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Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de resgate TÉCNICAS DE EXTRACCIÓN VEHICULAR TÉCNICAS DE RESGATE EM VEÍCULO Por : B. Morris Elaborado por Holmatro Departamento Tecnico de Treino de Resgate © Copyright 04-2006 Holmatro Rescue Equipment, Holanda Todos os direiros reservados RCS Lille 378 607 964 A informação fornecida por Holmatro neste livro aplica-se exclusivamente quando se utilizam ferramentas Holmatro. Este livro contém informação para ferramentas e técnicas de resgate que podem ser empregues em diferentes situações de emergência. É importante ter em conta que cada situação de emergência é única. A escolha de ferramentas e técnicas de resgate dependerá de diferentes factores, tais como o tipo de veículo, o número e situação dos veículos envol- vidos no acidente, o número de vítimas e seu estado real, assim como outros factores relevantes. As situações que se descrevem neste livro são somente exemplos e como tal, não representam uma lista exaustiva de hipotéticas situações. Os mesmos tentam ajudar o leitor deste livro na compreensão de certas técnicas básicas de resgate e das ferramentas disponíveis em caso de emergência. É da responsabilidade de cada operador de resgate ou de qualquer outra pessoa que preste ajuda, determinar quais as ferramentas e técnicas que deveram ser empregues numa situação de emergência real. A Holmatro não se responsabiliza por qualquer dano directo ou indirecto que possa ocorrer como resultado do uso de técnicas ou ferramentas de resgate descritos neste livro ou por qualquer outra ferramenta ou técnica de resgate que possa utilizar-se numa situação de emergência real, excepto pela responsabilidade que possa imputar-se directamente por negligência grave da Holmatro. Qualquer situação de emergência pode ser extremamente perigosa. A segurança do pessoal dependerá do treino recebido, do uso de equipamento de protecção pessoal adequado e do conhecimento da aplicação correcta das ferramentas de resgate que sejam empregues pela sua corporação. É da responsabilidade do leitor ler e entender de forma correcta os manuais da ferramentas de resgate. É importante seguir sempre os procedimentos operacionais estabelecidos, assim como as instruções da sua corporação e seus superiores. Informação importante Este guia poderia ser considerado um texto sobre operações de resgate. Os objectivos deste livro são providenciar uma boa base de téc- nicas de resgate em veículos através do uso de diagramas claros e em cor, em vez de um simples texto explicativo. O cuidado avançado do paciente não será desenvolvido neste livro. A razão deve-se ao facto de desejar concentrar-me nos princípios de resgate em veículos. Os cuidados de emergência de um paciente encarcerado é um tema que está abundantemente desenvolvido em outras publicações dedicadas a este tema. Contudo, compreende-se que um bom cuidado do paciente durante os trabalhos de resgate é um aspecto importante em qualquer resgate com êxito e novamente aconselha-se que a destreza no tratamento de um paciente não pode deixar de se incluir no desenvolvimento de nenhum programa de treino sobre resgate em veículos. Isto não significa que este livro seja a última palavra em técnicas de resgate em veículos. É lógico que não mencione todas as boas ideias que podem surgir no cenário do acidente. Deve mencionar-se que, em todos os casos em que se possa criar algum tipo de conflito com o conteúdo deste livro, deverão seguir-se as normas do seu Comandamento. Não é possível detalhar cada eventualidade no cenário de um resgate. Este texto cobre certos princípios genéricos que podem ser usados ou adaptados a cada situação. É importante também que esta publicação seja uma fonte complementar dentro de um curso de treino em técnicas de resgate de veículos. As técnicas descritas neste texto apenas podem ser usa- das de forma eficaz quando previamente se praticaram num processo supervisionado de treino em equipa. Técnicas de resgate em veículos foi escrito baseado nos últimos desenvolvimentos tecnológicos de construção dos veículos. Pode haver novos mecanismos que todavia não foram autorizados pelas autoridades locais. Como sempre, toda a nova técnica de resgate é altamente recomendável que se pratique primeiro pela sua equipa num cenário controlado antes de ser adoptada como uma prática standard. As técnicas descritas neste texto também foram desenvolvidas e avaliadas usando os últimos progressos em ferramentas de resgate e por isso é necessário que revise a capacidade real do seu equipamento antes de levar a cabo certas técnicas. Sem dúvida com base na sua disciplina profissional como resgatador, bombeiro, paramédico, policia ou militar, confio que você achará este livro muito agradável quando o estudar, tal como eu quando o escrevi. Brendon Morris Elaborado por Holmatro Departamento Tecnico de Treino de Resgate Btec EMC, NDip AEC Nota do autor T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção SEGURANÇA p.8 - Segurança pessoal p.9 - Utilização do equipamento p.10 DESENHO E CONSTRUÇÃO DO VEÍCULODISEÑO p.14 - Tecnologia dos novos veículos p.15 - Veículos híbridos Gasolina – Electricidade p.18 - Sistemas de segurança passiva p.19 - Localizações da bateria p.22 - Energia cinética na colisão dos veículos p.23 - Perigos específicos nos veículos novos p.27 - Terminologia na construção dos veículos p.28 FERRAMENTAS PARA RESGATE p.30 - Tesouras p.31 - Expansores p.32 - Ferramentas multiusos p.33 - Macacos de separação p.34 - Bombas hidráulicas p.35 - Ferramentas autónomas p.37 - Equipamento para estabilização p.38 - Cuidado do equipamento p.40 Conteúdo 6 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCESSO p.42 - Organização do grupo de trabalho p.43 - Segurança na zona de trabalho p.45 - Visão geral p.46 TÉCNICAS DE RESGATE EM VEÍCULOS p.50 - Introdução p.51 - Estabilização p.52 - Retirar portas p.57 - Retirar um lateral p.62 - Criação de uma terceira porta p.66 - Retirar tecto p.68 - Afastamento do tablier p.80 - Acesso aos pedais p.82 - Elevação do tablier p 84 TÉCNICAS PARA VEÍCULOS PESADOS p.86 - Veículos pesados de carga p.87 - Autocarros p.91 AGRADECIMENTOS p.95 NOTAS p.96 Conteúdo 7 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 8 TT É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Todo o pessoal de resgate deverá ter o equipamento completo de protecção pessoal de acordo com os procedimentos standard da sua Organização. Deverá assim cumprir os requerimentos mínimos de segurança que se mencionam no manual do utilizador da sua ferramenta de resgate. Recomendações mínimas: • Umn capacete é essencial e deverá ser usado em todo momento. • Utilizce proteção visual (viseira ou óculos de segurança) junto comn umn sistema de protecção completa da cara. Um protector completo de cara utilizado sem óculos não protege adequadamente os olhos. • As luvas deverão ser usadas permanentemente. • Utilizce roupa de protecção que cubra a maioría do corpo e proteja contra arestas cortantes. Também se sugere que a roupa tenha certas propriedades retardantes à chama assim como material reflectante. • As botas de segurança deverão ter um bom reforço no tornozelo e ter biqueira reforçada. • Ao cortar os vidros ou outrotipo de materiais, desprendem-se partículas muito finas que podem se perigosas se inaladas. Recomenda-se o uso de uma máscara de filtro para proteger a respiração. Segurança pessoal Lembre-se que o oxigénio medicinal não deve ser contaminado com massa ou óleo. Apenas as pessoas que utilizem luvas médicas poderão manejar estas garrafas e reguladores, não aqueles que tenham luvas de resgate que estejam contaminadas com óleo ou massa. 9 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção É muito importante ler e entender o manual de operação antes de operar qualquer equipamento. Algumas regras básicas para recordar: 1. Quando manejar uma ferramenta nunca se coloque entre a ferramenta e o veiculo. 2. Já que as mangueiras podem danificar-se (cortes, abrasão, estrangulamentos, queima- duras, contaminação química, etc.). Devem cuidar-se muito bem. As mangueiras defei- tuosas nunca devem ser utilizadas e deverão ser retiradas de serviço imediatamente. 3. Não utilize as mangueiras para conduzir, suspender ou mover as ferramentas ou a bomba. 4. Nunca se posicione sobre as mangueiras hidráulicas. 5. Alguns componentes dos veículos podem ser projectados ao serem cortados ou separados. Deverão controlar-se esses movimentos. 6. As ferramentas que não estão a ser utiliza- das deverão colocar-se no espaço assinalado para o equipamento e numa posição “segura” (Ver Cuidado do equipamento). 7. As ferramentas deverão ser transportadas e operadas utilizando os pontos de agarre desi- gnados para tal fim. Nunca coloque as suas mãos nas hastes ou nas lâminas de nenhuma ferramenta de resgate. Utilização do equipamento 10 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção A - Expansores O Expansor é uma ferramenta muito poderosa e quando se utiliza bem, pode ser altamente eficiente num processo de resgate de veículos. Os expansores repre- sentam um significativo perigo quando se usam sem cuidado. Quando utilizar um separador deverá ter em conta as seguintes indicações. O aspecto principal que deve ser considerado é a sua correcta colocação numa zona estável para poder separar. Uma vez que a ferramenta começa a separar, ela supor ta todo ou quase todo o seu próprio peso e é só num ponto onde é necessário supor tar a ferramenta e operar o comando. Aspectos a recordarem: - Trate sempre de usar a superfície total das pontas de separação. - Se ao iniciar a separação, as pontas perdem aderência, suspenda e reposicione. - Assegure-se que a posição da ferramenta seja tal que o material seja empurrado até fora do veículo. - Você não pode evitar o movimento natural da ferramenta durante a operação. - Suspenda a acção e reposicione o expansor antes que o movimento da ferra- menta ou partes do seu corpo comecem a ser apertadas contra componentes do veículo. - Nunca coloque as suas mãos nas hastes ou nas pontas do expansor. - Depois de trabalhar com o expansor é importante que coloque a ferramenta em posição “segura” (ver página 41). Utilização do equipamento Usou-se a superfície total das pontas. Posição correcta do expansor. Transporte correcto do expansor. 11 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Utilização do Equipamento B - Tesouras As tesouras jogam um papel importante no cenário de um acidente devido aos desenvolvimentos tecnológicos no desenho e construção dos veículos e as melhoras na tecnologia do processo de corte. A enorme força disponível nestas ferramentas represen- ta um perigo significativo de cortes ou esmagamento quando se utilizam sem cuidado. Pontos a recordarem: - Trate sempre de colocar a tesoura num ângulo de 90º em relação à super fície de cor te. - Assegure-se que o material que vai ser cortado se encontre colocado tão próximo quanto possível da parte posterior (entalhadura) da lâmina. Evite cortar com as pontas. - Se a tesoura começa a girar excessivamente ou se observar que as lâminas se separam, suspenda o corte e reposicione a ferramenta. - Evite cor tar directamente qualquer sistema oculto de enchimento de airbag ou outro perigo potencial. - Nunca coloque as suas mãos nas lâminas de nenhuma tesoura. - Não contrarie o movimento natural da ferramenta durante a operação. Suspenda a acção e reposicione a tesoura antes que o movimento da ferramenta ou partes do seu corpo comecem a ser apertadas contra os componentes do veículo. Cortar em ângulo de 90º. Tenha uma boa visão do que está a cortar. Corte o mais próximo da entalhadura. Evite cortar com as pontas. 12 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Utilização do Equipamento C - Macacos separadores Os macacos separadores são uma ferramenta essencial no conjunto de equipamentos hidráulicos de resgate. É possível que nem sempre seja necessária a sua utilização quando se tem uma tesoura e um expansor, mas são muito valiosos em situações onde o frontal do veículo está causando um aprisionamento dos ocupantes. Devido ao peso que os macacos de sepa- ração podem levantar e suportar, o seu principal perigo é deslizar repentinamente devido à perda de aderência da superfície onde está apoiado. Pontos a recordarem: - Coloque sempre o macaco de separação de tal forma que o comando de operação seja de fácil acesso, mas que não interfira com a extracção dos ocupantes. - Se em qualquer momento a operação de elevação ou afastamento é suspensa, preste uma especial atenção quando começar de novo, à forma como funciona o comando de operação. Evite que acidentalmente ao fechá-lo não comece a diminuir ou a libertar a pressão no macaco. - Preste sempre atenção aos dois pontos de apoio do macaco. Se necessário utilize um supor te para macacos de separação para assegurar uma boa plataforma de apoio. - Realize uma estabilização do ponto mais baixo antes de aplicar pressão. Acesso fácil ao comando de operação. Bom ponto de apoio. Utilize um suporte de macaco. Corte antes para facilitar a separação. 13 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 14 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Os numerosos desenvolvimentos de segurança na área da construção de veículos resultaram que tanto as técnicas como o equipamento usado para resgate tenham que ser modificados para manter o paralelismo necessário com a indústria automóvel. Em alguns casos neste texto, mostram-se certas técnicas alternativas. Isto é devido a que cada resgate é diferente e em alguns casos nem todos os procedimentos são os mais eficientes ou efectivos. Alguns dos desenvolvimentos na construção dos veículos actuais afectam-nos mais que outros, por isso deve-se conhecer a forma como se constroem os veículos. Deve-se mencionar também que as técnicas apresentadas neste texto, foram desenvolvidas especificamente sobre a base da nova tecnologia dos veículos. Nem todas as ferramentas têm a mesma capacidade, por isso é importante que escolha a melhor técnica de acordo com a capacidade da sua ferramenta. Recorde que o resgate em veículos comporta certos perigos, e que deve manter sempre em todos os procedimentos o equilíbrio entre a segu- rança e eficiência. Isto consegue-se mais facilmente dispondo de experiência no processo de identificação do perigo e sua moderação. Barra de aço boro num tablier que pode afectar as técnicas usadas para afastá-lo. Tecnología dos novos veículos Secção de um pilar B modelo 1996. Secção de um pilar B modelo 2002. Barras de reforço contra impacto lateral que podem dificultar a separação de portas quando ocorrem colisões laterais. 15 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso deferramentas de resgate e técnicas de extracção Tecnología dos novos veículos 4 - As ligas leves e o aço boro são utilizados para incrementar a relação resis- tência peso. A eliminação de portas será mais difícil se as barras de protecção lateral estiverem dentro da estrutura do veículo devido ao impacto. 5 - A localização de alguns sistemas de airbag no volante e no tablier representa muitos desa- fios, estando agora além disso em combinação com portas, assentos, perfis do tecto e inclu- sivamente com sistemas de cintos de segurança. Os sistemas de airbag não activados e ocultos podem causar problemas durante o seu corte ao colocar-se o dito material entre as lâminas de uma tesoura obsoleta que não possa cortá-los, mas tão só deformá-los. É crítico conhecermos que projectos são activados electrónica ou mecanicamente. Os perigos incluem a dificuldade em identificar a localização das bolsas, os sensores, e o módulo de controlo, assim como a activação acidental durante os trabalhos de resgate, exposição acidental dos cabos eléctricos ou a presença de agentes químicos. A diferença do conhecimento e da anatomia humana, compreender a anatomia dos desenvolvimentos em segurança, é um processo que nunca acaba. Os desenvolvimentos em segurança variam amplamente no seu desenho e colocação ano após ano, inclusive entre os diferentes modelos e fabricantes de veículos. Por esta razão é essencial para o pessoal de resgate conhecer como podem afectar estes desenvolvimentos em segurança nos seus métodos de resgate no dia a dia. 1 - Em caso de um impacto frontal os sistemas de reforço na parte posterior dos guarda-lamas e do motor, fazem com que as rodas dianteiras se desviem e não entrem na área dos pedais e que o motor caia para que não entre no compartimento dos ocupantes. Cortar esta área para afastar o tablier de ins- trumentos pode ser difícil. 2 - Zonas que se deformam para absorver a energia do impacto e que fazem que seja possível que os ocupantes do vei- culo sobrevivam a colisões nas quais em anos anteriores teriam falecido. 3 - O tablier de instrumentos reforçado foi desenvolvido para proteger em caso de um impacto frontal ou lateral o condutor e passageiro. Os procedimentos convencionais de separar o tablier por um só lado podem apresentar mais dificuldade. 1 3 4 4 5 5 5 66 6 2 1 16 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 9 - Materiais da estrutura. Para compensar o acréscimo de peso devido à quantidade de elementos de segurança que foram adicionados, os fabricantes de carros usam para reforçar as estruturas do tecto e dos pilares, aços de Alta Resistência – Liga Leve (HSLA) e de Ultra Resistência – Liga Leve (UHSLA). 8 - Vidros laterais e posterior. Os vidros laterais e posterior que em alguns casos são temperados estão a substituírem-se por vidros laminados ou plásticos rígidos, os quais em relação aos temperados, são altamente resistentes a “quebrar-se” no sentido natural da palavra e apresentam uma formidável barreira para conseguir o acesso aos pacientes. 7 - Materiais da carroçaria: Plástico de grande impac- to, fibra de carbono, alumínio e outros tipos de materiais compostos estão substituindo as chapas metálicas em todas ou em algumas par tes exteriores da carroçaria. O plástico enruga-se ou estilhaça em vez de se dobrar, tornando difícil encontrar uma boa super fície estável. Os ma- teriais compostos podem ser difíceis de cor tar. A fibra de carbono é também difícil de cor tar e tanto as par tículas de pó como os produtos da sua com- bustão são perigosos. 6 - Os pré-tensores de cintos e limitadores de força G estão desenhados para evitar o movimento dos ocupantes e reduzir o impacto com os airbag. Os pré-tensores de cintos podem ser activados por um mecanismo de mola ou por uma carga explosiva. A sua activação acidental durante os trabalhos de resgate pode causar sérios danos ao pessoal de resgate e aos pacientes. 5 5 5 6 6 6 8 9 5 Ilustração : H. Vincent 8 7 17 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Veículos Híbridos: Gasolina – Electricidade Os veículos híbridos usam para a sua propulsão tanto motores eléctricos como motores a gasolina. O motor eléctrico é usado para baixa velocidade de movimento e é accionado por um conjunto de baterias de alta voltagem, normalmente localizado na parte posterior do veículo. Nos veículos híbridos, os cabos de alta voltagem identificam-se por uma cobertura alaranjada e pelos ligadores. Com a finalidade de estarem protegidos, estes cabos encon- tram-se situados na parte inferior e dentro do reforço do solo, num sítio que geralmente não é acessível ao pessoal de resgate. É importante anotar que os veículos híbridos podem parecer que estão desligados quando o seu motor de gasolina não está em funcionamento, mas poderá em qualquer momento poder mover-se ao usar o motor eléctrico que está em estado activo. Para evitar que isto suceda, além de desligar a bateria de 12 volts, o pessoal de resgate deverá revisar e assegurar-se também que o interruptor principal de ignição se encontra na posição desli- gado e retirar a chave, com a finalidade de desligar o sistema electrónico. Nunca toque, corte o abra nenhum cabo nem componentes de alto voltagem. Excepto pelas precauções anotadas anteriormente, os veículos híbridos podem ser abordados utilizando as técnicas e princípios básicos de resgate de um automóvel convencional. Pode obter-se informação adicional nos guias para o pessoal de resgate publicados pelos diferentes construtores de veículos. Sistema electrónico de controlo do Toyota “Prius” Sistema de baterías do Honda “ Insight” Motor a gasolina Motor eléctrico Cabos de alta voltagem As baterias de 12V podem estar no compartimento do motor ou na mala Bateria de alta voltagem Tanque de combustível Linha de combustível 18 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Bolsa de aire para impacto lateral colocada no assento. A - Airbags Bolsas de ar contra impactos frontais: estão desenhadas para se activarem em caso de choque frontal; estas bolsas de ar estão localizadas geralmente no volante e em diversos sítios do painel de instrumentos. Nem todos os sistemas de airbag são iguais, mas contém componentes similares. A localização exacta, o volume e o mecanismo de activação dos sistemas das bolsas de ar frontais variam de acordo com o fabricante. Os sistemas mais modernos de airbag frontais incluem o uso de sistemas de enchimen- to de duas etapas. Estes sistemas de duas etapas estão projectados para ajustar a força de enchimento de acordo com alguns parâmetros tais como posição do ocupante, importância do choque e utilização do cinto de segurança. Se o sistema de sensores activa uma enchimento parcial pelo choque estes são os resultados possíveis: • A primeira etapa activa-se e a segunda activa-se poucos milésimos de segundo depois da primeira. • A primeira etapa activa-se mas a segunda etapa não se activa. Isto poderia representar um perigo de activação da segunda etapa durante o processo de resgate. • A segunda etapa activa-se sem que a primeira se tenha activado. Isto poderia representar um risco de activação da primeira etapa durante o processo de resgate. Airbag para impactos laterais: Estas bolsas podem estar colocadas na porta, no assento ao lado da porta ou nos perfis do tecto (sistema de cortina ou tipo tubular). É extremamente importante evitar esmagar as áreas que tenham airbags sem activar, sensores ou cortar sistemas de enchimento que estejam ocultos. Se foi activada uma só bolsa de ar, isto não significa que não exista perigo. Deve-se manter sempre fora do alcance da área da activação de todas as bolsas. Sistemas de segurança passiva Secção de airbag frontal sem activar-se. Airbag frontal activado. 19Sistemade airbag tipo cortina pressurizada. T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção B - Pré-tensores Os pré-tensores deverão ser tratados com as mesmas precauções que se devem tomar quando se trabalha à volta dos airbags. Retirar o cinto de segurança de um sinistrado tão rápido quanto se possa é uma prática recomendada para que não exista uma activação acidental e produza mais danos à vítima. Deve-se ter especial cuidado com estes sistemas quando exista presença de líquidos ou vapores inflamáveis. Existem quatro localizações prin- cipais para os sistemas de pré-tensores: Parte baixa do pilar B, parte média do pilar B, área de fixação do cinto de segurança dianteiro e na parte plana compreendida entre o assento posterior e o vidro. Os pré-tensores de cintos podem ser activados mecânica ou electronicamente. Tenha extrema precaução quando trabalhar na área dos pré-tensores de cintos. Muitos veículos têm pré-tensores activados mecanicamente que têm o sensor dentro do mecanismo. Os activados mecanicamente mantêm-se activos mesmo depois de desligar a bateria. Sistemas de segurança passiva C - Limitadores de Força Gravítica (G) Os limitadores da força gravítica estão montados dentro da maioria dos sis- temas com pré-tensores. Permitem uma certa liberdade de movimento durante um certo espaço de tempo transcorrido durante uma colisão. Isto diminui o efeito de lesões internas reduzindo o valor de desaceleração e portanto a quantidade de força gravítica que actua sobre o corpo. Pré-tensor de cinto. Localização na parte baixa do pilar B. Função do limitador de força gravítica. 20 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção D - Zonas de absorção de impactos Estas zonas situadas na estrutura do automóvel e no chassis, estão desen- volvidas para absorver a energia do impacto de uma colisão e evitar que essa energia seja transferida ao compartimento de passageiros e portanto aos ocupantes do veículo. A utilização destas zonas de absorção de impactos incrementou enormemente a possibilidade dos ocupantes de um veículo sobreviverem a múltiplos impactos. Ironicamente estas zonas que aumentaram a sobrevivência dos ocupantes podem complicar as tarefas do seu resgate devido à robustez das estruturas de metal deformado. Sistemas de segurança passiva Prova de choque frontal. Impacto frontal total. Impacto frontal parcial. Deformação devido às zonas de absorção de impactos. 21 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção A situação mais frequente da bateria na maioria dos veículos de passageiros é no compartimento do motor. Contudo, é importante saber que alguns dos desenhos de novos veículos utilizam diferentes localizações. Estas localizações alternativas incluem, mas não se limitam às seguintes zonas: • Debaixo do assento posterior dos passageiros. • No porta-bagagem (foto esquerda). • Na parte dianteira do guarda-lamas (foto da direita). Recorde que em alguns veículos mais largos (como camionetas ou veículos multi- familiares) pode haver a possibilidade de ter mais do que uma bateria. Alguns fabricantes podem usar um mecanismo que desliga a bateria automatica- mente em caso de uma colisão. Localizações da bateria Sistema automático de desconexão. 22 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Energia cinética na colisão de veículos A - Tensão, flexão, torção O metal que se dobra (flexão), se estira (tensão) ou se torce (torção) requere precauções quando se corta ou se separa, já que podem surgir movimentos rápidos e inesperados do mesmo. O pessoal de resgate deverá conhecer as reacções mecânicas potenciais que se produzem na estrutura de um veículo devido às deformações depois de uma colisão. Quando mencionamos a reacção mecânica (o impacto durante a colisão que modifica a estrutura do automóvel) queremos dizer pontos estáveis e pontos instáveis ou elásticos. Para trabalhar eficazmente, é necessário eliminar todos os pontos instáveis ou elásticos potenciais com a finalidade de evitar que durante o corte ou a separação provoque um retorno não apropriado do material. È necessário encontrar os pontos estáveis que servirão como base sólida sobre a qual as ferramentas de separação possam ser colocadas. Nos casos onde não existam pontos sólidos deverão criar-se instalando um suporte. Tensão Torção Flexão 23 B - Colisão frontal Apesar do reforço das áreas do compartimento de passageiros nos veículos modernos, devemos saber que as provas que se fazem aos veículos realizam-se a baixas velocidades. A velocidades mais elevadas, a deformação será maior que a que sofre um veí- culo em provas, complicando os esforços para realizar o resgate. Os sistemas modernos de segurança permitem que os ocupantes dos veículos possam sobreviver a fortes impactos. O desafio que enfrenta o pessoal de resgate quando trabalha num choque frontal, inclui o reforço das áreas do painel de instrumentos, assim como também as barras de impactos laterais colocadas nas portas e que muito possivel- mente tenham sido impulsionadas para trás ou para diante provocando deformação e bloqueio da porta. O compartimento do passageiro está significativamente afectado, dando grandes probabilidades de lesões ao passageiro. Menor deformação do compartimento do passageiro, reduzindo as probabilidades de lesões graves ao passageiro. Energia cinética na colisão de veículos T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 24 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Energia cinética na colisão de veículos C - Impacto lateral Os impactos laterais geram uma elevada taxa de mortalidade, já que existe muito pouco espaço entre a parte externa do veículo e os ocupantes. Na maioria dos casos a deformação do compartimento dos passageiros cria um espaço muito reduzido para tra- balhar à volta do paciente. Quando seja possível, os esforços de libertação da vítima devem- se dirigir para o lado menos danificado para permitir uma melhor e efectiva extracção. D - Colisões com capotamento Nestes casos, o aspecto mais importante para conseguir uma correcta libertação das vítimas é fazer uma boa estabilização do veículo. A libertação dos pacientes do veículo pode ser mais complicada se estão dobrados ou amarrados com os cintos de segurança. É muito importante neste tipo de acidentes que o movimento do paciente seja o menor possível. 25 Energia cinética na colisão de veículos E - Choques debaixo da carroçaria e por capotamento sobre outro veículo Estes acidentes geram um espaço de trabalho extremamente confinado e em muitos casos o resgate é complicado para poder manejar de forma segura. Deve-se recordar que uma boa estabilização é importantíssima num acidente com encravamento de carga e que possi- velmente requeira realizar tarefas de elevação de cargas pesadas. Quando se tenham que rea- lizar resgates por baixo de um veículo pesado tenha cuidado com as cargas sujeitas a pressão, como se descreve no capítulo de Veículos Pesados deste livro. As actividades de resgate podem afectar a estabilização. Por esta razão, a estabili- zação deve ser continuamente revista conforme se vai avançando no processo de extracção. Os sistemas de suporte podem complementar os esforços de estabilização. T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Ph ot o : Y ve s Eb el 26 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Perigos específicos nos novos veículos A - Cortando osassentos Muitos dos novos desenhos de veículos têm componentes de airbag colocados sob as coberturas dos assentos. Os sensores das bolsas de ar, pequenos cilindros de gás e em alguns casos bolsas de ar no seu interior, não permitem que os assentos sejam cortados. Para evitar isto, primeiro levante sempre a cobertura com uma faca para investigar possíveis perigos antes de cortar o assento com uma tesoura hidráulica. B - Cortando os pilares Alguns pilares contém componentes que devem ser evitados. Tratar de cortar o reforço da monta- gem dos cintos de segurança pode danificar as lâminas das tesouras. O mesmo, ao tratar de cortar os sistemas de pré-tensores de cintos podem também danificar as tesouras hidráulicas. Contudo, o perigo maior é cortar o sistema de enchimento de um airbag. É muito perigoso ao libertar-se o gás sob pressão que se encontra na gar- rafa, ou também por fragmentos da mesma garrafa que podem causar ferimentos graves. Por estas razões, é importante que sempre exponhamos e investiguemos os pilares antes de pretender cortá-los. É recomendável quando se está a fazer o corte usar qual- quer sistema flexível de protecção da vítima, como uma manta ou um plástico resistente. Assim a protegerá caso as ferramentas deslizem e também dará alguma protecção contra a explosão das mencionadas garrafas no caso de não terem sido vistas. C - Sistemas de protecção automática do tecto contra capotamento (R.O.P.S.) Estes sistemas activam-se quando um automóvel descapotável começa a girar sobre si mesmo. Estes sistemas encontram-se colocados normal- mente detrás dos assentos, sobre o sistema de apoios de cabeça. Isto representa um sério risco para o pessoal de resgate e paramédico se ocorre uma activação aci- dental durante os trabalhos de resgate. Os passos para controlar este perigo são desligar a bateria quando seja possível e evitar permanecer na área de activação. 27 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção © éditions ICONE GRAPHIC reproduction interdite Com o fim de garantir que todas as pessoas num cenário de um acidente de via- ção entendam as ordens deve-se usar a mesma terminologia. Por exemplo, não deveria falar de “direito” ou “esquerdo” mas sim de “lado do condutor” e “lado do acompanhante”. Seguidamente, indicam-se os termos mais comuns utilizados para descrever a anatomia de um veículo: Terminologia na construção de automóveis Tecto Pilar A Parede de protecçao Zonas de absorção de impactos Área da jante dianteira Dobradiças Tampa do motor Parte superior Parte media Parte baixa Parte superior Parte media Parte baixa 28 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Pilar D Pilar C Guarda-lamas traseiro Passador da fechadura Perfil do tecto Pilar B Porta da mala Área da jantel traseira Chapa do chão Canal de reforço Dobradiças Porta Reforço contra impacto lateral Marcos das janelas A parte plana compreendida entre o assento de trás e o vidro Guarda-lamas dianteiro 29 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 30 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção As tesouras empregam-se para cortar totalmente os componentes dos veículos com a finalidade de retirar certas zonas do mesmo. Adicionalmente, podem ser empregues para realizar cortes de alívio que permitem o afastamento de alguns componentes do veículo como o tablier ou em operações de levantamento do tecto. Há uma grande variedade de desenhos de lâminas para diferentes aplicações. As lâminas das tesouras têm uma grande variedade de formas tal como abaixo se mostra.As diversas classes de lâminas permitem cortar de diferentes formas de materiais num veículo. Tesouras Comando de operação Botão de controlo Mangueras hidráulicas Mangueras hidráulicas Pega de transporte Lâminas Lâminas 31 Os expansores têm três funções principais: separar, comprimir e traccionar. Os expansores podem apertar ou comprimir o metal para criar pontos de franzido débeis ou áreas para corte, além disso podem separar componentes que não estejam unidos. A terceira função realiza-se usando umas pontas com adaptadores para correntes os quais permitem que o expansor aproxime objectos até ao seu ponto de força. As diferentes formas de pontas para o expansor usam-se para diferentes aplicações. T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Comando de operação Mangueiras hidráulicas Pega de transporte Braços Expansores Pontas Separando uma porta do veículo. Comprimindo/Apertando o guarda-lamas. 32 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Comando de operacões Mangueiras hidráulicas Pega de transporte Lâminas Pontas de separação Estas ferramentas versáteis combinam um expansor e uma tesoura numa só fer- ramenta. Contudo, devido a esta combinação de funções, diminuem-se ou sacrificam-se algumas potencialidades de separação e de corte quando comparadas com ferramentas individuais. De igual como os separadores, podem-se utilizar com estas ferramentas acessórios de tracção. Ferramentas Multiuso Levantando o tablier com um multiuso. Cortando o pilar C. Multiuso usado por cima do sistema de fechadura. Separando uma porta de um veículo. 33 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Os macacos de separação fazem uso da sua força mediante potentes pistons hidráulicos e aplicam-se principalmente para separar componentes do veículo. Alguns têm um desenho telescópico o que torna possível uma grande amplitude de separação mantendo o seu pequeno tamanho, sendo muito úteis para espaços reduzidos. Alguns macacos de sepa- ração têm cabeças substituíveis tornando possível a utilização de diferentes acessórios para outras aplicações tais como pontas para traccionar e correntes. Comandos de operaçãoMangueiras hidráulicas Êmbolos Cilindros Pega de transporte Êmbolo Cabeça de agarre Cabeça de agarre Piston Macacos de separação Macaco usado para criar espaço. Levantamento do painel com unm macaco. Macaco telescópico totalmente aberto. Bom controlo na posição de comando. 34 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Bombas hidráulicas Bomba de duas etapas Motor a gazolina de 4 tempos A - Bombas manuais e de pé As bombas hidráulicas têm uma variedade de tipos, desde as bombas de uma só etapa até às bombas de alto volume de três etapas. A sua principal utilização é como bomba de substituição ou para situações onde uma bomba com motor a gasolina não possa ser utilizada. B - Bombas portáteis Estas bombas accionadas com motor a gasolina são leves, compactas e portáteis. A mobilidade que permitem faz com que sejam especialmente apreciadas para chegar a áreas remotas ou de difícil acesso. Bomba de duas etapas Alavanca/Pedal Válvula de selecção 35 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Válvula de selecção Carretel com mangueiras C - Bombas Múltiplas As bombas hidráulicas podem ser accionadas com motores a gasolina, eléctricos ou diesel. Têm a capacidade de operar simultaneamente duas ou mais ferramentas. Devido ao seu peso, geralmente encontram-se instaladas no veículo de resgate apesar de também poderem ser transportadas para fora do veículo. Estas bombas podem dispor de carretéis já colocados na mesma estrutura da bomba ou em conjunto à parte com compridas mangueiras. Motor 4 tempos a gazolina Bombas hidráulicasBomba para 3 ferramentas silmultâneo. Bomba ligeira e simultânea Pode ser transportada por uma só pessoa. 36 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Estas ferramentas para resgate permitem operar em lugares remotos e difíceis tais como ribanceiras, vertentes de montanha e espaços confinados. Estas ferramentas têm múltiplas aplicações e a sua potência desenvolvem-na através de baterias recarregáveis ou com potência manual. Porta de separação Lâmina Comando de operação Pega de transporte Bateria Ferramentas autónomas para resgate Botão de arranque Acesso a lugares remotos. Ferramenta operada manualmente. Comando da bomba Modelo de tesoura 37 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção A - Blocos e cunhas Existem de várias formas e podem ser fabricados de madeira ou de polietileno reci- clado. Pelas suas diversas formas podem ser utilizados em quase todas as situações. Ao coloca-los entre o espaço de um veículo e o terreno ajudam-nos a incrementar a estabilidade dos veículos. Equipamento para estabilização B - Almofadas levadoraes As almofadas elevadoras não podem ser conside- radas como um sistema primário de estabilização. A sua capacidade de elevação pode ser muito útil num processo de estabilização. Contudo, é importante escorar com blocos e cunhas quando se fizer o levantamento. Almofadas de baixa pressão. Almofadas de alta pressão. Tipo Polietileno reciclado Tipo madeira 38 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Equipamento para estabilização C - Escoramento Ás vezes são usados quando se pretende preencher grandes espaços, por exemplo quando um veículo está capotado sobre um lado ou sobre o tecto. Os sistemas de escora- mento existem numa grande variedade de tipos, incluindo escoras de madeira, pneumáticas (ar) e hidráulicas (óleo). Os sistemas de alta tecnologia como as escoras pneumáticas ou hidráulicas permitem ao pessoal de resgate uma grande flexibilidade e incrementam a sua capacidade. As escoras pneumáticas podem automaticamente “acompanhar” a carga quan- do se levanta, enquanto que as hidráulicas conferem capacidade de levantamento quando se necessite. Todos estes sistemas geram a estabilidade quando se usa um sistema de tensão para criar um triângulo de forças através do sistema de escoramento e do sistema de tensão. Escora pneumática e hidráulica. Escoramento mecânico simples. Escoramento tipo madeira. Escoras hidráulicas. 39 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Para assegurar que o equipamento se encontre em perfeitas condições de trabalho, é essencial que se mantenha apropriadamente de acordo com as instruções do fabricante. Um distribuidor autorizado local poderá prestar-lhe um serviço de manutenção periódico e de reparações. A - Bombas Depois de cada uso, faça as seguintes verificações: 1. Inspecção visual para detectar eventuais danos. 2. Os níveis de todos os líquidos incluíndo: a. Combustível b. Fluido hidráulico c. Óleo do motor. 3. Coloque a torneira de combustível na la posição OFF/FECHADO. 4. As uniões devem estar limpas e funcionar correctamente. Limpe os tampões e coloque-os nas uniões. B - Mangueiras Depois de cada uso, faça as seguintes verificações: 1. Inspecção visual para detectar eventuais danos: a. Cortes, abrasão ou qualquer outro dano na capa externa da mangueira; b. Vincos. 2. As uniões devem estar limpas e funcionar correctamente. Limpe os tampões e coloque-os nas uniões. 3. Os sistemas anti-retorcimento devem estar bem colocados. 4. Limpie qualquer contaminante que tenha a mangueira. Cuidados com o equipamento Verifique o nivel de combustivel. Coloque os tampões Reveja os sistemas anti-retorcimento. Não use uma mangueira danificada. Retire imediatamente de serviço as mangueiras danificadas. 40 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção C - Ferramentas Depois de cada uso, faça as seguintes verificaçõs: 1. Inspecção visual para detectar eventuais danos: a. Lâminas da tesoura, pontas do expansor, cabeças de agarre do macaco de separação. 2. Funcionamento do comando de operação. 3. Mangueiras curtas: a. Cortes, abrasão ou qualquer outro dano na capa externa da mangueira; b. Vincos. 4. As uniões devem estar limpas e funcionar correctamente. Limpe os tampões e coloque-os nas uniões. 5. A ferramenta deve ficar em posição de segurança (não sob pressão): a. Expansores e multiusos: Pontas ligeramente abertas: b. Macacos de separação: Êmbolos ligeramente estendidos: c. Tesouras: Pontas ligeramente soubrepostas. 6. As etiquetas de segurança e de operação devem estar no seu lugar e ser legíveis. Cuidados com o equipamento Êmbolos ligeramente estendidos Pontas ligeramente abertas Pountas soprepostas 41 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 42 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Organização do grupo de trabalho Um procedimento sistemático dos trabalhos de resgate em veículos é a melhor maneira de garantir que todas as tarefas sejam rápidas e eficazmente realizadas. A única maneira de desenvolver efectivamente um resgate sistemático é através do trabalho em equipa. Para conseguir que um grupo trabalhe em perfeita harmonia, os seus integrantes devem saber exactamente o que se espera deles e que nível de confiança se tem da sua habilidade e capacidade para levar a cabo as suas tarefas específicas. O número ideal de resgatadores para um acidente com uma pessoa encarcerada diz-se que seja aproximadamente de cinco a seis pessoas. Apesar de o número variar em diferentes grupos de resgate de acordo com o processo. Quando normalmente se toma o número de cinco pessoas por grupo, assinalamos seguidamente os papéis que enumera- mos. O nome de cada um desses papéis pode variar de acordo com a entidade ou o país. 1. Oficial de comando ou chefe de equipa Esta pessoa é a responsável da coordenação das operações do grupo de resgate. Deverá estar colocado num sítio tal que possa visualizar toda a área do incidente, pensando acerca de quais serão as próximas acções a desenvolver. Em grupos pequenos esta função poderá ser levada a cabo enquanto funcionam outras actividades. O chefe de equipa é também o ponto fulcral para comunicações com outras entidades ou grupos de resgate que estejam a trabalhar no mesmo cenário. Na maioria dos casos será a pessoa com maior hierarquia ou com maior experiência em lidar com este tipo de incidentes. Em muitos casos o chefe de equipa também mantém o papel de oficial de segurança. Isto é sem dúvida considerado um papel completo na maioria dos grupos e que deve ser executado por uma só pessoa quando exista pessoal suficiente. 43 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 2. Primeiro membro técnico Este elemento da equipa trabalha junto com o Técnico 2 com a responsabilidade fundamental de realizar todas as tarefas de resgate requeridas para tornar o cenário seguro e libertar os pacientes encarcerados. 3. Segundo membro técnico Trabalha junto com o primeiro membro técnico. Esta posição da equipa mantém-se tendo em conta a disponibilidade de pessoal. 4. Coordenador de equipamentos e ferramentas (Logístico) Normalmente é o condutor da unidade de resgate. A sua responsabilidade inclui a preparação e a colocação dos equipamentos requeridos para uso do grupo técnico. Quando se apresentam situações onde a equipa técnica requer ajuda ou força, o chefe de equipa pode chamaro coordenador de equipamentos para que ajude a equipa técnica. 5. Vigilante da vítima O socorrista estará, o mais rapidamente possível em contacto directo e constante com as pessoas encarceradas, informando-as do que se está a fazer durante o resgate. Esta pessoa ajudará os paramédicos durante o processo de resgate. Se o grupo de para- médicos não necessitar desta pessoa, ela estará disponível para ajudar a equipa técnica quando necessário. 44 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Segurança no cenário Para garantir um cenário de resgate seguro e organizado, é importante que sejam esta- belecidas as zonas. A primeira zona ou sector chama-se “círculo interior” ou “área de acção” e é um círculo imaginário de 3 a 5 metros à volta de cada veículo envolvido no cenário. Esta área deve-se manter liberta de qualquer pessoa que não esteja nesse momento envolvida no resgate. A segunda zona é um círculo maior que mede aproximadamente de 5 a 10 metros. Esta área deverá estar livre de pessoas que não sejam resgatadores e pode ser isolada se as circuns- tâncias o permitem. Nesta área, à volta do círculo interior deve haver uma zona onde se coloquem as ferramentas. Desta forma todas aquelas pessoas que participam na operação de resgate sabem que ali podem encontrar as ferramentas e podem manter o círculo interior livre de equipamentos que não se estejam a utilizar. As partes que se cortem dos veículos durante o resgate, deverão ser colocadas justamente fora do círculo externo num depósito específico. Assim consegue-se um ambiente de trabalho mais eficiente e seguro. Veículos de resgate colocados em posição defensiva, protegendo do tránsito que se aproxima. Depósito de partes e sucata Colocação de ferramentas 3 - 5 m 5 - 10 m 45 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção ATENÇÃO À SEGURANÇA Tenha à mão um sistema de protecção contra incêndios Aproximação inicial: Sempre que seja possível, a aproximação deve ser como seguidamente se indica : Objetivo: Avaliação no cenário de qualquer perigo oculto para permitir uma área de trabalho segura, à volta e dentro dos veículos. Estes são os procedimentos que deverão ser realizados antes das operações de resgate. Sempre que seja possível, a aproximação do grupo de resgate deverá fazer-se pela frente do veículo acidentado. Isto assegura que qual- quer sinistrado consciente não trate de girar o pescoço para ter contacto com o pessoal. Uma vez que o contacto se tenha realizado com qualquer das vítimas do interior, não poderá suspender-se até que o paramédico ou o socorrista controle a situação. Os membros do grupo técnico poderão mover- se à volta dos veículos acidentados, fazendo avaliações por cima, por baixo e à volta do veí- culo acerca de qualquer perigo oculto tal como cabos eléctricos, derrames de líquidos ou outras vítimas. Reportam ao Oficial do sinistro que determinará se é necessário realizar algu- ma tarefa de redução de riscos. Visão Geral 46 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Uma vez que se tenha realizado a avaliação do veículo e que todos os perigos tenham sido controlados, pode-se proceder à estabilização. Isto será tratado com mais pomenor no capítulo de Estabilização deste livro. O sistema de ignição do veículo deverá ser colo- cado na posição “off” (apagado) e a batería deverá ser desconectada. É importante que o terminal negativo seja desligado primeiro com o fim de evitar a possibilidade de gerar chispas causadas por colocar inadvertidamente o ter- minal positivo em terra. Recorde fazer funcionar os espelhos eléctricos, fechos de portas e opções do assento antes de desligar a batería completamente. Quando seja possivel, o travão de emergência deverá ser accionado. Qualquer ocupante do veículo deverá ser protegido antes de cortar os vidros. Pode ser necessário ter um resgatador no interior do veículo para ajudar nesta protecção. Visão Geral Quando não se puder desligar a bateria, deixe as luzes de aviso ligadas como chamada de atenção para os socorristas. 47 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Deve-se realizar o trabalho sobre os vidros. Recorde que todos os que possam partir duran- te as tarefas de resgate devem ser retirados neste momento. Isto pode ser levado a cabo com o uso de um punção quebra vidros ou se necessário, com um cortador de vidros. Alguns automóveis modernos estão equipados com vidros de protecção avançada (EPG) que não permite retirar o vidro pelos sistemas tradicionais de rotura e será necessario deixar o vidro no seu lugar. Depois de usar um punção quebra vidros, a eli- minação do vidro deve realizar-se de dentro para fora. Em alguns casos é possivel baixar a janela para que esta fique dentro da porta antes de ser quebrada. Contudo poderá necessitar da batería conectada para realizar esta tarefa. Se o tamanho da equipa de resgate o permite, os pequenos fragmentos de vidro deverão ser recolhidos e colocados dentro do veículo ou fora do círculo de acção. Visão Geral 48 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Em alguns casos é necessário quebrar os vidros para poder aceder ao paciente. Se isto sucede, primero quebre o vidro que está mais afastado da vítima. Uma vez que a víti- ma esteja acessivel, deve-se fazer uma ava- liação inicial e dar um primeiro tratamento de emergência, incluindo imobilização dorsal e oxigéno suplementar. Qualquer cinto de segurança deverá ser cor- tado ou retirado, tão rápido quanto possível. Sempre que possível, evite estar na área de activação de um airbag. Se a sua Organi- zação utiliza um sistema pro- tector de airbag para o lado do condutor, deve colocá-lo neste momento. Visão Geral Treinar passo a passo todo o processo é a chave para executar esta parte do resgate de forma segura e eficaz. As acções aqui tomadas serão importantes para a segurança do restante processo de resgate. 49 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 50 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção A maioria das colisões de veículos com pessoas encarceradas corresponde a veí- culos ligeiros. O termo de veículos ligeiros é difícil de definir. Quando usamos este termo estamo-nos a referir à maioria de veículos privados de passageiros como por exemplo os automóveis familiares. A grande ironia é que este termo de veículo “ligeiro”agora inclui desenhos avançados de construção e materiais que por sua vez permitem uma grande capa- cidade de sobrevivência aos ocupantes, e como resultado uma maior dificuldade para o pes- soal de resgate. Cada choque é diferente. Variáveis tais como o tipo e o número de veículos envolvidos, suas posições, número e condição dos pacientes assim como os perigos externos, jogam um papel importante em determinar as acções apropriadas e a sua sequência. Como qualquer outra, estas técnicas requerem ser praticadas. Esta secção cobrirá técnicas básicas que podem ser usadas para conseguir um resgate seguro, depois de as haver aprendido e repetido, irá realizá-las de forma quase mecânica. Introdução 51 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Estabilização © éditions ICONE GRAPHIC reproduction interdite OBJETIVO: Minimizar o el movimento de veículo, jyáa que este movimento poderá afectar negativamente os passageros encarcerado. ATENÇÃO: Esta parte do resgate deverá ser adequadamente desenvolvida antes que seja iniciada qualquer tarefa de extracção.A - Veículo sobre as suas rodas Requer um mínimo de três pontos de estabilização, mas se é possível usar quatro pontos, é muito melhor. Os blocos de estabilização deverão ser colocados estrategicamente para assegurar a máxima estabilidade, como se vê no diagrama de cima. Sistema de 3 pontos Sistema de 4 pontos 52 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Estabilização O PROCEDIMENTO: Em primeiro bloquear uma ou duas jantes com cunhas. Os blocos de estabilização deverão ser colocados em sítio com a suficiente pressão sobre o veículo para que se garan- ta que fique bem colocados e suportando o automóvel. Quando utilizar blocos escalonados uma cunha pode ser utilizada para garantir que o bloco fique seguro. Também se usa o bloco escalonado invertido, que actua como uma grande cunha, obtendo-se bons resultados. 53 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Estabilização B - Veículo em posição lateral O PROCEDIMENTO: Assegure-se que o veículo não vai girar, colo- cando os suportes debaixo dos pilares A e C. Pense nos passos seguintes e não coloque nenhuma estabilização em áreas onde pense realizar cortes. Realize um escoramento lateral com escoras mecânicas (madeira, metal), hidráulicas ou pneumáticas. on s I CO NE G RA PH IC re pr od uc tio n i nte rd ite 54 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Fixe as escoras usando correias de tensão sistemas mecânicos. Quando se utilizam escoras mecânicas pode ser necessário utilizar cunhas na bases para fixá-las e evitar que deslizem. Dependendo da situação, também é possível que seja necessário utilizar escoramento para estabilizar o lado do tecto do veículo. Estabilização 55 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCEDIMENTO: O bloco escalonado coloca-se no espaço entre o tecto do veículo e o piso. Agregue blocos adicionais ao espaço com- preendido entre o compartimento do motor e o pára-brisas para garantir uma estabili- zação adicional. Estabilização C - Veículo invertido sobre o tecto 56 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção OBJETIVO: Conseguir accesso à vítima para lhe dar um melhor cuidado durante a sua extracção. Esta abertura pode ser usada também para uma imediata libertaçã se as condições forem apropriadas. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO: A técnica mais apropriada de retirar a porta dependerá do tipo e da natureza estrutural do veículo. Recorde que, se for possível o primeiro passo deverá ser destrancar a porta e abri-la normalmente. Retirar porta A - Veículo sobre as suas rodas O PROCEDIMENTO: Quando não há um ponto de inserção para o expansor e o guarda-lamas dianteiro é acessível, comprima primeiro este painel no ponto mais alto da zona da roda. Assim criará uma aber- tura sobre as dobradiças da porta. 57 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar porta O PROCEDIMENTO: Se o guarda-lamas necessitar ser retirado, proceda à realização de um corte de alívio onde foi comprimido. A cava da roda agora pode ser retirada com a ajuda do expansor. Tenha cuidado enquanto separa o painel já que pode sol- tar-se repentinamente da carroçaría. Fazendo uso de um ponto estável de sepa- ração, por cima da dobradiça superior, a porta pode ser agora retirada do veículo. Para um melhor controlo da separação tra- balhe apenas numa dobradiça de cada vez. Não comece a separar entre as dobradiças. Se o ponto de apoio comença a ceder, suspenda o processo e reposicione o expansor ou corte as dobradiças. 58 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Depois das dobradiças e da chapa pequena que há entre elas terem sido rebentada cor- tadas, o próximo passo é retirar a por ta através do lado da fechadura. Uma vez que a porta foi completamente retirada, deverá ser colocada no depósito de sucatas. Retirar porta ALTERNATIVA: O tipo de acidente pode fazer com que a parte frontal do veículo seja inacessível, neste caso, para poder expor as dobradiças deve proceder-se da seguinte forma: Coloque o expan- sor na esquina da frente no espaço da janela. Separe contra o pilar A para criar um ponto de inserção sobre as dobradiças. Para evitar o expansor seja empurrado até o compartimiento da vítima, assegure-se que a ponta do expansor está colocada nuna zona firme e ligeiramente inclinada. 59 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCEDIMENTO: Comprima o perfil do piso, com a finalidade de criar um espaço para as pontas do expansor. Se necessário for, aumente a abertura, apertando o metal da parte inferior da porta e dobrando-o para baixo. © édition s ICONE GRAPH IC repro duction interdite B - Veículo sobre o tecto Retirar porta 60 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar porta Separe a porta para fora da sua estructura. Uma vez que a porta está aberta e depois de reben- tar a fechadura, proceda a cortar ou separar as dobradiças para retirar a porta. ALTERNATIVA: Comece pela porta traseira, utilizando as pontas para apertar, criando uma abertura no sitio da fechadura. Utilize o expansor para rebentar o mecanismo de fecho, separando a porta da sua estrutura e continue com a retirada como se explicou anteriormente. Controle sempre o movimento da porta, assegurando-se que não vá golpear o operador ou pressionar contra o chão fazendo com que o veículo se mova. 61 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCEDIMENTO: Primero retire a porta dianteira usando uma das técnicas mostradas anteriormente. Retire a porta traseira cortando ou separando as dobradiças expostas. Retirar lateral OBJETIVO: Criar uma abertura maior num dos lados do veículo que possa ser usada para um melhor manejo da vítima ou para uma liberatação imediata, dependendo da circunstancia. PENSE PRIMEIRO: Poderá não ser possível utilizar esta técnica, se é necessário poste- riormente afastar o tablier. 62 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar lateral ALTERNATIVA: Començando na parte posterior, aperte a porta com a finalidade de criar um ponto de inserção para as pontas. Agora separe a porta até que a fechadura ceda e a porta se abra. Controle sempre o movimento da porta, assegurando que não golpear o operador ou pressionar contra o solo, fazendo com que o veículo se mova. Corte as partes superior e inferior do pilar B e retire-o. Recorde colocar uma protecção contra as arestas cortantes que se produziram. Explore e investigue todos os pilares ou perfis ou tecto antes de corta-los. 63 Com a porta traseira faça um corte de alívio profundo na parte mais baxa do pilar B com a finalidade de o debilitar. Coloque uma das pontas do expansor na base dos assentos traseiros. Abra o expansor lenta- mente enquanto observa a estabilidade do ponto de apoio de posição da outra ponta na parte baixa do pilar B. Agora separe o pilar para fora rompendo-o desde a sua base. Continue a separar, reposicionando as pontas do expansor até que o pilar B seja separado da sua base. Ou que se tenha criado suficiente espaço para completar a operação com uma tesoura. T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate etécnicas de extracção Retira lateral Explore e investigue todos os pilars ou perfis do tecto antes de os cortar. 64 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retire o pilar B fazendo um corte na parte mais alta possivel. Retire a porta dianteira cortando as dobradiças, en-quanto os outros resgatadores sustêm as portas. Garanta uma boa protecção das arestas cortantes. Retira lateral Explore e investigue todos os pilares ou perfis do tecto antes de os cortar. 65 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCEDIMENTO: Retire primeiro a porta dianteira utilizando uma das técnicas mencionadas anteriormente. Faça um corte de alívio profundo na base do pilar B. Se necessário aperte primero esta área para ajudar a realizar o corte. Criar terceria porta OBJETIVO: Criar uma abertura lateral num veículo de duas portas que possa ser usada para o acesso à vítima ou para sua libertação imediata. PENSE PRIMEIRO: Poderá não ser possível esta técnica, se é necessário posteriormente afastar o tablier. Explore e investigue todos os pilares ou perfis do tecto antes de os cortar. 66 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Criar terceira porta Se o pilar B se prolonga até ao tecto, faça um corte na parte superior do mesmo. Poderá ser mais seguro retirar completamente o pilar B. Realize um cor te de alívio ver tical diante do poste C. Coloque as pontas do separador entre o corte de alívio realizado na base do pilar B. Abra o expansor para afastar o painel para fora criando uma terceira porta. Este é o espaço criado com esta técnica depois de lhe colocar uma boa protecção em todas as arestas cor tantes. 67 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção OBJETIVO: Retirar a estrutura do tecto, com a finalidade de criar um maior acesso ao paciente e poder retirá-lo do veículo quando for apropriado. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO: A técnica de retirar do tecto dependerá da importância e do tipo de danos estruturais que tenha o veículo. Dependendo da natureza do impacto e da situação do acidente, nem sempre é necessário retirar completamente o tecto. Outras formas de trabalhar com o tecto são: - Dobrar para diante do tecto. - Dobrar para tras o tecto. - Dobrar parcialmente o tecto. - Dobrar lateralmente o tecto. - Dobragem invertida do tecto. Cada uma destas técnicas têm as suas próprias vantagens e desvanta- gens que têm de ser avaliadas quando se está a decidir qual a melhor a utilizar numa determinada situação. Retirar tecto 68 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção A - Retirada total do tecto O PROCEDIMENTO: Retire todos os vidros que sejam necessários, tal como se explicóu anteriormente. Corte do pilar A. Corte o pára-brisas de um lado ao outro, prote- gendo dos fragmentos de vidro tanto a vítima como o operador. Corte do pilar B. Retirar tecto Os resgatadores deverão suportar completamente o tecto antes que qualquer pilar seja cortado. 69 Com o tecto suspenso, faça o corte final nos pilares B e A do outro lado assegurando que não existem outros pontos de sujeição tais como os cintos de segurança ou alguma parte plástica. Agora os resgatadores podem levantar o tecto e levá-lo até à área designada para colocar as partes cortadas. O passo final é assegurar que todas as arestas cortantes se encontram devidamente cobertas. T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Continue cortando os pilares C. Retirar tecto Explore e investigue todos os pilares os perfis do tecto antes de os cortar. 70 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto O PROCEDIMENTO: Primeiro corte os pilares B e C. Isto pode realizar-se enquanto os outros operadores suportam o tecto. Depois de assegurar que existe uma pro- tecção adequada do vidro , realize um corte de alívio em ambos os lados do tecto, jus- tamente detrás do pára-brisas. B - Dobre para diante o tecto. 71 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto Agora os resgatadores poderão dobrar o tecto para diante. Pode ser necesário utili- zar uma barra ou uma estructura rígida para ajudar no processo de dobragem. Deverá utilizar uma cinta para segurar o tecto na posição dobrada. As arestas cortantes deverão ser cobertas. 72 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto Faça uma abertura no pilar A. O PROCEDIMENTO: C - Dobragem lateral do tecto Antes de começar qualquer processo de extracção dever-se-á realizar a estabilização do veículo. Isto é especialmente impor- tante quando o veículo se encontra numa posição lateral instável. 73 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Corte o pára-brisas num ângulo tal como se mostra na fotografia para criar um ponto amplo de dobradiça. Corte o pilar B próximo do tecto. Corte o pilar C tão próximo do tecto quanto possível. Retirar tecto Explore e investigue todos os pilares e perfís do tecto antes de os cortar. 74 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto O passo final é assegurar-se que todas as arestas cortantes se encontram cobertas. Faça um corte de alívio no tecto, justamen- te em cima do pilar C. Em alguns veículos a sua construção é tal que requerem tam- bém um corte de alívio no pilar A. Para criar uma plataforma horizontal de trabalho coloque blocos de estabiliza- ção onde vai colocar-se o tecto quando se dobre. Dobre o tecto para baixo tão suavemente quanto possível para evitar desestabilizar o veículo. 75 Devemos mencionar que este método requer uma equipa de resgate muito bem treinada que tenha practicado esta técnica. Esta técnica é também comummente conhecida como a técnica da “ostra”. T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCEDIMENTO: Estabilize o veículo utilizando blocos, tal como se mencionou anteriormente. Recorde que o veículo mostrado neste exercício tem o peso do motor na parte dianteira. Outros veículos com motor na parte traseira, requerem ser tratados de outra forma diferente. Depois da estabilização deverá realizar o trabalho standard com os vidros. Retirar tecto D - Dobragem invertida do tecto. 76 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto Abra a parte posterior do veículo, retirando se possível a porta da mala. Escore ou suporte a parte posterior do veí- culo e coloque as escoras sob tensão. Retire os assentos traseiros do veículo no caso em que os ocupantes encarcerados estejam na frente, isto permitirá um melhor acesso aos sinistrados. Em algumas situações, isto não seria possível sem antes criar um maior espaço de trabalho. Se pretender dobrar o tecto para baixo, reti- re os blocos. Se não, continue com o pro- cesso com os blocos no sitio. 77 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto Coloque um macaco de elevação num ponto de suporte estável do tecto e coloque-o sob pressão entre o tecto e o solo do veículo. Agora corte os pilares B e C de ambos lados,tomando todas as precauções necessárias. Quando os pilares se cortam, pode ser necessário ajustar um macaco de separação para assegurar que se mantém no seu síitio sob pressão. Deve empregar-se um sistema de ataque combinado ao logo do processo de corte, elevação e estabilização. Dependendo da estratégia utilizada, o veículo pode ser elevado ou retirar o tecto utilizando um macaco separador. 78 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto O espaço foi criado utilizando o macaco de separação. As escoras deverão ser ajustadas continuamente para assegurar que mantém uma óptima estabilização. As escoras apenas e instalam para suportar o veículo. Nunca deverão empurrar para cima já que isto podería causar que o macac de separação caia do seu posicionamento. Quando o procedimento se tenha completado haverá um amplo espaço para conseguir uma libertação controlada das vítimas. As técnicas de criação de espaços podem ser usadas de diferentes modos para criar uma ampla zona de trabalho ou para permitir a extracção de vítimas encarceradas. 79 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCEDIMENTO: Estabilize o veículo como mencionado ante- riormente. Junte uma estabilização adicional debaixo do pilar B onde a base do macaco esteja colocada. Nem sempre todas as situa- ções permitirão a sua utilização o uso de um suporte de macaco é altamente recomendado para distribuir a força exercida na base. OBJETIVO: Afastar o tablIer de instrumentos com a finalidade de ajudar à extracção ou conseguir obter espaço de acesso aos pés dos lesionados. A técnica de puxar a coluna de direcção com um expansor e correntes de tracção não se recomenda. As forças na coluna de direcção poderíam causar a rotura nas uniões da mesma, as quais poderíam provocar ferimentos aos opera- dores ou aos pacientes. ligação Os reforços do painel de instrumentos nos veículos mais modernos podem exigir o uso de um macaco em cada lado do tablier. Abra os macacos simulta- neamente para controlar o efeito descendente cau- sado pela rigidez do material. 80 Afastamento do tablier T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Coloque o macaco e assegure-se que está bem posicionado realizando uma pequena pressão. Isto evitará que o tablier ceda quando se realizar o cor te de alívio. Verifique que a posição do comando de ope- ração da ferramenta se encontra para fora e não para cima. Realize um corte de alívio na base do pilar A. Quando o espaço é limitado, pode ser necessário realizar este corte antes de colocar o macaco. Neste momento pode-se começar a extensão do macaco. Assegure-se de vigiar ambos os pontos de apoio durante esta ope- ração. Recorde revisar a estabilização duran- te todo o procedimento, realizando qualquer ajuste necessário. Utilize blocos em forma de cunha na abertura do corte de alívio. Durante esta operação, preste muita atenção e cuidado com o movimento da tesoura para assegurar-se de que não vai haver contacto com o paciente, o assento ou o macaco. Se em qualquer momento a operação é suspensa, quando começar de novo tenha muita atenção na orientação do comando de operação da ferramenta para que não comece acidentalmente a fechar o macaco. 81 Afastamento do tablier T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção OBJETIVO: Criar um maior acesso à área dos pés para ajudar a libertá-los ou para um melhor manejo do paciente. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO: Em colisões frontais severas quando o impacto é no lado do condutor, com esta técnica possivelmente não se conseguirá um bom acesso à zona dos pés. Faça dois cortes de alívio de aproximada- mente 30 centímetros de separação na base do pilar A. Preste muita atenção e cuidado com o movimento da tesoura durante esta operação para assegurar que não haja contacto com o paciente ou com o assento. Accesso à área dos pés 82 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Accesso à área dos pés Com o expansor, comprima a secção que foi cor tada. Dobre esta secção para fora com o expansor. Agora que o acesso à área dos pés foi criado, pode trabalhar-se de forma segura nesta área. ALTERNATIVA: Em alguns casos, também é possível puxar os pedais para fora libertando os pés do paciente utilizando uma cinta ou correia para dobrar os pedais a um lado. Como se vê na fotografía, a por ta pode ajudar como alavanca para fixar a correia. 83 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Levantamento do tablier OBJETIVO: Afastar o tablIer directamente para cima e longe do paciente. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO: Esta técnica é particularmente útil naquelas situações onde o apri- sionamento e causado mais por um deslizamento do tablier do que por um movimento para trás do mesmo. O PROCEDIMENTO: Despois de garantiz que o veículo foi estabilizado, assegure-se de que o guarda- lamas dianteiro está totalmente retirado, tal como se explicou na página 58 enm retirar porta. Despoi também se requer dar um corte de alívio na parte superior da cava da roda también com a finalidade de que actue como um ponto de dobragem. Corte uma secção, semelhante à enunciada anteriormente na parte de acesso à área dos pés que sirva para introduzir as pontas do expansor. Coloque os blocos exacta- mente debaixo do pilar A. 84 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Levantamento do tablier As pontas do expansor colocam-sen na área inserção e pode-se iniciar o levantamento. Se é possível colocar um macaco do outro lado do veículo, issto facilitará este processo; levante lentamente o painel, vigilando conti- nuamente os pontos de contacto do expansor e o vehículo. Desta forma cria-se uma grande espaço que ajudará na extracção da vítima. O expansor não poderá ser fechado até que a vítima esteja totalmente livre do veículo. Se em qualquer momento a operação é suspensa, quando começar de novo tenha muita atenção na orientação do comando de operação da ferramenta para que não comece acidentalmente a fechar o expansor ou o macaco. 85 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 86 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção OBJETIVO: Permitir um conhecimento dos aspectos importantes e as complicações associadas com os resgates em veículos de carga. Nesta edição de Técnicas de Resgate em Veículos não se vai desenvolver em detalhe o resgate em veículos. Esperamos cobrir este tema com maior profundidade numa edição futura. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO: Devido a estes veículos serem desenhados para transportar cargas pesadas, o seu desenho e construção diferem significativa- mente dos veículos ligeiros a motor. O que devemos recordar é que os veículos pesados de carga são desenhados com essa finalidade e não só para levar alguns passageiros. Isto significa que muito fre- quentemente vamos encontrar uma forte construção que poderia requerer ferramentas para resgate de maior capacidade. O grande tamanho e peso destes veículos podem apresentar problemas complicados na sua estabilização. Os grandes espaços entre o solo e o veículo, o afastamento do centro de carga, mercadorias perigosas e formas estranhas são algumas das complicações. É também importante entender a diferença que existe entre estabilizar um peso suportado por um sistema de amortecedores do camião e outro peso que não está sobre amortecedores num veículo pesado de carga.
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