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A INVENÇÃO DA ARQUITETURA: DAS CAVERNAS ÀS CIDADES •Pré-história •Mesopotâmia •Egito “A cidade dos mortos antecede a cidade dos vivos” “ A cidade dos mortos é a precursora, quase o núcleo, de todas as cidades vivas” Arte e rituais nas cavernas durante o paleolítico 32000 a.C. “arte mágica” e pictogramas - Altamira (Espanha) Caverna de Lascaux – 17000 a.C. (França) Caverna de El Castillo Santander, Espanha (13500 a.C.) “Caverna das Mãos Pintadas” – Argentina (7000 a.C.) A revelação das sepulturas: o homem começa a pensar em termos simbólicos a) Corpos dispostos segundo a orientação leste- oeste b) Utensílios presentes nas tumbas indicam a consciência da vida após a morte Caverna paleolítica em La Chapelle- Aux-Saints - 50000 a.C. (França) Esquema de uma habitação provisória paleolítica (Terra Amata – França 400.000 a. C.) As cabanas dos caçadores nômades eram constantemente reconstruídas nos mesmos assentamentos, configurando ciclos regulares de caça Vênus de Laussell (29 cm - 25.000 a.C.) Vênus de Doni (10 cm - 29.000 a.C.) Vênus de Willendorf (11 cm - 22.000 a.C.) C E R Â M I C A * N E O L Í T I C O (1) Nìmèièky, Moravia. (2) Vedrovice, Moravia. (3) Nitrianský Hrádok, Slovakia. (4) Rašovice, Moravia. (5) Klaèany, Slovakia. (6) Strögen, Lower Austria. (7) Bìhaøovice, Moravia. (8) Hornsburg 3, Lower Austria. (9) Těšetice- Kyjovice, Moravia. (10) Rosenburg, Lower Austria. (11) Buèany, Slovakia. (12) Cífer, Slovakia. (13) Golianovo, Slovakia. (14) Svodín, Slovakia. Principais tipos de ocupação Neolítica ao longo do Rio Danúbio: Reconstituições de aldeias neolíticas A coletivização de tarefas e funções é componente intrínseco da aldeia “A aldeia não era nada menos que um recipiente de recipientes”. 1) Aldeia contemporânea em Camarões 2) Aldeia índia na Flórida (1590 d.C.) 3) Aldeia neolítica na Alemanha 1 2 3 Santuários com poderes sagrados O MENIR ALINHAMENTOS MEGALÍTICOS Santuários com poderes sagrados Alinhamento de Carnac (França) 2000 a.C. Santuários com poderes sagrados “Cromeleque” de Stonehenge (Inglaterra) 3000 a.C. Stonehenge Santuários com poderes sagrados Cromeleque de Stonehenge (Inglaterra) 3000 a.C. Monumento fúnebre megalítico de planta retangular utilizando o “arco de avanço” A “Naveta de Els Tudons” Ilhas Baleares (2500 a.C.) Menorca - Espanha “Naveta de Els Tudons” Ilhas Baleares (2500 a.C.) Menorca - Espanha “Templos de Malta” (Hag’ar Qim e Mnajdra) Itália (3200 a.C.) Apesar da complexidade arquitetônica (grandes lajes de calcário), são criações de uma cultura neolítica local não urbana Mnajdra Templo neolítico e deusas da fertilidade Skara Brae (Escócia – 2.500 a.C.) Skara Brae (Escócia – 2.500 a.C.) Excedente alimentar Condição para a divisão social do trabalho origem das cidades DOMINAÇÃO INSTITUIÇÕES SOCIAIS EXPLORAÇÃO SOCIEDADE DE CLASSES: “A estrutura embrionária da cidade já existia na aldeia (...) e aguardava o momento de ser levada avante numa estrutura mais complexa” Lewis Mumford Çatal Hüyük (Turquia – 6.500 a.C.) •Registro mais remoto sobre o funcionamento da Cidade, pertencente ao final do período Neolítico •Mais importante: os vestígios indicam a divisão social do trabalho e franca atividade comercial Çatal Hüyük (Turquia – 6.500 a.C.) •Sítio arqueológico e modelo de habitação (vista interna) AS PRIMEIRAS CIDADES E CIVILIZAÇÕES Mapa do Crescente Fértil: do Nilo Superior ao Eufrates Inferior As “tabuinhas” encontradas na Mesopotâmia – escrita cuneiforme O arado e a tamareira Escrita cuneiforme na Mesopotâmia A importância do transporte fluvial A cidade de Nínive O domínio sobre os elementos naturais (ex: a nora) De aldeia à cidade: •Aumento da população •Ampliação da área ocupada •O DOMÍNIO CENTRALIZADO A cidade constituiu-se na primeira “máquina de dominação”, estabelecendo um controle centralizado, por meio da representação simbólica do palácio e do templo A mitologia também serviu como mecanismo de controle A união do Império Babilônico é estabelecida em 2000 a.C. por Hamurabi. •Proteção •Controle sobre os tributos •Maior domínio da classe governante A cidadela é mais “rica” e protegida, tendo o ZIGURATE em seu núcleo A cidadela murada possuía três valores fundamentais: Cidadela de Khorsabad RECONSTITUIÇÃO DO ZIGURATE DE UR As Muralhas Com o tempo, tornaram-se necessárias para abrigar a ocupação como um todo e impôs a forma definitiva da cidade. Suas funções: •Militar (proteção) •Mecanismos de comando e controle •Diferenciação entre “cidade” e “campo”, ou o urbano e o rural (em extensão) Representações de outra derivação das muralhas: os “jardins suspensos” da Babilônia Pela primeira vez o predomínio de um Estado Monárquico (Império), se sobrepôs à liderança das pequenas Cidades-Estado, característica política dos povos da Mesopotâmia O regime mais equilibrado do rio Nilo permitiu um tratamento homogêneo das terras cultiváveis Secas e enchentes catastróficas na região dos rios Tigre e Eufrates geraram a necessidade de maior controle sobre o território Na Mesopotâmia, o controle social foi decisivo para sua ascensão inicial, à frente de outros povos. Em comparação com o Egito, o sucesso do império dependeu de uma postura mais centralizadora e violenta O maior equilíbrio da vida, no Egito, levou ao culto de sua perpetuação após a morte A OCUPAÇÃO DO VALE DO NILO •4000 a.C. •Desenvolvimento durante 27 séculos •O Rio Nilo condicionou a economia, a política e as atitudes mentais dos egípcios * Cooperação entre as aldeias (ORGANIZAÇÃO como sinônimo de permanência no Egito) 6000 Km de extensão Nilo Azul (Etiópia) + Nilo Branco (Uganda) Prosperidade e abundância nas margens (dependendo do comportamento das inundações) Segurança e isolamento pelo deserto A facilidade do transporte e distribuição: Nilo como artéria de comunicação Sentido do curso do rio Sentido dos ventos dominantes N Baixo Egito (mais fértil) Alto Egito (mais árido) A união entre o Baixo e o Alto Egito •2900 a.C. – a 1ª nação unida do mundo Capital do Antigo Império Capital do Novo Império •A perpetuação do nome do Faraó representava o desejo de perpetuação da abundância para o povo egípcio; •Um governo central comunicava-se com toda a extensão de seus domínios Antigo Império: 2900 – 2300 a.C. Novo Império: 1480 – 1200 a.C. Menfis Tebas Menés (2900 a. C.) •O primeiro Faraó da 1ª dinastia •Fundação da cidade de Memphis Método de construção As construções domésticas (inclusive palácios) em ADOBE As tumbas dos Faraós e os templos dos deuses: em PEDRA Modelos de residências tradicionais do Egito em barro cozido Réplicas das residências originais, encontradas em túmulos durante a XI Dinastia, 2000 a.C. As MASTABAS (Câmaras Funerárias): ORIGEM DAS PIRÂMIDES Origem na I Dinastia (Antigo Império – 2800 a.C.) ALGUMAS “TEORIAS” PARA A CONSTRUÇÃO DAS PIRÂMIDES ZOSER: 1º Faraó da III dinastia Arquiteto imperial: Imhotep Não há a presença da cidade “dos vivos” Estabelece dois padrões construtivos: duas “cidades” distintas Pirâmide “de degraus” de Zoser (Sacara – 2700 a.C.) – 60 m - e o seu complexo funerário Pirâmide de Zoser (Sacara – 2700 a.C.) A Pirâmide de Zoser Representação em pedra do Palácio Real da cidade de Mênfis Todos os edifícios do complexo não possuem divisões internas (estruturas sólidas) a) Câmara funerária com a imagem do KA b) Segunda câmara (órgãos internos “preservados”) 1) Muralha 2) Entrada do complexo 3) Túmulo sul (Rainhas e descendentes) 4) Túmulo Real 5) Pátio cerimonial 6) Casa sul 7) Casa norte 8) Templo de Zoser 9) Altar 10) Pátio FARAÓ SENEFERU (2613 – 2585 a.C.) patriarca da 4ª Dinastia PIRÂMIDE“DESMORONADA” DE MEIDUM FARAÓ SENEFERU PIRÂMIDE DE MEIDUM A etapa final da construção das pirâmides, com a uniformização das superfícies (“alisamento”) ainda dependia de aperfeiçoamento técnico Alteração abrupta do ângulo da pirâmide: 54º para 43º Pirâmide “Curva” (Romboidal – 80m)FARAÓ SENEFERU Pirâmide “Curva” (Romboidal) Pirâmide Vermelha A primeira pirâmide “verdadeira” do Egito (104 m) FARAÓ SENEFERU 1) Acesso ao complexo mortuário (28m) 2 e 3) Câmaras secundárias 4) Câmara mortuária, executada com o processo de “arcos de avanço” ou “modilhão”, formando uma falsa abóbada AS PIRÂMIDES DE GIZÉ 2560 – 2323 a.C. Quéops, Quéfren e Miquerinos Máximo aperfeiçoamento na construção de pirâmides (a marca do Antigo Império egípcio). KHUFU (QUÉOPS) - altura: 146m / base: 230m KHUFU (QUÉOPS) O projeto para as câmaras funerárias na “Grande Pirâmide” (Quéops) é o mais complexo e está localizado no centro da estrutura, não mais na base da pirâmide. 1. Entrada decrescente com corredor 2. Tunel aberto por saqueadores 3. Câmara subterrânea 4. Grande Galeria 5. Câmara do Rei, com lajes de granito para absorver a carga vertical 6. Câmara falsa 7. Poço A. Sistemas de ventilação (a “passagem de Rá”) para as câmaras 1 2 KHAFRE (QUÉFREN) - altura: 136m / base: 215m DETALHE DA PIRÂMIDE DE QUÉFREN MENKAURE (MIQUERINOS) - altura: 65m / base: 103m A partir do MÉDIO IMPÉRIO, até o final do NOVO IMPÉRIO (Capital - Tebas) o espaço urbano será marcado: •Pela construção de templos aos deuses (principalmente Amon), agora inseridos na “cidade dos vivos” •Pela separação dos templos dos faraós e de suas tumbas, “escondidas” no Vale dos Reis Templo de Amon – Karnac (Tebas – atual Luxor) TEBAS: templo de Amon na margem Oriental e dos Faraós na margem Ocidental Separação dos templos dos Faraós e de suas tumbas, escondidas no Vale dos Reis As tumbas das Rainhas e demais descendentes localizam-se no Vale das Rainhas Vale dos Reis e das Rainhas TEMPLO DE AMON EM KARNAC – Cidade de TEBAS, atual LUXOR (início 2000 a.C.) Templo de Amon – Pilonos, Colossos e Obeliscos Sala Hipostila Templo de Amon Sala Hipostila – Templo de Amon lintel clerestório Gótico: Catedral de Chartres Sala Hipostila Templo de Amon O Novo Império (1480 - 1200 a.C.) O Egito expande seus domínios ao sul e ao leste – a maior extensão já alcançada O Faraó era uma figura divina, mas como um governante ligado a uma divindade Novas concepções arquitetônicas relacionadas aos templos dos Faraós 1) Linhas de força contrapondo o edifício à paisagem: Hatshepsut (1470 a.C.) Concepção dos templos dos Faraós durante o NOVO IMPÉRIO Templo de Hatshepsut (1470 a.C.) Arquiteto: Senenmut Templo de Hatshepsut: * Elevação do santuário através de um sistema de planos de massas em rampa Templo de Hatshepsut – a via com estátuas da Rainha tinha um percurso em linha reta (axialidade), do Rio Nilo (leste) até a primeira rampa (oeste) Vale dos Reis (Oeste) Rio Nilo (Leste) Primeira rampa Hatshepsut - concepção arquitetônica: - Simplicidade - Subordinação à paisagem imponente - Contraste entre linhas de força verticais (falésia) e horizontais (templo) - Jogo de luz e sombra das colunatas - Integração da arquitetura ao ambiente colunatas dos pórticos 2) Arquitetura monumental que subjuga a natureza: Ramsés II e Nefertari (Abu-Simbel – 1230 a.C.) Concepção dos templos dos Faraós durante o NOVO IMPÉRIO Ramsés II e Nefertari (Abu-Simbel – 1230 a.C.) TEMPLO DE RAMSÉS II EM ABU-SIMBEL •1250 a.C. •Comprimento: 60m / Altura: 30,5m •Estátuas colossais (20m de altura) •Todo conjunto foi esculpido diretamente na rocha Aplicação da técnica tumular à construção de um templo Os deuses, da esquerda para a direita: Ptá, Amon, Ramsés e Rá-oracte O santuário de Ramsés em Abu-Simbel Para a construção de uma das barragens da represa de Assuã, foi “necessário” remover os templos de Ramsés e Nefertari a um ponto mais elevado. Custo: US$ 40milhões – 1964 d.C.