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Resumo Biomorfo SCV

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Rafaela Pamplona 
Biomorfologia do Sistema Cardiovascular
 
Por volta da 3º semana de gestação o sistema cardiovascular é o primeiro 
dos grandes sistemas a se desenvolver. Composto por: 
• Sangue 
• Coração: órgão muscular que bombeia o sangue 
• Vasos: a grande maioria dos vasos, tanto sanguíneos como 
linfáticos, percorre seu trajeto no interior de tecido conjuntivo. 
→ Circulação sanguínea: vasos que irão carrear o sangue em um 
transporte cíclico por meio de vasos da macro e microcirculação. 
 – vasos eferentes, que levam sangue do coração aos órgãos. 
Tendem a se ramificar, formando as arteríolas, que também se ramificam 
para formar os capilares arteriais sanguíneos. 
 – vasos de troca, comunicam as artérias com as veias. É por 
meio das paredes dos capilares que ocorre a troca entre o sangue e o 
interstício (= tecido conjuntivo). 
 – vasos aferentes, levam o sangue dos órgãos para o coração. Os 
capilares venosos tendem a se anastomosar, formando as vênulas, que se 
unem para formar as veias. 
 
→ Circulação linfática: os vasos que irão transportar a linfa não é um 
sistema circular, porém é unidirecional, da periferia para o centro. Os 
menores vasos linfáticos são de fundo cego, que se anastomosam 
formando dois grandes vasos o duto torácico e o duto linfático no sentido 
dos grandes troncos cardíacos. Onde desembocam nas veias subclávia 
esquerda e direita e seu conteúdo retorna ao sangue para ser filtrado nos 
rins para a eliminação de excretas. 
 
 
Desenvolvimento Embrionário do Coração 
No final da 3º semana, por volta do 20º/21º dia o embrião já tem o coração 
formado e funcionando. Mesmo sem estimulo neuronal essas células já 
funcionam por serem pré-programadas para sofrerem espasmos e 
contrair, permitindo que o coração como um todo tenha sua contração. 
O coração primitivo tem aspecto tubular com origem a partir do 
mesoderma esplâncnico (mesoderma extraembrionário, que envolve o 
saco vitelino). O mesoderma extraembrionário tem participação intrínseca 
na formação do coração do embrião. 
Dois fenômenos são fundamentais para a formação do SCV no embrião, 
esses fenômenos são subsequentes, ou seja, não ocorrem paralelamente: 
 
→ : é o fenômeno inicial, responsável pela formação dos 
vasos mais simples através de estímulos de proliferação dos angioblastos, 
células precursoras do endotélio. Essas células se agrupam formando 
ilhotas sanguíneas. Pequenas cavidades vão se formando dentro das ilhotas, 
os angioblastos se achatam e originam o endotélio primitivo. Essas 
cavidades se unem formando redes de canais endoteliais. 
Lembrar: endotélio refere-se a um tipo de membrana epitelial que 
reveste, internamente, as câmaras do coração (aurículas e ventrículos), 
os vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares) e os vasos linfáticos. 
 
 
 
→ : é a formação de novos vasos a partir de vasos pré-
existentes. A partir dessas ilhotas são formandos os capilares sanguíneos 
com tendência a sofrer convergência, formando vasos maiores e mais 
calibrosos. Isso leva à formação de dois cordões angioblásticos, que se 
canalizam e formam os dois tubos endocárdicos. Com o dobramento 
lateral do embrião, esses tubos se fundem para formar um único tubo 
cardíaco. 
 
 
Rafaela Pamplona 
Na extremidade anterior do disco embrionário se desenvolve a cavidade 
pericárdica, o par de tubos endoteliais formam o primórdio cardíaco. No 
fim da 3° semana o sangue já circula e desenvolve-se o primórdio de 
uma circulação uteroplacentária. 
 
 
 
Divisão do Coração Tubular 
→ : revestimento interno 
→ : tecido de sustentação rico em fibras, precursora do 
tecido conjuntivo 
→ : coração recém formado por células miogênicas, pré-
programadas para sofrerem espasmos, gerando contração rítmica. 
 
Septação das cavidades (4º - 8º semana) 
O coração primitivo é tubular, está localizado ventralmente no 
embrião e se alonga formando uma série de dilatações são elas: 
Tronco arterial 
Bulbo cardíaco 
Átrio primitivo 
Ventrículo primitivo 
Seio venoso 
O seio venoso é a extremidade caudal do tubo cardíaco e nele 
desembocam três pares de veias: vitelinas (saco vitelino), umbilicais 
(placenta) e cardinais comuns (corpo do embrião). 
No final da 4º semana o coração possui, ainda, forma tubular com 
câmaras comunicantes e dispostas em série. A próxima etapa é a 
torção do tubo cardíaco e a septação de suas câmaras. 
A septação ocorre simultaneamente ao processo de torção, é 
esse processo que permite a separação entre os átrios e os 
ventrículos com a formação dos orifíc ios atrioventriculares. 
A separação entre os átrios com a permanência de um forame 
de comunicação entre ele fundamental para circulação fetal, o 
forame oval. E o surgimento do septo interventricular que separa 
o ventrículo esquerdo do ventrículo direito. 
 
 
 
 
 
Rafaela Pamplona 
Hematogenese 
Ao final da terceira semana o sague do embrião contém apenas hemácias 
e plasma. A formação das hemácias é dividida em fases: 
→ : as células endoteliais que revestem os vasos e o 
coração formam as hemácia, esse processo perdura até por volta da 10s. 
Hemocitoblastos – células sanguíneas pluripotentes 
→ : quando o fígado está funcionando e adquirindo 
a função hematopoiética, produz hemácias e granulócitos, é o início da 
formação dos elementos figurados do sangue. O baço assume por volta 
do 7º mês. 
→ : a medula óssea passa a ser um órgão linfoide ativo no 
início do 8º mês, assumindo a função hematopoiética. 
 
Coração 
É um órgão muscular, a camada mais espessa e desenvolvida é o 
miocárdio, formando por tecido muscular cardíaco. 
 Localizado no mediastino médio, dividido em camadas: 
 
 
→
É a camada mais interna, revestindo o interior de todas as câmaras 
cardíacas e está ligado a todos os apêndices cardíacos interno, como a 
valva bicúspide, a valva tricúspide, a valva semilunar, a valva aórtica, as 
cordas tendíneas e aos músculos papilares. Os tecidos que se destacam 
são: 
• Endotélio (revestimento): epitélio pavimentoso simples. 
• Camada subendotelial: tecido conjuntivo frouxo 
• Camada subendocardial: divide endocárdio de miocárdio, também 
é tecido conjunto, mas contém uma maior quantidade de fibras. 
Só é possível diferenciar as camadas subendotelial da subendocardial com 
microscópio eletrônico. 
 
→ 
É a região constituída por fibras do músculo estriado cardíaco, constituindo 
o elemento contrátil. É a porção mais volumosa do coração, 
proporcionando sustentação as câmaras cardíacas. 
Principal característica: fibras anastomosadas, com núcleo central e a 
presença de discos intercalares. Além da abundância em mitocôndrias. 
devido a função hormonal e a contração. 
 
 
Discos intercalares – são as faixas transversais, característica exclusiva 
do tecido cardíaco. Trata-se de um complexo unitivo formado por 
desmossomos, zonula de adesão e junções comunicantes dão origem aos 
disco, permitindo que as fibras permaneçam aderidas. 
 
 
Sarcômero – é unidade funcional, composto por 4 filamentos: miosina 
(filamento grosso), actina (filamento fino), troponina e tropomiosina. Essa 
estrutura que dá a característica estriada da fibra. 
 
Outra função importante das células do miocárdio é que elas também são 
células de síntese (secretoras), conseguindo produzir e liberar peptídeos 
precursores do hormônio natriurético atrial. Esse hormônio é armazenado 
no átrio direito e liberado em resposta ao aumento de pressão, que atuará 
nos rins aumentando a diurese (aumento do volume urinário) e a 
natriurese (excesso de sódio na urina), diminuindo a pressão arterial 
 
Rafaela Pamplona 
→ 
É a camada de músculo que recobre as superfícies externas do coração. 
Encontra-se fundida ao miocárdio, internamente, e está em contato com 
a camada serosa do pericárdio. É constituída principalmente de tecido 
conectivo (conjuntivo), envolvendo e protegendo o coração. 
• Mesotélio: epitéliopavimentoso simples, semelhante ao endotélio, 
a diferença é por revestir externamente o órgão. (pericárdio 
seroso) 
• Tecido conjuntivo: mais espeço que no endocárdio 
• Tecido adiposo: presença de artérias, veias e fibras nervosas 
 
 
→ 
Duas camadas de tecido conectivo (conjuntivo) que rodeiam o coração e 
o protegem, responsável pela estabilização do coração no mediastino. 
É uma camada de tecido conjuntivo fibroso dobrado que envolve todo o 
coração e as raízes dos grandes vasos. Possui uma camada interna e outra 
externa, que são continuas, criando um espaço chamado de saco 
pericárdico. Esse saco contém fluido pericárdico que impede o atrito 
 
Tecidos que compõem a parede dos vasos 
Tecidos que compõem a parede dos vasos, cada vaso tem sua 
característica própria, mas em geral é: 
→ (endotélio): epitélio simples pavimentoso. Todos os vasos são 
revestidos pelo endotélio, com inúmeras funções. 
Barreira semipermeável 
Conversão de angiotensina I em angiotensina II 
Lipólise de lipoproteínas 
Produção de fatores vasoativos, como oxido nítrico. 
→ componentes do tecido conjuntivo são 
encontrados nas paredes dos vasos sanguíneos em quantidade e 
proporção que variam de acordo com suas necessidades funcionais. 
• Fibras colágenas: elemento abundante na parede do sistema 
vascular 
• Fibras elásticas: fornecem a resistência ao estiramento promovido 
pela expansão da parede dos vasos. Predominam nas grandes 
artérias. 
• Substância Fundamental forma um gel heterogêneo nos espaços 
extracelulares da parede dos vasos. Ela contribui com as 
propriedades físicas das paredes dos vasos, afetando a difusão e a 
permeabilidade através da parede. 
→ presente na maioria dos vasos, ausente nos capilares e 
nas vênulas. Localizam-se na túnica média dos vasos, onde se organizam 
em camadas helicoidais.
 
Subdivisão da Parede dos Vasos Sanguíneos 
A maioria dos vasos é formada por três camadas concêntricas 
denominadas túnicas. As túnicas estão bem representadas apenas nos 
vasos mais calibrosos. Nos vasos de menor calibre, as túnicas podem estar 
simplificadas na sua espessura e composição ou até ausentes. Somente a 
túnica intima está presente em todos os vasos. 
 
→ : mais interna 
• Lâmina elástica interna 
• Lâmina basal 
• Endotélio 
→ : intermediária. de músculo liso 
→ : mais externa de tecido conjuntivo, presença de 
capilares. "Vasa vasorum" – vasos dos vasos, são pequenos vasos 
(capilares) que estão inseridos nas paredes dos vasos maiores. Sua função 
é dar suporte para esses vasos maiores, em especial das veias. 
Os vasos grandes normalmente contêm VASO VASORUM que 
são arteríolas, capilares e vênulas que se ramificam profusamente na 
adventícia. O “Vaso Vasorum” abastecem a adventícia e a média uma vez 
que em vasos maiores, as camadas são muito espessas para serem 
nutridas apenas por difusão. 
 
 
Rafaela Pamplona 
Vasos Sanguíneos 
→ : são vasos eferentes, que levam o sangue para os tecidos. A 
túnica média sempre está evidente. São classificadas em: 
• Artérias Musculares ou de distribuição 
Túnica intima - camada subendotelial espessa 
Túnica média - formada por células musculares lisas (40 camadas), 
fica muito evidente devido a composição das fibras, ficando bem 
corada no microscópio ótico. 
Túnica adventícia - tecido conjuntivo frouxo, quase não é percebida 
no corte histológico. 
 
 
 
 
• Artérias Elásticas: próximas ao coração, ex.: aorta. 
Contribuem para estabilizar o fluxo sanguíneo, possuem cor amarelada 
devido ao acúmulo de elastina. 
Túnica intima – bem desenvolvida, rica em fibras elásticas 
Túnica media – constituída de lâminas elásticas e músculo liso 
Túnica adventícia – pouco desenvolvida, porém bem definida 
 
 
→
Menor que 0,5 mm e lúmen relativamente estreito 
Túnica intima – camada subendotelial muito delgada 
Túnica media – 1 a 2 camadas de células musculares lisas 
Túnica adventícia – muito fina 
 
 
 
Diferença entre arteríola e vênula: 
~ arteríola tem parede mais espessa, seu diâmetro externo é menor e a 
luz mais estreita 
~ vênula tem parede mais delgada, seu diâmetro externo é maior e sua 
luz é mais ampla. 
 
→
Vasos muito delgados, possibilitando o intercâmbio entre sangue e tecidos 
adjacentes. Organização: 
• Endotélio – em cortes transversais contêm 1 a 3 células 
• Lâmina basal 
• Pericitos – colado na parede celular, bem aderidas a lâmina basal, 
participa do processo de reparação dos tecidos e tem função de 
regulação do fluxo sanguíneo. 
 
 
Rafaela Pamplona 
Tipos de capilares (classificação): 
 
 
 
• Continuo ou somático: mais abundante, ausência de poros. 
Encontrado no tecido muscular, conjuntivo e no nervoso. 
• Fenestrado ou visceral: caracterizado pela presença de 
grandes orifícios ou fenestras, as quais são obstruídas por um 
diafragma que é bem delgada. A lâmina basal desses capilares é 
contínua. São encontrados em tecidos que precisam de 
intercâmbio rápido de nutrientes como no rim, intestino e as 
glândulas endócrinas. 
• Fenestrado destituído de diafragma: está localizado no 
glomérulo renal, também denominado capilar glomerular 
• Sinusoide: tem caminhos tortuosos para reduzir a velocidade 
da circulação, as células endoteliais formam uma camada 
descontínua e separadas, o citoplasma das células endoteliais exibe 
fenestrações e não tem diafragma. Além disso tem lâminas basais 
descontínuas. Encontrados no fígado e em órgãos 
hematopoiéticos (medula óssea e o baço). 
 
→
A convergência dos capilares formam as vênulas 
Diâmetro varia de 0,1 a 0,5mm 
Intima: endotélio – lúmen amplo - em cortes transversais 
contêm até 7 células 
Media e adventícia: praticamente inexistentes 
Presença de pericitos 
 
→
Pequeno e médio diâmetro 
Túnica íntima – subendotelial muito fina, presença de válvulas 
para impedir o retorno venoso. 
Túnica média – células musculares lisas e fibras reticulares 
(colágeno = maior resistência) e elásticas (flexibilidade) 
Túnica adventícia – bem desenvolvida 
 
Comparando os Tipos de Vasos

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