios, ou, ainda, poderá ser mantido no 
grupo do Patrimônio Líquido para ser compensado com lucros apurados 
em exercícios futuros. Quando o resultado do exercício corresponder a 
lucro, ele terá várias destinações: uma parte vai para o governo (contribui-
ção social e imposto de renda); uma parte poderá ser destinada a compen-
sar prejuízos apurados em exercícios anteriores; uma parte poderá ser 
destinada aos participantes no lucro (empregados, administradores, etc.); 
outra parte poderá ser destinada à constituição de reservas e outra a 
distribuição aos titulares ou acionistas em forma de dividendos. 
 
Além do capital, das reservas e dos prejuízos acumulados, existem 
outros elementos que integram o grupo do Patrimônio Líquido e que serão 
estudados oportunamente. 
NOTA. Por hora, estas simples explicações acerca dos componentes 
do Patrimônio Líquido são suficientes. Na sequência da matéria, esses 
assuntos serão retomados e explicados com mais detalhes. 
 
Na seção a seguir, veremos como os acontecimentos diários das 
empresas interferem no patrimônio, bem como a origem e movimentação 
dos bens, dos direitos, das obrigações e do Patrimônio Líquido, além dos 
seus corretos posicionamentos no Balanço Patrimonial. 
 
“Patrimônio Líquido x situação líquida” 
Então, Patrimônio Líquido é o mesmo que situação líquida? 
É isso mesmo. Tomemos como exemplo uma empresa com situação 
líquida positiva, tendo, no Ativo, bens e direitos no valor de $ 5.000 e, no 
Passivo, obrigações no valor de $ 4.000. Nesse caso, subtraindo do Ativo 
de $ 5.000, o valor do patrimônio de terceiros (obrigações) de $ 4.000, 
obteremos um Patrimônio Líquido de $ 1.000. Esse valor encontrado de 
$1.000 corresponde à parte do patrimônio que pertence ao proprietário da 
empresa, podendo ser denominado tanto de Patrimônio Líquido quanto de 
situação líquida, uma vez que essas duas expressões significam a mesma 
coisa. 
 
Entretanto atente para as seguintes informações: 
1.Empresa que não mantém escrita contábil 
Quando se pretende conhecer a situação líquida patrimonial de uma 
empresa que não mantém escrita contábil regular, porque funciona 
na informalidade ou porque, em decorrência do porte, está 
dispensada, pela legislação brasileira, da elaboração dos registros 
contábeis, o procedimento mais adequado será: 
a.efetuar um inventário físico (levantamento) de todos os bens, direitos 
e obrigações existentes; 
b.apurar a situação líquida aplicando a fórmula: 
Situação líquida = Ativo (Bens e Direitos) — Passivo (Obrigações) 
2.Empresas que mantém escrita contábil 
 
Caso a empresa mantenha escrita contábil regular, a situação líquida já 
estará registrada contabilmente, por meio dos elementos que compõem o 
grupo do Patrimônio Liquido. 
 
Se pretender conhecer a situação líquida de uma empresa que 
mantenha escrita contábil regular, você não precisará efetuar nenhum 
cálculo, bastará verificar no Balanço Patrimonial dessa empresa, o total do 
grupo do Patrimônio Líquido e este corresponderá à situação líquida. 
 
Assim, se a situação líquida for positiva, o total do grupo Patrimônio 
Líquido será igualmente positivo; se, por outro lado, a situação líquida da 
empresa for negativa, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente 
negativo; e, ainda, se a situação líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido 
também refletirá essa situação. 
 
NOTA: A partir deste ponto, em que já ficou definido o Patrimônio 
Líquido e foi apresentado seu posicionamento no gráficorepresentativo do 
patrimônio, quando representar graficamente uma situação patrimonial, não 
escreva bens, direitos, obrigações e situação líquida, apenas especifique 
esses elementos (aspecto qualitativo). Você terá que ter sempre em mente 
que no lado do Ativo são colocados os elementos que representam os bens 
e os direitos e, no lado do Passivo, os elementos que representam as 
obrigações e o Patrimônio Líquido. 
 
7 Formação do Patrimônio e suas Variações 
7.1Introdução 
Para constituir uma empresa, é preciso que se tenha, inicialmente, um 
capital. Quando a empresa está sendo constituída, a palavra capital é 
usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da 
empresa possui para montar seu negócio e, consequentemente, iniciar as 
suas atividades. 
 
Vera Lúcia vai abrir uma butique. Ela possui, para esse fim, $ 60.000 
em dinheiro. Logo, esses $ 60.000 são seu capital. 
 
O capital inicial pode ser composto por: 
a.somente dinheiro; 
b.parte em dinheiro e parte em outros bens; 
c.parte em dinheiro, parte em outros bens e parte em direitos. 
 
Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades (abrir uma 
empresa para comercializar materiais para construção) e possua $ 30.000 
em dinheiro e um caminhão no valor de $ 50.000. Nesse caso, seu capital 
inicial é de $ 80.000. 
 
Esse capital, ou seja, a soma dos valores com que o proprietário 
constitui uma empresa pode receber várias denominações: 
a.Capital; 
b.Capital Inicial; 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 8 
c.Capital Nominal; 
d.Capital Subscrito; 
e.Capital Social (quando se tratar de sociedades). 
 
7.2 Exemplo de formação do patrimônio e suas variações com Ba-
lanços sucessivos 
Vamos acompanhar a formação do patrimônio de uma empresa 
comercial e alguns exemplos de sua movimentação, representando, a cada 
acontecimento, a situação patrimonial respectiva: 
1.Luiz Felipe constitui uma empresa para explorar o comércio de tintas, 
com um capital inicial, em dinheiro, de $ 50.000. 
 
Considerando apenas essa ocorrência, veja como será representada a 
situação patrimonial da empresa de Luiz Felipe, por meio do Balanço 
Patrimonial: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
 Caixa ................. 50.000 Capital ............... 50.000 
Total ..................... 50.000 Total .................. 50.000 
 
OBSERVAÇÃO: Veja que na representação gráfica temos dois 
elementos: Caixa e Capital. O elemento Caixa foi colocado no lado do 
Ativo, pois representa bens (já vimos que no lado do Ativo devem constar 
os elementos que representam os bens e os direitos). Já o elemento Capital 
foi posto do lado do Passivo, pois é um elemento do grupo do Patrimônio 
Líquido (relembre que no lado do Passivo devem constar os elementos que 
representam as obrigações e o Patrimônio Líquido). 
 
Se pretendermos conhecer a situação líquida do patrimônio da 
empresa de Luiz Felipe, nesse momento, como do lado do Passivo consta 
apenas um elemento do grupo Patrimônio Líquido, concluímos que a 
situação líquida corresponderá ao valor desse elemento, logo, é positiva em 
$ 50.000. 
 
Se preferir aplicar a fórmula já conhecida para encontrar a situação 
liquida, teremos: 
Ativo (bens e direitos) ........................... (+) 50.000 
(menos) Passivo (obrigações) .............. ( - ) 0 
(igual) Situação líquida .......................... (+)50.000 
 
Observe, finalmente, que a situação líquida encontrada é positiva de $ 
50.000, o que coincide com o total do grupo Patrimônio Líquido que, neste 
momento, é representado apenas pelo elemento Capital. 
2.Em seguida, surgem as aplicações do capital na compra de bens: 
a. compra de Móveis e Utensílios, à vista, por $5.000; 
b. compra de um automóvel, à vista, por $30.000. Veja como ficou 
o patrimônio de Luiz Felipe, após essa operação: 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Caixa 15.000 Capital 50.000 
Móveis e Utensílios 5.000 
Veículos 30.000 
Total ...................... 50.000 Total ................... 50.000 
 
OBSERVAÇÃO: Observe que, embora tenha havido movimento no 
patrimônio, seu valor total não se alterou. Apenas houve troca de valores no 
Ativo: o Caixa diminuiu em $ 35.000, mas esse valor apareceu novamente 
em Móveis e Utensílios e Veículos. No lado do Passivo, não houve 
alteração, o Patrimônio Líquido permanece o mesmo, por isso repetimos o 
elemento Capital com o mesmo valor do Balanço anterior. 
 
3. Precisando adquirir mercadorias e sendo seu capital insuficiente, 
Luiz Felipe compra a prazo: compra de tintas (Mercadorias), a 
prazo, no valor de $20.000, da Casa de Tintas Taubaté, conforme 
nota fiscal nº 325, com aceite de quatro duplicatas no valor de $ 
5.000 cada uma, vencíveis de trinta em trinta dias. 
 
Veja como ficou o patrimônio de Luiz Felipe, após essa operação: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Caixa ............................. 15.000 Duplicatas a Pagar 20.000 
Móveis e Utensílios ....... 5.000 Capital ................... 50.000 
Veículos ........................ 30.000 
Estoque de Mercadorias 20.000 
Total .............................. 70.000 Total ....................... 70.000 
 
OBSERVAÇÕES: 
Quando a empresa compra a prazo, ela passa a trabalhar com capital 
que não é seu (é do fornecedor das mercadorias). Cria, assim, obrigação 
para futuro pagamento. Nesse caso, tanto o Ativo quanto o Passivo são 
aumentados. O Ativo, pela entrada das Mercadorias (bens), e o Passivo, 
pela obrigação assumida em decorrência do aceite da duplicata. 
 
O total do Ativo, que era de $ 50.000, passou para $ 70.000, com a 
inclusão do elemento Estoque de Mercadorias. Da mesma forma, o total do 
lado do Passivo, que era de $ 50.000, também aumentou, passando para 
$70.000, em decorrência da obrigação contraída com o fornecedor. 
 
Embora o valor do patrimônio tenha aumentado de $50.000 para $ 
70.000, o Patrimônio Líquido não sofreu alteração, pois a situação líquida 
continua sendo a mesma, veja: 
Ativo (bens mais direitos) ............. (+) 70.000 
(menos) Passivo (obrigações) ......(—) (50.000) 
(igual) Situação líquida.................. (+) 50.000 
Portanto, a situação líquida continua sendo positiva em $ 50.000, 
representada pelo elemento Capital. 
 
4.Vamos assumir, agora, que a empresa de Luiz Felipe tenha efetuado 
o pagamento, em dinheiro, de uma duplicata no valor de $5.000. 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Caixa ............................. 10.000 Duplicatas a Pagar 15.000 
Móveis e Utensílios ....... 5.000 Capital ................... 50.000 
Veículos ........................ 30.000 
Estoque de Mercadorias 20.000 
Total .............................. 65.000 Total ....................... 65.000 
 
OBSERVAÇÃO: Esse pagamento acarretou uma redução no Ativo, 
pois o Caixa foi diminuído em $5.000, e uma redução no Passivo, pela 
extinção de parte das obrigações em $5.000. 
 
O propósito desse exemplo prático foi mostrar que cada fato 
administrativo ocorrido na empresa provoca modificações entre os 
elementos patrimoniais resultando em nova situação que poderá ou não 
alterar o valor do patrimônio e ou do Patrimônio Líquido. 
 
8 Origens e Aplicações dos Recursos 
Vimos que a palavra Capital representa um elemento do grupo do 
Patrimônio Líquido e que, quando da constituição de uma empresa, 
corresponde à soma dos valores com os quais o proprietário inicia suas 
atividades. 
 
Entretanto, na contabilidade, quando a palavra capital está 
acompanhada do adjetivo “total”, compondo a expressão “capital total” à 
disposição da empresa, ela representa os recursos totais que a empresa 
possui. 
 
Observeo patrimônio a seguir representado: 
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA COMERCIAL TAUBATÉ LIDA 
ATIVO PASSIVO 
Caixa ............................ 500 Fornecedores ................. 350 
Estoque de Mercadorias ... 200 Capital ............................ 800 
Duplicatas a Receber ...... 50 
Móveis e Utensílios ......... 100 
Veículos .......................... 300 
Total ............................... 1.150 Total .............................. .150 
 
Note que o Capital Nominal da empresa é de $ 800 e o capital à 
disposição da empresa ou capital total é de $ 1.150. 
 
Chegou o momento de descobrirmos por que o patrimônio da empresa 
é representado pelo Balanço Patrimonial em um gráfico de dois lados, por 
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que ambos os lados possuem o mesmo total e ainda por que o valor do 
patrimônio não é igual à soma dos dois totais encontrados em cada um dos 
lados do Balanço Patrimonial. 
 
Para começar, o que a representação gráfica mostra? 
Respondemos que o Passivo mostra a origem de capitais, isto é, como 
a empresa conseguiu os recursos que possui; e o Ativo mostra a aplicação 
de capitais, isto é, onde a empresa aplicou os recursos originados conforme 
mostra o lado do Passivo. 
 
 8.1 Passivo: origem dos recursos 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 PASSIVO 
 Obrigações 
 
 Patrimônio Líquido 
 
No lado do Passivo, como vimos, são representados dois grupos de 
elementos patrimoniais: 
a.Obrigações: a parte do patrimônio que a empresa deve para 
terceiros, sendo também chamadas de capitais de terceiros. O 
desenvolvimento normal das atividades da empresa faz com que 
ela efetue no seu dia-a-dia uma série de operações que acarretam 
obrigações, representadas por Duplicatas a Pagar, Salários a 
Pagar, Impostos a Pagar, Promissórias a Pagar etc. A empresa 
tem de pagar essas obrigações para fornecedores, empregados, 
governo, bancos etc.; 
b.Patrimônio Líquido: a parte do patrimônio que pertence ao 
proprietário da empresa: os capitais próprios. Os capitais próprios 
podem se originar de duas fontes: 
1.recursos do proprietário: capital inicial e aumentos posteriores, 
quando efetuados com recursos do proprietário, vindos de fora da 
empresa; 
2.evolução normal da empresa: lucros e, consequentemente, reservas. 
Os lucros, conforme visto, decorrem da gestão do patrimônio 
enquanto as reservas são partes desses lucros que ficam retidas 
para investimentos futuros ou para outros fins. 
Resumindo, 
•Capitais de terceiros = Obrigações 
•Capitais próprios Patrimônio Líquido 
 
8.2Ativo: aplicação dos recursos 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO 
Bens 
 
 
Direitos 
 
 
 
Os capitais próprios e de terceiros, cujas origens são demonstradas por 
meio dos elementos que compõem o Passivo, são aplicados na empresa 
em bens e direitos, conforme mostram os elementos que compõem o lado 
do Ativo. Portanto, os recursos que a empresa utilizou para ter no seu Ativo 
os bens e os direitos foram obtidos conforme mostram os elementos do 
Passivo. 
Veja a representação gráfica a seguir, analise os comentários e 
responda às questões propostas: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Caixa ............................. 1.100 Duplicatas a Pagar 1.000 
Duplicatas a Receber 700 Promissórias a Pagar 500 
Estoque de Mercadorias 1.400 Capital 1.700 
Total 3.200 Total 3.200 
 
Ao analisar um Balanço Patrimonial, atente para os seguintes pontos: 
a.o Ativo mostra em que a empresa aplicou os recursos, ou onde 
aplicou todo seu capital. No exemplo em questão, os recursos 
totais à disposição da empresa estão aplicados: no Caixa, $ 1.100; 
em Duplicatas a Receber, $700, e em Estoque de Mercadorias, $ 
1.400; 
b.o Passivo mostra onde a empresa conseguiu os recursos que estão 
aplicados no Ativo. No nosso exemplo, $ 1.700 representam o 
Capital Nominal ou Capital Inicial “originados dos proprietários”, e $ 
1.500 são capitais de terceiros, originados, possivelmente, em 
decorrência de compras a prazo. 
 
FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS. 
 
Atos e Fatos Contábeis 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS: Acontecimentos que não alteram o patrimônio de uma empresa. 
 
FATOS CONTÁBEIS: Acontecimentos que provocam alterações qualitativas e /ou quantitativas no patrimônio da empresa. 
 
 
FATOS CONTÁBEIS 
PERMUTATIVOS Provocam 
alterações qualitativas 
MODIFICATIVOS 
Provocam alterações quantitativas 
MISTOS 
Provocam alterações qualitativas e quantitativas 
Representam permutações 
entre os elementos patrimoniais 
DIMINUTIVOS 
Reduzem o valor do PL 
AUMENTATIVOS 
Aumentam o valor do PL 
DIMINUTIVOS 
Reduzem o valor do PL 
AUMENTATIVOS 
Aumentam o valor do PL 
Compras à vista 
Compras à prazo 
Pagamento de duplicatas 
Retenção do IR dos emprega-
dos 
Aumento do CS com uso de 
reservas de capital 
Pagamento de despe-
sas 
Apropriação de salários 
Recebimento de receitas 
Prescrição de dívida 
Recebimento de duplicata 
com desconto 
Pagamento de duplicata 
com juros 
Reforma de dívida com 
juros 
Emissão de debêntures 
abaixo do par (com desá-
gio) 
Recebimento de duplicata 
com juros 
Pagamento de duplicata 
com desconto 
Reforma de dívida com 
desconto 
Emissão de debêntures 
acima do par (com ágio) 
 
 
Exemplos: 
 A retenção do IR dos empregados gera uma saída de valor dos sa-
lários a pagar e entrada de valor no Ativo como IR a recolher. 
 O pagamento de uma despesa sempre gera um fato modificativo 
diminutivo. Se o pagamento for efetuado no mesmo período da o-
corrência da despesa – PL / - A. Se o pagamento não for efetuado 
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(apropriação de salários) ou seja, for feito com atraso, ocorrerá 
uma obrigação de pagar o aluguel e uma despesa com apropria-
ção do mesmo – PL / + P. No mês seguinte, com o pagamento, ge-
ra um fato permutativo – P / - A, pois a saída da obrigação é simul-
tânea a saída de dinheiro = pagamento de duplicatas. 
 Reforma de dívida = sai antiga dívida e entra uma nova (maior ou 
menor). 
 Emissão de debêntures abaixo do par = despesa de deságio / aci-
ma do par = reserva de capital. 
 Fatos que NÃO alteram o valor do Ativo: Permutativos - +A/-A, +P/-
P e +PL/-PL 
 Apropriação = Ocorrência do FG = Obrigação. Ocorre uma despe-
sa e entra uma obrigação. 
 Modificativos - -P/+PL e –PL/+P 
 
Conceitos 
Ato Administrativo 
Ação praticada pela administração que não provoca (podendo vir a 
provocar) alteração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, 
portanto, não interessa à contabilidade. 
 
Exemplo: avalizar uma compra, ATO ADMINISTRATIVO, não altera o 
Patrimônio. 
 
Fato Administrativo 
Ação praticada pela administração que provoca alteração qualitativa 
e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto interessa à contabili-
dade. 
Exemplo: pagar o aval de uma compra, FATO ADMINISTRATIVO = 
FATO CONTÁBIL, ALTERA O PATRIMÔNIO. 
 
Variações Patrimoniais 
Conforme vimos, são as alterações sofridas pelo patrimônio, decorren-
tes ou não da administração, podendo ser: 
 
Fatos Contábeis 
São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhe variações qua-
litativas e/ou quantitativas. Quase sempre (e não obrigatoriamente) provêm 
de uma ação da gestão. 
 
OBSERVAÇÃO: 
• Gestão: é o conjunto de operações que ocorrem durante a vida das 
empresas, com as quais asmesmas buscam atingir os objetivos 
visados, sejam estas operações identificadas como fatos contábeis 
ou meramente atos administrativos 
• Todo fato administrativo é um fato contábil 
• Nem todo fato contábil é um fato administrativo 
 
Superveniências e insubsistências 
São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhes variações 
quantitativas, e que independem dos atos da gestão, tais variações patri-
moniais são resultantes de fatos contingentes, imprevistos ou fortuitos. 
 
Classificação dos Fatos Contábeis 
Fato contábil permutativo (ou compensativo) 
São os que não provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido 
(PL) ou na Situação Líquida (SL), mas podem modificar a composição dos 
demais elementos patrimoniais, determinam uma variação específica do 
patrimônio (VARIAÇÃO PATRIMONIAL QUALITATIVA). 
 
Fato contábil modificativo 
São os que provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL) 
ou Situação Líquida (SL), determinando uma variação quantitativa do 
patrimônio (VARIAÇÃO PATRIMONIAL QUANTITATIVA). Pode ser: diminu-
tivo aumentativo. 
 
Fato contábil misto (ou composto) 
São os que combinam fatos permutativos com fatos modificativos, de-
terminando variação qualitativa e quantitativa do patrimônio, ou VARIAÇÃO 
PATRIMONIAL MISTA. 
 
Superveniência e Insubsistência 
Conceito 
Eventuais alterações positivas ou negativas da Situação Líquida, inde-
pendentes de intervenção da gestão. 
 
Superveniência 
Provocam aumento e pode ser: 
a. SUPERVENIÊNCIA ATIVA 
Aumento do ativo (variação patrimonial ativa). Ex: Recebimento de va-
lores provenientes de prêmios, loterias, herança ou legado doação. 
b. SUPERVENIÊNCIA PASSIVA 
Aumento do passivo (variação patrimônio passiva). Ex: Reconhecimen-
to de dívidas anteriormente não registradas no passivo, provenien-
tes de decisão judicial ou de outros casos fortuitos. 
 
Insubsistência 
Provocam diminuição e pode ser: 
a. INSUBSISTÊNCIA DO ATIVO – diminui o ativo (variação patrimonial 
passiva) Ex: Ocorrência de incêndio, furto, perda de rebanho por 
morte. 
b. INSUBSISTÊNCIA DO PASSIVO – diminui o passivo (variação pa-
trimonial ativa). Ex: Redução no valor das obrigações por motivo 
de prescrição ou baixa da dívida correspondente 
 
 
Efeitos no Patrimônio Líquido 
• Superveniência ativa – Aumenta o patrimônio líquido (receita). 
• Superveniência passiva – Diminui o patrimônio líquido (despesa). 
• Insubsistência do ativo – Diminui o patrimônio líquido (despesa). 
Também denominada de lnsubsistência Passa. 
• Insubsistência do passivo – Aumenta o patrimônio líquido (recei-
ta). Também denominada de Insubsistência Ativa. Professores 
André e Biu 
 
CONTA: CONCEITO, DÉBITO, CRÉDITO E SALDO. 
TEORIAS, FUNÇÃO E ESTRUTURA DAS CONTAS. 
CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO. APU-
RAÇÃO DE RESULTADOS. 
 
CONCEITO DE CONTAS 
Imagine-se encarregado de anotar todas as transações de uma empre-
sa. Sem dúvida, você pensaria em adquirir um livro, ou fichas, para anotar 
as operações. Você teria uma folha para cada tipo de operação rotineira. 
Assim, por exemplo, haveria uma folha onde você anotaria toda a movimen-
tação do dinheiro, tanto as entradas como as saídas; outra ficha para 
anotar as despesas com luz, água e telefone; uma outra para registrar as 
aquisições de veículos, e assim por diante. Você, para não se perder no 
meio de tantas fichas, poderia anotar, como observação, no alto da ficha, 
uma referência que lhe indicasse o conteúdo. Seria o nome da conta. 
 
Vamos agora reunir estes procedimentos em um conceito. É o conceito 
de conta: 
"Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, identifi-
cados por um título que qualifica um componente do patrimônio ou uma 
variação patrimonial" (Hilário Franco). 
 
DÉBITO, CRÉDITO E SALDO 
Para fins de lançamento a débito ou a crédito é necessário identificar-
se, fundamentalmente, se o fato administrativo envolve conta do ativo, 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 11 
passivo, patrimônio líquido, receita ou despesa, e se a operação aumentou 
ou diminuiu a conta. Há sempre, no mínimo, duas contas envolvidas. Por 
exemplo imaginemos um fato administrativo como sendo a aquisição, à 
vista, de um veículo. As duas contas envolvidas são: caixa e veículos. 
Ambas pertencem às contas do ativo (bens e direitos). A conta caixa 
diminuiu e a conta veículos aumentou. Assim, debitamos a conta veículos e 
creditamos a conta caixa. 
 
O quadro resumo, a seguir, resolve as questões relativas ao débito e 
ao crédito: 
 
Contas do Grupo Para Aumentar Para Diminuir 
Ativo Debita Credita 
Passivo Credita Debita 
Patrimônio Líquido Credita Debita 
Receita Credita Debita 
Despesa Debita Credita 
 
Um orientador, para decidir sobre o débito e o crédito, é fornecido pelo 
binômio "origem e aplicação". O Débito é uma aplicação de recursos e o 
crédito, uma origem. 
 
Quanto ao saldo, este é a diferença entre os débitos e créditos de uma 
mesma conta. Se os débitos de uma conta, em determinado período, forem 
superiores aos créditos, o saldo será devedor pela diferença. Se os créditos 
forem superiores aos débitos, o saldo será credor. Normalmente, as contas 
apresentam saldos coerentes com os lançamentos para aumentar. Assim, 
as contas do ativo apresentam saldo devedor; do passivo, credor; do patri-
mônio líquido, credor; de receitas, credor; de despesas, devedor. 
 
Pela simples razão de que a cada débito corresponde um crédito de 
mesmo valor, podemos afirmar, com absoluta certeza: se fizermos o soma-
tório geral de todos os débitos de todas as contas em um determinado 
período, este será igual ao somatório de todos os créditos neste mesmo pe-
ríodo. 
 
Fato idêntico ocorre com os saldos. Todos os saldos devedores soma-
dos serão sempre iguais ao somatório dos saldos credores. 
 
TEORIA, FUNÇÃO E ESTRUTURA DAS CONTAS 
TEORIA DAS CONTAS 
Existem diversas teorias a respeito das contas. Três merecem atenção: 
a) Teoria Personalística; 
b) Teoria Materialística; 
c) Teoria Patrimonialística; 
 
A teoria personalística vincula as contas a "pessoas" responsáveis pe-
los fatos. Classifica as contas em: de agentes consignatários, de corres-
pondentes e do proprietário. 
 
A teoria materialística classifica as contas em integrais e diferenciais. 
As contas integrais representam os bens, direitos e obrigações. As contas 
diferenciais são as contas de receitas e despesas. 
 
A teoria patrimonialística é a mais conhecida e usada. Divide as contas 
em patrimoniais e de resultado, conforme já visto. 
 
Função das contas 
O conceito da conta contábil ("Conta é o registro de débitos e créditos 
da mesma natureza, identificados por um título que qualifica um componen-
te do patrimônio ou uma variação patrimonial" (Hilário Franco)) expressa 
claramente a função de cada conta. 
 
Objetiva-se, através dos lançamentos contábeis identificados por conta, 
o agrupamento dos bens, direitos e obrigações, por natureza, para facilitar 
elaboração, a interpretação e a análise das demonstrações financeiras. 
Além do mais, os valores assim agrupados permitem conclusões gerenciais 
relativamente às receitas e despesas, custos, bens e direitos, obrigações, 
convertendo-se num importante mecanismo auxiliar para o planejamento, 
coordenação e controle das atividades da empresa. 
 
É desnecessário tecer longos comentários sobre a importância que um 
plano de contas representa para os usuários. 
 
A correta classificação das contas, conforme sua natureza, dentro das 
divisões impostas pela lei n.º 6.404/76, é de fundamental importância para 
possibilitar estudos comparativos,análises e quaisquer outros detalhamen-
tos extraídos da contabilidade. 
 
A quantificação apropriada das contas, realçando as que efetivamente 
representam fatos relevantes, é essencial ao planejamento e controle - 
objetivos fins da contabilidade. 
 
Os artigos 175 a 205, da Lei n.º 6.404/76 , são importantes no contexto 
deste item. 
 
Conforme já foi dito, os principais interessados na utilização das infor-
mações fornecidas pela contabilidade são os administradores das empre-
sas. A partir dos fatos mostrados pela contabilidade ocorre a tomada de 
decisão. Eles normalmente tem conhecimento de dados que o balanço não 
revela, sendo possível detectar os pontos fracos da estrutura econômico-
financeira da empresa, apesar das limitações dos demonstrativos contá-
beis. 
 
Porém, outras pessoas tem interesses nos negócios, necessitando dos 
demonstrativos contábeis para se informarem a respeito da situação da 
empresa, entre os quais podemos citar as autoridades governamentais, os 
fornecedores, os bancos e outras entidades financeiras, os clientes, os 
investidores, etc. 
 
O desconhecimento a respeito das características da empresa, por se 
basearem quase que essencialmente nos demonstrativos para formular 
suas conclusões e emitir opiniões, pode gerar severas distorções. 
 
Um esforço muito grande vem sendo desenvolvido para minimizar os 
erros decorrentes da interpretação de demonstrativos contábeis, buscando-
se uma maior padronização. Como exemplo podemos citar o Banco Central 
do Brasil, que impõe às empresas da área financeira, sob sua fiscalização, 
um plano de contas padronizado. A lei das Sociedades Anônimas, especi-
almente através dos artigos 178 a 188, persegue uma padronização bas-
tante severa. A CVM impõe normas para as SAs de Capital Aberto, objeti-
vando a uniformização. As Notas Explicativas aos Balanços, exigidas pela 
Lei n.º 6.404/76, através do artigo 176, tem como finalidade dar conheci-
mento ao analista externo de fatos relevantes para a análise, não mostra-
dos, normalmente, pelas demonstrações financeiras. A imperativa necessi-
dade de uniformização dos procedimentos contábeis também é preocupa-
ção do Conselho Federal de Contabilidade, que através de constantes 
modificações e aperfeiçoamentos aos Princípios Fundamentais de Contabi-
lidade, busca a padronização. A legislação tributária, especialmente do 
imposto de renda das pessoas jurídicas, cria normas especiais que permi-
tem estudos comparativos, dados estatísticos, indicativos de evasão, etc., 
instrumentos necessários ao combate à sonegação. 
 
Toda esta busca, no sentido de padronizar procedimentos contábeis, 
tem como objetivo básico a informação contábil cada vez mais confiável. 
 
Estrutura das contas 
No artigo 179, da Lei n.º 6.404/76, em anexo, temos as orientações so-
bre a classificação das contas do ativo. Qualquer conta do Ativo, de Bens e 
Direitos, deve ser classificada, segundo sua natureza, ou no ativo circulan-
te, ou no ativo realizável a longo prazo, ou no ativo permanente. 
 
O longo prazo é considerado para os direitos realizáveis após o término 
do exercício social seguinte, exceto quando derivados de vendas não 
operacionais e/ou adiantamentos ou empréstimos a coligadas, controladas, 
diretores, acionistas ou participantes no lucro, caso em que sempre serão 
classificados no realizável a longo prazo, independentemente do prazo. 
 
No grupo do ativo permanente - investimentos - são classificados os 
bens não de uso que a empresa não pretende vender de imediato. Se a 
intenção for de vendê-los, devem ser classificados no ativo circulante. 
 
As contas do passivo, representativas de obrigações, serão classifica-
das no passivo circulante quando o vencimento ocorre no exercício social 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Específicos A Opção Certa Para a Sua Realização 12 
seguinte e no passivo exigível a longo prazo quando o vencimento é poste-
rior ao término do exercício social seguinte, tudo conforme se infere do 
artigo 180, da Lei n.º 6.404/76. 
 
No grupo resultados de exercícios futuros serão classificadas as recei-
tas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas corres-
pondentes. 
 
A classificação das contas do patrimônio líquido, nos subgrupos de ca-
pital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros 
e lucros ou prejuízos acumulados, dar-se-á segundo especificado no art. 
182, da Lei n.º 6.404/76, em anexo. 
 
As contas do balanço patrimonial, representativas de bens, direitos e 
obrigações serão agrupadas segundo os elementos do patrimônio que 
registram, de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação 
financeira da companhia. 
 
No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
a) ativo circulante; 
b) ativo realizável a longo prazo; 
c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ati-
vo diferido; 
 
No passivo, as contas serão agrupadas da seguinte forma: 
a) passivo circulante; 
b) passivo exigível a longo prazo; 
c) resultados de exercícios futuros; 
d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, re-
servas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos a-
cumulados. 
 
Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de 
compensar serão classificados separadamente. 
 
Grau de liquidez decrescente quer dizer "do mais líquido (dinheiro) para 
o que mais demora para ser convertido em dinheiro". 
 
As contas do passivo devem ser dispostas em ordem decrescente de 
grau de exigibilidade, isto é, na medida do possível, em primeiro lugar as 
obrigações de vencimento mais imediato. 
 
Critérios de Avaliação das Contas 
Contas do Ativo: os critérios de avaliação das contas patrimoniais re-
presentativas de bens e direitos, classificadas no ativo, obedecido o Princí-
pio da Prudência, são os constantes do art. 183, da Lei n.º 6.404/76, em 
anexo. 
 
Contas do Passivo: as contas do passivo, representativas das obriga-
ções, devem ser avaliadas segundo determinações do artigo 184, da Lei n.º 
6.404/76, em anexo, sempre obedecendo o Princípio da Prudência. 
 
Receitas: os componentes positivos do resultado são as receitas. En-
tende-se por receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de 
dinheiro ou de direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda 
de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita 
também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou de títulos e de 
outros ganhos eventuais. Receitas são contas de resultado credoras. São 
também conhecidas como contas diferenciais credoras. São chamadas de 
componentes positivos pois a obtenção de uma receita resulta num aumen-
to de patrimônio líquido. 
 
Despesas: as despesas, por gerarem diminuição no Patrimônio Líqui-
do, são denominadas de componentes negativos do resultado. Entende-se 
por despesa, o consumo de bens ou serviços, que, direta ou indiretamente, 
deverá produzir uma receita. A despesa é realizada com o objetivo de obter 
uma receita cujo valor seja superior à diminuição que a primeira provoca 
no Patrimônio Líquido, conseguindo, desta forma, um aumento da situação 
líquida. 
 
Características das Contas 
As contas apresentam diversas peculiaridades em função dos fatos 
administrativos que registram. Assim, podemos apresentar as diversas 
características, tais como: 
a) Estáveis ou instáveis, em relação aos saldos; 
b) Dinâmicas ou estáticas, em relação à movimentação; 
c) Sintéticas ou analíticas, quanto à abrangência; 
d) Unilaterais ou Bilaterais, quanto aos lançamentos.

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