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CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I
DOCENTE: ESP. CLEIDE MARLENA 
DIREITO A PERSONALIDADE
DISCENTE: BETÂNIA OLIVEIRA DOS SANTOS
São José dos Quatro Marcos/MT
2019
DIREITOS DA PERSONALIDADE
CONCEITO 
A palavra personalidade, no sentido jurídico, encontra-se historicamente ligada à ideia de pessoa, do latim persona, que significava a máscara usada pelos antigos atores romanos. 
O conceito de personalidade comporta diversas acepções, ora utilizado na linguagem corrente, pelas pessoas comuns, ora na linguagem técnica, pelos diversos ramos das ciências humanas. Na linguagem comum, personalidade é o modo de ser da pessoa. Para a filosofia, a personalidade é a condição ou maneira de ser da pessoa, a organização que a pessoa
Com relação a Direitos da personalidade ou direito geral de personalidade a doutrina em geral costuma classificar os direitos da personalidade em três grupos: direitos à integridade física (do corpo e do cadáver, aí incluídos o direito à vida, aos alimentos, às partes separadas do corpo vivo ou morto); direitos à integridade intelectual(direitos de autor, de inventor etc.) e direitos à integridade moral (honra, liberdade, recato, privacidade, intimidade etc.).Sendo assim o Direito de personalidade é um direito que o ser humano tem de defender os direitos de sua própria existência, os direitos inerentes ao ser humano, ou seja, os direitos da pessoa.
Para o ser humano adquirir os direitos da personalidade basta nascer e existir sendo assim o art. 2.º do atual Código Civil que afirma que “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
Três correntes que procuraram justificar a situação do nascituro, que passam a ser expostas de forma pontual por Tartuce (2018) para obter direitos a personalidade.
· A Teoria natalista prevalecia entre os autores modernos ou clássicos do Direito Civil Brasileiro, para quem o nascituro não poderia ser considerado pessoa, pois o Código Civil exigia e ainda exige, para a personalidade civil, o nascimento com vida
· A teoria da personalidade condicional é aquela pela qual a personalidade civil começa com o nascimento com vida, mas os direitos do nascituro estão sujeitos a uma condição suspensiva, ou seja, são direitos eventuais. Apegada a questões patrimoniais, não respondendo ao apelo de direitos pessoais ou da personalidade a favor do nascituro.
· A teoria concepcionista é aquela que sustenta que o nascituro é pessoa humana, tendo direitos resguardados pela lei.
O conceito de personalidade está umbilicalmente ligado ao de pessoa, onde todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Esta é, portanto, qualidade ou atributo do ser humano. Pode ser definida como aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações ou deveres na ordem civil. Gonçalves (2011) De acordo com o sistema adotado, tem-se, pois, o nascimento com vida como o marco inicial da personalidade. Respeitam-se, porém, os direitos do nascituro, desde a concepção, pois desde esse momento já começa a formação do novo ser. 
ASPECTOS GERAIS DOS DIREITOS DE PERSONALIDADE 
Hugo Gregório (2016) diz que o Direito de Personalidade como sendo inerente ao ser humano, em suas características físicas, mentais e morais. Sendo esses direitos amparados pela Constituição Federal, pelos direitos Fundamentais por ela previsto. Existem alguns atributos dos direitos da personalidade previstos no “Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. (Código Civil. 2002.) 
Com a leitura do Código Civil, podemos classificar três características do Direito de Personalidade encontrada no Art. 11. C.C 2002 dos quais são:
· Intransmissibilidade: os direitos da personalidade pertence ao seu titular, não podem ser transferidos para outras pessoas. Ex: direito ao nome.
· Irrenunciabilidade: os direitos da personalidade são irrenunciáveis porque o seu titular não pode abrir mão dos direitos da personalidade. Ex.: direito a vida.
· Ilimitabilidade: os direitos da personalidade são ilimitados porque não há como quantificar, numerar ou nominar todos os direitos da personalidade.
Figura 1: Conforme disposto no art. 11 do Código Civil.
Fonte: exponencial concursos
Gonçalves (2011) O Código Civil de 2002 reconhece os atributos da personalidade com esse sentido de universalidade ao proclamar, no art. 1º, que “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. Para Schreiber (2013) os direitos da personalidade eram absolutos, imprescritíveis, inalienáveis e indisponíveis, características ainda hoje repetidas na legislação pátria e estrangeira. A categoria abrangia um núcleo de atributos inseparáveis da pessoa, a ser protegido não apenas em face do Estado, mas também contra o avanço incessante da exploração do homem pelo homem. Domado o Leviatã, o direito se propunha agora a enfrentar o lobo. A luta, contudo, não foi fácil.
o autor Hugo Gregório (2016) diz que Os Direitos da Personalidade dizem profundamente sobre a pessoa e sua dignidade e em relação a este preceito, é imprescindível se referenciar a CF de 1988, a qual arrolou diversos direitos fundamentais, como no seu Titulo II, “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, que se entende a todas as pessoas para que tenham uma convivência digna, com liberdade e igualdade sendo a todos possibilitado. 
Como consequência, qualquer reflexão acerca dos direitos da personalidade deve ter como ponto de partida o fato de que: “Os direitos da personalidade, regulados de maneira não-exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, inc. III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana). Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação” 
A integridade psicofísica é um dos aspectos da dignidade humana mais tradicionalmente protegidos, a abranger desde a vedação à tortura e lesões corporais no âmbito penal até o direito ao fornecimento de medicamentos no âmbito administrativo 
A proteção ao nome, à imagem e o direito à identidade pessoal, Nome e imagem são dois aspectos fundamentais da personalidade que receberam destaque na tutela do C.C .Sendo nome, composto de prenome e sobrenome (art. 16), chega a se confundir com a própria personalidade de quem o porta e serve, em primeiro lugar, como proteção da esfera individual. É o primeiro e mais imediato elemento característico da individualização de uma pessoa e ela tem, assim, a possibilidade de defendê-lo de usos que a exponham, de alguma maneira, a desprezo público, independentemente da prática de difamação (art. 17). A tutela alcança ainda o uso não autorizado, quando direcionado à propaganda comercial (art. 18), 35 bem como o pseudônimo (art. 19). 
Importante frisar que após as guerras, a dignidade humana e a proteção a personalidade possuíam tutela especial frente a Constituição. Portanto, sendo possível concluir que a pessoa humana foi o ponto específico para que os primeiros valores fossem assim edificados, onde nasceu um vínculo entre a pessoa e o direito, sendo contrário ao direito todo ato que viesse a violar a dignidade da pessoa humana, infringindo direito fundamental.
Por fim, conclui-se então, a importância ganhada pela Constituição Federal conforme evolução dos direitos de personalidade, sendo esta a Lei maior, assim na constância de sobrevier qualquer outra norma infraconstitucional, faz-se imprescindível observar os ditames e princípios que ali são resguardos. E no que se refere ao tema explanado, essencial se faz a alusão constitucional sobre os direitos de personalidade a fim de garantir e proteger os direitos fundamentais a todo ser humano.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Gonçalves, Carlos Roberto. Direito civil esquematizado. volume I – São Paulo: Saraiva, 2011.
Schreiber, Anderson. Direitos da Personalidade.2. ed. - São Paulo: Atlas, 2013.
Hugo Gregório Hg Mussi SILVA. A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE E A SUA TUTELA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. ETIC 2016.ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTIFICA INSS 21-76-8498.
Tartuce, Flávio. Manual de direito civil : volume único . – 8. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.
https://www.exponencialconcursos.com.br/iss-juiz-de-fora-direito-civil-prova-comentada