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Resumo AV1 e AV2

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Concurso de crimes – quando o agente mediante uma, duas ou mais condutas, comete dois ou mais crimes
Obs. conduta é uma ação ou omissão dolosa ou culposa, consciente e voluntaria, dirigida a uma finalidade.
1) Concurso material (ou real - art. 69) – quando o agente mediante duas ou mais condutas, comete dois ou mais crimes. As penas são aplicadas cumulativamente.
a) Concurso material homogêneo – crimes idênticos (ex. dois roubos);
b) Concurso material heterogêneo – crimes não idênticos (ex. o agente mata o marido para estuprar a esposa).
2) Concurso formal (ou ideal - art. 70) - quando o agente mediante uma única conduta, comete dois ou mais crimes. 
a) Concurso formal próprio (ou perfeito - 1ª parte do art. 70 até a palavra “metade”) – usa-se o critério da exasperação. Se os crimes forem idênticos (concurso formal homogêneo), aplica-se uma só pena, aumentada de 1/6 a 1/2. Ex. agindo com imprudência, o agente provoca um acidente no qual morrem duas pessoas. Nesse caso, o juiz aplica a pena de um homicídio culposo, no patamar de 1 ano (supondo-se que tenha optado pela pena mínima) e, na sequência, aumenta-a de 1/6, chegando ao montante final de 1 ano e 2 meses de detenção. Se os crimes não forem idênticos (concurso formal heterogêneo), aplica-se a pena do crime mais grave, aumentada de 1/6 a 1/2. Ex. quando alguém, agindo com imprudência, provoca a morte de uma pessoa e lesões corporais na outra, aplicando-se a pena do crime mais grave (homicídio culposo), aumentada de 1/6, chegaremos à mesma pena de 1 ano e 2 meses.
b) Concurso formal impróprio (ou imperfeito - parte final do art. 70) - sempre que o agente, com uma só ação ou omissão dolosa, praticar dois ou mais crimes dolosos, cujos resultados ele efetivamente visava (autonomia de desígnios quanto aos resultados), somamos as penas, usamos o critério da cumulação do art. 69. Ex. quando o agente envenena várias pessoas, com a intenção de matar todas elas ou quando o agente quer cometer três homicídios, coloca fogo na casa onde estejam as três vítimas ou as prende dentro de um carro e as joga de um precipício.
Obs. desígnio - aquilo que o indivíduo quer atingir
3) Crime continuado (ou continuidade delitiva - art. 71) - quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie (mesmo bem jurídico tutelado) e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro. Aplica-se uma só pena, aumentada de 1/6 a 2/3. Ex. quando um criminoso resolve, por exemplo, furtar estepes de veículos estacionados na rua e, em uma semana, consegue furtar 100 estepes de carros diferentes, ele, em tese, teria que receber uma pena mínima de 100 anos de reclusão, pois cometeu 100 crimes de furto simples que têm pena mínima de 1 ano cada. Ao se reconhecer o instituto do crime continuado em tal caso, a consequência será a aplicação de uma só pena aumentada de 1/6 a 2/3. Por isso, se aplicada a pena mínima ao furto (1 ano), aumentada no patamar máximo de 2/3, a pena final será de 1 ano e 8 meses.
“Aberratio ictus” (art. 73) – erro na execução do crime. Quando o agente, querendo atingir determinada pessoa, efetua o golpe, mas, por má pontaria ou outro motivo qualquer, acaba atingindo pessoa diversa da que pretendia. No caso de ser atingida também a pessoa que o agente queria ofender, aplica-se a regra da exasperação da pena do art. 70 (concurso formal perfeito);
“Aberratio criminis” (art. 74) – quando o sujeito quer cometer um crime e, por erro, comete outro. Erro de coisa para pessoa. Ex. o agente que atira uma pedra querendo cometer crime de dano, mas, por erro, acerta uma pessoa que passava pelo local, causando-lhe lesões. O agente responderá por lesão corporal culposa. Se o dano também acontece, ele responde pelos 2, aplicando-se a regra da exasperação da pena do art. 70 (concurso formal perfeito).
Em termos de penas, encontraremos esses princípios: 
- Princípio da legalidade ou da anterioridade (art. 1º do CP e art. 5º, XXXIX da CF/88) – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal;
- Princípio da personalidade – a pena não passará da pessoa do réu, somente quem cometeu o crime, poderá responder por ele (art. 5º, XLV da CF);
- Princípio da proporcionalidade – a pena será proporcional ao crime cometido pelo agente (art. 59 do CP).
- Princípio da individualização da pena (art. 5º, XLVI da CF):
Três momentos da pena:
1ª fase: cominada (pena em abstrato)
2ª fase: aplicada (pena em concreto)
3ª fase: executada
Finalidades da pena:
- Prevenção (individual e social);
- Punição (retribuição, vai fixar a pena);
- Utilitário (ressocialização, se dá uma utilidade a pena)
As penas são: (art. 32 do CP)
I – privativas de liberdade;
II – restritivas de direitos;
III – de multa (art. 49)
Obs. penas de reclusão não admitem fiança, tramitam pelo rito ordinário, penas de detenção ou de prisão simples (prisão simples existe na lei de contravenções penais) admitem fiança, tramitam pelo rito sumário.
Obs. O nosso sistema penal é progressivo (para regimes mais brandos) e regressivo (para regime mais severo). -> art. 33, p. 2º.
Obs. A pena restritiva de direito aparece no CP para beneficiar o réu, é uma pena alternativa, substitui a pena privativa de liberdade (art. 44)
Obs. A prestação pecuniária (art. 43, I e art. 45, p. 1º) é um pagamento em dinheiro à vítima, aos seus dependentes, ou à entidade pública ou privada com destinação social. A prestação pecuniária não se confunde com a pena de multa. Os beneficiários são diversos, pois os valores referentes à pena de multa são destinados ao Fundo Penitenciário. Seu montante também não é descontado de futura indenização à vítima ou aos seus dependentes. Por fim, a multa (originária ou substitutiva) não é considerada pena restritiva de direitos. Se o condenado solvente deixa de efetuar o pagamento da prestação pecuniária, o juiz deve revogá-la, executando a pena privativa de liberdade originariamente imposta. Ao contrário do que ocorre com a pena de multa 
Dosimetria (art. 59) – interessa como faz a passagem da pena cominada para a pena aplicada.
Obs. O processo é trifásico, o juiz tem que percorrer as 3 fases, sob pena de nulidade da sentença.
1ª fase: pena base – circunstancias e elementos contidos no art. 59 -> circunstancias judiciais; (a critério do juiz)
Obs. As circunstancias subjetivas são preponderantes: a culpabilidade (culpabilidade no sentido genérico é a intenção criminosa voltada para determinada conduta, é intensidade do dolo ou o grau da culpa. É a maior ou menor reprovabilidade da conduta), a personalidade do criminoso, a intensidade com que o indivíduo atuou.
2ª fase: pena intermediária – agravantes e atenuantes genéricas -> circunstancias legais; (a lei estabelece) - art. 61, 62 e 65.
Obs. Podem não haver agravantes ou atenuantes.
Obs. A reincidência (art. 61, I) é o mais importante.
Obs. Nessas 2 fases, a pena tem que estar dentro dos limites da pena cominada.
3ª fase: causas especiais de aumento e diminuição de pena – as que não estão nos artigos 61, 62 e 65. (Ex. art. 29, art. 121, p. 4º)
Obs. Essa 3ª fase pode também não existir.
Obs. Com o reconhecimento de causa de aumento ou de diminuição de pena, o juiz pode aplicar pena acima da máxima ou inferior à mínima cominada em abstrato.
Obs. A pena de multa (art. 49) não pode ser convertida em pena privativa de liberdade
Obs. Na suspensão condicional da pena (sursis – art. 77 a 82) o período de provas é fixado pelo juiz, no livramento condicional (art. 83 a 90) o período de provas é o que falta para cumprir a pena. 
DISTINÇÕES ENTRE LIVRAMENTO CONDICIONAL E SURSIS:
Enquanto o sursis é concedido na sentença e evita o início do cumprimento da pena privativa de liberdade, o livramento condicional é concedido durante a execução da pena, após o cumprimento de parte da pena de prisão. No sursis, o tempo do período de prova é fixado na sentença, em regra, entre 2 e 4 anos. No livramento, o período de prova corresponde ao temporestante da pena. Por fim, o sursis só pode ser concedido, como regra, quando a pena fixada não superar 2 anos, ao passo que o livramento só é cabível quando referida pena for igual ou superior a 2 anos.
Obs. Em caso de revogação do sursis, o condenado terá que cumprir a pena originariamente imposta.
Obs. Em caso de revogação do livramento condicional, não poderá ser novamente concedido e se o crime for cometido durante a vigência do benefício, não se desconta o tempo em que esteve solto o condenado. Se o crime for anterior ao benefício, se desconta o tempo em que esteve solto o condenado. (art. 88)
Obs. De acordo com o art. 88, como exemplo, o condenado teve uma pena de 24 anos, cumpriu 1/3 e teve livramento condicional concedido, com período de prova de 16 anos. Se faltando 10 anos para cumprir ele tem revogado o livramento por um crime anterior ao benefício, o que ele já cumpriu é descontado, então ele vai cumprir 10 anos de pena privativa de liberdade. Se por outro lado, é revogado o livramento por um crime cometido durante a vigência do benefício, ele terá que cumprir 16 anos, mesmo já tendo cumprido 6 dos 16.
Causas obrigatórias de revogação do livramento condicional:
a) Se o beneficiário vem a ser condenado, por sentença transitada em julgado, a pena privativa de liberdade por crime cometido durante a vigência do benefício (art. 86, I, do CP). Nesse caso, dispõe o art. 88 do Código Penal que o tempo em que o sentenciado permaneceu em liberdade não será descontado, devendo, portanto, cumprir integralmente a pena que restava por ocasião do início do benefício, somente podendo obter novamente o livramento em relação à segunda condenação. Ex.: uma pessoa foi condenada a 9 anos de reclusão e já havia cumprido 5 anos quando obteve o livramento, restando, assim, 4 anos de pena a cumprir. Após 2 anos, sofre condenação por crime cometido na vigência do benefício. Dessa forma, não obstante tenha estado 2 anos em período de prova, a revogação do livramento fará com que tenha de cumprir os 4 anos que faltavam quando obteve o benefício. Suponha-se que, em relação ao novo crime, tenha sido o réu condenado a 6 anos de reclusão. Terá de cumprir os 4 anos em relação à primeira condenação e, posteriormente, poderá obter o livramento em relação à segunda, desde que cumprida mais de metade da pena (3 anos) — pois, em tal caso, o condenado é necessariamente reincidente. 
b) Se o beneficiário vem a ser condenado, por sentença transitada em julgado, a pena privativa de liberdade, por crime cometido antes do benefício (art. 86, II, do CP).
Nessa hipótese, o art. 88 do Código Penal permite que seja descontado o período em que o condenado esteve em liberdade, podendo, ainda, ser somado o tempo restante à pena referente à segunda condenação para fim de obtenção de novo benefício (conforme o art. 84 do CP). Ex.: uma pessoa foi condenada a 9 anos de reclusão e já havia cumprido 5 anos quando obteve o livramento, restando, assim, 4 anos de pena a cumprir. Após 2 anos, sofre condenação por crime cometido antes da obtenção do benefício e, dessa forma, terá de cumprir os 2 anos faltantes. Suponha-se que, em relação à segunda condenação, tenha sido aplicada pena de 6 anos de reclusão. As penas serão somadas, atingindo-se um total de 8 anos, tendo o condenado de cumprir mais de um terço dessa pena (ou metade, se reincidente) para obter novamente o livramento.
A medida de segurança (art. 96) é uma espécie de sanção penal, de caráter preventivo, fundada na periculosidade do agente, aplicada pelo juiz da sentença, por prazo indeterminado, aos inimputáveis e, eventualmente, aos semi- imputáveis, a fim de evitar que tornem a delinquir.
Nas medidas de segurança existe um prazo mínimo (de 1 a 3 anos) e não máximo. Utiliza-se o sistema vicariante, em que o juiz é obrigado a escolher entre pena ou medida de segurança (e nunca as duas cumulativamente). Aos inimputáveis (art. 26, caput), será sempre aplicada medida de segurança. Para os semi-imputáveis (art. 26, p. único), será aplicada pena ou medida de segurança.
Obs. Para os semi-imputáveis (art. 26, p. único), o juiz condena o réu, diminui a pena de 1/3 a 2/3 e, se comprovada a periculosidade, substitui a pena aplicada por medida de segurança (art. 98).
Espécies:
a) internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico: se o crime for apenado com reclusão;
b) tratamento ambulatorial: se o delito for apenado com detenção.
DISTINÇÕES ENTRE AS PENAS E AS MEDIDAS DE SEGURANÇA:
a) Quanto ao fundamento: as penas têm caráter retributivo e preventivo, enquanto as medidas de segurança têm apenas caráter preventivo especial — conferir compulsoriamente tratamento ao seu destinatário. A pena, portanto, tem caráter aflitivo e a medida de segurança, caráter curativo. 
b) Quanto ao pressuposto em que se baseiam: as penas refletem a culpabilidade do agente, isto é, devem-se à demonstração de sua responsabilidade pelo ilícito penal. As medidas de segurança fundam-se na periculosidade, assim entendida a probabilidade de voltar a cometer delitos. 
c) Quanto à duração: as penas são aplicadas por tempo determinado. As medidas de segurança são aplicadas por período indeterminado, terminando apenas quando comprovada a cessação da periculosidade.
d) Quanto aos destinatários: as penas destinam-se aos imputáveis e aos semi-imputáveis não considerados perigosos. As medidas de segurança destinam-se aos inimputáveis e aos semi- imputáveis cuja periculosidade tenha sido pericialmente demonstrada e que, por isso, necessitam de tratamento.
Ação penal: toda vez que a lei silencia, a ação penal é pública. Ela é promovida pela Ministério Público, por meio de denúncia, e é incondicionada quando esta iniciativa não dependa de nenhuma condição (art. 100). A ação penal é condicionada quando a lei exige representação (art. 100, p. 1º. Ex. art. 147, p. único) ou de requisição do Ministro da Justiça em crime contra a honra do Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro (art. 145, p. único). A titularidade da ação penal é exclusiva do Ministério Público, porém o promotor só pode dar início a ela se presente esta autorização da vítima. A representação não obriga o Ministério Público a oferecer denúncia.
Obs. A regra geral é a ação penal pública incondicionada, quem propõe é o MP através de denúncia (que é uma peça formal) geralmente oferecida por um inquérito policial.
Obs. Representação é a manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal. A representação pode ser dirigida ao juiz, ao Ministério Público ou à autoridade policial. Pode ser apresentada de forma escrita ou verbal, mas neste caso, deverá ser reduzida a termo. O direito de representação deve ser exercido no prazo de 6 meses a contar do dia em que a vítima ou seu representante legal descobrirem quem é o autor do delito (art. 103). A representação é retratável até o oferecimento da denúncia (art. 102). A vítima, portanto, pode retirar a representação, de forma a impossibilitar o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público.
A ação penal privada é promovida mediante queixa do ofendido/querelante (art. 100, p.2º) ou de quem tenha qualidade para representá-lo. Ela é mais rara, existe em alguns crimes contra a honra (art. 145), contra a propriedade imaterial/direito autoral (ver art. 186).
Obs. A queixa é a petição inicial da ação penal, é uma peça formal, é assinada por advogado ou por defensor e só se oferece em juízo, não em polícia. O prazo é de 6 meses a contar da data em que a autoria foi descoberta.
A ação penal privada subsidiaria da ação penal pública (art. 100, p.3º), só existe quando o Ministério Público não se manifesta no prazo legal. O MP pode a qualquer tempo retomar a ação, podendo retificar ou ratificar a queixa.
Obs. Ação penal personalíssima (art. 236, p. único) - queixa só do ofendido (contraente) e não de representante.
Na ação penal nos crimes complexos (art. 101) pode ocorrer de um dos crimes componentes da unidade complexa ser de ação pública e outro de ação privada. Nesse caso, o crime complexo será de açãopública, ou seja, se a ação penal pública se aplica a um dos elementos do crime, ela se estende a todo o crime. Ex.: injúria real (art. 140, § 2º): se com a prática da injúria real a vítima sofre lesão corporal, esse crime será apurado mediante ação pública.
Obs. art. 104 - Renúncia expressa é aquela que consta de declaração escrita e assinada pelo ofendido, por seu representante ou por procurador com poderes especiais. Renúncia tácita decorre da prática de ato incompatível com a intenção de exercer o direito de queixa e admite qualquer meio de prova. Ex.: casamento com o autor do crime de ação privada. A renúncia só pode ocorrer antes do início da ação penal (antes do recebimento da queixa). A renúncia em relação a um dos autores do crime a todos se estende.
Obs. O perdão é um ato pelo qual o querelante desiste do prosseguimento da ação penal privada em andamento. Pressupõe, portanto, que já tenha havido recebimento da queixa e também que não tenha havido trânsito em julgado da sentença condenatória. Cuida-se de ato bilateral, uma vez que apenas gera a extinção da punibilidade se for aceito pelo querelado. Trata-se de instituto exclusivo da ação penal privada. O perdão, se concedido a um dos querelados, a todos se estende, mas somente extingue a punibilidade daqueles que o aceitarem (art. 106, I). Havendo dois querelantes, o perdão oferecido por um deles não afeta o andamento da ação penal no que se refere ao outro (art. 106, II).
Obs. O perdão judicial (art. 107, IX e art. 120) só acontece nos casos em que a lei prevê (ex. art. 121, p. 5º, art. 242, p. único). 
Na extinção da punibilidade pela anistia, extingue-se o crime, é votada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República. A graça e o indulto são concedidos a pessoas pelo Presidente da República. A graça é individual e deve ser requerida pela parte interessada, enquanto o indulto é coletivo e concedido espontaneamente pelo Presidente da República ou pelas autoridades que dele receberam delegação. O indulto presidencial costuma ser concedido na época do Natal. O indulto e a graça podem ser totais (quando extinguem a punibilidade) ou parciais (quando apenas reduzem a pena). A graça e o indulto extinguem a pena (art. 107, II).
Obs. Art. 107, III - “abolitio criminis”.
Obs. Art. 107, IV - Na decadência o direito caduca. O prazo é de 6 meses (art. 103) a contar do dia em que a vítima ou seu representante legal tomarem conhecimento da autoria da infração. O prazo decadencial é peremptório, não se prorrogando ou suspendendo por qualquer razão. A perempção acontece quando no curso da ação penal privada, o autor deixa de promover os atos que a lei atribui a ele. 
Obs. A decadência é quando a lei confere a alguém um direito especial e estabelece um prazo para que esse direito seja exercido (prazo de 6 meses). A prescrição extingue a punibilidade em qualquer crime pelo simples decurso do tempo.
A prescrição é a perda do direito de punir decorrente do decurso de determinado prazo sem que a ação penal tenha sido proposta por seu titular ou sem que se consiga concluí-la (prescrição da pretensão punitiva), ou, ainda, a perda do direito de executar a pena por não conseguir o Estado dar início ou prosseguimento a seu cumprimento dentro do prazo legalmente estabelecido (prescrição da pretensão executória).
Existem duas modalidades de prescrição: a) a que atinge a pretensão punitiva estatal e que ocorre antes do trânsito em julgado da sentença condenatória (o réu continuará sendo considerado primário e de bons antecedentes); b) a que atinge a pretensão executória estatal, também chamada de prescrição da pena, que pressupõe a existência de sentença condenatória transitada em julgado (o réu será portador de maus antecedentes, vez que os efeitos secundários da condenação não são apagados pela prescrição da pretensão executória)
Obs. Causas de exclusão da punibilidade: escusa absolutória – antecede a punibilidade. O autor do crime é isento de pena (crimes contra o patrimônio). Circunstâncias de caráter pessoal, referente a laços familiares ou afetivos entre os envolvidos, que por razões de política criminal, o legislador houve por bem afastar a punibilidade. (ex. art. 181, 182, 348, p. 2º).
Obs. Condição objetiva de punibilidade – quando a lei exige para que alguém seja punido, além da conduta criminosa, uma condição objetiva (ex. art. 122 - se não houver lesão corporal grave ou a morte não se pune essa conduta, o fato é impunível).
Obs. Ex. de PPP - furto simples possui pena privativa de liberdade máxima de 4 anos e, por isso, prescreve em 8 anos. Se, entretanto, o furto for praticado durante o repouso noturno (art. 155, § 1º), a pena sofrerá um acréscimo de 1/3, passando a ter um limite máximo de 5 anos e 4 meses, cujo prazo prescricional é de 12 anos.
Obs. Ex. de PPE - pena aplicada (com sentença transitada em julgado em definitivo) de 8 anos no crime de homicídio (art. 121), em que o condenado era reincidente (art. 110), prescreverá em 16 anos (12 anos + 12 x 1/3).
Obs. As causas que suspendem a prescrição estão no art. 116.
Obs. As causas que interrompem a prescrição estão no art. 117. A pronúncia (art. 117, II) é um tipo de sentença interlocutória que só existe no júri.
Obs. Existe a possibilidade de que, após interposto recurso único por parte da defesa, e antes de seu julgamento, se verifique a prescrição tendo por base a pena fixada na sentença. Trata-se da chamada prescrição da pretensão punitiva intercorrente (art. 110, p. 1º). Ex. Jonas é denunciado pela prática do delito de abandono de incapaz (art. 133), cuja pena pode variar de 6 (seis) meses a 3 (três) anos. O prazo prescricional, tendo por base a pena em abstrato, é de 8 (oito) anos. Ele é condenado, em sentença prolatada em 11/02/2004, à reprimenda mínima (seis meses de detenção). A defesa recorre. A acusação não apela. O julgamento do recurso da defesa ocorre na data de 14/03/2007. Logo, estará prescrita a pretensão punitiva do Estado, vez que decorrido o prazo de 03 (três) anos previsto na lei, considerando como base a pena concreta de seis meses estabelecida pela sentença recorrida. Observando que não se aplica a reincidência no art. 110, p. 1º (cfe. Súmula 220 do STJ)
Obs. A prescrição da pretensão punitiva retroativa ocorre quando se verifica o decurso do prazo prescricional, tendo como base a pena em concreto, contada entre a data da denúncia e a data da sentença. Ex. Paulo provoca lesão culposa em terceiro na data de 12/06/05. Concluído o inquérito policial, os autos são encaminhados ao Ministério Público em 18/02/06. O MP oferece a denúncia, que é recebida pelo juiz em 23/03/06. Em 28/10/07, é prolatada sentença penal que condena o réu a 8 (oito) meses de detenção. Contudo, considerando que Paulo era menor de 21 (vinte e um) anos à época dos fatos, tem-se que prescrição contra si corre pela metade. Utilizando a pena concreta como base de cálculo de prescrição, tem-se que a prescrição correria em 03 (três) anos. Considerando o prazo pela metade (1 ano e 6 meses), tem-se que entre a data da denúncia e a prolação da sentença, teria ocorrido a prescrição da pretensão punitiva do Estado.
Obs. Termo “a quo” é o termo inicial da prescrição. O termo final é o “dies ad quem”.
O art. 108 relata que a extinção da punibilidade de um crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstancia agravante de outro crime, não se estende a esse outro crime.
Obs. Pressuposto significa que o crime anterior tem que existir para que o outro possa existir também. Ex. para que haja crime de receptação (art. 180) é necessário que haja antes o crime de furto (art. 155). Elemento constitutivo é o crime complexo (crime complexo é aquele resultante da fusão entre dois ou mais tipos penais. O crime de roubo, por exemplo, previsto no art. 157, caput do Código Penal, constitui uma fusão entre os delitos de furto (art. 155) e ameaça (art. 147). O crime de extorsão mediante sequestro (art. 159) constitui uma fusão entre os delitos de sequestro (art. 148) com a extorsão (art. 158); Circunstânciaagravante (ex. art. 121, p. 2º, V). Crimes conexos tem que ser julgados conjuntamente no mesmo processo.
Tipo penal – conjunto de elementos e circunstâncias que o legislador usa para definir uma conduta punível. O verbo é o núcleo do tipo (é necessário pelo menos 1 verbo). 
Elementar do tipo – tudo aquilo que faz parte da definição legal. O que é elementar do tipo se comunica (obs. se por exemplo uma pessoa, se associa a um funcionário público para cometer um crime de peculato do art. 312, ela responde também por este crime mesmo não sendo funcionário público, pois ela é elementar do tipo e se comunica). Dados essenciais para a configuração de um crime, que, uma vez suprimidos poderão acarretar na atipicidade absoluta (o fato deixa der ser criminoso) ou na atipicidade relativa (passa a ser um novo crime). As circunstâncias são dados periféricos que servem para aumentar ou diminuir a pena. As circunstâncias objetivas ligam-se ao fato, ao aspecto externo, as condições de lugar, tempo, modo e meio de execução, circunstâncias ligadas à vítima. As circunstâncias subjetivas são o motivo do crime, se o sujeito ativo é primário ou reincidente, a culpabilidade, a conduta social do agente.
Os elementos objetivos são os verbos constantes dos tipos penais (núcleos do tipo) e os demais requisitos, cujos significados não demandam qualquer juízo de valor, como a expressão “coisa móvel” no crime de furto ou a palavra “alguém” para se referir a ser humano no homicídio. Todos os tipos penais possuem elementos objetivos. Os elementos subjetivos dizem respeito à especial finalidade do agente ao realizar a ação ou omissão delituosa. Não são todos os tipos penais que contêm elementos subjetivos. O crime de extorsão mediante sequestro, por exemplo, consiste em “sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate” (art. 159 do CP). O elemento subjetivo do tipo é a intenção do agente de obter vantagem como decorrência do sequestro. Os elementos normativos, por sua vez, são aqueles cujo significado não se extrai da mera observação, dependendo de uma interpretação, ou seja, de um juízo de valor. No crime de furto, a expressão “coisa alheia” é considerada elemento normativo, pois só se sabe se um bem é alheio quando se está diante de um caso concreto e se faz uma análise envolvendo o bem e a pessoa acusada de tê-lo subtraído. São poucos os crimes que possuem elemento normativo.
Elemento normativo – elemento que compõe o tipo com algum conteúdo de caráter jurídico. São aqueles para cuja compreensão é insuficiente desenvolver uma atividade meramente cognitiva, devendo-se realizar uma atividade valorativa. São circunstâncias que não se limitam a descrever o natural, mas implicam um juízo de valor. São exemplos característicos de elementos normativos expressões tais como ‘indevidamente’ (arts. 151, §1º, II; 162; 192, I; 316; 317, 319 etc.), ‘sem justa causa’ (arts. 153; 154; 244; 248) ‘sem permissão legal’ (art. 292); ‘sem licença da autoridade competente’ (arts. 166 e 253); ‘fraudulentamente’ (art. 177, caput); ‘sem autorização’ (arts. 189; 193; 281 e 282); ‘documento’ (arts. 297; 298 e 299); ‘funcionário público’ (arts. 312; 331 e 333); ‘decoro’ (art. 140); ‘coisa alheia’ (arts. 155; 157) etc.
Crime simples: atinge um único bem jurídico (ex. homicídio)
Crime comum: praticado por qualquer pessoa (ex. art. 121)
Crime material: exige que aconteça o resultado concreto pretendido pelo autor do crime. O que o sujeito ativo quer é o mesmo que o verbo exige para a consumação (ex. art. 121, 155, 171).
Crime formal: o tipo penal não exige que ocorra o resultado concreto pretendido pelo sujeito ativo do crime. O verbo irá indicar o momento consumativo (ex. art. 158, 159, 216-A)
Crime próprio o tipo penal exige do sujeito ativo uma condição especial, só determinadas pessoas podem cometer (ex. art. 123, art. 216-A, art. 312). 
Crimes pluriofensivos – atinge mais de um bem jurídico (ex. art. 157, 159) 
Crimes com vários verbos - crimes de condutas múltiplas ou de conteúdo variado (ex. art. 253)
Homicídio simples – caput do art. 121
Homicídio privilegiado – causa especial de menor punibilidade, de redução de pena (art. 121, p.1º)
Homicídio qualificado – causas especiais de maior punibilidade, de aumento de pena (art. 121, p. 2º). Os incisos I (torpe - vil, desprezível, que causa repulsa) e II (fútil - sem importância, desproporcional) são chamados de qualificadoras subjetivas (dizem respeito ao motivo), e os incisos III (meio empregado) e IV (modo de execução) as qualificadoras objetivas.
Obs. Quem pratica homicídio qualificado tem direito a redução de pena do p. 1º, mas só com relação às qualificadoras objetivas dos incisos III e IV.
Obs. Homicídio duplamente qualificado: (art. 121, p. 2º, incisos I ou II mais o inciso III ou IV)
Obs. Homicídio triplamente qualificado: (art. 121, p. 2º, incisos I ou II mais o inciso III e IV)
Obs. O homicídio privilegiado-qualificado não é crime hediondo (lei 8072/90). Não se justifica que o crime com motivos nobres (art. 121, p. 1º) seja submetido a tratamento especialmente gravoso pelo Ordenamento. Se, no caso concreto, são reconhecidas ao mesmo tempo uma circunstância do privilégio (art. 121, p. 1º) e outra da forma qualificada do homicídio, de natureza objetiva (art. 121, p. 2º, incisos III ou IV), aquela sobrepõe-se a esta, uma vez que o motivo determinante do crime tem preferência sobre a outra. De forma que, para efeito de qualificação legal do crime, o reconhecimento do privilégio descaracteriza o homicídio qualificado. Assim, quando o inciso I do artigo 1º da Lei n. 8.072/90 menciona o homicídio qualificado refere-se somente à forma genuinamente qualificada. Não ao homicídio qualificado-privilegiado. Tanto que, entre parênteses, indica os incisos I a V do parágrafo 2º do art. 121. Suponha-se um homicídio eutanásico cometido mediante propinação de veneno, ou que o pai mate, de emboscada, o estuprador da filha. Reconhecida a forma híbrida, não será fácil a tarefa de sustentar a hediondez do crime. Seria verdadeira monstruosidade essa figura: um crime hediondo cometido por motivo de relevante valor moral ou social.
Não há crime culposo sem resultado e esse resultado é involuntário, acontece porque a pessoa agiu sem o cuidado devido. O crime culposo só existe nos casos em que a lei mencionar.
Culpa consciente acontece quando o agente consegue prever o resultado mas acreditava que o resultado não iria acontecer. O agente tem argumentos (ex. atirador de faca).
Dolo eventual acontece quando o agente consegue prever o resultado, mas não se importa com a sua ocorrência, assumindo o risco do resultado (ex. quando uma pessoa da plateia faz o papel do atirador de faca, sem preparação ou habilidade)
No crime do art. 122, induzir significa colocar uma ideia que não estava na cabeça da pessoa, instigar é quando a pessoa já tem a ideia e o agente procura estimular. Prestar auxílio significa por exemplo, emprestar uma arma, fornecer um veneno. Tem uma condição objetiva de punibilidade, pois para que alguém seja punido por esse crime, é necessário que ocorra o resultado, ou seja, pelo menos uma lesão grave. 
No crime de infanticídio (art. 123) há um elemento circunstancial de tempo (durante ou logo após o parto). “Puer” significa criança; “Pério” significa aquilo que está em volta. Trata-se de um crime próprio.
O aborto (art. 124) é a interrupção da gravidez com a consequente morte do produto da concepção humana. A vida intrauterina vai desde o momento da concepção até o nascimento com vida.
 Obs. auto aborto - art. 124, é um crime próprio. 
Obs. aborto violento - art. 125 (pode ser violência física, moral)
Obs. aborto consentido - art. 126
Obs. No auto aborto é extremamente importante ressaltar que nossa lei fez uma clara distinção, devendo a gestante responder pelo crime do art. 124, em razão de seu consentimento, e a terceira pessoa que realizar a manobra abortiva, pelo crime do art. 126 (crime de provocação de aborto com o consentimento da gestante),que possui pena mais elevada. O auto aborto não admite coautoria. A participação é perfeitamente possível. Se o partícipe induz, instiga ou auxilia a própria gestante a realizar o aborto em si mesma ou a consentir que outrem o faça, responde pela participação no delito do art. 124; porém se concorre de qualquer modo para a provocação do aborto por terceira pessoa, responderá como partícipe do crime do art. 126. É extremamente importante ressaltar, todavia, que nossa lei fez uma clara distinção, devendo a gestante responder pelo crime do art. 124, em razão de seu consentimento, e a terceira pessoa que realizar a manobra abortiva, pelo crime do art. 126 do Código Penal, que possui pena mais elevada - trata­se do crime de provocação de aborto com o consentimento da gestante
Veja-se o seguinte caso, aliás, muito corriqueiro: namorado leva grávida à clínica de aborto onde o médico realiza ato abortivo assistido por enfermeira. Como a grávida comete um crime e o médico outro, surge a dúvida em torno da responsabilização dos demais envolvidos (namorado e enfermeira). A solução, contudo, é simples, bastando verificar à conduta de quem está vinculada a colaboração do partícipe. Ora, a conduta do namorado é, claramente, de participação no consentimento prestado pela gestante, de modo que ela é autora do crime de consentimento para o aborto e ele é partícipe deste mesmo crime (art. 124). Já a enfermeira realizou ação de auxílio na prática da manobra abortiva, preparando a gestante e fornecendo os instrumentos ao médico que, por sua vez, realizou, sozinho, a manobra mortal para o feto, hipótese em que ele é autor do crime de provocação de aborto com o consentimento da gestante e a enfermeira partícipe deste crime.
No art. 128 ocorre a exclusão da punibilidade do aborto. No inciso I trata-se de estado de necessidade. No inciso II trata-se do chamado aborto social ou humanitário.
Lesão corporal é crime comum e material. A lesão corporal leve ou simples está tipificada no caput do art. 129. A lesão grave é a do p. 1º, a gravíssima a do p. 2º e a do p. 3º é culposa seguida de morte (homicídio preterdoloso). Os crimes dos p. 1º, 2º e 3º são preterdolosos (dolo na conduta antecedente e culpa no resultado consequente) ou preter intencionais. O crime do p. 4º é a lesão corporal privilegiada.
Obs. Dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas (lei 9099/95 – juizados especiais criminais).
Crimes de dano: são aqueles em que ocorre efetiva lesão ao bem jurídico tutelado
Crimes de perigo: se caracterizam pela mera possibilidade de dano, bastando, portanto, que o bem jurídico tutelado seja exposto a uma situação de risco
Crime de perigo concreto – a lei exige prova efetiva de que o bem jurídico foi exposto a perigo (ex. art. 131, art. 132)
Crime de perigo abstrato (mera conduta) - a lei presume que a conduta é perigosa. Presume-se de forma absoluta que a conduta do agente expôs o bem jurídico a perigo (ex. dirigir embriagado - art. 306, CTB, art. 130, art. 133, art. 253)
Os crimes do art. 130 e seguintes são os chamados crimes de perigo individual. O agente quer atingir pessoas determinadas, ainda que seja mais de uma pessoa. Se for número indeterminado de pessoas trata-se de crime de perigo coletivo (art. 250). O bem jurídico tutelado é a tranquilidade (estabilidade) psicológica das pessoas. O perigo existe quando ele cria uma probabilidade de dano a um bem jurídico. Só existe se ficar comprovado o dolo de perigo, a intenção do indivíduo.
Obs. O crime de perigo é o “regra 3” do crime de dano.
O art. 133 (abandono de incapaz) trata-se de um crime próprio e concreto.
O art. 135 (omissão de socorro) trata-se de crime omissivo próprio ou puro
A rixa (art. 137) é uma luta desordenada, marcada pelo tumulto, que envolve a troca de agressões por pelo menos três pessoas, em que os lutadores visam todos os outros indistintamente. Trata-se de um crime de perigo abstrato.
Crimes de perigo abstrato: arts. 130, 135 (só a parte que fala do “grave e iminente perigo” é que é concreto) e 137
Crimes de perigo concreto: arts. 131, 132, 133, 134, 136
Honra objetiva é o que os outros pensam sobre a nossa honra, a respeito dos atributos morais de alguém. Nossa reputação, boa fama, bom nome. 
Honra subjetiva: conceito moral que nós temos de nós mesmos. Amor próprio, dignidade, autoestima.
Calúnia - Dirige-se à honra objetiva. É o mais grave dos crimes contra a honra, exatamente porque pressupõe que o agente narre um fato criminoso concreto e o atribua a alguém, é necessário que essa narrativa seja feita a terceiros. A calúnia só se consuma no instante em que terceira pessoa toma conhecimento da imputação (art. 138) Ex. João é ladrão porque furtou a bolsa.
Obs. Na denunciação caluniosa, descrita no art. 339, do CP, a conduta é mais grave, pois nela o agente quer prejudicar a vítima perante as autoridades constituídas, narrando a elas que tal pessoa teria cometido um crime ou contravenção, quando, em verdade, sabe que esta é inocente. Com isso, o agente dá causa ao início de uma investigação policial, administrativa ou até mesmo a uma ação penal. Em outras palavras, trata-se de crime mais grave porque expõe a risco a liberdade de pessoa inocente e porque faz com que as autoridades percam seu precioso tempo investigando um inocente. A denunciação caluniosa é crime contra a administração da justiça. 
Admite exceção da verdade, a lei permite que o acusado (autor, ofensor) se proponha a provar, no mesmo processo, por meio de exceção da verdade, que sua imputação é verdadeira (art. 138, p. 3º)
Difamação: Dirige-se à honra objetiva. Atribui um fato concreto que não é crime. Difamar significa causar má fama, arranhar o conceito de que a vítima goza perante seus pares, abalar sua reputação. Tal como ocorre na calúnia, a difamação pressupõe que o agente atribua à vítima um fato determinado. O que distingue os dois delitos basicamente é que, na calúnia, o fato imputado necessariamente deve ser definido como crime, enquanto a difamação é genérica, isto é, abrange a imputação de qualquer outro fato ofensivo, uma qualidade negativa. A consumação se dá quando terceira pessoa toma conhecimento da imputação. (art. 139). Ex. O professor faltou muito no semestre passado ou João dormia no trabalho 
Admite exceção da verdade contra funcionário público (art. 139, p. único)
Injúria: Dirige-se à honra subjetiva, ou seja, ao sentimento que cada um tem acerca de seus próprios atributos físicos, morais ou intelectuais. É um crime que afeta a autoestima da vítima, seu amor próprio, sua dignidade (atributos morais). Consiste em um xingamento, no uso de expressão desairosa ou insultuosa para se referir a alguém. A característica negativa atribuída a alguém, para configurar injúria, deve ser ofensiva à sua dignidade ou decoro (atributos físicos ou intelectuais) (art. 140). Ex. João é ladrão (fere à dignidade) ou João é burro (fere ao decoro). 
Injuria real: feita através de gestos e não de palavras. Natureza do ato: Ex. Raspar o cabelo da vítima, esbofeteá-la em público, cuspir em seu rosto. Meio empregado: Ex. Atirar tomate podre ou ovo em pessoa que está fazendo um discurso; atirar cerveja ou bolo no rosto de alguém em uma festa (art. 140, p. 2º)
Injuria racial ou preconceituosa – art. 140, p. 3º 
Não admite exceção da verdade
A calunia e a difamação admitem retratação (art. 143). 
Constrangimento ilegal (art. 146) – levar a pessoa através de qualquer meio, a fazer algo que ela não quer. Relacionado com o Estado Democrático de Direito (art. 5º, II, CF). É um crime material. Ex. Quando a vítima é obrigada a fazer algo: a levar o agente a algum lugar, a fazer uma viagem que não queria, a escrever uma carta, a dizer onde se encontra uma pessoa, a indicar onde se encontram certos documentos, a dançar com o agente. Quando a vítima é obrigada a não fazer algo: a não fazer uma viagem, a não ir às aulas, a não ir a uma festa ou baile, a não ir ao banheiro. Grave ameaça é a promessa de mal grave a ser causado no próprio agenteou em terceiro que lhe é querido. Dessa forma, comete o delito a pessoa de proporções físicas avantajadas que manda a vítima franzina mudar de assento em um estádio de futebol pois, caso contrário, irá agredi-la.
Ameaça (art. 147): mal futuro, injusto e grave. Se for coisa imediata, é constrangimento. Ex.: ameaçar a vítima de morte, ameaçar desfigurar seu rosto, dizer que vai colocar fogo no carro dela. 
Casos concretos:
Caso 1: 
1) Os agentes vasculharam toda a casa e separaram alguns bens que a guarneciam (televisão, aparelho de som e alguns eletrodomésticos) para posterior subtração. Findo este prazo, levaram o casal à área externa da residência, com mãos e pés amarrados, os obrigaram a se ajoelhar no gramado e desferiram-lhes dois tiros pelas costas, tendo as vítimas morrido instantaneamente. Do feito, Hercílio e Arnaldo restaram denunciados e condenados pelos delitos de latrocínio consumado (roubo seguido de morte) em concurso formal de crimes. Inconformados com a decisão proferida, interpuseram apelação criminal com vistas à reforma do julgado e consequente descaracterização da incidência do art.70, do Código Penal, sob o argumento de que apenas ocorrera uma subtração patrimonial e a morte de duas vítimas, o que configuraria crime único de latrocínio e não concurso formal impróprio. A pretensão dos agentes é procedente? 
R: A pretensão dos agentes não procede, pois trata-se de um crime formal impróprio, porque há desígnios autônomos. Desta forma, as penas são aplicadas cumulativamente, nos termos do art. 70, 2ª parte do CP. Ou pode-se entender que trata-se de um concurso material, pois foram praticados dois crimes, mediante mais de um conduta, sendo então somadas as penas também, nos termos do art. 69 do CP.
2) Simplício ingressou em um com o dolo de subtrair pertences dos passageiros. Meia hora após o ingresso no ônibus, sentou ao lado de um passageiro que cochilava e subtraiu-lhe a carteira dentro da mochila sem que ele percebesse. Em seguida, com emprego de grave ameaça, atemorizou Abrilina e Lindolfo, obrigando-os a entregar seus celulares. Ante o exposto, sendo certo que, no caso do primeiro passageiro Simplício praticou o delito de furto e, no caso de Abrilina e Lindolfo, os delitos de roubo, diferencie de forma objetiva e fundamentada concurso material e concurso formal de crimes a partir dos sistemas de aplicação de pena adotados em cada instituto e apresente o sistema aplicável ao caso concreto.
R: Concurso material ocorre quando o agente, mediante duas ou mais condutas, pratica dois ou mais crimes. As penas aplicam-se cumulativamente (art. 69). Concurso formal ocorre quando o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes. Aplica-se o sistema da exasperação no caso de crime formal próprio (1ª parte do art. 70) e da cumulação no caso de uma conduta dolosa com desígnios autônomos (1ª parte do art. 70). No caso concreto, podemos considerar como crime continuado, pois furto e roubo são crimes da mesma espécie (mesmo bem jurídico tutelado): crimes contra o patrimônio. Embora haja correntes divergentes entre o que vem a ser crime da mesma espécie.
Caso 2:
...preenchidos os requisitos para o progressão de regimes para o regime aberto teve, entretanto, determinado pelo Juízo das Execuções seu cumprimento em prisão domiciliar face à ausência de vagas em Casa de Albergado. Inconformado com a decisão, o membro do Ministério Público interpôs agravo em execução com vistas à cassação do “benefício”, o que foi provido pelo Tribunal de Justiça. Com base nos estudos realizados sobre os princípios informadores da Teoria da Pena, desenvolva de forma objetiva e fundamentada a tese defensiva a ser apresentada em sede de Habeas Corpus com vistas à manutenção do cumprimento de pena em prisão domiciliar. 
R: Aplica-se o princípio da proporcionalidade da pena, da humanidade da pena. O réu não pode ser prejudicado pela deficiência do regime prisional do Estado
Caso 3:
Ante a notícia de jornal (o caso das 2 calcinhas) acima descrita, com base nos estudos realizados sobre a Pena Criminal, responda de forma objetiva e fundamentada: a sanção imposta configura-se como pena alternativa ou substitutiva à pena privativa de liberdade? Diferencie as duas medidas a partir da análise de seus requisitos e das consequências no caso de seu descumprimento.
R: A sanção imposta configura-se como uma pena alternativa, pois foi baseada na lei 9099/95 (Lei dos Juizados), havendo uma transação. Se fosse baseado no Código Penal, teria que aplicar a pena privativa de liberdade e posteriormente substituir pela pena restritiva de direitos.
Caso 4:
Adam foi condenado à pena de 3 (três) anos de reclusão, a ser cumprida no regime aberto, bem como ao pagamento de 14 (quatorze) dias-multa pela prática de delito contra a ordem tributária (art.1º, incisos II e IV, da Lei nº 8.137/90) em continuidade delitiva. Inconformado com a decisão interpôs recurso com vistas à revisão da condenação imposta e consequente redução da pena-base fixada, sob o argumento de que não poderia ter sido objeto de caracterização de maus antecedentes, pelo juízo a quo, condenações pretéritas por delitos culposos (crimes de lesão corporal culposa), haja vista ter transcorrido lapso temporal superior a 5 (cinco) anos entre o efetivo cumprimento das penas e a infração posterior – objeto da presente decisão impugnada. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre a dosimetria da pena, responda de forma objetiva e fundamentada se assiste razão à tese defensiva de Adam.
R: Adam não é reincidente, pois entre a data da extinção da pena e o novo crime decorreu 5 anos, mas para efeito de condenação, o juiz poderá, na fixação da pena base, nas circunstancias judiciais do art. 59, o considerar portador de maus antecedentes, aumentando assim a sua pena ou pode-se responder também que não é razoável utilizar os maus antecedentes se o crime anterior é culposo, se o crime posterior é doloso (Jurisprudência)
Caso 5:
Joaquina, ao chegar à casa de sua filha, Esmeralda, deparou-se com seu genro, Adaílton, mantendo relações sexuais com sua neta, a menor F.M., de 12 anos de idade, fato ocorrido no dia 2 de janeiro de 2011. Transtornada com a situação, Joaquina foi à delegacia de polícia, onde registrou ocorrência do fato criminoso. Ao término do Inquérito Policial instaurado para apurar os fatos narrados, descobriu-se que Adaílton vinha mantendo relações sexuais com a referida menor desde novembro de 2010. Apurou-se, ainda, que Esmeralda, mãe de F.M., sabia de toda a situação e, apesar de ficar enojada, não comunicava o fato à polícia com receio de perder o marido que muito amava. 
 A partir da premissa de que Adaílton praticou o delito de estupro de vulnerável majorado pelo fato dele ser padrasto de F.M (art.217-A c.c. art. 226, II, ambos do Código Penal), responda de forma objetiva e fundamentada, com base nos estudados realizados, às questões propostas: 
a) Esmeralda praticou crime? Em caso afirmativo, qual? 
R: Sim. Praticou o crime que ela deixou acontecer, pois era agente garantidora da filha, com base no artigo 217-A do CP N/F artigo 13, §2º, “a”, do CP. Ela tinha o dever jurídico de agir e não agiu.
b) Considerando que o Inquérito Policial já foi finalizado, deve a avó da menor oferecer queixa-crime?
R: Não, pois de acordo com o art. 225, p. único, se a vítima é menor de 18 anos ou pessoa vulnerável, a ação penal é pública incondicionada.
Caso 6:
Celidônio Alves, denunciado como incurso na prática do delito previsto no art. 217-A c.c art. 225, parágrafo único, ambos do Código Penal, foi absolvido impropriamente, tendo sido imposta consectária medida de segurança de internação com fulcro no art. 386, inc. VI, do Código de Processo Penal. Inconformada com a decisão, a defesa interpôs recurso de apelação e, nas suas razões, alegou que a medida de internação aplicada não obedecia à necessária individualização da pena, bem como ressaltou que o réu ficaria afastado de sua família, o que prejudicaria sua recuperação, razão pela qual postulou aaplicação de tratamento ambulatorial ao acusado e fixação de tempo mínimo para a aplicação da medida de segurança. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda, fundamentadamente, se o pedido deverá ser provido. 
R: O pedido não pode ser provido, pois a pena para o crime praticado (art. 217-A) é de reclusão e o tratamento ambulatorial é para crimes puníveis com detenção (art. 97) ou outra resposta: Não procede, porque se o juiz deu motivo de internação foi porque o julgou culpado, mas o considerou inimputável (art. 26). O juiz estabeleceu a internação porque achou necessário. Juridicamente o juiz não cometeu nenhum erro. Os advogados podem discutir o laudo.
Caso 7:
A partir da premissa de que o casal foi pronunciado pela suposta prática dos delitos de parto suposto e registro de filho alheio como próprio, previstos no art. 242, caput, do Código Penal, com base nos estudos realizados sobre a teoria da pena, poderá o casal sustentar em tese defensiva a ocorrência de alguma causa extintiva de punibilidade? Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: Eles poderiam alegar que agiram por motivo de nobreza, nos termos do art. 242, p. único do CP. Desta forma poderiam ter o perdão judicial, nos termos do art. 120 do CP.
Caso 8:
a) Suponha que a acusação tenha se conformado com a sentença, tendo o trânsito em julgado para esta ocorrido em 24/10/2006. A defesa, por sua vez, interpôs apelação no prazo legal. Todavia, em virtude de sucessivas greves, adiamentos e até mesmo perda dos autos, até a data de 20/10/2010, o recurso da defesa não tinha sido julgado. Neste caso, qual a tese defensiva a ser apresentada para fins de exclusão da responsabilidade jurídico-penal da conduta de Jaime? 
R: A tese defensiva a ser apresentada seria a de extinção de punibilidade, pela prescrição (art.107, IV, do CP). O argumento a ser utilizado é a ocorrência de prescrição da pretensão punitiva intercorrente, nos termos do art. 110, §1º do CP, pois, já ciente do máximo de pena in concreto possível, qual seja, 1 ano e 10 dias-multa, o Estado teria até o dia 17/10/2010 para julgar definitivamente o recurso da defesa, o que não ocorreu, uma vez que a prescrição ocorre após 4 anos da sentença condenatória recorrível (que ocorreu em 18/10/2006), nos termos do art. 109, V do CP. Vale lembrar que a prescrição da pretensão punitiva intercorrente pressupõe o trânsito em julgado para a acusação (tal como ocorreu na espécie) e é contada a partir da publicação da sentença penal condenatória, último marco interruptivo da prescrição relacionado na questão e que a reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva, nos termos da sumula 220 do STJ.
b) A situação seria diferente se ambas as partes tivessem se conformado com o decreto condenatório, de modo que o trânsito em julgado definitivo teria ocorrido em 24/10/2006, mas Jaime, temeroso de ficar mais uma vez preso, tivesse se evadido tão logo teve ciência do conteúdo da sentença, somente tendo sido capturado em 25/10/2010? 
R: Sim, a situação seria diferente, pois neste caso não haveria prescrição da pretensão executória nem outra modalidade qualquer. Como Jaime é reincidente, já que o 2º furto foi cometido após o trânsito em julgado definitivo de sentença que lhe condenou pelo 1º furto (art. 63 do CP), a prescrição da pretensão executória tem seu prazo acrescido de 1/3, de acordo com o artigo 110 do CP. Assim, o Estado teria até 23/02/2012 para capturar Jaime, pois somamos 4 anos mais 1/3, a partir da data do trânsito em julgado em definitivo (24/10/2006), nos termos dos arts. 109, V e 110, caput do CP.
Caso 9:
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda de forma objetiva e fundamentada qual a correta tipificação das condutas de Francisco Zebedeu e Lindolfo.
R: Zebedeu responde por homicídio tentado duplamente qualificado (motivo torpe e emboscada). Lindolfo praticou uma conduta atípica (não pode responder por suicídio).
Caso 10:
Adamastor Vale foi condenado como incurso nas sanções do artigo 121, §2º, inciso IV, do Código Penal por ter matado Anatalino da Silva, utilizando de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
R: Não há nulidade porque a questão não foi ventilada durante o debate, não foi alegado no processo. Mas é possível conjugar homicídio privilegiado (art. 121, p. 1º) e qualificado desde que a qualificadora seja objetiva, de ordem material (incisos III ou IV do art. 121, p. 2º).
Caso 11:
A Polícia Civil informou estar à procura da pessoa responsável por ter abandonado um bebê em uma estação do Metrô em Taguatinga Norte na madrugada do último sábado...
Ante a notícia de jornal acima descrita, com base nos estudos realizados sobre os delitos contra a vida, diferencie os delitos de homicídio, infanticídio e abandono de recém-nascido qualificado pelo resultado morte. Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: Considerando que a criança nasceu com vida, não houve crime de aborto. Se foi a mãe que praticou o crime e durante ou logo após o parto, sob a influência do estado puerperal, é crime de infanticídio. Se não foi a mãe quem matou e foi outra pessoa, é crime de homicídio. Se a mãe não tinha a intenção de matar, seria abandono de incapaz agravado pelo resultado morte. Neste caso, os indícios indicam que o crime seria de infanticídio.
Caso 12:
(...) “na data, horário e local acima descritos, o denunciado, conduzindo seu veículo automotor de forma imprudente, realizou manobra arriscada consistente em entrar em uma curva em velocidade incompatível com a do local, vindo a perder o controle do veículo e adentrando à calçada, ocasião em que atropelou as duas vítimas acima citadas, causando a morte de Analice de Oliveira e lesões corporais na vítima Kelly da Silva. Ante o caso concreto exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes contra a pessoa, tipifique a conduta de Joseval Alves, bem como responda se é possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.
R: Concurso formal próprio. Aplica-se a mais grave das penas, a pena do homicídio, aumentado pela exasperação. É possível a substituição, tendo em vista que as condições objetivas permitem, pois o crime é culposo, cabendo ao juiz analisar as condições subjetivas. Aplica-se o CTB.
Caso 13:
Deyse Neves, foi denunciada como incursa no delito tipificado no art. 1º, II, da Lei n.9455/1997, por ter havido, mediante a utilização de uma escova de cabelo de cabo de madeira e correia de cinto, agredido seu filho Wallace, de três anos de idade. Em juízo, confessou a ré ter tido como motivo das agressões físicas a negativa de seu filho em utilizar o banheiro para a realização de suas necessidades, bem como sua “pirraça” ao fazê-las no chão da sala de casa... o Ministério Público entendeu estarem presentes os elementos configuradores do delito de tortura e não do delito de maus-tratos, previsto no art.136, do Código Penal. Ante o exposto com base nos estudos realizados sobre o tema, indique, fundamentadamente, a correta tipificação à conduta de Deyse Neves, bem como diferencie os delitos supracitados.
R: No delito de tortura a intenção é de causar sofrimento físico ou psíquico. O crime praticado por Deyse é de maus tratos, pois apenas houve um excesso nos meios empregados.
Caso 14:
...O médico José Alves Lara Neto foi tirar satisfações sobre um material que havia se espalhado pela rua quando começou a ofender a funcionária. Ele me mandava calar a boca, dizia que eu sou pobre e ele um doutor e que ele era branco e eu negra. A partir da análise da reportagem apresentada responda, de forma objetiva e fundamentada: com base nos estudos realizados sobre os delitos contra a honra está correta a tipificação apresentada na reportagem?
R: A tipificação está correta. Trata-se do crime de injúria racial, nos termos do art. 140, p. 3º.
Caso 15:
Walter Weber, conhecido por seu comportamento agressivo, foi denunciado e condenado como incurso nas sanções do art. 147 do Código Penal... ameaçado sua ex-companheira Jacinta Silva, por meioda utilização de um facão. Walter teria ameaçado Jacinta de matá-la caso a visse com outro homem. Inconformado com a decisão interpôs recurso inominado, com vistas à reforma da decisão e consequente absolvição por insuficiência de provas, bem como sustentou, que o fato não passara de uma mera “discussão entre marido e mulher”. Ante o exposto, com base nos estudos realizados acerca dos delitos contra a liberdade individual, responda, fundamentadamente, se o recurso será provido ou não.
R: Não, pois o juiz se convenceu com base nas provas, que Walter cometeu o crime de ameaça (art. 147)

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