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pulsão e falta

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02/09
Pulsão e Falta: o Real 
 O imaginário do nó borromeano tem de ver com imagem e não somente com imaginação. 
Quando falamos imaginário, normalmente pensamos na imaginação, o nosso imaginário humano como um conjunto de imaginações que podemos ter, mas essa categoria de imaginário em Lacan, trás esse nome também pela coisa da imagem. 
 O eu é uma imagem que fazemos de nós mesmos, a imagem na expressão de Lacan do nó borromeano évai aparecer nesse conjunto que ele denomina de imaginário. 
 O modelo das pulsões, ou seja, o modelo pulsional do funcionamento sexual encontra sua matriz no escópico, ou seja, no olhar. A pulsão é escópica em sua essência. 
→ Para que eu encontre um objeto de satisfação sexual, esse objeto tem de se oferecer a mim como um objeto de satisfação. Então, via de regra, a pulsão começa pelo escópico. Quando eu vejo um objeto que me atrai para que nele eu obtenha, ou melhor, através dele eu obtenha algum nível de satisfação.
Então nos humanos, ao contrário dos animais, nos humanos o olhar tem uma primazia radical na função das trocas sexuais. A gente tem a base das pulsões no olhar, a escolha de objeto via de regra, mais uma vez, começa pelo olhar. 
O ESTÁDIO DO ESPELHO E O IMAGINÁRIO 
 Duas construções teóricas muito podem nos ajudar a avançar nessa compreensão: a teoria do narcisismo, em Freud, e o estádio do espelho, em Lacan.
O estádio do espelho é o momento de constituição do eu (quando o eu está se formando), no qual o infans, aquele que ainda não fala, prefigura uma totalidade corporal por meio da percepção da própria imagem no espelho, percepção que é acompanhada do assentimento do outro que a reconhece como verdadeira. 
 (
O estádio do espelho é o momento do ser não falante (que é o infas) quando ele pré-figura, ou seja, cria de forma previa uma figura correspondente a uma totalidade corporal por meio da percepção da própria imagem no espelho.
)
 (
Na psicanálise o que fala é sujeito. Mas antes de sermos sujeitos da linguagem somos adequados na psicanálise na categoria de infas. 
)
Num primeiro momento do infas, antes de ser falante o sujeito vai pré-figurar uma totalidade corporal, ou seja, ele vai ter uma primeira imagem do que seja o seu próprio corpo e ele faz isso através do contato com o espelho, quando ele se olha no espelho e se reconhece como sendo aquela imagem unificada que ali ele se vê.
Vale lembrar que, antes do narcisismo a criança ta passando pelo auterotismo, onde ela tem uma satisfação auto erótica num corpo que é despedaçado. Ela ainda não tem uma imagem unificada do próprio corpo. Ela não tem um EU, o EU só se forma com o narcisismo.
 Num primeiro momento a criança não tem EU, ela se vê despedaçada (mão, pé, boca), mas não é o EU, essa mão não faz parte do meu eu, é a mão que eu tenho aqui. 
 O corpo da mãe, de quem exerce a função materna, também faz parte dela mesma, porque ela (a criança) entende aquele corpo como uma extensão de si. Então veja, está tudo despedaçado. 
 O seio que a alimenta também faz parte dela, então a criança acha que ela e a mãe são uma coisa só ela não consegue se distinguir em relação ao mundo, ao externo. 
 (
No estádio do espelho é que ela se olhando no espelho vai construir uma primeira imagem de si mesma.
)
 Mas ela tem uma percepção sobre si mesma quando se olha no espelho que vem acompanhada do assentimento do outro. 
O que isso quer dizer?
Que se você pegar uma criança muito pequena, não falante e colocar diante do espelho, se ela já tiver o mínimo de percepção, ela vai olhar pra imagem dela no espelho e vai olhar pro outro que está colocando diante do espelho. Ela olha pra você para que vc possa consentir que de fato aquela imagem que ela está vendo é ela. 
Ela precisa que o outro diga pra ela que ela é ela, porque ela não tem a principio uma imagem corporal formada. 
 (
Num primeiro momento nós não temos uma imagem de nós mesmos, nós criamos essa imagem a partir do outro.
)
 O EU é descrito por Lacan como essencialmente imaginário, uma imagem, não só uma imaginação, mas uma imagem. Embora, a constituição não possa acontecer sem o reconhecimento simbólico do outro, ou seja, apesar do eu ser uma construção imaginária ele precisa do simbólico que vem do outro dizendo “esse aí é você!”
E não só um pequeno outro, quem diz isso como também o Grande Outro é quem nos diz que lugar nós ocupamos na sociedade, na família, como nos vemos diante dos outros.
 A construção imaginária é uma construção de uma imagem que eu não tenho a principio, mas que eu vou constituir e me reconhecer nela. Então quando eu pergunto assim: quem é você? Você tem uma imagem de quem é o seu EU.
 Para que a criança possa se apropriar dessa imagem, para que possa interiorizá-la, necessita que tenha um lugar no grande Outro (no caso encarnado pela mãe).
 O EU é o outro, uma pessoa, que nos devolve a nossa imagem. Eu vou sabendo quem eu sou a partir do que o outro vai dizendo que eu sou. Tudo que o sujeito faz ele constituiu diante de um lugar no outro. 
O espelho é um outro que devolve essa minha imagem, que vai dizendo quem eu sou, eu vou me afirmando a partir do outro.
 A vivência de unidade que o bebê tem (unidade do eu) nesse momento do espelho, a súbita obtenção de um contorno nítido e definido, essa passagem então, estabelece a passagem da sensação de um corpo espedaçado, no qual há uma indiferenciação entre seu corpo e o de sua mãe, para a do próprio corpo. 
 (
Então o próprio corpo só surge na mente a partir da criação do EU, coincidindo com o estádio do espelho. 
)
 Criando o próprio corpo a criança então já tem o acesso a dimensão imaginária e a dimensão do recalque das pulsões parciais que são aquelas: pulsão oral, anal etc.. e já tem acesso a dimensão desse recalque porque são pulsões que não se integram com a harmonia a essa imagem unitária. 
O CIRCUITO PULSIONAL
 Lacan esclarece que se trata, na verdade, para Freud, do destacamento da ação da linguagem em sua incidência inicial sobre determinadas regiões corporais privilegiadas bordas orificiais cuja função de troca com o Outro é prevalente e cuja a estrutura de hilância, de furo, é compatível com a própria estrutura do inconsciente. 
O que Lacan quer dizer é que lá em Freud já estava destacada a ação da linguagem sobre determinadas regiões do corpo, regiões que não são privilegiadas, escolhidas arbitrariamente, mas são bordas orificiais, ou seja, ele está falando das regiões onde se localiza de modo privilegiado a libido, ele está falando de coisas como a boca, o ânus... Essas regiões têm uma função importante que é a de troca com o outro, mas nessas regiões existem um furo. O furo é a própria estrutura do inconsciente, um furo que tem de ver com o objeto a.
 Furo de vazio.
Vazio que vai nos fazer procurar objetos para preenche-lo, o que nós temos de desejo, de busca pelo objeto tem de ver com o furo que está lá no inconsciente. 
Lacan está nos dizendo que, existe algo que é dito pelo outro sobre essas partes, sobre essas estruturas de borda que Freud chamou de zonas erógenas e que a partir da linguagem é que fazem a sua função de erogenização.
O que isso quer dizer? 
Essas partes do corpo que servem para comer, excrementos, elas recebem do outro o mesmo outro que constitui a nossa imagem no espelho, recebe desse outro uma fala, uma significação, uma produção de sentido que faz com que essas partes especificam do corpo se tornem partes privilegiadas de prazer. 
 O que não acontece no caso do autista é um corpo que não se torna erógeno, é um corpo que não faz troca com o outro. É um corpo que não recebeu a função materna de forma efetiva 
 A esquizofrenia é uma fixação no narcisismo. 
Toda discussão sobre pulsão e falta fica no imaginário do no borromeano.
É preciso que a função materna erogenize a criança, no toque, na fala, o olhar. Pois isso é um processo de constituição do sujeito. Para que o sujeito se constitua ele precisa passar por esse processo. 
FUNÇÃO DE TROCA COM O OUTRO
“As assim chamadas fases oral, anal e mesmourinária estão misturadas de forma demasiado profundo com a aquisição da linguagem, o aprendizado da toilette, por exemplo, está manifestamente aconrada na concepção que a mãe tem do que espera da criança – especialmente os excrementos -, o que faz com que, fundamentalmente, seja em torno do primeiríssimo aprendizado da criança que gravitam todas as etapas daquilo que Freud, com seu progidioso insight, chama de sexualidade” (Lacan, 1976)
 O que Lacan destaca é que fazendo troca com o outro que esse corpo vai se erogenizando. É a partir dessa concepção que a mãe tem do que espera da criança que vai fazendo com que a criança vá desenvolvendo a sua sexualidade, sua troca com o outro a partir do próprio corpo. 
 A partir daqui essa criança que começou fazendo trocas sexuais com seu próprio corpo lá na fase oral, depois na anal e por assim em diante, mas essa criança que está fazendo essa troca naturalmente vai passar por isso com a mãe, com quem exerce a função materna.
 Não é malicioso da criança chegar na fase fálica querendo obter prazer no seu órgão genital que ainda n tem um caráter genital e sim fálico com a própria mãe. 
 Quando a criança internaliza a lei e cria a censura a partir da proibição do incesto. Quando a criança entende que ela não pode mais ter prazer com a própria mãe, quem faz entender isso é a lei internalizada. Surge o complexo de Édipo. 
A PULSÃO E O REAL
 Lacan observa que na satisfação da pulsão entre em jogo a categoria do impossível – do real enquanto o impossível de ser simbolizado. Freud não indicou outra coisa ao assimilar que, por mais estranho que possa parecer, há algo na natureza mesma da pulsão sexual que é “desfavorável à realidade da plena satisfação”, sempre persistindo uma diferença ineliminável entre a satisfação almejada e aquela obtida.
 O objetivo da pulsão é a satisfação, mas é um objetivo que existe mesmo para não ser satisfeito. Porque tem algo na pulsão desfavorável a plena satisfação que é o vazio que existe na natureza da sexualidade humana que é o objeto a.
 A pulsão se associa com o real porque o real é o que é impossível. Impossivel de entrar numa simbolização. 
 Para Lacan, o objeto da pulsão é o objeto a, falta que corresponde à inscrição, na estrutura, do objeto perdido.
A PULSÃO DE MORTE E A REPETIÇÃO
 Freud diz que em todo ser humano, especialmente se observa nas crianças pequenas, existe uma compulsão a repetição, ou seja, nós somos levados pela pulsão a repetir (por isso o nome compulsão).
 As crianças pequenas gostam de repetição. Existe algo na repetição q traz satisfação, mesmo que não aja prazer existe algo para além do principio do prazer que nos faz desejar a repetição. 
 Tem coisas que o sujeito faz que o prazer não explique, pois vai além do principio do prazer. 
 A pulsão de morte encontra expressão na repetição, ela vai além do principio do prazer. 
 A pulsão de vida segue o principio do prazer, o prazer de comer, de dormir, prazer sexual...
 Já a pulsão de morte não é direcionada pela libido ela é direcionada pela destrutividade. Ex: O uso de drogas é algo que está para além do principio do prazer, porque ele é embasado na destrutividade, mas o que ele traz pro sujeito vai além do principio do prazer, mesmo tendo algo de mortífero o sujeito não consegue parar de repetir.
 Através da pulsão de morte, Freud consegue conceber as duas características primordiais de toda pulsão: seu caráter conservador e seu caráter repetitivo. 
		
 Caráter conservador: todas as pulsões tendem a restauração de um estado anterior de coisas. Existe uma tensão que coloca o organismo em busca de um busca de alivio, ou seja, existe um desconforto, um desprazer que faz o sujeito buscar prazer para que volte ao estado anterior das coisas quando não havia tensão, quando não havia desprazer. 
Na pulsão de morte existe uma tendência de retorno ao estado inorgânico. Quando nascemos, nascemos num mundo de tensões e o que a pulsão de morte faz é nos levar para fora desse mundo de tensões. Mas a única forma de sair disso é morrendo, por isso, pulsão de morte. 
 O que Freud entende a partir da pulsão de morte é que todas as pulsões têm esse mesmo objetivo de fazer as coisas voltarem ao um estado anterior, com base nisso Freud diz que toda pulsão no fim das contas é pulsão de morte.
 O estado inorgânico é o estado onde o sujeito não é um organismo vivo, o estado anterior a vida.

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